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Com carinho,
Equipe Ceisc ♥
Revisão Turbo | 38º Exame de Ordem
Direito Eleitoral
2. Sistemas Eleitorais
a) por maioria absoluta: o candidato, para ser eleito, precisa de mais da metade dos
votos válidos. São eleitos por este sistema: Presidente da República; Governadores
dos Estados e do Distrito Federal; Prefeitos nos Municípios com mais de 200.000
eleitores (possibilidade de 2º turno);
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b) por maioria simples: o candidato, para ser eleito, precisa ter mais votos que os
demais candidatos. São eleitos por esse sistema: Prefeitos nos Municípios com
menos de 200.000 eleitores e Senadores.
No sistema proporcional adotado no Brasil (sistema proporcional com lista aberta), não
importa apenas quantos votos recebeu o candidato; importa, primeiramente, quantos votos
recebeu o partido político. Após apurado o número total de votos de todos os candidatos do
partido (e do próprio partido político), é definido o número de cadeiras que serão ocupadas pelo
partido político, qualificando-se os mais votados dentro do partido.
Para verificar quais serão os eleitos por esse sistema, utiliza-se o quociente eleitoral e o
quociente partidário, conforme arts. 106 e 107 do Código Eleitoral.
Ainda, há o chamado sistema eleitoral misto, o qual não é adotado no Brasil. Esse é um
sistema intermediário entre o sistema majoritário e o proporcional, adotado em países como
Alemanha e México.
A organização e a competência dos tribunais, dos juízes de direito e das juntas eleitorais
será disciplinada por lei complementar, conforme dispõe o art. 121 da CF/88.
Nesse âmbito, cumpre informar que o Código Eleitoral (Lei nº 4.737/65), que é lei ordinária,
foi recepcionado pela CF/88 como Lei Complementar na parte que trata da organização e da
competência da Justiça Eleitoral.
Outra informação importante é que os juízes dos tribunais eleitorais têm investidura por
tempo determinado, ou seja, são cargos temporários. Por isso, esses membros não possuem
vitaliciedade. Essa é previsão do art. 121, § 2º, da CF/88:
Art. 121, § 2º, da CF/88. Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão
por dois anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos, sendo os
substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para
cada categoria.
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Assim, cinco membros são eleitos (três do STF e dois do STJ) e dois membros nomeados
pelo Presidente da República (entre advogados).
O Presidente e o Vice-Presidente do TSE serão eleitos entre os ministros do STF. Já o
Corregedor Eleitoral será eleito entre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça (art. 119,
parágrafo único, da CF/88).
Tribunal Regional Eleitoral (TRE). Haverá um Tribunal Regional Eleitoral em cada
Estado e um no Distrito Federal (art. 120 da CF/88).
Os TREs, que terão sete membros, serão compostos (art. 120, § 1º, da CF/88):
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Junta Eleitoral. Junta eleitoral é algo próprio da Justiça Eleitoral. Segundo o art. 36 do
Código Eleitoral, compor-se-ão as juntas eleitorais de um juiz de direito, que será o presidente,
e de 2 (dois) ou 4 (quatro) cidadãos de notória idoneidade. Ou seja, as juntas eleitorais serão
compostas por 3 ou 5 membros. Assim, é um órgão colegiado.
O órgão diplomador das eleições municipais de Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores é a
junta eleitoral (art. 40, IV, do Código Eleitoral). Se houver várias juntas eleitorais, a diplomação
será feita pela junta eleitoral do juiz mais antigo.
4. Partidos Políticos
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Mas para que seja possível essa criação, será necessário obter uma quantidade mínima
de eleitores que assinem uma declaração de apoio a esse novo partido. É o chamado
apoiamento mínimo de eleitores, que vem disposto no art. 7º, § 1º, da Lei dos Partidos Políticos:
Art. 7º, § 1º. Só é admitido o registro do estatuto de partido político que tenha caráter
nacional, considerando-se como tal aquele que comprove, no período de dois anos, o
apoiamento de eleitores não filiados a partido político, correspondente a, pelo menos,
0,5% (cinco décimos por cento) dos votos dados na última eleição geral para a
Câmara dos Deputados, não computados os votos em branco e os nulos, distribuídos
por um terço, ou mais, dos Estados, com um mínimo de 0,1% (um décimo por cento)
do eleitorado que haja votado em cada um deles.
Nota-se que, com isso, garante-se o caráter nacional do partido político, exigido pelo art.
17, inciso I, da Constituição Federal. Nota-se, ainda, que o apoiamento deve se dar por pessoas
não filiadas a nenhum partido e que tal deve ocorrer no prazo de dois anos.
Para um partido político participar de um pleito eleitoral, deverá ter existência mínima de
6 meses, conforme art. 4º da Lei 9.504/97:
Art. 4º: Poderá participar das eleições o partido que, até seis meses antes do pleito, tenha
registrado seu estatuto no Tribunal Superior Eleitoral, conforme o disposto em lei, e tenha,
até a data da convenção, órgão de direção constituído na circunscrição, de acordo com o
respectivo estatuto (Redação dada pela Lei nº 13.488, de 2017).
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pessoa humana e, ainda, deverão ser observados (art. 17, caput e § 4º, da CF/88):
• preceitos de caráter nacional;
• proibição de recebimento de recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiros
ou de subordinação a estes;
• prestação de contas à Justiça Eleitoral;
• funcionamento parlamentar de acordo com a lei; e
• vedação da utilização pelos partidos políticos de organização paramilitar.
Corroborando, está o art. 6º da Lei 9.096/95, que afirma que é vedado ao partido político
ministrar instrução militar ou paramilitar, utilizar-se de organização da mesma natureza e adotar
uniforme para seus membros.
Ainda, assegura-se aos partidos políticos autonomia para definir sua estrutura interna e
estabelecer regras sobre escolha, formação e duração de seus órgãos permanentes e
provisórios e sobre sua organização e funcionamento e para adotar os critérios de escolha e o
regime de suas coligações nas eleições majoritárias, vedada a sua celebração nas eleições
proporcionais, sem obrigatoriedade de vinculação entre as candidaturas em âmbito nacional,
estadual, distrital ou municipal, devendo seus estatutos estabelecer normas de disciplina e
fidelidade partidária (art. 17, § 1º, da CF/88 e art. 3º da Lei dos Partidos Políticos).
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A) A partir da edição da Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096/95) e da alteração do Código Civil
Brasileiro pela Lei nº 10.825/2003, os partidos políticos são considerados pessoas jurídicas de direito
privado; todavia, sendo relevante seu papel no Estado Democrático de Direito, os partidos políticos
ocupam posição de destaque no campo do Direito Eleitoral.
B) A partir da edição da Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096/95) e da alteração do Código Civil
Brasileiro pela Lei nº 10.825/2003, os partidos políticos são considerados pessoas jurídicas de direito
público e estão abrangidos de modo integral no campo do Direito Eleitoral.
C) A partir da edição da Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096/95) e da alteração do Código Civil
Brasileiro pela Lei nº 10.825/2003, os partidos políticos são considerados pessoas jurídicas de direito
público; não obstante, sua abrangência ao campo do Direito Eleitoral é parcial.
D) A partir da edição da Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096/95) e da alteração do Código Civil
Brasileiro pela Lei nº 10.825/2003, os partidos políticos são considerados pessoas jurídicas de direito
privado; todavia, sendo relevante seu papel no Estado Democrático de Direito, toda a matéria relativa
aos partidos políticos está no âmbito da competência da Justiça Eleitoral.
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Art. 23. Para fins de fixação do domicílio eleitoral no alistamento e na transferência, deverá
ser comprovada a existência de vínculo residencial, afetivo, familiar, profissional,
comunitário ou de outra natureza que justifique a escolha do município.
5.3. Elegibilidade
Para que possamos ser votados, ou seja, sermos um representante eleito do povo,
precisamos preencher os requisitos de elegibilidade. Segundo a Constituição Federal, em seu
art. 14, § 2º, são condições de elegibilidade:
I - a nacionalidade brasileira;
II - o pleno exercício dos direitos políticos;
III - o alistamento eleitoral;
IV - o domicílio eleitoral na circunscrição;
V - a filiação partidária;
VI - a idade mínima de:
a) trinta e cinco anos para Presidente e Vice-Presidente da República e Senador;
b) trinta anos para Governador e Vice-Governador de Estado e do Distrito Federal;
c) vinte e um anos para Deputado Federal, Deputado Estadual ou Distrital, Prefeito, Vice-
Prefeito e juiz de paz;
d) dezoito anos para Vereador.
Para o exercício absoluto do direito de ser votado, o candidato não pode incorrer em
nenhuma das causas de inelegibilidade.
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5.4. Inelegibilidade
A inelegibilidade significa a existência de causas negativas que impedem o cidadão de
exercer a sua capacidade eleitoral passiva, ou seja, impede o indivíduo de ser votado. A
inelegibilidade pode ser vista como um impedimento ao exercício da cidadania passiva, ficando
o sujeito impossibilitado de ser escolhido para ocupar cargo público eletivo.
Importante notar que a inelegibilidade não impede o indivíduo de votar, só impede de ser
votado. As inelegibilidades podem ser absolutas ou relativas.
As inelegibilidades absolutas são as regras que impedem a candidatura para qualquer
cargo eletivo. Diante desse caráter absoluto, somente podem ser previstas, de forma taxativa,
na CF/88.
Já as inelegibilidades relativas impedem a candidatura para algum cargo eletivo ou
mandato, em função da situação em que se encontre o cidadão candidato, previstas no art. 14,
§§ 5º a 8º, da CF/88 e/ou em lei complementar.
a) Inelegibilidades absolutas: de acordo com o art. 14, § 4º, da CF/88, são
absolutamente inelegíveis o inalistável e o analfabeto. Importante destacar que
os estrangeiros e os conscritos durante o serviço militar obrigatório não podem
alistar-se como eleitores e, portanto, não podem ser eleitos. Estão relacionadas a
uma condição pessoal, diferentemente das inelegibilidades relativas, que estão
relacionadas a cargos;
b) Inelegibilidades relativas: a inelegibilidade relativa dá-se, conforme as regras
constitucionais, por motivos funcionais ou por motivo de parentesco, bem
como em virtude das situações previstas em lei complementar (art. 14, § 9º,
da CF/88).
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6. Propaganda Política
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visão bem liberal dos atos preparatórios para as campanhas eleitorais, praticamente vinculando
a caracterização da propaganda eleitoral antecipada ao pedido explícito de voto.
Art. 36-A. Não configuram propaganda eleitoral antecipada, desde que não envolvam
pedido explícito de voto, a menção à pretensa candidatura, a exaltação das qualidades
pessoais dos pré-candidatos e os seguintes atos, que poderão ter cobertura dos meios de
comunicação social, inclusive via internet:
I - a participação de filiados a partidos políticos ou de pré-candidatos em entrevistas,
programas, encontros ou debates no rádio, na televisão e na internet, inclusive com a
exposição de plataformas e projetos políticos, observado pelas emissoras de rádio e de
televisão o dever de conferir tratamento isonômico;
II - a realização de encontros, seminários ou congressos, em ambiente fechado e a
expensas dos partidos políticos, para tratar da organização dos processos eleitorais,
discussão de políticas públicas, planos de governo ou alianças partidárias visando às
eleições, podendo tais atividades ser divulgadas pelos instrumentos de comunicação
intrapartidária;
III - a realização de prévias partidárias e a respectiva distribuição de material informativo,
a divulgação dos nomes dos filiados que participarão da disputa e a realização de debates
entre os pré-candidatos;
IV - a divulgação de atos de parlamentares e debates legislativos, desde que não se faça
pedido de votos;
V - a divulgação de posicionamento pessoal sobre questões políticas, inclusive nas redes
sociais;
VI - a realização, a expensas de partido político, de reuniões de iniciativa da sociedade
civil, de veículo ou meio de comunicação ou do próprio partido, em qualquer localidade,
para divulgar ideias, objetivos e propostas partidárias.
VII - campanha de arrecadação prévia de recursos na modalidade prevista no inciso IV do
§ 4º do art. 23 desta Lei.
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de pré-candidatos veiculado por cidadão comum em perfil privado de redes sociais pode
configurar propaganda eleitoral antecipada negativa.
A violação às regras de propaganda política sujeita o responsável pela divulgação e
quando comprovado o prévio conhecimento, o beneficiário da propaganda, à multa de R$
5.000,00 a R$ 25.000,00, ou o equivalente ao custo da propaganda, se este for maior.
E, conforme disposto no art. 6º, § 5º, da Lei 9.504/97, a responsabilidade pelo pagamento
de multas decorrentes de propaganda eleitoral é solidária entre os candidatos e os respectivos
partidos, não alcançando outros partidos mesmo quando integrantes de uma mesma coligação.
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• bandeiras ao longo de vias públicas, desde que móveis e que não dificultem o bom
andamento do trânsito de pessoas e veículos;
• adesivo plástico em automóveis, caminhões, bicicletas, motocicletas e janelas
residenciais, desde que não exceda a 0,5 m² (meio metro quadrado).
Para fins eleitorais, bens de uso comum são os assim definidos pelo Código Civil e,
também, aqueles a que a população em geral tem acesso, tais como cinemas, clubes, lojas,
centros comerciais, templos, ginásios, estádios, ainda que de propriedade privada (art. 37, § 4º,
da Lei 9.504/97).
Nas árvores e nos jardins localizados em áreas públicas, bem como em muros, cercas e
tapumes divisórios, não é permitida a colocação de propaganda eleitoral de qualquer natureza,
mesmo que não lhes cause dano (art. 37, § 5º, da Lei 9.504/97).
Mais relativizações acerca das regras do caput vem nos § 3º e 6º do art. 37:
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