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No sistema inglês, também conhecido como sistema único, todos os litígios podem ser levados ao
judiciário, fundamentando-se no princípio da inafastabilidade de jurisdição (art. 5º, XXXV, CRFB/88).
Entretanto, a adoção desse sistema não impede que a Administração Pública revise os seus próprios
atos (princípio da autotutela), mas a decisão administrativa não poderá impedir que seja iniciado um processo
judicial. Importante lembrar, por fim, que o Poder Judiciário, em regra, NÃO PODE analisar o mérito da
decisão administrativa, sob pena de afrontar o princípio da separação dos poderes.
JUSTIÇA Trata-se de instância não judiciária, sendo que o Poder Judiciário só pode se manifestar
DESPORTIVA sobre competições desportivas se houver o esgotamento na Justiça Desportiva.
HABEAS Não tem cabimento se não for apresentada, ao Judiciário, a recusa administrativa.
DATA Previsão → Lei 9.507/97, parágrafo único do art. 8º.
Não cabe enquanto houver recurso administrativo com efeito suspensivo, SALVO em
MANDADO DE
caso de OMISSÃO da autoridade administrativa (ainda que caiba recurso administrativo
SEGURANÇA
com efeito suspensivo, será cabível o MS), conforme a súmula 429 do STF.
O STF entende que a exigibilidade de prévio requerimento administrativo – que NÃO
INSS se confunde com esgotamento das vias administrativas – para se postular, ju
cxxxdicialmente, a CONCESSÃO de benefício previdenciário não ofende a
Constituição.
FONTES DO DIREITO ADMINISTRATIVO
PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Conceitos iniciais
Direito Administrativo
Nos dizeres de Hely Lopes Meirelles, o Direito Administrativo “é um conjunto harmônico dos princípios
jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e
imediatamente os fins desejados pelo Estado”.
Administração Pública
Em suma, trata-se do conjunto de órgãos, entidades e agentes que executam a função administrativa.
Assim:
Princípios explícitos
L LEGALIDADE
I IMPESSOALIDADE
M MORALIDADE
P PUBLICIDADE
E EFICIÊNCIA
Princípio da legalidade
Legalidade no direito privado não se confunde com legalidade no direito público. Senão vejamos:
Para o direito privado adota-se o critério de não contradição à lei: ao particular é lícito
DIREITO PRIVADO
realizar todas as condutas, excetuadas aquelas que por lei estão proibidas.
Os atos ilegais deverão ser anulados pela Administração Pública (autotutela) ou pelo Judiciário.
Vale mencionar que o princípio da legalidade não se confunde com o da reserva legal:
LEGALIDADE LEGITIMIDADE
Princípio da impessoalidade
Em relação ao administrado: é vedado tratar o administrado de forma mais benéfica ou maléfica, não
podendo haver subjetividade (discriminações/favoritismos) no exercício da atividade administrativa.
Nesse contexto, a Súmula Vinculante nº 13 veda o nepotismo. Vale mencionar que a jurisprudência
do STF, em regra, tem excepcionado a regra sumulada e garantido a permanência de parentes de
autoridades públicas em cargos políticos, sob o fundamento de que tal prática não configura nepotismo,
SALVO se ficar demonstrada a inequívoca falta de razoabilidade na nomeação.
Em relação ao administrador: o ato administrativo não deve ser imputado ao agente, mas ao Estado.
Princípio da moralidade
Princípio da publicidade
Os atos praticados pela Administração Pública devem ser acessíveis aos administrados de modo que
eles tenham ciência e possam controlar as ações do Poder Público.
EXCEÇÃO
Quando colocar em risco a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, bem como
puder colocar em risco a segurança da sociedade e do Estado.
PUBLICIDADE PUBLICAÇÃO
Ampla divulgação dos atos administrativos. Divulgação em meios oficiais (ex.: DOU).
Princípio da eficiência
Tal princípio foi inserido no art. 37 da CF/1988 pela EC 19/1998 e determina qual o modus operandi
dos agentes públicos e dos órgãos públicos que compõem a Administração Pública. Nesse sentido, observar
o princípio da eficiência significa possuir comprometimento com os recursos públicos, otimizando-os e
reduzindo os gastos públicos com a finalidade de uma melhor implementação das políticas públicas.
Segundo Maria Sylvia Zanella Di Pietro, o princípio da eficiência apresenta aspectos relativos à forma
de atuação do agente público, esperando deste o melhor desempenho possível de suas atribuições, bem
como quanto ao modo de organizar, estruturar e disciplinar a Administração Pública.
Em suma, pode-se dizer que a eficiência significa “fazer mais ➕, gastando menos ➖”.
EXEMPLO
Com fundamento no princípio da eficiência, foi editada a Lei nº 13.726 de 2018, que racionaliza atos e
procedimentos administrativos dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e
institui o Selo de Desburocratização e Simplificação.
Princípios reconhecidos
O interesse público não pode ser disposto livremente pelo administrador, que deve sempre atuar
dentro dos estritos limites da lei. Este princípio justifica os LIMITES à atuação da Administração Pública no
regime jurídico administrativo. Nas palavras de Jose dos Santos Carvalho Filho: “os bens e interesses públicos
não pertencem à Administração nem a seus agentes. Cabe-lhes apenas geri-los, conserva-los e por eles
velar em prol da coletividade, esta sim a verdadeira titular dos direitos e interesses públicos".
Autotutela: é o autocontrole ➡ a Administração Pública pode realizar a ANULAÇÃO dos atos ilegais
e a REVOGAÇÃO dos atos inconvenientes ou inoportunos, nos termos da Súmula 473, do STF. Trata-se
do poder-dever de rever seus próprios atos de ofício (independentemente de requerimento).
Sindicalidade: a Administração Pública também está sujeita ao controle externo (Poder Judiciário).
Impõe aos entes da Administração Pública Direta o poder-dever de fiscalizar e controlar os entes da
Administração Indireta que vierem a criar. Vale acrescentar que, em razão de não existir hierarquia entre
os entes da administração direta e indireta, a regra é a autonomia e o controle é a exceção.
Princípio da isonomia
Princípio da motivação
É a indicação dos fatos e fundamentos jurídicos (motivos) que autorizaram a prática do ato.
Interrupções possíveis:
STF. Plenário. ADI 6588/AM, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 28/5/2021 (Info 1019).
STJ. 1ª Turma. AgRg no REsp 1313235-RS, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 20/9/2012.
- O corte de serviços essenciais, tais como água e energia elétrica, pressupõe o inadimplemento de
conta regular, sendo inviável, portanto, a suspensão do abastecimento em razão de débitos antigos.
STJ. 1ª Turma. AgRg no Ag 1320867/RJ, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 08/06/2017.
3 Greve: enquanto não houver lei específica, aplica-se aos servidores públicos civis a lei geral de greve.
Princípio da razoabilidade e proporcionalidade
RAZOABILIDADE PROPORCIONALIDADE
Elementos:
Princípio da boa-fé
Este princípio pode ser compreendido como a confiança, a honestidade e a fidelidade aplicadas a
todas as relações jurídicas, inclusive as de direito público, dirigindo-se para a concretização dos direitos
fundamentais, bem como dos demais princípios que regem o Estado.
O princípio da segurança jurídica apresenta o aspecto objetivo, da estabilidade das relações jurídicas,
e o aspecto subjetivo, da proteção à confiança ou confiança legítima. O princípio da proteção da confiança
leva em conta a boa-fé do cidadão que acredita e espera que os atos praticados pelo poder público sejam
lícitos e, nessa qualidade, serão mantidos e respeitados pela própria Administração e por terceiros.
Resumindo...
LIMPE: »
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F
(
o Supremacia do interesse público.
o Legalidade. o Indisponibilidade do interesse público.
o Impessoalidade. o Autotutela e sindicalidade.
o Moralidade. o Tutela ou controle.
o Publicidade. o Motivação.
o Eficiência. o Continuidade dos serviços públicos.
o Razoabilidade e proporcionalidade.
o Boa-fé.
o Segurança jurídica ou confiança.
PODERES ADMINISTRATIVOS
Introdução
Vinculada
Dos elementos dos atos administrativos, a competência, a finalidade e a forma são SEMPRE vinculados.
Discricionária
A lei não estabelece um único comportamento a ser adotado pelo administrador, que deverá fazer
um juízo de valor e de conveniência e oportunidade para escolher qual a melhor opção para aquele caso.
Dos elementos dos atos administrativos, o motivo e o objeto PODEM ser discricionários.
Contudo, ainda que o ato administrativo seja discricionário, ele fica sujeito a controle jurisdicional no
que diz respeito à sua adequação à lei, mas nunca na análise meritória.
Poderes em Espécie
Poder disciplinar
É o poder de aplicar sanção a um de seus agentes em razão da prática de uma infração disciplinar,
só podendo ser afetado por esse poder aquele que está no exercício de uma função pública. Além disso,
esse poder também pode ser utilizado para punir particulares que tenham vínculo especial com a
Administração Pública. O poder disciplinar é ⤵
EM REGRA,
Para tipificar a falta e escolher a gradação da penalidade.
DISCRICIONÁRIO
EXCEPECIONALMENTE
Para instaurar o procedimento administrativo e, se for o caso, punir o infrator.
VINCULADO
Poder hierárquico
FINALIDADES
Dar ordens.
Aplicar sanções.
Poder de polícia
Conceito: poder que visa restringir o uso e gozo da liberdade e da propriedade, em favor do interesse
da coletividade. A conceituação é feita pelo artigo 78 do CTN.
Fundamento: este poder tem fundamento no princípio da supremacia do interesse público sobre o
particular, que justifica as prerrogativas conferidas à Administração Pública no exercício de suas atividades.
o Edição de atos normativos de caráter geral e abstrato. Ex.: proibição de vender bebidas alcoólicas
para menores de 18 anos.
o Atos concretos e específicos. Ex.: concessão de licenças e autorizações.
ADMINISTRATIVA JUDICIÁRIA
Atributos:
Este atributo torna o ato obrigatório, devendo este ser obedecido independente
COERCIBILIDADE da vontade do administrado, caso em que a Administração pode usar meios
indiretos de coerção para cumprir a determinação.
MACETE: DAC
Resumindo:
Poder normativo
O poder normativo é aquele que qualquer autoridade pública possui de editar atos normativos
(decretos, resoluções, portarias.. ) que regulamentam as leis, com o objetivo de garantir a sua fiel execução.
Comando:
Nesse sentido, os atos normativos editados no exercício do poder regulamentar também são para
regulamentar a lei e garantir a sua fiel execução. Assim, são atos normativos secundários e não possuem
o condão de inovar o ordenamento jurídico (são os decretos executivos ou regulamentares).
Assim:
Resumindo...
ATOS ADMINISTRATIVOS
Conceito
São atos por meio dos quais a Administração Pública atua, no exercício da função administrativa, sob
o regime de direito público e ensejando manifestação de vontade do Estado ou de quem lhe faça as vezes.
Não se pode confundir atos administrativos com atos da administração, uma vez que nem todos os
atos da Administração Pública são considerados atos administrativos. Assim, atos da administração são
gênero, tendo os atos administrativos como uma de suas espécies. Vejamos:
Atos da administração:
o Atos políticos: é o exercício da função política pelos membros do Executivo, Legislativo e Judiciário.
o Atos privados: são os atos da Administração Pública regidos pelo direito privado.
o Atos materiais: também chamados de fatos administrativos, são atos de mera execução de atividade.
o Atos administrativos: é o nosso objeto de estudo, cuja definição já foi dada no início.
Todos os atos administrativos podem ser objeto de reapreciação pelo Poder Judiciário, que, no
entanto, deverá restringi-la ao aspecto de sua legalidade, de modo a não interferir no princípio da separação
entre os Poderes, e desde que, por óbvio, tenha sido provocado por terceiros.
O Código Civil de 2002, como se sabe, relaciona como requisitos de validade do ato jurídico:
o Agente capaz;
o Objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
o Forma prescrita ou não defesa em lei (defesa = proibida).
O ato administrativo, como modalidade de ato jurídico, não dispensa tais requisitos de validade,
guardada a necessidade de algumas adaptações, por força dos diferentes interesses a serem defendidos.
Então, são cinco os elementos ou requisitos de validade de um ato administrativo, previstos no art.
2º da Lei de Ação Popular, quais sejam: sujeito competente, finalidade pública, forma prescrita em lei, motivo
e objeto. Vale dizer que competência, finalidade e forma são elementos SEMPRE vinculados.
Competência – Quem?
É o poder conferido por lei para que um agente público desempenhe suas funções dentro de seu
cargo. Tem como características: obrigatoriedade, irrenunciabilidade, intransferibilidade e imprescritibilidade.
Delegação x Avocação
Porém, a própria norma jurídica que permite a delegação de competência, traz expressamente a
impossibilidade de delegação (e, consequentemente, de avocação) nos seguintes casos:
MACETE: CENORA
CE = Competência Exclusiva
NO = Atos NOrmativos
RA = Recursos Administrativos
TREDESTINAÇÃO
Em regra, o ato administrativo deverá ter a forma escrita, podendo haver, ainda, atos administrativos
cuja forma seja sonora (apito de um policial), eletromecânica (semáforo), gestual (aceno de um policial) etc.
Pelo princípio da instrumentalidade das formas, o vício de forma é, em regra, sanável. Vejamos:
No direito público, a regra é a solenidade das formas, SALVO quando a própria lei
NÃO CONFUNDA
dispensar a formalidade (como no caso do processo administrativo).
É utilizada para a situação em que os fundamentos de fato de um ato administrativo (motivo) são indicados
pela motivação, hipótese na qual a validade do ato depende da veracidade dos motivos alegados.
MOTIVO MOTIVAÇÃO
MOTIVAÇÃO ALIUNDE
A motivação aliunde ocorre todas as vezes em que a motivação do ato remete à motivação de ato
anterior que o ensejou. Ex.: anular um contrato com base na motivação apoiada em determinado parecer.
Por fim, é válido mencionar o acréscimo do artigo 20 na LINDB, que estabelece o chamado
consequencialismo jurídico, segundo o qual nas esferas administrativa, controladora e judicial, não se decidirá
com base em valores jurídicos abstratos sem que sejam consideradas as consequências práticas da decisão.
O parágrafo único do referido artigo preceitua que "a motivação demonstrará a necessidade e a
adequação da medida imposta ou da invalidação de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa,
inclusive em face das possíveis alternativas". Assim, a MOTIVAÇÃO será imprescindível para a manutenção
ou possível anulação do ato em razão da não observância do consequencialismo jurídico (art. 21 c/c art. 24).
Objeto – O quê?
É o conteúdo material do ato administrativo, por meio do qual a Administração Pública manifesta sua
vontade, sendo considerado o efeito jurídico que o ato administrativo produz.
Resumindo...
Enquanto os elementos (requisitos de validade) constituem condições que devem ser observadas
para a validade dos atos administrativos, os atributos (pressupostos de existência) são características que
fazem com que que esses atos existam no mundo jurídico. Dentre os principais atributos, temos:
Autoexecutoriedade
Significa que os atos administrativos poderão ser implementados pela própria Administração Pública,
independentemente de autorização judicial. Isso é possível nos seguintes casos
É o atributo que individualiza o ato administrativo, uma vez que, para cada finalidade que a
Administração pretende alcançar, existe um ato definido em lei.
Imperatividade
Resumindo...
Ato vinculado: é o ato administrativo praticado sem margem de liberdade, uma vez que a lei
previamente determinou toda a situação objetiva. Não caberá a análise de conveniência e oportunidade na
atuação do agente público, que deverá seguir à risca o determinado na norma jurídica.
Ato discricionário: é aquele em que a Administração Pública possui certa margem de liberdade
(quanto ao motivo e ao objeto), dentro dos ditames estabelecidos lei, sempre levando em consideração os
critérios de conveniência e de oportunidade da prática do ato para o interesse público.
Quanto ao destinatário
o Geral: ato abstrato, impessoal, que atinge a coletividade como um todo. Ato com finalidade normativa.
o Individual: ato especial, que se dirige a destinatários determinados. Pode ser ato individual singular
(único destinatário) ou plúrimo (múltiplos destinatários).
Quanto aos efeitos
Ato simples: é aquele que decorre da manifestação de um único órgão ou de um único agente
público, sendo isso suficiente para iniciar a produção de seus efeitos jurídicos. Pode ser:
Ato composto: é emanado por mais de um agente público dentro de um mesmo órgão. Depende,
nesse caso, da conjugação de vontades de mais de uma pessoa para que possa produzir efeitos.
i ATENÇÃO i
Ato complexo: para que este seja eficaz, é necessária a existência da conjugação da vontade de
dois ou mais órgãos públicos de esferas diferentes, como nos casos da indicação de um Ministro do STF
pelo Presidente da República, mediante a sabatina realizada pelo Senado Federal.
Quanto à exequibilidade
Quanto às prerrogativas
Quanto ao alcance
Resumindo...
Atos normativos
São atos gerais (destinatários indeterminados) e abstratos (situações hipotéticas) que geram
obrigações a uma quantidade indeterminada de pessoas, dentro dos limites da lei. São eles:
São normas expedidas pelo Chefe de Serviço ou Ministro de Estado a seus subordinados,
INSTRUÇÕES dispondo normas disciplinares que deverão ser adotadas no funcionamento de serviço
NORMATIVAS público reformulado ou recém-formado. São, ainda, normas expedidas no sentido de
interpretar uma lei.
São expedidas pelos órgãos colegiados, como representação de vontade da maioria dos
DELIBERAÇÕES
agentes que o representam.
São atos normativos dos órgãos colegiados, usados pelos Poderes Legislativo e Judiciário,
RESOLUÇÕES
e pelas Agências Reguladoras, para disciplinar matéria de sua competência específica.
Atos ordinatórios
Organizam a prestação do serviço por meio de normas que se aplicam internamente aos órgãos
pertencentes à estrutura administrativa, ensejando a manifestação do Poder Hierárquico da Administração.
São eles:
ORDEM DE
Utilizada para distribuir e ordenar o serviço interno do órgão.
SERVIÇO
Ato por meio do qual as autoridades públicas proferem decisões (finais ou interlocutórias
DESPACHO no processo administrativo) acerca de determinadas situações específicas, de sua
responsabilidade funcional.
É ato de comunicação interna, entre agentes de um mesmo órgão público, para fins de
MEMORANDO
melhor executar a atividade pública.
Atos negociais
São atos por meio dos quais a administração concede direitos pleiteados por particulares. São eles:
- De uso de bem público: a Administração Pública autoriza o uso de bem público por
AUTORIZAÇÃO um particular de forma anormal ou privativa, no interesse do beneficiário.
PERMISSÃO Ato discricionário e precário, cujo interesse particular converge com o público.
É ato vinculado e definitivo (em regra, não admitirá revogação, salvo os casos de licenças
LICENÇA ambientais), por meio do qual o Poder Público permite a realização de determinada
atividade sujeita à fiscalização do Estado.
Ato unilateral e vinculado pelo qual o Poder Público permite que o particular usufrua
ADMISSÃO determinado serviço público prestado pelo Estado, mediante a inclusão em um
estabelecimento público.
Ato administrativo discricionário, por meio do qual o Poder Público faz o controle de
APROVAÇÃO
legalidade e de mérito da conduta anterior expedida pelo órgão estatal.
Atos enunciativos
São todos aqueles em que a Administração se limita a certificar ou atestar um fato, ou mesmo emitir
opinião sobre determinado assunto sem se vincular ao seu enunciado. São eles:
Ato que comprova a existência de uma situação analisada pelo Estado por meio de seus
ATESTADO
órgãos competentes, não sendo hipótese previamente documentada na repartição.
Atos punitivos
Atos por meio dos quais o Poder Público determina a aplicação de sanções, em face do cometimento
de infrações administrativas pelos servidores públicos ou por particulares.
Resumindo...
Observação importante → a classificação das espécies de atos administrativos trazidas por este
resumo, é a proposta pelo professor Matheus Carvalho, podendo haver divergências entre autores.
Introdução
A extinção dos atos administrativos ocorre quando estes são retirados do mundo jurídico, deixando
de produzir seus efeitos. As formas de extinção são as seguintes:
Extinção natural
Desaparecimento do objeto
É extinto o ato quando há o desaparecimento da pessoa ou coisa sobre o qual ele recai.
Renúncia
Ocorre quando um beneficiário abre mão de um benefício. Assim, a renúncia só pode ocorrer em
relação a atos que geram DIREITOS a particulares.
Retirada
Anulação e Revogação
Anulação
Ocorre quando o ato administrativo possui vício de ilegalidade, sendo tal vício insanável.
Em regra, não há prazo para a anulação, salvo se o ato gerar efeitos favoráveis ao beneficiário de
boa-fé, caso em que o prazo decadencial é de 5 anos (artigo 54, da Lei 9.784/99).
Revogação
Trata-se do denominado controle de mérito de um ato administrativo, não cabendo tal situação ao
Poder Judiciário, por afronta ao princípio da separação dos Poderes, mas apenas à Administração Pública.
Produz efeitos ex nunc, ou seja, deve-se respeitar os direitos adquiridos existentes até a data da
revogação do ato administrativo.
José dos Santos elenca 5 hipóteses de atos administrativos que não admitem revogação:
2 Atos vinculados.
4 Atos integrativos, pois integram o processo administrativo, impedidos pela preclusão administrativa.
ANULAÇÃO REVOGAÇÃO
Cassação e Caducidade
Contraposição ou Derrubada
A retirada se dá pela emissão de um ato novo cujos efeitos são contrapostos aos de um ato anterior.
Ex.: a exoneração tem efeitos contrapostos aos da nomeação.
Resumindo...
Convalidação dos Atos Administrativos
É ato privativo e discricionário da Administração Pública, que produz efeitos retroativos (ex tunc),
dirigido à correção e regularização de vícios sanáveis (= de competência ou de forma) presentes no todo
ou em parte dos atos administrativos. Para tanto, são necessários os seguintes requisitos:
o Vício sanável.
o Ausência de prejuízos (a 3os ou à Administração Pública).
Preliminarmente
Administração Direta
Conceito
É composta pelos próprios entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) e pelos
órgãos públicos subordinados a estas pessoas políticas.
A atividade administrativa pode ser prestada de duas formas: uma é a centralizada, pela qual o serviço
é prestado pela Administração Direta, e a outra é a descentralizada, em que a prestação é deslocada para
outras Pessoas Jurídicas (Administração Indireta ou particulares).
DESCENTRALIZAÇÃO DESCONCENTRAÇÃO
DESCENTRALIZAÇÃO DESCONCENTRAÇÃO
Regras Gerais
São entidades da Administração Pública Indireta as autarquias (criadas por lei), as fundações públicas,
as empresas públicas e as sociedades de economia mista (têm a criação autorizada por lei).
Elas exercem as atividades administrativas sob regime de vinculação (e não de subordinação). Tais
atividades geralmente são repassadas a elas por razões de celeridade, eficiência e melhor desempenho.
Portanto:
Autarquias
Conceito
Características
Criação
São criadas (e extintas) por meio de lei específica, de iniciativa do chefe do Poder Executivo em
qualquer esfera de governo (temos autarquias federais, estaduais e municipais).
Organização
Regime Jurídico
Possuem regime jurídico de Direito Público, com imunidade tributária recíproca, privilégios processuais
da Fazenda Pública, regime de precatórios, bens públicos, servidores em regime jurídico único, atos públicos
(administrativos), responsabilidade civil objetiva, necessidade de licitar, etc. Vejamos alguns desses aspectos:
Contratação de pessoal: os servidores das autarquias são contratados de forma estatutária, ou seja,
por meio da observância da lei dos servidores públicos, mediante existência de concurso de provas ou de
provas e títulos. É possível, excepcionalmente, a contratação temporária de pessoal, sem que haja
observância de concurso público, desde que seja em casos de calamidade pública ou alguma situação de
relevância e urgência que justifique essa situação.
Atos e contratos: os atos praticados pelas autarquias podem ser atos administrativos (regime de
Direito Público) ou atos privados (regime de Direito Privado), como no caso de locação de bens a particulares.
Responsabilidade civil objetiva: as autarquias respondem pelos danos ocasionados a terceiros
independentemente da existência de culpa ou de dolo, enquadrando-se na Responsabilidade Civil Objetiva
ou Extracontratual. Admite-se, contudo, que a entidade autárquica exerça direito de regresso contra o
servidor que diretamente provocou o dano.
Autarquias Corporativas
Vale mencionar que a OAB, apesar de não possuir natureza jurídica de autarquia,
pode inscrever a anuidade inadimplida em dívida ativa, já que esta possui natureza
jurídica de tributo (RE 647885). Entretanto, não é possível o ajuizamento para a
OAB
cobrança de dívida inferior a 4 anuidades (REsp 1.814.337).
Agências Executivas
São autarquias e fundações comuns ineficientes, que recebem essa qualificação temporária ao
celebrarem com a Administração Direta um contrato de gestão.
No âmbito federal, a lei 13.934/2019 optou por “contrato de desempenho”, em vez de “contrato de gestão”.
Por meio desse contrato elas recebem alguns benefícios (como ampliação da autonomia gerencial,
orçamentária e financeira.) em troca de cumprirem um plano estratégico de estruturação para que voltem
a ser eficientes. A periodicidade mínima do contrato é de 1 ano.
Autarquias em regime especial
Caracterização
Assim, dentre as principais características que diferenciam as autarquias em regime especial das
autarquias comuns são:
o Universidades Públicas.
o Agências Reguladoras.
Agências Reguladoras
São autarquias em regime especial que atuam com a finalidade de regular a prestação de serviços
públicos quando estes são prestados sob regime de concessão ou permissão, exercendo o poder de polícia
e regulando as atividades privadas de interesse público (ex.: ANP, ANS, Aneel).
Características:
o Autonomia de seus dirigentes (Presidente da República nomeia, sob aprovação do Senado Federal).
o Autonomia normativa (normas técnicas e específicas relacionadas à área de atuação).
o Autonomia gerencial, orçamentária e financeira.
o O mandato dos Diretores de todas as agências reguladoras federais passou a ser de 5 anos
(algumas leis previam mandato de 3 e outras de 4 anos).
o Passou a ser proibida a recondução dos diretores ao final dos mandatos.
As fundações públicas são entidades criadas pelo Poder Público mediante a personificação de um
patrimônio com a finalidade de praticar atividades de interesse social sem qualquer finalidade lucrativa.
São exemplos dessas atividades: assistência social, assistência médica ou hospitalar, educação e ensino,
pesquisa e atividades culturais.
o PJ de Direito Público: também chamada de autarquia fundacional (regime jurídico de direito público).
o PJ de Direito Privado: também chamada de fundação governamental (regime jurídico híbrido: não
possui as prerrogativas do Estado, mas se submetem às restrições aplicáveis a este).
Nesse sentido:
CRIAÇÃO A lei CRIA autarquia e fundação pública de direito público (autarquias fundacionais).
: CAIU EM CONCURSO +
"
+ :
"
A instituição de fundação pública deve ser autorizada por lei ordinária específica, ao passo que a definição
de sua área de atuação deve ser feita por lei complementar (alternativa considerada CERTA pela banca
CESPE/CEBRASPE).
+ ATENÇÃO! G
(
E
◦
G +
(
E
◦
Disposições Comuns
São pessoas jurídicas de DIREITO PRIVADO, criadas (e extintas) mediante autorização legislativa, para
exploração de atividade econômica ou prestação de serviços públicos. Nesse sentido:
Predominância de regras do Direito Privado, não Predominância de regras do Direito Público, podendo
podendo gozar de benefícios fiscais não extensíveis ao gozar de imunidade tributária recíproca (se a prestação
setor privado (salvo exploração em monopólio). é em regime de monopólio).
Plenário. RE 1320054 RG, Rel. Ministro Luix Fux, julgado em 06/05/2021 (Repercussão Geral – Tema 1140)
o Empresa Pública.
o Sociedade de Economia Mista.
Possuem regime jurídico híbrido: não gozam das prerrogativas conferidas ao poder público, mas se
submetem às limitações impostas a este.
Diferenças
São 3 as diferenças entre Empresa Pública (EP) e Sociedade de Economia Mista (SEM):
1. Capital:
2. Forma societária:
o EP FEDERAL: Justiça Federal (as EP’s estaduais e municipais são competência da Justiça Estadual).
o SEM: Justiça Estadual (salvo intervenção da União).
As sociedades de economia mista só têm foro na justiça federal, quando a união intervém como
assistente ou opoente.
É competente a justiça comum para julgar as causas em que é parte sociedade de economia mista.
O protesto pela preferência de crédito, apresentado por ente federal em execução que tramita na
Justiça Estadual, não desloca a competência para a Justiça Federal.
A intervenção da União como sucessora da Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA) desloca a
competência para a Justiça Federal ainda que a sentença tenha sido proferida por Juízo estadual.
Resumindo...
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
SOCIEDADE DE
AUTARQUIA FUNDAÇÃO PÚBLICA EMPRESA PÚBLICA
ECONOMIA MISTA
PJ de Direito Público ou PJ
PJ de Direito Público PJ de Direito Privado. PJ de Direito Privado.
de Direito Privado.
Executa serviços típicos do Executa serviços de Presta serviço público OU Presta serviço público OU
Estado. interesse do Estado. explora atividade econômica. explora atividade econômica.
Funcionários estatutários
Funcionários estatutários. (Direito Público) ou celetistas Funcionários celetistas. Funcionários celetistas.
(Direito Privado)
Capital público Capital público Capital exclusivo do Poder Capital misto (maioria das
descentralizado. descentralizado. Público. ações do Poder Público).
Terceiro Setor
Conceito
As entidades do terceiro setor, também chamadas de paraestatais, são pessoas jurídicas de DIREITO
PRIVADO que não integram a Administração Pública (nem direta, nem indireta). Além disso, não possuem
finalidade lucrativa, mas finalidade pública e social, atuando ao lado do Estado e recebendo um auxílio deste.
Mas por que “terceiro setor”? Vejamos como a doutrina brasileira setoriza a economia:
o Autorizadas por lei específica, sendo a criação efetiva feita pela confederação nacional respectiva
o Devem ser registradas no cartório de registro civil de pessoas jurídicas.
o Podem ser associações ou fundações.
o Atuam no auxílio de categorias profissionais e sociais (Sistema S: Sesi, Senai, Sesc etc.) .
o Possuem capacidade tributária (parafiscalidade).
o Possuem destinação de verba orçamentária.
o Em. regra, não estão sujeitos à necessidade de observar a Lei de Licitações, podendo utilizar os
seus próprios regramentos, mas deverão observar os princípios gerais da administração pública,
devido à destinação de recursos públicos.
Entidades de Apoio
Organizações Sociais – OS
I ATENÇÃO 5
›
E
5 I
›
E
Não se confunde com o contrato de gestão (ou de desempenho) que qualifica uma agência executiva.
o Sofrem controle administrativo mais intenso (conselho de administração com participação obrigatória
de servidores públicos).
1 As sociedades comerciais.
9 As organizações sociais.
10 As cooperativas.
11 As fundações públicas.
As fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas por órgão público ou por
12
fundações públicas.
As organizações creditícias que tenham quaisquer tipos de vinculação com o sistema financeiro
13
nacional a que se refere o art. 192 da Constituição Federal.
Não constituem impedimento à qualificação como OSCIP as operações destinadas a microcrédito realizadas
com instituições financeiras na forma de recebimento de repasses, venda de operações realizadas ou
atuação como mandatárias.
Conceito
São associações com personalidade jurídica própria, formadas por PJ políticas (entes da Federação)
e criadas por AUTORIZAÇÃO LEGISLATIVA, para gestão associada de serviços públicos.
Podem ser
Contratação de pessoal
Conforme a Lei 13.822/2019, que alterou a Lei dos consórcios – Lei 11.107/2005., os consórcios públicos
de direito público e de direito privado adotarão a CLT como regime jurídico aplicável a seus empregados.
Processo
Vedações e sujeições
o A celebração deve ser unicamente pela União e Municípios, sendo que o Estado deve participar.
o É vedada a celebração por Estado e Município de outro Estado.
É possível, entretanto, que a União celebre convênios com os consórcios públicos, a fim de viabilizar a
descentralização e a prestação de políticas públicas em escalas adequadas. Nesse caso, as exigências legais
de regularidade se aplicam ao consórcio público envolvido e não aos entes federativos.
o Por se tratar de recursos públicos, estão sujeitos à fiscalização dos Tribunais de Contas.
Prerrogativas
Introdução
Sujeitos
No tocante às empresas estatais (EP e SEM) que exploram atividade econômica, a responsabilidade civil
é regulada pelo direito privado.
Vale pontuar, ainda, que quando o dano for causado por Pessoa Jurídica de Direito Privado prestadora
de serviço público, a responsabilidade desta é primária e a do Estado, subsidiária.
Essa regra NÃO é absoluta e comporta exceção, como no Resp 28.222, em que o STJ decidiu pela
responsabilidade solidária do município por danos ambientais em caso de convênio com a concessionária
para prestação de serviços de água e esgoto.
Elementos
Note que não há o elemento subjetivo (dolo ou culpa), tampouco a ilicitude da conduta.
Direito de regresso
Possibilita ao Estado reaver o que desembolsou à custa do patrimônio do agente causador direto do
dano, que tenha agido com dolo ou culpa no desempenho de suas funções (responsabilidade subjetiva).
Resumindo...
A Teoria da Culpa do Serviço (também conhecida como culpa anônima ou teoria da culpa
administrativa.) diz respeito à responsabilidade civil do Estado em casos de omissão.
É considerada subjetiva, na maioria dos casos, com culpa presumida, e seus elementos são:
2 Dano.
3 Nexo causal.
Faute du service (culpa do serviço), ou seja: ou o serviço não funcionou ou funcionou mal ou
4
funcionou atrasado – tudo isso por dolo ou culpa por parte do Estado.
Contudo, importante dizer que o Estado responderá de forma objetiva pela "omissão especifica", ou
seja, quando este tinha o dever legal de agir para impedir o evento danosos e se manteve inerte.
Pela Teoria do Risco Criado ou Suscitado, a responsabilidade civil do Estado é objetiva, mesmo sem a
conduta do agente. Ela se aplica nas situações em que existem pessoas ou coisas sob custódia do Estado.
Para Flávio Tartuce, esta teoria está presente nos casos em que o agente cria o risco, decorrente de
outra pessoa ou de uma coisa. Defende-se que encontra fundamento no parágrafo único do artigo 927 do CC.
Ou seja, aquele que, com sua atividade, cria um perigo, fica sujeito a reparar o dano que causar.
Exemplos:
Trata-se de hipótese excepcional em que a responsabilidade é objetiva e não são aceitas as excludentes
de responsabilidade (ao contrário da Teoria do Risco Administrativo). É utilizada nos casos de:
o Dano nuclear.
o Dano ambiental.
o Crimes a bordo de aeronaves.
o Ataques terroristas.
ATENÇÃO
Majoritariamente, entende-se que a responsabilidade civil integral é da União no caso de atentado terrorista,
ato de guerra ou eventos correlatos, contra aeronaves de matrícula brasileira operadas por empresas
brasileiras de transporte aéreo, excluídas as empresas de táxi aéreo (Lei. n. 10.744, de 2013).
Responsabilidade do Estado por atos Legislativos e Judiciais
Atos legislativos
Atos judiciais
Não haverá responsabilidade, salvo em relação à área criminal, em que a CRFB/88, em seu art. 5º,
LXXV, garante a indenização ao condenado por erro judiciário, ainda que este seja decorrente de culpa.
Esta regra não se estende à seara cível, de modo que somente caberá responsabilização REGRESSIVA ao
JUIZ, caso reste comprovado que este agiu com DOLO no exercício da função (art. 143, CPC).
Prazo Prescricional
Nas ações indenizatórias ajuizadas contra a Fazenda Pública aplica-se o prazo prescricional quinquenal
previsto no Decreto nº 20.910/1932 (art. 1º), em detrimento do prazo trienal estabelecido no Código Civil
de 2002 (art. 206, § 3º, V), por se tratar de norma especial que prevalece sobre a geral.
Resumindo...
Disposições Gerais
Conceito
Serviços públicos são todas as atividades administrativas executadas pelo Poder Público de forma
direta ou indireta, ou por colaboração dos particulares, sob regime de direito público, para atingimento das
finalidades essenciais do Estado (satisfação das necessidades da coletividade).
Assim, não apenas o Poder Público poderá realizar a prestação de serviços públicos, seja por meio
dos entes da Administração Pública Direta, seja por meio das entidades da Administração Pública Indireta,
mas também através das concessionárias e das permissionárias de serviços públicos, conforme
determinação estabelecida no art. 175 da CRFB/88.
Elementos caracterizadores
ELEMENTO SUBJETIVO Poder Público, que promove a execução de forma direta ou indireta.
Além dos princípios gerais da Administração Pública, devem ser observados princípios específicos
relacionados à prestação de serviços públicos. São eles:
Princípio da generalidade ou universalidade: os serviços públicos devem ser prestados a todos, sem
distinção, sempre nos limites da reserva do possível.
Princípio da isonomia: é a igualdade material entre os usuários, que permite tratar desigualmente os
desiguais, sendo possível a criação de ações afirmativas (ex.: cotas para ingresso em universidades públicas).
É legítima a cobrança da tarifa de água fixada de acordo com as categorias de usuários e as faixas de
consumo.
Princípio da segurança: os serviços públicos devem ser prestados de maneira cuidadosa (segura)
para que nenhum dano aconteça aos usuários.
Princípio da atualidade: modernidade das técnicas, dos equipamentos e das instalações, bem como a
conservação, melhoria e expansão do serviço.
S LEI Nº 14.015/2020 v
y
) (
Em caso de inadimplemento, para que a suspensão seja válida, são indispensáveis o aviso prévio e a
comunicação do dia exato em que haverá o desligamento.
Quanto à utilização
Quanto à prestação
Serviços exclusivos
Serviços de delegação obrigatória: são serviços que, pelas suas características intrínsecas, é conveniente
sejam prestados por particulares ➡ serviço de rádio e televisão e serviços cartorários.
São classificados como serviços públicos impróprios por não serem serviço público propriamente dito
(pois não são exclusivos), mas serviços de relevância pública. Assim ⤵
A titularidade não pertence exclusivamente ao Estado, ainda que seja regulamentado ou fiscalizado por
este. Poderá o particular exercê-lo, sem que haja delegação estatal.
Delegação por contrato
Preliminarmente
Antes de iniciar os estudos sobre as formas de delegação contratual dos serviços públicos (concessão
e permissão), vale a pena retomar o mapa mental sobre descentralização administrativa:
Conceito
Conforme o artigo 2º, da Lei 8.987/95, alterada pela Lei 14.133/21, considera-se:
o Concorrência.
o Diálogo competitivo (novidade trazida pela Nova Lei de Licitações).
o Leilão → se o serviço estiver previsto na Política Nacional de Desestatização. Ex.: telefonia, aeroportos.
Concessões comuns
Podem ser:
o Simples: simples delegação do serviço público ao particular, o qual é remunerado pelo usuário.
o Precedida de obra: quando há a necessidade de realização de obra antes do início da prestação.
Introdução
O principal objetivo é atrair o setor privado, nacional ou internacional, para realização de investimentos
em projetos de infraestrutura de grande vulto, que sejam necessários ao desenvolvimento do país.
Aqui, a responsabilidade do Estado é solidária (e não subsidiária, como na concessão comum), uma
vez que há um compartilhamento dos riscos e dos ganhos decorrentes da redução desses riscos.
É possível a criação de uma sociedade com o propósito específico de gerir o contrato, sendo
possível a participação do poder público, desde que este não tenha controle acionário dela.
Conceito e modalidades
Patrocinada: pode ser precedida ou não de obra pública e ocorre quando envolver, adicionalmente à
tarifa cobrada dos usuários, contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado (limitada a 70%).
Administrativa: não pode ser celebrada exclusivamente para a prestação de serviço público e ocorre
quando a Administração Pública é a usuária direta ou indireta (devendo pagar as tarifas), havendo grande
vulto de investimento por parte do parceiro privado.
Resumindo:
Vedações
o É vedada a celebração de contrato de PPP cujo valor seja inferior a 10 milhões de reais.
o É vedada a celebração de contrato de PPP cujo período de prestação do serviço seja inferior a 5
anos ou superior a 35 anos.
o É vedada a celebração de contrato de PPP que tenha como objeto único o fornecimento de mão
de obra, o fornecimento e instalação de equipamentos ou a execução de obra pública.
Controvérsias
No que tange às controvérsias que surgirem nos contratos de concessão (comum ou especial), vale
mencionar que estas podem ser solucionadas mediante arbitragem.
Fiscalização e Controle
Consideração inicial
Encampação
É a rescisão unilateral por motivo de interesse público. Trata-se da retomada do serviço público pelo
poder concedente, antes do término do prazo contratual, por razões de interesse público, desde que haja lei
autorizativa, mediante o pagamento prévio de indenização para o concessionário.
Caducidade
Rescisão
Anulação
o Caso fortuito ou força maior, regularmente comprovados, que impeçam a execução do contrato.
o Falência ou extinção da empresa concessionária.
O contrato é de adesão.
Trata-se de ato administrativo unilateral, discricionário e precário, não se confundindo com concessão
ou permissão. Pode se dar a pessoas físicas ou jurídicas, sem necessidade de licitação.
Características ⤵
: CAIU EM CONCURSO +
"
+ "
:
Serviço público pode ser delegado por meio da concessão de autorização, desde que o contrato de
autorização seja precedido da realização de licitação.
Conceito
Agente público é todo aquele que exerce, AINDA QUE transitoriamente ou sem remuneração, por
eleição, nomeação, designação, contratação ou QUALQUER OUTRA FORMA de investidura ou vínculo,
mandato, cargo, emprego ou função nos órgãos e entidades da Administração Pública.
Perceba que o conceito de agente público, aqui, é amplo e é o mesmo conceito de “funcionário público”
para fins penais (expressão que, no Direito Administrativo, caiu em desuso). Assim, agente público NÃO SE
CONFUNDE com servidor público (que é apenas uma das espécies de agentes).
Agentes Políticos
Agentes políticos são os chefes do executivo (presidente da República, governadores e prefeitos), seus
auxiliares diretos (ministros de Estado, secretários estaduais e municipais) e aqueles eleitos para o exercício de
mandato no Poder Legislativo (senadores, deputados e vereadores).
Além disso, o STF acrescenta os membros da Magistratura e do Ministério Público, uma vez que atuam
no exercício de funções essenciais ao Estado e praticam atos inerentes à soberania do Estado.
Particulares em colaboração
Os particulares em colaboração com o Poder Público são as pessoas físicas que exercem função pública,
em seu próprio nome, sem vínculo empregatício, porém sob fiscalização do Poder Público, podendo receber
remuneração paga por terceiros. Podem ser divididos em:
Também conhecidos como agentes honoríficos, são todos aqueles que atuam em virtude
DESIGNADOS
de convocação efetivada pelo Poder Público. Exemplo: jurados e mesários.
CREDENCIADOS Atuam em nome do Estado em virtude de convênios celebrados com o Poder Público.
Agentes Administrativos
São vinculados aos órgãos e entidades da Administração Pública por relações profissionais e
remuneradas, sujeitos à hierarquia funcional. São subdivididos em:
Servidores Públicos
Regime estatutário ➡ o vínculo decorre de lei (que dispõe sobre os direitos e obrigações) e é com
a Administração Direta e Indireta de Direito Público (autarquia e fundação pública de direito público).
Ocupam cargos públicos (efetivos ou em comissão), sempre sujeitos ao regime de direito público.
Empregados Públicos
Empregados Temporários
STJ. 2ª Turma. RMS 65757-RJ, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 04/05/2021 (Info 695).
Resumindo...
Cargo Público
o Efetivos: ingresso por meio de concurso público de provas ou provas e títulos. Adquirem estabilidade.
o Comissionados: são de livre nomeação e exoneração, RESSALVADAS as condições e percentuais
mínimos para servidores de CARREIRA. Destina-se às funções de direção, chefia e assessoramento.
Não precisa de concurso público e não adquirem estabilidade.
o Vitalícios: ingresso por meio de concurso público de provas ou provas e títulos. Adquirem vitaliciedade.
Não adquirem estabilidade, mas a dispensa deve ser MOTIVADA e em razão de falta grave apurada em
processo administrativo em que seja assegurada a ampla defesa.
CRIAÇÃO E EXTINÇÃO Mediante lei de iniciativa do chefe do Poder Executivo do respectivo ente federativo.
Função Pública
Trata-se do conjunto de atribuições conferidas aos órgãos, aos cargos e aos empregos ou diretamente
aos agentes públicos, abrangendo:
i OBSERVAÇÕES i
Cargos efetivos
São estáveis após 3 anos de efetivo exercício os servidores nomeados para cargo de provimento
efetivo em virtude de concurso público. Como condição para a aquisição da estabilidade, é OBRIGATÓRIA a
avaliação especial de desempenho por comissão instituída para essa finalidade.
São casos nos quais não há punição, portanto não há demissão, mas EXONERAÇÃO.
Cargos em comissão
Cargos vitalícios
o ingresso se dá mediante:
Acessibilidade
Cargos, empregos e funções são acessíveis a todos os brasileiros que preencham os requisitos
estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei.
Investidura
O concurso tem validade de até 2 anos, prorrogável, uma vez, por igual período.
A habilitação legal (preenchimento dos requisitos exigidos para o cargo) é exigida no momento da
POSSE, exceto para os cargos da magistratura e do Ministério Público (3 anos de atividade jurídica) e da
Polícia Militar (idade máxima), cuja verificação ocorrerá na INSCRIÇÃO DEFINITIVA (informativo 821).
Reserva de vagas
O portador de surdez unilateral não se qualifica como pessoa com deficiência para o fim de disputar as
vagas reservadas em concursos públicos.
O portador de visão monocular tem direito de concorrer, em concurso público, às vagas reservadas
aos deficientes.
o Negros: no âmbito da União, é obrigatória a reserva de 20%, quando houver mais de 3 vagas.
Nulidade
A não observância do prazo ou de concurso causa nulidade, e as nomeações serão desfeitas, NÃO
havendo obrigação de devolver a remuneração.
Não obrigatoriedade
Os temporários passam por processo seletivo simplificado, PORÉM, a contratação para atender às
necessidades decorrentes de calamidade pública, de emergência ambiental e de emergências em saúde
pública DISPENSA processo seletivo.
Novo concurso
A lei 8.112/90 estabelece que não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em
concurso anterior com prazo de validade não expirado.
Porém, a CRFB/88 permite a realização de novo concurso, mas, durante o prazo improrrogável
previsto no edital, o aprovado será convocado com prioridade sobre novos concursados.
Nesse sentido:
PROMOVO O merecido.
READAPTO O doente.
REVERTO O aposentado.
APROVEITO O disponível.
REINTEGRO O demitido.
RECONDUZO O aspirante.
Provimento Originário
Nomeação
A investidura se dá com a posse (30 dias após a nomeação), devendo o empossado entrar em
exercício em, no máximo, 15 dias após a posse.
Provimento Derivado
Decorre de prévio vínculo com a Administração Pública, podendo ser vertical (no caso da promoção)
ou horizontal (nas demais hipóteses de provimento derivado). Deve ocorrer na MESMA carreira.
Promoção
É a elevação de um servidor de uma classe para outra dentro de uma mesma carreira. Com isso,
há a vacância do cargo inferior e o provimento do cargo superior.
Readaptação
É o aproveitamento do servidor em novo cargo razão de uma limitação sofrida na capacidade física
ou mental, sendo garantida a equivalência de vencimentos. Ocorre independentemente da existência de
cargo vago na carreira, podendo ser readaptado, no novo cargo, como excedente. Não havendo nenhum
cargo, na carreira, com funções compatíveis, o servidor será aposentado por incapacidade permanente.
Reversão
Reintegração
É o retorno do servidor público estável ao cargo que ocupava anteriormente, em virtude da anulação
do ato de demissão. Dá-se com o ressarcimento de todas as vantagens que o servidor deixou de receber
durante o período em que esteve afastado.
Recondução
Aproveitamento
S DISPONIBILIDADE (
y
) v
Trata-se da inatividade remunerada assegurada ao servidor que possui estabilidade, caso haja a extinção
de seu cargo ou a declaração de sua desnecessidade, sendo-lhe assegurada a remuneração
proporcional ao tempo de serviço até o seu adequado aproveitamento em outro cargo.
Resumindo. .
Hipóteses de acumulação
É vedada a acumulação remunerada de cargos e empregos públicos, exceto nos seguintes casos:
Outras hipóteses
o Afasta do cargo
Prefeito e Vice
o Opta pela remuneração
o Afasta
o Opta pela remuneração
TEMPO DE SERVIÇO: será contado para todos os efeitos legais, EXCETO para promoção por merecimento.
o Acumuláveis na atividade.
o Cargo em comissão.
o Cargo eletivo.
Sistema Remuneratório
Vencimento
Subsídio
Parcela única, vedados quaisquer acréscimos pecuniários, como gratificação, adicional, abono, prêmio,
verba de representação, ressalvadas as verbas de natureza indenizatória.
A remuneração e o subsídio somente poderão ser fixados ou alterados por lei específica.
Salário
Teto Remuneratório
Teto geral
Nenhum servidor público terá remuneração maior que o subsídio, em espécie, dos Ministros do STF.
Tetos específicos
o Os vencimentos dos cargos do Poder Legislativo e do Poder Judiciário não poderão ser superiores
aos pagos pelo Poder Executivo.
o É vedada a vinculação ou equiparação de quaisquer espécies remuneratórias para o efeito de
remuneração de pessoal do serviço público.
Disposições Gerais
Aposentadoria
No cargo em que estiver investido, quando insuscetível de readaptação, hipótese em que será
obrigatória a realização de avaliações periódicas para verificação da continuidade das condições que
ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente federativo.
Compulsoriamente
Aos 70 anos, ou aos 75, na forma de LC, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição.
Voluntariamente
No âmbito da União, aos 62 anos de idade, se mulher, e aos 65 anos de idade, se homem, e, no
âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, na idade mínima estabelecida mediante emenda
às respectivas Constituições e Leis Orgânicas, observados o tempo de contribuição e os demais requisitos
estabelecidos em lei complementar do respectivo ente federativo.
Aposentadoria especial
Pessoa com deficiência, previamente submetida a avaliação biopsicossocial realizada por equipe
1
multiprofissional e interdisciplinar.
Atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade
3 física → efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou
associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação.
Aproveitamento
Enquanto não for editada a lei específica regulamentando a greve no funcionalismo público, aplica-
se, no que couber, as leis que regulamentam a greve no setor privado.
STF
O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a
todos os servidores públicos que atuem diretamente na segurança pública.
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA - LEI 8.429/92
Disposições Gerais
Introdução
A Lei de Improbidade Administrativa – Lei 8.429 de 1992 foi alterada, SIGNIFICATIVAMENTE, pela
Lei 14.230, de 25 de outubro de 2021. Todas essas alterações já foram inseridas neste resumo.
o Na organização do Estado.
o No exercício de suas funções.
Sujeitos ativos
São as pessoas que praticam DOLOSAMENTE atos que violem a probidade na organização do
Estado e no exercício de suas funções e a integridade do patrimônio público e social dos Poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário, bem como da administração direta e indireta (da U, E, M, DF).
Qualquer agente público: trata-se do conceito em sentido amplo ➡ exercentes de mandato, cargo,
emprego ou função (por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de
investidura ou vínculo), ainda que transitoriamente ou sem remuneração.
G IMPORTANTE G
+
(
E
◦ (
E
◦
+
A Lei 14.230/2021 alterou a redação da Lei 8.429/92 no que tange a conceituação dos sujeitos ativos.
Contudo, não há impacto, uma vez que o rol já era amplo e incluía implicitamente todos aqueles citados
agora de maneira expressa.
Particular: também pode ser enquadrado na lei aquele que, mesmo não sendo agente público, induza
ou concorra DOLOSAMENTE para a prática do ato de improbidade.
No que se refere a recursos de origem pública, sujeita-se às sanções previstas na Lei de Improbidade o
particular, pessoa física ou jurídica, que celebra com a administração pública convênio, contrato de repasse,
contrato de gestão, termo de parceria, termo de cooperação ou ajuste administrativo equivalente.
As sanções desta Lei não se aplicarão à pessoa jurídica, caso o ato de improbidade administrativa
seja TAMBÉM sancionado como ato lesivo à administração pública de que trata a Lei nº 12.846 de 2013.
z STJ z
W
Y W
Y
É, claramente, hipótese mais benéfica ao particular réu da ação de improbidade, motivo pelo qual, a
regra deverá retroagir.
Sujeitos passivos
São as pessoas contra as quais pode ser praticado um ato de improbidade administrativa:
o Administração direta (U, E, DF, M) de qualquer dos três Poderes da República e indireta (Autarquias,
Fundações Públicas e Privadas, Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista).
o Entidade privada que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de entes públicos
ou governamentais da administração direta e indireta.
o Entidade privada para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra no seu patrimônio
ou receita atual, LIMITADO o ressarcimento de prejuízos, nesse caso, à repercussão do ilícito sobre
a contribuição dos cofres públicos (independentemente de integrar a administração indireta).
Resumindo.. .
Outras disposições
Ressalte-se que a ação de improbidade não é de natureza penal, nem civil. Antes da Lei 14.230/21,
os doutrinadores classificavam a ação de improbidade como ação civil. Entretanto, por disposição expressa
da lei, essa classificação está superada. Atualmente, trata-se de ação repressiva de caráter sancionatório.
Introdução
Qualquer ação ou omissão que enseje, efetiva e comprovadamente, perda patrimonial, desvio,
apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres
A Lei 14.230/2021 incluiu expressamente que o ressarcimento SOMENTE ocorrerá nas hipóteses de
PERDA PATRIMONIAL EFETIVA. Vejamos ⤵
ARTIGO 10
Nos casos em que a inobservância de formalidades legais ou regulamentares não implicar perda
§ 1º patrimonial efetiva, não ocorrerá imposição de ressarcimento, vedado o enriquecimento sem
causa das entidades referidas no art. 1º desta Lei.
A doutrina aponta para uma intenção do legislador em tornar o rol taxativo. Uma vez que a redação do
artigo 11, dispõe que a o ato de improbidade dar-se-á mediante a prática de umas das condutas elencadas.
Introdução
ESFERA REGULAMENTAÇÃO
ARTIGO 21
A absolvição criminal em ação que discuta os mesmos fatos, confirmada por decisão colegiada,
§4º impede o trâmite da ação da qual trata esta Lei, havendo comunicação com todos os fundamentos
de absolvição previstos no art. 386 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (CPP).
Veja que não importa mais o motivo da absolvição penal: se fundada nos mesmos fatos de ação de
improbidade e confirmada por órgão colegiado (sem necessidade de transitar em julgado), a absolvição
criminal IMPEDIRÁ o trâmite da ação de improbidade.
Espécies
PENAS
Sim. Sim.
SUSPENSÃO DOS
Até 14 anos Até 12 anos ----------------
DIREITOS POLÍTICOS
Equivalente ao valor do
Equivalente ao valor do dano. Até 24x a remuneração
acréscimo patrimonial.
MULTA
Pode ser aumentada ATÉ O DOBRO, se o juiz considerar que, em virtude da situação
econômica do réu, o valor calculado é ineficaz para reprovação e prevenção do ato.
PROIBIÇÃO DE
CONTRATAR COM Prazo não superior a 14 anos Prazo não superior a 12 anos Prazo não superior a 4 anos
O PODER PÚBLICO
Com a alteração efetuada pela Lei 14.230 de 2021, TODAS as sanções só poderão ser executadas
APÓS O TRÂNSITO EM JULGADO.
Declaração de bens
Apresentação
Atualização
A declaração de bens será atualizada anualmente e na data em que o agente público deixar o
exercício do mandato, do cargo, do emprego ou da função.
Sanção
Será apenado com a pena de demissão, sem prejuízo de outras sanções cabíveis, o agente público:
Resumindo
Procedimento administrativo e Processo judicial
Procedimento administrativo
Qualquer pessoa (qualificada - não pode ser anônima) poderá representar à autoridade administrativa
competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato de improbidade.
A representação pode ser escrita ou verbal (reduzida a termo e assinada) e conterá a qualificação
do representante, as informações sobre o fato e sua autoria e a indicação das provas de que tenha
conhecimento. Na falta dessas formalidades, a autoridade administrativa rejeitará a representação (mas isso
não impede a ação do Ministério Público).
Processo judicial
Natureza da ação
A partir da Lei 14.230 de 2021, a natureza da ação passou a ser repressiva de caráter sancionatório.
Legitimidade
Legitimidade ativa
A partir da Lei 14.230 de 2021, a ação será proposta EXCLUSIVAMENTE pelo Ministério Público e
seguirá o procedimento comum previsto no Código de Processo Civil.
Legitimidade passiva
o Agente Público.
o Particular em colaboração.
Foro competente
A ação deverá ser proposta perante o foro do local onde ocorrer o dano ou da pessoa jurídica
prejudicada e PREVENIRÁ a competência do juízo para todas as ações posteriormente intentadas que
possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.
FORO POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO
ANTES DA LEI Prevalece na jurisprudência que o foro por prerrogativa de função não alcança as
14.230 DE 2021 ações de improbidade administrativa, que tramitarão no juízo de 1º grau competente.
Procedimento
Se a petição inicial estiver em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a citação dos
requeridos para que a contestem no prazo comum de 30 dias. Assim, não há mais notificação para
oferecimento de defesa prévia. Vejamos ⤵
AGRAVO DE INSTRUMENTO
2 Da decisão que rejeitar questões preliminares suscitadas pelo réu em sua contestação.
4 Das decisões interlocutórias, inclusive da que rejeitar questões preliminares suscitadas em contestação.
Acordo de não persecução cível
Com a sanção do Pacote Anticrime, o dispositivo que proibia o TAC (transação, acordo ou
conciliação) passou a permitir a celebração de acordo de não persecução cível, sem prejuízo do
ressarcimento ao erário e da aplicação de uma ou algumas das sanções previstas em lei.
Nesse sentido, o Ministério Público poderá, conforme as circunstâncias do caso concreto, celebrar
acordo de não persecução civil, DESDE QUE dele advenham, ao menos, os seguintes resultados:
2 A reversão à PJ lesada da vantagem indevida obtida, ainda que oriunda de agentes privados.
De aprovação, no prazo de até 60 dias, pelo órgão do Ministério Público competente para apreciar
2
as promoções de arquivamento de inquéritos civis, se anterior ao ajuizamento da ação.
Para fins de apuração do valor do dano a ser ressarcido, deverá ser realizada a oitiva do Tribunal de
Contas competente, que se manifestará, com indicação dos parâmetros utilizados, no prazo de 90 dias.
Cautelares
Espécies
Na ação por improbidade administrativa poderá ser formulado, em caráter antecedente ou incidente,
pedido de indisponibilidade de bens dos réus, a fim de garantir a integral recomposição:
o Do erário.
o Do acréscimo patrimonial resultante de enriquecimento ilícito.
ORDEM DE INDISPONIBILIDADE
Vedações:
Sequestro
A redação antiga do artigo 16, que previa a possibilidade de tal cautelar especifica, foi revogado.
Bloqueio de contas
Afastamento temporário
A autoridade judicial competente poderá determinar o afastamento, de até 90 dias (+90), do agente
público do exercício do cargo, do emprego ou da função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida
for necessária à instrução processual OU para evitar a iminente prática de novos ilícitos.
Não se trata de penalidade (haja vista que o agente continua recebendo sua remuneração), mas sim de
medida cautelar que objetiva preservar a instrução processual.
Prescrição
A ação para a aplicação das sanções prescreve em 8 anos, contados a partir da ocorrência do fato
ou, no caso de infrações permanentes, do dia em que cessou a permanência.
Apesar dessa previsão na lei 8.429/92, vale lembrar que a Constituição Federal, em seu art. 37, §5º,
dispõe serem imprescritíveis as ações civis de ressarcimento ao erário.
PROCESSO ADMINISTRATIVO FEDERAL
Disposições Gerais
Conceito
Segundo José dos Santos Carvalho Filho, processo administrativo disciplinar – PAD é o instrumento
pelo qual a Administração Pública apura a ocorrência de infrações praticadas por seus servidores, aplicando,
se for o caso, as sanções adequadas.
Abrangência
O processo administrativo é aplicável à Administração Federal direta e indireta, bem como aos
poderes Legislativo e Judiciário da União, no exercício da função administrativa.
S SÚMULA 633 (
y
) v
A Lei 9.784/99, especialmente no que diz respeito ao prazo decadencial para revisão de atos
administrativos no âmbito da administração pública federal, pode ser aplicada de FORMA SUBSIDIÁRIA
aos Estados e municípios se inexistente norma local e específica regulando a matéria.
Definições importantes
Princípios
A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público
e eficiência. Além deles, são princípios do processo administrativo federal:
INDISPONIBILIDADE DO Atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes
INTERESSE PÚBLICO ou competências, salvo autorização em lei.
Busca pela realidade dos fatos, além do que está nos autos, permitindo a produção
VERDADE MATERIAL
de provas pela própria Administração Pública.
Direitos do administrado
Deveres do administrado
S CAPAZES (
y
) v
Competência
Introdução
A competência é IRRENUNCIÁVEL e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi atribuída como
própria, SALVO os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
Delegação
Se não houver impedimento legal, titulares podem delegar parte da sua competência a outros, ainda
que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de
circunstâncias de índole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente essa qualidade e considerar-
se-ão editadas pelo delegado (e não pelo delegante).
NÃO podem ser objeto de delegação:
MACETE: CENORA
Avocação
Impedimento e suspeição
Quem incorrer em impedimento deve comunicar o fato à autoridade, abstendo-se de atuar, sendo que
a omissão do dever de comunicar constitui FALTA GRAVE, para efeitos disciplinares.
Suspeição - situações subjetivas
Pode ser arguida em caso de amizade íntima ou inimizade notória com algum dos interessados ou
cônjuges, companheiros, parentes e afins até o 3º grau – arguida pelo próprio servidor ou interessados.
O indeferimento de alegação de SUSPEIÇÃO poderá ser objeto de recurso, sem efeito suspensivo.
Forma
Os atos do procedimento administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei
expressamente a exigir (princípio da informalidade). Nesse sentido:
o Em regra, deverá ser escrito (oral quando admitido), em vernáculo (língua portuguesa), com a data,
o local e a assinatura da autoridade.
o Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma só será exigido quando houver dúvida de autenticidade.
o A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão administrativo.
o O procedimento deverá ter suas páginas numeradas sequencialmente e rubricadas.
Tempo
Inexistindo disposição específica, os atos devem ser praticados no prazo de 5 dias, prorrogáveis por
mais 5, salvo força maior.
Lugar
Intimação
Objetivo
Se presta à:
Formalidades
o Identificação do intimado.
o Nome do órgão ou entidade.
o Finalidade da intimação.
o Data, hora e local para comparecer.
o Se o intimado deve ir pessoalmente ou se poderá ser representado.
o Indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.
o Informação sobre continuidade do procedimento, independente de comparecimento.
Meios de intimação
¿ PUBLICAÇÃO OFICIAL ◆
◆
ˆ
(
°
• (
°
•
¿
ˆ
Nulidade
As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais, mas o
comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade.
Revelia
Omissão de Intimação
Na instrução, não sendo atendida a intimação, poderá o órgão, se entender relevante a matéria,
suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a decisão.
Instauração
ˆ PLURALIDADE DE INTERESSADOS :̂
:̂
:
Em caso de pluralidade de interessados com conteúdo e fundamentos idênticos, poderá ser formulado
um único requerimento, salvo preceito legal em contrário.
Requerimento: deve ser escrito, salvo quando admitida solicitação oral, sendo vedada a recusa
imotivada de recebimento de documentos, devendo o servidor orientar o interessado.
Instrução
Introdução
Participação social
Consulta Pública
Em matérias de interesse geral, o órgão poderá, por despacho motivado, abrir consulta pública
(fixado prazo para alegações escritas), antes da decisão, se não houver prejuízo para a parte interessada.
O comparecimento à consulta pública não confere, por si, a condição de interessado, mas confere o
direito de obter da administração RESPOSTA FUNDAMENTADA, que poderá ser comum às alegações
substancialmente iguais.
Audiência Pública
A juízo da autoridade poderá ser realizada audiência pública (e não consulta pública) para debates
(orais) sobre a matéria do processo. Aqui, faz-se necessário diferenciar o seguinte ⤵
CONSULTA PÚBLICA AUDIÊNCIA PÚBLICA
Quando necessária à instrução, a audiência poderá ser realizada em reunião conjunta, com a
participação de titulares ou representantes dos órgãos competentes, lavrando-se a ata, a ser juntada.
o Diretamente.
o Por intermédio de organizações e associações legalmente reconhecidas.
Produção de provas
Disposições gerais
Ônus da prova
Cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo:
ARQUIVAMENTO
Se o interessado não fornecer dados, atuação ou documentos solicitados pela Administração e que
forem necessários à apreciação do pedido.
Produção de provas
O interessado poderá juntar documentos e pareceres, requerer diligências e perícias, bem como
aduzir alegações. Os elementos probatórios deverão ser considerados no relatório e na decisão.
Recusa de provas
Pode ocorrer por decisão fundamentada, quando ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias.
Órgão Consultivo
Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o parecer deverá ser emitido no
prazo máximo de 15 dias, salvo norma especial ou comprovada necessidade de maior prazo.
o Parecer obrigatório não vinculante: procedimento prossegue, e decisão pode ser tomada com sua
dispensa, sem prejuízo da responsabilização de que se omitiu.
o Parecer obrigatório vinculante: procedimento não terá seguimento até a respectiva apresentação,
responsabilizando-se quem der causa ao atraso.
Laudos Técnicos
Quando devam ser previamente obtidos laudos técnicos de órgãos administrativos e estes não
cumprirem o encargo no prazo, o órgão responsável pela instrução deverá solicitar laudo técnico de outro
órgão dotado de qualificação e capacidade técnica equivalentes.
Relatório
Órgão de instrução que não for competente para emitir a decisão final elaborará relatório e formulará
proposta de decisão, objetivamente justificada, encaminhando o processo à autoridade competente.
Defesa
Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no prazo máximo de dez dias,
SALVO se outro prazo for legalmente fixado.
Decisão
Dever de decidir
A Lei 13.655/2018 incluiu o art. 27 na LINDB para prever que a decisão do processo poderá impor
compensação por benefícios indevidos ou prejuízos anormais ou injustos resultantes do processo ou
da conduta dos envolvidos. Tal decisão será MOTIVADA, devendo haver, ainda, prévia oitiva das partes.
Decisão coordenada
Conceito
Novidade trazida pela Lei 14.210 de 2021, a decisão coordenada consiste na instância de natureza
interinstitucional ou intersetorial que atua de forma compartilhada com a finalidade de simplificar o processo
administrativo mediante PARTICIPAÇÃO CONCOMITANTE:
Hipóteses de aplicação
Vedações
o De licitação.
o Relacionados ao poder sancionador.
o Em que estejam envolvidas autoridades de Poderes distintos.
Ata da decisão
A decisão coordenada NÃO EXCLUI a responsabilidade originária de cada órgão ou autoridade envolvida.
Registro das orientações, das diretrizes, das soluções ou das propostas de atos governamentais
4
relativos ao objeto da convocação.
Posicionamento dos participantes para subsidiar futura atuação governamental de atos relativos ao
5
objeto de convocação.
Posicionamento dos participantes para subsidiar futura atuação governamental em matéria idêntica
6
ou similar.
Cabimento
z TRAMITAÇÃO Y
W
Y z
W
Reconsideração
O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no prazo
de 5 dias, o encaminhará à autoridade superior.
z SÚMULAS VINCULANTES z
W
Y W
Y
Se o recorrente alegar que a decisão contraria súmula vinculante, caberá à autoridade prolatora da
decisão impugnada, se não a reconsiderar, explicitar, antes de encaminhar o recurso à autoridade
superior, as razões da aplicabilidade ou inaplicabilidade dela, conforme o caso.
Legitimados
o Titulares.
o Terceiros interessados, que possam ter seus direitos afetados pela decisão.
o Organizações e associações (direitos e interesses coletivos).
o Cidadãos ou associações (direitos ou interesses difusos).
Efeito Suspensivo
Em regra, o recurso não tem efeito suspensivo, mas tem efeito devolutivo.
Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta reparação decorrente da execução, a autoridade
recorrida ou imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, conceder efeito suspensivo.
Não conhecimento do Recurso
o Fora do prazo.
o Interposto perante órgão incompetente (devendo ser indicada ao recorrente a autoridade
competente, sendo-lhe devolvido o prazo para recurso).
o Interposto por quem não seja legitimado.
o Exaurida a esfera administrativa.
O não conhecimento do recurso não impede que a administração reveja de ofício o ato ilegal, desde
que não ocorrida preclusão administrativa.
Decisão do Recurso
Prazos
Revisão
Os procedimentos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer tempo,
a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes que justificam a
inadequação da sanção aplicada. Da revisão não poderá resultar agravamento da sanção.
Preferência
Resumo
Considerações iniciais
A nova Lei de Licitações e Contratos – Lei 14.133 de 2021 foi sancionada no dia 1º de abril de 2021 e
veio para substituir ⤵
Vigência
O novo diploma legal entrou em vigor na data de sua publicação. Porém, as leis anteriores só serão
completamente revogadas em 2 anos contados da publicação da nova lei. Assim:
Isso significa dizer que, durante este período de 2 anos, a Administração Pública poderá escolher
entre a lei nova e as leis antigas (não sendo possível combiná-las), sendo que os contratos administrativos
decorrentes da licitação realizada serão regidos pela lei escolhida.
Importante mencionar que a Seção III (Dos crimes e das Penas) e a Seção IV (Do Processo e do
Procedimento Judicial) da Lei 8.666/93 foram INTEGRALMENTE revogadas na data da publicação da nova
lei e o capítulo II-B, do Código Penal, passou a prever os crimes em licitações e contratos administrativos.
Orientações
Deste modo, considerando que os dois regramentos continuam válidos, deixaremos neste material
os resumos de ambos. Portanto:
Disposições Gerais
Conceito
Licitação é um procedimento prévio para a escolha da proposta mais vantajosa para a Administração
Pública antes da celebração de um contrato administrativo.
Objetivos
o Garantia de isonomia.
o Seleção da proposta mais vantajosa para a Administração.
o Promoção do desenvolvimento nacional sustentável.
Normas
Obrigatoriedade de licitar
Devem licitar:
As empresas estatais (EP e SEM) têm seu processo regido por lei específica (Lei 13.303/2016).
Princípios da Licitação
Procedimento formal
A licitação pública sempre deverá observar um procedimento formal, uma vez que não se utiliza de
recursos privados, mas de recursos públicos. Deverá, portanto, observar todos os ditames estabelecidos na
lei, sob pena de anulação de todos os atos praticados.
O sigilo das propostas deverá ser determinado até a abertura destas, não podendo o conteúdo ser
devassado, sob pena de ocorrência de crime. Significa dizer que, antes da data marcada para a abertura das
propostas, um licitante não pode conhecer a proposta do outro.
] INTERVALO MÍNIMO ⬛
ˇ
_
⬛ ]
ˇ
_
O intervalo mínimo diz respeito ao período entre a publicação do edital e a abertura das propostas.
Assim, o julgamento deve ser objetivo no que tange aos critérios de escolha do vencedor, que
podem ser os seguintes:
o Melhor preço;
o Melhor técnica;
o Técnica e preço;
o Maior lance.
Comissão de licitação
A comissão de licitação é designada pela autoridade máxima do órgão e deve conter, no mínimo 3
membros, dos quais 2 devem ser servidores efetivos do órgão.
Os integrantes possuem responsabilidade solidária pelos atos da comissão, SALVO se algum dos
membros for voto vencido e deixar consignado em ata.
Disposições Gerais
o Concorrência;
o Tomada de preços;
o Convite;
o Concurso;
o Leilão;
o Pregão.
¯ VALORES ATUALIZADOS S̄
S
No caso da alienação, essa também pode ser feita por tomada de preços se o imóvel foi adquirido por:
Dação em pagamento.
Decisão Judicial.
o Licitação internacional.
Exceções:
Tomada de preços
Convite
Nessa modalidade, o instrumento convocatório não é o edital, mas a carta-convite, que NÃO é
publicada, mas afixada na repartição, em local visível ao público. Assim, há publicidade, mas não há publicação.
COMISSÃO Mediante justificativa, a comissão de licitação pode conter apenas 1 servidor efetivo.
Concurso
o Móveis:
Inservíveis (desafetados).
Apreendidos.
Penhorados (empenhados).
o Imóveis adquiridos por:
Dação em pagamento.
Decisão judicial.
Oficial.
Servidor público designado.
Pregão
É modalidade de licitação instituída pela Lei 10.520/2002 para aquisição de bens e serviços comuns,
assim considerados aqueles que podem ser designados no edital com expressão usual de mercado.
Assim, é utilizada somente para a aquisição de bens e serviços (e não para contratação de obras),
sem limite de valor. É sempre do tipo menor preço.
Fases da Licitação
Fase Interna
A Administração Pública poderá, nos editais de licitação para contratação de serviços, exigir da
contratada que um percentual mínimo de sua mão de obra seja ORIUNDO OU EGRESSO DO SISTEMA
PRISIONAL, com a finalidade de ressocialização do reeducando, na forma estabelecida em regulamento.
Fase Externa
o No Diário Oficial;
o Em jornal de grande circulação.
Na modalidade Convite, a carta-convite não é publicada, mas afixada na repartição, em local visível ao público.
IMPUGNAÇÃO
o Publica-se a errata.
o Começa novamente a contagem do intervalo mínimo, SALVO se não houver modificação no conteúdo
das propostas.
Habilitação
Nessa fase, os requisitos de habilitação devem estar previstos em lei E ser necessários à execução do
contrato. São eles:
No que tange às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, o último requisito pode ser regularizado
até a assinatura do contrato (prazo de 5 dias úteis, prorrogáveis por mais 5).
Classificação e Julgamento
Homologação
Adjudicação
Com a adjudicação, dá-se ao vencedor o título de vencedor, de modo que, caso o Poder Público
decida contratar, ele deve contratar SOMENTE o vencedor.
O vencedor é obrigado a cumprir o contrato se ele for convocado em até 60 dias da abertura da
proposta. Se ele não cumprir (antes ou após o prazo), chama-se o segundo colocado na proposta do
primeiro, e assim sucessivamente.
Pregão
No caso no Pregão, há uma inversão das fases do procedimento, ficando da seguinte forma:
o Publicação.
o Classificação (melhor proposta + as ofertadas em até 10% a mais – Mínimo 3 propostas).
o Habilitação.
o Adjudicação.
o Homologação.
Além disso, não há recurso entre as fases, somente após a adjudicação (prazo → imediatamente +
3 dias para a entrega das razões).
Conceito
O sistema de registro de preços é uma espécie de licitação que permite que a Administração Pública
registre preços de determinado produto para futura e eventual aquisição.
Assim, trata-se de uma licitação para fins de registro de preços, sendo que, ao final do procedimento,
lavra-se uma ata de registro de preços com validade de 1 ano. Importante mencionar que a referida ata não
vincula a Administração, podendo ela adquirir ou não os produtos.
Utilização
Esse procedimento viabiliza diversas contratações, esporádicas ou sucessivas, por meio de um único
processo, sem que haja necessidade de fazer uma nova licitação para cada aquisição.
Hipóteses:
o Contratação incerta.
o Fornecimento sequencial.
Licitação carona
A licitação carona consiste na adesão à ata de registro de preços por outro órgão, sendo vedado
ultrapassar o dobro do valor licitado. Para tanto, deve haver concordância do órgão que licitou e da empresa
vencedora do procedimento.
Contratação Direta
In exigibilidade
A Lei de Licitações, de forma exemplificativa, arrola 3 hipóteses em que a licitação se torna inexigível:
o Fornecedor exclusivo.
o Serviços técnicos especializados.
o Artistas consagrados pela mídia.
o Divulgação.
o Publicidade.
Resumindo ⤵
Dispensa
Os casos de dispensa de licitação são aqueles em que a licitação é viável, mas não é necessária.
Licitação dispensável
Determinada no art. 24 da Lei 8.666/1993, a licitação dispensável permite que a Administração Pública,
utilizando-se de seu CRITÉRIO DISCRICIONÁRIO, verifique se há viabilidade jurídica ou não da licitação. Assim,
poderá a Administração Pública realizar ou não o certame, desde que motive a dispensa.
o Em razão do valor.
o Em razão de urgência (contrato deve ser concluído em 180 dias improrrogáveis).
o Licitação deserta (quando não aparece ninguém para licitar).
A última hipótese não se confunde com licitação fracassada, na qual há licitantes, mas todos são inabilitados
ou desclassificados.
Resumindo ⤵
Resumindo...
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS – LEI 8. 6 66/93
Introdução
Após identificar a proposta mais vantajosa (através da licitação), a Administração celebra um contrato
com o particular. Este contrato é chamado de contrato administrativo.
Os contratos administrativos são aqueles celebrados pela Administração Pública em regime de Direito
Público e têm como características:
o Ser de adesão.
o Ser formal.
Quanto à última característica, vale dizer que é nulo o contrato verbal, SALVO para pequenas
compras (até 5% do valor do convite → R$ 8,8 mil) desde que de pronta entrega e pronto pagamento.
Não são todos os contratos da Administração Pública que são considerados contratos administrativos, uma
vez que o Poder Público também realiza contratos em regime de direito privado (ex.: contrato de locação).
Cláusulas Exorbitantes
Conceito
São denominadas cláusulas exorbitantes aquelas que, se utilizadas em contratos privados, levariam à
sua nulidade absoluta por impor gravames a uma das partes em detrimento da outra..
Tais cláusulas se justificam em virtude da supremacia do interesse público e estão implícitas em todo
contrato administrativo. A seguir, serão estudadas cada uma delas.
Alteração unilateral
Trata-se da possibilidade de alteração do contrato pela Administração sem que seja necessária a
concordância do particular. Para a alteração unilateral, devem ser respeitados os seguintes limites:
De qualquer forma, deve ser mantida a margem de lucro, sendo esta a única garantia do particular
(manutenção do equilíbrio econômico-financeiro). Além disso, eventuais prejuízos serão indenizados.
Rescisão unilateral
É possível, ainda, a rescisão unilateral, que deve ser precedida de processo administrativo em que
sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa.
Hipóteses:
o Inadimplemento do particular.
o Interesse público (nesse caso, os danos serão indenizados).
Fiscalização e Controle
A Administração Pública tem o poder-dever de fiscalização da execução dos contratos. Diz-se que
é um dever, uma vez que, se a ausência de fiscalização ensejar dano, ela estará obrigada a indenizar.
Aplicação de sanções
A Administração pode aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste, sem
necessidade de recorrer ao Judiciário. Para tanto, deve haver procedimento administrativo em que se
assegure o contraditório e a ampla defesa. Podem ser aplicadas as seguintes penalidades:
o Advertência;
o Multa;
o Suspensão de contratar com o Poder Público por até 2 anos.
o Declaração de inidoneidade enquanto perdurarem os motivos determinantes ou até a reabilitação
(ressarcimento) e após decorrido o prazo de 2 anos. A aplicação é feita exclusivamente por Ministro
de Estado, Secretário Estadual ou Secretário Municipal.
A Administração pode, nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis,
imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato. Visa garantir à continuidade do serviço público.
Garantia
A Administração poderá exigir do particular uma garantia/caução, que deve estar prevista
expressamente no instrumento convocatório. Pode ser, à escolha do contratado, em:
o Dinheiro.
o Títulos da dívida pública.
o Fiança bancária
o Seguro-garantia
Duração do contrato
CONTRATOS QUE NÃO GERAM DESPESA (EX.: CONCESSÃO DE SP) Qualquer prazo determinado
Restrições à Administração Pública
Subcontratação
Natural
o Término do prazo.
o Execução do objeto.
Anulação
Decorre de vício de ilegalidade originária e pode ocorrer por decisão administrativa ou judicial
O contrato pode ser extinto, ainda, em virtude do desaparecimento do contratado, como, por
exemplo, em caso de falência.
Rescisão
Por fim, pode haver a extinção do contrato por rescisão, que pode ser:
Não se confundem com os contratos de concessão de serviços públicos, já que neste há a cobrança
de tarifas dos usuários do serviço prestado.
É a contratação para aquisição de bens necessários à execução das atividades do órgão público,
seja mediante pagamento à vista ou parcelado, nos moldes definidos na proposta vencedora da licitação.
São contratos celebrados pela Administração Pública para que o particular, em um prazo máximo,
fixado na avença, execute obra pública para utilização do próprio ente estatal ou da coletividade em geral.
Nos termos da legislação, pode ser conceituada como obra toda construção, reforma, fabricação,
recuperação ou ampliação, realizada por execução direta ou indireta.
A contratação de obra deve ser realizada seguindo o cronograma de elaboração do projeto básico,
para posterior contratação do projeto executivo e, por fim, a celebração do ajuste para execução da obra.
LICITAÇÕES – LEI 14.133/2021
Disposições gerais
Conceito
Licitação é um procedimento administrativo prévio para a escolha da proposta mais vantajosa para
a Administração Pública antes da celebração de um contrato administrativo.
Objetivos
SOBREPREÇO S̄ SUPERFATURAMENTO S̄
Ocorre quando o preço orçado ou contratado Nesse caso, há um dano ao patrimônio da Administração
(seja de apenas um item, seja do valor global Pública, através de, por exemplo:
do objeto) for expressivamente superior aos o Medição de quantidades superiores às efetivamente
preços referenciais do mercado. executadas ou fornecidas.
o Deficiência na execução de obras e de serviços de
engenharia que resulte em diminuição da sua
qualidade, vida útil ou segurança.
o Alterações no orçamento de obras e de serviços de
engenharia que causem desequilíbrio econômico-
financeiro do contrato em favor do contratado.
o Outras alterações de cláusulas financeiras.
Normas
É vedada a criação de novas modalidades (ou a combinação das existentes) pelo administrador público e pelo
legislador de normas específicas (no exercício da competência suplementar). Contudo, é possível que a União
crie nova modalidade, por meio de lei, no exercício da competência privativa.
o Fundos especiais e demais entidades controladas direta ou indiretamente pela Administração Pública.
O procedimento licitatório das empresas estatais (EP e SEM) é regido por lei específica (Lei 13.303/2016).
Porém, as disposições penais da nova lei também se aplicam a essas empresas.
Resumindo...
Princípios da licitação
Princípios gerais
o Legalidade.
o Impessoalidade.
o Moralidade.
o Publicidade.
Exceções:
o Eficiência.
Outros princípios
Interesse público
O procedimento licitatório deve se pautar no interesse público, que deve prevalecer sobre o privado.
Probidade administrativa
Como exemplo de aplicação deste princípio, tem-se a implantação obrigatória de PROGRAMA DE INTEGRIDADE
pelo licitante vencedor nas contratações de grande vulto (que superam duzentos e dezesseis milhões oitenta e
um mil seiscentos e quarenta reais – valor atualizado pelo decreto 10.922 de 30 de dezembro de 2021).
Igualdade
( IMPORTANTE! G
E
◦
G
+ +
(
E
◦
Este princípio pode ser mitigado, por exemplo, com a aplicação de critérios de desempate e de margem de
preferência (aqui, a diferenciação é devida).
Planejamento
Como o próprio nome do princípio sugere, as contratações públicas devem ser planejadas. O
planejamento que se exige é aquele que seja eficaz e eficiente, e que se ajuste a todos os outros princípios,
regras e valores jurídicos previstos na CRFB/88 e na Lei.
Transparência
Se relaciona ao princípio da publicidade, de modo que, enquanto este preceitua que as informações
devem ser públicas, a transparência determina que essa publicidade deve se dar de maneira clara.
Eficácia
Segregação de funções
Este princípio determina que as atribuições ao longo do procedimento licitatório devem ser divididas
entre vários servidores, de modo que seja possível a fiscalização de um agente por outro. Objetiva evitar
falhas ou fraude na entidade durante o procedimento, uma vez que descentraliza o poder, estabelecendo
independência para as funções de execução operacional, custódia física e contabilização.
Motivação
Trata-se da indicação dos pressupostos de fato e de direito para a prática de determinado ato.
Julgamento objetivo
O instrumento convocatório, que na nova Lei de Licitações é apenas o edital, é a lei interna da licitação,
devendo ser estritamente observado pelos participantes e pela própria Administração Pública.
Segurança jurídica
Visa garantir a estabilidade das relações jurídicas. Assim, deve o administrador público empreender
esforços para garantir que no edital e no contrato contenham cláusulas que garantam a execução sem
intercorrências e com maior segurança para ambas as partes. Por exemplo, deve-se fixar critérios de reajuste,
periodicidade de medição, prazo para liquidação e pagamento, entre outras cláusulas.
Razoabilidade e proporcionalidade
Competitividade
Celeridade
A licitação deve ser conduzida de maneira célere (rápida). Um exemplo de aplicação deste princípio na
nova Lei de Licitações é a inversão da fase de habitação.
Economicidade
Aqui, trata-se da redução dos custos sem que haja o comprometimento da qualidade.
Por esse motivo, é vedada a aquisição de artigos de luxo, de modo que os itens de consumo deverão
possuir qualidade não superior à necessária para cumprir suas finalidades.
Pode-se afirmar que a sustentabilidade nas contratações busca satisfazer as necessidades do ente promotor
da contratação, com isonomia e visando a proposta mais vantajosa ao interesse público, bem como
alcançar o equilíbrio entre os pilares da sustentabilidade, gerando, de forma direta ou indireta, benefícios a
coletividade e minimizando impactos ao meio ambiente.
Agentes públicos da licitação
Agentes em geral
Agente de contratação
Diferentemente dos agentes em geral, ele deverá ser NECESSARIAMENTE servidor efetivo ou
empregado público integrante do quadro permanente da Administração Pública.
Na modalidade pregão, o agente responsável pela condução do certame será designado pregoeiro.
O agente de contratação será auxiliado por equipe de apoio e responderá INDIVIDUALMENTE pelos
atos que praticar, SALVO quando induzido a erro pela atuação da equipe.
Comissão de contratação
Em licitação que envolva bens ou serviços especiais, PODE (= faculdade) haver a substituição do
agente de contratação pela comissão de contratação. A referida comissão deverá ser formada por, no
mínimo, 3 membros, que responderão SOLIDARIAMENTE por todos os atos praticados pela comissão
(SALVO opinião individual fundamentada e registrada em ata).
Os servidores da comissão deverão observar os mesmos requisitos dos agentes em geral, devendo
ser, portanto, o PREFERENCIALMENTE servidores efetivos ou empregados públicos dos quadros
permanentes da Administração Pública. Assim ⤵
AGENTE DE CONTRATAÇÃO COMISSÃO DE CONTRATAÇÃO
Modalidades de licitação
Disposições Gerais
É vedada a criação de outras modalidades de licitação (ou a sua combinação) pelo administrador
público e pelo legislador de normas específicas. Porém, é possível a que a União crie novas modalidades no
exercício de sua competência privativa (criação de normas gerais).
o Pregão.
o Concorrência
o Concurso.
o Leilão.
o Diálogo competitivo.
Diferentemente da antiga Lei de Licitações, a nova Lei estabelece as modalidades de acordo com a
NATUREZA DO OBJETO da contratação e não mais conforme o valor desta. Observe o mapa a seguir:
O pregão segue o rito procedimental comum, devendo ser adotado sempre que o objeto possuir
padrões de desempenho e qualidade que possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de
especificações usuais de mercado (bens e serviços comuns).
Assim, essa modalidade NÃO pode ser aplicada nos seguintes casos:
o Menor preço.
o Maior desconto.
Resumindo:
Concorrência
A concorrência segue o rito procedimental comum, devendo ser adotada para contratação de bens
e serviços especiais e de obras e serviços comuns e especiais de engenharia.
Lembrando que o pregão também pode ser utilizado para serviços comuns de engenharia.
A concorrência também poderá ser utilizada na concessão de serviço público (precedida ou não de
execução de obra pública), bem como para contratação de parceria público-privada. Nesses casos, não há
obrigatoriedade da modalidade concorrência, uma vez que também é possível o diálogo competitivo.
o Menor preço.
o Melhor técnica ou conteúdo artístico.
o Técnica e preço.
o Maior retorno econômico.
o Maior desconto.
: OU SEJA +
+
" "
: O único critério não admitido é o de maior lance (exclusivo do leilão).
Resumindo:
Concurso
O concurso segue rito procedimental especial, devendo ser adotado para a escolha de trabalho
técnico, científico ou artístico, utilizando como critério de julgamento: “melhor técnica ou conteúdo artístico”.
O edital deverá ser divulgado no prazo MÍNIMO de 35 dias ÚTEIS antes da apresentação!
Resumindo:
Leilão
O leilão segue rito procedimental especial, devendo ser adotado para a alienação de bens imóveis e
móveis inservíveis ou legalmente apreendidos. O critério de julgamento é exclusivamente o maior lance.
Outra característica peculiar desta modalidade é a ausência de fase de habilitação. Além disso, a
realização se dará de forma eletrônica, SALVO comprovada inviabilidade técnica ou desvantagem.
Resumindo:
Diálogo competitivo
Cabimento
Essa é a grande novidade trazida pela nova Lei de Licitações e é utilizada para as contratações em
que a Administração Pública:
Portanto, é possível afirmar que esta modalidade de licitação é ideal para situações complexas que
as demais modalidades NÃO consigam solucionar. Assim, utiliza-se o diálogo competitivo em caso de obras,
serviços e compras em que sejam necessárias:
Comissão de contratação
Vale lembrar, ainda, que a responsabilidade dos membros é SOLIDÁRIA, salvo opinião individual
fundamentada e registrada em ata.
Procedimento
Edital de pré-seleção
O edital de pré-seleção deverá ser divulgado em site oficial e estabelecerá o prazo mínimo de 25
dias úteis para a manifestação dos interessados.
Pré-seleção
Aqui serão selecionados todos os interessados que atenderem aos critérios do edital.
Diálogo
É nessa fase que os pré-selecionados dialogarão com a Administração Pública, a fim de encontrarem
a solução mais adequada às suas necessidades.
A fase de diálogo poderá ser mantida até que a Administração, em decisão fundamentada, identifique a
solução ou as soluções que atendam às suas necessidades.
A Administração definirá a proposta vencedora de acordo com critérios divulgados no início da fase
competitiva, assegurada a contratação mais vantajosa como resultado.
Resumindo. .
Fases da licitação
Fase preparatória
A fase preparatória do processo licitatório é caracterizada pelo planejamento (sendo este, inclusive,
um dos princípios explícitos da licitação) e deve compatibilizar-se com o plano de contratações anual e com
as leis orçamentárias, bem como abordar TODAS as considerações que possam interferir na contratação.
Divulgação do edital
O intervalo mínimo entre a publicação do edital e a apresentação das propostas (ou manifestação
dos interessados, conforme o caso) será contado em dias úteis, observando os seguintes prazos:
POR MODALIDADE
CONCURSO 35 dias.
LEILÃO 15 dias.
TÉCNICA E PREÇO
- 35 dias úteis.
MELHOR TÉCNICA E PREÇO
Constituição da mão de obra: o edital poderá exigir que percentual mínimo da mão de obra
responsável pela execução do objeto da contratação seja constituído por:
Matriz de alocação de riscos: o cálculo do valor estimado da contratação poderá considerar taxa de
risco compatível com o objeto da licitação e com os riscos atribuídos ao contratado. É obrigatória para:
o Contratações de grande vulto (valor superior a duzentos e dezesseis milhões oitenta e um mil
seiscentos e quarenta reais – atualizado pelo decreto 10.922 de 30 de dezembro de 2021).
o Contratação integrada e semi-integrada.
Margem de preferência: poderá ser estabelecida nas seguintes hipóteses e condições:
CONFORME DECISÃO DO Bens manufaturados e serviços nacionais que atendam a normas técnicas
EXECUTIVO FEDERAL brasileiras.
CONFORME
Bens reciclados, recicláveis ou biodegradáveis.
REGULAMENTO
Vale lembrar que a margem de preferência não se aplica aos bens manufaturados nacionais e aos
serviços nacionais se a capacidade de produção ou de prestação no País for inferior à quantidade a ser
adquirida/contratada ou aos quantitativos fixados em razão do parcelamento do objeto, quando for o caso.
MAIOR LANCE Vence quem oferecer o maior valor pelo objeto. É cabível apenas no leilão.
Apresentação das propostas
Julgamento
o Jurídica.
o Técnica.
o Fiscal, social e trabalhista.
o Econômico-financeira.
Será exigida a apresentação dos documentos de habilitação apenas pelo licitante vencedor, EXCETO
quando a fase de habilitação anteceder a de julgamento.
Encerramento
Resumindo....
Credenciamento
COM SELEÇÃO A CRITÉRIO DE Caso em que a seleção do contratado está a cargo do beneficiário
TERCEIROS direto da prestação.
Pré-qualificação
o Licitantes que reúnam condições de habilitação para participar de futura licitação ou de licitação
vinculada a programas de obras ou de serviços objetivamente definidos.
o Bens que atendam às exigências técnicas ou de qualidade estabelecidas pela Administração.
o Estudos.
o Investigações.
o Levantamentos.
o Projetos de soluções inovadoras.
Registro de preços
Conceito
Assim, trata-se de um procedimento para fins de registro de preços, sendo que, ao final do
procedimento, lavra-se uma ata de registro de preços.
Obrigatoriedade
O registro dos preços NÃO obriga a Administração a contratar, mas obriga os participantes à
execução contratual nas condições estabelecidas na ata.
Licitação carona
É a adesão à ata de registro de preços por outro órgão, desde que haja:
i VEDAÇÕES i
A Administração Federal não pode aderir à ata dos demais entes (E, DF e M).
Contratação Direta
Inexigibilidade
A nova lei, de forma exemplificativa, arrola 5 hipóteses em que a licitação se torna inexigível:
Resumindo:
Dispensa
Os casos de dispensa de licitação são aqueles em que a licitação é viável, mas não é necessária.
Licitação dispensada
Aqui, a inocorrência do certame licitatório é OBRIGATÓRIA, mesmo que este seja viável. Isto significa
que NÃO HÁ DISCRICIONARIEDADE por parte da Administração Pública na realização ou não do certame:
a lei determina que o certame não deverá ocorrer. São as hipóteses de alienação de bens, móveis ou
imóveis, elencadas pelo artigo 76 da nova Lei de Licitações.
Licitação dispensável
Resumindo. .
Resumindo...
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS – LEI 14.133/2021
Introdução
Após identificar a proposta mais vantajosa (através da licitação), a Administração celebra um contrato
com o particular. Este contrato é chamado de contrato administrativo.
Os contratos administrativos são aqueles celebrados pela Administração Pública em regime de Direito
Público e têm como características:
o Ser de adesão.
o Ser formal.
Quanto à última característica, vale dizer que é nulo o contrato verbal, SALVO para pequenas compras
(até dez mil oitocentos e quatro reais e oito centavos – valor atualizado pelo decreto 10.922 de 30 de dezembro
de 2021) ou serviços de pronto pagamento.
Não são todos os contratos da Administração Pública que são considerados contratos administrativos, uma
vez que o Poder Público também realiza contratos em regime de direito privado (ex.: contrato de locação).
Cláusulas Exorbitantes
Conceito
São denominadas cláusulas exorbitantes aquelas que, se utilizadas em contratos privados, levariam à sua
nulidade absoluta por impor gravames a uma das partes em detrimento da outra.
Tais cláusulas se justificam em virtude da supremacia do interesse público e estão implícitas em todo
contrato administrativo. A seguir, serão estudadas cada uma delas.
Modificação unilateral
Trata-se da possibilidade de alteração do contrato pela Administração sem que seja necessária a
concordância do particular. Para a alteração unilateral, devem ser respeitados os seguintes limites:
De qualquer forma, deve ser mantida a margem de lucro, sendo esta a única garantia do particular
(manutenção do equilíbrio econômico-financeiro). Além disso, eventuais prejuízos serão indenizados.
Extinção unilateral
É possível, ainda, a extinção unilateral, que deve ser precedida de processo administrativo em que
sejam assegurados o contraditório e a ampla defesa.
EM SUMA ▪▪▪
A Administração poderá extinguir unilateralmente o contrato sempre que o descumprimento não for
decorrente de sua própria conduta.
Fiscalização
A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por 1 ou mais fiscais do contrato,
representantes da Administração especialmente designados ou pelos respectivos substitutos, permitida a
contratação de terceiros para assisti-los e subsidiá-los com informações pertinentes a essa atribuição.
Aplicação de sanções
A Administração pode aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do ajuste, sem
necessidade de recorrer ao Judiciário. Para tanto, deve haver procedimento administrativo em que se
assegure o contraditório e a ampla defesa.
o Advertência;
o Multa;
o Impedimento de licitar e contratar por até 3 anos.
o Declaração de inidoneidade, que gerará impedimento para licitar e contratar pelo prazo mínimo de
3 anos e prazo máximo de 6 anos.
Ocupar provisoriamente bens móveis e imóveis e utilizar pessoal e serviços nas hipóteses de:
i CUIDADO i
Outras cláusulas
Garantia
A Administração poderá exigir do particular uma garantia/caução, que deve estar prevista
expressamente no instrumento convocatório. Pode ser, à escolha do contratado, em:
o Dinheiro.
o Títulos da dívida pública.
o Fiança bancária
o Seguro-garantia
Duração do contrato
A duração dos contratos administrativos será a prevista em edital, e deverão ser observadas, no
momento da contratação e a cada exercício financeiro:
Note que NÃO há mais a vedação aos contratos por prazo indeterminado.
Medidas de compensação
Os editais de licitação poderão exigir que o contratado promova, em favor de órgão ou entidade
integrante da Administração Pública ou daqueles por ela indicados:
o Medidas de compensação:
Comercial.
Industrial.
Tecnológica
o Acesso a condições vantajosas de financiamento.
o Bens.
o Serviços.
o Obras
Hipóteses
Sempre que atendidas as condições do contrato e da matriz de alocação de riscos, será considerado
mantido o equilíbrio econômico-financeiro, renunciando as partes aos pedidos de restabelecimento do
equilíbrio relacionados aos riscos assumidos, EXCETO no que se refere:
Significa dizer que, nos casos acima, é possível pleitear a revisão contratual para o restabelecimento do
equilíbrio econômico-financeiro, MESMO com a previsão contratual da matriz de alocação de riscos.
CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO
Introdução
Classificação
Quanto à origem
o Externo: exercido por um ente que não integra a mesma estrutura organizacional do órgão fiscalizado,
bem como por um Poder sobre o outro e pela própria população (ex.: julgamento das contas do
Presidente da República pelo Congresso Nacional.
o Interno: exercido por órgão especializado pertencente à mesma estrutura do fiscalizado (Ex.: CNJ).
Quanto ao momento
Quanto à amplitude
Quanto à natureza
o Legalidade: verifica-se a conformidade às normas. É exercido pela Administração (anulação, com efeitos
ex tunc) ou pelo próprio Poder Judiciário.
o Mérito: verifica-se o juízo de conveniência e oportunidade. É exercido pela Administração (revogação,
com efeitos ex nunc) e, excepcionalmente, feito pelo Poder Judiciário nos casos de afronta à
razoabilidade/proporcionalidade.
Quanto à natureza do controlador
Controle Administrativo
É o exercido pela Administração Pública sobre os seus próprios atos, de ofício ou por provocação. Além
disso, pode ser exercido pelo Legislativo e Judiciário no exercício da função atípica de administrar.
Pedido de reconsideração: é o pedido de reexame do ato pela mesma autoridade que o expediu. Se
não houver reconsideração em 5 dias, encaminha-se o recurso à autoridade superior.
Representação: é o direito denunciar irregularidades dos atos da Administração Pública. Pode ser proposta
a qualquer tempo, por qualquer pessoa, ainda que não afetada pela irregularidade ou pela conduta abusiva. A
Administração tem o poder-dever de averiguar e punir os responsáveis em nome do princípio da legalidade,
sob pena de condescendência criminosa.
Reclamação administrativa: é pedir reconhecimento de direito ou correção de ato que cause lesão ou
ameaça de lesão a direito. Salvo disposição em contrário, o prazo para a sua propositura é de um ano, contado
do ato ou atividade lesiva. Deve ser feita por quem foi atingido pelo ato administrativo.
Recurso hierárquico: é o pedido de reexame de uma decisão administrativa por autoridade superior à
autoridade que proferiu a decisão. Se o recurso é dirigido a autoridade do mesmo órgão, o recurso é hierárquico
próprio; se é dirigido a autoridade de outro órgão, o recurso é hierárquico impróprio (que só é admitido quando
houver previsão legal).
z SÚMULA VINCULANTE 21 Y
W
Y W
z
Controle Judicial
É o controle realizado pelos órgãos do Poder Judiciário, no exercício de sua atividade jurisdicional,
sobre os atos administrativos praticados pelo Poder Executivo, bem como sobre atos administrativos
editados, no exercício de função administrativa, pelos demais Poderes.
O controle judicial em espécie poderá ser realizado através do MS, Ação Popular, Ação Civil Pública.
Controle Legislativo
É exercido pelo Legislativo, nos casos previstos na Constituição Federal. Pode ser:
Resumindo...
INTERVE NÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE
Preliminarmente
Segue um resumo acerca das espécies de intervenção de acordo com essa classificação:
Intervenções Supressivas
Desapropriação
Modalidades
Desapropriação comum
Procedimento:
A função social, nesse caso, consiste no aproveitamento racional e adequado; utilização adequada dos
recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; observância das disposições que regulam as
relações de trabalho; exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.
Essa modalidade de desapropriação é feita para fins de Reforma Agrária.
o A pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde o proprietário não possua outra.
o A propriedade produtiva.
Bens imóveis:
Bens móveis: utilizados para tráfico de drogas, bem como na exploração de trabalho escravo.
Serão destinados para um fundo especial com destinação especifica, na forma da lei.
Quadro resumo
DESAPROPRIAÇÃO SANÇÃO PARA Solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado.
REFORMA URBANA Indenização: em títulos da dívida pública com prazo de resgate de até 10 anos.
o Competência para legislar: privativa da União, delegável aos Estados, por Lei Complementar.
o Competência material (declarar utilidade / necessidade pública / interesse social): competência
concorrente → todos os entes, por decreto ou Lei, devendo ser observado o tipo de desapropriação.).
o Competência para promover a desapropriação (execução dos atos materiais e concretos): além dos
entes políticos, pode ser feita por autarquias, concessionárias e permissionárias de serviço público.
Bens móveis, imóveis, corpóreos, incorpóreos, públicos ou privados, até o espaço aéreo e o subsolo.
Bens públicos: nesse casso, a desapropriação deve obedecer à hierarquia federativa e exige autorização
legislativa emanada do ente que promove a desapropriação. Assim:
O Estado não pode desapropriar bens da União e os municípios, dos Estados e de outros municípios.
Administração Indireta: em regra, um ente menor não pode desapropriar bens da Administração de um
ente maior, salvo autorização, por decreto, do Chefe do Executivo.
Procedimento de Desapropriação
Fase declaratória
Pode ser feita por todos os entes da federação, mediante decreto ou lei.
Consequências:
: LEI 13.867/2019 +
"
+ :
"
Aqui, o Poder Público notifica o expropriado e apresenta a oferta de indenização. Este terá o prazo de 15
dias para aceitar ou rejeitar, sendo que o silêncio é considerado rejeição.
Pode ser feita pelos entes da federação, pela Administração Indireta, por Consórcios Públicos e por
Concessionárias de Serviço Público (nesse último caso, por previsão em lei ou contrato).
Pode se dar:
Desapropriação indireta
Trata-se, na verdade, de um esbulho por parte do Estado, uma vez que não há procedimento regular
de desapropriação. Nesse caso, o particular somente poderá requerer uma indenização justa, mediante Ação
de Indenização por Desapropriação Indireta ou Apossamento Administrativo. A doutrina entende que se, tão
logo ocorra o apossamento, mas ainda não tiver ocorrido a incorporação do bem para uma atividade de
interesse público, o particular poderá ingressar com a ação de reintegração de posse.
A prescrição da pretensão indenizatória é de 10 anos (mesmo prazo da usucapião do art. 1.238, parágrafo
único do Código Civil).
Direito de Extensão
Em caso de desapropriação parcial, quando a parte não expropriada do bem se torna inútil ou sem valor
econômico, o proprietário pode pedir que seja estendida a todo o bem.
Tredestinação
Conceito
Ocorre quando o Poder Público dá, ao bem desapropriado, destinação diversa da inicialmente prevista.
Pode ser:
LÍCITA Quando o Poder Público observa o interesse público, NÃO havendo ilegalidade.
Retrocessão
É o direito de exigir de volta o imóvel caso o Poder Público não dê a ele o destino que motivou a
sua desapropriação, nem outro destino que atenda o interesse público. Para tanto, o proprietário possui
direito de preferência e deve pagar o seu valor atual (e não o que recebeu de indenização).
Intervenções Restritivas
Limitação administrativa
Imposição de caráter geral e abstrato, com efeitos ex nunc, que atinge uma quantidade indeterminada
de bens. Em regra, não acarreta o dever de indenizar, ressalvados os casos em que a limitação administrativa
vier a causar um prejuízo especifico a um determinado sujeito.
Exemplo: a imposição de altura máxima para construir até o oitavo andar do prédio “x” no terreno “y” –
é determinação geral que vale para qualquer particular que queira construir naquele local.
Servidão administrativa
Imposição de caráter específico, incidente sobre bem imóvel, que visa permitir obras e serviços de
interesse coletivo. É de caráter perpétuo, isto é, sem prazo determinado.
Figuras:
o Dominante: o serviço.
o Serviente: a propriedade do particular.
Em regra, a servidão não acarreta o dever de indenizar, salvo se houver dano. Nesse caso, a
indenização é prévia (procedimento similar ao da desapropriação).
Requisição administrativa
No caso de iminente perigo público, a autoridade competente poderá usar de propriedade particular,
assegurada ao proprietário indenização ulterior, se houver dano.
A requisição pode ser civil (que tem por escopo evitar danos à vida, à coletividade ou à saúde) ou
militar (nos casos de guerra ou de perturbação da ordem).
Incide sobre bens móveis (leitos de hospitais), imóveis (locais particulares para abrigar pessoas) ou
serviços (requisição de serviços médicos de hospitais particulares).
Não há perigo público, mas necessidade temporária de ocupação para execução de obras e serviços
públicos. Indenização → prévia, se houver dano
Tombamento
Visa a proteção do meio ambiente cultural e atinge bens corpóreos, que podem ser móveis ou imóveis.
Possui caráter perpétuo, ou seja, não há prazo determinado.
Pode ser:
o De ofício: dá-se em bens públicos, como é o tombamento dos bens da União, Estados, DF e municípios.
Neste caso, somente haverá a notificação da entidade proprietária do bem.
o Voluntário: sempre que o proprietário o pedir e a coisa se revestir dos requisitos necessários para
constituir parte integrante do patrimônio histórico e artístico nacional ou sempre que este anuir, por
escrito, à notificação, que se lhe fizer, para a inscrição da coisa em qualquer dos Livros do Tombo.
o Compulsório: quando o proprietário se recusar a anuir à inscrição da coisa.
Com o CPC/2015, o instituto do “direito de preferência” previsto no Decreto-lei n. 25/37 foi revogado.
o Local: Município.
o Regional: Estado.
o Nacional: União.
Conceito
Atualmente, não se considera como bens públicos aqueles que sejam pertencentes às pessoas
jurídicas de direito privado, por mais que estas possam fazer parte da Administração Pública e venham a
prestar serviços públicos. Nesse caso, apesar de não serem considerados como bens públicos propriamente
ditos, estão sujeitos a determinadas normas de direito público aplicáveis aos bens públicos em espécie.
Assim:
São os bens destinados para a utilização geral de todos os indivíduos, devendo ser utilizados de
forma isonômica por todos os que estão no respectivo território nacional.
São utilizados pelo próprio Poder Público, para que possam realizar a execução de suas atividades
administrativas. Temos como exemplos o local de funcionamento das repartições públicas, os hospitais
públicos, os cemitérios públicos, dentre outros.
São os bens que se constituem como uma espécie de patrimônio disponível do Poder Público, ou
seja, que não possuem, naquele dado momento, uma destinação pública específica.
São exemplos desses bens as terras devolutas, os terrenos da marinha, os imóveis que estejam
desocupados e que pertençam ao Poder Público etc.
Resumindo...
Afetação e Desafetação
Afetação
Desafetação
É a retirada fática ou jurídica da destinação pública que anteriormente possuía um determinado bem
público. Pode se dar por ato administrativo, lei ou, no caso de bens de uso especial, por fatos da natureza.
Características
Porém, existe uma única exceção em que se admite a penhora de bens públicos: quando ocorrer
preterição no pagamento de precatórios, desrespeitando a ordem cronológica estabelecida na Constituição
Federal, no art. 100, possibilitando o sequestro de verbas públicas.
Imprescritibilidade: não podem ser usucapidos, sendo que a sua utilização não é posse, mas mera
detenção. A súmula 340 do STF confere essa característica inclusive aos bens dominicais.
A ocupação indevida de bem público configura mera detenção, de natureza precária, insuscetível de
retenção ou indenização por acessões e benfeitorias.
Inalienabilidade (relativa): para que sejam alienados, devem ser preenchidas as seguintes condições:
o Desafetação.
o Declaração de interesse público.
o Avaliação prévia.
o Autorização legislativa específica (no caso dos bens imóveis).
Os bens públicos de uso comum podem ser utilizados de modo especial pelo particular. Vejamos:
É ato administrativo discricionário e precário, que permite a utilização do bem no interesse do particular.
É contrato administrativo, ato discricionário, mas não precário, em que o bem é utilizado no interesse
do particular, mas há também o interesse público.
Tabela Comparativa
Uso facultativo pelo particular Uso obrigatório pelo particular Uso obrigatório pelo particular
Revogação a qualquer tempo, Revogação a qualquer tempo, Rescisão nas hipóteses em lei,
sem indenização, SALVO se sem indenização, SALVO se cabendo indenização se a causa
outorgada com prazo ou outorgada com prazo ou não for imputável ao
condicionada condicionada concessionário.
Principais bens públicos em espécie
União
o Os que atualm ente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos.
o As terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das
vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei.
o Os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um
Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro ou dele provenham,
bem como os terrenos marginais e as praias fluviais.
o As ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas; as ilhas oceânicas
e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios, exceto aquelas áreas afetadas
ao serviço público e a unidade ambiental federal, e aquelas sob o domínio dos Estados.
o Os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva.
o O mar territorial.
o Os terrenos de marinha e seus acrescidos.
o Os potenciais de energia hidráulica.
o Os recursos minerais, inclusive os do subsolo.
o As cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos.
o As terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.
Estados
Municípios
A CRFB/88 não atribuiu aos municípios, expressamente, a titularidade de bens, pertencendo a estes os
bens de uso comum da sociedade local como praças, vias públicas e logradouros públicos.