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994-00
RAIO X
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SUMÁRIO
DIREITO PREVIDENCIÁRIO................................................................................................104
DIREITO CONSTITUCIONAL..............................................................................................184
DIREITO ADMINISTRATIVO...............................................................................................313
Sejam muito BEM-VINDOS ao nosso Raio-X de Direito Processual Penal para a prova da Defensoria Pública
do estado do Ceará.
Sei que vocês estão super empolgados com esse edital e para logo serem defensores públicos da DPE/CE.
Não tenham dúvidas que esse também é o nosso desejo, e é por isso que estamos juntos com vocês nessa reta final.
Estejam prontos para grudarem nesse RAIO X, pois ele lhe dará o direcionamento suficiente no estudo dessa
disciplina.
Direito Processual Penal é uma matéria MUITO IMPORTANTE para a sua prova, e conforme previsto no
edital, teremos a quantidade 12 questões, dentre o total de 100 questões d
A Fundação Carlos Chagas – FCC, banca organizadora do nosso concurso, possui um perfil já conhecido por
nós. Sendo essencialmente legalista, a tendência é de que haja o predomínio da abordagem legal, representando
uma média de 75% das questões extraídas da lei seca. Isso significa que, a partir de agora, LEI SECA é a sua
maior PRIORIDADE, entendido? #SURRADELEI
Por sua vez, a jurisprudência também não pode ficar de fora. Deve-se estudar com afinco o viés jurispru-
dencial, dominando sobretudo a jurisprudência já consolidada, mas sem deixar de conhecer os julgados atuais de
maior visibilidade.
1. Princípios que regem o processo penal. 2. Direitos e garantias aplicáveis ao processo penal na
Constituição Federal. 3. Direitos e garantias aplicáveis ao processo penal nos tratados e convenções
internacionais ratificados pelo Brasil. 4. Conceito e características do processo penal inquisitório e
acusatório. 5. Fontes do processo penal.
Quanto aos princípios é preciso que você direcione o seu estudo para a doutrina. Caso você já tenha um
bom aprofundamento doutrinário acerca desse tema, não “gaste” tanto tempo nele. Revise o básico, focando es-
pecialmente nos princípios relacionados ao direito de defesa: Ampla defesa, contraditório, presunção de ino-
cência, e favor rei (essas são as nossas #APOSTACICLOS). Caso precise, indicamos a leitura da FUC 0 em Direito
Processual Penal.
Em termos de legislação, é fundamental que você faça uma releitura cuidadosa do art. 5º, incisos XXXVII
e seguintes da Constituição da República (CF/88), que tratam dos princípios, direitos e garantias relacionados ao
direito penal e ao processo penal.
#MAPEIAOVADE:
2 Gabarito C
1. SISTEMAS PROCESSUAIS
SISTEMAS PROCESSUAIS
INQUISITORIAL ACUSATÓRIO
Separação das funções de acusar, defender e julgar.
Por consequência, se caracteriza pela presença das
Não há separação das funções de acusar, defender e
partes (actum trium personarum), contrapondo-se
julgar, que estão concentradas em uma única pessoa,
acusação e defesa em igualdade de condições, so-
que assume as vestes de um juiz inquisidor.
brepondo-se a ambas um juiz, de maneira equidis-
tante e imparcial.
Como se admite o princípio da verdade real, o acu-
O princípio da verdade real é substituído pelo prin-
sado não é sujeito de direitos, sendo tratado como
cípio da busca da verdade, devendo a prova ser
mero objeto do processo, daí porque se admite in-
produzida em fiel observância ao contraditório e à
clusive a tortura como meio de se obter a verdade
ampla defesa.
absoluta.
Gestão da prova: o juiz inquisidor é dotado de am- Gestão de prova: recai precipuamente sobre as par-
pla iniciativa acusatória e probatória, tendo liberdade tes. Na fase investigatória, o juiz só deve intervir
para determinar de ofício a colheita de elementos in- quando provocado, e desde que haja necessidade
formativos e de provas, seja no curso das investiga- de investigação judicial. Durante a instrução proces-
ções ou da instrução processual. sual, ver tópico abaixo
A confissão do réu é considerada a rainha das provas Livre sistema de valoração de provas
Os julgadores não estão sujeitos à recusa Possibilidade de recusa do julgador
Procedimento é sigiloso Publicidade do procedimento
SISTEMA MISTO (Sistema Francês): Há uma primeira fase Inquisitiva presidida por um Juiz e uma segunda
fase Acusatória, respeitando-se o devido processo legal.
A Lei Anticrime (Lei nº 13.964/19) acrescentou o art. 3º-A no CPP, deixando expressa a escolha do
sistema acusatório pelo processo penal brasileiro:
#ATENÇÃO:
Art. 3º-A, CPP. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de investi-
gação e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação.
Reconhecido em diplomas internacionais, tais como a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão (art.
9º), Declaração Universal de Direitos Humanos (art. 11.1), Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos (art. 14.2),
Convenção Americana sobre Direitos Humanos (art. 8º, § 2º).
Desse princípio derivam duas regras fundamentais: a regra probatória (in dubio pro reo) e a regra de trata-
mento.
▪ Dimensão interna ao processo: Funciona como dever imposto ao magistrado no sentido de que
o ônus da prova recai integralmente sobre a acusação, devendo a dúvida favorecer o acusado. As prisões
cautelares somente podem ser decretadas em casos excepcionais.
#DEOLHONAJURIS:
Ao julgar as ações declaratórias de constitucionalidade 43, 44 e 54, em 7/11/2019, o Plenário do STF firmou o
entendimento de que não cabe a execução provisória da pena.
Assim, é proibida a execução provisória da pena.
A 1ª Turma do STF aplicou esse entendimento em um caso concreto no qual o réu estava preso unicamente
pelo fato de o Tribunal de Justiça ter confirmado a sua condenação em 1ª instância, não tendo havido, contudo,
ainda, o trânsito em julgado. Logo, o STF, afastando a possibilidade de execução provisória da pena, concedeu
a liberdade ao condenado até que haja o esgotamento de todos os recursos. STF. 1ª Turma. HC 169727/RS, Rel.
Min. Marco Aurélio, julgado em 26/11/2019 (Info 961).
O art. 283 do CPP, que exige o trânsito em julgado da condenação para que se inicie o cumprimento da pena, é
constitucional, sendo compatível com o princípio da presunção de inocência, previsto no art. 5º, LVII, da CF/88.
Assim, é proibida a chamada “execução provisória da pena”. Vale ressaltar que é possível que o réu seja preso
antes do trânsito em julgado (antes do esgotamento de todos os recursos), no entanto, para isso, é ne-
cessário que seja proferida uma decisão judicial individualmente fundamentada, na qual o magistrado
demonstre que estão presentes os requisitos para a prisão preventiva previstos no art. 312 do CPP. Dessa
forma, o réu até pode ficar preso antes do trânsito em julgado, mas cautelarmente (preventivamente), e não
como execução provisória da pena. STF. Plenário. ADC 43/DF, ADC 44/DF e ADC 54/DF, Rel. Min. Marco Aurélio,
julgados em 7/11/2019 (Info 958).
Súmula 643-STJ: A execução da pena restritiva de direitos depende do trânsito em julgado da conde-
nação.
Principais argumentos:
• O art. 283 do CPP, com redação dada pela Lei nº 12.403/2011, prevê que “ninguém poderá ser preso
senão em flagrante delito ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade judiciária competente, em
decorrência de sentença condenatória transitada em julgado ou, no curso da investigação ou do processo, em
virtude de prisão temporária ou prisão preventiva.”. Esse artigo é plenamente compatível com a Constituição
em vigor.
• O inciso LVII do art. 5º da CF/88, segundo o qual “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado
de sentença penal condenatória”, não deixa margem a dúvidas ou a controvérsias de interpretação.
• É infundada a interpretação de que a defesa do princípio da presunção de inocência pode obstruir as ati-
vidades investigatórias e persecutórias do Estado. A repressão a crimes não pode desrespeitar e transgredir
a ordem jurídica e os direitos e garantias fundamentais dos investigados.
• A Constituição não pode se submeter à vontade dos poderes constituídos nem o Poder Judiciário
embasar suas decisões no clamor público.
4. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO
Art. 5º (...) LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados
o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
O contraditório compreende o direito à informação e à participação, é a ciência bilateral dos atos ou termos
do processo e a possibilidade de contrariá-los (reação).
Súmula 707, STF: “Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contrarrazões ao
recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor dativo”.
Pode-se dizer que, em um primeiro momento, o contraditório limitava-se ao direito à informação e a possi-
bilidade de reação.
Atualmente, o contraditório passou a ser a analisado também no sentido de assegurar o respeito à paridade
de tratamento (par conditio ou paridade de armas). De fato, nada adianta assegurar à parte a possibilidade
formal de se pronunciar sobre os atos da parte contrária se não lhe são outorgados meios para que se tenha con-
dições reais e efetivas de contrariá-los e influenciar no julgamento do magistrado.
• CONTRADITÓRIO REAL ou CONTRADITÓRIO PARA A PROVA: ocorre quando a parte acompanha a pro-
dução da prova. Funciona como regra. A regra é que as provas sejam produzidas observando o contraditório
real. Ex.: Prova testemunhal. No entanto, é óbvio que em algumas situações, o contraditório real pode ser
prejudicial à produção da prova. Por isso é que em situações excepcionais admite-se o contraditório diferido.
O exercício do direito de não produzir provas contra si mesmo não pode resultar em nenhuma consequên-
cia prejudicial ao acusado. Assim, não pode ser utilizado como argumento em favor da acusação, ou valorado
na fundamentação de decisões judiciais, nem ser utilizado como elemento para formação da convicção do
julgador, ou como fundamento para majoração da pena nem ser fundamento para decretação de prisão cautelar.
#SELIGA:
A Testemunha pode invocar o Princípio do “Nemo tenetur se detegere”? Em regra, a Testemunha tem a
obrigação de dizer a verdade, sob pena de falso testemunho (Art. 342 do CP). No entanto, se das respostas
puder resultar autoincriminação, também terá a testemunha o direito de não produzir prova contra si mesma,
devendo a autoridade encerrar o seu depoimento como testemunha e abrir novo depoimento, agora como in-
vestigado, onde poderá nada responder. STF, HC 73.035: PENAL. PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. FALSO
TESTEMUNHO. INOCORRÊNCIA. LEI 1.579/52, ART. 4º, II (CP, ART. 342). COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRI-
TO. TESTEMUNHA. PRISÃO EM FLAGRANTE. CPP, ART. 307. I. – Não configura o crime de falso testemunho,
quando a pessoa, depondo como testemunha, ainda que compromissada, deixa de revelar fatos que
possam incriminá-la. HC deferido. (STF. HC nº 73.035).
a) Direito ao silêncio e direito de ser informado sobre tal direito: O silêncio não importa em confissão
ficta e não pode ser interpretado desfavoravelmente ao acusado.
É dentro desse contexto que deve ser compreendida a nova figura delituosa introduzida pela nova Lei de Abuso
de Autoridade, cujo art. 15, parágrafo único, inciso I, criminaliza a conduta do agente público que prossegue com
o interrogatório de pessoa que tenha decidido exercer o direito ao silêncio. De maneira contundente, o novo tipo
penal esclarece que, uma vez feita a opção livre e voluntária pelo direito ao silêncio, seja em relação ao todo, seja
de maneira seletiva, a exemplo do que ocorre quando responde apenas às perguntas formuladas por seu defen-
sor, impõe-se a imediata interrupção do ato, sem a formulação de mais nenhum questionamento. Toda e qual-
quer tentativa de dar continuidade ao ato poderá, doravante, tipificar a figura delituosa em análise, desde que,
logicamente, presente o elemento subjetivo especial do art. 1º, §1º, da Lei n. 13.869/19 (“Finalidade específica de
prejudicar outrem ou beneficiar a si mesmo ou a terceiro, ou, ainda, por mero capricho ou satisfação pessoal”).
b) Direito à Mentira (Inexigibilidade de Dizer a Verdade): No Brasil não há o crime de perjúrio, portanto
não é exigível do acusado que ele diga a verdade. Ex.: Falso Álibi. No entanto, eventual mentira agressiva, ou seja,
uma mentira incriminando terceiro inocente é fato típico (a depender do contexto pode configurar o crime de ca-
lúnia ou o crime de denunciação caluniosa – Arts. 138 e 339 do CP).
O princípio da autodefesa não autoriza o uso de documento falso nem a atribuição de falsa identidade. Em
suma, tanto o STF como o STJ entendem que a alegação de autodefesa não serve para descaracterizar a prática
dos delitos do art. 304 ou do art. 307 do CP.
• Reconhecimento: Não demanda comportamento ativo (apenas passivo) por parte do acusado, portanto o
acusado é obrigado a participar, podendo ser determinada a condução coercitiva.
• ETILÔMETRO PASSIVO = Submissão obrigatória! Não exige nenhum comportamento ativo por parte do
cidadão.
• Prova invasiva são as intervenções corporais que pressupõem penetração no organismo humano, implicando
na utilização ou extração de alguma parte dele. Ex.: Exame de Sangue.
• Prova não invasiva consiste numa inspeção ou verificação corporal, sem que haja penetração no or-
ganismo humano. Ex.: Revista Corporal; Etilômetro Passivo.
O exame de “Raio X” é Prova Invasiva ou é Prova Não Invasiva? A questão foi levada à apreciação do
STJ em um caso envolvendo “mula de tráfico” que portava drogas no estômago. O STJ entendeu que o Exame de
“Raio X” é uma prova não invasiva, podendo ser realizado mesmo contra a vontade do indivíduo.
O dever de informação acerca do direito a não autoincriminação se estende à Mídia? Não!!! Para o
STF, esse dever de informação não se aplica à mídia (a mídia – jornais, reportagens etc. – não tem obrigação de
informar sobre o direito a não autoincriminação). O dever de advertência só se aplica ao Poder Público (desse
modo, não há aqui nesse caso reconhecimento da eficácia horizontal dos direitos fundamentais).
#SELIGA:
O contraditório diz respeito à ambas as partes, enquanto a ampla defesa, somente ao réu.
Assim como o contraditório, a ampla defesa encontra-se expressa no art. 5º, LV, da CF/88:
LV - Aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são assegurados o contradi-
tório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
A proteção proporcionada pela ampla defesa abrange a defesa técnica, processual ou específica e a auto-
defesa ou defesa material ou genérica.
• Caráter irrenunciável da defesa técnica: O acusado não pode renunciar à defesa técnica.
Sendo indispensável e irrenunciável, mesmo que o acusado queira ser processado sem defesa técnica, e ain-
da que seja revel, deve o juiz providenciar a nomeação de um defensor. É nesse sentido o art. 261, caput, do CPP:
Art. 261. Nenhum acusado, ainda que ausente ou foragido, será processado ou julgado sem defensor.
Caso isso não seja feito, havendo o prosseguimento do processo sem nomeação de um defensor, configu-
ra-se, pois, sua nulidade absoluta, por afronta à garantia da ampla defesa (art. 564, III, “c”, do CPP), como dispõe a
súmula 708 do STF:
Súmula 708, STF: “É nulo o julgamento da apelação se, após a manifestação nos autos da renúncia
do único defensor, o réu não foi previamente intimado para constituir outro”.
• Direito de escolha do defensor pelo próprio acusado3: O direito de escolha do defensor pertence ao
acusado. Isso é importante de ser observado porque esse direito, em situações práticas, costuma ser desres-
peitado. Vale dizer, algumas vezes o advogado constituído abandona o processo e nesse momento, o Juiz
envia os autos para a Defensoria Pública. Quando houver o abandono do processo pelo advogado consti-
tuído, é obrigação (dever) do Juiz intimar o acusado para que constitua novo Advogado. Somente após isso
e em caso de inércia do acusado, o juiz poderá nomear um defensor dativo ou a Defensoria Pública para
exercer o patrocínio do acusado, ressalvando-se o direito do acusado de constituir novo defensor a qualquer
tempo.
Súmula 707, STF: “Constitui nulidade a falta de intimação do denunciado para oferecer contrar-
razões ao recurso interposto da rejeição da denúncia, não a suprindo a nomeação de defensor
dativo”
#OLHAOGANCHO #DEOLHONAJURIS:
Se o advogado discordar de alguma decisão do juiz da causa na condução do procedimento ele não pode
simplesmente se recusar a oferecer as alegações finais. A ampla defesa não engloba essa possibilidade. Não há
dúvida da importância da ampla defesa como elemento central de um processo penal garantista. Todavia, esse
princípio não tem o condão de legitimar qualquer atuação por parte da defesa.
Se o advogado constituído, mesmo intimado para apresentar alegações finais, for omisso, o juiz tem poderes
de intimar o réu para que substituta o causídico. Se o réu, mesmo intimado, ficar inerte, o magistrado poderá
requerer que a Defensoria Pública ofereça as alegações finais.
STJ. 6ª Turma. RMS 47680-RR, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 05/10/2021 (Info 715).
#DEOLHONAJURIS:
É possível a juntada de documentos novos, quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos arti-
culados ou para contrapô-los aos que foram produzidos nos autos.
Viola o princípio constitucional da ampla defesa o indeferimento de prova nova sem a demonstração de seu
caráter manifestamente protelatório ou meramente tumultuário, especialmente quando esta teve como causa
situação processual superveniente.
É possível a aplicação ao processo penal, por analogia, do art. 435 do CPC.
STJ. 6ª Turma. HC 545097-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 28/09/2021 (Info 711).
Súmula 523 – STF: No processo penal, a falta da defesa constitui nulidade absoluta, mas a sua deficiência só o
anulará se houver prova de prejuízo para o réu.
O art. 5º, LXIII, da CF/88 assemelha-se ao famoso Miranda rights (aviso de Miranda) do direito norte-ame-
ricano, em que o policial, no momento da prisão, deve informar ao preso os seguintes direitos, sob pena de não
ter validade o que por ele foi dito: (i) de permanecer calado; (ii) de ser alertado de que tudo o que disser
poderá ser usado contra si; e (iii) à assistência de um advogado ou, na impossibilidade, um Defensor
Público custeado pelo Estado.
#DEOLHONAJURIS:
• A CF/88 determina que as autoridades estatais informem os presos que eles possuem o direito de permanecer
em silêncio (art. 5º, LXIII).
Esse alerta sobre o direito ao silêncio deve ser feito não apenas pelo Delegado, durante o interrogatório formal,
mas também pelos policiais responsáveis pela voz de prisão em flagrante. Isso porque a todos os órgãos estatais
impõe-se o dever de zelar pelos direitos fundamentais.
A falta da advertência quanto ao direito ao silêncio torna ilícita a prova obtida a partir dessa confissão.
STF. 2ª Turma. RHC 170843 AgR/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 4/5/2021 (Info 1016).
• Eventual irregularidade na informação acerca do direito de permanecer em silêncio é causa de nulidade relati-
va, cujo reconhecimento depende da alegação em tempo oportuno e da comprovação do prejuízo.
O simples fato de o réu ter sido condenado não pode ser considerado como o prejuízo. É o caso, por exemplo,
da sentença que condena o réu fundamentando essa condenação não na confissão, mas sim no depoimento
das testemunhas, da vítima e no termo de apreensão do bem. STJ. 5ª Turma. RHC 61754/MS, Rel. Min. Reynaldo
Soares da Fonseca, julgado em 25/10/2016.
• Se o indivíduo é convocado para depor como testemunha em uma investigação e, durante o seu depoimento,
acaba confessando um crime, essa confissão não é válida se a autoridade que presidia o ato não o advertiu pre-
viamente de que ele não era obrigado a produzir prova contra si mesmo, tendo o direito de permanecer calado.
STF. 2ª Turma. RHC 122279/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 12/8/2014 (Info 754).
O princípio do defensor natural, consiste na vedação de nomeação de defensor diverso daquele que
possui atribuição legal para atuar na causa. Trata-se de uma proteção contra o arbítrio em razão da possibilidade
de nomeação de defensor dativo por parte do juiz ou contra as designações do Defensor Público Geral. Encontra
previsão legal na LC nº 80/94:
Art. 4º-A. São direitos dos assistidos da Defensoria Pública, além daqueles previstos na legislação estadual
ou em atos normativos internos:
IV – o patrocínio de seus direitos e interesses pelo defensor natural;
*Tanto o princípio do promotor natural quanto o princípio do defensor natural ainda se encontram em discussão
no nosso ordenamento, não estando pacificados os entendimentos sobre eles.
No entanto, deve-se entender essa proibição como uma limitação ao Estado, ao seu direito de punir.
Dessa forma, é possível que uma sentença absolutória se fundamente na prova ilícita produzida A FAVOR do
acusado. É nesse sentido a orientação da doutrina e da jurisprudência, com base no princípio da proporcionalidade.
Entre a proibição da prova ilícita versus o direito de defesa e o princípio da presunção de não culpabilida-
de, estes dois últimos prevalecem sobre o direito de punir.
É inadmissível que alguém seja condenado e privado de sua liberdade injustamente apenas porque a
prova que demonstrou sua inocência foi produzida ilicitamente. Ademais, ao Estado não interessa a condenação
de alguém inocente, sob pena da impunidade do culpado.
Por fim, defende-se que a utilização da prova ilícita pelo acusado pode ser justificada pelo estado
de necessidade como excludente da ilicitude.
Por outro lado, a proporcionalidade não pode ser invocada pelo Estado para utilização da prova ilícita pro
societate, como entende a jurisprudência dos Tribunais Superiores, sob pena de se criar um perigoso precedente
em detrimento dos direitos e garantias individuais. A vedação à utilização de prova ilícita sobrepõe-se à busca da
verdade real. Apesar disso, alguns doutrinadores defendem sua possibilidade.
Esse princípio tem como objetivo equilibrar a produção probatória entre Ministério Público e acusado, tendo
em vista que aquele possui todo um aparato oficial, auxiliado pela polícia judiciária.
Trata-se da criação de mecanismos processuais a favor da defesa, numa busca da igualdade substancial, tais
como recursos exclusivos da defesa, regra de interpretação in dubio pro reo, absolvição por falta de provas, proi-
bição da reformatio in pejus etc.
O favor rei deve constituir um PRINCÍPIO INTERPRETATIVO: nos casos em que não for possível uma in-
terpretação unívoca, mas se conclua pela possibilidade de suas interpretações antagônicas de uma norma legal, a
obrigação é escolher a interpretação mais favorável ao réu.
No processo penal, várias são as disposições que consagram o princípio do favor rei: proibição da reformatio
in pejus; recursos privativos da defesa; revisão criminal como direito exclusivo da defesa; art. 615, §1º, do CPP; e
princípio da presunção de inocência.
Nesse sentido, o legislador editou a Lei nº 13.432/17, disciplinando a profissão de detetive particular, na qual
foi reconhecida a possibilidade de este profissional poder colaborar com investigação policial em curso, desde que
expressamente autorizado pelo contratante e com a aceitação do delegado de polícia. Apesar de falar em investi-
gação, nada impede a utilização da colaboração do detetive particular também no processo penal.
6. Lei processual penal no tempo e no espaço. 7. Interpretação da lei processual penal. 8. Sistemas de
investigação preliminar. Inquérito policial. Identificação criminal.
Neste tópico, detenha-se principalmente em fazer uma boa leitura da lei, focando principalmente nos artigos
indicados abaixo.
As questões envolvendo esses assuntos costumam abordar letra de lei e/ou jurisprudência.
#MAPEIAOVADE:
“TEMPUS REGIT ACTUM” ou PRINCÍPIO DA IMEDIATIDADE: enquanto no direito penal se aplica o prin-
cípio da irretroatividade, no sentido de que a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu, no direito pro-
cessual penal se aplica o princípio da aplicação imediata (tempus regit actum), no sentido de que as leis processuais
penais serão aplicadas desde logo, sem prejuízo da validade dos atos praticados na lei anterior (art. 2º, CPP). Ape-
sar de o art. 2º, CPP não trazer ressalvas, doutrina e jurisprudência fazem a seguinte subdivisão:
4 Gabarito A
#FOCANATABELA:
9 São aquelas que contêm uma parte de normas penais e outra de normas
processuais penais.
NORMAS
PROCESSUAIS MISTAS 9 REGRA: Aplica-se a regra das normas penais, ou seja, se for mais benéfico,
retroage; se for mais prejudicial, não retroage. Ex. art. 366, CPP e art. 89, Lei
9099.
NORMAS 9 São aplicadas imediatamente sem prejuízo dos atos praticados na vigência
GENUINAMENTE
PROCESSUAIS de lei anterior. Ex. normas de citação e intimação.
Art. 3o A lei processual penal admitirá interpretação extensiva e aplicação analógica, bem como o suplemento
dos princípios gerais de direito.
EXCEÇÕES:
- POSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DO CPP FORA DOS LIMITES TERRITORIAIS: ex. quando se tratar de
território nullius.
3. JUIZ DE GARANTIAS
Terá competência até o recebimento da denúncia Não terá contato com os autos do inquérito policial
(início do processo) e ficará impedido de nele atuar. antes do recebimento da denúncia
• Receber a comunicação imediata da prisão, bem como o auto da prisão em flagrante para o controle da
legalidade da prisão
• Zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que este seja conduzido à sua presença,
a qualquer tempo;
• Decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra medida cautelar, de interceptação telefônica, do
fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática ou de outras formas de comunicação; de
afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e telefônico; de c) busca e apreensão domiciliar; de acesso
a informações sigilosas;
• Decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas consideradas urgentes e não repetíveis,
assegurados o contraditório e a ampla defesa em audiência pública e oral;
• Prorrogar o prazo de duração do inquérito, estando o investigado preso, em vista das razões apresentadas
pela autoridade policial;
• Determinar o trancamento do inquérito policial quando não houver fundamento razoável para sua instaura-
ção ou prosseguimento
• Decidir sobre a homologação de acordo de não persecução penal ou os de colaboração premiada, quando
formalizados durante a investigação;
#SELIGA:
O Supremo Tribunal Federal suspendeu por tempo indeterminado a eficácia das regras do Pacote Anti-
crime que instituem a figura do juiz das garantias.
4. ENUNCIADOS
Enunciado 1 da I Jornada de Direito Penal e Processo Penal CJF/STJ - A norma puramente processual
tem eficácia a partir da data de sua vigência, conservando-se os efeitos dos atos já praticados. Entende-se por nor-
ma puramente processual aquela que regulamente procedimento sem interferir na pretensão punitiva do Estado. A
norma procedimental que modifica a pretensão punitiva do Estado deve ser considerada norma de direito material,
que pode retroagir se for mais benéfica ao acusado.
Enunciado 24 da I Jornada de Direito Penal e Processo Penal CJF/STJ - Nos crimes submetidos à jurisdi-
ção brasileira, os provedores de conexão e de aplicações de internet que prestam serviços no Brasil devem fornecer
o conteúdo de comunicações armazenadas em seu poder, não lhe sendo lícito, sob pena de sanções processuais,
invocar legislação estrangeira para eximir-se do dever de cumprir a decisão judicial.
5. INQUÉRITO POLICIAL
Por tratar-se de procedimento administrativo, e não ato de jurisdição, eventuais vícios existentes no
inquérito policial, em regra, não contaminam a ação penal subsequente (não há que se falar em nulidade),
SALVO no caso de provas ilícitas (Ex.: Gravação Sub-reptícia/Interceptação sem autorização Judicial).
#DEOLHONAJURIS:
Eventual nulidade na oitiva do acusado no curso da investigação preliminar não tem o condão de nulificar o
recebimento da denúncia e a ação penal deflagrada, quando existam elementos autônomos que sustentam a
decisão impugnada. Ademais, cabe ressaltar que eventuais vícios na fase extrajudicial não contaminam o proces-
so penal, dada a natureza meramente informativa do inquérito policial.
STJ. 5ª Turma. AgRg no RHC 124.024/SP. Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 22/09/2020.
“As nulidades surgidas no curso da investigação preliminar não atingem a ação penal dela decorrente”.
#FOCANATABELA:
8. SÚMULA VINCULANTE Nº 14
“É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já docu-
mentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam
respeito ao exercício do direito de defesa.”.
CUIDADO (Lei 12.850/2013 – Organizações Criminosas): Em regra, a lógica é que o advogado não precise
de autorização judicial para acessar os autos do inquérito policial. Mas, a recente Lei das Organizações Criminosas,
em seu Art. 23, determinou que nesse tipo de investigação (versando sobre organização criminosa), se faz NECES-
SÁRIA AUTORIZAÇÃO JUDICIAL para acessar os Autos do IP.
O Pacote Anticrime acrescentou o art. 14-A no CPP, prevendo a obrigatoriedade de defensor no caso de
investigações envolvendo agentes de segurança pública:
Art. 14-A. Nos casos em que servidores vinculados às instituições dispostas no art. 144 da Constituição Fe-
deral figurarem como investigados em inquéritos policiais, inquéritos policiais militares e demais
procedimentos extrajudiciais, cujo objeto for a investigação de fatos relacionados ao uso da força letal
praticados no exercício profissional, de forma consumada ou tentada, incluindo as situações dispostas
no art. 23 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), o indiciado poderá constituir defen-
sor. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
• Status funcional - quanto à condição subjetiva, pressupõe-se tratar de servidores da Segurança Pública
referidos no art. 144 da Constituição ou, eventualmente, do art. 142 da CRFB/1988, quando atuem em missões
para a Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
CF. Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preserva-
ção da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
VI - polícias penais federal, estaduais e distrital.
CF. Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacio-
nais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do
Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa
de qualquer destes, da lei e da ordem.
• O fato apurado, além de ser conectado ao uso da força letal, deve ter sido praticado no “exercício
profissional”.
• Outrossim, expressamente abarca as hipóteses do art. 23 do Código Penal Brasileiro (CPB) e do art.
42-47 do Código Penal Militar (CPM);
§ 1º Para os casos previstos no caput deste artigo, o investigado deverá ser citado da instauração do
procedimento investigatório, podendo constituir defensor no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas a
contar do recebimento da citação. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
• Inatividade defensiva - não havendo constituição de defesa técnica, haverá espaço para a atuação
da defesa pública, sendo determinada a intimação do órgão ao qual o agente público estava vinculado à época
dos fatos apurados para, em tese, indicar a defesa (além de, consequentemente, ter ciência dos fatos).
§ 2º Esgotado o prazo disposto no § 1º deste artigo com ausência de nomeação de defensor pelo
investigado, a autoridade responsável pela investigação deverá intimar a instituição a que estava
vinculado o investigado à época da ocorrência dos fatos, para que essa, no prazo de 48 (quarenta e oito)
horas, indique defensor para a representação do investigado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 3º Havendo necessidade de indicação de defensor nos termos do § 2º deste artigo, a defesa caberá preferencialmente
à Defensoria Pública, e, nos locais em que ela não estiver instalada, a União ou a Unidade da Federação corres-
pondente à respectiva competência territorial do procedimento instaurado deverá disponibilizar profissional para
acompanhamento e realização de todos os atos relacionados à defesa administrativa do investigado. (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 4º A indicação do profissional a que se refere o § 3º deste artigo deverá ser precedida de manifestação de que
não existe defensor público lotado na área territorial onde tramita o inquérito e com atribuição para nele atuar,
hipótese em que poderá ser indicado profissional que não integre os quadros próprios da Administração. (In-
cluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 5º Na hipótese de não atuação da Defensoria Pública, os custos com o patrocínio dos interesses dos investigados
nos procedimentos de que trata este artigo correrão por conta do orçamento próprio da instituição a que este
esteja vinculado à época da ocorrência dos fatos investigados. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
A vulnerabilidade jurídico-funcional dos agentes de segurança pública se insere nesse universo dos necessi-
tados jurídicos, validada em especial pela abertura do inc. XI do art. 4º da LC n. 80/1994 para a atuação cons-
titucional da Defensoria Pública em prol dos diversos grupos e indivíduos vulneráveis. Portanto, o reconhecimento
da atividade de representação postulatória pela Defensoria Pública em decorrência da inércia defensiva, nos
termos dos dispositivos dos art. 14-A do CPP e do art. 16-A do CPPM, é constitucionalmente válida.
10. ARQUIVAMENTO DO IP
#SELIGA #IMPORTANTE: O Ministro do STF, Luiz Fux suspendeu a eficácia do art. 28 do CPP com a redação
dada pela Lei nº 13.964/2019. Confira:5
“Em análise perfunctória, verifico satisfeito o requisito do fumus boni iuris para o deferimento do pedido cautelar
de suspensão do artigo 28, caput, da Lei n. 13964/2019. Na esteira dos dados empíricos apresentados
pela parte autora, verifica-se que o Congresso Nacional desconsiderou a dimensão superlativa dos impactos
sistêmicos e financeiros que a nova regra de arquivamento do inquérito policial ensejará ao funcionamento dos
órgãos ministeriais. Nesse sentido, a inovação legislativa viola as cláusulas que exigem prévia dotação orçamen-
tária para a realização de despesas, além da autonomia financeira dos Ministérios Públicos. Na esteira do que já
argumentado no tópico anterior, vislumbro, em sede de análise de medida cautelar, violação aos artigos 169 e
127 da Constituição.
5 https://www.conjur.com.br/dl/fux-liminar-juiz-garantias-atereferendo.pdf
O periculum in mora também se encontra demonstrado na medida em que o dispositivo impugnado poderá
entrar em vigor em 23.01.2020, sem que os Ministérios Públicos tenham tempo hábil para se adaptar estrutural-
mente à nova competência estabelecida. Não apenas há dificuldades operacionais relativas aos recursos mate-
riais e humanos que precisarão ser deslocados para a implementação da medida. Anoto que questões operacio-
nais simples deixaram de ser resolvidas pelo legislador como, por exemplo, a cláusula aberta trazida no caput do
artigo 28, ao determinar que o arquivamento do inquérito policial será homologado pela “instância de revisão
ministerial”. A nova legislação sequer definiu qual o órgão competente para funcionar como instância de revisão.
Ressalto, ainda, a vacatio legis desse dispositivo transcorreu integralmente no período de recesso parlamentar
federal e estadual, o que impediu qualquer tipo de mobilização dos Ministérios Públicos para a propositura de
eventuais projetos de lei que venham a possibilitar a implementação adequada dessa nova sistemática.
Embora entenda que algumas dessas questões trazidas pela parte autora possam ser solucionadas em sede
jurisdicional, por meio das técnicas de decisão e de interpretação que possam controlar o prazo da entrada em
vigor da norma e definir eventuais ambiguidades legislativas, anoto que a solução jurídica adequada, por ora,
é a suspensão do dispositivo impugnado, para posterior análise de mérito do Plenário deste Supremo Tribunal
Federal.
Ex positis, suspendo ad cautelam a eficácia do artigo 28, caput, do Código de Processo Penal, na redação
dada pela Lei n. 13.964/19. Nos termos do artigo 11, §2º, da Lei n. 9868/99, a redação revogada do artigo 28 do
Código de Processo Penal permanece em vigor enquanto perdurar esta medida cautelar.”
#TEMQUESABER:
A decisão judicial de arquivamento do inquérito policial com fundamento na atipicidade do fato praticado pro-
duz coisa julgada material, impedindo-se a reabertura das investigações preliminares mesmo diante do surgi-
mento de novas provas.
NÃO
7) Existência manifesta de causa extintiva da pu- (STJ HC 307.562/RS)
nibilidade (STF Pet 3943)
Exceção: Certidão de óbito falsa
#APOSTACICLOS - Tema importantíssimo diz respeito às provas, sendo esse é o TOP 2 das apostas na dis-
ciplina de Processo Penal. Notem, inclusive, que o assunto veio expresso em pontos separados e intervalados do
edital.
Direcionamento - doutrina: faça a leitura do material próprio ou das FUCs (Docs. 4 e 5 da FUC de Processo
Penal), sobretudo no estudo da Teoria Geral da Prova, onde a doutrina terá maior importância.
Não esqueça de checar: a) princípios relacionados à prova; b) sistemas de valoração da prova; c) fonte de
prova X meio de prova X meio de obtenção de prova; d) prova ilícita (teorias); e) prova emprestada (art. 372 do
CPP); f ) cadeia de custódia.
Direcionamento - lei seca: é INDISPENSÁVEL a leitura de TODOS os artigos referentes à prova. Domine
bem as disposições gerais, e se for preciso #decore #memorize os arts. 155 a 157 do CPP. Dentre as provas em
espécies, as mais importantes são o interrogatório (por videoconferência, inclusive), o exame de corpo de delito, a
prova testemunhal e a busca e apreensão.
Atenção galera, tem MUITA #JURISPRUDÊNCIA importante sobre provas, então, não economizem estudo
de jurisprudência por aqui. É IMPORTANTE que vocês estejam atualizados!!! (Utilizem o método do check list: leitu-
ra superficial nos julgados já memorizados e leitura atenta para aprender aqueles ainda não vistos ou esquecidos)
6 Gabarito: E
D) O juiz negará a realização do exame de corpo de delito requerida pela parte quando não for necessária ao
esclarecimento da verdade.
E) A busca pessoal não dependerá de mandado quando a medida for determinada no curso de busca e apreen-
são domiciliar.
#MAPEIAOVADE:
Art. 157, §1º Art. 157, §2º Art. 157, §3º Art. 157, §5º
Art. 184
1. ELEMENTOS MIGRATÓRIOS
Consta expressamente no CPP a distinção entre prova e elementos informativos. Eis a redação do art. 155
do CPP:
Art. 155 “O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não
podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressal-
vadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas”.
#COLANARETINA:
Elementos migratórios:
Desse modo, a interpretação a contrario sensu do art. 155 do CPP deixa entrever que é possível que o juiz
forme sua convicção exclusivamente com base em 3 (três) espécies de provas, ainda que produzidas na fase inves-
tigatória.
Esta tríplice natureza de provas consubstancia o que a doutrina chama de elementos migratórios, pois
migram do inquérito policial para o processo, podendo servir de base para eventual decisão condenatória:
Ora, lícitas e legítimas estas provas, poderão elas ser usadas como fundamentos a embasar o juiz na prola-
ção de decisão condenatória, ainda que tenham sido produzidas em fase de investigação criminal e sem
as garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa.
A prova será considerada ilegal sempre que sua obtenção se der por meio de violação de normas legais
ou de princípios gerais do ordenamento, de natureza material ou processual. Prova obtida por meios ilegais deve
funcionar como o gênero, do qual são espécies as provas obtidas por meios ilícitos e as provas obtidas por meios
ilegítimos
Tratamento:
Art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas
as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais.
(...)
§ 3º Preclusa a decisão de desentranhamento da prova declarada inadmissível, esta será inutilizada por decisão
judicial, facultado às partes acompanhar o incidente.
Art. 157. § 1º São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de
causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das
primeiras.
§ 2º Considera-se fonte independente aquela que por si só, seguindo os trâmites típicos e de praxe, próprios da
investigação ou instrução criminal, seria capaz de conduzir ao fato objeto da prova.
#OLHAOGANCHO #AJUDAMARCINHO
1) O reconhecimento de pessoas deve observar o procedimento previsto no art. 226 do Código de Processo
Penal, cujas formalidades constituem garantia mínima para quem se encontra na condição de suspeito da prática
de um crime;
2) À vista dos efeitos e dos riscos de um reconhecimento falho, a inobservância do procedimento descrito na
referida norma processual torna inválido o reconhecimento da pessoa suspeita e não poderá servir de lastro a
eventual condenação, mesmo se confirmado o reconhecimento em juízo;
3) Pode o magistrado realizar, em juízo, o ato de reconhecimento formal, desde que observado o devido pro-
cedimento probatório, bem como pode ele se convencer da autoria delitiva a partir do exame de outras provas
que não guardem relação de causa e efeito com o ato viciado de reconhecimento;
4) O reconhecimento do suspeito por simples exibição de fotografia(s) ao reconhecedor, a par de dever seguir
o mesmo procedimento do reconhecimento pessoal, há de ser visto como etapa antecedente a eventual reco-
nhecimento pessoal e, portanto, não pode servir como prova em ação penal, ainda que confirmado em juízo.
STJ. 6ª Turma. HC 598.886-SC, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 27/10/2020 (Info 684).
O reconhecimento (fotográfico ou presencial) efetuado pela vítima, em sede inquisitorial, não constitui evidência
segura da autoria do delito, dada a falibilidade da memória humana, que se sujeita aos efeitos tanto do esqueci-
mento, quanto de emoções e de sugestões vindas de outras pessoas que podem gerar “falsas memórias”, além
da influência decorrente de fatores, como, por exemplo, o tempo em que a vítima esteve exposta ao delito e ao
agressor; o trauma gerado pela gravidade do fato; o tempo decorrido entre o contato com o autor do delito e a
realização do reconhecimento; as condições ambientais (tais como visibilidade do local no momento dos fatos);
estereótipos culturais (como cor, classe social, sexo, etnia etc.).
Diante da falibilidade da memória seja da vítima seja da testemunha de um delito, tanto o reconhecimento
fotográfico quanto o reconhecimento presencial de pessoas efetuado em sede inquisitorial devem seguir os
procedimentos descritos no art. 226 do CPP, de maneira a assegurar a melhor acuidade possível na identificação
realizada.
Tendo em conta a ressalva, contida no inciso II do art. 226 do CPP, a colocação de pessoas semelhantes ao lado
do suspeito será feita sempre que possível, devendo a impossibilidade ser devidamente justificada, sob pena de
invalidade do ato.
O reconhecimento fotográfico serve como prova apenas inicial e deve ser ratificado por reconhecimento pre-
sencial, assim que possível. E, no caso de uma ou ambas as formas de reconhecimento terem sido efetuadas, em
sede inquisitorial, sem a observância (parcial ou total) dos preceitos do art. 226 do CPP e sem justificativa idônea
para o descumprimento do rito processual, ainda que confirmado em juízo, o reconhecimento falho se revelará
incapaz de permitir a condenação, como regra objetiva e de critério de prova, sem corroboração do restante do
conjunto probatório, produzido na fase judicial.
STJ. 5ª Turma. HC 652284/SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 27/04/2021.
#COMOCAIU
Ano: 2021 Banca: FCC Órgão: DPE-BA Prova: FCC - 2021 - DPE-BA - Defensor (A) Público (A)
A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça julgou dois habeas corpus impetrados por Defensorias Públicas
estaduais: um sobre o reconhecimento de pessoas e coisas (HC n° 598886/SC, j. em 27/10/2020) e o outro sobre
o ingresso em domicílio no caso de tráfico de drogas (HC n°598051/SP, j. em 02/03/2021).
De acordo com referidos julgados:
Alternativas7
A) A violação às regras e condições legais e constitucionais para o ingresso no domicílio alheio resulta, caso o réu
não confesse a autoria delitiva, na ilicitude das provas obtidas.
B) O reconhecimento de pessoas e coisas deve observar, se possível, o procedimento previsto no artigo 226 do
Código de Processo Penal.
C) O reconhecimento fotográfico de pessoas, ainda que obedecidas as formalidades do artigo 226 do Código
de Processo Penal, não pode servir como prova em ação penal.
D) O tráfico ilícito de entorpecentes, por ser classificado como crime de natureza permanente, autoriza, por si só,
a entrada sem mandado no domicílio onde supostamente se encontra a droga.
E) A prova da legalidade e da voluntariedade do consentimento para o ingresso na residência do suspeito in-
cumbe, em caso de dúvida, ao réu, em obediência à repartição do ônus de prova no processo penal.
7 GABARITO: C
3. TEORIAS
Provas derivadas das ilícitas devem ser consideradas ilícitas por derivação.
Tem origem na jurisprudência americana e foi importada pelo STF (HC
73351/96). Hoje está expressa no art. 157, §1º do Código de Processo Penal.
Por esta teoria, as provas que derivam de uma ilícita também serão consi-
TEORIA DOS FRUTOS DA deradas ilícitas por derivação, afinal o vício é material, já que a sua fonte é
ÁRVORE ENVENENADA imprestável.
OU DA PROVA ILÍCITA POR Exemplo: exclusão de impressões digitais decorrentes de prisão ilegal, mes-
DERIVAÇÃO mo sendo compatíveis com aquelas encontradas na cena do crime.
O ápice da Teoria ocorreu no caso Miranda v.s. Arizona – nenhuma decla-
ração dada à polícia pode ser válida sem que seja dado o aviso de Miran-
da/Miranda Rights/Miranda-warnings (direito ao silêncio, a um advogado,
que tudo que disser pode ser utilizado contra ele)
4. CADEIA DE CUSTÓDIA
O instituto foi expressamente introduzido no Código de Processo Penal pela Lei nº 13.964/2019 (Pacote An-
ticrime) nos seguintes termos:
Art. 158-A. Considera-se cadeia de custódia o conjunto de todos os procedimentos utilizados para manter e do-
cumentar a história cronológica do vestígio coletado em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e
manuseio a partir de seu reconhecimento até o descarte.
#SELIGA:
Qual é a consequência decorrente da quebra da cadeia de custódia (break in the chain of custody)?
1ª corrente: a consequência é a ilicitude da prova, com a sua exclusão, assim como das demais provas dela
derivadas.
#DEOLHONAJURIS:
As irregularidades constantes da cadeia de custódia devem ser sopesadas pelo magistrado com todos
os elementos produzidos na instrução, a fim de aferir se a prova é confiável. STJ. 6ª Turma. HC 653.515-
RJ, Rel. Min. Laurita Vaz, Rel. Acd. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 23/11/2021 (Info 720).
#COMOCAIU
Ano: 2021 Banca: FCC Órgão: DPE-RR Prova: FCC - 2021 - DPE-RR - Defensor Público
A Polícia Civil de Roraima iniciou investigação contra Mário e Mariano diante de indícios de participarem ati-
vamente do tráfico de drogas na região central de Boa Vista. Em meio à investigação, o Delegado responsável
entendeu pertinente a interceptação telefônica dos réus. Após manifestação favorável do Ministério Público es-
tadual, tal medida foi deferida pelo magistrado competente, de forma motivada e pelo prazo de 15 dias, findo o
qual as interceptações foram imediatamente cessadas. Todavia, ao produzir o relatório, a Polícia Civil mencionou
que dos 15 dias de interceptação, 05 deles foram excluídos sumariamente pela própria equipe policial da base do
sistema, por não interessar ao caso. O Ministério Público, então, ofereceu denúncia contra Mário e Mariano, por
tráfico de drogas e associação para o tráfico, referindo-se a alguns trechos da interceptação realizada. Devida-
mente citados, iniciou-se o prazo para resposta à acusação, na qual a Defensoria Pública deve alegar a ilicitude
da prova obtida através da interceptação telefônica e o que dela derivou,
Alternativas:9
A) haja vista quebra da cadeia de custódia.
B) diante da impossibilidade de tal medida ser decretada de ofício pelo juiz.
C) devido ao período de interceptação ser maior do que permitido em lei.
D) pois incabível no delito investigado.
E) diante da ausência de contraditório prévio à sua decretação.
#NÃOCONFUNDA:
▪ Exame de corpo de delito - é uma análise feita por pessoas com conhecimentos técnicos ou científicos so-
bre os vestígios materiais deixados pela infração penal para comprovação da materialidade e autoria do delito.
Direto - feito por perito oficial (ou dois peritos não oficiais) sobre o próprio corpo de delito”, como ocorre,
por exemplo, no caso de exame sobre o próprio cadáver localizado.
Indireto - é aquele realizado com base em informações verossímeis fornecidas aos peritos quando
não dispuserem estes do vestígio deixado pelo delito, como ocorre, por exemplo, no caso do exame realizado por
meio de “fotografias dos vestígios sensíveis ou o prontuário médico do atendimento da vítima no posto de saúde”.
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido os vestígios, a prova
testemunhal poderá suprir-lhe a falta.
▪ Corpo de Delito - é o conjunto de vestígios materiais ou sensíveis deixados pela infração penal, es-
tando seu conceito ligado à própria materialidade do crime.
9 GABARITO: A
▪ Vestígio - com o PACOTE ANTICRIME, atualmente, há um conceito legal de vestígio, nos termos do art.
158-A, §3º, CPP: Vestígio é todo objeto ou material bruto, visível ou latente, constatado ou recolhido, que se rela-
ciona à infração penal;
#OLHAOGANCHO:
A ausência de exame de corpo de delito não inviabiliza, por si só, a pronúncia do réu quando presen-
tes outros elementos de prova. STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1861493/SP, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em
09/06/2020.
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não
podendo supri-lo a confissão do acusado.
Parágrafo único. Dar-se-á prioridade à realização do exame de corpo de delito quando se tratar de crime que
envolva:
I - violência doméstica e familiar contra mulher; (Incluído dada pela Lei nº 13.721, de 2018)
II - violência contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com deficiência.
#ATENÇÃO - Em relação ao inciso II, nem todo crime contra criança, adolescente, idoso ou pessoa com defi-
ciência terá prioridade na realização do exame de corpo de delito. Para que haja prioridade, o crime deve ser
cometido com violência.
7. PERITOS
Caso a perícia seja complexa, poderá haver a designação de mais de 1 (um) perito oficial e a parte poderá
indicar mais de um assistente técnico (art. 159, §7º, CPP).
#ATENÇÃO #NÃOCONFUNDA
Art. 50. § 1º Para efeito da lavratura do auto de prisão em flagrante e estabelecimento da materialidade do delito,
é suficiente o laudo de constatação da natureza e quantidade da droga, firmado por perito oficial ou, na falta
deste, por pessoa idônea.
#DEOLHONAJURIS:
É ilícita a prova obtida por meio de revista íntima realizada com base unicamente em denúncia anônima. Caso
concreto: a diretora da unidade prisional recebeu uma ligação anônima dizendo que Rafaela, que iria visitar seu
marido João, tentaria entrar no presídio com droga. Diante disso, a diretora ordenou que a agente penitenciária
fizesse uma revista minuciosa em Rafaela. Na revista íntima efetuada, a agente penitenciária encontrou droga
escondida na vagina da visitante. Rafaela confessou que estava levando a droga para seu marido. A prova co-
lhida é ilícita. STJ. 6ª Turma. REsp 1695349-RS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 08/10/2019 (Info 659).
#DEOLHONAJURIS:
A perícia realizada por perito papiloscopista não pode ser considerada prova ilícita nem deve ser excluí-
da do processo. O exame de corpo de delito deve ser realizado por perito oficial (art. 159 do CPP). Do ponto
de vista estritamente formal, o perito papiloscopista não se encontra previsto no art. 5º da Lei nº 12.030/2009,
que lista os peritos oficiais de natureza criminal. Apesar disso, a perícia realizada por perito papiloscopista
não pode ser considerada prova ilícita nem deve ser excluída do processo. Os peritos papiloscopistas são
integrantes de órgão público oficial do Estado com diversas atribuições legais, sendo considerados órgão auxiliar
da Justiça. Não deve ser mantida decisão que determinava que, quando o réu fosse levado ao Plenário do Júri, o
juiz-presidente deveria esclarecer aos jurados que os papiloscopistas – que realizaram o laudo pericial – não são
peritos oficiais. Esse esclarecimento retiraria a neutralidade do conselho de sentença. Isso porque, para o jurado
leigo, a afirmação, pelo juiz, no sentido de que o laudo não é oficial equivale a tachar de ilícita a prova nele con-
tida. Assim, cabe às partes, respeitado o contraditório e a ampla defesa, durante o julgamento pelo tribunal do
júri, defender a validade do documento ou impugná-lo. STF. 1ª Turma. HC 174400 AgR/DF, rel. orig. Min. Roberto
Barroso, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 24/9/2019 (Info 953).
#DEOLHONAJURIS:
É ilícita a revista pessoal realizada por agente de segurança privada. Segundo a CF/88 e o CPP, somente as auto-
ridades judiciais, policiais ou seus agentes estão autorizados a realizarem a busca domiciliar ou pessoal. Diante
disso, a 5ª Turma do STJ concedeu habeas corpus para absolver e mandar soltar um homem acusado de tráfico
de drogas e condenado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo com base em prova recolhida em revista pessoal
feita por agentes de segurança privada da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). STJ. 5ª Turma.
HC 470937/SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 04/06/2019 (Info 651).
#DEOLHONAJURIS:
Lei estadual pode exigir que a perícia feita em vítima do sexo feminino seja feita por legista mulher, mas desde
que isso não importe retardamento ou prejuízo da diligência. STF. Plenário. ADI 6039 MC/RJ, Rel. Min. Edson
Fachin, julgado em 13/3/2019 (Info 933).
Dever de depor
Art. 206. A testemunha não poderá eximir-se da obrigação de depor. Poderão, entretanto, recusar-se a fazê-lo o
ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a mãe, ou o
filho adotivo do acusado, salvo quando não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato
e de suas circunstâncias.
I) toda pessoa pode ser testemunha; é obrigada a depor e presta o compromisso legal de dizer
a verdade;
II) algumas pessoas, devido à proximidade com o réu, podem se recusar a depor; e
III) caso haja a necessidade dessas pessoas serem ouvidas (parte final do art. 206 do CPP: quando
não for possível, por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias), as pessoas
acima arroladas voltam a ter a obrigação de depor, contudo, não prestarão o compromisso legal de dizer
a verdade. (art. 208 do CPP ― é o que a doutrina chama de informantes).
Proibidas de depor
Noutro giro, há pessoas que são proibidas de depor, isto é, não poderão ser arroladas como testemunhas,
nos termos do art. 207 do CPP, o qual dispõe: São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, mi-
nistério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem
dar o seu testemunho.
Caso desobrigadas, essas pessoas prestarão o compromisso legal de dizer a verdade, já que não estão
excetuadas pelo art. 208 do CPP.
Dever de comparecimento
Nos termos do arts. 218 e 219 do CPP, tendo sido “regularmente notificada para depor, a testemunha tem
obrigação de comparecer a juízo sob pena de condução coercitiva, pagamento das despesas da condução, multa
e, até mesmo, processo criminal por desobediência”.
Pessoas impossibilitadas, por enfermidade ou por velhice, de comparecer para depor, serão inquiridas onde
estiverem (CPP, art. 220).
#ATENÇÃO – Ainda se mostra possível a condução coercitiva da testemunha. Na decisão do STF, o que
se declarou inconstitucional foi a condução coercitiva do investigado/acusado para o ato de interroga-
tório.
Em regra, a testemunha assume o compromisso de dizer a verdade, nos termos do art. 203 do CPP. Significa
dizer, portanto, que a testemunha deve dizer o que sabe, não pode se calar sobre o que sabe, nem pode negar a
verdade ou declarar fato inverídico.
I) doentes mentais;
III) menores de 14 (quatorze) anos. Frise-se: os menores de 14 (quatorze) anos podem ser testemunhas, já
que toda pessoa pode. Contudo, serão ouvidos sem o compromisso legal de dizer a verdade; e
IV) ascendente ou descendente, o afim em linha reta, o cônjuge, ainda que desquitado, o irmão e o pai, a
mãe, ou o filho adotivo do acusado, quando forem obrigados a depor, isto é, quando não for possível,
por outro modo, obter-se ou integrar-se a prova do fato e de suas circunstâncias.
1º) A parte que arrolou a testemunha faz as perguntas que entender necessárias;
2º) A parte contrária àquela que arrolou a testemunha faz outras perguntas;
3º) O juiz, ao final, poderá complementar a inquirição sobre os pontos não esclarecidos.
STF. 1ª Turma. HC 161658/SP, Rel. Min. Marco Au- • Não é possível anular o processo, por ofensa ao
rélio, julgado em 2/6/2020 (Info 980). art. 212 do Código de Processo Penal, quando não
verificado prejuízo concreto advindo da forma como
STF. 1ª Turma. HC 187035/SP, Rel. Min. Marco Au- foi realizada a inquirição das testemunhas, sendo
rélio, julgado em 6/4/2021 (Info 1012). certo que, segundo entendimento consolidado nes-
te Superior Tribunal, o simples advento de sentença
condenatória não tem o condão, por si só, de cris-
talizar o prejuízo indispensável para o reconheci-
mento da nulidade. STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp
1493757/SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado
em 28/04/2020.
• A inquirição das testemunhas pelo juiz antes que
seja oportunizada a formulação das perguntas às
partes, com a inversão da ordem prevista no art. 212
do Código de Processo Penal, constitui nulidade re-
lativa. Não havendo demonstração do prejuízo, nos
termos exigidos pelo art. 563 do mesmo estatuto
processual, não se procede à anulação do ato. STJ.
6ª Turma. AgRg no HC 578.934/SP, Rel. Min. Nefi
Cordeiro, julgado em 02/06/2020.
No caso concreto, a defesa alegou nulidade processual por desrespeito ao art. 212 do CPP, por ter o juízo
inquerido diretamente as testemunhas. A magistrada que presidia a audiência reputou observados o contra-
ditório e a ampla defesa, porque depois de perguntar, ela permitiu que os defensores e o MP fizessem ques-
tionamentos.
A 1ª Turma do STF, por maioria (3x2), entendeu que houve nulidade.
Assim, não deve ser acolhida a alegação de nulidade em razão da não observância da ordem de formulação
de perguntas às testemunhas, estabelecida pelo art. 212 do CPP, se a parte não se desincumbiu do ônus de
demonstrar o prejuízo decorrente da inversão da ordem de inquirição das testemunhas.
A demonstração de prejuízo, a teor do art. 563 do CPP, é essencial à alegação de nulidade.
#SELIGA: Essa segunda corrente parece ser majoritária, tendo sido a adotada em provas de concurso de Juiz,
MP e Delta.
O silêncio do réu não importa em confissão e não poderá, de nenhuma forma, nem mesmo na do-
sagem de pena, prejudicar o acusado, não sendo recepcionada a parte final do art. 198 do CPP (“O silêncio do
acusado não importará confissão, mas poderá constituir elemento para a formação do convencimento do juiz”).
Características:
▪ Ato personalíssimo - isto é, deve ser realizada pelo próprio réu, não se admitindo seja feita por interposta
pessoa, como o defensor e o mandatário;
▪ Divisibilidade: a confissão é divisível, não precisa ser considerada no seu todo. Logo, pode o juiz aceitá-la
em parte, apenas, considerando verdadeira uma parte da confissão e inverídica outra parte.
▪ Retratabilidade: mesmo confesso em juízo, pode o réu, em novo interrogatório, voltar atrás no seu relato
inicial. A retratação não invalida a confissão anterior. Logo, à luz das demais provas, faculta-se ao juiz considerar
uma ou outra, de acordo com o seu convencimento.
▪ Confissão simples: ocorre quando o acusado confessa a prática do fato delituoso, porém não invoca qual-
quer excludente da ilicitude ou da culpabilidade em seu benefício.
▪ Confissão qualificada: ocorre quando o acusado confessa a prática do fato delituoso, mas alega que o
praticou acobertado por uma excludente da ilicitude ou da culpabilidade. Na visão do STJ, quando efetivamente
utilizada como elemento de convicção, a confissão qualificada também pode ensejar a aplicação da atenuante
prevista na alínea d do inciso III do artigo 65 do CP;
▪ Confissão ficta: ocorre quando o acusado não contesta os fatos que lhe são imputados. No âmbito do
processo penal, em virtude da regra probatória que deriva do princípio da presunção de inocência, não há falar
em confissão ficta.
▪ Confissão delatória: também conhecida como chamamento de corréu ou delação premiada, ocorre
quando o acusado confessa a prática do fato delituoso e delata coautores e partícipes.
Súmula 545-STJ: Quando a confissão for utilizada para a formação do convencimento do julgador, o réu
fará jus à atenuante prevista no artigo 65, III, d, do Código Penal.
Desse modo, a Súmula 545 do STJ vale tanto para casos de confissão parcial, de confissão qualificada e
confissão com retratação posterior. Em suma, se o juiz utilizou a confissão como fundamento (elemento de argu-
mentação) para embasar a condenação, ele, obrigatoriamente, deverá aplicar a atenuante prevista no art. 65, III,
“d”, do CP.
Súmula 630-STJ: A incidência da atenuante da confissão espontânea no crime de tráfico ilícito de entor-
pecentes exige o reconhecimento da traficância pelo acusado, não bastando a mera admissão da posse
ou propriedade para uso próprio.
Não confundir:
#OLHAOGANCHO:
Enunciado 3 da I Jornada de Direito Penal e Processo Penal CJF/STJ: A inexistência de confissão do investigado
antes da formação da opinio delicti do Ministério Público não pode ser interpretada como desinteresse em en-
tabular eventual acordo de não persecução penal.
▪ A busca pessoal pode ser determinada pela autoridade policial ou pela autoridade judiciária, nos
termos do art. 6º, inciso II, do CPP;
▪ Já a busca domiciliar, está adstrita a cláusula de reserva de jurisdição, somente a autoridade judiciária
é competente poderá expedir o respectivo mandado.
(a Comissão Parlamentar de Inquérito não tem autoridade para, por força própria, isto é, sem auto-
rização judicial, determinar a busca domiciliar).
Trata-se da previsão do art. 5.º, XI, da CF, estabelecendo que a casa é asilo inviolável do indivíduo,
ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito
ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial.
▪ #NOVIDADELEGISLATIVA - A edição da Lei 13.869/2019, inserindo nova disciplina penal e processual aos
crimes de abuso de autoridade, foi estabelecida, como típica, a conduta de quem “cumpre mandado de busca
e apreensão domiciliar após as 21h (vinte e uma horas) ou antes das 5h (cinco horas)”, salvo “se o ingresso
for para prestar socorro, ou quando houver fundados indícios que indiquem a necessidade do ingresso em razão
de situação de flagrante delito ou de desastre” (art. 22, § 1.º, III).
Conceito de casa:
10 Não se exige, para a definição de “casa”, que ela esteja fixada ao solo, pois o conceito constitucional abrange as residências sobre rodas (trailers residen-
ciais), barcos-residência, a parte traseira do interior da boleia do caminhão etc.
11 Portanto, mandado judicial de busca e apreensão em escritório de advocacia não pode ser expedido de modo genérico, em aberto, sem objeto definido,
mas sim de forma delimitada, restrita ou fechada, mesmo sendo o advogado investigado.
Em regra, não. Assim, o veículo, em regra, pode ser examinado mesmo sem mandado judicial.
Exceção: quando o veículo é utilizado para a habitação do indivíduo, como ocorre com trailers, cabines de
caminhão, barcos etc.
#DEOLHONAJURIS:
O quarto de hotel constitui espaço privado que, segundo entendimento do Supremo Tribunal Federal, é qualifi-
cado juridicamente como “casa” (desde que ocupado) para fins de tutela constitucional da inviolabilidade domici-
liar. No entanto, o STJ fez uma interessante ressalva. O STJ afirmou que, embora o quarto de hotel regularmente
ocupado seja, juridicamente, qualificado como “casa” para fins de tutela constitucional da inviolabilidade domi-
ciliar (art. 5º, XI), a exigência, em termos de standard probatório, para que policiais ingressem em um quarto de
hotel sem mandado judicial não pode ser igual às fundadas razões exigidas para o ingresso em uma residência
propriamente dita, a não ser que se trate (o quarto de hotel) de um local de moradia permanente do suspeito.
Isso porque é diferente invadir uma casa habitada permanentemente pelo suspeito e até por várias pessoas
(crianças e idosos, inclusive) e um quarto de hotel que, como no caso, é aparentemente utilizado não como uma
morada permanente, mas para outros fins, inclusive, ao que tudo indica, o comércio de drogas.
No caso concreto, o STJ afirmou que, antes do ingresso no quarto, os policiais realizaram diligências investigati-
vas para apurar a veracidade da informação recebida no sentido de que havia entorpecentes no local. STJ. 6ª Tur-
ma. HC 659527-SP, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 19/10/2021 (Info 715). STJ. 6ª Turma. HC 659.527-SP,
Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 19/10/2021 (Info 715).
Em relação ao acesso dos órgãos da persecução criminal a mensagens de aplicativos telemáticos, como o Wha-
tsApp, por exemplo, três situações devem ser analisadas em separado:
I) PRISÃO EM FLAGRANTE: na prisão em flagrante, a apreensão do aparelho celular independe de autori-
zação judicial. É dizer: o próprio delegado de polícia, nos termos do art. 6º, incisos II e III, do CPP, poderá
apreender o aparelho celular. Contudo, para se ter acesso às mensagens telemáticas contidas no aparelho,
será necessária autorização do juiz competente; 12
II) ORDEM DE BUSCA E APREENSÃO DOMICILIAR PRÉVIA13: caso o celular tenha sido apreendido em cum-
primento a mandado de busca e apreensão domiciliar anteriormente expedido, ainda que não haja autorização
expressa, poderá haver o acesso às mensagens registradas no aparelho. É dizer: a ordem de busca e apreensão
determinada já é suficiente para permitir o acesso aos dados dos aparelhos celulares apreendidos; e
12 STJ. 5ª Turma. RHC 67.379-RN, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 20/10/2016 (Info 593). STJ. 6ª Turma. RHC 51.531-RO,
Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 19/4/2016 (Info 583).
13 STJ. 5ª Turma. RHC 77.232/SC, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 03/10/2017.
III) MORTE DA VÍTIMA14: caso a vítima tenha morrido e o celular tenha sido entregue à polícia pela pessoa que
ficou viúva, a autoridade policial, independentemente de ordem judicial, pode acessar às mensagens contidas no
aparelho que lhe fora entregue.
IV) ESTABELECIMENTO PRISIONAL: É permitido o acesso ao whatsapp, mesmo sem autorização judicial, em
caso de telefone celular encontrado no interior de estabelecimento prisional. Nessa conjuntura, se é prescindível
decisão judicial para a análise do conteúdo de correspondência a fim de preservar interesses sociais e garantir a
disciplina prisional, com mais razão se revela legítimo, para a mesma finalidade, o acesso dos dados e comunica-
ções constantes em aparelhos celulares encontrados ilicitamente dentro do estabelecimento penal, pois a posse,
o uso e o fornecimento do citado objeto são expressamente proibidos pelo ordenamento jurídico.
Tratando-se de ilicitude manifesta e incontestável, não há direito ao sigilo e, por consequência, inexiste a pos-
sibilidade de invocar a proteção constitucional prevista no art. 5º, inciso XII, da Carta da República. Por certo,
os direitos fundamentais não podem ser utilizados para a salvaguarda de práticas ilícitas, não sendo razoável
pretender proteger aquele que age em notória desconformidade com as normas de regência.
STJ. 6ª Turma. HC 546.830/PR, Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 09/03/2021.
#COMOCAIU
Ano: 2021 Banca: FCC Órgão: DPE-SC Prova: FCC - 2021 - DPE-SC - Defensor Público
A respeito de recentes decisões do Superior Tribunal de Justiça e a utilização das novas ferramentas
tecnológicas no Processo Penal,
Alternativas
A) por ser instrumento do crime, é possível que o policial responsável pela prisão em flagrante acesse diretamen-
te as conversas de WhatsApp da pessoa presa, sem necessidade de autorização judicial.
B) é nula a citação do réu solto por WhatsApp, em razão da forma presencial de tal ato estipulada no Código
de Processo Penal.
C) a citação do réu solto por WhatsApp é válida, bastando que o oficial de justiça, que possui fé pública, confirme
ser o réu a pessoa citada.
D) o reconhecimento por foto, realizado pela vítima, se digital e em alta resolução, é instrumento capaz de em-
basar, por si, a condenação em um processo penal.
E) as mensagens obtidas por meio do print screen da tela da ferramenta WhatsApp Web, por poderem ter parte
do conteúdo apagado sem deixar vestígios, devem ser consideradas provas ilícitas.15
14 STJ. 6ª Turma. RHC 86.076-MT, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, Rel. Acd. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em = 19/10/2017 (Info 617).
15 GABARITO: E
#DEOLHONAJURIS:
Realizada a busca e apreensão, apesar de o relatório sobre o resultado da diligência ficar adstrito aos elemen-
tos relacionados com os fatos sob apuração, deve ser assegurado à defesa acesso à integra dos dados obtidos
no cumprimento do mandado judicial. STJ. 6ª Turma. RHC 114683/RJ, Rel. Rogério Schietti Cruz, julgado em
13/04/2021 (Info 692).
10.Ação penal de iniciativa pública e privada. Condições da ação. 11. Denúncia e Queixa-crime. Garantias
do processo penal. 2. Ação civil ex delicto. 13. O papel da vítima no processo penal. 14. Jurisdição e
competência. 15. Sujeitos processuais. 16. O direito de defesa. Autodefesa e defesa técnica. 17.
Interrogatório. 18. Questões e processos incidentes
#APOSTACICLOS
Em relação à ação penal, destaca-se o ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL, tema que permanece em
ALTA e merece o estudo detalhado da lei seca.
No seu material de apoio ou FUC 2, faça uma revisão geral acerca dos princípios aplicáveis às ações penais
pública e privada.
Jurisdição e competência é um tema extenso em termos de doutrina e jurisprudência. Sendo assim, o dire-
cionamento para essas fontes de estudo é focar especialmente no conteúdo envolvendo pessoas com prerrogativa
de foro, competência territorial, causas de modificação da competência: conexão e continência, crimes dolosos
contra a vida, competência federal X estadual e conflitos de competência.
#MAPEIAOVADE:
Art. 65 Art. 66
1. AÇÃO PENAL
É o direito público subjetivo de pedir ao Estado-Juiz que aplique o direito penal objetivo a um caso con-
creto.
- CONDIÇÕES DA AÇÃO PENAL: são também chamadas de condições de procedibilidade. Percebam que
na ação penal, além das condições genéricas, em alguns casos vamos precisar das condições específicas da ação.
1. Necessidade: não há pena sem processo. É inerente ao processo penal. Exceção: Juiza-
dos Especiais.
2. Adequação da via eleita: Em se tratando de ação penal condenatória, a adequação,
CONDIÇÕES
em verdade, é irrelevante no processo penal, porque, por óbvio, sempre será a mesma
GENÉRICAS
espécie de ação (ação penal condenatória), ou seja, não há diferentes espécies de ação
penal, como acontece no processo civil. O acusado se defende dos fatos e não da classi-
ficação jurídica a eles atribuída no processo penal. Portanto, conclui-se que a adequação
só interessa quanto ao estudo de ações penais não condenatórias. Ex.: HC, que somente
poderá ser impetrado quando houver privação da liberdade do agente.
3. Utilidade: o processo vai servir aos interesses do autor? A doutrina dá o exemplo da
prescrição em perspectiva ou virtual (que não é aceita pela jurisprudência – entendi-
mento sumulado).
Representação do ofendido.
PRINCÍPIOS PRINCÍPIOS
Princípio da autoridade: o órgão referido acima é Só se aplica na fase pré-processual, já que o processo
uma autoridade pública. é conduzido pelo ofendido.
3. PRINCÍPIO DA INDIVISIBILIDADE
O princípio da indivisibilidade é aplicado à ação penal privada. Na ação penal pública não vigora o prin-
cípio da indivisibilidade. Assim, o MP não está obrigado a denunciar todos os envolvidos no fato tido por delituoso,
não se podendo falar em arquivamento implícito em relação a quem não foi denunciado.
#DEOLHONAJURIS:
Na ação penal pública não vigora o princípio da indivisibilidade. Assim, o MP não está obrigado a denun-
ciar todos os envolvidos no fato tido por delituoso, não se podendo falar em arquivamento implícito em relação
a quem não foi denunciado. Isso porque o Parquet é livre para formar sua convicção, incluindo na denúncia as
pessoas que ele entenda terem praticado o crime, mediante a constatação de indícios de autoria e materialidade.
STJ. 6ª Turma. RHC 34233-SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, julgado em 6/5/2014 (Info 540).
#DEOLHONAJURIS:
• Se a omissão foi INVOLUNTÁRIA: o MP deverá requerer a intimação do querelante para que ele faça o adi-
tamento da queixa-crime e inclua os demais coautores ou partícipes que ficaram de fora.
Assim, conclui-se que a não inclusão de eventuais suspeitos na queixa-crime não configura, por si só, renúncia
tácita ao direito de queixa. Para o reconhecimento da renúncia tácita ao direito de queixa, exige-se a demonstra-
ção de que a não inclusão de determinados autores ou partícipes na queixa-crime se deu de forma deliberada
pelo querelante. STJ. 5ª Turma. RHC 55.142-MG, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 12/5/2015 (Info 562).
#DEOLHONAJURIS #ATENÇÃO:
A companheira, em união estável homoafetiva reconhecida, goza do mesmo status de cônjuge para o proces-
so penal, possuindo legitimidade para ajuizar a ação penal privada. STJ. Corte Especial. APn 912-RJ, Rel. Min.
Laurita Vaz, julgado em 07/08/2019 (Info 654).
#DEOLHONAJURIS:
Assim, julgada improcedente a queixa-crime, é cabível a condenação do querelante ao pagamento dos honorá-
rios sucumbenciais ao advogado do querelado.
Conclusão que se extrai da incidência dos princípios da sucumbência e da causalidade, o que permite a aplicação
analógica do art. 85 do CPC/2015, conforme previsão constante no art. 3º do CPP.
STJ. 5ª Turma. AgRg no AREsp 992.183/DF, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado em 07/06/2018.
STJ. Corte Especial. EDcl na APn 881/DF, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 03/10/2018.
4. PROCURAÇÃO - QUEIXA-CRIME
#DEOLHONAJURIS:
Para que seja protocolizada queixa-crime é necessária capacidade postulatória. A procuração outorgada pelo
querelante ao seu advogado para o ajuizamento de queixa-crime é uma procuração com poderes especiais.
Nesta procuração deve constar o “nome do querelado” e a “menção ao fato criminoso”.
• Para o STJ, “menção ao fato criminoso” significa que, na procuração, basta que seja mencionado o tipo penal
ou o nomen iuris do crime, não precisando identificar a conduta.
• Para o STF, “menção ao fato criminoso” significa que, na procuração, deve ser individualizado o evento delituo-
so, não bastando que apenas se mencione o nomen iuris do crime.
Caso haja algum vício na procuração para a queixa-crime, esse vício deverá ser corrigido antes do fim do prazo
decadencial de 6 meses, sob pena de decadência e extinção da punibilidade.
STF. 2ª Turma. RHC 105920/RJ, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 8/5/2012 (Info 665).
O vício na representação processual do querelante é sanável, desde que dentro do prazo decadencial.
STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 1392388/MG, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 18/08/2015.
#FOCONATABELA:
EFEITOS
CUMPRIMENTO DO ANPP DESCUMPRIMENTO DO ANPP
Descumpridas quaisquer das condições estipuladas,
Cumprido integralmente, o juízo competente decre- o Ministério Público deverá comunicar ao juízo, para
tará a extinção de punibilidade; fins de sua rescisão e posterior oferecimento de
denúncia.
#DEOLHONAJURIS:
A Lei nº 13.964/2019, no ponto em que institui o ANPP, é considerada lei penal de natureza híbrida (#olhao-
gancho), admitindo conformação entre a retroatividade penal benéfica e o tempus regit actum.
O ANPP se esgota na etapa pré-processual, sobretudo porque a consequência da sua recusa, sua não homolo-
gação ou seu descumprimento é inaugurar a fase de oferecimento e de recebimento da denúncia.
O recebimento da denúncia encerra a etapa pré-processual, devendo ser considerados válidos os atos pratica-
dos em conformidade com a lei então vigente.
Dessa forma, a retroatividade penal benéfica incide para permitir que o ANPP seja viabilizado a fatos
anteriores à Lei nº 13.964/2019, desde que não recebida a denúncia.
Assim, mostra-se impossível realizar o ANPP quando já recebida a denúncia em data anterior à entrada em vigor
da Lei nº 13.964/2019.
STJ. 5ª Turma. HC 607003-SC, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 24/11/2020 (Info 683).
STF. 1ª Turma. HC 191464 AgR, Rel. Roberto Barroso, julgado em 11/11/2020.
#DEOLHONAJURIS:
O Poder Judiciário não pode impor ao Ministério Público a obrigação de ofertar acordo de não perse-
cução penal (ANPP). Não cabe ao Poder Judiciário, que não detém atribuição para participar de negociações
na seara investigatória, impor ao MP a celebração de acordos.
Não se tratando de hipótese de manifesta inadmissibilidade do ANPP, a defesa pode requerer o reexame de sua
negativa, nos termos do art. 28-A, § 14, do CPP, não sendo legítimo, em regra, que o Judiciário controle o ato de
recusa, quanto ao mérito, a fim de impedir a remessa ao órgão superior no MP. Isso porque a redação do art.
28-A, § 14, do CPP determina a iniciativa da defesa para requerer a sua aplicação. STF. 2ª Turma. HC 194677/SP,
Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/5/2021 (Info 1017).
#DEOLHONAJURIS:
A remessa dos autos ao órgão superior do Ministério Público deve se limitar a questões relacionadas aos
requisitos objetivos, não sendo legítimo o exame de mérito
“O controle do Poder Judiciário quanto à remessa dos autos ao órgão superior do Ministério Público deve se
limitar a questões relacionadas aos requisitos objetivos, não sendo legítimo o exame do mérito a fim de impedir
a remessa dos autos ao órgão superior do Ministério Público. Nesse sentido, a Segunda Turma do Supremo Tri-
bunal Federal decidiu recentemente que não se tratando de hipótese de manifesta inadmissibilidade do ANPP, a
defesa pode requerer o reexame de sua negativa, nos termos do art. 28-A, § 14, do Código de Processo Penal
(CPP), não sendo legítimo, em regra, que o Judiciário controle o ato de recusa, quanto ao mérito, a fim de impe-
dir a remessa ao órgão superior no MP. (HC n. 194.677/SP, julgado em 11 de maio de 2021. Informativo n. 1017)”
(STJ. 5ª Turma. HC 668.520/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares Da Fonseca, julgado em 10/08/2021).
#DEOLHONAJURIS:
O acordo de não persecução penal (ANPP) não constitui direito subjetivo do investigado, mas sim fa-
culdade do órgão acusador
O acordo de persecução penal não constitui direito subjetivo do investigado, podendo ser proposto pelo MPF
conforme as peculiaridades do caso concreto e quando considerado necessário e suficiente para a reprovação
e a prevenção da infração penal, não podendo prevalecer neste caso a interpretação dada a outras benesses
legais que, satisfeitas as exigências legais, constitui direito subjetivo do réu, tanto que a redação do art. 28-A do
CPP preceitua que o Ministério Público poderá e não deverá propor ou não o referido acordo, na medida em
que é o titular absoluto da ação penal pública, ex vi do art. 129, inc. I, da Carta Magna (STJ. 5ª Turma. AgRg no
RHC 152.756/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares Da Fonseca, julgado em 14/09/2021).
#DEOLHONAJURIS:
Em caso de concurso material de crimes, considerando as penas mínimas de tais crimes (somadas), o
total deve ser inferior a 4 anos. (STF. 2ª Turma. HC 201610 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em
21/06/2021).
#DEOLHONAJURIS:
É necessário considerar eventual causas de aumento ou de diminuição da pena (§ 1º do art. 28-A). (STJ. 5ª
Turma. AgRg no RHC 152.756/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares Da Fonseca, julgado em 14/09/2021).
#DEOLHONAJURIS:
Muito embora seja possível a rescisão do ANPP (§ 10 do art. 28-A), é necessário oportunizar à defesa a
manifestação acerca do pedido formulado pelo Ministério Público. (STJ. 5ª Turma. HC 615.384/SP, Rel. Min.
Reynaldo Soares Da Fonseca, julgado em 09/02/2021).
6. JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA.
Leva em consideração a natureza da infração penal (art. 69, III, CPP). Ex. Justiça
Militar, Justiça Eleitoral, Tribunal do Júri.
#DEOLHONAJURIS:
RATIONE MATERIAE A Justiça Eleitoral é competente para processar e julgar os crimes eleitorais e os
comuns que lhe forem conexos. STF. Plenário. Inq 4435 AgR-quarto/DF, Rel. Min.
Marco Aurélio, julgado em 13 e 14/3/2019 (Info 933). STJ. 5ª Turma. HC 612636-RS,
Rel. Min. Jesuíno Rissato (Desembargador convocado do TJDFT), Rel. Acd. Min. Ri-
beiro Dantas, julgado em 05/10/2021 (Info 713).
Leva em consideração os casos de foro por prerrogativa de função. Ex. deputa-
dos federais e senadores serão julgados pelo STF (art. 102, I, “b”, CF); governadores
e Desembargadores serão julgados perante o STJ (art. 105, I, “a”, CF); juízes e pro-
motores dos Estados serão julgados pelo respectivo Tribunal de Justiça local, salvo
no tocante a crimes eleitorais (art. 86, III, CF).
#SELIGA: Com a decisão proferida pelo STF, em 03/05/2018, na AP 937 QO/RJ,
todos os inquéritos e processos criminais que estavam tramitando no Supremo
envolvendo crimes não relacionados com o cargo ou com a função desempenhada
pela autoridade, foram remetidos para serem julgados em 1ª instância. Isso porque
o STF definiu, como 1ª tese, que “o foro por prerrogativa de função aplica-se
apenas aos crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados às
funções desempenhadas”. O entendimento acima não se aplica caso a instrução
já tenha se encerrado. Em outras palavras, se a instrução processual já havia termi-
nado, mantém-se a competência do STF para o julgamento de detentores de foro
por prerrogativa de função, ainda que o processo apure um crime que não está
relacionado com o cargo ou com a função desempenhada. Isso porque o STF defi-
niu, como 2ª tese, que “após o final da instrução processual, com a publicação
RATIONE FUNCIONAE do despacho de intimação para apresentação de alegações finais, a compe-
tência para processar e julgar ações penais não será mais afetada em razão
de o agente público vir a ocupar outro cargo ou deixar o cargo que ocupava,
qualquer que seja o motivo.” STF. 1ª Turma. AP 962/DF, Rel. Min. Marco Aurélio,
red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 16/10/2018 (Info 920).
#DEOLHONAJURIS:
É indispensável a existência de prévia autorização judicial para a instauração de
inquérito ou outro procedimento investigatório em face de autoridade com foro
por prerrogativa de função em Tribunal de Justiça. STF. 2ª Turma. HC 201965/RJ, Rel.
Min. Gilmar Mendes, julgado em 30/11/2021 (Info 1040).
#DEOLHONAJURIS:
É inconstitucional norma de constituição estadual que estende o foro por
prerrogativa de função a autoridades não contempladas pela Constituição Federal
de forma expressa ou por simetria.
STF. Plenário. ADI 6501/PA, ADI 6508/RO, ADI 6515/AM e ADI 6516/AL, Rel. Min.
Roberto Barroso, julgados em 20/8/2021 (Info 1026).
Fixada seja pelo lugar da infração, seja pelo domicílio, seja pela residência do réu
RATIONE LOCI
(art. 69, I e II, CPP).
O art. 69, CPP, traz as regras de fixação da competência: a) o lugar da infração; b) o domicílio ou residência
do réu; c) a natureza da infração; d) a distribuição; e) a conexão ou continência; f) a prevenção; g) a prerrogativa
de função.
REGRA Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a
infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de exe-
cução.
Î TEORIA DO RESULTADO
Art. 70.
§ 1º Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele,
a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o
último ato de execução.
ENVOLVENDO § 2º Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será com-
MAIS DE UM PAÍS petente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou
devia produzir seu resultado.
§3º Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando
incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou
mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
INFRAÇÃO
CONTINUADA Art. 71. Tratando-se de infração continuada ou permanente, praticada em território
ou CRIME de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.
PERMANENTE
CRIMES PRATI-
Art. 88. No processo por crimes praticados fora do território brasileiro, será compe-
CADOS FORA DO
tente o juízo da Capital do Estado onde houver por último residido o acusado. Se
TERRITÓRIO BRA-
este nunca tiver residido no Brasil, será competente o juízo da Capital da República.
SILEIRO
Justiça Estadual.
CONTRAVENÇÃO Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: (...) IV - os crimes políticos
PENAL e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União
ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, EXCLUÍDAS AS CONTRAVEN-
ÇÕES e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral;
#DEOLHONAJURIS #COVID-19:
Beneficiário do auxílio emergencial transferiu o dinheiro para a conta de terceiro que deveria sacar a quantia e
entregar ao beneficiário; compete à Justiça Estadual julgar a conduta do terceiro que decidiu não mais entregar
o valor.
Não compete à Justiça Federal processar e julgar o desvio de valores do auxílio emergencial pagos durante a
pandemia da covid-19, por meio de violação do sistema de segurança de instituição privada, sem que haja frau-
de direcionada à instituição financeira federal. STJ. 3ª Seção. CC 182940-SP, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, julgado
em 27/10/2021 (Info 716).
8. LUGAR DO CRIME
#SELIGA:
- No JECRIM aplica-se a teoria da atividade (a competência será do lugar da ação ou omissão). Por sua vez, na
ação penal privada, a competência será do lugar da infração ou do domicílio do réu (foros concorrentes).
- Também há a exceção nos casos de crimes contra vida, em que a competência será determinada pela
teoria da ATIVIDADE. Assim, no caso de crimes contra a vida (dolosos ou culposos), se os atos de execução
ocorreram em um lugar e a consumação se deu em outro, a competência para julgar o fato será do local onde
foi praticada a conduta (local da execução).
9. CONEXÃO E CONTINÊNCIA
São institutos que visam à alteração da competência e não à sua fixação inicial. O feito poderia ser julgado
por determinado juiz, entretanto, quando houver alguma das situações abaixo a lei permite a mudança.
• Conexão: trata-se de ligação do liame existente entre infrações, sendo recomendado a união dos processos
a fim de se obter uma perfeita visão do quadro probatório. Há conexão quando:
• Ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas, ao mesmo tempo, por várias pessoas
reunidas (conexão intersubjetiva por simultaneidade ocasional), ou por várias pessoas em concur-
so, embora diverso o tempo e o lugar (conexão intersubjetiva por concurso), ou por várias pessoas,
umas contra as outras (conexão intersubjetiva por reciprocidade);
• Houverem sido umas praticadas para facilitar ou ocultar as outras, ou para conseguir impunidade ou
vantagem em relação a qualquer delas (conexão objetiva, lógica ou material);
• A prova de uma infração ou de qualquer de suas circunstâncias elementares influir na prova de outra
infração (conexão instrumental, probatória ou processual).
• Continência: refere-se à hipótese de um fato criminoso conter outros, tornando todos uma unidade indivi-
sível. A competência será determinada pela continência quando:
CONEXÃO
CONCURSAL: ocorrendo duas ou mais infrações, houverem sido praticadas por várias
INTERSUBJETIVA
pessoas em concurso, embora diverso o tempo e o lugar
TELEOLÓGICA: no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para facilitar as outras
OBJETIVA CONSEQUENCIAL: no mesmo caso, houverem sido umas praticadas para ocultar, con-
seguir impunidade ou vantagem em relação a qualquer delas
CONTINÊNCIA
Ocorre quando duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração.
No ponto, é muito importante destacar a diferença entre continência por cumulação
POR CUMULA- subjetiva e conexão intersubjetiva.
ÇÃO SUBJETIVA
OU CONTINÊNCIA Na continência por cumulação subjetiva ou continência subjetiva, dois ou mais sujeitos
SUBJETIVA são acusados por uma única infração. Na conexão intersubjetiva, duas ou pessoas são
(art. 77, inciso I, acusadas pelo cometimento de duas ou mais infrações penais. É dizer: na continência,
CPP): há várias pessoas e uma única infração penal.
Na conexão, há várias pessoas e várias infrações penais. Como exemplo de continência
por cumulação subjetiva, cita-se o homicídio praticado por dois agentes;
Ocorre nas hipóteses de concurso formal de crimes (art. 70, CP), aberratio ictus
ou erro na execução (art. 73, segunda parte, CP), e aberratio delicti ou resultado
diverso do pretendido (art. 74, segunda parte, CP).
Como sabido, o concurso formal de crimes se verifica quando o agente, mediante
uma única ação ou omissão, comete dois ou mais crimes.
CONTINÊNCIA No erro na execução, será aplicada a regra do concurso formal de crimes quan-
POR CUMULAÇÃO do o agente, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, além de
OBJETIVA (art. 77, atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa.
inciso II, CPP)
No resultado diverso do pretendido, também será aplicada a regra do concurso
formal de crimes quando o agente, por erro na execução, atingir não somente o resul-
tado inicialmente desejado. É dizer: além de atingir o resultado que desejava, o agente
também alcançou resultado diverso de sua expectativa inicial, como se dá, por exemplo,
no caso do agente que, visando atingir uma vitrine de uma loja com uma pedra,
acaba por também acertar um vendedor do estabelecimento comercial.
Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas as se-
guintes regras:
10. COMPETÊNCIA PARA JULGAR ESTELIONATO NO CASO EM QUE O PREJUÍZO OCORREU EM LOCAL
DIFERENTE DA OBTENÇÃO DA VANTAGEM
#DEOLHONAJURIS:
Nos crimes de estelionato, quando praticados mediante depósito, por emissão de cheques sem suficien-
te provisão de fundos em poder do sacado ou com o pagamento frustrado ou por meio da transferência
de valores, a competência será definida pelo local do domicílio da vítima, em razão da superveniência
de Lei nº 14.155/2021, ainda que os fatos tenham sido anteriores à nova lei. STJ. 3ª Seção. CC 180832-RJ,
Rel. Min. Laurita Vaz, julgado em 25/08/2021 (Info 706).
Esse novo § 4º do art. 70 do CPP aplica-se aos processos penais que estavam em curso quando entrou em
vigor a Lei nº 14.155/2021? O juízo que estava processando o crime deverá remeter o feito para o juízo do domicílio
da vítima?
Segundo esse princípio, uma vez iniciado o processo penal perante determinado juízo, nele deve prosseguir
até seu julgamento. Assim, depois que o processo se iniciou perante um juízo, as modificações que ocorrerem se-
rão consideradas, em regra, irrelevantes para fins de competência.
1) Estelionato praticado por meio de cheque falso (art. 171, caput, do CP)
Súmula 48-STJ: Compete ao juízo do local da obtenção da vantagem ilícita processar e julgar crime de estelio-
nato cometido mediante falsificação de cheque.
NÃO. Se você ler o § 4º verá que ele não trata da hipótese de estelionato praticado por meio de cheque
falso. Logo, esse dispositivo não incide no presente caso.
Logo, nesta primeira hipótese, nenhuma mudança operada pela Lei nº 14.155/2021. Vale ressaltar que a Sú-
mula 48 do STJ manteve-se válida com a novidade legislativa.
2) Estelionato praticado por meio de cheque sem fundo (art. 171, § 2º, VI)
Art. 171. Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em
erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, de quinhentos mil réis a dez contos de réis. (...)
VI - emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.
A competência para julgar seria do juízo do local A competência passou a ser do local do domicílio
onde se situa a agência bancária que recusou o da vítima.
pagamento. É o que prevê o novo § 4º do art. 70:
A competência será definida por prevenção, ou seja, será competente para julgar todos as condutas o juízo
do domicílio da vítima que tiver praticado o primeiro ato do processo ou medida relativa a este, nos termos do art.
83 do CPP:
Art. 83. Verificar-se-á a competência por prevenção toda vez que, concorrendo dois ou mais juízes igualmente
competentes ou com jurisdição cumulativa, um deles tiver antecedido aos outros na prática de algum ato do pro-
cesso ou de medida a este relativa, ainda que anterior ao oferecimento da denúncia ou da queixa (arts. 70, § 3º,
71, 72, § 2º, e 78, II, c).
#JACAIU
Roberta, residente na cidade de Maceió, estava em férias em Brasília e através de um amigo em comum conheceu
Rubens, também a passeio na capital federal. Após conversarem, Rubens mostrou diversas fotos de um automóvel
seu que estaria a venda, convencendo Roberta a adquiri-lo em 15/09/2018. Após a concretização do negócio, Ro-
berta, em 25/09/2018 e já em Maceió, realizou o depósito bancário no valor de R$ 30 mil reais na conta de Rubens,
domiciliado em São Paulo, mesmo local de sua agência bancária. Após a confirmação do pagamento e efetuado
o saque na mesma data do depósito, Rubens indicou a concessionária onde o veículo se encontrava, na cidade de
Santo André/SP, para onde a vítima se locomoveu em 30/09/2018 e percebeu se tratar de um golpe, não havendo
nenhum veículo ou pessoa no local. Roberta registrou o boletim de ocorrência em Santo André, estando os autos
ainda em fase investigativa. No caso relatado, em caso de denúncia criminal por estelionato em desfavor de Ru-
bens, a competência será da Comarca de
Alternativas16
A) São Paulo.
B) Maceió.
C) Santo André.
D) Brasília.
21.Prisão em flagrante. Prisão preventiva. Prisão temporária. Prisão domiciliar. Relaxamento e liberdade
provisória. Medidas cautelares diversas da prisão. 22. Medidas assecuratórias. 23. Citação, notificação e
intimação. 24. Revelia e suspensão condicional do processo. 25. Aplicação provisória de interdições e
medida de segurança.
Galera, se esse já era um tema importante dentro da disciplina de Processo Penal, agora com as #NOVIDA-
DESLEGISLATIVAS advindas do Pacote Anticrime, se torna ainda mais relevante. Prisões sempre é um tema muitís-
simo relevante para as provas de Defensorias, e na DPE/CE não será diferente.
A leitura da lei precisa ser feita com bastante atenção, pois as informações mais importantes vão estar con-
centradas lá. Nesse ponto, grande parte das questões conseguem ser facilmente resolvidas se você tiver uma boa
afinidade com a lei + jurisprudência.
16 GABARITO: B
Na leitura lei e da jurisprudência, ATENÇÃO ESPECIAL para: requisitos da prisão preventiva e sua subs-
tituição por cautelares diversas da prisão, liberdade provisória (com ou sem fiança), regras relativas à prisão domi-
ciliar e audiência de custódia.
#MAPEIAOVADE:
#PACONTEANTICRIME #DEOLHONAJURIS:
Após o advento da Lei nº 13.964/2019, não é mais possível a conversão da prisão em flagrante em preventiva
sem provocação por parte ou da autoridade policial, do querelante, do assistente, ou do Ministério Público,
mesmo nas situações em que não ocorre audiência de custódia. A Lei nº 13.964/2019, ao suprimir a expressão
“de ofício” que constava do art. 282, § 2º, e do art. 311, ambos do CPP, vedou, de forma absoluta, a decretação da
prisão preventiva sem o prévio requerimento das partes ou representação da autoridade policial. STJ. 3ª Seção.
RHC 131263, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 24/02/2021 (Info 686). STF. 2ª Turma. HC 192532 AgR, Rel.
Gilmar Mendes, julgado em 24/02/2021.
Com base na redação anterior do art. 282, § 2º do CPP, a posição majoritária era a seguinte:
• Na fase do inquérito policial: O juiz NÃO podia conceder medidas cautelares de ofício, sendo necessário pedido
da autoridade policial ou requerimento do Ministério Público.
• Na fase judicial: SIM. O Juiz poderia agir de ofício para decretar medida cautelar. O § 2º do art. 282 afirmava
isso expressamente.
Após a Lei nº 13.964/2019, o juiz NÃO pode conceder medidas cautelares de ofício, seja na fase investigatória,
seja na fase processual.
#ATENÇÃO: Não mais se admite a decretação da prisão preventiva de ofício pelo juiz, ainda que no curso do
processo penal.
#MUITOCUIDADO #DEOLHONAJURIS:
Alternativas17
A) conceder liberdade provisória ao réu sem qualquer ônus, diante da impossibilidade de decretação de ofício
tanto da prisão preventiva quanto das medidas cautelares diversas da prisão.
B) converter a prisão em flagrante em preventiva, pois decisões repetidas do Superior Tribunal de Justiça permi-
tem a atuação de ofício.
C) enviar os autos ao Procurador-Geral de Justiça para que se manifeste em 24 horas, nos termos do artigo 28
do Código de Processo Penal, devendo o réu aguardar solto a manifestação.
D) converter a prisão em flagrante em preventiva, pois o roubo circunstanciado pela restrição da vítima é crime
hediondo e, portanto, inafiançável, demandando a medida cautelar pessoal.
E) conceder liberdade provisória ao réu, atrelada a outra medida cautelar prevista em lei, e diversa da prisão e
da fiança, eis que inafiançável o delito.
2. PRISÃO DOMICILIAR
O CPP, ao tratar da prisão domiciliar, está se referindo à possibilidade de o réu, em vez de ficar em prisão pre-
ventiva, permanecer recolhido em sua residência.
Trata-se de uma medida cautelar por meio da qual o réu, em vez de ficar preso na unidade prisional, perma-
nece recolhido em sua própria residência.
Hipóteses (importante):
Art. 318 - O juiz poderá substituir a prisão preventiva pela domiciliar quando o agente for:
I — maior de 80 anos;
II — extremamente debilitado por motivo de doença grave;
III — imprescindível aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 anos de idade ou com deficiência;
IV — gestante;
V — mulher com filho de até 12 (doze) anos de idade incompletos;
VI — homem, caso seja o único responsável pelos cuidados do filho de até 12 (doze) anos de idade incom-
pletos.
Obs.: os magistrados, membros do MP, da Defensoria e da advocacia têm direito à prisão cautelar em sala de
Estado-Maior. Caso não exista, devem ficar em prisão domiciliar.
17 GABARITO: A
Art. 318-A. A prisão preventiva imposta à mulher gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou
pessoas com deficiência será substituída por prisão domiciliar, desde que:
I - não tenha cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa;
II - não tenha cometido o crime contra seu filho ou dependente.
(O juiz poderá deixar de aplicar a prisão domiciliar em outras situações excepcionalíssimas). O fato de o legisla-
dor não ter inserido outras exceções na lei, não significa que o magistrado esteja proibido de negar o benefício
quando se deparar com casos excepcionais. Assim, deve prevalecer a interpretação teleológica da lei, assim
como a proteção aos valores mais vulneráveis. Com efeito, naquilo que a lei não regulou, o precedente do STF
deve continuar sendo aplicado, pois uma interpretação restritiva da norma pode representar, em determinados
casos, efetivo risco direto e indireto à criança ou ao deficiente, cuja proteção deve ser integral e prioritária. STJ.
5ª Turma. HC 470.549/TO, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 12/02/2019.
O juiz pode determinar que a pessoa fique usando uma monitoração eletrônica.
#DEOLHONAJURIS:
Não é possível a concessão de prisão domiciliar para condenada gestante ou que seja mãe ou responsável por
crianças ou pessoas com deficiência se já houver sentença condenatória transitada em julgado e ela não preen-
cher os requisitos do art. 117 da LEP. STF. 1ª Turma. HC 177164/PA, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 18/2/2020
(Info 967).
#SELIGA:
O STJ possui alguns julgados admitindo a prisão domiciliar do art. 318 do CPP mesmo em caso de prisão
decorrente de sentença penal condenatória transitada em julgado (STJ. 3ª Seção. Rcl 40.676/SP, Rel. Min.
Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 25/11/2020).
#DEOLHONAJURIS:
Período em que o indivíduo esteve em prisão domiciliar deve ser considerado para fins de detração da
pena.
Qualquer prisão processual deve ser detraída da pena final imposta, não importa o local de seu cumprimento -
cadeia, domicílio ou hospital -, devendo, portanto, a decisão ser mantida por seus próprios fundamentos.
Assim, mesmo o tempo em que o indivíduo ficou em prisão domiciliar também deve ser detraído do tempo
total de pena. STJ. 6ª Turma. AgRg no AgRg nos EDcl no HC 442.538/PR, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em
05/03/2020.
#DEOLHONAJURIS:
Tem direito à substituição da prisão preventiva pela prisão domiciliar — desde que observados os requisitos do
art. 318 do Código de Processo Penal e não praticados crimes mediante violência ou grave ameaça ou contra
os próprios filhos ou dependentes — os pais, caso sejam os únicos responsáveis pelos cuidados de menor de 12
anos ou de pessoa com deficiência, bem como outras pessoas presas, que não sejam a mãe ou o pai, se forem
imprescindíveis aos cuidados especiais de pessoa menor de 6 anos ou com deficiência. STF. 2ª Turma. HC 165704/
DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 20/10/2020 (Info 996).
3. AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA
• Trata-se de expressão que retrata a apresentação pessoal do conduzido à autoridade judicial logo depois
de efetuada a sua prisão, para que a partir de prévio contraditório estabelecido entre o Ministério Público e a
defesa técnica (Defensoria Pública ou advogado constituído), exerça-se um controle imediato da legalidade e da
necessidade da prisão, bem como apreciar se os direitos fundamentais da pessoa presa foram respeitados, sobre-
tudo no que diz respeito à presença de abusos desde o momento de sua detenção até a realização da audiência.
• A audiência de custódia (ou de apresentação) constitui direito público subjetivo, de caráter fundamental,
assegurado por convenções internacionais de direitos humanos a que o Estado brasileiro aderiu, já incorporadas
ao direito positivo interno (Convenção Americana de Direitos Humanos e Pacto Internacional sobre Direitos Civis e
Políticos). Traduz prerrogativa não suprimível assegurada a qualquer pessoa. Sua imprescindibilidade tem o bene-
plácito do magistério jurisprudencial (ADPF 347 MC) e do ordenamento positivo doméstico (Lei nº 13.964/2019 e
Resolução 213/2015 do CNJ). STF. HC 188888/MG, Rel. Min. Celso de Mello, julgado em 6/10/2020 (Info 994).
#DEOLHONAJURIS:
• O entendimento desta Corte Superior de Justiça é de que “a não realização de audiência de custódia no prazo
de 24 horas não acarreta a automática nulidade do processo criminal, assim como que a conversão do flagrante
em prisão preventiva constitui novo título a justificar a privação da liberdade, ficando superada a alegação de
nulidade decorrente da ausência de apresentação do preso ao Juízo de origem STJ. 6ª Turma. RHC 154.274. Rel.
Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 14/12/2021.)
• A superveniência da realização da audiência de instrução e julgamento não torna superada a alegação de
ausência de audiência de custódia. STF. 2ª Turma. HC 202579 AgR/ESe HC 202700 AgR/SP, Rel. Min. Nunes Mar-
ques, redator do acórdão Min. Gilmar Mendes, julgados em 26/10/2021 (Info 1036).
•Em regra, a audiência de custódia deve ser realizada na localidade em que ocorreu a prisão. No caso, porém,
o Investigado já foi conduzido à Comarca do Juízo que determinou a busca e apreensão, há aparente conexão
probatória com outros casos e prevenção daquele Juízo, de forma que não se mostra razoável determinar o
retorno do Investigado para análise do auto de prisão em flagrante, notadamente em razão da celeridade que
deve ser empregada em casos de análise da legalidade da custódia.STJ. 3ª Seção. CC 182728-PR, Rel. Min. Laurita
Vaz, julgado em 13/10/2021 (Info 714).
Considerando a pandemia mundial (Covid-19), o CNJ aprovou a Resolução 357/2020, permitindo a audiência
de custódia por videoconferência quando não for possível a realização, em 24 horas, de forma presencial. Além
disso, também prevê a possibilidade de o Ministério Público propor acordo de não persecução penal (ANPP) nas
hipóteses previstas no artigo 28-A do Código de Processo Penal. No mesmo sentido, passou a decidir o STF. A
pandemia causada pelo novo coronavírus não afasta a imprescindibilidade da audiência de custódia, que deve
ser realizada, caso necessário, por meio de videoconferência, diante da ausência de lei em sentido formal que
proíba o uso dessa tecnologia.
A audiência por videoconferência, sob a presidência do Juiz, com a participação do autuado, de seu defensor
constituído ou de Defensor Público, e de membro do Ministério Público, permite equacionar as medidas sani-
tárias de restrição decorrentes do contexto pandêmico com o direito subjetivo do preso de participar de ato
processual vocacionado a controlar a legalidade da prisão. STF. 2ª Turma. HC 186421, Rel. Celso de Mello, Rel. p/
Acórdão Edson Fachin, julgado em 20/10/2020.
4. PRISÃO PREVENTIVA
#LINKMENTAL #DEOLHONAJURIS:
A prática de contravenção penal, no âmbito da violência doméstica, não é motivo idôneo para justificar
a prisão preventiva do réu. O inciso III do art. 313 do CPP prevê que será admitida a decretação da prisão pre-
ventiva “se o CRIME envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, idoso, enfermo
ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das medidas protetivas de urgência”. Assim, a redação do
inciso III do art. 313 do CPP fala em CRIME (não abarcando contravenção penal). Logo, não há previsão legal que
autorize a prisão preventiva contra o autor de uma contravenção penal. Decretar a prisão preventiva nesta hi-
pótese representa ofensa ao princípio da legalidade estrita. STJ. 6ª Turma. HC 437535-SP, Rel. Min. Maria Thereza
de Assis Moura, Rel. Acd. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 26/06/2018 (Info 632).
#LINKMENTAL #OLHAOGANCHO:
#ATENÇÃO - Não há na lei prazo de duração da preventiva, que persiste no tempo diante da necessidade, que
é medida pela presença das hipóteses de decretação. A preventiva segue a cláusula rebus sic stantibus (o estado
das coisas).
• Importante destacar que, a Lei nº 13.964/2019 trouxe um prazo para revisão periódica da prisão
preventiva:
Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes, revogar a prisão preventiva se, no correr da investigação
ou do processo, verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem como novamente decretá-la, se sobrevierem
razões que a justifiquem.
Parágrafo único. Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da decisão revisar a necessidade de sua
manutenção a cada 90 (noventa) dias, mediante decisão fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão
ilegal
#DEOLHONAJURIS:
A inobservância do prazo nonagesimal do art. 316 do Código de Processo Penal não implica automática revo-
gação da prisão preventiva, devendo o juízo competente ser instado a reavaliar a legalidade e a atualidade de
seus fundamentos. STF. Plenário. SL 1395 MC Ref/SP, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 14 e 15/10/2020 (Info 995).
6. PRISÃO PREVENTIVA:
i) fumus comissi delicti: para que a prisão preventiva seja decretada, é preciso estar presente a fumaça do
cometimento do delito (fumus comissi delicti), prevista no caput do art. 312 do CPP que se caracteriza pela prova
da existência do crime e indícios suficientes de autoria; assim, quanto à materialidade, exige-se um juízo de
certeza de que o fato ocorreu para a decretação da preventiva, tendo em vista que o dispositivo exige uma prova.
Por outro lado, quanto à autoria, basta um indício suficiente, aqui entendido como prova semiplena, de menor
valor persuasivo.
ii) Periculum libertatis: está expresso quanto aos fundamentos da prisão preventiva. Para a decretação
da prisão preventiva, é preciso estar presente o perigo de colocar ou manter o agente em liberdade (periculum
libertates), previsto no caput do art. 312 do CPP: garantia da ordem pública, garantia da ordem econômica,
• Perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado: princípio da atualidade (ou contemporanei-
dade) do periculum libertatis.
Art. 312. § 2º A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada em receio de perigo e
existência concreta de fatos novos ou contemporâneos que justifiquem a aplicação da medida adotada. (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
Para fins de decretação de toda e qualquer medida cautelar, esse periculum libertatis que a justifica deve ser
atual, presente. Afinal, as medidas cautelares são ‘situacionais’, ‘provisionais’, tutelam uma situação fática presente,
um risco atual. É dizer, não se admite a decretação de uma medida cautelar para tutelar fatos pretéritos, que não
necessariamente ainda se fazem presentes por ocasião da decisão judicial em questão.
É exatamente isso o que a doutrina chama de princípio da atualidade (ou contemporaneidade) do perigo (ou
do periculum libertatis).
7. HIPÓTESES EM ESPÉCIE
a) Garantia da ordem pública: (para o STJ, a ordem pública pode ser considerada a necessidade de preser-
vação da paz social, estando em risco quando o sujeito em liberdade provavelmente, continuar a delinquir.)
• A probabilidade de reiteração de condutas criminosas, pode ser aferida por investigações e ações
penais em andamento. (STJ, RHC 055365/CE; RHC 054750/DF; RHC 052402/BA);
#DEOLHONAJURIS:
As circunstâncias pessoais favoráveis, ainda que comprovadas, não são suficientes à concessão de liber-
dade provisória se presentes os requisitos autorizadores da custódia cautelar. STJ. 5ª Turma. AgRg no RHC
145.936/MG, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca, julgado em 18/05/2021.
• A probabilidade de reiteração de condutas criminosas também pode ser verificada pelos atos infra-
cionais praticados quando era adolescente. Nesse sentido: A prática de atos infracionais anteriores serve para
justificar a decretação ou manutenção da prisão preventiva como garantia da ordem pública, considerando que
indicam que a personalidade do agente é voltada à criminalidade, havendo fundado receio de reiteração. Não é
qualquer ato infracional, em qualquer circunstância, que pode ser utilizado para caracterizar a periculosida-
de e justificar a prisão antes da sentença. É necessário que o magistrado analise: a) a gravidade específica do
ato infracional cometido; b) o tempo decorrido entre o ato infracional e o crime; e c) a comprovação efetiva da
ocorrência do ato infracional (STJ. 3a Seção. RHC 63.855-MG, Rel. para acórdão Min. Rogerio Schietti Cruz,
julgado em 11/5/2016).
• Gravidade concreta do crime: A alusão genérica sobre a gravidade do delito, o clamor público ou a
comoção social não constituem fundamentação idônea a autorizar a prisão preventiva (STJ, RHC 055070/MS; HC
311162/SP; HC 299666/SP; RHC 048058/BA; HC 270156/CE).
b) Garantia da ordem econômica: visa evitar que o sujeito em liberdade continue praticando delitos contra
a ordem econômica (doutrina majoritária).
c) Garantia da instrução criminal: para preservar a livre produção probatória. A instrução processual deve-
rá ser protegida quando o agente indiciado ou processado praticar alguma conduta para se beneficiar ou para
beneficiar terceiros, maculando a produção de elementos de informação ou a produção probatória.
d) Garantia de aplicação da lei penal: visa a proteger os fins do processo, ou seja, a definitiva prestação ju-
risdicional na sentença penal de que resulta condenação, com a imposição da sanção, portanto, qualquer iniciativa
tenente a furtar-se à aplicação da lei penal, como no caso de uma tentativa de fuga, poderá ser imposta
a prisão preventiva.
A real tentativa de fuga (STJ. HC 207.564), compra de bens em outros lugares, venda de bens (STJ. HC 45.772),
compra de passagens aéreas (STJ. HC. 46.501), já estar foragido (STJ. 206952), ausência constante de domicílio fixo
(STJ. 198.675), ausência de vínculo no distrito da culpa (STJ. HC 223.900), já ter fugido para outro estado (STJ.
HC 212.173) são indicativos mais palpáveis de se avaliar e, eventualmente, confrontar.
#OLHAOGANCHO #DEOLHONAJURIS:
A Súmula Vinculante 56 destina-se com exclusividade aos casos de cumprimento de pena, ou seja, aplica-se
tão somente ao preso definitivo. Não se pode estender a citada súmula vinculante ao preso provisório (prisão
preventiva), eis que se trata de situação distinta. Por deter caráter cautelar, a prisão preventiva não se submete à
distinção de diferentes regimes. Assim, sequer é possível falar em regime mais ou menos gravoso ou estabelecer
um sistema de progressão ou regressão da prisão.
STJ. 5ª Turma. RHC 99006-PA, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 07/02/2019 (Info 642).
• A prisão temporária SOMENTE pode ocorrer na FASE DAS INVESTIGAÇÕES. Apesar de mencionar
o inquérito policial, por ser peça dispensável para o oferecimento da peça acusatória, a doutrina defende
que também é dispensável para a decretação da prisão temporária, devendo haver, porém, algum procedimento
investigatório. Dessa forma, a prisão temporária somente pode existir na fase pré-processual. Uma vez recebida a
denúncia, não caberá mais prisão temporária;
Lei nº 7.960/89:
Art. 1° Caberá prisão temporária:
I - quando imprescindível para as investigações do inquérito policial;
II - quando o indicado não tiver residência fixa ou não fornecer elementos necessários ao esclarecimento
de sua identidade; (O STF explicou que esse inciso II do art. 1º da Lei nº 7.960/89, mostra-se dispensável ou,
quando interpretado isoladamente, é inconstitucional)
III - quando houver fundadas razões, de acordo com qualquer prova admitida na legislação penal, de
autoria ou participação do indiciado nos seguintes crimes (O STF também decidiu que o rol do inciso III do
art. 1º da Lei nº 7.960/89 é taxativo - faça a leitura do rol)
• Enunciado nº 15 da I Jornada de Direito e Processo Penal “Para a decretação da Prisão Temporária (Lei
n. 7.960/1989) é necessária a aplicação cumulativa do inc. III com o inc. I do art. 1º da Lei n. 7.960/1989;
• PRAZO: Diversamente da prisão preventiva, a prisão temporária, como o nome já indica, possui duração
predeterminada.
- Crimes comuns: Nos termos do art. 2º, caput, da Lei nº 7.960/89, a prisão temporária terá o prazo de 5
(cinco) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema e comprovada necessidade.
- Crimes hediondos e equiparados: o art. 2º, § 4º, da Lei nº 8.072/90 determinou que o prazo da
prisão temporária será de, no máximo, 30 (trinta) dias, prorrogável por igual período em caso de extrema
e comprovada necessidade.
Art. 2° (...)
§ 2º O despacho que decretar a prisão temporária deverá ser fundamentado e prolatado dentro do prazo de 24
(vinte e quatro) horas, contadas a partir do recebimento da representação ou do requerimento.
§ 4º-A O mandado de prisão conterá necessariamente o período de duração da prisão temporária esta-
belecido no caput deste artigo, bem como o dia em que o preso deverá ser libertado. (Incluído pela Lei
nº 13.869. de 2019).
§ 7º Decorrido o prazo contido no mandado de prisão, a autoridade responsável pela custódia deverá, indepen-
dentemente de nova ordem da autoridade judicial, pôr imediatamente o preso em liberdade, salvo se já tiver sido
comunicada da prorrogação da prisão temporária ou da decretação da prisão preventiva. (Incluído pela Lei nº
13.869. de 2019)
§ 8º Inclui-se o dia do cumprimento do mandado de prisão no cômputo do prazo de prisão temporária. (Re-
dação dada pela Lei nº 13.869. de 2019)
26. Sentença penal e coisa julgada. 27. Emendatio libelli e mutatio libelli. 28. Processo e procedimento.
Pressupostos processuais. Procedimento comum e especial. 29. Rito ordinário. Rito sumário. Rito
sumaríssimo 30. Juizados Especiais Criminais. 31. Procedimento relativo ao Tribunal do Júri.
• Chegamos no ponto TOP1. O tema dos procedimentos é o assunto com o maior índice de incidência nas
provas anteriores da FCC. Com certeza é nossa #APOSTASCICLOS. Além da Leitura de lei OBRIGATÓRIA, dos arti-
gos indiciados, complemente o seu estudo com o seu material de apoio, e claro, se deixar a jurisprudência de fora.
Rito sumaríssimo. Juizados Especiais Criminais. A parte processual penal (art. 60 ao art. 95) da lei 9.099/95
é de LEITURA OBRIGATÓRIA. Certifique-se de ter um bom domínio acerca de todos os dispositivos legais. Aqui
também é a hora de estudar os institutos processuais do JECRIM (composição civil dos danos, transação penal e
suspensão condicional do processo). Não perca nenhuma informação sobre o procedimento sumaríssimo todos os
artigos da lei são importantes e tem grandes chances de serem cobrados na sua prova.
Tribunal do Júri. O procedimento especial do Tribunal do Júri, previsto nos arts. 406 a 497 do CPP, é indis-
cutivelmente IMPORTANTE para a sua prova, FOCO nos artigos que tratam da instrução preliminar, da pronúncia,
impronúncia, absolvição sumária, da votação e sentença. Não esqueça da jurisprudência e súmulas sobre o Júri.
Emendatio libelli e mutatio libelli. Fiquem de olho nesses institutos e nas diferenças entres eles.
1. PROCEDIMENTOS
PROCEDIMENTO COMUM
a) Na aferição da pena máxima devem ser levadas em consideração as qualificadoras, causas de au-
mento e causas de diminuição (devem ser considerados os índices de aumento máximo e de diminuição mínimo),
concurso de crimes, como concurso material e formal, bem como continuidade delitiva. Desse modo, por
exemplo, em havendo concurso material de crimes, as penas máximas devem ser somadas para a definição do
procedimento adequado. Ainda, no concurso formal ou crime continuado, deve incidir a fração de aumento.
Não são levadas em conta as agravantes e atenuantes, pois não integram o tipo penal e não se sabe ainda qual
o patamar que será utilizado para agravar ou atenuar a pena (a lei não diz qual o montante deve ser considerado).
Isso apenas é possível no momento da sentença condenatória.
b) O procedimento comum ordinário, por ser o mais abrangente e completo, deve ser aplicado de forma
supletiva aos demais (procedimentos especiais, sumário e sumaríssimo), conforme art. 395, § 5º, CPP.
c) Nos termos do art. 394-A do CPP, os processos que apurem a prática de crime hediondo terão
prioridade de tramitação em todas as instâncias, esteja o réu preso ou solto no curso do processo.
d) Nos termos do art. 71, caput, da Lei nº 10.741/2003 (Estatuto do Idoso), é assegurada a prioridade de tra-
mitação dos processos e procedimentos em que figure como parte pessoa com idade igual ou superior a 60 anos,
em qualquer instância. Além disso, dentre esses processos, será dada, ainda, prioridade especial aos maiores de 80
anos (art. 71, § 5º).
3. NÃO CONFUNDA:
4. TRIBUNAL DO JÚRI
Plenitude de Defesa.
Sigilo das Votações.
Soberania dos Vereditos.
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS Competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida (com-
petência mínima)
DO TRIBUNAL
a) Homicídio;
DO JÚRI
b) Aborto;
c)Infanticídio;
d)Induzimento, auxílio ou instigação ao suicídio; e) Os delitos conexos e
continentes a estes, em regra, nos termos do art. 78, I, do CPP.).
a) Primeira fase – Judicium accusatione / Sumário da culpa: abrange os atos praticados desde o recebi-
mento da denúncia até a pronúncia;
b) Segunda fase – Judicium causae: abrange os atos realizados entre a pronúncia e o julgamento pelo
Tribunal do Júri.
Ao final da 1ª fase do procedimento do júri (sumário da culpa), o juiz irá proferir uma sentença, que poderá
ser de quatro modos:
Recurso cabível:
RESE.
Recurso cabível: APE- Recurso cabível: APE- Recurso cabível:
(#seliganotermo: DE-
LAÇÃO. LAÇÃO. RESE.
SPRONÚNCIA – quando
interporto o RESE o juiz
se retrata da pronúncia)
#DEOLHONAJURIS:
Os jurados não precisam motivar sua decisão (sistema da íntima convicção), no entanto, o Tribunal de 2ª ins-
tância precisa fazê-lo. Por isso, ao julgar a apelação da defesa, cabe ao Tribunal de Justiça (ou TRF) a tarefa de
identificar quais foram as provas produzidas nos autos que demonstram a autoridade e a materialidade delitivas,
bem como eventuais qualificadoras, sob pena de, não o fazendo, incorrer em negativa de prestação jurisdicional.
Se o Tribunal encontrar prova judicializada idônea, deverá manter a condenação e/ou a qualificadora.
Por outro lado, se não houver provas produzidas na forma do art. 155 do CPP, o Tribunal deverá dar provimento
ao recurso, cassando a condenação.
Caso concreto: as qualificadoras foram baseadas apenas no depoimento prestado no inquérito policial por uma
testemunha que ouviu dizer. Diante disso, o STJ decidiu cassar a sentença e submeter o réu a novo júri. Isso
porque:
As qualificadoras de homicídio fundadas exclusivamente em depoimento indireto (Hearsay Testimony), violam o
art. 155 do CPP, que deve ser aplicado aos veredictos condenatórios do Tribunal do Júri.
STJ. 5ª Turma. REsp 1916733-MG, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 23/11/2021 (Info 719).
#OLHAOGANCHO #DEOLHONAJURIS:
sob o contraditório judicial, fundada exclusivamente em elementos informativos obtidos na fase inquisitorial. STJ.
5ª Turma. HC 560.552/RS, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 23/02/2021.STJ. 6ª Turma. HC 589.270, Rel. Min.
Sebastião Reis Júnior, julgado em 23/02/2021.
• Críticas ao princípio do in dubio pro societate na fase da pronúncia:
Na fase de pronúncia deve-se adotar a teoria racionalista da prova, na qual não deve haver critérios de valoração
das provas rigidamente definidos na lei, no entanto, por outro lado, o juízo sobre os fatos deve ser pautado por
critérios de lógica e racionalidade, podendo ser controlado em âmbito recursal ordinário.
Para a pronúncia, não se exige uma certeza além da dúvida razoável, necessária para a condenação. Contudo,
a submissão de um acusado ao julgamento pelo Tribunal do Júri pressupõe a existência de um lastro probatório
consistente no sentido da tese acusatória. Ou seja, requer-se um standard probatório um pouco inferior, mas
ainda assim dependente de uma preponderância de provas incriminatórias.
STF. 2ª Turma. ARE 1067392/CE, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 26/3/2019 (Info 935).
#DEOLHONAJURIS:
Quando a apelação contra a sentença condenatória é interposta com fundamento no art. 593, III, “d”, do CPP,
o Tribunal tem o dever de analisar se existem provas de cada um dos elementos essenciais do crime, ainda que
não concorde com o peso que lhes deu o júri.
Caso falte no acórdão recorrido a indicação de prova de algum desses elementos, há duas situações possíveis:
1) ou o aresto é omisso, por deixar de enfrentar prova relevante, incorrendo em negativa de prestação jurisdi-
cional;
2) ou o veredito deve ser cassado, porque nem mesmo a análise percuciente da Corte local identificou a existên-
cia de provas daquele específico elemento.
STJ. 5ª Turma. AREsp 1803562-CE, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 24/08/2021 (Info 707).
#DEOLHONAJURIS:
Cabe apelação com fundamento no art. 593, III, “d”, do CPP (decisão manifestamente contrária à prova
dos autos) se o júri absolver o réu?
STJ: SIM (posição pacífica) - A 3ª Seção do STJ firmou o entendimento de que a anulação da decisão absolu-
tória do Conselho de Sentença (ainda que por clemência), manifestamente contrária à prova dos autos, segundo
o Tribunal de Justiça, por ocasião do exame do recurso de apelação interposto pelo Ministério Público (art. 593,
III, “d”, do CPP), não viola a soberania dos veredictos. STJ. 5ª Turma. HC 560668/SP, Rel. Min. Reynaldo Soares da
Fonseca, julgado em 18/08/2020.
STF: NÃO (posição majoritária) - Em face da reforma introduzida no procedimento do Tribunal do Júri (Lei
11.689/2008), é incongruente o controle judicial, em sede recursal (art. 593, III, “d”, do CPP), das decisões absolu-
tórias proferidas com fundamento no art. 483, III e § 2º, do CPP.
STF. 2ª Turma. RHC 192431 Segundo AgR/SP e RHC 192432 Segundo AgR/SP, Rel. Min. Ricardo Lewandowski,
julgado em 23/2/2021 (Info 1007).
7. NEGOCIAÇÃO PROCESSUAL
Considerado o rigor formal do procedimento do júri, não é possível que o juiz, unilateralmente, estabeleça pra-
zos diversos daqueles definidos pelo legislador (art. 477 do CPP) para os debates orais, seja para mais ou para
menos, sob pena de chancelar uma decisão contra legem.
Por outro lado, é possível que, no início da sessão de julgamento, mediante acordo entre as partes, seja estabe-
lecida uma divisão de tempo que melhor se ajuste às peculiaridades do caso concreto.
STJ. 6ª Turma. HC 703912-RS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 23/11/2021 (Info 719).
8. DESAFORAMENTO
#SELIGA:
Em regra, não é possível o reaforamento (retorno do julgamento à comarca de origem), ainda que cessem as
causas que autorizaram o desaforamento.
#DEOLHONAJURIS:
O desaforamento é medida excepcional, cabível apenas quando comprovada por fatos objetivos e concretos a
parcialidade do Conselho de Sentença.
A simples presunção de que os jurados poderiam ter sido influenciados por ampla divulgação do caso pela mídia
e a mera suspeita acerca da parcialidade dos jurados não justificam a adoção dessa medida excepcional.
STJ. 5ª Turma. HC 492964-MS, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 03/03/2020 (Info 668).
MEDIDAS DESPENALIZADORAS:
- Realizada a composição dos danos, o acordo será reduzido a escrito e homologado por
sentença irrecorrível, que consubstanciará em título executivo judicial a ser executado
no. juízo civil competente.
- Tratando-se de ação penal de iniciativa privada ou de ação penal pública condiciona-
da à representação, o acordo homologado acarreta a renúncia ao direito de queixa ou
representação, acarretando a extinção da punibilidade.
Todavia, a doutrina e jurisprudência majoritárias entende ser possível a composição
na ação penal pública incondicionada, embora o acordo não acarrete a extinção da
punibilidade, tendo como intuito apenas antecipar a certeza acerca do valor da inde-
nização.
COMPOSIÇÃO - Da não celebração da composição civil dos danos:
CIVIL DOS
DANOS • Ação penal pública incondicionada: o procedimento prosseguirá normalmente.
• Ação penal pública condicionada à representação e ação penal privada: a representação
ou a queixa crime poderão ser oferecidas oralmente na audiência, ou se aguardará o prazo
decadencial para a manifestação da vítima ou para a extinção da punibilidade.
#OLHAOGANCHO: Na lei dos crimes ambientais, mesmo sem haver vítima direta, impõe-
-se a composição civil e a preferência, inclusive, é pela reparação in natura.
Art. 27 da Lei 9.605 - Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de
aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76 da Lei nº 9.099
(transação), de 26 de setembro de 1995, somente poderá ser formulada desde que tenha
havido a prévia composição do dano ambiental, de que trata o art. 74 da mesma lei, salvo
em caso de comprovada impossibilidade.
- Cabimento e legitimidade:
- Recursos cabíveis:
Havendo homologação do acordo = cabe recurso de Apelação, no prazo de 10 dias!
Havendo recusa na homologação do acordo = cabe HC ou MS
#SELIGA: Quanto a este último requisito, o STJ, decidiu, em sede de recurso repetitivo, que
é possível estabelecer obrigações equivalentes, do ponto de vista prático, a sanções
penais, tais como a prestação de serviços comunitários ou a prestação pecuniária, mas
que, para os fins do sursis processual se apresentam somente como condições para a sua
incidência.
32. Nulidades. 33. Recursos. 34. Ações de impugnação. Revisão criminal. Habeas corpus. Mandado de
segurança contra ato jurisdicional penal.
Fala galera, se tem um tema que você pode ter certeza de que vai na sua prova, esse tema é RECURSOS! Se
dediquem com afinco ao estudo desse assunto, utilizando tanto o seu material de apoio (principalmente no que
diz respeito à teoria geral dos recursos) como a leitura da lei + jurisprudência.
Treinem questões e memorizem os principais aspectos de cada espécie recursal, como prazo, formalidades,
efeitos e cabimento. Foco na lei, hein galera?!
Os meios autônomos de impugnação, também costumam aparecer com frequência. Não esqueça de estu-
dar o Habeas Corpus e a Revisão Criminal. Muitas das informações que você precisam estão na FUC 15 e 17, e na
jurisprudência.
CARACTERÍSTICAS
A existência de um recurso está condicionada à manifestação da vonta-
de da parte, que demonstra seu interesse de recorrer com a interposição do
recurso.
VOLUNTARIEDADE
É dizer: o reexame necessário, também chamado de recurso de ofício, em
verdade, não tem natureza recursal, porquanto, como dito, o recurso é
gravado pela voluntariedade.
ANTERIOR À PRECLUSÃO
O recurso é interposto antes da formação da preclusão ou da coisa julgada.
OU À COISA JULGADA
A interposição de um recurso não faz surgir uma nova relação jurídica pro-
cessual.
DESENVOLVIMENTO Na verdade, o que ocorre com a interposição de um recurso é o sim-
DENTRO DA MESMA ples desdobramento da relação anterior, em regra perante órgão jurisdi-
RELAÇÃO JURÍDICA cional diverso e de hierarquia superior.
PROCESSUAL
Por essa razão, é que as ações autônomas de impugnação, como habeas
corpus, revisão criminal e mandado de segurança, não se confundem com os
recursos, já que elas inauguram uma nova relação jurídica processual.
2. PRINCÍPIOS RECURSAIS
PRINCÍPIOS RECURSAIS
• Trata-se da possibilidade de um reexame integral (matéria de fato e
de direito) da decisão do juízo a quo, por órgão jurisdicional diverso do
que a proferiu e, em regra, de hierarquia superior na ordem judiciária.
• Mitigações:
a) Decisões interlocutórias simples: estas decisões, em regra, na esfera
penal, não comportam recurso (princípio da irrecorribilidade das deci-
sões interlocutórias simples). Vale lembrar que quando uma interlocu-
DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO
tória simples comporta recurso, ela deve estar enquadrada no art. 581
do CPP (RESE). Nada impede, contudo, que a decisão seja combatida
por HC ou MS.
b) Mutatio libelli: Para o STF, na Súmula 453, o instituto da mutatio li-
belli não será invocado na fase recursal, para que não ocorra supressão
de instância.
c) Autoridades com foro por prerrogativa de função.
a) EFEITO DEVOLUTIVO - Pelo efeito devolutivo, como o nome sugere, a matéria é devolvida ao Poder
Judiciário, sendo postulada a reforma, invalidação, integração ou esclarecimento da decisão judicial combatida
pelo recurso interposto. Todo recurso é dotado de efeito devolutivo e, em regra, será apreciado por órgão
jurisdicional distinto do prolator da decisão impugnada.
#UMPOUCODEDOUTRINA #PLUS:
Uma vez fixada a extensão (ou dimensão horizontal) do efeito devolutivo, tem-se que, no que diz respeito à
profundidade (ou dimensão vertical) do recurso, o juízo ad quem poderá levar em consideração tudo que for
relevante para a nova decisão. Inclusive, se entender necessário, ao juízo ad quem é dado converter o julga-
mento em diligência e proceder a novo interrogatório do acusado, reinquirir testemunhas ou determinar
outras diligências, nos termos do art. 616 do CPP, que, apesar de somente fazer referência às apelações, é apli-
cável às demais espécies recursais.
b) EFEITO SUSPENSIVO - Pelo efeito suspensivo, que, no processo penal, é excepcional, a interposição do
recurso impede que a decisão guerreada produza, desde logo, os seus efeitos regulares.
Como dito, a regra é que os recursos não são dotados de efeito suspensivo, como ocorre, por
exemplo, com a apelação contra sentença absolutória, já que, nos termos do art. 596, caput, CPP, a apelação da
sentença absolutória não impedirá que o réu seja posto imediatamente em liberdade. Noutro giro, a apelação
contra sentença condenatória possui efeito suspensivo, já que o início do cumprimento da pena imposta somente
poderá ocorrer após o trânsito em julgado daquela, nos termos do art. 597 do CPP.
Outro exemplo bastante cobrado de recurso sem efeito suspensivo é o agravo em execução, nos
termos do art. 197 da LEP.
c) EFEITO TRANSLATIVO - Em decorrência do efeito translativo, que somente ocorre nos chamados
recursos de ofício, o juízo ad quem tem o poder de apreciar toda a matéria, pouco importando se beneficiará ou
prejudicará qualquer das partes. Por ele, o órgão ad quem pode conhecer matéria que não foi objeto da pretensão
recursal. Ex. nada impede que o Tribunal conheça de nulidades absolutas não suscitadas.
MITIGAÇÃO: O Tribunal não pode conhecer de ofício nulidades absolutas que prejudiquem a defesa e que
não foram suscitadas pela acusação, afastando-se assim a translatividade.
d) EFEITO REGRESSIVO, ITERATIVO OU DIFERIDO - Pelo efeito regressivo, permite-se que o órgão
judiciário que proferiu a decisão guerreada, com fulcro nas razões alegadas pela parte recorrente, reveja seu
posicionamento e altere o decisum inicialmente prolatado. Desse modo, pode-se concluir que o efeito regressivo
dá ensejo ao juízo de retratação ou confirmação da anterior decisão.
Hipóteses:
- RESE;
- Agravo em execução;
- Carta testemunhável;
RECURSO PRAZO
Interposição: 5 dias
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO
Razões: 2 dias
CPP:
Interposição – 5 dias
APELAÇÃO
Razões – 8 dias
JECRIM: 10 dias
O STF e o STJ consolidaram a orientação de que o modo de contagem continua sendo o disciplinado pelo
art. 798, caput, do CPP, segundo o qual todos os prazos serão contínuos e peremptórios, não se interrompendo
por férias, domingo ou dia feriado.
Prazo recursal para a defesa em relação à sentença condenatória: O prazo flui a partir da intimação ou da
prática de ato que revele ciência inequívoca dos termos da sentença. Ex.: carga dos autos.
- Defensor: caso se trate de defensor constituído, deverá ser intimado mediante publicação no órgão oficial
(art. 370, § 1.º, do CPP), escrito ou eletrônico (Lei 11.419/2006), a ele assegurado o prazo recursal previsto em lei.
No caso do defensor dativo, a sua intimação deverá ser pessoal (art. 370, § 4.º, do CPP), contando-se, também, o
prazo de forma normal. Já para o defensor público, além de ser intimado pessoalmente, tem assegurado o prazo
em dobro (art. 44, I, da Lei Complementar 80/1994).
- Réu: sua intimação deverá ser feita pessoalmente. Caso não seja localizado, deverá ser intimado por edi-
tal, hipótese na qual o prazo recursal somente correrá após o término do fixado no edital. Contudo, a intimação
pessoal só é exigível para sentença de primeiro grau. No caso dos Tribunais, a intimação é feita pela publicação da
decisão pelo órgão oficial de imprensa.
Em matéria penal, o Ministério Público não goza da prerrogativa da contagem dos prazos recursais
em dobro. Logo, o prazo para interposição de agravo pelo Estado-acusador em processo criminal é de 5 dias.
#DEFENSORIA - Mesmo em matéria penal, são contados em DOBRO todos os prazos da Defensoria
Pública.
Logo, o prazo para a Defensoria Pública interpor agravo regimental é de 10 dias. STF. 1ª Turma. HC 120275/
PR, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 15/5/2018 (Info 902).
Por ele, quando o Tribunal julga recurso defensivo, a situação do réu não poderá ser piorada. Para a exaspe-
ração da situação do imputado é necessário que o Tribunal dê provimento a recurso da acusação. Nem mesmo em
se tratando de erro material (STF: HC 83.545/SP; STJ: HC 163.851/RS).
Exemplo: Súmula 525, STF: A medida de segurança não será aplicada em segunda instância, quando só o
réu tenha recorrido.
Súmula n° 160 do STF: É nula a decisão do Tribunal que acolhe, contra o réu, nulidade não arguida no recurso
da acusação, ressalvados os casos de recurso de ofício
#SELIGA: Vedação à reformatio in pejus indireta – ocorre quando o tribunal ad quem, em sede de recurso
promovido exclusivamente pela defesa, anula a decisão anterior, remetendo os autos ao órgão a quo para pro-
ferir novo julgado, que não pode piorar a situação do acusado.
#DEOLHONAJURIS:
Caracteriza manifesta ilegalidade, por violação ao princípio da “non reformatio in pejus”, a majoração da pena de
multa por tribunal, na hipótese de recurso exclusivo da defesa. Isso porque, na apreciação de recurso exclusivo
da defesa, o tribunal não pode inovar na fundamentação da dosimetria da pena, contra o condenado, ainda que
a inovação não resulte em aumento da pena final. STF. 2ª Turma. RHC 194952 AgR/SP, Rel. Min. Ricardo Lewan-
dowski, julgado em 13/4/2021 (Info 1013).
7. #ATENÇÃO #PACOTEANTICRIME:
“Art. 492...
I - ...
e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-lo-
-á à prisão em que se encontra, se presentes os requi-
sitos da prisão preventiva, ou, no caso de condenação
a uma pena igual ou superior a 15 (quinze) anos de
reclusão, determinará a execução provisória das pe-
nas, com expedição do mandado de prisão, se for o
caso, sem prejuízo do conhecimento de recursos que
Sentença no tribunal do júri vierem a ser interpostos;
Art. 492. Em seguida, o presidente proferirá sen- ...
tença que: § 3º O presidente poderá, excepcionalmente, deixar de
I – no caso de condenação: autorizar a execução provisória das penas de que trata
a alínea e do inciso I do caput deste artigo, se houver
a) fixará a pena-base;
questão substancial cuja resolução pelo tribunal ao
b) considerará as circunstâncias agravantes ou ate- qual competir o julgamento possa plausivelmente
nuantes alegadas nos debates; levar à revisão da condenação.
c) imporá os aumentos ou diminuições da pena, em § 4º A apelação interposta contra decisão condenatória
atenção às causas admitidas pelo júri; do Tribunal do Júri a uma pena igual ou superior a 15
(quinze) anos de reclusão não terá efeito suspensi-
d) observará as demais disposições do art. 387 des-
vo.
te Código;
§ 5º Excepcionalmente, poderá o tribunal atribuir efei-
e) mandará o acusado recolher-se ou recomendá-
to suspensivo à apelação de que trata o § 4º deste
-lo-á à prisão em que se encontra, se presentes os
artigo, quando verificado cumulativamente que o re-
requisitos da prisão preventiva;
curso:
f ) estabelecerá os efeitos genéricos e específicos da
I - não tem propósito meramente protelatório; e
condenação;
II - levanta questão substancial e que pode resultar
........................
em absolvição, anulação da sentença, novo julga-
mento ou redução da pena para patamar inferior a 15
(quinze) anos de reclusão.
§ 6º O pedido de concessão de efeito suspensivo
poderá ser feito incidentemente na apelação ou por
meio de petição em separado dirigida diretamente ao
relator, instruída com cópias da sentença condenatória,
das razões da apelação e de prova da tempestividade,
das contrarrazões e das demais peças necessárias à
compreensão da controvérsia.” (NR)
É certo que as hipóteses de cabimento do RESE previstas no art. 581 do CPP são taxativas. No entanto, tais
hipóteses admitem interpretação extensiva. Assim, apesar de não haver previsão expressa no citado artigo, o
STJ admitiu o cabimento de RESE contra decisão que revoga medida cautelar diversa da prisão, com base
na interpretação extensivo do inciso V do art. 581. Tal dispositivo permite a utilização do RESE contra a decisão
do juiz que revogar prisão preventiva, sendo tal decisão similar ao ato de revogar medida cautelar diversa da
prisão. (INF 596 do STJ)
-Possibilidade de juízo de retratação (efeito regressivo – após a interposição do recurso, o juiz terá o prazo
de 2 dias para se retratar).
-Prazo: em regra, o RESE deverá ser interposto no prazo de 5 dias (art. 586 do CPP). Esse prazo, entretanto,
é excepcionado em duas situações: (i) Art. 581, XIV: Refere-se ao recurso da lista geral de jurados, que deverá ser
protocolado no prazo de 20 dias, contados da publicação da lista definitiva (art. 586, parágrafo único); (ii) Recurso
do assistente de acusação não previamente habilitado em relação à extinção da punibilidade do réu: deverá ser
interposto no prazo de 15 dias, contados a partir do final do prazo do Ministério Público (art. 584, § 1.º, c/c o art.
598, parágrafo único).
Hipóteses de cabimento:
d) Pronúncia;
f) Decisão que indefere requerimento ou revoga a prisão preventiva, relaxa a prisão em flagrante e con-
cede liberdade provisória;
i) Decisão que julga extinta a punibilidade pela prescrição ou outra causa: esse inciso tem aplicação residual,
sendo utilizável apenas na hipótese em que a extinção da punibilidade não tenha ocorrido na sentença condena-
tória ou no âmbito da Vara de Execuções Criminais.
j) Decisão que anular o processo, total ou parcialmente: no caso de nulidade total do processo ou de qualquer
ato nele praticado, o recurso adequado será o RESE. Vale lembrar que este é residual, sendo que a sua interposição
somente será possível se essa anulação não ocorrer em sede de sentença condenatória ou absolutória.
É cabível recurso em sentido estrito para impugnar decisão que indefere produção antecipada de prova, nas
hipóteses do art. 366 do CPP. As hipóteses de cabimento de recurso em sentido estrito estão previstas no art. 581
do CPP, sendo esse um rol taxativo (exaustivo). No entanto, apesar disso, é admitida a interpretação extensiva
dessas hipóteses legais de cabimento. STJ. 3ª Seção. EREsp 1.630.121-RN, Rel. Min. Reynaldo Soares da Fonseca,
julgado em 28/11/2018 (Info 640).
n) que recusar homologação à proposta de acordo de não persecução penal, previsto no art. 28-A desta
Lei: trata-se de #NOVIDADELEGISLATIVA acrescentada pelo Pacote Anticrime.
#SELIGA: Os incisos XI, XII, XVII, XIX, XX, XXI, XXII, XXIII e XXIV do art. 581 foram revogados pelo art. 197 da LEP
(nessas hipóteses caberá agravo em execução).
#ATENÇÃO: Em face da decisão de rejeição da denúncia ou queixa caberá APELAÇÃO, no âmbito dos Juizados
Especiais Criminais. Como há previsão específica, não se aplica a regra geral do art. 581, I, CPP.
#ATENÇÃO: Do recebimento da denúncia ou queixa NÃO cabe recurso. É possível atacar essa decisão judicial
por meio de habeas corpus.
Súmula 709 do STF: Salvo quando nula a decisão de primeiro grau, o acórdão que provê o recurso contra a rejei-
ção da denúncia vale, desde logo, pelo recebimento dela.
A Lei n° 9.099/95 prevê que caberá apelação contra a decisão de rejeição da denúncia ou queixa (art. 82,
caput), que deve ser interposta no prazo de 10 (dez) dias.
Os pedidos de reconsideração carecem de qualquer respaldo no regramento processual vigente. Eles não
constituem recursos, em sentido estrito, nem mesmo meios de impugnação atípicos. Por isso, não suspendem pra-
zos e tampouco impedem a preclusão. STF. 2ª Turma. Rcl 43007 AgR/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado
em 9/2/2021 (Info 1005).
9. APELAÇÃO:
É o recurso ordinário por excelência, pois permite ao órgão ad quem a ampla possibilidade de reanalisar to-
das as questões, fáticas e jurídicas, já apreciadas no curso do feito. Lembrando que, por força do art. 593, §4º, não
cabe RESE se já cabível apelação.
Art. 593. § 4º Quando cabível a apelação, não poderá ser usado o recurso em sentido estrito, ainda que somente
de parte da decisão se recorra
a) Prazo: a apelação deve ser interposta, em regra, no prazo de 5 dias. Exceções: (i) Apelação do assistente
de acusação, quando não previamente habilitado, em relação à sentença condenatória ou absolutória: prazo de 15
dias, contados a partir do final do prazo do Ministério Público, nos termos do art. 598, parágrafo único, do CPP. (ii)
Apelação cabível no âmbito da Lei 9.099/1995: deve ser interposta já com as razões no prazo de 10 dias (art. 82).
Prazo comum: quando forem 2 ou mais os apelantes ou apelados, os prazos serão comuns (art. 600, §3º,
CPP).
Hipóteses de cabimento:
Não cabe mandado de segurança contra decisão do juiz de 1ª instância que defere ou indefere o desblo-
queio de bens e valores; cabe apelação. Não é admissível a impetração de mandado de segurança contra ato
jurisdicional que defere o desbloqueio de bens e valores. Isso porque se trata de decisão definitiva que, apesar
de não julgar o mérito da ação, coloca fim ao procedimento incidente. STJ. 6ª Turma. REsp 1.787.449-SP, Rel. Min.
Nefi Cordeiro, julgado em 10/03/2020
A apelação criminal é o recurso adequado para impugnar a decisão que recusa a homologação do acordo
de colaboração premiada, mas ante a existência de dúvida objetiva é cabível a aplicação do princípio da fun-
gibilidade. Assim, mesmo sendo caso de apelação, se a parte ingressou com correição parcial no prazo de 5
dias, é possível conhecer da irresignação como apelação, aplicando-se o princípio da fungibilidade recursal (art.
579 do CPP). STJ. 6ª Turma. REsp 1.834.215-RS, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 27/10/2020 (Info 683).
Atuação subsidiária do ofendido ou do CADI: (art. 598, CPP) nos crimes de competência do Tribunal do
Júri, ou do juiz singular, se da sentença não for interposta apelação pelo MP no prazo legal, o ofendido ou qualquer
das pessoas enumeradas no art. 31, ainda que não se tenha habilitado como assistente, poderá interpor apelação,
que não terá, porém, efeito suspensivo. Prazo: 15 dias e correrá do dia em que terminar o do MP (art. 598, p.u).
Forma: Art. 603. A apelação subirá nos autos originais e, a não ser no Distrito Federal e nas comarcas que
forem sede de Tribunal de Apelação, ficará em cartório traslado dos termos essenciais do processo referidos no art.
564, III.
#SAIBADIFERENCIAR:
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
CPP JUIZADO
#SELIGA: Nos Juizados Especiais, a oposição de embargos de declaração pode ser feita oralmente e INTER-
ROMPE o prazo recursal. O Novo CPC alterou a lei dos juizados especiais, que diziam que os embargos de
declaração suspendiam o prazo para outros recursos. Agora, não há mais diferença entre o regramento dos
juizados e do CPC – o prazo é interrompido em ambos.
Natureza Jurídica
Posição 02: o habeas corpus é uma ação autônoma de impugnação, estabelecendo uma nova relação
jurídica Processual e podendo ser impetrado antes da deflagração do processo criminal ou após o trânsito em jul-
gado de eventual sentença (STF, STJ, Ada Pelegrini)
Questão importante diz respeito à impossibilidade de o Tribunal, ao analisar habeas corpus interposto
contra ato de juiz de primeira instância, inovar ou suprir eventual falta ou deficiência de fundamentação
da decisão combatida.
O Tribunal, portanto, está adstrito à fundamentação utilizada pelo juiz de primeira instância. Caso
verifique ausência ou deficiência de fundamentação, deve restituir a liberdade do paciente, mesmo que haja
nos autos elementos concretos hábeis à sua prisão.
Se, no bojo de um habeas corpus, for reconhecida a atipicidade formal da conduta, trancando-se a
persecução penal em relação ao paciente, os efeitos desta ordem deverão ser estendidos a eventuais corréus,
já que, se a conduta é formalmente atípica para um coautor, não poderá haver a persecução criminal em
relação aos demais.
INTERVENÇÃO DE TERCEIROS
Em regra, não se admite a intervenção de terceiros no processo de habeas corpus, salvo no caso de ação
penal de iniciativa privada, na qual é possível a intervenção do querelante no julgamento do writ, já que
ele tem interesse jurídico na decisão, conforme assentado pelo STJ no RHC nº 41.527/RJ, de relatoria do Min. Jorge
Mussi.
#SUPERGANCHO:
Súmula 395-STF: Não se conhece de recurso de habeas corpus cujo objeto seja resolver sobre o ônus das
custas, por não estar mais em causa a liberdade de locomoção.
Súmula 606-STF: Não cabe habeas corpus originário para o Tribunal Pleno de decisão de turma, ou do ple-
nário,
proferida em habeas corpus ou no respectivo recurso.
Súmula 691-STF: Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra
decisão do Relator que, em habeas corpus requerido a Tribunal Superior, indefere a liminar.
A Súmula 691 pode ser afastada em casos excepcionais, quando a decisão atacada se mostrar
teratológica, flagrantemente ilegal, abusiva ou manifestamente contrária à jurisprudência do STF (HC 118684,
julgado em 03/12/2013).
Súmula 693-STF: Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a processo
em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.
Súmula 694-STF: Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de perda de
patente ou de função pública.
Súmula 695-STF: Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade.
- Não cabe pedido de habeas corpus originário para o Tribunal Pleno contra ato de Ministro ou outro órgão
fracionário da Corte. STF. Plenário. HC 170263/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 22/06/2020.
- O habeas corpus não é sede processual adequada para discussão sobre a correta fixação da competência, bem
como sobre a existência de transnacionalidade do delito imputado. STF. 1ª Turma. HC 151881 AgR/SP, Rel. Min.
Rosa Weber, julgado em 12/11/2019 (Info 959).
- A concessão do benefício da transação penal impede a impetração de habeas corpus em que se busca o
trancamento da ação penal. STJ. 6ª Turma. HC 495.148-DF, Rel. Min. Antonio Saldanha Palheiro, julgado em
24/09/2019 (Info 657). STF DIVERGE
- É incabível habeas corpus contra decisão que decretou a perda da função pública, por não haver violação ao di-
reito de locomoção. STJ. 5ª Turma. AgRg no HC 218434/MS, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 11/06/2015. STF.
1ª Turma. HC 150059, Rel. Min. Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 22/05/2018.
- A orientação jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que o habeas corpus não se revela
instrumento idôneo para impugnar decreto condenatório transitado em julgado. STF. 1ª Turma. HC 188551 AgR,
Rel. Roberto Barroso, julgado em 08/09/2020.
- O habeas corpus não é o meio adequado para discutir crime que não enseja pena privativa de liberdade.
STF. 1ª Turma. HC 127834/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em
05/12/2017 (Info 887).
- O habeas corpus não é o meio adequado para se buscar o reconhecimento do direito a visitas íntimas. Isso
porque não está envolvido no caso o direito de ir e vir. STF. 1ª Turma. HC 138286, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado
em 5/12/2017 (Info 887).
- Não cabe habeas corpus para o STF contra decisão monocrática do Ministro do STJ que negou o pedido da
defesa formulado em ação cautelar (medida cautelar) proposta com o objetivo de conferir efeito suspensivo ao
recurso especial. Incide, no caso, o óbice previsto na Súmula 691 do STF. STF. 1ª Turma. HC 138633/RJ, rel. Min.
Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 8/8/2017 (Info 872).
- Não cabe habeas corpus para tutelar o direito à visita em presídio. STF. 1ª Turma. HC 128057/SP, Rel. Min. Marco
Aurélio, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 1º/8/2017 (Info 871).
- Em regra, não cabe habeas corpus para o STF contra decisão monocrática do Ministro do STJ que não conhece
ou denega habeas corpus que havia sido interposto naquele Tribunal. É necessário que primeiro o impetrante
exaure (esgote), no tribunal a quo (no caso, o STJ), as vias recursais ainda cabíveis (no caso, o agravo regimental).
Exceção: essa regra pode ser afastada em casos excepcionais, quando a decisão atacada se mostrar teratológica,
flagrantemente ilegal, abusiva ou manifestamente contrária à jurisprudência do STF, situações nas quais o STF
poderia conceder de ofício o habeas corpus. STF. 2ª Turma. HC 143476/RJ, rel. orig. Min. Gilmar Mendes, red. p/
o ac. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 6/6/2017 (Info 868).
- Não cabe habeas corpus para reexame dos pressupostos de admissibilidade de recurso interposto no STJ. STF.
2ª Turma. HC 138944/SC, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 21/3/2017 (Info 858).
- Não se admite habeas corpus para se questionar nulidade cujo tema não foi trazido antes do trânsito em jul-
gado da ação originária e tampouco antes do trânsito em julgado da revisão criminal. A nulidade não suscitada
no momento oportuno é impassível de ser arguida através de habeas corpus, no afã de superar a preclusão, sob
pena de transformar o writ em sucedâneo da revisão criminal. STF. 1ª Turma. RHC 124041/GO, rel. orig. Min. Dias
Toffoli, red. p/ o acórdão Min. Roberto Barroso, julgado em 30/8/2016 (Info 837).
- Habeas corpus não é o instrumento adequado para pleitear trancamento de processo de impeachment. STF.
Plenário. HC 134315 AgR/DF, Rel. Min. Teori Zavascki, julgado em 16/6/2016 (Info 830).
- Não cabe habeas corpus contra decisão que negou direito de familiar de preso internado em unidade prisional
de com ele ter encontro direto, autorizando apenas a visita por meio do parlatório. STF. 2ª Turma. HC 133305/SP,
Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 24/5/2016 (Info 827).
- Não cabe HC para se discutir se houve dolo eventual ou culpa consciente em homicídio praticado na direção
de veículo automotor. STF. 1ª Turma. HC 131029/RJ, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin,
julgado em 17/5/2016 (Info 826). STF. 2ª Turma. HC 132036/SE, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 29/3/2016
(Info 819).
- Não é cabível habeas corpus para o reexame dos pressupostos de admissibilidade dos recursos. STF. 1ª Turma.
HC 114293/MG, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Edson Fachin, julgado em 1º/12/2015 (Info
810). STF. 2ª Turma. HC 129822 AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 06/10/2015.
- Não cabe habeas corpus objetivando discussão acerca de eventual perda de mandato eletivo, em decorrência
de sentença condenatória, por não existir lesão ou ameaça ao direito de locomoção, condição indispensável
para a impetração da ação constitucional. STJ. 5ª Turma. HC 425.554/SC, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em
03/04/2018.
- Não é possível, na via do habeas corpus, discutir-se a correta tipificação dos fatos imputados ao paciente na
ação penal. STF. 1ª Turma. HC 111445/PE, rel. Min. Dias Toffoli, 16/4/2013 (Info 702).
- Como regra, o STJ e o STF não admitem habeas corpus para rediscutir a dosimetria da pena aplicada na sen-
tença.
Excepcionalmente, é admitido o HC para analisar a pena aplicada se: • houver ilegalidade manifesta e • desde
que não seja necessária a rediscussão de provas. STF. 1ª Turma. HC 110152/MS, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado
em 8/5/2012.
35. Execução penal. Legislação federal e legislação estadual pertinente. 36. Aspectos processuais da
legislação penal especial: abuso de autoridade; crimes hediondos; crimes praticados por organização
criminosa; tortura; crimes de menor potencial ofensivo; proteção a vítimas e a testemunhas;
desarmamento; lei de drogas; violência doméstica e familiar contra a mulher; trânsito; meio ambiente;
crimes de preconceito; crimes de imprensa; crimes contra as relações de consumo; crimes falimentares;
estatuto do idoso. 37. Prerrogativas e garantias dos(as) defensores(as) públicos relacionadas com o
processo penal: Lei Orgânica nacional da Defensoria Pública e Lei Orgânica da Defensoria Pública do
Estado do Ceará. 38. Regimentos internos dos Tribunais Superiores e do Tribunal de Justiça do Estado do
Ceará. 39. Assistência jurídica integral e gratuita: aspectos processuais
DIREITO PREVIDENCIÁRIO1819
E aí, Pessoal! Como vocês estão?? Hoje é dia do Raio-X de Direito Previdenciário para a tão aguardada DPE/
CE (e não é que saiu mesmo minha gente)!!! Como uma boa cearense, quero dizer a vocês que o Ceará é bom
demais e depois que vocês passarem aqui tenho certeza de que não vão querer mais ir embora!!! Então vamos dar
aquele gás final nessa preparação pós edital, porque nada melhor do que morar nessa terrinha!! Estou aqui tor-
cendo por cada um de vocês, e agora é foco&força&café porque quero todos vocês acertando essas 03 questões
de Direito Previdenciário.
Apesar de Direito Previdenciário serem somente 03 questões, elas podem ser o que separam você de uma
aprovação para a segunda fase, #QUEMNUNCAREPROVOUPORUMAQUESTÃOQUEATIREAPRIMEIRAPEDRA, en-
tão nada de negligenciar Direito Previdenciário, pois é uma das matérias que pode ser o seu diferencial!
Através desse Raio-X, queremos te dar aquele direcionamento especial, analisando os pontos que mais me-
recem sua atenção nessa reta final, e que com certeza ajudarão a otimizar o seu estudo durante esse período. É
importante que você esteja sempre acompanhando as orientações do Raio-X durante a preparação.
No diz respeito a nossa matéria, é crucial o conhecimento jurisprudencial atualizado, bem como da letra da
lei (#LEISECANAVEIA!!!) e das mudanças trazidas pela EC103/2019.
• ATENÇÃO: Pessoal, considerando a pesquisa da banca e a análise das provas anteriores, fiquem ligados na
hashtag #APOSTACICLOS. Ela vai ser utilizada no decorrer desse raio X sempre que forem identificados os
assuntos que se relacionam com áreas de interesse da banca.
PONTO 1. Seguridade social: conceito, origem e evolução legislativa no Brasil, organização e princípios.
O ponto 1 vai demandar um estudo mais doutrinário e é super importante, pois os princípios da seguridade
social são muito cobrados nas provas (principalmente aqueles que se aplicam apenas parcialmente à previdência
social). Por ser uma matéria mais simples de ser estudada, são questões que você não pode dar bobeira e errar!
#MAPEIAOVADE:
1. SEGURIDADE SOCIAL
A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da
sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social.
A previdência social é contribuitiva, ou seja, somente os segurados e os seus dependentes terão direito
aos benefícios e serviços previdenciários. Já a saúde e a assistência social são “não contribuitivas”, pois estas
independem do pagamento de contribuições para o usufruto de seus benefícios e serviços.
#ATENÇÃO!! Segundo a doutrina, o direito à seguridade social pode ser compreendido, como um direito fun-
damental de segunda geração, vinculados ao Estado do Bem-estar Social.
#JÁCAIU
Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: SLU/DF – Analista de Gestão de Resíduos Sólidos - Serviço Social 20
Acerca da história da seguridade social, da política social e das políticas setoriais, considerando suas respectivas
legislações, julgue o item subsecutivo.
A seguridade social incorporada à Constituição Federal de 1988 caracteriza-se como um sistema híbrido que
conjuga direitos dependentes do trabalho, direitos de caráter universal e direitos seletivos.
20 Gabarito: CERTO (previdência: direitos dependentes do trabalho; saúde: direitos de caráter universal e assistência social: direitos seletivos – a
seletividade está presente na prestação dos serviços e benefícios assistenciais, pois só terá acesso quem necessitar. É o caso da concessão de benefício de
prestação continuada (BPC LOAS).
#NÃOCONFUNDIR com a previdência social, na qual prevalece o entendimento de que o seu nasci-
mento se deu com o advento da Lei Eloy Chaves, de 24/01/1923, que determinou a criação das caixas
de aposentadorias e pensões para os ferroviários (mantida pelas empresas, e não pelo Poder Público).
• CF/1891: Foi a primeira constituição brasileira a prever diretamente UM BENEFÍCIO previdenciário (art.75).
• CF/1934: Foi a primeira a estabelecer, em texto constitucional, a forma tripartite de custeio: contribuição dos
trabalhadores, dos empregadores e do Poder Público.
2. COMPETÊNCIA LEGISLATIVA
A competência para legislar sobre a seguridade social é, como regra geral, privativa da União.
#DEOLHONALEI:
Entretanto, a competência é concorrente da União, dos Estados e do Distrito Federal para legislar sobre
previdência social, proteção e defesa da saúde, portadores de deficiência, infância e juventude.
#LEISECANAVEIA:
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde;
XIV - proteção e integração social das pessoas portadoras de deficiência;
XV - proteção à infância e à juventude;
#OLHAOGANCHO:
A Constituição Federal, no que tange à competência legislativa dos entes federativos, determina que a União
tem competência privativa para dispor de certos assuntos, arrolados no artigo 22. Neste sentido, o parágrafo
único informa que, mediante lei complementar, a União poderá autorizar os Estados a tratarem sobre questões
específicas.
Já o artigo 24 da CF/88 regula as competências concorrentes e, neste ponto, devemos lembrar que a
União disciplina as normas gerais e os Estados e Municípios têm competência suplementar, na forma
do §1º.
Apenas se a União não legislar sobre as normas gerais é que os Estados e o DF passam a dispor de competência
plena, ou seja, para tratar tanto das normas gerais, quanto das especificidades, conforme o §3º.
Neste caso, se os Estados ou DF tiverem exercido a competência plena e a União legislar sobre as nor-
mas gerais supervenientemente, as normas gerais elaboradas pelos Estados e/ou DF terão a eficácia
(veja bem, eficácia!) suspensa, mas apenas no que for contrário ao disposto pela União, consoante o §4º.
3. SÁUDE
A) Destinatários:
A saúde é direito de todos e dever do Estado. Assim sendo, os serviços públicos de saúde no Brasil se desti-
nam a todos, sejam pobres ou ricos, necessitados ou abastados.
B) Contribuição:
Os serviços públicos de saúde são gratuitos, independendo, portanto, de qualquer contribuição para a Se-
guridade Social.
#OLHAATABELINHA:
SAÚDE
DEFINIÇÃO BENEFICIÁRIOS CONTRIBUTIVIDADE
#ATENÇÃO - As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e hierarquizada e consti-
tuem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes:
• participação da comunidade.
#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO:
É constitucional o ressarcimento previsto no art. 32 da Lei nº 9.656/98, o qual é aplicável aos procedimentos
médicos, hospitalares ou ambulatoriais custeados pelo SUS e posteriores a 4.6.1998, assegurados o
contraditório e a ampla defesa, no âmbito administrativo, em todos os marcos jurídicos.
O art. 32 da Lei nº 9.656/98 prevê que, se um cliente do plano de saúde utilizar-se dos serviços do SUS,
o Poder Público poderá cobrar do referido plano o ressarcimento que ele teve com essas despesas. As-
sim, o chamado “ressarcimento ao SUS”, criado pelo art. 32, é uma obrigação legal das operadoras de planos
privados de assistência à saúde de restituir as despesas que o SUS teve ao atender uma pessoa que seja cliente
e que esteja coberta por esses planos. STF. Plenário.RE 597064/RJ, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 7/2/2018
(repercussão geral) (Info 890).
4. ASSISTÊNCIA SOCIAL
A) Destinatários:
A Assistência Social, conforme disposto no art. 203 da Constituição Federal, será prestada a quem dela ne-
cessitar. Assim sendo, a Assistência Social no Brasil não se destina a todos, mas apenas às pessoas necessitadas.
B) Contribuição:
O art. 203 da CF também determina que a Assistência Social, assim como os serviços públicos de saúde, será
prestada independentemente de contribuição à Seguridade Social.
#MAISTABELA:
ASSISTÊNCIA SOCIAL
DEFINIÇÃO BENEFICIÁRIOS CONTRIBUTIVIDADE
#DEOLHONAJURIS #DIZERODIREITO:
Os estrangeiros residentes no País são beneficiários da assistência social prevista no art. 203, V, da Cons-
tituição Federal, uma vez atendidos os requisitos constitucionais e legais.
STF. Plenário. RE 587970/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 19 e 20/4/2017 (repercussão geral) (Info 861).
5. PREVIDÊNCIA SOCIAL
A) Destinatários:
A Previdência Social será destinada aos beneficiários, que são as pessoas que recebem ou possam vir a
receber as prestações previdenciárias (benefícios e/ou serviços). Os beneficiários se dividem em segurados e
dependentes.
B) Contribuição:
Nos termos do Art. 201 da Constituição Federal, a Previdência Social será organizada sob a forma de regime
geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória. Assim sendo, apenas os segurados que contribuam para
a Previdência Social, bem como seus dependentes, poderão fazer jus às prestações previdenciárias (benefícios e/
ou serviços). Ademais, toda pessoa física que exerça alguma atividade remunerada será, obrigatoriamente, filiada
ao Regime Geral de Previdência Social, exceto se esta atividade gerar filiação obrigatória a Regime Próprio de
Previdência.
#TABELALOVERS:
PREVIDÊNCIA SOCIAL
A maioria dos princípios informadores da seguridade social estão arrolados no art. 194 da CF/88. No entanto,
a interpretação e aplicação desses princípios vai variar dentro da seguridade social, dependendo do seu campo
de incidência, se no sistema contribuitivo (previdência social) ou no “não contribuitivo” (saúde e assistência social).
Calma, que eu vou explicar melhor mais a frente!
#ATENÇÃO! Na previdência social, a universalidade é mitigada, pois ela só abrangerá os segurados (em
regra, quem exerce atividade laborativa remunerada) e os seus dependentes.
#OLHAOGANCHO #RESERVADOPOSSÍVEL:
Teoria da reserva do possível – sabemos que o dinheiro público não é inesgotável e, desta forma, estudamos
em direito administrativo e constitucional a teoria da reserva do possível. A reserva do possível consiste no limite
fático e jurídico que impede o Estado de custear o tratamento de alto custo de um cidadão portador de enfer-
midade grave, por exemplo, de forma que é muito utilizada pelos entes públicos para argumentar a inaplicabi-
lidade do princípio da universalidade do atendimento em sua extensão máxima.
No entanto, a reserva do possível não pode ser utilizada indistintamente pela Administração, apenas sendo
possível alegá-la quando houver prova de que recursos públicos foram aplicados na seguridade social e que, de
fato, não há orçamento disponível para custear o direito em questão. Aliás, de acordo com o entendimento do
STF no RE 356.479, o Estado não pode alegar a reserva do possível para descumprir o mínimo existencial dos
direitos (alô futuros defensores do Ceará!).
Segundo esse princípio não será possível a redução do VALOR NOMINAL do benefício da seguridade so-
cial (assistência social + saúde + previdência social). Ademais, no que concerne aos benefícios PREVIDENCIÁRIOS,
ainda é garantido o seu reajustamento para a manutenção do seu valor REAL, conforme os índices previstos em lei
(art. 201, §4º, da CF/88).
#NÃOCONFUNDA:
#LEISECANAVEIA:
Art. 201, CF. A previdência social será organizada sob a forma do Regime Geral de Previdência Social, de caráter
contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e aten-
derá, na forma da lei, a:
§ 4º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real,
conforme critérios definidos em lei.
Trata-se de um princípio limitador da universalidade da seguridade social, pois a universalidade fica con-
dicionada à seletividade, que permite ao legislador escolher quais as contingências sociais que serão cobertas pelo
sistema de proteção social em face de suas possibilidades financeiras.
SELETIVIDADE: relaciona-se com a escolha a ser feita pelo legislador dos benefícios e serviços integrantes
da seguridade social, bem como os requisitos para a sua concessão, conforme as necessidades sociais e a dis-
ponibilidade de recursos orçamentários. Também deverá o legislador escolher os destinatários das prestações de
acordo com as necessidades sociais.
DISTRIBUTIVIDADE: coloca a seguridade social como sistema realizador da justiça social, consectário do
Princípio da Isonomia, sendo instrumento de desconcentração de riquezas. Significa que devem ser agraciados
com as prestações da seguridade social especialmente os mais necessitados.
#JÁCAIU #FCCAMA
#JÁCAIU
O sistema da seguridade social precisa ter múltiplas fontes de financiamento, a fim de garantir a
solvabilidade.
Assim, se uma das fontes de financiamento quebrar, a seguridade não permanece com a arrecadação com-
pletamente comprometida.
21 Gabarito: A.
22 Gabarito: CERTO
#DEOLHONALEI – CF:
O texto constitucional destaca a necessidade de se identificar, em rubricas contábeis específicas para cada
área, as receitas e despesas vinculadas a ações de saúde, previdência e assistência social, preservando o caráter
contributivo da previdência social. Em outras palavras, deve haver a especificação em cada receita ou despesa
da seguridade social da área para a qual ela está sendo destinada.
A doutrina aduz que no Brasil adotamos a TRÍPLICE forma de CUSTEIO: Poder Público, empresas e
trabalhadores.
Vale ressaltar que é permitida a criação de novas fontes de custeio para a seguridade social, mas há a exi-
gência constitucional expressa de que seja feita por lei complementar, conforme o §4º do artigo 195 do CF/88, sob
pena de inconstitucionalidade formal da lei ordinária.
Esse princípio encontra-se positivado no art. 195, §5º da CF/88, que dispõe:
CF, Art.195, § 5º Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem
a correspondente fonte de custeio total.
Através do referido princípio busca-se efetuar uma gestão responsável da seguridade social, pois a criação
de prestações no âmbito da previdência, da assistência ou da saúde pressupõe a prévia existência de recursos pú-
blicos, sob pena de ser colocado em perigo todo o sistema com medidas irresponsáveis.
Desse modo, antes de se criar/majorar/estender algum benefício da seguridade social, o ato de criação DEVE
indicar expressamente a fonte de custeio.
#ATENÇÃO!
• Quando o benefício da seguridade social for previsto na própria CF/88 (STF; RE 385397).
#DEOLHONAJURIS:
Pensão por morte do servidor público. Aplicação do artigo 40, § 5º, da Constituição Federal.
2. Esta Corte já firmou entendimento segundo o qual esse dispositivo, que é autoaplicável, determina a fixação
da pensão por morte do servidor público no valor correspondente à totalidade dos vencimentos ou proventos
que ele percebia. Precedentes.3. Inexigibilidade, por outro lado, da observância do artigo 195, § 5º, da
Constituição Federal, quando o benefício é criado diretamente pela Constituição. 4. Recurso extraordiná-
rio conhecido e provido. (RE 220742, Relator(a): Min. NÉRI DA SILVEIRA, Segunda Turma, julgado em 03/03/1998,
DJ 04-09-1998 PP-00018 EMENT VOL-01921-07 PP-01331)
O custeio da seguridade social vai exigir um estudo jurisprudencial e uma leitura dos artigos introdutórios da
Lei nº 8.212/91! Façam esse estudo pelo material próprio ou pela FUC 6.
#MAPEIAOVADE:
Além dos recursos provenientes dos orçamentos da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios,
a manutenção da seguridade social contará com as receitas decorrentes das contribuições para a seguridade social,
que têm aplicação vinculada ao sistema securitário, por serem tributos afetados ao sistema.
Com propriedade, toda a sociedade deverá financiar a seguridade social brasileira, de maneira direta ou indi-
reta, ante o seu caráter universal que objetiva a proteção do povo contra os riscos sociais selecionados pelo legisla-
dor, consoante o interesse público, através de prestações na área da saúde pública, assistência e previdência social.
“Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,
mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municí-
pios, e das seguintes contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que
lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, podendo ser adotadas alíquotas progres-
sivas de acordo com o valor do salário de contribuição, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão
concedidas pelo Regime Geral de Previdência Social; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019).
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar.
#ATENÇÃO! #NÃOCONFUNDIR:
• AS RECEITAS DOS ESTADOS, DO DISTRITO FEDERAL E DOS MUNICÍPIOS DESTINADAS À SEGURIDADE SO-
CIAL NÃO INTEGRAM O ORÇAMENTO DA UNIÃO (Art.195, §1º, CF/88).
Cumpre destacar que, em regra, apenas a União tem competência para instituir contribuições para
a seguridade social, salvo no que concerne ao regime de previdência social dos servidores públicos efetivos dos
estados, do DF e dos municípios, pois a CF/88 permite que esses entes criem contribuições para o custeio dos
respectivos regimes previdenciários (art. 149, §1º, CF/88).
A CF/88 determina que os recursos arrecadados com as contribuições previstas no art. 195, I, “a”, e II
serão destinados exclusivamente para o pagamento de benefícios previdenciários do RGPS (administrado
pelo INSS). Trata-se das chamadas “contribuições previdenciárias”.
1ª) Trabalhador e demais segurados do Incide sobre o salário de contribuição, exceto no caso do segurado
RGPS (art. 195, II). especial.
O art. 195, I, “a” da CF/88 prevê a contribuição do empregador, empresa ou entidade equiparada in-
cidente sobre a folha de salário e demais rendimentos trata-se da chamada ‘’contribuição patronal”, a qual
incidirá sobre o total da remuneração paga ou creditada pelas pessoas jurídicas aos trabalhadores que lhe
prestam serviços, COM ou SEM vínculo empregatício, sendo a sua arrecadação destinada ao pagamento
dos benefícios do RGPS.
#ATENÇÃO! Para que incida contribuição previdenciária sobre os valores pagos aos empregados é necessá-
rio que a verba paga tenha 2 características:
#DEOLHONAJURIS #APOSTACICLOS:
É legítima a incidência de contribuição social a cargo do empregador sobre os valores pagos ao em-
pregado a título de terço constitucional de férias gozadas. (STF. Plenário. RE1072485. 31/08/2020. RG
– Tema 985. INFO 993) (Tal verba possui natureza remuneratória, e não indenizatória, e configura acrés-
cimo patrimonial).
A alínea “b” do mesmo inciso dispõe sobre a contribuição do empregador, empresa ou entidade
equiparada incidente sobre receita ou faturamento das pessoas jurídicas (COFINS - Contribuição para Fi-
nanciamento da Seguridade Social), que é uma espécie de tributo instituída pela Lei Complementar 70/91,
nos termos do art. 195, I, “b”, da CF/88.
Frise-se que, antes da Emenda 20/98, a redação original do artigo 195, I, da Constituição, apenas se referia ao
faturamento, assim concebido como o produto da venda de mercadorias e prestações de serviço, e não à receita
bruta, que é uma expressão mais ampla, pois abarca toda a arrecadação da pessoa jurídica. Com o advento da
Emenda 20/1998, a COFINS passou a incidir não só sobre o faturamento, e sim sobre as receitas da pessoa jurídica,
expressão mais ampla que engloba todas as receitas brutas das pessoas jurídicas.
FATO GERADOR:
A COFINS incide sobre o total das receitas auferidas no mês pela pessoa jurídica, independentemen-
te de sua denominação ou classificação contábil (art. 1º da Lei nº 10.833/2003).
#ATENÇÃO - É possível que haja a substituição gradativa da contribuição previdenciária patronal pela CO-
FINS, total ou parcialmente, observada a não cumulatividade, conforme previsão constitucional não regulamentada
(artigo 195, §13), com o propósito de desonerar as folhas de salários das empresas.
#DEOLHONAJURIS #APOSTACICLOS:
É constitucional a previsão em lei ordinária que introduz a sistemática da não-cumulatividade da COFINS dado
que observa os princípios da legalidade, isonomia, capacidade contributiva global e não-confisco. STF. Plenário.
RE 570122/RS, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o ac. Min. Edson Fachin, julgado em 2/9/2020 (Repercussão
Geral – Tema 34) (Info 989).
O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) não compõe a base de cálculo para a
incidência da contribuição para o PIS e a COFINS. (STF. Plenário. RE 574706/PR, Rel. Min. Cármen Lúcia,
julgado em 15/3/2017 (Repercussão Geral – Tema 69) (Info 857). (A inclusão do ICMS na base de cálculo
das referidas contribuições sociais leva ao inaceitável entendimento de que os sujeitos passivos desses tributos
faturariam ICMS, o que não ocorre. Dessa forma, a parcela correspondente ao ICMS pago não tem natureza de
faturamento (nem mesmo de receita), mas de simples ingresso de caixa. Por essa razão, não pode compor a base
de cálculo da contribuição para o PIS ou a COFINS).
#DEOLHONASÚMULA:
Súmula 423-STJ: A contribuição para financiamento da Seguridade Social – Cofins incide sobre as receitas pro-
venientes das operações de locação de bens móveis.
Súmula 276-STJ: As sociedades civis de prestação de serviços profissionais são isentas da Cofins, irrelevante o
regime tributário adotado. Cancelada em 12/11/2008. (A referida isenção da Cofins foi revogada pelo art. 56 da
Lei 9.430/96, revogação julgada válida pelo STF e STJ)
A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) é um tributo federal instituído pela Lei nº 7.689/88
que tem por fundamento constitucional o art. 195, I, “c”, da CF/88.
Características principais:
• Fato gerador: é o lucro das pessoas jurídicas (por isso, é assemelhado ao imposto de renda);
• Base de cálculo: é o valor do resultado do exercício (“lucro líquido”), antes da provisão para o imposto de
renda;
• Contribuintes: pessoas jurídicas domiciliadas no País e as que lhes são equiparadas pela legislação tribu-
tária.
Essa contribuição previdenciária incidirá sobre o salário de contribuição, este considerado como a base de
cálculo para o recolhimento do tributo, exceto para o segurado especial.
Com o advento da Emenda Constitucional nº 103, de 2019, o art. 195, II, da CF/88, passou a prever a possi-
bilidade de se adotar alíquotas progressivas na cobrança das contribuições sociais do trabalhador e dos demais
segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo RGPS.
De acordo com o art. 28 da EC 103/2019, até que lei altere a alíquota das contribuições de que trata
a Lei 8.212/1991 devida pelo segurado empregado, inclusive o doméstico, e pelo trabalhador avulso, esta
será de:
I - até 1 (um) salário-mínimo, 7,5% (sete inteiros e cinco décimos por cento);
II - acima de 1 (um) salário-mínimo até R$ 2.000,00 (dois mil reais), 9% (nove por cento);
III - de R$ 2.000,01 (dois mil reais e um centavo) até R$ 3.000,00 (três mil reais), 12% (doze por cento); e
IV - de R$ 3.000,01 (três mil reais e um centavo) até o limite do salário de contribuição, 14% (quatorze por cento).
§ 1º As alíquotas previstas no caput serão aplicadas de forma progressiva sobre o salário de contribuição do segu-
rado, incidindo cada alíquota sobre a faixa de valores compreendida nos respectivos limites.
#JÁCAIU
Ano: 2018 Banca: FCC Órgão: SEGEP-MA - Técnico Previdenciário23 Sobre o financiamento da seguridade
social, de acordo com o ordenamento constitucional, considere:
I. A entidade privada deverá contribuir à seguridade social sobre valores pagos à pessoa física que lhe preste
serviços exclusivamente na condição de empregado ou ainda na forma de pessoa jurídica, conforme legislação.
II. O lucro das empresas não pode constituir base de cálculo de contribuições sociais para financiamento da se-
guridade social, porque constitui parcela indenizatória.
III. A aposentadoria e pensão pagas sob o regime geral de previdência social não constituem base de incidência
de contribuições sociais.
IV. O exportador de bens ou serviços ao exterior é considerado contribuinte para a seguridade social, tal qual a
receita de concursos de prognósticos.
Está correto o que consta APENAS em
A) I e III.
23 Gabarito: C
B) II e IV.
C) III.
D) IV.
E) I e II.
6. CONCURSO DE PROGNÓSTICOS
Apesar de a Constituição tratá-la como contribuição para a seguridade social, pois prevista no artigo
195, inciso III, não se trata tecnicamente de um tributo, e sim de repasses de recursos financeiros arreca-
dados pelo Poder Público em decorrência das apostas oficiais.
O tema vem regulamentado pelos artigos 26 e 27, da Lei 8.212/91, sendo definidos os concursos de prognós-
ticos como todos os concursos de sorteios de números, loterias, apostas, inclusive aquelas realizadas em reuniões
hípicas, no âmbito federal, estadual, distrital e municipal.
Art. 26. Constitui receita da Seguridade Social a contribuição social sobre a receita de concursos de prognós-
ticos a que se refere o inciso III do caput do art. 195 da Constituição Federal. (...)
§ 4º O produto da arrecadação da contribuição será destinado ao financiamento da Seguridade Social.
§ 5º A base de cálculo da contribuição equivale à receita auferida nos concursos de prognósticos, sorteios e loterias.
§ 6º A alíquota da contribuição corresponde ao percentual vinculado à Seguridade Social em cada modalidade
lotérica, conforme previsto em lei.
#ATENÇÃO - Quando o Poder Público for o organizador, será repassada à seguridade social a renda líqui-
da, apurada após deduzidos os custos com o pagamento de prêmios, impostos e gestão, ressalvada uma parcela
destinada ao crédito educativo.
#DEOLHONASÚMULAVINCULANTE:
Súmula vinculante 02: “É inconstitucional a lei ou ato normativo estadual ou distrital que disponha so-
bre sistemas de consórcios e sorteios, inclusive bingos e loterias”. (Segundo o STF, a expressão “sistema de
sorteios” constante do art. 22, XX, CF/88 alcança os jogos de azar, as loterias e similares, dando interpretação
que veda a edição de legislação estadual sobre a matéria, diante da competência privativa da União – ADI 3895,
j. em 04/06/2008).
A COFINS importação tem como hipótese de incidência a entrada no Brasil de bens e serviços do
exterior.
No caso de bens importados, a base de cálculo será o valor aduaneiro e, no caso de prestação de serviços
por pessoas residentes no exterior, a quantia paga pela prestação.
Em regra, a alíquota da COFINS será de 7,6%, salvo as inúmeras exceções elencadas no artigo 8°, da Lei
10.865/2004, havendo autorização legal para a redução da alíquota para zero, em relação a vários produtos, por
decreto presidencial, ante a natureza regulatória que também marca este tributo.
O salário de contribuição é um valor utilizado como base para se calcular o valor da CONTRIBUIÇÃO
previdenciária que será paga pelos segurados da previdência social.
É uma parcela normalmente composta por verbas remuneratórias do trabalho, podendo também ser
excepcionalmente formada por verbas teoricamente indenizatórias, apenas nos casos expressos previstos pela
norma previdenciária.
#ATENÇÃO - O salário de contribuição não pode ser confundido com o termo “salário” em sentido técnico-
-jurídico (contraprestação devida pelo empregador ao empregado), pois nem sempre o salário de contribuição é
igual ao salário contratual, bem como porque grande parte dos segurados não aufere salário propriamente (v.g.,
administradores e autônomos).
O parâmetro de quantificação para o salário de contribuição é a remuneração (embora não se possa afirmar
que ele sempre corresponderá a ela – há parcelas que, por lei, são excluídas), adotando-se como critério os pa-
drões definidos no art. 457 da CLT. Logo, se um trabalhador filiado ao RGPS recebe mensalmente um salário de RS
1.000,00, este valor será considerado como o salário de contribuição do segurado e será a base de cálculo para a
incidência da sua contribuição previdenciária, mediante a aplicação da alíquota legal.
FUNÇÕES:
Art. 28. § 3º. O limite mínimo do salário de contribuição corresponde ao piso salarial,
legal ou normativo, da categoria ou, inexistindo este, ao salário-mínimo, tomado no
LIMITE MÍNIMO
seu valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado e o tempo de trabalho efetivo
durante o mês.
LIMITE MÁXIMO TETO da Previdência Social: R$ 6.433,57 (para 2021).
O salário de contribuição será composto pelas parcelas remuneratórias decorrentes do trabalho, com
a inclusão do 13º salário, que apenas não será computado para o cálculo do benefício.
Em regra, o salário de contribuição guarda vinculação com as verbas remuneratórias, que são com-
postas por:
• Conquistas sociais (valores pagos em razão do trabalho e que estão previstos em lei, tais como férias,
horas extras, descanso semanal remunerado).
As parcelas relativas à indenização e ao ressarcimento, em regra, não estão incluídas no conceito de salário
de contribuição e de remuneração.
• salário (na forma do art.458 da CLT, além do pagamento em dinheiro, compreende-se no salário, para
todos os efeitos legais, a alimentação, habitação, vestuário ou outras prestações “in natura” que a empresa,
por força do contrato ou do costume, fornecer habitualmente ao empregado. Em caso algum será permi-
tido o pagamento com bebidas alcoólicas ou drogas nocivas).
• 13º salário (Súmula 688-STF: É legítima a incidência da contribuição previdenciária sobre o 13º salário);
• comissão paga ao corretor de seguros (Súmula 458-STJ: A contribuição previdenciária incide sobre a
comissão paga ao corretor de seguros).
Horas extras
#DEOLHONAJURIS - Estão sujeitas à incidência de contribuição previdenciária as parcelas pagas pelo em-
pregador a título de horas extras e seu respectivo adicional, bem como os valores pagos a título de adicional
noturno e de periculosidade. (Info 540 do STJ).
Adicional noturno
Adicional de insalubridade/periculosidade
Diárias para viagem
Salário paternidade
#DEOLHONAJURIS - O salário paternidade é o valor recebido pelo empregado durante os 5 primeiros dias
de afastamento em razão do nascimento de filho. O salário paternidade constitui ônus da empresa, ou
seja, não se trata de benefício previdenciário. Desse modo, em se tratando de verba de natureza sa-
larial, é legítima a incidência de contribuição previdenciária sobre o salário paternidade. STJ. 1ª Seção.
REsp 1230957-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 26/2/2014 (recurso repetitivo) (Info 536).
Hora repouso alimentação – HRA
Férias gozadas (Incide contribuição previdenciária sobre o pagamento de férias gozadas. Isso porque essa
verba possui natureza remuneratória e salarial, nos termos do art. 148 da CLT).
Terço de férias gozadas
DEOLHONAJURIS #APOSTACICLOS - É legítima a incidência de contribuição social, a cargo do
empregador, sobre os valores pagos ao empregado a título de terço constitucional de férias gozadas.
STF. Plenário. RE 1072485, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 31/08/2020 (Repercussão Geral – Tema 985)
(Info 993 – clipping).
#DEOLHONAJURIS - O valor correspondente à participação do trabalhador no auxílio alimentação
ou auxílio transporte, descontado do salário do trabalhador, deve integrar a base de cálculo da con-
tribuição previdenciária patronal. STJ. 2ª Turma. REsp 1.928.591-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em
05/10/2021 (Info 712). (Os valores descontados aos empregados correspondentes à participação deles no cus-
teio do vale-transporte, auxílio-alimentação e auxílio- saúde/odontológico não constam no rol das verbas que
não integram o conceito de salário de contribuição, listadas no § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212/91. Por consequ-
ência, e por possuir natureza remuneratória, devem constituir a base de cálculo da contribuição previdenciária
e da RAT a cargo da empresa).
#ATENÇÃO! #NÃOCONFUNDIR:
A contribuição previdenciária não incide sobre o auxílio-transporte ou o vale-transporte, ainda que
pago em pecúnia. STJ. 1ª Turma. REsp 1598509/RN, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 13/06/2017.
“Quebra de Caixa”
#DEOLHONAJURIS - O auxílio quebra de caixa consubstancia-se no pagamento efetuado mês a mês ao
empregado como uma forma de compensar os riscos assumidos pela função exercida que envolve guarda e
conferência de dinheiro. O auxílio quebra de caixa tem nítida natureza salarial e integra a remuneração.
Logo, possuindo natureza salarial, conclui-se que esta verba integra a remuneração, razão pela qual incide
contribuição previdenciária. (STJ. 1ª Turma. EREsp 1467095-PR, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, Rel. para
acórdão Min. Og Fernandes, julgado em 10/5/2017) (Info 610).
25 Gabarito: E.
O único benefício previdenciário que ERA considerado por lei salário de contribuição era o salário maternidade
(art. 28, § 2º, da Lei 8.212/91). Contudo, em 06.08.2020, o STF julgou o RE 576967, com repercussão geral, de-
clarou a inconstitucionalidade da incidência de contribuição previdenciária sobre o salário-maternidade, prevista
no art. 28, §2º, e da parte final da alínea “a”, do §9º, da Lei nº 8.212/91:
É inconstitucional a incidência de contribuição previdenciária a cargo do empregador sobre o salário-
-maternidade.
STF. Plenário. RE 576967, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 05/08/2020 (Repercussão Geral – Tema
72) (Info 996 – clipping).
Valor pago pela empresa ao empregado nos 15 dias que antecedem o auxílio-doença:
#DEOLHONAJURIS - Não incide contribuição previdenciária a cargo da empresa sobre a importância paga
nos 15 dias que antecedem o auxílio-doença. Isso porque essa verba não ostenta caráter salarial, mas sim de
benefício previdenciário. (STJ. 1ª Seção. REsp 1.230.957-RS, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em
26/2/2014) (Info 536 do STJ). (Essa quantia paga pelo empregado não é destinada a retribuir o trabalho, con-
siderando que, nesse período, o contrato de trabalho está interrompido, ou seja, nenhum serviço está sendo
prestado pelo empregado. Assim, apesar de o art. 60, § 3º da Lei nº 8.213/91 falar em “salário”, na verdade, essa
importância paga não tem natureza remuneratória.
As parcelas “in natura” recebidas de acordo com os programas de alimentação aprovados pelo Minis-
tério do Trabalho (PAT)
A participação nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou creditada de acordo com lei
específica.
Vale-transporte
#DEOLHONAJURIS - A contribuição previdenciária não incide sobre o auxílio-transporte ou o vale-transpor-
te, ainda que pago em pecúnia.
STJ. 1ª Turma. REsp 1598509/RN, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 13/06/2017.
SÚMULA AGU 60/2011: “Não há incidência de contribuição previdenciária sobre o vale-transporte pago em
pecúnia, considerando o caráter indenizatório da verba”.
Diárias para viagem (não possui natureza salarial – art. 457, §2º, da CLT).
PONTO 3. Regime geral de previdência social: segurados e dependentes, filiação e inscrição, carência,
espécies de benefícios e prestações, disposições gerais e específicas, salário de benefício, renda mensal
inicial, reajustamento e revisão, prescrição e decadência, acumulação de benefícios, justificação, ações
judiciais em matéria previdenciária, acidente de trabalho.
Pessoal, nesse tópico exige-se uma leitura atenta da letra da lei e das principais jurisprudências do STF e do
STJ (não se preocupem, pois as principais já estão no material)!. Foco total nas jurisprudências e nas alterações
legislativas mais recentes, pois é o que as bancas mais gostam de cobrar!! Além de serem pontos muito cobrados
nas provas objetivas, são essenciais para o entendimento de outros institutos.
Façam o estudo dos pontos pelo material próprio ou pela FUC (FUC 3 e 7 – nova versão de Direito Previden-
ciário).
#MAPEIAOVADE:
Lei 8.213/91: Importante a leitura dos aspectos relacionados à relação jurídica do RGPS.
Bora lá então ver o que a gente não pode deixar de ler para gabaritar a prova nesse ponto??
O Brasil adota dois regimes previdenciários básicos e distintos entre si, ambos de filiação obrigatória,
que são o Regime Geral de Previdência Social – RGPS e os Regimes Próprios de Previdência Social – RPPS
dos servidores públicos e militares. Além dos regimes básicos acima mencionados, há o Regime de Previdên-
cia Complementar, organizado de forma autônoma em relação ao regime geral de previdência social, facultativo,
baseado na constituição de reservas que garantam o benefício contratado, regulado por lei complementar e efeti-
vado por intermédio de entidade fechada ou aberta de previdência complementar (art. 202 da CF/88).
Vale mencionar que o RGPS tem um sistema contributivo de repartição, e não de capitalização: isto significa
que há um fundo único para pagamento dos benefícios, sendo possível, em casos específicos, o gozo de benesses
ainda que o filiado não tenha vertido nenhuma contribuição, como no caso do auxílio acidente, que independe de
carência. Se tivéssemos um sistema contributivo de capitalização, por sua vez, o fundo seria individual, quase como
em uma previdência privada.
#ATENÇÃO! Esse princípio é excepcionado para os segurados facultativos do RGPS, cuja filiação é opcional
e depende da sua manifestação de vontade e do recolhimento das contribuições respectivas, uma vez que não há,
neste caso, o exercício de atividade laboral remunerada.
C) Princípio do Equilíbrio Financeiro e Atuarial: esse princípio encontra-se previsto expressamente no art.
201 da CF/88, e aduz, em síntese, que deve haver um equilíbrio entre as receitas que ingressam no fundo previden-
ciário e as despesas com o pagamento dos benefícios.
Nesse sentido, os trabalhadores rurais que laboram em regime de economia familiar terão uma redução na
idade para se aposentar voluntariamente, nos termos do previsto no art. 201, §7º, II, da CF/88, justificável em razão
do desgaste físico de sua atividade laboral.
3. BENEFICIÁRIO DO RGPS
Beneficiários da previdência social são todas as pessoas naturais titulares de direitos subjetivos perante o
Sistema Previdenciário. Dividem-se em segurados (beneficiários diretos) e dependentes (beneficiários indi-
retos).
Î O segurado é aquele que efetivamente contribui para a manutenção do regime, enquanto o dependente
não recolhe qualquer contribuição nesta condição, mas é beneficiado pela contribuição feita pelo segurado
e, desta forma, poderá vir a receber benefícios e serviços.
Î Os segurados obrigatórios estão listados no artigo 12 da Lei 8.212/91, sendo repetidos no art. 11 da Lei
8.213/91. Vale salientar que a regra é a adoção do princípio da Territorialidade da Filiação, ou seja, quem
exercer atividade laborativa remunerada no território do Brasil e não for servidor público efetivo ou militar
vinculado a RPPS, será segurado obrigatório do RGPS.
Î #NÃOCONFUNDIR segurado com contribuinte. Existem contribuintes que não são segurados, como por
exemplo, as empresas e os empregadores domésticos. Contribuintes, beneficiários, segurados e dependen-
tes são conceitos diferentes.
Î Os dependentes são beneficiários do RGPS independentemente de qualquer contribuição, pois seu vínculo
com a Previdência Social decorre da contribuição do segurado com o qual mantenha vínculo de dependên-
cia.
4. DEPENDENTES DO RGPS
Os dependentes farão jus: à pensão por morte; ao auxílio-reclusão; ao serviço social; à reabilitação profissional.
PRESUNÇÃO ABSOLUTA
(Os membros da 1ª classe NÃO precisam provar que
eram dependentes economicamente do segurado
para que recebam os benefícios previdenciários).
#ATENÇÃO! O cônjuge divorciado ou separado
judicialmente ou de fato, bem como o ex-compa-
nheiro, que recebia pensão de alimentos, concorre-
rá em igualdade de condições com os dependentes
de Classe I.
a) Cônjuge;
#DEOLHONASÚMULA:
b) Companheiro (hétero ou ho- Súmula 336 – STJ: “A mulher que renunciou aos
moafetivo); alimentos na separação judicial tem direito à
pensão previdenciária por morte do ex-marido,
c) Filho menor de 21 anos, desde que comprovada a necessidade econômica superve-
não tenha sido emancipado; niente.” (a necessidade nesse caso é superveniente
CLASSE I
à renúncia, mas com limite à data do óbito).
d) Filho inválido (não importa a ida-
Súmula n. 37 da TNU: “A pensão por morte, devi-
de);
da ao filho até os 21 anos de idade, não se prorroga
pela pendência do curso universitário”.
e) Filho com deficiência intelectual
ou mental ou deficiência grave #DEOLHONAJURIS #VAICAIR:
(não importa a idade). É incompatível com a Constituição Federal o
reconhecimento de direitos previdenciários
(pensão por morte) à pessoa que manteve,
durante longo período e com aparência familiar,
união com outra casada, porquanto o concubi-
nato não se equipara, para fins de proteção es-
tatal, às uniões afetivas resultantes do casamen-
to e da união estável. STF. Plenário. RE 883168/SC,
Rel. Dias Toffoli, julgado em 2/8/2021 (Repercussão
Geral – Tema 526) (Info 1024).
PRECISA DE COMPROVAÇÃO
(precisam provar que eram dependentes economi-
camente do segurado).
#DEOLHONAJURIS #VAICAIR:
A interpretação conforme a ser conferida ao art.
16, § 2º, da Lei nº 8213/1991 deve contemplar os
“menores sob guarda” na categoria de depen-
dentes do Regime Geral de Previdência Social,
em consonância com o princípio da proteção
integral e da prioridade absoluta, desde que
comprovada a dependência econômica, nos
O enteado e o menor tutelado equi-
termos da legislação previdenciária. STF. Plená-
param-se a filho mediante declaração
rio. ADI 4878/DF e ADI 5083/DF, Rel. Min. Gilmar
CLASSE I do segurado e desde que comprova-
Mendes, julgados em 7/6/2021 (Info 1020)
da a dependência econômica na for-
ma estabelecida no Regulamento. OBS: A Reforma da Previdência (EC 103/2019) bus-
cou superar essa jurisprudência (art. 23, §6º, da EC
103/2019). O STF, no julgado supramencionado,
não analisou a constitucionalidade do art. 23 da
EC 103/2019. Isso porque o dispositivo não foi con-
templado nos pedidos formulados nas ADIs 5083 e
4878, razão pela qual não poderia ser examinado,
sob pena de afronta ao princípio da demanda. Ape-
sar disso, o Min. Edson Fachin deu a entender que
os argumentos expostos acima são em todo aplicá-
veis ao § 6º do art. 23 da EC 103/2019. Em outras
palavras, o Ministro deu a entender que considera
inconstitucional o § 6º do art. 23 da EC 103/2019.
PRECISA DE COMPROVAÇÃO
(precisam provar que eram dependentes economi-
a) Irmão menor de 21 anos, desde camente do segurado).
que não tenha sido emancipado;
#DEOLHONAJURIS:
b) Irmão inválido (não importa a ida- TNU: “a dependência econômica dos genitores em
CLASSE III de); relação aos filhos não necessita ser exclusiva, po-
rém a contribuição financeira destes deve ser subs-
c) Irmão com deficiência intelectual tancial o bastante para a subsistência do núcleo fa-
ou mental ou deficiência grave miliar, e devidamente comprovada, não sendo mero
(não importa a idade). auxílio financeiro o suficiente para caracterizar tal
dependência (processo 5044944-05.2014.4.04.7100)
• auxílio-reclusão.
Além destes benefícios, os dependentes também terão direito aos seguintes serviços oferecidos pela Previ-
dência Social:
• Serviço Social
#SELIGA
Î A existência de dependente de qualquer das classes deste artigo exclui do direito às prestações os das classes
seguintes (art. 16, § 1º, da Lei n. 8.213/91). Ou seja, havendo dependentes de uma classe superior, os depen-
dentes das classes inferiores perdem o direito ao benefício.
Î Apesar de a emancipação impedir o reconhecimento da condição de dependente para filhos e irmãos (art.
16, I e III, da Lei n. 8.213/91), caso a declaração da emancipação ocorra após a concessão do benefício, não
haverá a cessação dele.
Î O benefício recebido por alguém de classe superior quando se extinguir somente pode ser transferido para
dependentes da mesma classe (transferência de quota).
Î Não há possibilidade de o benefício previdenciário, à medida que for se extinguindo para as classes superio-
res, ir passando para as classes inferiores.
SIM.
Art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado:
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte
e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave;
II - os pais;
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha
deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave;
§ 5º As provas de união estável e de dependência econômica exigem início de prova material contemporânea
dos fatos, produzido em período não superior a 24 (vinte e quatro) meses anterior à data do óbito ou do
recolhimento à prisão do segurado, não admitida a prova exclusivamente testemunhal, exceto na ocor-
rência de motivo de força maior ou caso fortuito, conforme disposto no regulamento. (Incluído pela Lei nº
13.846, de 2019)
Ele será excluído definitivamente da condição de dependente, desde que o crime tenha sido praticado de
forma dolosa.
§ 7º Será excluído definitivamente da condição de dependente quem tiver sido condenado criminalmente por
sentença com trânsito em julgado, como autor, coautor ou partícipe de homicídio doloso, ou de tentativa
desse crime, cometido contra a pessoa do segurado, ressalvados os absolutamente incapazes e os inim-
putáveis. (Incluído pela Lei nº 13.846, de 2019)
#JÁCAIU
No que tange aos beneficiários, enquanto dependentes do segurado do Regime Geral de Previdência Social,
considere:
I. São beneficiários dependentes, entre outros, o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não eman-
cipado, de qualquer condição, menor de 21 anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou
deficiência grave.
II. A existência de dependente de qualquer das classes previstas em lei não exclui do direito às prestações os das
classes seguintes.
III. O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração do segurado, independentemente
de comprovação de dependência econômica.
IV. As provas de união estável e de dependência econômica exigem início de prova material contemporânea dos
fatos, produzido em período não superior a 24 meses anterior à data do óbito ou do recolhimento à prisão do
segurado, não admitida a prova exclusivamente testemunhal, exceto na ocorrência de motivo de força maior ou
caso fortuito, conforme disposto no regulamento.
Com relação aos beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do segurado,
nos termos da Lei nº 8.213/1991, é correto afirmar que:
A) não pode ser considerado como dependente para os fins de obtenção de benefício previdenciário o irmão
não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência
intelectual ou mental ou deficiência grave.
B) o enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho e dispensam a comprovação da dependência econômica,
bastando, para essa finalidade, a declaração escrita de próprio punho do segurado.
C) a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um)
anos são exemplos de dependentes presumidos, que dispensam prova da dependência econômica.
D) as provas de união estável e de dependência econômica exigem início de prova material contemporânea dos
fatos, sendo admitida, porém, a prova exclusivamente testemunhal quando não houver provas documentais.
E) os pais e os avós são considerados dependentes especiais do segurado e poderão obter o benefício por meio
de simples apresentação do documento que comprove a relação de parentesco, dispensados outros meios de
prova.
Ano: 2019 Banca: CESPE Órgão: Prefeitura de Campo Grande - MS - Procurador Municipal28
Os irmãos Fátima e Ronaldo, plenamente capazes e sem nenhuma deficiência física, intelectual ou mental,
possuem as seguintes características: ambos se enquadram em famílias de baixa renda; Fátima tem trinta anos
de idade e Ronaldo, trinta e cinco anos de idade; Fátima não tem renda própria, dedica-se exclusivamente ao
trabalho doméstico no âmbito de sua residência e contribui para a previdência social na qualidade de segurada
facultativa; Ronaldo contribui como segurado trabalhador avulso. A partir dessa situação hipotética, julgue o
item seguinte:
Fátima e Ronaldo não preenchem os requisitos para serem dependentes previdenciários um do outro.
26 Gabarito: C
27 Gabarito: C
28 Gabarito: Certo
5. SEGURADOS DO RGPS:
Art. 11. São SEGURADOS OBRIGATÓRIOS da Previdência Social as seguintes pessoas físicas:
I - como EMPREGADO:
a) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter NÃO EVENTUAL, sob sua subor-
dinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado;
b) aquele que, contratado por empresa de TRABALHO TEMPORÁRIO, definida em legislação específica, presta
serviço para atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo
extraordinário de serviços de outras empresas;
c) o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado NO BRASIL para trabalhar como empregado em sucursal
ou agência de empresa nacional no exterior;
d) aquele que presta serviço NO BRASIL a missão diplomática ou a repartição consular de carreira estrangeira e
a órgãos a elas subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, EXCLUÍDOS o não brasileiro sem resi-
dência permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão
diplomática ou repartição consular;
e) o brasileiro civil que TRABALHA PARA A UNIÃO, no exterior, em organismos oficiais brasileiros ou internacionais
dos quais o BRASIL SEJA MEMBRO EFETIVO, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se segurado na forma
da legislação vigente do país do domicílio;
#JACAIU
Ano: 2015 Banca: CESPE Órgão: TCU - Procurador do Ministério Público29Acerca de segurados, dependentes,
filiação e carência, assinale a opção correta.
29 Gabarito: C
f) o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor não empregado e o membro de conselho de administra-
ção de sociedade anônima, o sócio solidário, o sócio de indústria, o sócio gerente e o sócio cotista que recebam
remuneração decorrente de seu trabalho em empresa urbana ou rural, e o associado eleito para cargo de direção
em cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador
eleito para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração;
g) quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação
de emprego;
h) a pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou
não;
VI - como trabalhador avulso:
quem presta, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, serviço de natureza urbana ou rural definidos no
Regulamento;
VII – como segurado especial:
a pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente
ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, na condição de:
a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou
arrendatário rurais, que explore atividade:
1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais;
2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas atividades nos termos do inciso XII do caput do art. 2º da
Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, e faça dessas atividades o principal meio de vida;
b) pescador artesanal ou a este assemelhado que faça da pesca profissão habitual ou principal meio de vida;
c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou a este equiparado, do
segurado de que tratam as alíneas a e b deste inciso, que, comprovadamente, trabalhem com o grupo familiar
respectivo.
#NÃOCONFUNDIR #OLHAATABELINHA:
Se repararmos, temos apenas um caso no qual o brasileiro que trabalha no exterior será considerado contribuinte
individual, então é mais fácil memorizar apenas essa hipótese.
#SELIGANADICA:
A Emenda Constitucional 103/19 chamou a antiga aposentadoria por invalidez de aposentadoria por
incapacidade permanente. A aposentadoria por incapacidade permanente é um benefício previdenciário pago
ao segurado que for considerado incapaz, de forma permanente, para o exercício de trabalho que lhe ga-
ranta a subsistência (art. 42 da Lei nº 8.213/91):
Art. 42. A aposentadoria por invalidez, uma vez cumprida, quando for o caso, a carência exigida, será devida ao
segurado que, estando ou não em gozo de auxílio-doença, for considerado incapaz e insusceptível de reabilitação
para o exercício de atividade que lhe garanta a subsistência, e ser-lhe-á paga enquanto permanecer nesta condi-
ção.
• A concessão de aposentadoria por incapacidade permanente, inclusive quando precedida de auxílio por
incapacidade temporária, fica condicionada ao afastamento do segurado de todas as suas atividades.
#DEOLHONAJURIS #APOSTACICLOS:
#ATENÇÃO! A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao filiar-se ao Regime Geral de Previdên-
cia Social não lhe conferirá direito à aposentadoria por incapacidade permanente, salvo quando a incapacidade
sobrevier por motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão.
#DEOLHONAJURIS #APOSTACICLOS:
Não é possível a extensão do auxílio contido no art. 45 da lei 8.213/1991, também chamado de auxílio de grande
invalidez ou auxílio-acompanhante, para todos os segurados aposentados que necessitem de ajuda permanente
para o desempenho de atividades básicas da vida diária. Tese fixada pelo STF: No âmbito do Regime Geral
de Previdência Social (RGPS), somente lei pode criar ou ampliar benefícios e vantagens previdenciárias,
não havendo, por ora, previsão de extensão do auxílio da grande invalidez a todas as espécies de apo-
sentadoria. (STF. Plenário. Plenário. RE 1221446/RJ, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 18/6/2021) (Repercussão
Geral – Tema 1095) (Info 1022).
#DEOLHONASÚMULA:
Súmula n. 576 do STJ: Ausente requerimento administrativo no INSS, o termo inicial para a implantação da
aposentadoria por invalidez concedida judicialmente será a data da citação válida.
A EC 103/2019 excluiu a possibilidade da aposentadoria por tempo de contribuição sem idade mí-
nima, com a alteração do teor do art. 201, §7º, da CF/88. Agora, para se aposentar, o segurado deverá
preencher, em regra, tanto o requisito de idade como o requisito de tempo de contribuição. Não existem
mais esses dois benefícios, salvo em casos estabelecidos em lei (ex.: regras de transição, direito adquirido etc.)
REQUISITOS:
O artigo 19 da Emenda 103/2019 traz uma regra de transição enquanto não editada lei de regulação do tem-
po de contribuição mínimo para a aposentadoria no RGPS, sendo aplicável a todos os novos segurados:
#DEOLHONALEI:
Art. 19. Até que lei disponha sobre o tempo de contribuição a que se refere o inciso I do § 7º do art. 201 da
Constituição Federal, o segurado filiado ao Regime Geral de Previdência Social após a data de entrada em
vigor desta Emenda Constitucional será aposentado aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, 65
(sessenta e cinco) anos de idade, se homem, com 15 (quinze) anos de tempo de contribuição, se mulher, e
20 (vinte) anos de tempo de contribuição, se homem.
A aposentadoria dos professores pode ser classificada juridicamente como aposentadoria especial?
NÃO. Atualmente, é incorreto dizer que a aposentadoria dos professores é especial. O termo “aposentadoria
especial” é destinado para as aposentadorias concedidas às pessoas que trabalhem em condições que prejudi-
quem a sua saúde ou integridade física, nos termos do art. 57 da Lei nº 8.213/91, que não menciona a aposenta-
doria dos professores.
#DEOLHONASÚMULA:
Súmula 726-STF: Para efeito de aposentadoria especial de professores, não se computa o tempo de serviço
prestado fora da sala de aula. • Superada, em parte.
A Lei nº 11.301/2006 alterou a Lei nº 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação) e passou a prever que, para
fins de aposentadoria especial de professor (§ 5º do art. 40 e § 8º do art. 201 da CF/88), poderia ser considerada
como função de magistério a atividade de direção de unidade escolar e coordenação e assessoramento pedagó-
gico (art. 67, § 2º da LDB). O STF julgou que essa alteração legislativa é constitucional, desde que tais cargos de
direção escolar, coordenação e assessoramento pedagógico sejam exercidos por professores (ADI 3772, julgado
em 29/10/2008).
Como deve ser lida a súmula 726-STF atualmente: para efeito de aposentadoria com tempo de contri-
buição diferenciada para professores, não se computa o tempo de serviço prestado fora da sala de aula,
salvo no caso de professores que estejam desempenhando as atividades de direção de unidade escolar
ou coordenação e assessoramento pedagógico.
Aposentadoria especial é aquela cujos requisitos e critérios exigidos do beneficiário são mais favo-
ráveis que os estabelecidos normalmente para as demais pessoas.
De forma excepcional, o § 1º do art. 201 da CF/88 estabelece que LEI COMPLEMENTAR poderá prever requi-
sitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria em dois casos:
O tempo necessário para a aposentadoria irá variar de acordo com o tipo de agente nocivo a que ele estava
exposto. É como se houvesse uma gradação de nocividade: agentes altamente nocivos, com nocividade média e
nocividade leve.
#DEOLHONALEI – CF:
A EC 103/2019 passou a exigir, além do tempo de trabalho, uma idade mínima para aposentadoria
aos segurados que exercem atividade especiais:
§ 1º Até que lei complementar disponha sobre a redução de idade mínima ou tempo de contribuição prevista nos
§§ 1º e 8º do art. 201 da Constituição Federal, será concedida aposentadoria:
I - aos segurados que comprovem o exercício de atividades com efetiva exposição a agentes químicos, físicos
e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria pro-
fissional ou ocupação, durante, no mínimo, 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, nos termos do
disposto nos arts. 57 e 58 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, quando cumpridos:
a) 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 15 (quinze) anos de
contribuição;
b) 58 (cinquenta e oito) anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 20 (vinte) anos de con-
tribuição; ou
c) 60 (sessenta) anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 25 (vinte e cinco) anos de con-
tribuição;
O indivíduo que recebeu a aposentadoria especial e que, mesmo aposentado, continuou ou voltou a
trabalhar com atividades que o exponham a agentes químicos, físicos ou biológicos prejudiciais à saúde,
perderá a aposentadoria (art. 57, § 8º c/c o art. 46 da Lei nº 8.213/91).
#DEOLHONAJURIS:
• É possível a concessão de aposentadoria especial ao contribuinte individual não cooperado que cumpra a
carência e comprove, nos termos da lei vigente no momento da prestação do serviço, o exercício de atividade
sob condições especiais que prejudiquem a sua saúde ou sua integridade física pelo período de 15, 20 ou 25
anos. (STJ. 2ª Turma. REsp 1.436.794-SC, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 17/9/2015) (Info 570).
(Segundo o STJ, O art. 57, caput, da Lei nº 8.213/91, que prevê a aposentadoria especial, não traça qualquer
diferenciação entre as diversas categorias de segurados. Em outras palavras, esse dispositivo não restringe
a aposentadoria especial a algumas espécies de segurado. Assim, percebe-se que o art. 64 do Decreto nº
3.048/99, ao limitar a concessão da aposentadoria especial apenas ao segurado empregado, ao trabalhador
avulso e ao contribuinte individual cooperado, extrapolou os limites da Lei, criando distinções onde não exis-
tia. Em razão disso, essa restrição imposta pelo art. 64 do Decreto deve ser tida como ilegal).
Se a empresa fornece EPI ao segurado e este for eficaz para inibir os efeitos do agente nocivo, o traba-
lho por ele desempenhado deixa de ser considerado especial para fins de aposentadoria? O segurado
perderá o direito de que esse tempo seja enquadrado como de atividade especial?
SIM. O STF decidiu que o direito à aposentadoria especial pressupõe a efetiva exposição do trabalhador
a agente nocivo à sua saúde. Assim, se o Equipamento de Proteção Individual (EPI) for realmente capaz de
neutralizar a nocividade, o trabalhador não terá direito à concessão da aposentadoria especial. Nas palavras
do STF, “o direito à aposentadoria especial pressupõe a efetiva exposição do trabalhador a agente nocivo a sua
saúde, de modo que se o Equipamento de Proteção Individual (EPI) for realmente capaz de neutralizar
a nocividade, não haverá respaldo à concessão constitucional de aposentadoria especial”. STF. Plenário.
ARE 664335/SC, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 4.12.2014 (repercussão geral) (Info 770).
#ATENÇÃO #NÃOCONFUNDIR - Segundo o STF: “na hipótese de exposição do trabalhador a ruído acima dos
limites legais de tolerância, a declaração do empregador no âmbito do Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP),
no sentido da eficácia do Equipamento de Proteção Individual (EPI), não descaracteriza o tempo de serviço espe-
cial para a aposentadoria”. STF. Plenário. ARE 664335/SC, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 4/12/2014 (repercussão
geral) (Info 770).
SINTETIZANDO:
Regra: se o EPI for realmente capaz de neutralizar a nocividade, não haverá direito à aposentadoria especial.
Exceção: RUÍDO
No caso de ruído acima dos limites legais de tolerância, mesmo que o PPP afirme que o EPI é eficaz, o segu-
rado terá direito à aposentadoria especial. Isso porque está provado na literatura científica e de medicina do
trabalho que o uso de EPI com o intuito de evitar danos sonoros não é capaz de inibir os efeitos nocivos do
ruído na saúde do trabalhador. Logo, essa informação do PPP está em confronto ao consenso científico. Para
as pessoas que exercem atividades sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.
#DEOLHONAJURIS:
Não é permitida a acumulação de mais de um auxílio-acidente. Assim, o segu-
rado, vítima de novo infortúnio, não tem direito à cumulação de mais de um auxílio-
-acidente. Contudo, havendo novo infortúnio, admite-se recalcular o benefício que já
vinha sendo pago, somando-se ao salário de contribuição vigente no dia do segundo
acidente, a fim de se obter um valor melhorado. (STJ. 2ª Turma. REsp 1670551/SP, Rel.
Min. Herman Benjamin, julgado em 27/06/2017).
É indevida a cumulação do auxílio-acidente com o auxílio-doença quando decorrentes
do mesmo fato gerador. Vale ressaltar que é possível a cumulação quando os benefí-
cios em questão não são originados do mesmo fato gerador. (STJ. 1ª Turma. AgRg no
AREsp 384.935/SP, Rel. Min. Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 18/04/2017).
O auxílio-reclusão é um benefício previdenciário pago aos dependentes do se-
gurado de baixa renda que for preso e não receber remuneração da empresa
durante a prisão nem estiver em gozo de auxílio-doença, de pensão por morte,
de salário-maternidade, de aposentadoria ou de abono de permanência em ser-
viço (Lei 8.213, Art. 80 - Redação dada pela Lei nº 13.846, de 2019)
Beneficiários: são os dependentes do segurado preso. Quem recebe o dinheiro são
os dependentes (mulher, filhos menores etc.) e não o preso.
Existe carência para que a pessoa receba o benefício do auxílio-reclusão?
• Antes da Lei nº 13.846/2019 (MP 871/2019): NÃO. O auxílio reclusão era dispen-
sado do cumprimento da carência.
• Depois da Lei nº 13.846/2019 (MP 871/2019): SIM. Exige-se carência de 24 con-
tribuições mensais.
Quais regimes prisionais dão direito ao auxílio-reclusão?
• Antes da Lei nº 13.846/2019 (MP 871/2019): regime fechado e semiaberto.
• Depois da Lei nº 13.846/2019 (MP 871/2019): somente regime FECHADO.
• Auxílio-Reclusão Para receber o auxílio-reclusão, os dependentes do segurado precisam ter baixa
renda?
NÃO. Trata-se de mais uma “pegadinha”. Segundo o art. 201, IV, da CF/88, para que
seja pago o auxílio-reclusão, quem deve ter baixa renda é o segurado preso, não
importando a renda dos dependentes.
#DEOLHONAJURIS:
(...) O Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 387.265/SC, sob o regime da
repercussão geral, consolidou entendimento no sentido de que a renda a ser consi-
derada para a concessão do auxílio-reclusão é a do segurado de baixa renda, e não
a dos seus dependentes. (...) (STF. 2ª Turma. RE 580391 AgR, Rel. Min. Teori Zavascki,
julgado em 27/08/2013).
O fato de o preso estar trabalhando, mesmo recluso, não retira o direito de seus
dependentes receberem o auxílio-reclusão.
#DEOLHONALEI:
Lei nº 13.846/2019, art. 80, § 7º O exercício de atividade remunerada do segurado re-
cluso, em cumprimento de pena em regime fechado, não acarreta a perda do direito
ao recebimento do auxílio-reclusão para seus dependentes.
A Constituição Federal de 1988 previu, em seu art. 7º, XII, o salário-família como um dos
direitos dos trabalhadores urbanos e rurais.
• Para percepção do benefício é indispensável que o segurado tenha renda bruta mensal
igual ou inferior a R$ 1.425,56 (valor regulado pelo Dec. nº 10.410/2020).
Contribuintes individuais;
Segurados especial;
Facultativos.
• Salário-Família; Aposentado tem direito ao salário-família?
Art. 65, Parágrafo único. O aposentado por invalidez ou por idade e os demais aposentados
com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais de idade, se do sexo masculino, ou 60 (sessenta)
anos ou mais, se do feminino, terão direito ao salário-família, pago juntamente com
a aposentadoria.
Em regra, o salário-maternidade será pago pelo período de 120 dias, com data de início
no 28º dia que antecede o parto e vai até 91 dias após o nascimento da criança (art. 71
da Lei nº 8.213/91).
CARÊNCIA:
10 CONTRIBUIÇÕES MENSAIS.
•Salário- #SELIGA: Caso a segurada especial comprove o exercício de atividade rural nos últimos
Maternidade; 12 meses imediatamente anteriores à data do parto ou do requerimento do benefício,
quando requerido antes do parto, mesmo que de forma descontínua, fica DISPENSADA
a carência.
#DEOLHONAJURIS:
Pensão por morte é um benefício previdenciário pago pelo INSS aos dependen-
tes do segurado em virtude do falecimento deste. Em suma, quando o segurado
morre, seus dependentes passam a ter direito de receber uma pensão mensal.
Independe de carência (art. 26, I, da Lei nº 8.213/91).
#DEOLHONASÚMULA
Súmula n. 416 do STJ: É devida a pensão por morte aos dependentes do segurado
que, apesar de ter perdido essa qualidade, preencheu os requisitos legais para a
obtenção de aposentadoria até a data do seu óbito.
#DEOLHONALEI - Dec. 3.048/99
Art. 105. A pensão por morte será devida ao conjunto dos dependentes do segurado
que falecer, aposentado ou não, a contar da data:
I - do óbito, quando requerida em até cento e oitenta dias após o óbito, para os
filhos menores de dezesseis anos, ou quando requerida no prazo de noventa dias,
para os demais dependentes; (Redação dada pelo Decreto nº 10.410/20)
II - do requerimento, quando requerida após o prazo previsto no inciso I; ou
III - da decisão judicial, no caso de morte presumida.
Valor da pensão por morte:
A pensão por morte será paga no mesmo valor da aposentadoria que o segurado
• Pensão por Morte. recebia ou daquela a que teria direito se estivesse aposentado por invalidez na data de
seu falecimento (100% do salário de benefício).
#DEOLHONALEI
Art. 75. O valor mensal da pensão por morte será de cem por cento do valor da
aposentadoria que o segurado recebia ou daquela a que teria direito se estivesse
aposentado por invalidez na data de seu falecimento, observado o disposto no art. 33
desta lei.
#DEOLHONAJURIS
Não se admite o recolhimento post mortem de contribuições previdenciárias a fim de
que, reconhecida a qualidade de segurado do falecido, seja garantida a concessão de
pensão por morte aos seus dependentes. (STJ. 2ª Turma. REsp 1346852-PR, Rel. Min.
Humberto Martins, julgado em 21/5/2013) (Info 524).
O filho maior de 21 anos, ainda que esteja cursando o ensino superior, não tem direito
à pensão por morte, ressalvadas as hipóteses de invalidez ou deficiência mental ou
intelectual previstas no art. 16, I, da Lei 8.213/1991. (STJ. 1ª Seção. REsp 1369832-SP, Rel.
Min. Arnaldo Esteves Lima, julgado em 12/6/2013) (recurso repetitivo) (Info 524).
Deve ser reconhecido aos avós de segurado falecido o direito ao recebimento de
pensão por morte em razão de terem sido os responsáveis pela criação do neto, ocu-
pando verdadeiro papel de genitores. (STJ. 2ª Turma. REsp 1574859-SP, Rel. Min. Mauro
Campbell Marques, julgado em 8/11/2016) (Info 594).
A interpretação conforme a ser conferida ao art. 16, § 2º, da Lei nº 8213/1991 deve
contemplar os “menores sob guarda” na categoria de dependentes do Regime Geral
de Previdência Social, em consonância com o princípio da proteção integral e da prio-
ridade absoluta, desde que comprovada a dependência econômica, nos termos da
legislação previdenciária. (STF. Plenário. ADI 4878/DF e ADI 5083/DF, Rel. Min. Gilmar
Mendes, julgados em 7/6/2021) (Info 1020).
O termo a quo do prazo decadencial para a revisão da pensão por morte, mediante
revisão da renda mensal inicial da aposentadoria que a originou, corresponde à data
da concessão do benefício originário. (STJ. 1ª Seção. EREsp 1605554-PR, Rel. Min. Mau-
ro Campbell Marques, Rel. Acd. Min. Assusete Magalhães, julgado em 27/02/2019)
(Info 652). (Embora o pedido seja de revisão da pensão por morte, o que a parte
autora pretende é, na verdade, revisar a renda mensal inicial da aposentadoria que
ensejou a pensão, o que geraria, por óbvio, reflexos financeiros no benefício derivado.
Se houve algum equívoco administrativo, isso ocorreu no momento da concessão da
aposentadoria).
#APOSTACICLOS - É incompatível com a Constituição Federal o reconhecimento de
direitos previdenciários (pensão por morte) à pessoa que manteve, durante longo pe-
ríodo e com aparência familiar, união com outra casada, porquanto o concubinato não
se equipara, para fins de proteção estatal, às uniões afetivas resultantes do casamento
e da união estável. STF. Plenário. RE 883168/SC, Rel. Dias Toffoli, julgado em 2/8/2021
(Repercussão Geral – Tema 526) (Info 1024).
Aldo iniciou seu contrato de trabalho em 1.º de março de 2021, passando a efetuar suas primeiras contribuições
à previdência social. Em julho de 2021, Aldo sofreu um acidente de moto durante um final de semana em que
não trabalhava, tendo, por isso, de ficar hospitalizado. No mês seguinte ao acidente, enquanto Aldo ainda se
encontrava hospitalizado, a sua esposa deu entrada em pedido de auxílio-doença em benefício dele. Depois de
três meses internado no hospital, Aldo faleceu, em 15 de outubro de 2021, sem deixar filhos ou pais vivos.
Nessa situação hipotética, dado o falecimento de Aldo, a sua esposa poderá receber do INSS
A) o auxílio-doença, na qualidade de sucessora.
B) o salário-família, devido a partir da data do acidente de Aldo.
C) a pensão por morte, a partir da data do óbito de Aldo.
D) o auxílio-acidente.
E) a aposentadoria por invalidez do falecido esposo, na qualidade de sucessora.
30 Gabarito: C.
Salário de Benefício
• Trata-se de um instituto exclusivo do Direito Previdenciário, regulado pelos arts. 28 a 32 da Lei 8.213/91,
sendo utilizada para o cálculo da maioria dos benefícios do RGPS.
• O Salário de benefício é um valor utilizado como base para se calcular a renda mensal dos benefícios, ou
seja, é a base de cálculo utilizada para se estimar o valor do benefício que será pago.
• Sobre o valor do SB incidirá uma alíquota prevista em lei e, assim, calcula-se o valor da renda mensal do
benefício (RMB).
#DEOLHONALEI - L.8.213/91:
Art. 28. O valor do benefício de prestação continuada, inclusive o regido por norma especial e o decorrente de
acidente do trabalho, exceto o salário-família e o salário-maternidade, será calculado com base no salário-de-be-
nefício.
#ATENÇÃO – O salário de benefício possui limites mínimos e máximos, não podendo ser inferior a
um salário-mínimo, nem superior ao teto do salário de contribuição da data de início do benefício.
• Renda mensal do benefício (também chamada de renda mensal inicial) é o valor que efetivamente será
pago ao segurado. Como vimos acima, primeiro temos que descobrir o valor do salário de benefício. Depois, sobre
esse valor aplicamos uma alíquota prevista em lei. O resultado dessa operação equivale à renda mensal do bene-
fício.
• Apenas para ilustrar, segue abaixo o valor da renda mensal inicial de alguns benefícios:
Este é um ponto extremamente importante, pois é um dos pontos que o examinador mais gosta de cobrar
nas provas! Aqui temos que prestar atenção nas diferenças entre o RGPS e o RPPS, bem como saber quais são os
segurados do RPPS e os seus benefícios.
Também é suuuuper importante focar nas principais alterações trazidas pela EC 103/2019!! #APOSTACICLOS
- CF/88: Dispositivos do RGPS, RPPS! Atenção especial aos dispositivos alterados com a reforma da previ-
dência (EC 103/19):
#MAPEIAOVADE:
EC 103/2019: Essa emenda constitucional é MUITO IMPORTANTE, por isso, se for possível, tente ler ela toda!
De todo modo, vou colocar aqui os artigos mais importantes:
A Previdência Social brasileira possui dois regimes básicos e distintos entre si, ambos de filiação obrigató-
ria, que são o Regime Geral de Previdência Social – RGPS e o Regime Próprio de Previdência Social – RPPS dos
servidores públicos e militares.
Nos termos do art. 40 da Constituição Federal, aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de pre-
vidência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores
ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial.
Enquanto o RGPS é único para todo o Brasil, os RPPS poderão ser criados em cada ente federativo,
aplicando-se apenas aos servidores públicos ocupantes de cargos efetivos das respectivas unidades fede-
radas, incluídas suas autarquias e fundações.
• Militares;
• Magistrados;
• Membros de quaisquer dos poderes da União, Estados, DF e Municípios, incluídas suas autarquias e funda-
ções, desde que ocupantes de cargo efetivo.
• Servidores Públicos Ocupantes de Cargo Efetivo na União, Estados, DF e Municípios, incluídas suas autar-
quias e fundações.
#SELIGA - Os servidores públicos ocupantes de cargo efetivo nos Municípios somente estarão ampara-
dos por regime próprio de previdência social caso o respectivo Município já tenha instituído seu RPPS,
ficando, neste caso, excluídos do RGPS. Nos Municípios onde não há regime próprio, seus servidores
públicos, inclusive os ocupantes e cargo efetivo, serão segurados obrigatórios do RGPS, como segura-
dos empregados. Ou seja, os Municípios que, até a data da publicação da EC 103/2019 (Reforma da Previdên-
cia) não possuíam RPPS, não poderão mais criá-lo, pois a Reforma da Previdência vedou a instituição de
novos regimes próprios de previdência social no país.
#ATENÇÃO - As pessoas físicas que trabalhem para empresas públicas e para sociedades de econo-
mia mista também NÃO serão filiadas ao RPPS. Nestes casos, serão seguradas obrigatórias do RGPS.
Quais os servidores públicos que não podem ser amparados pelo RPPS? Ou seja, existem servidores
públicos que são segurados obrigatórios do RGPS?
Apenas os servidores públicos ocupantes de cargo efetivo podem ser amparados por Regime Próprio de
Previdência Social – RPPS.
• Agentes públicos ocupantes, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação
e exoneração;
• Servidores titulares de cargo efetivo de município que não editou lei instituidora de RPPS.
#SELIGA - No que diz respeito aos titulares de cargos eletivos, era possível, antes da EC 103/2019, a existên-
cia de regime previdenciário especial exclusivo para esses agentes públicos, mas a Reforma Previdenciária de
2019 vedou novas adesões a esses regimes especiais, bem como a criação de novos regimes de previ-
dência exclusivos para os titulares de mandatos eletivos. Além disso, a EC 103/2019 previu, em seu art. 14, a
possibilidade de, mediante expressa opção, os titulares de cargos eletivos migrarem para o RGPS, estabelecen-
do, regras de transição para os que decidam permanecer no regime especial, em vez de migrar para o regime
geral. No entanto, a EC 103/2019 determinou expressamente o respeito ao direito adquirido daqueles
que, antes do início de sua vigência, já haviam preenchido os requisitos para se aposentar, além de ter
estabelecido que as regras de transição aplicáveis aos detentores de mandato eletivo estaduais, distri-
tais e municipais que decidirem não migrar para o RGPS deverão ser definidas em lei complementar do
respectivo ente federativo.
O custeio do RPPS é feito por meio de contribuições previdenciárias dos servidores públicos efetivos
e militares, que poderão ter ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS de acordo com o valor da base de contribuição ou
dos proventos de aposentadoria e de pensões, e através dos recursos das respectivas entidades políticas,
devendo ser observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial do sistema.
#DEOLHONALEI – CF:
Art. 40 (...)
§ 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de que trata
este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência
social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos.
#DEOLHONALEI – CF:
Ademais, a EC 103/2019 inclui a possibilidade de criação de uma Contribuição Extraordinária, nos casos
em que seja demonstrada a insuficiência da medida apresentada no art.149, §1º-A, da CF para equacionar o déficit
atuarial. Esta contribuição extraordinária deve ser instituída simultaneamente com outras medidas para equaciona-
mento do deficit e vigorará por período determinado, contado da data de sua instituição.
§ 1º-B. Demonstrada a insuficiência da medida prevista no § 1º-A para equacionar o deficit atuarial, é facul-
tada a instituição de contribuição extraordinária, no âmbito da União, dos servidores públicos ativos, dos
aposentados e dos pensionistas. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
1)ALÍQUOTA:
#DEOLHONALEI – EC 103/2019:
Art. 11. Até que entre em vigor lei que altere a alíquota da contribuição previdenciária de que tratam os arts. 4º, 5º
e 6º da Lei nº 10.887, de 18 de junho de 2004, esta será de 14 %.
§ 1º A alíquota prevista no caput será reduzida ou majorada, considerado o valor da base de contribuição ou do
benefício recebido, de acordo com os seguintes parâmetros:
I - até 1 (um) salário-mínimo, redução de 6,5% = 7,5%;
II - acima de 1 (um) salário-mínimo até R$ 2.000,00, redução de 5% = 9%;
III - de R$ 2.000,01 (dois mil reais e um centavo) até R$ 3.000,00, redução de 2% = 12%;
IV - de R$ 3.000,01 até R$ 5.839,45, sem redução ou acréscimo = 14%;
V - de R$ 5.839,46 até R$ 10.000,00, acréscimo de 0,5% = 14,5%;
VI - de R$ 10.000,01 até R$ 20.000,00, acréscimo de 2,5% = 16,5%;
VII - de R$ 20.000,01 até R$ 39.000,00, acréscimo de 5% = 19%;
VIII - acima de R$ 39.000,00, acréscimo de 8% = 22%.
#ATENÇÃO—Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não poderão estabelecer alíquota infe-
rior à da contribuição dos servidores da União, exceto se demonstrado que o respectivo regime próprio
de previdência social não possui déficit atuarial a ser equacionado, hipótese em que a alíquota não poderá
ser inferior às alíquotas aplicáveis ao Regime Geral de Previdência Social.
2)BASE DE CÁLCULO:
O STF, analisando o § 3º do art. 40 da CF/88 (na redação anterior à EC 103/2019), concluiu que, de fato, so-
mente podem figurar como base de cálculo da contribuição previdenciária os ganhos habituais com repercussão
nos benefícios previdenciários, excluindo, assim, as verbas que não se incorporam à aposentadoria.
#DEOLHONAJURIS:
Em adequação ao entendimento do STF, não incide contribuição previdenciária sobre verba não incorporável
aos proventos de aposentadoria do servidor público, tais como terço de férias, serviços extraordinários, adicio-
nal noturno e adicional de insalubridade. (STJ. 1ª Turma. EDcl no AgInt no REsp 1659435-SC, Rel. Min. Napoleão
Nunes Maia Filho, julgado em 03/09/2019) (Info 656).
Não incide contribuição previdenciária sobre verba não incorporável aos proventos de aposentadoria do
servidor público, tais como terço de férias, serviços extraordinários, adicional noturno e adicional de insa-
lubridade. (STF. Plenário. RE 593068/SC, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 11/10/2018) (repercussão geral
– Tema 163) (Info 919).
#ATENÇÃO - É vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social e de mais de um ór-
gão ou entidade gestora desse regime em cada ente federativo, abrangidos todos os poderes, órgãos e entidades
autárquicas e fundacionais, que serão responsáveis pelo seu financiamento, observados os critérios, os parâmetros
e a natureza jurídica a serem definidos em lei complementar.
5. BENEFÍCIOS DO RPPS
De acordo com o art. 9º, §2º, da EC 103/2019, no RPPS os únicos benefícios serão a aposentadoria e a
pensão por morte. Assim, acaso o ente federativo preveja outros benefícios além desses dois, deverão eles
ser custeados por recursos estranhos ao regime de previdência, o que é uma medida tendente a preservar
a saúde financeira dos regimes próprios de previdência.
#DEOLHONALEI - EC 103/2019:
Art. 9º. Até que entre em vigor lei complementar que discipline o § 22 do art. 40 da Constituição Federal, aplicam-
-se aos regimes próprios de previdência social o disposto na Lei nº 9.717, de 27 de novembro de 1998, e o disposto
neste artigo.
§ 2º O rol de benefícios dos regimes próprios de previdência social fica limitado às aposentadorias e à pensão
por morte.
A aposentadoria por invalidez continua existindo no RPPS, mas, com a EC 103/2019, passou-se a exigir a
realização de perícias periódicas, a fim de se verificar se permanece a incapacidade para o trabalho (art. 40, § 1º, I,
CF/88).
Em relação ao valor dos proventos da aposentadoria por incapacidade permanente para o trabalho, ele
corresponderá à totalidade da média aritmética de todas as bases de cálculo das contribuições pagas pelo servi-
dor durante sua vida contributiva, desde que a incapacidade seja decorrente de acidente de trabalho, de doença
profissional ou de doença do trabalho (perceba que o texto constitucional não mais cogita concessão e proventos
integrais para caso de incapacidade decorrente de doença grave, contagiosa ou incurável prevista em lei).
Caso não se trate de incapacidade decorrente de acidente de trabalho, de doença profissional ou de doença
do trabalho, os proventos serão calculados de acordo com a regra geral: de 60% a 100% da média aritmética de
todas as bases de cálculo das contribuições pagas pele servidor durante sua vida contributiva.
#DEOLHONALEI – CF:
Art. 40 (…)
§ 1º. O servidor abrangido por regime próprio de previdência social será aposentado: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 103, de 2019)
I - por incapacidade permanente para o trabalho, no cargo em que estiver investido, quando insuscetível
de readaptação, hipótese em que será obrigatória a realização de avaliações periódicas para verificação
da continuidade das condições que ensejaram a concessão da aposentadoria, na forma de lei do respectivo ente
federativo; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 103, de 2019)
Até que entre em vigor lei federal que discipline os benefícios do regime próprio de previdência social dos servidores
da União, aplica-se o disposto no art. 10 da EC 103/2019.
#DEOLHONALEI – EC.103/2019:
Art. 26. Até que lei discipline o cálculo dos benefícios do RPPS da União e do RGPS, será utilizada a média aritmé-
tica simples dos salários de contribuição e das remunerações adotados como base para contribuições a regime
próprio de previdência social e ao Regime Geral de Previdência Social, ou como base para contribuições decorren-
tes das atividades militares de que tratam os arts. 42 e 142 da Constituição Federal, atualizados monetariamente,
correspondentes a 100% (cem por cento) do período contributivo desde a competência julho de 1994 ou desde o
início da contribuição, se posterior àquela competência. (...)
§ 2º O valor do benefício de aposentadoria corresponderá a 60% da média aritmética definida na forma
prevista no caput e no § 1º, com acréscimo de 2 (dois) pontos percentuais para cada ano de contribuição
que exceder o tempo de 20 (vinte) anos de contribuição nos casos:
II - do § 4º do art. 10, ressalvado o disposto no inciso II do § 3º e no § 4º deste artigo; (APOSENTADORIAS DO
RPPS)
III - de aposentadoria por incapacidade permanente aos segurados do RGPS, ressalvado o disposto no inciso
II do § 3º deste artigo; e (...)
§ 3º O valor do benefício de aposentadoria corresponderá a 100% da média aritmética definida na forma
prevista no caput e no § 1º: (...)
II - no caso de aposentadoria por incapacidade permanente, quando decorrer de acidente de trabalho, de
doença profissional e de doença do trabalho.
• APOSENTADORIA COMPULSÓRIA:
Ocorrerá com proventos proporcionais ao tempo de contribuição aos 75 anos, tanto para os homens quanto
para as mulheres, na forma da Lei Complementar 152/2015.
• APOSENTADORIA VOLUNTÁRIA:
Ocorrerá quando o servidor(a) tiver 25 anos de contribuição, desde que cumprido o tempo mínimo de
10 anos de efetivo exercício no serviço público e 5 anos no cargo em que se aposentará, e:
Até que lei discipline o cálculo dos benefícios do RPPS da União, o valor do benefício da aposentadoria vo-
luntária corresponderá a 60% da média aritmética (100% do período contributivo), com acréscimo de 2% para cada
ano de contribuição que exceder o tempo de 20 anos de contribuição.
Dessa forma, para atingir 100% da média aritmética o servidor deverá ter 40 anos de contribuição.
Obedecerá ao estabelecido nas Constituições e Lei orgânicas, observados o tempo mínimo de contribuição
e os demais requisitos estabelecidos em lei complementar do respectivo ente federativo.
Com a EC 103/2019 as três hipóteses normativas de aposentadorias especiais passaram a ser um ato discri-
cionário do legislador, já que o próprio texto traz a expressão “poderão”. Além disso, NÃO há mais necessidade
de uma lei complementar nacional, ou seja, cada ente federativo pode aprovar uma lei complementar para
regulamentar os temas.
Os critérios diferenciados para concessão de aposentadoria especial em cada uma dessas hipóteses devem
ser definidos por cada ente federativo, por meio de lei complementar.
Os casos de aposentadoria especial por atividade de risco não mais podem ser livremente definidos pelo
legislador infraconstitucional, tendo sido restringidos, pelo texto constitucional, a 03 (três) categorias:
a) agentes penitenciários;
b) agentes socioeducativos; e
c) policiais não militares (englobando as polícias da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, as polícias
civis dos Estados e DF, a polícia federal, a polícia rodoviária federal e a polícia ferroviária federal).
§ 2º. Os servidores públicos federais com direito a idade mínima ou tempo de contribuição distintos da regra geral
para concessão de aposentadoria na forma dos §§ 4º-B, 4º-C e 5º do art. 40 da Constituição Federal poderão
aposentar-se, observados os seguintes requisitos:
I - o policial civil do órgão a que se refere o inciso XIV do caput do art. 21 da Constituição Federal, o policial dos
órgãos a que se referem o inciso IV do caput do art. 51, o inciso XIII do caput do art. 52 e os incisos I a III do caput
do art. 144 da Constituição Federal e o ocupante de cargo de agente federal penitenciário ou socioeducativo,
aos 55 (cinquenta e cinco) anos de idade, com 30 (trinta) anos de contribuição e 25 (vinte e cinco) anos de
efetivo exercício em cargo dessas carreiras, para ambos os sexos;
II - o servidor público federal cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, fí-
sicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria
profissional ou ocupação, aos 60 (sessenta) anos de idade, com 25 (vinte e cinco) anos de efetiva exposição
e contribuição, 10 (dez) anos de efetivo exercício de serviço público e 5 (cinco) anos no cargo efetivo em
que for concedida a aposentadoria;
III - o titular do cargo federal de professor, aos 60 (sessenta) anos de idade, se homem, aos 57 (cinquenta e
sete) anos, se mulher, com 25 (vinte e cinco) anos de contribuição exclusivamente em efetivo exercício das
funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, 10 (dez) anos de efetivo
exercício de serviço público e 5 (cinco) anos no cargo efetivo em que for concedida a aposentadoria, para
ambos os sexos.
(...)
Art. 22. Até que lei discipline o § 4º-A do art. 40 e o inciso I do § 1º do art. 201 da Constituição Federal, a aposenta-
doria da pessoa com deficiência segurada do Regime Geral de Previdência Social ou do servidor público federal
com deficiência vinculado a regime próprio de previdência social, desde que cumpridos, no caso do servidor, o
tempo mínimo de 10 (dez) anos de efetivo exercício no serviço público e de 5 (cinco) anos no cargo efetivo
em que for concedida a aposentadoria, será concedida na forma da Lei Complementar nº 142, de 8 de maio de
2013, inclusive quanto aos critérios de cálculo dos benefícios.
A pensão por morte concedida a dependente de servidor público federal será equivalente a uma cota fami-
liar de 50% (cinquenta por cento) do valor da aposentadoria recebida pelo servidor ou daquela a que teria direito
se fosse aposentado por incapacidade permanente na data do óbito, acrescida de cotas de 10 (dez) pontos per-
centuais por dependente, até o máximo de 100% (cem por cento).
As cotas por dependente cessarão com a perda dessa qualidade e não serão reversíveis aos demais depen-
dentes, preservado o valor de 100% (cem por cento) da pensão por morte quando o número de dependentes
remanescente for igual ou superior a 5 (cinco).
Na hipótese de existir dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, o valor
da pensão por morte será equivalente a:
• 100% da aposentadoria recebida pelo servidor ou daquela a que teria direito se fosse aposentado por in-
capacidade permanente na data do óbito, até o limite máximo de benefícios do RGPS; e
• uma cota familiar de 50% acrescida de cotas de 10 pontos percentuais por dependente, até o máximo de
100%, para o valor que supere o limite máximo de benefícios do Regime Geral de Previdência Social.
Cumulação de pensão por morte com aposentadoria ou com outra pensão por morte:
Em regra, é vedada a cumulação de mais de uma pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro.
EXCEÇÃO:
1) Quando se tratar de cumulação de duas pensões decorrentes da morte do mesmo servidor, se forem car-
gos acumuláveis nos termos da CF/88.
2) Quando se referirem a regimes de previdência distintos (ex. RPPS e RGPS). Ou seja, quem recebe pensão
por morte de cônjuge ou companheiro pode receber outra pensão por morte de outro regime de previdência, seja
civil ou militar.
3) Quando se tratar de cumulação de pensão por morte e aposentadoria do dependente. Ou seja, quem
recebe pensão por morte de cônjuge ou companheiro pode receber aposentadoria paga por qualquer regime de
previdência (seja RPPS, RGPS ou militar).
A EC 103/2019, nas novas disposições sobre aposentadorias de servidores públicos, determinou que, no
âmbito dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, as alterações deveriam ser disciplinadas em lei comple-
mentar de cada ente federativo. Esse é o motivo pelo qual se passou a afirmar que “a Reforma da Previdência não
se aplica aos Estados e Municípios”.
No entanto, é importante ressaltar que enquanto os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não
editarem suas leis complementares disciplinando a aposentadoria dos seus servidores, as normas consti-
tucionais e infraconstitucionais vigentes antes da EC 103/2019 permanecerão aplicáveis a esses entes:
§ 7º Aplicam-se às aposentadorias dos servidores dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios as normas
constitucionais e infraconstitucionais anteriores à data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional, enquan-
to não promovidas alterações na legislação interna relacionada ao respectivo regime próprio de previdência social.”
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA:
A EC 103/2019 alterou o art. 22, XXI, da CF/88, que, a partir dessa alteração, passou a prever ser da
competência legislativa privativa da União o estabelecimento de normas gerais sobre a previdência dos
militares dos Estados e do DF (que são os policiais militares e os bombeiros militares).
#DEOLHONALEI – CF/88:
#DEOLHONALEI – CF:
• Antes: servidor público (desde que vinculado ao RGPS) ou emprego público das empresas estatais pode-
riam se aposentar pelo Regime Geral e continuar exercendo as suas atividades.
• Agora: não é mais possível. (OBS: Essa proibição de continuar trabalhando não se aplica para aqueles que
se aposentaram antes da Reforma).
#DEOLHONALEI – CF:
Art. 37 (...)
§ 14. A aposentadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego ou
função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rompimento do vínculo que gerou o
referido tempo de contribuição.
Conforme já foi dito, a EC 103/2019 manteve o caráter contributivo e solidário do regime de previdência dos
servidores públicos, bem como, naturalmente, a previsão de pagamento de contribuição previdenciária por servi-
dores inativos e por pensionistas (além, claro, dos servidores ativos).
A inovação que mais tem sido falada é a possibilidade de que essa contribuição seja progressiva
(art. 149, § 1º, CF/88), seguindo um regime semelhante ao do imposto de renda (incidência das diferentes
alíquotas progressivas sobre as diferentes faixas remuneratórias).
Assim, a alíquota “básica” da contribuição previdenciária passou a ser expressamente fixada pelo texto cons-
titucional em 14% (quatorze por cento), podendo variar de acordo com o valor dos vencimentos ou proventos (art.
11, EC 103/2019).
OBS: As alíquotas estabelecidas no art. 11 da EC 103/2019 se aplicam apenas no âmbito da União. Os demais
entes da Federação devem, cada um, editar leis próprias estabelecendo suas novas alíquotas de contribuição pre-
videnciária, bem como se será ela progressiva ou não, nos termos do art. 149, § 1º, da CF/88).
Outra novidade de grande relevância trazida pela EC 103/2019 é a chamada contribuição previden-
ciária extraordinária, a ser instituída no âmbito da União, e que está prevista no art. 149, §1º-B, da CF/88.
A contribuição extraordinária será instituída por lei, sendo necessário que, antes, seja adotada a medida de
aumentar a base de cálculo da contribuição paga por aposentados e pensionistas, de modo que ela incida sobre a
parcela do benefício que supere o salário-mínimo, em vez de incidir apenas sobre o montante que supera o “teto
do RGPS”. Apenas se essa medida (que, a propósito, não foi prevista como uma exclusividade da União) se mostrar
insuficiente é que poderá ser instituída a contribuição extraordinária.
Ademais, a EC 103/2019 exige que a contribuição extraordinária seja adotada concomitantemente com ou-
tras medidas tendentes a equacionar os problemas atuariais. Por fim, note que a contribuição extraordinária e as
demais medidas que devem acompanhá-la são temporárias, limitadas a 20 (vinte) anos).
Lembra da regra que determinava a imunidade parcial de contribuição previdenciária para os inati-
vos e pensionistas portadores de doença incapacitante, os quais apenas pagavam contribuição previden-
ciária sobre a parcela dos proventos que superavam o dobro do “teto do RGPS” (art. 40, § 21, CF/88)?
Essa regra foi expressamente revogada pela EC 103/2019, de modo que não mais se aplica NO ÂMBITO DA
UNIÃO. (Para a aplicação dessa modificação nas esferas estadual, distrital e municipal, é necessário que haja a ratifi-
cação dessa inovação por cada ente federativo, através de lei de iniciativa do Chefe do Poder Executivo, consoante
o disposto no art. 36, II, da EC 103/2019).
Nesse ponto é importante o estudo das entidades de previdência complementar, com um foco especial nas
alterações advindas com a EC nº 103/19 #APOSTACICLOS.
Ademais, também é essencial o estudo da Lei Orgânica de Assistência Social, com foco no BPC!
#MAPEIAOVADE:
- Lei 8.742/93: É a chamada “LOAS” = Lei Orgânica da Assistência Social. Muito importante no estudo sobre
a Assistência Social, especialmente no que se refere ao BPC!
A contagem recíproca do tempo de contribuição foi mantida pela EC 103/2019, que trouxe uma grande
novidade: passou a prever que também é alcançado pela contagem recíproca do tempo de contribuição às previ-
dências militares, o que, antes, dependia de previsão na lei do respectivo ente federativo (§§ 9º e 9º-A do art. 201
da CF/88).
#DEOLHONALEI – CF/88:
#AJUDAMARCINHO:
Esse § 9º quer dizer que se a pessoa trabalhou na iniciativa privada e, consequentemente, contribuiu para o
Regime Geral de Previdência Social (RGPS), terá direito de “levar” esse tempo de contribuição para o Regime
Próprio de Previdência Social (RPPS) e somá-lo para fins de aposentadoria. O inverso também é verdadeiro, e se
a pessoa primeiro trabalhou em um cargo público, por exemplo, contribuindo para o RPPS, ao transferir-se para
a iniciativa privada posteriormente, terá direito de utilizar o tempo de contribuição no RPPS para se aposentador
no RGPS.
Mas quando a pessoa estava vinculada o RGPS ela pagava contribuições previdenciárias para o INSS e,
a partir do momento em que foi para o RPPS, passou a pagar para a entidade de previdência vinculada
à Fazenda Pública. Isso não vai atrapalhar esse aproveitamento do tempo de contribuição?
NÃO. O segurado não tem nada a ver com isso. Não tem que se preocupar com essa questão nem pode ser
prejudicado por esse fato. O § 9º do art. 201 afirma que os diversos regimes de previdência social deverão se
compensar financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei. Em outros termos, a lei deverá prever uma
forma de um regime “indenizar” o outro pelo tempo em que o segurado lá esteve vinculado e para ele pagou
as contribuições previdenciárias.
É possível que a lei estadual ou municipal estabeleça requisitos (condições) para que essa contagem
recíproca do tempo de contribuição seja realizada?
NÃO. O STF entende que é INCONSTITUCIONAL a imposição de restrições, por legislação local, à contagem
recíproca do tempo de contribuição na Administração Pública e na atividade privada para fins de concessão de
aposentadoria. Leis como essa violam o § 9º do art. 201 da CF/88. Assim, é inconstitucional lei municipal ou esta-
dual que exija um número mínimo de contribuições do servidor ao sistema municipal ou estadual para autorizar
a contagem de tempo de serviço por ele prestado na iniciativa privada.
Art. 94. Para efeito dos benefícios previstos no Regime Geral de Previdência Social ou no serviço público é asse-
gurada a contagem recíproca do tempo de contribuição na atividade privada, rural e urbana, e do tempo de
contribuição ou de serviço na administração pública, hipótese em que os diferentes sistemas de previdência
social se compensarão financeiramente. (...)
Art. 96. O tempo de contribuição ou de serviço de que trata esta Seção será contado de acordo com a legislação
pertinente, observadas as normas seguintes:
I - não será admitida a contagem em dobro ou em outras condições especiais;
II - é vedada a contagem de tempo de serviço público com o de atividade privada, quando concomitantes;
III - não será contado por um sistema o tempo de serviço utilizado para concessão de aposentadoria pelo outro;
IV - o tempo de serviço anterior ou posterior à obrigatoriedade de filiação à Previdência Social só será contado
mediante indenização da contribuição correspondente ao período respectivo, com acréscimo de juros moratórios
de zero vírgula cinco por cento ao mês, capitalizados anualmente, e multa de dez por cento. (...)
#JÁCAIU
2. PREVIDÊNCIA COMPLEMENTAR
A previdência complementar consiste em um plano de benefícios feito pela pessoa que deseja rece-
ber, no futuro, uma aposentadoria a ser paga por uma entidade de previdência. Para que isso se concreti-
ze, a pessoa precisa pagar todos os meses uma prestação, cujo valor será aplicado por uma pessoa jurídica,
que é a entidade gestora do plano.
É chamada de “complementar” porque normalmente é feita por alguém que já trabalha na iniciativa privada
ou como servidor público e, portanto, já teria direito à aposentadoria pelo RGPS ou pelo RPPS. Apesar disso, ela
opta por fazer a previdência privada como forma de “complementar” a renda no momento da aposentadoria.
31 Gabarito: B.
O plano de previdência complementar é prestado por uma pessoa jurídica chamada de “entidade de previ-
dência complementar”.
Características:
Público ou Privado:
Os sistemas de previdência complementar podem ser instituídos em favor dos servidores públicos (RPPS) e
geridos pelo ente (forma descentralizada) ou também são ofertados a toda a sociedade por meio de instituições
privadas.
Facultativo:
Todo e qualquer plano de previdência complementar necessita de manifestação de vontade (adesão) para
que a relação se estabeleça. A participação nesses planos, seja público ou privado, demanda atuação voluntária
do interessado.
Contratual:
A participação em planos de previdência complementar tem natureza contratual. Adere-se ao contrato para
se efetivar a vinculação ao plano.
#ATENÇÃO – Caso se trate de uma entidade aberta de previdência complementar, esta relação será
protegida pelas normas consumeristas (CDC).
#DEOLHONASÚMULA:
Explicando…
A pessoa que contrata com a entidade aberta é considerada vulnerável, tanto sob o ponto de vista econômico,
já que tais entidades são grandes corporações ligadas a instituições financeiras, como também sob o aspecto
jurídico considerando que os contratos assinados são de adesão, não havendo possibilidade de o consumidor
alterar as cláusulas previamente impostas. Dessa forma, o vínculo jurídico entre o contratante e a entidade aberta
de previdência complementar é relação de consumo, aplicando-se, como fontes normativas a LC 109/2001 (lei
especial que trata sobre o Regime de Previdência Complementar) e os princípios e regras do Código de Defesa
do Consumidor.
No caso das entidades fechadas de previdência privada não há a comercialização dos seus benefícios ao público
em geral nem há a sua distribuição no mercado de consumo, não podendo, por isso mesmo, ser enquadradas
no conceito legal de fornecedor. Além disso, não há remuneração pela contraprestação dos serviços prestados
e, consequentemente, a finalidade não é lucrativa, já que o patrimônio da entidade e respectivos rendimentos,
auferidos pela capitalização de investimentos, revertem-se integralmente na concessão e manutenção do paga-
mento de benefícios aos seus participantes e assistidos.
Logo, a relação jurídica existente entre os fundos de pensão e seus participantes é de caráter estatutário, sendo
regida por leis específicas (LC 108 e 109/2001), bem como pelos planos de custeio e de benefícios, de modo que,
apenas em caráter subsidiário, aplicam-se a legislação previdenciária e a civil, não podendo incidir normas pe-
culiares de outros microssistemas legais, tais como o CDC e a CLT.
Contribuitivo:
Regime de Capitalização:
Sistema formatado de maneira a gerar reservas capazes, por si própria e por seus rendimentos no mercado
financeiro, de garantir o pagamento dos benefícios contratados.
O plano de previdência público será instituído em favor dos servidores públicos titulares de cargo
efetivo.
#DEOLHONALEI – CF:
Art. 40 (...)
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios INSTITUIRÃO, por lei de iniciativa do respectivo Poder
Executivo, regime de previdência complementar para servidores públicos ocupantes de cargo efetivo, obser-
vado o limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social para o valor das aposentadorias e das
pensões em regime próprio de previdência social, ressalvado o disposto no § 16.
§ 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 oferecerá plano de benefícios somente na mo-
dalidade contribuição definida, observará o disposto no art. 202 e será efetivado por intermédio de entidade
fechada de previdência complementar OU de entidade aberta de previdência complementar.
§ 16 - Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos § § 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor
que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do correspondente regime
de previdência complementar.
A relação jurídica na previdência complementar pública se forma entre o patrocinador, o gestor e o partici-
pante.
O patrocinador é o Ente, suas autarquias e fundações. O participante é o servidor titular de cargo efetivo em
um dos três Poderes, o membro do Poder Judiciário, do Ministério Público e do Tribunal de Contas que aderirem
ao fundo de pensão.
Em relação à previdência complementar dos servidores públicos, com a EC 103/2019, tudo permaneceu igual,
com algumas diferenças, a saber:
• Com a EC 103/2019, a instituição do regime de previdência complementar deixou de ser uma faculdade dos
entes federativos e passou a ser uma obrigação com prazo para cumprimento: 02 (dois) anos a partir da vigência
da EC 103/2019;
• O regime de previdência complementar passou a poder ser gerido tanto por entidade fechada quanto
por entidade aberta de previdência complementar, de natureza pública ou privada (antes, só podia ser gerido por
entidade fechada de caráter público).
Segundo Frederico Amado, com o advento da EC 103/19, passou a ser vedada a criação de “complementa-
ções” no valor da aposentadoria dos servidores públicos (art.37, §15, da CF/88), haja vista que o complemento de
aposentadorias e pensões por morte do regime próprio SOMENTE poderá ser feito pelos entes políticos no caso
de regime de previdência complementar ou de lei de extinção de RPPS.
Dessa forma, barra-se a edição de leis municipais que complementam aposentadorias no RGPS de servidores
efetivos municipais em que inexiste RPPS constituído.
A EC 103/19 modificou o teto das aposentadorias do RPPS, que passou a ser o teto do INSS:
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
• Antes: os proventos de aposentadoria e pensões no serviço público não poderiam exceder o teto do fun-
cionalismo público;
• Agora: os proventos de aposentadoria não poderão ser superiores ao teto do Regime Geral de Previdência
Social (teto do INSS).
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
Antes da Reforma (EC 103/2019) ATUALMENTE
Art. 40 (...)
Art. 40 (...)
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os
§ 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Mu-
Municípios INSTITUIRÃO, por lei de iniciativa do
nicípios, desde que instituam regime de previdência
respectivo Poder Executivo, regime de previdência
complementar para os seus respectivos servidores ti-
complementar para servidores públicos ocupantes
tulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor
de cargo efetivo, observado o limite máximo dos be-
das aposentadorias e pensões a serem concedidas
nefícios do Regime Geral de Previdência Social para
pelo regime de que trata este artigo, o limite máximo
o valor das aposentadorias e das pensões em regime
estabelecido para os benefícios do regime geral de
próprio de previdência social, ressalvado o disposto
previdência social de que trata o art. 201.
no § 16.
A redação do dispositivo é imperativa (“instituirão”). Essa medida é necessária porque o valor máximo a
ser pago para aposentadorias e pensões para os servidores públicos passa a ser o valor máximo que é pago aos
aposentados e pensionistas do INSS. Em outras palavras, o teto do RPPS passa a ser o teto do RGPS. Logo, para
complementar esses proventos, o servidor público terá que se valer da previdência complementar.
Além disso, com a reforma ora analisada, as entidades abertas de previdência complementar também pas-
saram a poder gerir planos de previdência complementar para os servidores públicos.
#ATENÇÃO - A EC 103/2019 foi responsável por instituir o prazo de dois anos da data de sua entrada em
vigor para a instituição do regime de previdência complementar na forma dos §§ 14 a 16, e para a adequação do
órgão ou entidade gestora único do RPPS ao § 20, todos do art. 40 da Constituição Federal:
CONSTITUIÇÃO FEDERAL
• Antes: somente entidades fechadas de previdência complementar, de natureza pública, poderiam gerir
planos de previdência complementar dos servidores públicos.
• Agora: entidades abertas também podem gerir planos de previdência complementar dos servidores pú-
blicos.
Vale ressaltar, contudo, que, para isso, será necessária uma regulamentação, conforme exige o art. 33 da EC
103/2019:
#DEOLHONALEI:
Art. 33. Até que seja disciplinada a relação entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios e entidades
abertas de previdência complementar na forma do disposto nos §§ 4º e 5º do art. 202 da Constituição Federal,
somente entidades fechadas de previdência complementar estão autorizadas a administrar planos de benefícios
patrocinados pela União, Estados, Distrito Federal ou Municípios, inclusive suas autarquias, fundações, sociedades
de economia mista e empresas controladas direta ou indiretamente.
• oferecerá plano de benefícios somente na modalidade contribuição definida para os servidores efetivos.
Nesse modelo, a contribuição do ente patrocinador e do participante terá um valor definido, mas o valor do bene-
fício a ser recebido no futuro dependerá do montante que foi acumulado com aquelas contribuições;
• será efetivado por intermédio de entidade fechada de previdência complementar ou de entidade aberta
de previdência complementar.
A previdência privada goza de previsão no artigo 202 da CF/88, sendo regulamentada pelas LC 108
e 109 de 2001. O regime de previdência privada é complementar e organizado de maneira autônoma ao
RGPS, sendo a sua filiação de natureza facultativa, obrigatoriamente regulamentada por Lei Complemen-
tar (determinação constitucional).
A previdência privada divide-se em dois regimes: ABERTO, no qual é permitida a filiação de qualquer pessoa;
e FECHADO, em que somente se permite a participação dos empregados do patrocinador ou os membros/asso-
ciados do instituidor.
O regime aberto será composto por entidades abertas de previdência complementar, sendo necessariamen-
te administrado por pessoas jurídicas organizadas sob a forma de sociedades anônimas, a exemplo da BRASILPREV,
do Banco do Brasil, que possui mais de um milhão de segurados.
Já o regime fechado será integrado por entidades sem fins lucrativos (associações e fundações), a exemplo
da PREVI – Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil.
#DEOLHONAJURIS:
Compete à Justiça COMUM ESTADUAL (e não à Justiça do Trabalho) julgar demandas que envolvam a comple-
mentação de aposentadoria por entidades de previdência privada. (STF. Plenário. CC 7706 AgR-segundo-ED-ter-
ceiros/SP, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 12/3/2015) (Info 777).
Vale ressaltar que não importa a natureza da verba que se pretende incluir no cálculo de previdência comple-
mentar. Será sempre competência da Justiça comum porque a discussão é contratual (nesse sentido: STJ. EAg
1.301.267-RS, Rel. Min. Raul Araújo, julgados em 23/5/2012).
Conforme já foi dito anteriormente, existem duas espécies de entidade de previdência privada (entidade de
previdência complementar):
#NÃOCONFUNDA #SELIGANATABELA:
#JÁCAIU
Ano: 2018 Banca: CESPE Órgão: a: PGM - João Pessoa - PB - Procurador do Município32
8. ASSISTÊNCIA SOCIAL
A assistência social tem como princípios informativos a gratuidade da prestação e a proteção social, que
visa à garantia da vida, à redução de danos e à prevenção da incidência de riscos, através da proteção à família,
à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice, bem como aos deficientes e a reintegração ao mercado de
trabalho daqueles que necessitarem.
32 Gabarito: A
Ao contrário da previdência social, a assistência social é prestada a quem dela necessitar, independentemente
de contribuição à seguridade social.
#DEOLHONALEI – CF/88:
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à
seguridade social, e tem por objetivos:
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida
comunitária;
V - a garantia de um salário-mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que com-
provem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser
a lei.
#DEOLHONAJURIS:
Os estrangeiros residentes no País são beneficiários da assistência social prevista no art. 203, V, da Cons-
tituição Federal, uma vez atendidos os requisitos constitucionais e legais. (STF. Plenário. RE 587970/SP, Rel.
Min. Marco Aurélio, julgado em 19 e 20/4/2017) (repercussão geral) (Info 861).
O Benefício de Prestação Continuada, que também pode ser chamado de “Amparo Assistencial”, “Benefício
Assistencial” ou “LOAS”, consiste no pagamento de um salário-mínimo por mês à pessoa com deficiência ou ao
idoso com 65 anos ou mais, desde que estes comprovem a ausência de meios de prover a própria manutenção
nem de tê-la provida por sua família.
#DEOLHONALEI:
Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa com de-
ficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais que comprovem não possuir meios de prover a
própria manutenção nem de tê-la provida por sua família.
Art. 21. O benefício de prestação continuada deve ser revisto a cada 2 (dois) anos para avaliação da continuidade
das condições que lhe deram origem.
Para receber esse benefício, é necessário que a pessoa contribua ou tenha contribuído para a segu-
ridade social?
NÃO. Trata-se de um benefício de assistência social, que será prestado a quem dele necessitar, independen-
temente de contribuição à seguridade social. A assistência social é caracterizada por ser um sistema não-contribu-
tivo, ou seja, é prestada independentemente de contribuição.
Apesar de o LOAS não ser um benefício previdenciário, mas sim assistencial, ele é concedido e administrado
pelo INSS. Vale ressaltar, no entanto, que os recursos necessários ao seu pagamento são fornecidos pela União (art.
29, parágrafo único, da Lei nº 8.742/93). Assim, a competência para julgar ações que discutam esse benefício
é da Justiça Federal.
#SELIGA - A pessoa que recebe o amparo assistencial não pode receber ao mesmo tempo outro be-
nefício no âmbito da seguridade social ou de outro regime, salvo assistência médica e pensão especial de
natureza indenizatória (art. 20, § 4º).
Segundo o artigo 20, §3º, da Lei nº 8.742/93, considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com
deficiência ou idosa a família cuja renda mensal per capita seja igual ou inferior a 1/4 (um quarto) do salário-
-mínimo. Ocorre que tal critério não é absoluto, haja vista que até mesmo o Plenário do STF já declarou, inciden-
talmente, a inconstitucionalidade do § 3º do art. 20 da Lei 8.742/93 (sem pronúncia de nulidade) por considerar
que o referido critério está defasado para caracterizar a situação de miserabilidade.
#DEOLHONAJURIS:
Desse modo, como a declaração de inconstitucionalidade foi sem pronúncia de nulidade, o critério definido
pelo art. 20, § 3º, da Lei nº 8.742/93 continua existindo no mundo jurídico, mas devendo agora ser interpretado
como um indicativo objetivo que não exclui a possibilidade de o juiz verificar a hipossuficiência econômica do
postulante do benefício por outros meios de prova (STF. 1ª Turma. ARE 834476 AgR, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado
em 03/03/2015).
#ATENÇÃO #APOSTACICLOS - A Lei nº 14.176, de 2021 acrescentou os §§11 e 11-A ao art. 20 e o art. 20-B
à Lei nº 8.742/93, que previu que para a concessão desse benefício poderão ser utilizados outros elementos pro-
batórios da condição de miserabilidade do grupo familiar e da situação de vulnerabilidade, e que determinados
aspectos deverão ser considerados para ampliação do critério de aferição da renda familiar mensal per capita.
Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa com defi-
ciência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais que comprovem não possuir meios de prover a própria
manutenção nem de tê-la provida por sua família. (…)
§ 3º Observados os demais critérios de elegibilidade definidos nesta Lei, terão direito ao benefício financeiro de que
trata o caput deste artigo a pessoa com deficiência ou a pessoa idosa com renda familiar mensal per capita igual
ou inferior a 1/4 (um quarto) do salário-mínimo. (Redação dada pela Lei nº 14.176, de 2021)
§ 11. Para concessão do benefício de que trata o caput deste artigo, poderão ser utilizados outros elementos
probatórios da condição de miserabilidade do grupo familiar e da situação de vulnerabilidade, conforme
regulamento. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015)
§ 11-A. O regulamento de que trata o § 11 deste artigo poderá ampliar o limite de renda mensal familiar per
capita previsto no § 3º deste artigo para até 1/2 (meio) salário-mínimo, observado o disposto no art. 20-B
desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021)
Art. 20-B. Na avaliação de outros elementos probatórios da condição de miserabilidade e da situação de vulne-
rabilidade de que trata o § 11 do art. 20 desta Lei, serão considerados os seguintes aspectos para ampliação
do critério de aferição da renda familiar mensal per capita de que trata o § 11-A do referido artigo: (Incluído
pela Lei nº 14.176, de 2021)
I – o grau da deficiência;(Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021)
II – a dependência de terceiros para o desempenho de atividades básicas da vida diária; e (Incluído pela Lei nº
14.176, de 2021)
III – o comprometimento do orçamento do núcleo familiar de que trata o § 3º do art. 20 desta Lei exclusi-
vamente com gastos médicos, com tratamentos de saúde, com fraldas, com alimentos especiais e com medica-
mentos do idoso ou da pessoa com deficiência não disponibilizados gratuitamente pelo SUS, ou com serviços não
prestados pelo Sus, desde que comprovadamente necessários à preservação da saúde e da vida. (Incluído
pela Lei nº 14.176, de 2021)
§ 1º A ampliação de que trata o caput deste artigo ocorrerá na forma de escalas graduais, definidas em regula-
mento. (Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021)
§ 2º Aplicam-se à pessoa com deficiência os elementos constantes dos incisos I e III do caput deste artigo, e à pes-
soa idosa os constantes dos incisos II e III do caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 14.176, de 2021)
Para que a pessoa com deficiência tenha direito ao benefício, é necessário que fique demonstrada a
sua incapacidade absoluta para o exercício do trabalho ou das atividades habituais?
NÃO. O conceito de pessoa com deficiência previsto no art. 20, § 2º da Lei nº 8.742/93 não exige a inca-
pacidade absoluta do requerente para o desempenho de qualquer atividade da vida diária e para o exercício de
atividade laborativa, pois não há a previsão de um grau mínimo de incapacidade, não cabendo ao intérprete a
imposição de requisitos mais rígidos do que aqueles previstos na legislação para a concessão do benefício.
#DEOLHONAJURIS:
A Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS) não exige incapacidade absoluta de pessoa com deficiência para
concessão do Benefício de Prestação Continuada. (STJ. 1ª Turma. REsp 1.404.019-SP, Rel. Min. Napoleão Nunes
Maia Filho, julgado em 27/6/2017 (Info 608)).
É um serviço previdenciário devido aos segurados e seus dependentes de maneira obrigatória, inde-
pendentemente de carência, desde que incapacitados parcial ou totalmente para o trabalho.
Estes serviços não garantem a obtenção de emprego, mas facilitam a empregabilidade, por meio de
cursos ou treinamentos. É possível, inclusive, o auxílio para o início de pequenos negócios.
Habilitação: inserção de pessoa que nunca trabalhou no mercado de trabalho. É a preparação do inapto
para exercício de ofício, que lhe dê condições de ganhar a vida com dignidade.
Reabilitação: inserção de pessoa que já trabalhou no mercado de trabalho. Pressupõe, portanto, que a
pessoa tenha tido aptidão e a tenha perdido por motivo de enfermidade ou acidente.
Carência Inexiste.
a) A prestação de que trata o artigo anterior é devi-
da em caráter obrigatório aos segurados, inclusi-
ve aposentados e, na medida das possibilidades
do órgão da Previdência Social, aos seus depen-
dentes;
Art. 89. A habilitação e a reabilitação profissional e social deverão proporcionar ao beneficiário incapacitado
parcial ou totalmente para o trabalho, e às pessoas portadoras de deficiência, os meios para a (re)educação e
de (re)adaptação profissional e social indicados para participar do mercado de trabalho e do contexto em
que vive.
Parágrafo único. A reabilitação profissional compreende:
a) o fornecimento de aparelho de prótese, órtese e instrumentos de auxílio para locomoção quando a
perda ou redução da capacidade funcional puder ser atenuada por seu uso e dos equipamentos necessários à
habilitação e reabilitação social e profissional;
b) a reparação ou a substituição dos aparelhos mencionados no inciso anterior, desgastados pelo uso normal
ou por ocorrência estranha à vontade do beneficiário;
c) o transporte do acidentado do trabalho, quando necessário.
Art. 90. A prestação de que trata o artigo anterior é devida em caráter obrigatório aos segurados, inclusive apo-
sentados e, na medida das possibilidades do órgão da Previdência Social, aos seus dependentes.
Art. 91. Será concedido, no caso de habilitação e reabilitação profissional, auxílio para tratamento ou exame fora
do domicílio do beneficiário, conforme dispuser o Regulamento.
Art. 92. Concluído o processo de habilitação ou reabilitação social e profissional, a Previdência Social emitirá cer-
tificado individual, indicando as atividades que poderão ser exercidas pelo beneficiário, nada impedindo que este
exerça outra atividade para a qual se capacitar.
DIREITO CONSTITUCIONAL33
Fala, pessoal!! E não é que o edital da DPE CE, o mais aguardado dos últimos tempos, finalmente saiu?!!!
Direito Constitucional é uma das matérias base pra qualquer concurso público e o conhecimento articulado
da doutrina, lei seca e jurisprudência é essencial pra vocês garantirem bons pontos na primeira fase. No edital de
vocês, no entanto, temos uma peculiaridade: direitos humanos e um pedacinho de direito ambiental foi colocado
dentro da parte de constitucional.
Muito cuidado com isso viu, pessoal! Essa reorganização, diferente do que costumamos ver, não significa que
vocês possam negligenciar ou estudar com menos afinco a parte de Direitos Humanos. Serão VINTE (!!) questões
de Direito Constitucional na primeira fase. É a matéria com maior incidência na prova e, por isso, tem grandes
chances de ser uma matéria decisiva pra quem quiser ficar dentro do corte, ainda mais que, nesse edital, teremos
também questões de Direito do Trabalho (02) e Direito Previdenciário (03). Vamos dar foco total pra vocês conse-
guirem uma boa pontuação nessa matéria, então!!
Atenção! Como a divisão dos pontos acaba se repetindo, agrupamos alguns temas que têm maior corre-
lação entre si pra podermos ter uma visão sistematizada do edital. Para que vocês possam se localizar melhor no
material, é só digitar “control + F” e buscar o item que vocês desejam. Vamos lá!
PONTO 1: 1 Constituição. 1.1 Conceito, objeto, elementos e classificações. 1.2 Supremacia da Constituição
Federal. 1.3 Aplicabilidade das normas constitucionais. 1.4 Hermenêutica e interpretação constitucional.
Métodos e conceitos aplicados à interpretação. Princípios de interpretação especificamente
constitucionais. A sociedade aberta dos intérpretes da Constituição. Criação judicial do Direito. 1.5.
Constitucionalismo e neoconstitucionalismo. Jurisdição constitucional e consequências da interpretação.
Pessoal, essa parte exige basicamente o conhecimento da doutrina e a leitura da Constituição Federal. Não
temos jurisprudência de destaque sobre esse ponto. Revisem as FUCs 1 e 2. Muuita atenção com os sentidos da
constituição, em especial o sociológico, o político e o jurídico, que são os mais cobrados. Cuidado com as classifi-
cações, pra não confundir a espécie em relação ao gênero (Ex.: quanto à forma a constituição pode ser outorgada,
promulgada ou cesarista ERRADO! Quando à origem é que ela pode ser desses três tipos).
Em relação à estrutura da Constituição, atenção às teorias a respeito do preâmbulo! Não se esqueçam que
o STF adota a teoria da irrelevância, não atribuindo força normativa a ele e não o reconhecendo como norma de
reprodução obrigatória. Quanto ao ADCT, não se esqueçam: tem o mesmo status e hierarquia das demais normas
jurídicas; pode, inclusive, prever direitos fundamentais (vide art. 68, que trata dos quilombolas); e pode ser emen-
dado via emenda constitucional.
Sobre as normas constitucionais, é importante revisar as suas características, que as diferenciam das demais
normas jurídicas, e as classificações. O edital não destacou expressamente as classificações das normas constitucio-
nais, mas não deixem de revisar a distinção entre princípio, regra e postulado normativo e a classificação tripartida
de José Afonso da Silva (normas de eficácia plena, contida e limitada), que seeempre cai.
Quanto aos métodos de interpretação, mais uma decoreba! Tem que saber, ao menos, o método clássico,
tópico-problemático, hermenêutico-concretizador, científico-estrutural e normativo-estruturante, que são os que
mais aparecem em provas. Cuidado, ainda, com a diferença entre originalistas e não-originalistas, na interpretação
constitucional.
MUITA atenção com os princípios instrumentais de interpretação: efeito integrador, máxima efetividade, jus-
teza ou conformidade funcional, harmonização, razões públicas e proporcionalidade. Vejam que o edital mencio-
nou expressamente o princípio da sociedade aberta dos intérpretes, portanto, MUITA chance de cair. É bom saber
correlacionar esse princípio com mecanismos de participação social dos intérpretes informais da constituição, como
as audiências públicas e os amicus curiae.
O edital também tratou sobre a “criação judicial do direito”. Aqui, é importante revisar a parte de ativismo
judicial e judicialização da política. Não se esqueçam que são conceitos que não se confundem! Deem uma olhada,
também, no material de vocês sobre controle judicial de políticas públicas, porque pode estar correlacionado a
esse item.
Quanto ao constitucionalismo, vamos destacar alguns itens que vocês necessariamente têm que saber: as
fases (antigo, medieval, moderno), os três modelos (norte-americano, francês e inglês) e os aspectos ideológicos
(constitucionalismo liberal, social e fraterno).
Sobre o neoconstitucionalismo, tem que saber: os seus três marcos (histórico, teórico e filosófico) e as suas
características principais.
1. Sentidos da Constituição
- Sociológico (Lassale): a Constituição é um fato social. Quando ela reflete a soma dos fatores reais de po-
der, tem-se a Constituição real. Do contrário, a Constituição não passa de uma mera folha de papel.
- Político (Carl Schimitt): a Constituição é uma decisão política fundamental. Daí porque se dizer que essa
é uma teoria decisionista e de viés autoritário.
- Jurídico (Kelsen): a Constituição é uma norma jurídica pura, o ápice da pirâmide normativa. Em sentido
lógico-jurídico, a Constituição é a norma fundamental hipotética de que determina “cumpra-se a Constituição”. Em
sentido jurídico-positivo, a Constituição é a norma fundamental positivada no ordenamento jurídico.
CLASSIFICAÇÃO
- Outorgadas: são aquelas impostas, que surgem sem participação popular. Re-
sultam de ato unilateral de vontade da classe ou pessoa dominante no sentido
de limitar seu próprio poder, por meio da outorga de um texto constitucional.
Exemplos: Constituições brasileiras de 1824, 1937 e 1967 e a EC nº 01/1969.
- Democráticas (populares, promulgadas ou votadas): nascem com participação
popular, por processo democrático. Exemplos: Constituições brasileiras de 1891,
QUANTO À ORIGEM 1934, 1946 e 1988.
- Cesaristas (bonapartistas): são outorgadas, mas necessitam de referendo po-
pular.
- Dualistas (pactuadas): são resultado do compromisso instável entre duas forças
antagônicas, um pacto entre os detentores do poder.
- Princípios: são normas com alto grau de abstração que se realizam como mandados de otimização. Apli-
cam-se pela técnica do sopesamento, aproximam-se de parâmetros de justiça e tem função normogenética, isto é,
permitem a criação de outras normas.
- Regras: são normas com baixo grau de abstração que se realização pela lógica “tudo ou nada”. Aplicam-se
pela técnica da subsunção e tem um conteúdo meramente funcional.
- Postulados normativos: ao lado dos princípios e regras, há, ainda, os postulados normativos, metanormas
ou normas de segundo grau, que estabelecem critérios para a aplicação de outras normas. Ex: vedação ao retro-
cesso social, proporcionalidade.
CLASSIFICAÇÃO TRIPARTIDA
NORMAS DE EFICÁCIA
- Tem aplicabilidade direta, imediata e integral.
PLENA
- Tem aplicabilidade direta, imediata, mas não integral, podendo ser restringida
NORMAS DE EFICÁCIA
por outras normas constitucionais, princípios implícitos (ex: proporcionalidade)
CONTIDA
ou normas infraconstitucionais.
- Tem aplicabilidade indireta, mediata e reduzida.
- Podem se subdividir em:
NORMAS DE EFICÁCIA a) normas de princípio programático: traçam diretrizes e objetivos a serem per-
LIMITADA seguidos pelo Poder Público;
b) normas de princípio institutivo: traçam esquemas gerais de organização e
estruturação do Estado.
A atividade interpretativa se processa por meio de um diálogo permanente entre corte constitucional, outros
órgão do Judiciário, Parlamento, governo, comunidade de cidadãos, entidades da sociedade civil e academia. Peter
Häberle menciona a chamada “sociedade aberta dos intérpretes da constituição”, em que há, de um lado, os intér-
pretes formais da constituição, tais como os juízes, e os intérpretes informais, como a sociedade civil.
MÉTODO CARACTERÍSTICAS
- Proposto por Ernest Forsthoff.
Jurídico (hermenêutico) - Preconiza que a interpretação da norma constitucional deve se submeter aos
mesmos postulados de interpretação da norma comum, a saber: filológico,
histórico, teleológico e sistemático.
- Proposto por Theodor Viehweg.
Tópico-problemático - Defende que a interpretação deve ter um caráter prático, buscando resolver
problemas concretos. A interpretação deve ser orientada pela tópica.
Presunção de Constitu- . Havendo dúvida sobre a constitucionalidade, deve a norma ser declarada cons-
cionalidade titucional.
Concordância Prática . No embate entre normas constitucionais, busca-se evitar o sacrifício (total) de
ou Harmonização um bem jurídico em relação ao outro.
Esse princípio de interpretação, desenvolvido por John Rawls, preconiza que, em uma sociedade democrá-
tica, em se tratando de temas essenciais ao convívio social, só devem ser admitidos argumentos que possam ser
racionalmente compartilhados por todos os interlocutores.
8. Constitucionalismo liberal
O constitucionalismo liberal-burguês baseou-se na ideia de que a proteção dos direitos fundamentais de-
pendia, basicamente, da limitação dos poderes do Estado. Naquele modelo, os direitos fundamentais eram conce-
bidos como direitos negativos, que impunham apenas abstenções aos poderes políticos.
9. Constitucionalismo social
O constitucionalismo social não renega os elementos positivos do liberalismo — a sua preocupação com os
direitos individuais e com a limitação do poder — mas antes pugna por conciliá-los com a busca da justiça social
e do bem-estar coletivo. No Brasil, a Constituição de 1934 pode ser encarada como a primeira constituição social.
10. Neoconstitucionalismo
a) reconhecimento da força normativa dos princípios jurídicos e valorização da sua importância no processo
de aplicação do Direito;
b) rejeição ao formalismo e recurso mais frequente a métodos ou “estilos” mais abertos de raciocínio jurídico;
c) constitucionalização do Direito;
LEI ARTIGO
CRFB/88 1º ao 3º
PONTOS 2 e 3: 2. Poder constituinte. 2.1 Características. 2.2 Poder constituinte originário. 2.3 Poder
constituinte derivado. 3 Princípios fundamentais.
Pessoal, essa parte também é bastaaante doutrinária, não tem como escapar. Revisem a FUC 2 ou o material
próprio que tiverem sobre o tema.
Na parte de poder constituinte, vocês têm que saber: a tipologia (originário, derivado e as subdivisões) e as
características de cada um. Outro tópico importante: a diferença entre princípios constitucionais sensíveis, extensí-
veis e estabelecidos.
Tem que lembrar que o poder constituinte derivado reformador pode se manifestar de três formas: através
das emendas constitucionais, incorporação de tratados de direitos humanos com status de emendas constitucio-
nais e revisão constitucional. Importante saber, ainda, as cláusulas pétreas explícitas e implícitas e a vedação à dupla
revisão.
Na parte de mutação constitucional, que é estudada, na maioria dos livros, dentro do poder constituinte, é
preciso revisar o conceito, as formas pelas quais ela se opera e os seus limites.
Quanto aos princípios fundamentais, é preciso fazer a leitura dos artigos iniciais da Constituição. Essa parte
é super decoreba, mas não dá pra perder questão com isso!! Muito cuidado pra não confundir: fundamentos e
objetivos da República!
- É ilimitado, pois não está sujeito a qualquer limite jurídico. Atualmente, já há constitucionalistas defendendo
a existência de limites ao poder constituinte, tais como os direitos humanos, os princípios suprapositivos de justiça,
os limites territoriais do próprio Estado, a vedação ao retrocesso.
Trata-se de poder jurídico (de direito) Trata-se de poder político (extrajurídico ou de fato)
- É titularizado pelo povo. #OLHAAPEGADINHA as provas costumam afirmar que o poder constituinte é
titularizado pela nação, o que, segundo a teoria constitucional majoritária, está equivocado. Lembrem-se que todo
poder emana do POVO e não da nação.
A noção de poder constituinte tem como origem, primordialmente, a obra O que é o Terceiro Estado, do
Abade Emmanuel de Sieyès, escrito no contexto da convocação dos Estados Gerais, na França, pelo Rei Luís XVI,
com o intuito de permitir a participação dos “comuns”.
Ao lado dos princípios de observância obrigatória pelas constituições estaduais, a jurisprudência já reconhe-
ce algumas normas da Constituição Federal que não podem ser reproduzidas pelos Estados em suas respectivas
constituições. É o caso, por exemplo, da regra que garante imunidade ao Presidente da República por atos estra-
nhos ao exercício do mandato.
O STF adota, em relação ao preâmbulo, a tese da irrelevância jurídica, afirmando que, ainda que ele possa ser
utilizado como vetor interpretativo, não se trata de norma central da Constituição e, por isso, não é de reprodução
obrigatória pelas Constituições Estaduais.
8. Fundamentos da República
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Dis-
trito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
V - o pluralismo político.
9. Objetivos da República
Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
I - construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; #NÃOCONFUNDA
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de
discriminação.
PONTO 4: 4 Direitos e garantias fundamentais. 4.1 Direitos e deveres individuais e coletivos. 4.2
Habeas corpus, mandado de segurança, mandado de injunção e habeas data. 4.3 Direitos sociais. 4.4
Nacionalidade. 4.5 Direitos políticos. 4.6 Partidos políticos.
Pessoal, outro tema SUPER importante pra primeira fase! Vejam que o edital não indicou expressamente a
parte de teoria geral dos direitos fundamentais, mas é importante não negligenciar esse tópico. É importante a
revisão das FUCs 4, 5 e 6, que abrangem todo esse ponto.
Em relação aos direitos fundamentais em espécie, a sugestão é que vocês façam a leitura da íntegra do art.
5º e seguintes da Constituição e revisem a jurisprudência pelo buscador do DOD, que tem um marcador específico
para os direitos fundamentais.
Em relação aos direitos sociais, não deixem de revisar as sucessivas emendas que alteraram o caput do art. 6º
para consolidar novos direitos de forma expressa. A redação atual desse dispositivo não é a redação originária da
Constituição e pode cair em prova pegadinhas dizendo que um direito “x” tem previsão expressa desde a entrada
da Constituição em vigor, o que não necessariamente será correto. Cuidado, também, com o tema da justiciabilida-
de dos direitos sociais: controle judicial de políticas públicas, custo dos direitos fundamentais, mínimo existencial vs.
reserva do possível. Isso tudo é a CARA de prova da Defensoria. Máxima atenção ao novo direito social positivado
por via da EC 114/21: direito à renda básica familiar.
No tocante aos direitos da nacionalidade, não deixem de revisar os critérios de determinação da nacionali-
dade brasileira (ius soli e ius sanguinis). O art. 12 da Constituição é de leitura OBRIGATÓRIA! Aparece sempre em
prova, na forma de caso concreto, pra que vocês respondam se é hipótese de brasileiro nato ou não. Cuidado com
isso! Atenção especial, também, aos cargos privativos de brasileiro nato.
Quanto aos direitos políticos, por fim, é imprescindível a leitura do art. 14 da Constituição. Tomem cuidado
pra fazer a leitura do dispositivo atualizado pela EC 111/2021.
#DEOLHONAJURIS:
A imposição legal de manutenção de exemplares de Bíblias em escolas e bibliotecas públicas estaduais configura
contrariedade à laicidade estatal e à liberdade religiosa consagrada pela Constituição da República de 1988.
STF. Plenário. ADI 5258/AM, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 12/4/2021 (Info 1012).
#DEOLHONAJURIS:
É compatível com a Constituição Federal a imposição de restrições à realização de cultos, missas e demais ativi-
dades religiosas presenciais de caráter coletivo como medida de contenção do avanço da pandemia da Covid-19.
STF. Plenário. ADPF 811/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 8/4/2021 (Info 1012).
#DEOLHONAJURIS:
“É constitucional a obrigatoriedade de imunização por meio de vacina que, registrada em órgão de vigilância
sanitária, (i) tenha sido incluída no Programa Nacional de Imunizações, ou (ii) tenha sua aplicação obrigatória
determinada em lei ou (iii) seja objeto de determinação da União, Estado, Distrito Federal ou Município, com
base em consenso médico-científico. Em tais casos, não se caracteriza violação à liberdade de consciência e de
convicção filosófica dos pais ou responsáveis, nem tampouco ao poder familiar”.
(ARE 1267879, Relator(a): ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno, julgado em 17/12/2020, PROCESSO ELETRÔNICO
REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-064 DIVULG 07-04-2021 PUBLIC 08-04-2021)
Os Estados-membros, o Distrito Federal e os Municípios foram autorizados a fazer a vacinação dos adolescentes,
mesmo havendo nota informativa do Ministério da Saúde em sentido contrário.
A decisão de promover a imunização contra a Covid-19 em adolescentes acima de 12 anos, observadas as evi-
dências científicas e análises estratégicas pertinentes, insere-se na competência dos estados, do Distrito Federal
e dos municípios.
STF. Plenário. ADPF 756 TPI-oitava-Ref/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado em 8/10/2021 (Info 1033).
#DEOLHONAJURIS:
A exigência constitucional de aviso prévio relativamente ao direito de reunião é satisfeita com a veiculação de
informação que permita ao poder público zelar para que seu exercício se dê de forma pacífica ou para que não
frustre outra reunião no mesmo local.
(RE 806339, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: EDSON FACHIN, Tribunal Pleno, julgado em
15/12/2020, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-053 DIVULG 18-03-2021 PUBLIC 19-
03-2021)
a) Status passivo: é aquele em que se encontra o indivíduo detentor de deveres perante o Estado. É um estado de
subordinação em relação ao Estado. Aqui o indivíduo é meramente detentor de deveres.
b) Status ativo: o indivíduo possui competências para influenciar a formação da vontade estatal. Ex. direitos polí-
ticos. Voto.
c) Status negativo: é aquele em que o indivíduo goza de um espaço de liberdade diante das possíveis ingerências.
d) Status positivo: é aquele em que o indivíduo tem o direito de exigir do Estado determinadas prestações posi-
tivas.
6. Consultas populares
Art. 14, § 12. Serão realizadas concomitantemente às eleições municipais as consultas populares sobre questões
locais aprovadas pelas Câmaras Municipais e encaminhadas à Justiça Eleitoral até 90 (noventa) dias antes da data
das eleições, observados os limites operacionais relativos ao número de quesitos.
10. A suspensão dos direitos políticos em virtude de condenação criminal independe da natureza da
pena
#DEOLHONAJURIS:
1. A regra de suspensão dos direitos políticos prevista no art. 15, III, é autoaplicável, pois trata-se de consequência
imediata da sentença penal condenatória transitada em julgado. 2. A autoaplicação independe da natureza da
pena imposta. 3. A opção do legislador constituinte foi no sentido de que os condenados criminalmente, com
trânsito em julgado, enquanto durar os efeitos da sentença condenatória, não exerçam os seus direitos políticos.
4. No caso concreto, recurso extraordinário conhecido e provido.
(RE 601182, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal
Pleno, julgado em 08/05/2019, DJe-214 DIVULG 01-10-2019 PUBLIC 02-10-2019)
LEI ARTIGO
CRFB/88 5º ao 17
PONTO 5: 5. Direito Internacional dos Direitos Humanos e Direito Constitucional brasileiro. 5.1. Os
fundamentos filosóficos dos Direitos Humanos. 5.2. A evolução histórica dos Direitos Humanos. 5.3.
O sistema internacional de proteção e promoção dos Direitos Humanos: Declarações e Tratados da
Organização das Nações Unidas e da Organização dos Estados Americanos. 5.4. Órgãos e mecanismos
de monitoramento e proteção internacional dos Direitos Humanos: sistemas da Organização das Nações
Unidas e da Organização dos Estados Americanos: estrutura, competência, funcionamento e documentos
produzidos. 5.5 Jurisprudência da corte interamericana de direitos humanos: casos contenciosos e
opiniões consultivas. 5.6 Convenção Interamericana contra o Racismo e Discriminação Racial e outras
formas Correlatas de intolerância. 5.7. Comissão interamericana de Direitos Humanos: relatórios de casos,
medidas cautelares, relatórios anuais e relatoria para a liberdade de expressão. 5.8. Diversidade Sexual,
diretos das Pessoas LGBTQIA+ na Corte Interamericana de Direitos Humanos 5.9. Fontes, classificação,
princípios e características do direito internacional dos Direitos Humanos. 5.10. Normas de interpretação
dos tratados de Direitos Humanos. 5.11. Resolução de conflitos ante a colisão de direitos fundamentais.
5.12. O dever estatal de dar pleno cumprimento às obrigações assumidas em tratados internacionais: o
caso dos Direitos Humanos. 5.13. A vigência e eficácia das normas do direito internacional dos Direitos
Humanos. As possibilidades de aposição de reservas e de oferecer denúncia relativas aos tratados
internacionais de Direitos Humanos. 5.14. A incorporação dos tratados internacionais de proteção
dos Direitos Humanos ao direito brasileiro. 5.15. A posição hierárquica dos tratados internacionais de
Direitos Humanos em face do artigo 5o, e seus parágrafos, da Constituição Federal. 5.16. A execução de
decisões oriundas de tribunais internacionais de Direitos Humanos no Brasil. 5.17. Direitos Humanos e
acesso à justiça. 5.17.1 O dever dos estados de promover o acesso à justiça. 5.17.2 Desenvolvimentos
no âmbito da organização dos estados americanos relacionados à Defensoria Pública. 5.17.3 Previsões
legais de direito interno relativas à Defensoria Pública.
Pessoal, aqui, o edital surpreendeu a todos! Vejam como encaixaram em um único item praticamente tudo
de mais importante em relação aos Direitos Humanos. Vamos combinar que vocês vão estudar essa matéria como
se ela tivesse sido tratada em um tópico próprio, com a mesma profundidade como vem sendo cobrada nas de-
mais provas de Defensoria. Direitos Humanos é um tema central pra carreira e não acredito que, em virtude dessa
inovação do edital, a cobrança será, de alguma forma, facilitada.
Ao que tudo indica, o edital deu preferência à parte material dos Direitos Humanos. Portanto, a dica é que
vocês foquem nisso. Mas, se possível, deem uma revisada na parte processual dos Direitos Humanos, apenas pra
não irem pra prova tão por fora desse conteúdo.
Cada vez mais as provas têm exigido dos candidatos o conhecimento do conteúdo dos tratados. O edital,
aqui, foi beeem genérico, mencionando só “Declarações e Tratados da Organização das Nações Unidas e da Or-
ganização dos Estados Americanos”. Mas vamos combinar que pelos menos as seguintes, que vamos destacar,
vocês lerão! São elas: PIDCP, PIDESC, Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial,
Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher e Convenção contra a Tortura
e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes. Então, não deixem de incluí-los no cronogra-
ma de lei seca de vocês. Atenção especial à Convenção Interamericana contra o Racismo e Discriminação Racial e
outras formas Correlatas de intolerância que foi indicada de forma expressa no edital.
Atenção máxima ao sistema interamericano, que tem muita influência na consagração dos DHs no Brasil. O
edital não destacou casos da jurisprudência da Corte. Então, recomendamos que vocês façam uma separação por
temas, com pelo menos um caso relativo a cada direito. Em matéria de garantias judiciais, destaque para os casos:
Castillo Petruzzi e outros vs. Equador, Velásquez Rodrigues vs. Honduras, Cabrera García e Montiel Flores vs. México
e Ruano Torres vs. El Salvador. Na discriminação de gênero, tem que saber, pelo menos, os casos Presídio Miguel
Castro vs. Peru e González e outras vs. México (Caso Campo Algodonero). No tema do controle de convencionali-
dade: Almonacid Arellano e outros vs. Chile e Gelman vs. Uruguai.
Os casos envolvendo o Estado Brasileiro vocês devem revisar todos, sem exceção!! Deem muita atenção às
condenações recentes do Brasil no Caso Vladmir Herzog, Empregados da Fábrica de Fogos de Santo Antônio de
Jesus e seus familiares e Favela Nova Brasília (#SUPERAPOSTACICLOS). Não se esqueçam de conferir também as
medidas provisórias aplicadas pela CIDH ao Brasil no caso Instituto Penal Plácido de Sá Carvalho, fazendo o gancho
com a recente decisão do STJ que determinou a contagem do prazo em dobro para aqueles que cumpriram pena
no local.
Na parte das opiniões consultivas, saibam correlacionar o número de cada uma com o respectivo tema, ainda
que vocês não consigam fazer um aprofundamento sobre o que foi opinado pela Corte em cada casa. Destaque
especial para as OCs n. 2, 8, 11, 24 e 25.
Revisem também as diferenças entre medidas provisórias e cautelares. E MUITA atenção com o procedi-
mento perante a CIDH e a Corte. #TEMQUESABER a legitimidade, quem pode acessar cada órgão, os requisitos
de admissibilidade, os relatórios na CIDH.
Correte negacionista (Bobbio): para o autor não há um fundamento universal que justifique a positivação
dos direitos humanos, já que sequer é possível definir um conjunto unanime de direitos humanos em um catálogo
único.
Jusnaturalismo: defende a existência de um conjunto de normas vinculantes, que antecedem e são supe-
riores ao próprio Estado.
Positivismo: os direitos humanos não são inerentes, mas sim postos e reconhecidos pelo direito positivo.
Cuidado com isso aqui pessoal! Não é qualquer direito do Protocolo de San Salvador que admite esse me-
canismo de petições individuais. Olha o que estabeleceu o texto:
19.6. Caso os direitos estabelecidos na alínea “a” do artigo 8º, e no artigo 13, forem violados por ação
que pode ser atribuída diretamente a um Estado-Parte neste Protocolo, essa situação poderia dar origem, median-
te a participação da Comissão Interamericana de Direitos Humanos e, quando for cabível, da Corte Interamericana
O art. 8º, “a”, trata do direito dos trabalhadores de organizar sindicatos e de filiar-se ao de sua escolha e o
art. 13 trata do direito à educação.
Em caso de guerra, de perigo público, ou de outra emergência que ameace a independência ou segurança
do Estado Parte, este poderá adotar disposições que, na medida e pelo tempo estritamente limitados às exigências
da situação, suspendam as obrigações contraídas em virtude desta Convenção, desde que tais disposições não se-
jam incompatíveis com as demais obrigações que lhe impõe o Direito Internacional e não encerrem discriminação
alguma fundada em motivos de raça, cor, sexo, idioma, religião ou origem social.
A disposição precedente não autoriza a suspensão dos direitos determinados seguintes artigos: 3
(Direito ao reconhecimento da personalidade jurídica); 4 (Direito à vida); 5 (Direito à integridade pessoal); 6 (Proi-
bição da escravidão e servidão); 9 (Princípio da legalidade e da retroatividade); 12 (Liberdade de consciência e de
religião); 17 (Proteção da família); 18 (Direito ao nome); 19 (Direitos da criança); 20 (Direito à nacionalidade) e 23
(Direitos políticos), nem das garantias indispensáveis para a proteção de tais direitos.
4. Cláusula federal
Artigo 28. Cláusula federal
1. Quando se tratar de um Estado Parte constituído como Estado federal, o governo nacional do aludido Estado
Parte cumprirá todas as disposições da presente Convenção, relacionadas com as matérias sobre as quais exerce
competência legislativa e judicial.
2. No tocante às disposições relativas às matérias que correspondem à competência das entidades componentes
da federação, o governo nacional deve tomar imediatamente as medidas pertinente, em conformidade
com sua constituição e suas leis, a fim de que as autoridades competentes das referidas entidades pos-
sam adotar as disposições cabíveis para o cumprimento desta Convenção.
3. Quando dois ou mais Estados Partes decidirem constituir entre eles uma federação ou outro tipo de associação,
diligenciarão no sentido de que o pacto comunitário respectivo contenha as disposições necessárias para que con-
tinuem sendo efetivas no novo Estado assim organizado as normas da presente Convenção.
COMISSÃO DE DH CORTE DE DH
Cautelares Provisórias
Emitidas pela CIDH. Emitidas pela Corte IDH.
Pressupõe risco de dano irreparável em situação Pressupõe risco de dano irreparável em caso de extrema
de gravidade e urgência. gravidade e urgência.
Tem força vinculante, já que possui previsão convencio-
Não tem força vinculante.
nal (art. 63 da CADH).
Podem ser aplicadas a todos os Estados membros Somente podem ser aplicadas aos Estados que aderiram
da OEA. à CADH e reconheceram a competência da Corte.
O Estado brasileiro foi condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos no caso Favela Nova
Brasília, comunidade do Rio de Janeiro que foi palco de massacres perpetrados por agentes das forças policiais em
duas incursões realizadas nos anos de 1994 e 1995.
De acordo com o processo, fora apurada a ocorrência de 26 homicídios e 03 estupros, cujos autores não
foram identificados e responsabilizados pela Justiça brasileira, gerando incontáveis danos psicológicos e morais nas
vítimas e seus familiares. Na sentença de 16 de fevereiro de 2017, a Corte declarou o Brasil internacionalmente res-
ponsável pela violação das garantias judiciais, da imparcialidade e efetividade da jurisdição, e da razoável duração
do processo. O Brasil ainda foi condenado por violação ao direito à integridade pessoal.
#OLHAOGANCHO1: superação da expressão autos de resistência. A Corte impôs ao Brasil a adoção de medidas
necessárias para uniformizar a expressão “lesão corporal ou homicídio decorrente de intervenção policial” nos
relatórios e investigações da polícia ou do Ministério Público em casos de mortes ou lesões provocadas por ação
policial. O conceito de “oposição” ou “resistência” à ação policial deverá ser abolido.
#OLHAOGANCHO2: ADPF 365 (ADPF das Favelas), que trata da violência policial no RJ.
#OLHAOGANCHO3: o STJ não admitiu o IDC que pedia a federalização desse caso.
8. Inconvencionalidade do desacato
Princípio 11: Os funcionários públicos estão sujeitos a maior escrutínio da sociedade. As leis que punem a
expressão ofensiva contra funcionários públicos, geralmente conhecidas como “leis de desacato”, atentam contra a
liberdade de expressão e o direito à informação.
A CIDH tem se pronunciado no sentido de que a aplicação de leis de desacato para proteger a honra dos
funcionários públicos acaba por lhes garantir injustificadamente um direito a proteção especial, o qual não é esten-
dido aos demais integrantes da sociedade.
No caso Palamara Iribarne vs. Chile, temos um importante precedente da Corte IDH sobre o tema, ainda que,
na ocasião, não se tenha declarado de modo expresso a inconvencionalidade do crime de desacato. Então, cui-
dado! A CIDH é abertamente contrária à criminalização do desacato, entendendo que ela não é compatível com a
CADH. A Corte IDH, por sua vez, mostra-se contrária a essa criminalização apenas quando demonstrada a utiliza-
ção da persecução penal de forma desproporcional e desnecessária para inibir o direito à liberdade de expressão.
#OLHAOGANCHO:
STF e STJ entendem que o crime de desacato é compatível não apenas com a CRFB/88, mas também com a
CADH.
A reserva consiste em uma declaração unilateral, qualquer que seja a sua redação ou denominação, feita por
um Estado ao assinar, ratificar, aceitar ou aprovar um tratado, ou a ele aderir, com o objetivo de excluir ou modificar
o efeito jurídico de certas disposições do tratado em sua aplicação a esse Estado.
O problema das reservas, quando se trata de instrumentos de proteção dos DH, é que algumas delas po-
dem reduzir consideravelmente ou mesmo esvaziar o significado legal da ratificação de instrumentos de direitos
humanos. Justamente por isso, há autores que defendem não ser possível fazer reservas em tratados de direitos
humanos, notadamente quando as suas disposições envolvam normas de jus cogens.
A denúncia é o ato unilateral pelo qual uma Estado anuncia sua intenção de se desvincular de um tratado
internacional de que seja signatário, desobrigando-se de cumprir as obrigações nele estabelecidas, sem que isso
possa ensejar a possibilidade de sua responsabilização internacional. Esse ato produz efeitos ex nunc, não excluin-
do as obrigações estatais relativas a atos ou omissões ocorridas antes da data em que venha a ser efetivado. A pos-
sibilidade de denúncia é normalmente regulada pelo próprio tratado, que pode permiti-la, prever procedimentos
específicos e definir limites para a sua realização.
Cabe a cada Estado estabelecer os órgãos competentes para os atos de denúncia e o procedimento a ser
seguido. No Brasil, a regra geral é a de que, como a denúncia é um ato de relações internacionais, compete pri-
vativamente ao Presidente da República fazê-la, independentemente de aprovação congressual. Entende-se não
haver razão para que a denúncia seja sujeita à anuência do Legislativo, já que, quando ratificam um tratado, os
parlamentares o fazem em relação a todas as suas disposições, inclusive aquelas relativas às cláusulas de denúncia.
Essa sistemática se mostra nociva quando se pensa nos tratados de direitos humanos. Embora os direitos
fundamentais estejam sujeitos ao entrincheiramento máximo, por força do art. 60, § 4º, e não possam ser elimina-
dos via emenda constitucional, os tratados internacionais de direitos humanos poderiam ser denunciados através
de simples decreto presidencial.
Flávia Piovesan vai distinguir os tratados de direitos humanos em dois tipos: materialmente constitucionais,
que são aqueles que versam sobre DH e são incorporados pelo rito da junção das vontades, e material e formal-
mente constitucionais, que versam sobre DH e são incorporados pelo rito das emendas constitucionais.
Em relação aos primeiros, ela defende que seria mais coerente aplicar ao ato da denúncia o mesmo proce-
dimento aplicável ao ato de ratificação. Sendo assim, se, para a ratificação, é necessário um ato complexo, fruto
da conjugação de vontades do Executivo e Legislativo, para o ato de denúncia também este deveria ser o proce-
dimento. Em relação aos demais, não seria cabível a denúncia, já que, transformados em normas constitucionais,
estariam gravados com a cláusula de inalterabilidade das cláusulas pétreas.
LEI ARTIGO
Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais artigo 2º; artigos 4º a 8º; artigos 10 a 14; artigos 16
e Culturais (PIDESC) a 22
Convenção contra a tortura e outros tratamentos ou artigo 1º; artigo 2º.2; artigo 3ºa 5º; artigo 8º; artigo
penas cruéis, desumanos ou degradantes 15; artigos 17 a 23
Convenção sobre os direitos da pessoa com defici- artigos 2 a 5; artigo 9; artigo 12; artigos 21 e 22; arti-
ência gos 23 a 26; artigo 29; artigos 34 a 39
PONTO 6: 6 Organização do Estado. 6.1 Organização político-administrativa. 6.2 Estado federal brasileiro.
6.3 A União. 6.4 Estados federados. 6.5 Municípios. 6.6 O Distrito Federal. 6.7 Territórios 6.8 Intervenção
federal.
6.9 Intervenção dos estados nos municípios.
Pessoal, aqui, é importante que vocês revisem a FUC 7 e façam a leitura repetida da Constituição!!
Apesar de o edital não ter indicado a parte de teoria geral do Estado, acho que vale à pena tomar um certo
cuidado com alguns conceitos, como sistema de governo, regime de governo, forma de governo, forma de Esta-
do!! Isso costuma ser cobrado e é algo que não dá pra perder ponto. Atenção, ainda, às espécies de federalismo,
às características do federalismo brasileiro e às formas de surgimento do Estado federado (centrífugo e centrípeto).
A leitura repetida dos arts. 21 ao 24, que trata da repartição de competências no Estado federado brasileiro
também é importante! Cuidado, ainda, com a possibilidade de delegação da competência legislativa aos Estados
e mediante lei complementar. Atenção também à diferença entre competência suplementar dos Estados, sendo
que a superveniência da lei federal sobre normas gerais apenas suspende a eficácia da lei estadual e não revoga.
Tem pegadinha, também, na indicação de que os municípios têm competência legislativa concorrente: não tem!
MUITO importante fazer a leitura da Constituição sobre esse tema e das FUCs 13 e 14. Revisem os pressupos-
tos necessários à intervenção: quando a União pode intervir nos Estados, quando os Estados podem intervir nos
seus Municípios e quando a União pode intervir nos Municípios localizados em território federal. Atenção com isso!
A União não pode intervir em qualquer município! Cuidado pra não confundir também as espécies de intervenção:
por requisição, representação e espontânea.
Atenção também para o controle político, já que nem sempre haverá necessidade de avaliação, pelo Con-
gresso, do decreto interventivo.
Atenção, por fim, à EC 104/19 e à EC 111/2021, que alteraram algumas regras constitucionais relativas à or-
ganização do Estado.
c) Vitaliciedade: o poder na monarquia é um poder vitalício, o rei ou o monarca ficam no poder enquanto
tiverem vivos ou tiverem saúde para isso.
b) Eletividade: a transmissão do poder se dar através da eleição, o poder não é transmitido de pai para filho
e sim através do voto popular.
c) Temporariedade: o poder não é vitalício, e sim, poder temporário, logo teremos eleições a cada 04 anos.
A alternância de poder é uma ideia fundamental na república. Na República o poder tem que ser transitório.
a) Concentração do poder: a função de chefe de estado e chefe de governo reúne-se em uma única pessoa,
ou seja, o Presidente é o chefe de Estado e de Governo, ele representa o país dentro e fora do país.
b) Mandato Temporário: o Presidente da República tem um tempo fixo de mandato, ou seja, ao contrário do
parlamentarismo, que o primeiro ministro pode ser destituído a qualquer momento, no presidencialismo, o presi-
dente só pode perder o cargo se ele praticar algum tipo de crime (crime de responsabilidade ou se praticar crime
comum relacionado às suas funções) por mais que ele esteja fazendo um péssimo governo.
a) Divisão de funções do Executivo: as duas funções exercidas pelo executivo são dividas para duas pessoas
distintas, existe a função de chefe de Estado e a função de chefe de Governo.
c) No parlamentarismo o chefe de estado é mais uma figura simbólica de representação do estado, ou seja,
uma função mais formal, mas protocolar, ele não desempenha funções políticas dentro do estado. É o chefe de go-
verno que exerce as unções políticas mais importantes. No parlamentarismo o chefe de poder é o primeiro ministro
que governa com auxílio do gabinete. O gabinete é uma espécie de ministério.
8. Royalties
É assegurada, nos termos da lei, à União (#OLHAAPEGADINHA Antes da EC 102/19, era assegurada aos
órgãos da Administração direta da União), aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios a participação no
resultado da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica
e de outros recursos minerais no respectivo território, plataforma continental, mar territorial ou zona econômica
exclusiva, ou compensação financeira por essa exploração.
#TABELALOVERS
ESPÉCIES DE INTERVENÇÃO
A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para:
I - manter a integridade nacional;
II - repelir invasão estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra;
III - pôr termo a grave comprometimento da ordem pública;
IV - garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades da Federação;
FEDERAL
• Depende de solicitação do Poder Legislativo ou do Poder Executivo coacto ou impedido,
ou de requisição do Supremo Tribunal Federal, se a coação for exercida contra o Poder
Judiciário.
V - reorganizar as finanças da unidade da Federação que:
a) suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo
motivo de força maior;
b) deixar de entregar aos Municípios receitas tributárias fixadas nesta Constituição, dentro
dos prazos estabelecidos em lei;
VI - prover a execução de lei federal, ordem ou decisão judicial;
• No caso de recusa à execução de lei federal, dependerá de provimento, pelo Supremo
Tribunal Federal, de representação do Procurador-Geral da República (ADI INTERVEN-
TIVA).
VII - assegurar a observância dos seguintes PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos estaduais, compreen-
dida a proveniente de transferências, na manutenção e desenvolvimento do ensino e nas
ações e serviços públicos de saúde.
• Dependerá de provimento, pelo Supremo Tribunal Federal, de representação do Procu-
rador-Geral da República (ADI INTERVENTIVA).
O Estado não intervirá em seus Municípios, nem a União nos Municípios localizados em
Território Federal, exceto quando:
I - deixar de ser paga, sem motivo de força maior, por dois anos consecutivos, a dívida
fundada;
II - não forem prestadas contas devidas, na forma da lei;
ESTADUAL
III – não tiver sido aplicado o mínimo exigido da receita municipal na manutenção e de-
senvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde;
IV - o Tribunal de Justiça der provimento a representação para assegurar a observância de
princípios indicados na Constituição Estadual, ou para prover a execução de lei, de ordem
ou de decisão judicial.
O decreto de intervenção, que especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução e que, se couber,
nomeará o interventor, será submetido à apreciação do Congresso Nacional ou da Assembleia Legislativa do
Estado, no prazo de vinte e quatro horas.
Se não estiver funcionando o Congresso Nacional ou a Assembleia Legislativa, far-se-á convocação extraordi-
nária, no mesmo prazo de vinte e quatro horas.
Cessados os motivos da intervenção, as autoridades afastadas de seus cargos a estes voltarão, salvo impedi-
mento legal.
LEI ARTIGO
CRFB/88 18 ao 36
PONTO 7: 7 Administração pública. 7.1 Disposições gerais. 7.2 Servidores públicos. 7.3 Militares dos
estados, do Distrito Federal e dos territórios.
Pessoal, nessa parte, não temos uma FUC específica em Direito Constitucional, mas vocês podem fazer a
leitura da FUC 1 de Direito Administrativo, pra ter uma base. A recomendação, aqui, é, essencialmente, a leitura da
Constituição e a revisão da jurisprudência.
Atenção porque tivemos inúmeras alterações no Capítulo referente à Administração Pública em virtude da
EC n. 103/2019.
Cuidado com a diferença entre cargo em comissão e função de confiança e com o posicionamento do STF
a respeito da nomeação de parentes, nesses cargos, quando tiverem natureza política. Atenção, ainda, às decisões
relativas ao teto constitucional, direito de greve dos servidores públicos, possibilidade de acumulação remunerada
de cargos e aos contratos temporários na Administração Pública. Sempre são temas importantes!
É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários:
5. Aposentadoria especial
Art. 40, § 4º-C. Poderão ser estabelecidos por lei complementar do respectivo ente federativo idade e tempo de
contribuição diferenciados para aposentadoria de servidores cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposi-
ção a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a carac-
terização por categoria profissional ou ocupação.
#DEOLHONAJURIS:
#DEOLHONAJURIS:
“Servidores temporários não fazem jus a décimo terceiro salário e férias remuneradas acrescidas do terço cons-
titucional, salvo (I) expressa previsão legal e/ou contratual em sentido contrário, ou (II) comprovado desvirtua-
mento da contratação temporária pela Administração Pública, em razão de sucessivas e reiteradas renovações
e/ou prorrogações”.
(RE 1066677, Relator(a): MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, jul-
gado em 22/05/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-165 DIVULG 30-06-2020 PUBLIC 01-07-2020)
9. Registro da aposentadoria
#DEOLHONAJURIS:
“Em atenção aos princípios da segurança jurídica e da confiança legítima, os Tribunais de Contas estão sujeitos
ao prazo de 5 anos para o julgamento da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou
pensão, a contar da chegada do processo à respectiva Corte de Contas”.
(RE 636553, Relator(a): GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 19/02/2020, PROCESSO ELETRÔNICO RE-
PERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-129 DIVULG 25-05-2020 PUBLIC 26-05-2020)
#DEOLHONAJURIS:
São inconstitucionais, por violarem o art. 37, IX, da CF/88, a autorização legislativa genérica para contratação
temporária e a permissão de prorrogação indefinida do prazo de contratações temporárias.
STF. Plenário. ADI 3662/MT, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 23/3/2017 (Info 858).
LEI ARTIGO
CRFB/88 37 ao 42
PONTO 8: 8 Organização dos poderes no Estado. 8.1 Mecanismos de freios e contrapesos. 8.2 Poder
Legislativo. 8.2.1 Estrutura, funcionamento e atribuições. 8.2.2 Comissões parlamentares de inquérito.
8.2.3 Fiscalização contábil, financeira e orçamentária. 8.2.4 Tribunal de Contas da União (TCU). 8.2.5
Processo legislativo. 8.2.6 Prerrogativas parlamentares. 8.3 Poder Executivo. 8.3.1 Presidente da
República. 8.3.1.1 Atribuições, prerrogativas e responsabilidades. 8.3.2 Ministros de Estado. 8.3.3
Conselho da República e de Defesa Nacional.
Aqui, vocês podem conferir as FUCs n. 8 e 9. O edital, nessa parte, foi bem específico, mencionando quase
tudo de mais relevante que temos sobre Poder Legislativo e Poder Executivo.
Importante revisar a estrutura bicameral do Poder Legislativo, lembrando a aplicação do sistema eleitoral
majoritário para os cargos da Chefia do Executivo e Senado e sistema proporcional para os demais. Confiram,
também, os requisitos de elegibilidade desses cargos no comecinho da Constituição (art. 14, § 3º), em especial a
idade para acesso a cada um deles.
No tema das CPIs, é importante, antes de tudo, lembrar que essas são apenas uma das possíveis comissões
instaladas no Congresso: temos, ainda, as comissões permanentes, temáticas e representativas. Cuidado pra não
confundir! A redação literal da Constituição sobre o poder das CPIs sempre cai (“terão poderes de investigação
próprios das autoridades judiciais”) e, se vocês não estiverem familiarizados com ela, podem se confundir. Cabe
lembrar, também, o requisito objetivo para a instalação das CPIs, qual seja, a requisição de 1/3 dos parlamentares,
e a jurisprudência pacificada do STF no sentido de que a abertura das investigações representa “um direito das
minorias”. A Corte recentemente se manifestou sobre isso, por conta da CPI da COVID-19.
Na parte de processo legislativo, é importante, pra começar, a revisão da FUC 10. Atenção ao art. 59 da
Constituição, que traz as espécies legislativas admitidas na ordem constitucional brasileira (#CUIDADOCOMAPE-
GADINHA é decreto legislativo e não só decreto).
Não pode confundir as espécies de processo legislativo: ordinário, sumário e especiais, nem as fases (introdu-
tória, constitutiva e complementar). De todos eles, destacamos o procedimento das medidas provisórias, que tem
várias regras expressas na Constituição e prazos, e o de emenda à Constituição, que pode ser estudado, também,
na parte de poder constituinte reformador.
Atenção, ainda, às espécies de veto, aos prazos para o veto, sob pena de sanção tácita, e os prazos para a
sua apreciação pelo Congresso Nacional.
O edital indicou expressamente o tema das prerrogativas dos parlamentares. Por isso, atenção com: imunida-
de formal, processual, material, probatória e os limites da sua extensão para os deputados estaduais e vereadores. É
importante revisar as decisões do STF sobre esse tema. Façam a consulta pelo buscador do DOD pra otimizarem o
tempo. Atenção, também, às competências do Congresso, Senado e Câmara, em especial a promulgação de trata-
dos internacionais, a instalação de processo de impedimento contra o Presidente da República e o seu julgamento,
bem como o julgamento das contas do Presidente.
No tema do Poder Executivo, além das disposições constitucionais, vale à pena revisar os entendimentos do
STF a respeito do procedimento de impeachment e da hipótese em que um dos sucessores eventuais da Presidên-
cia da República está respondendo a processo criminal.
1. Número de deputados
Art. 45. A Câmara dos Deputados compõe-se de representantes do povo, eleitos, pelo sistema proporcional, em
cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal.
§ 1º O número total de Deputados, bem como a representação por Estado e pelo Distrito Federal, será estabelecido
por lei complementar, proporcionalmente à população, procedendo-se aos ajustes necessários, no ano anterior às
eleições, para que nenhuma daquelas unidades da Federação tenha menos de oito ou mais de setenta Deputados.
§ 2º Cada Território elegerá quatro Deputados.
2. Número de senadores
Art. 46. O Senado Federal compõe-se de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o
princípio majoritário.
§ 1º Cada Estado e o Distrito Federal elegerão três Senadores, com mandato de oito anos. #ATENÇÃO Os
territórios não elegem senadores.
§ 2º A representação de cada Estado e do Distrito Federal será renovada de quatro em quatro anos, alternada-
mente, por um e dois terços.
§ 3º Cada Senador será eleito com dois suplentes.
#DEOLHONAJURIS:
“É vedado às unidades federativas instituírem normas que condicionem a instauração de ação penal contra o
Governador, por crime comum, à prévia autorização da casa legislativa, cabendo ao Superior Tribunal de Justiça
dispor, fundamentadamente, sobre a aplicação de medidas cautelares penais, inclusive afastamento do cargo”.
(ADI 4764, Relator(a): Min. CELSO DE MELLO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno,
julgado em 04/05/2017, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-178 DIVULG 14-08-2017 PUBLIC 15-08-2017)
#DEOLHONAJURIS:
(...) o fato de o parlamentar estar na Casa legislativa no momento em que proferiu as declarações não afasta a
possibilidade de cometimento de crimes contra a honra, nos casos em que as ofensas são divulgadas pelo pró-
prio parlamentar na Internet. (...) a inviolabilidade material somente abarca as declarações que apresentem nexo
direto e evidente com o exercício das funções parlamentares. (...) O Parlamento é o local por excelência para o
livre mercado de ideias – não para o livre mercado de ofensas. A liberdade de expressão política dos parlamen-
tares, ainda que vigorosa, deve se manter nos limites da civilidade. Ninguém pode se escudar na inviolabilidade
parlamentar para, sem vinculação com a função, agredir a dignidade alheia ou difundir discursos de ódio, vio-
lência e discriminação.
STF. 1ª Turma. PET 7.174, Rel. p/ o ac. Min. Marco Aurélio, julgado em 10/3/2020.
#DEOLHONAJURIS:
A teor do disposto no artigo 27 da Constituição Federal, os deputados estaduais estão protegidos pelas regras
de inviolabilidade previstas em relação aos parlamentares federais, sendo constitucional preceito da Constituição
do Estado que dispõe sobre o tema.
(ADI 5825 MC, Relator(a): EDSON FACHIN, Relator(a) p/ Acórdão: MARCO AURÉLIO, Tribunal Pleno, julgado em
08/05/2019, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-272 DIVULG 13-11-2020 PUBLIC 16-11-2020)
#DEOLHONAJURIS:
Nos limites da circunscrição do Município e havendo pertinência com o exercício do mandato, os verea-
dores são imunes judicialmente por suas palavras, opiniões e votos.
(RE 600063, Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. ROBERTO BARROSO, Tribunal Pleno,
julgado em 25/02/2015, ACÓRDÃO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-090 DIVULG 14-05-2015
PUBLIC 15-05-2015)
#DEOLHONAJURIS:
Inexistindo comprovação da ausência de urgência, não há espaço para atuação do Poder Judiciário no controle
dos requisitos de edição de medida provisória pelo chefe do Poder Executivo.
STF. Plenário. ADI 5599/DF, Rel. Min. Edson Fachin, julgado em 23/10/2020 (Info 996).
#DEOLHONAJURIS:
Não é possível republicar uma lei já sancionada, promulgada e publicada para incluir novos vetos, ainda que sob
o argumento de que se trata de mera retificação da versão original.
(ADPF 715, Relator(a): GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 17/02/2021, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-
035 DIVULG 24-02-2021 PUBLIC 25-02-2021).
#DEOLHONAJURIS:
(i) a eleição dos membros das Mesas das Assembleias Legislativas estaduais deve observar o limite de uma única
reeleição ou recondução, limite cuja observância independe de os mandados consecutivos referirem-se à mes-
ma legislatura;
(ii) a vedação à reeleição ou recondução aplica-se somente para o mesmo cargo da mesa diretora, não impedin-
do que membro da mesa anterior se mantenha no órgão de direção, desde que em cargo distinto; e
(iii) o limite de uma única reeleição ou recondução, acima veiculado, deve orientar a formação das Mesas das
Assembleias Legislativas que foram eleitas após a publicação do acórdão da ADI 6.524, mantendo-se inalterados
os atos anteriores.
ADI 6524. Órgão julgador: Tribunal Pleno. Relator(a): Min. GILMAR MENDES. Julgamento: 15/12/2020. Publica-
ção: 06/04/2021.
#DEOLHONAJURIS:
É facultado aos Estados, no exercício de seu poder de auto-organização, a previsão de iniciativa popular
para o processo de reforma das respectivas Constituições estaduais, em prestígio ao princípio da sobe-
rania popular (art. 1º, parágrafo único, art. 14, I e III, e art. 49, XV, da CF).
(ADI 825, Relator(a): Min. ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 25/10/2018, ACÓRDÃO ELE-
TRÔNICO DJe-139 DIVULG 26-06-2019 PUBLIC 27-06-2019)
LEI ARTIGO
CRFB/88 44 ao 91
Pessoal, o edital pinçou alguns temas em específico da parte de Poder Judiciário na Constituição. Apesar
disso, acredito que a leitura integral do Capítulo referente a esse poder é essencial. A maior parte das questões,
nesse tema, limita-se à cobrança da lei seca. A revisão das FUCs 11 e 12 é suficiente pra que vocês tenham uma
base de doutrina.
Atenção especialíssima à EC n. 113/21, que alterou algumas das regras relativas ao pagamento por precató-
rios, inclusive a que se refere à data para consolidação dos precatórios. Tem toda a cara de pegadinha pra pegar
os desavisados na prova!
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da Re-
pública, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas
Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal
Federal;
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e contra o Conselho Nacional do Ministério Público;
#DEOLHONAJURIS:
Nos termos do art. 102, I, “r”, da Constituição Federal, é competência exclusiva do STF processar e julgar, origina-
riamente, todas as ações ajuizadas contra decisões do Conselho CNJ e do CNMP proferidas no exercício de suas
competências constitucionais, respectivamente, previstas nos arts. 103-B, § 4º, e 130-A, § 2º, da CF/88.
STF. Plenário. Pet 4770 AgR/DF, Rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 18/11/2020 (Info 1000).
9. Composição do CNJ
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15 (quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos,
admitida 1 (uma) recondução, sendo:
I - o Presidente do Supremo Tribunal Federal;
II - um Ministro do Superior Tribunal de Justiça, indicado pelo respectivo tribunal;
III - um Ministro do Tribunal Superior do Trabalho, indicado pelo respectivo tribunal;
IV - um desembargador de Tribunal de Justiça, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;
V - um juiz estadual, indicado pelo Supremo Tribunal Federal;
VI - um juiz de Tribunal Regional Federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;
VII - um juiz federal, indicado pelo Superior Tribunal de Justiça;
VIII - um juiz de Tribunal Regional do Trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;
IX - um juiz do trabalho, indicado pelo Tribunal Superior do Trabalho;
X - um membro do Ministério Público da União, indicado pelo Procurador-Geral da República;
XI um membro do Ministério Público estadual, escolhido pelo Procurador-Geral da República dentre os nomes
indicados pelo órgão competente de cada instituição estadual;
XII - dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
XIII - dois cidadãos, de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e
outro pelo Senado Federal.
#DEOLHONAJURIS:
A competência originária do CNJ para a apuração disciplinar, ao contrário da revisional, não se sujeita ao parâ-
metro temporal previsto no art. 103-B, § 4º, V da CF/88.
STF. 2ª Turma. MS 34685 AgR/RR, rel. Min. Dias Toffoli, julgado em 28/11/2017 (Info 886).
LEI ARTIGO
CRFB/88 92 ao 126
PONTO 10: 10. Funções essenciais à Justiça: a) Ministério Público: regime jurídico-constitucional; b)
Defensoria Pública: enquadramento constitucional, princípios, garantias institucionais e funcionais,
Defensoria Pública na Constituição do Estado do Ceará; c) Advocacia Pública: Advocacia da União e
Procuradorias; d) Advocacia.
Pessoal, nessa parte, além da leitura dos artigos da Constituição e da FUC n. 18, é muito importante revisar as
decisões do STF e STJ sobre o tema. Atenção máxima às decisões que dizem respeito à Defensoria Pública, porque
podem ser cobradas aqui na parte de Direito Constitucional. Vocês podem fazer a revisão pelo buscador do DOD.
Vejam que o edital tratou expressamente da Defensoria Pública na Constituição do Estado do Ceará, então,
vale à pena fazer a leitura do capítulo referente.
#DEOLHONAJURIS:
1. Ao incluir a Defensoria Pública no rol de instituições elencadas no dispositivo transcrito, o Poder Constituinte
Derivado tencionou propiciar condições materiais para a efetiva fruição do direito de acesso à Justiça pela popu-
lação economicamente hipossuficiente. 2. A retenção do repasse de duodécimos por parte do Poder Executivo
configura ato abusivo e atentatório a ordem constitucional brasileira. Precedentes. 3. Referendo de medida limi-
nar convertido em julgamento do mérito da arguição, para, diante da lesão aos arts. 134, § 2º, e 168 da CRFB/88,
determinar ao Governador do Estado de Minas Gerais que proceda ao repasse, sob a forma de duodécimos
e até o dia 20 de cada mês, da integralidade dos recursos orçamentários destinados à Defensoria Pública do
Estado pela Lei Orçamentária Anual para o exercício financeiro de 2016, inclusive quanto às parcelas já vencidas,
assim também em relação a eventuais créditos adicionais destinados à instituição.
(ADPF 384, Relator(a): EDSON FACHIN, Tribunal Pleno, julgado em 06/08/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-
245 DIVULG 07-10-2020 PUBLIC 08-10-2020)
4. Composição do CNMP
Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de quatorze membros nomeados pelo Presi-
dente da República, depois de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal, para um mandato de
dois anos, admitida uma recondução, sendo:
I o Procurador-Geral da República, que o preside;
II quatro membros do Ministério Público da União, assegurada a representação de cada uma de suas carreiras;
III três membros do Ministério Público dos Estados;
IV dois juízes, indicados um pelo Supremo Tribunal Federal e outro pelo Superior Tribunal de Justiça;
V dois advogados, indicados pelo Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VI dois cidadãos de notável saber jurídico e reputação ilibada, indicados um pela Câmara dos Deputados e outro
pelo Senado Federal.
#DEOLHONAJURIS:
É inconstitucional a exigência de inscrição do Defensor Público nos quadros da Ordem dos Advogados
do Brasil.
(RE 1240999, Relator(a): ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 04/11/2021, PROCESSO ELETRÔNI-
CO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-248 DIVULG 16-12-2021 PUBLIC 17-12-2021)
#DEOLHONAJURIS:
Municípios podem instituir a prestação de assistência jurídica à população de baixa renda – ADPF 279/DF, julgada
em 03/11/2021.
7. Nomeação do PGR
Art. 128, § 1º O Ministério Público da União tem por chefe o Procurador-Geral da República, nomeado pelo Presi-
dente da República dentre integrantes da carreira, maiores de trinta e cinco anos, após a aprovação de seu nome
pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal, para mandato de dois anos, permitida a recondução.
§ 2º A destituição do Procurador-Geral da República, por iniciativa do Presidente da República, deverá ser precedi-
da de autorização da maioria absoluta do Senado Federal.
8. Nomeação do PGJ
Art. 128, § 3º Os Ministérios Públicos dos Estados e o do Distrito Federal e Territórios formarão lista tríplice dentre
integrantes da carreira, na forma da lei respectiva, para escolha de seu Procurador-Geral, que será nomeado pelo
Chefe do Poder Executivo, para mandato de dois anos, permitida uma recondução.
§ 4º Os Procuradores-Gerais nos Estados e no Distrito Federal e Territórios poderão ser destituídos por deliberação
da maioria absoluta do Poder Legislativo, na forma da lei complementar respectiva.
#DEOLHONAJURIS:
#DEOLHONAJURIS:
A Quinta Turma do STJ já teve oportunidade de examinar, no RMS 49.902/PR, as dificuldades pelas quais passa
a efetiva implantação e instalação da Defensoria Pública no país, reconhecendo, inclusive, na ocasião, que a De-
fensoria Pública da União ainda não está aparelhada ao ponto de dispensar-se, no âmbito da Justiça Federal, a
atuação dos advogados voluntários e dos núcleos de prática jurídica das universidades até mesmo nas grandes
capitais. A desproporção entre os assistidos e os respectivos defensores é evidente. Em razão de tais dificuldades
do Estado, a Emenda Constitucional nº 80, de 4/6/2014, conferiu nova redação ao art. 98 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias estabelecendo um prazo de 8 (oito) para instalação de serviços mínimos prestados
pela Defensoria, que se esgota em 2022.
Por esse motivo, a jurisprudência do STF tem entendido que a exigibilidade de atendimento integral da popu-
lação pela Defensoria Pública está condicionada ao transcurso do prazo estabelecido na EC 80/2014. Prece-
dente: (RE 810.883, Relator(a): Min. EDSON FACHIN, julgado em 30/11/2017, publicado DJe-278, divulgado em
1º/12/2017, publicado em 04/12/2017).
LEI ARTIGO
CRFB/88 127 ao 135
PONTO 11: 11. Controle da constitucionalidade. 11.1 Sistemas gerais e sistema brasileiro. 11.2 Controle
incidental ou concreto. 11.3 Controle abstrato de constitucionalidade. 11.4 Exame in abstractu da
constitucionalidade de proposições legislativas. 11.5 Ação declaratória de constitucionalidade. 11.6
Ação direta de inconstitucionalidade. 11.7 Arguição de descumprimento de preceito fundamental. 11.8
Ação direta de inconstitucionalidade por omissão. 11.9 Ação direta de inconstitucionalidade interventiva.
11.10 Controle concreto e abstrato de constitucionalidade do direito municipal.
Pessoal, controle de constitucionalidade é um tema que SEMPRE cai em primeira fase. Ele exige o conheci-
mento de doutrina, de lei seca e de jurisprudência de vocês. Por isso, não deixem de revisar a FUC 3 e de dar uma
conferida nas decisões mais recentes sobre o tema. Façam a revisão da jurisprudência pelo buscador do DOD, que
facilita a leitura orientada.
Em primeiro lugar, é importante ter em mente as origens do controle de constitucionalidade, no célebre caso
Marbury vs. Madison (Caso dos Juízes da Meia Noite) e a associação do controle de constitucionalidade com a ideia
de supremacia da Constituição. A doutrina se refere a isso como “Lógica de Marshall” e diz que essa associação não
é incontroversa, decorrendo, a instituição do controle de constitucionalidade, mais de uma opção política. Outra
coisa que vocês precisam ter na ponta da língua são os elementos do controle: objeto e parâmetro, o que pode
constituir um e outro e o que ocorre em caso de alteração de um e do outro em ações de controle já ajuizadas.
Também tem que tomar cuidado pra não confundir as espécies de controle (formal, material, por ação, por
omissão, total, parcial, direto, indireto, preventivo, repressivo, político, judicial etc.), as vias de ação (principal e
incidental) e os sistemas de controle (concentrado e difuso).
Sobre o controle difuso, alguns destaques: os legitimados, a impossibilidade de pedido principal de controle
difuso em ação civil pública (#semprecai), os efeitos da decisão e a cláusula de reserva de plenário. MUITA atenção
nesse último item! Tem que saber o art. 97 da CRFB/88, a Súmula Vinculante n. 10 e as hipóteses de dispensa de
plenário referidas pela doutrina (declaração de constitucionalidade, decisão anterior do plenário ou do STF, turmas
recursais etc.). Em relação aos efeitos da decisão, MUITO cuidado com a abstrativização do controle difuso, tema
que vez ou outra aparece em prova, e com o papel do Senado na suspensão da norma declarada inconstitucional.
A respeito do controle abstrato, os destaques são, em primeiro lugar, os legitimados a essas ações e os as-
pectos comuns a todas elas (impossibilidade de desistir, não cabimento de intervenção de terceiros, salvo amicus
curiae, causa de pedir aberta, irrecorribilidade da decisão final, salvo por embargos de declaração etc.). Em rela-
ção aos legitimados, tem que saber quais são os universais e quais dependem de demonstração de pertinência
temática e ter cuidado de revisar as decisões do STF a respeito da legitimidade das entidades de classe (o que se
considera pra fins de representação nacional, o fato de não poderem representar apenas parcela da categoria,
entre outras). Em relação ao objeto dessas ações, temos que revisar quando elas não serão cabíveis: súmulas, atos
regulamentares, norma de efeito concreto exaurido, etc.
É importante, ainda, rever o quórum para a tomada de decisão no controle concentrado, os efeitos dessa
decisão e a possibilidade de reversão legislativa. MUITO cuidado com a técnica de declaração do Estado de Coisas
Inconstitucional, que permite ao juiz constitucional impor aos Poderes Públicos a tomada de ações urgentes e
necessárias pra afastar violações de direitos fundamentais. Atenção, ainda, às especificidades de cada ação: ADO,
ADPF (princípio da subsidiariedade) e ADC.
No controle de constitucionalidade no âmbito dos estados, tem que revisar a questão dos processos simul-
tâneos, quando são ajuizadas duas ações de controle: uma perante o Tribunal de Justiça e outra perante o STF.
Vejam que o edital tratou expressamente sobre o controle de constitucionalidade também no âmbito da legislação
municipal. Atenção, então, às questões que se referem a esse tema, em especial a decisão recente do STF sobre a
impossibilidade de controle de constitucionalidade da lei orgânica e sobre a possibilidade de o Tribunal de Justiça
pode julgar ADI contra lei municipal tendo como parâmetro a Constituição Federal, desde que seja uma norma de
reprodução obrigatória.
#DEOLHONAJURIS:
#DEOLHONAJURIS:
Não cabe controle concentrado de constitucionalidade de leis ou ato normativos municipais contra a Lei Orgâ-
nica respectiva. Precedente.
(ADI 5548, Relator(a): RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, julgado em 17/08/2021, PROCESSO ELETRÔNI-
CO DJe-168 DIVULG 23-08-2021 PUBLIC 24-08-2021)
#DEOLHONAJURIS:
O vício que corrompe a vontade do parlamentar ofende o devido processo legislativo contrariando o princípio
democrático e a moralidade administrativa. 4. Quebra do decoro parlamentar pela conduta ilegítima de malver-
sação do uso da prerrogativa do voto pelo parlamentar configura crise de representação. 5. No caso, o número
alegado de “votos comprados” não se comprova suficiente para comprometer o resultado das votações ocorri-
das na aprovação da emenda constitucional n. 41//2003. Respeitado o rígido quórum exigido pela Constituição
da República. Precedentes. Ação direta de inconstitucionalidade julgada improcedente.
(ADI 4889, Relator(a): CÁRMEN LÚCIA, Tribunal Pleno, julgado em 11/11/2020, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-279
DIVULG 24-11-2020 PUBLIC 25-11-2020)
5. Entidade de classe que representa apenas parte da categoria: ausência de legitimidade #OLDBUT-
GOLD
#DEOLHONAJURIS:
1. A jurisprudência do STF exige, para a caracterização da legitimidade ativa das entidades de classe e confe-
derações sindicais nas ações de controle concentrado de constitucionalidade, que a entidade represente toda
a respectiva categoria, e não apenas fração dela. 2. Sob esse enfoque, a Federação Nacional do Fisco Estadual
e Distrital - FENAFISCO carece de legitimidade para a propositura da presente ação direta, na medida em que
constitui entidade representativa de apenas parte de categoria profissional, já que não abrange os auditores
fiscais federais e municipais. 3. Agravo Regimental conhecido e desprovido.
(ADI 6465 AgR, Relator(a): ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 20/10/2020, PROCESSO ELE-
TRÔNICO DJe-279 DIVULG 24-11-2020 PUBLIC 25-11-2020)
vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esfe-
ras federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma prevista nesta Lei.
§ 1º O enunciado da súmula terá por objeto a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas, acer-
ca das quais haja, entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração pública, controvérsia atual que acarrete
grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre idêntica questão.
§ 2º O Procurador-Geral da República, nas propostas que não houver formulado, manifestar-se-á previamente à
edição, revisão ou cancelamento de enunciado de súmula vinculante.
§ 3º A edição, a revisão e o cancelamento de enunciado de súmula com efeito vinculante dependerão de decisão
tomada por 2/3 (dois terços) dos membros do Supremo Tribunal Federal, em sessão plenária.
§ 4º No prazo de 10 (dez) dias após a sessão em que editar, rever ou cancelar enunciado de súmula com efeito
vinculante, o Supremo Tribunal Federal fará publicar, em seção especial do Diário da Justiça e do Diário Oficial da
União, o enunciado respectivo.
#DEOLHONAJURIS:
Lei estadual que dispõe sobre criação, incorporação, fusão ou desmembramento de municípios possui natureza
normativa e abstrata, desafiando o controle concentrado.
STF. Plenário. ADI 1825, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 15/04/2020 (Info 978).
Por outro lado, o requisito relativo à existência de controvérsia judicial relevante, necessário ao processamen-
to e julgamento da ADC (Lei 9.868/1999, art. 14, III), seria qualitativo e não quantitativo, isto é, não diria respeito
unicamente ao número de decisões judiciais num ou noutro sentido. Dois aspectos tornariam a controvérsia em
comento juridicamente relevante. O primeiro diria respeito à estatura constitucional do diploma que estaria sendo
invalidado nas instâncias inferiores — a EC 88/2015, que introduzira o art. 100 ao ADCT —, ou seja, uma emenda
à Constituição, expressão mais elevada da vontade do parlamento brasileiro. Em segundo lugar, decisões similares
poderiam vir a se proliferar pelos Estado-Membros, a configurar real ameaça à presunção de constitucionalidade
da referida emenda constitucional. ADI 5316 MC/DF, rel. Min. Luiz Fux, 21.5.2015. (Info 786)
LEI ARTIGO
CRFB/88 52, X; 97,
Lei n. 9868 Íntegra
Pessoal, essa parte, no geral, é de baixa incidência em provas de concurso. Vale à pena a leitura da Constitui-
ção e da FUC 13, parte final. De maior destaque, aqui, temos a ADPF das Favelas, e a imposição do STF no sentido
de o Ministério Público investigar as mortes decorrentes de intervenção policial.
O reconhecimento da competência investigatória do Ministério Público, tal como fez este Tribunal quando
do julgamento do RE 593.727, deflui da competência material direta do Ministério Público, consoante disposto no
art. 129, I e IX, da Constituição Federal. O sentido da atribuição dada ao Ministério Público no texto constitucional
coincide com o papel que se exige de uma instituição independente para a realização das atividades de respon-
sabilização penal prevista nos Princípios das Nações Unidas sobre o Uso da Força e Armas de Fogo. O reconheci-
mento do poder do Ministério Público de realizar essa atividade não pode ser visto como faculdade, pois
quem detém a competência para investigar não pode agir com discricionariedade sobre ela, sob pena de
compactuar com a irregularidade que deveria ser cuidadosamente apurada. Ademais, não se pode alegar
que a competência dos delegados de polícia para a realização de investigações de infrações que envolvam os seus
próprios agentes atenda à exigência de imparcialidade, reclamada pelos tratados internacionais de direitos huma-
nos. Sempre que houver suspeita de envolvimento de agentes dos órgãos de segurança pública na prática
de infração penal, a investigação será atribuição do órgão do Ministério Público competente. O exercício
dessa atribuição deve ser ex officio e prontamente desencadeada, o que em nada diminui os deveres da
polícia de enviar os relatórios sobre a operação ao parquet e de investigar, no âmbito interno, eventuais
violações. 10. Um Estado que apresenta altos índices de letalidade decorrente das intervenções policiais deve
buscar engajar todo seu quadro de servidores, por isso a exclusão os indicadores de redução de homicídios decor-
rentes de oposição à intervenção policial do cálculo das gratificações dos integrantes de batalhões e delegacias vai
de encontro às obrigações e aos deveres constitucionais.
ATRIBUIÇÃO
Presidente da República Presidente da República (art. Presidente da República
PARA
(art. 84, IX, CR/88) 84, IX, CR/88) (art. 84, IX, CR/88)
DECRETAÇÃO
POSTERIOR. Decreta-
do o Estado de Defesa
ou sua prorrogação, o
Presidente da Repúbli-
ca, dentro de 24 horas,
PRÉVIO. O controle do Con-
submeterá o ato com a
CONTROLE gresso Nacional é prévio, vez
respectiva justificativa IDEM AO ESTADO DE SÍTIO
POLÍTICO SOBRE que há necessidade de au-
ao Congresso Nacional, ANTERIOR.
A DECRETAÇÃO torização para que o Presi-
que somente aprovará a
dente o decrete.
decretação por maioria
absoluta de ambas as
Casas Legislativas editan-
do o respectivo Decreto
Legislativo.
A mesa do Congresso
Nacional, ouvidos os líde-
res partidários, designará
FISCALIZAÇÃO Comissão composta de
POLÍTICA SO- cinco de seus membros
IDEM IDEM
BRE AS MEDI- para acompanhar e fis-
DAS calizar a execução das
medidas referentes ao
Estado de Defesa e ao
Estado de Sítio.
O Congresso Nacional
IDEM. Além disso, no Esta-
permanecerá em funcio-
do de Sítio não se incluirá a
namento até o término
possibilidade de restrição à
das medidas coercitivas.
ATIVIDADE liberdade de informação, a
Em hipótese alguma IDEM AO ESTADO DE SÍTO
PARLAMEN- difusão de pronunciamentos
permite-se o constrangi- ANTERIOR.
TAR de parlamentares efetuados
mento do Poder Legisla-
em suas Casas Legislativas,
tivo, sob pena de crime
desde que liberada pela res-
de responsabilidade (art.
pectiva mesa.
85, III)
Cessado o Estado de
Defesa ou o Estado de
Sítio, cessarão também
RESPONSABI- seus efeitos, sem preju-
IDEM IDEM
LIDADE ízo da responsabilidade
pelos ilícitos cometidos
por seus executores ou
agentes.
cunstanciado, que deverá instruir eventual auto de prisão em flagrante ou de apreensão de adolescente por ato
infracional e ser remetido ao juízo da audiência de custódia para viabilizar o controle judicial posterior; e (iv) a
diligência deve ser realizada nos estritos limites dos fins excepcionais a que se destina. Por fim, o Estado do Rio
de Janeiro deve, no prazo máximo de 180 dias, instalar equipamentos de GPS e sistemas de gravação de áudio e
vídeo nas viaturas policiais e nas fardas dos agentes de segurança, com o posterior armazenamento digital dos
respectivos arquivos. Com base nesses e em outros fundamentos, o Plenário acolheu parcialmente embargos de
declaração em medida cautelar em arguição de descumprimento de preceito fundamental.
ADPF 635 MC-ED/RJ, relator Min. Edson Fachin, julgamento em 2 e 3.2.2022.
#DEOLHONAJURIS:
Todos os integrantes das guardas municipais possuem direito a porte de arma de fogo, em serviço ou mesmo
fora de serviço, independentemente do número de habitantes do Município.
(ADI 5538, Relator(a): ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 01/03/2021, PROCESSO ELETRÔNI-
CO DJe-094 DIVULG 17-05-2021 PUBLIC 18-05-2021)
LEI ARTIGO
CRFB/88 136 ao 144
PONTO 13, 14 e 15: 13 Sistema tributário nacional. 13.1 Princípios gerais. 13.2 Limitações do poder de
tributar. 13.3 Impostos da União, dos estados e dos municípios. 13.4 Repartição das receitas tributárias.
14 Finanças públicas. 15.1 Normas gerais. 15.2 Orçamentos.
Pessoal, o edital foi bem sucinto nessa parte de tributário e financeiro. Seguindo a tendência das outras pro-
vas, as chances de cobrança são bem pequenas e, se eventualmente aparecer na prova, é possível que o conhe-
cimento do texto constitucional já seja mais do que suficiente. A dica, aqui, é, então, a leitura da Constituição, das
FUCs 1, 2, 3 e 11 de Direito Tributário e a revisão da jurisprudência dos tribunais superiores.
O destaque maior fica para a imunidade tributária: tem que saber as espécies, os impostos que ficam imunes,
a natureza objetiva ou subjetiva da imunidade e os entendimentos principais do STF e STJ sobre o tema. Cuida-
do, também, pra não confundir os princípios constitucionais. Atenção especial para a anualidade e a noventena,
que SEMPRE caem. Cuidado com os tributos que dispensam a observância de uma e outra. Como o edital indicou
expressamente os impostos de cada ente, cuidado pra não se confundirem, atenção a qual ente tem competência
tributária para qual imposto.
#DEOLHONAJURIS:
A imunidade tributária recíproca (art. 150, VI, “a”, da Constituição) impede que os entes públicos criem uns para
os outros obrigações relacionadas à cobrança de impostos, mas não veda a imposição de obrigações acessórias.
STF. Plenário. ACO 1098, Rel. Roberto Barroso, julgado em 11/05/2020 (Info 980 – clipping).
Súmula vinculante 57: A imunidade tributária constante do art. 150, VI, d, da CF/88 aplica-se à importação e
comercialização, no mercado interno, do livro eletrônico (e-book) e dos suportes exclusivamente utilizados para
fixá-los, como leitores de livros eletrônicos (e-readers), ainda que possuam funcionalidades acessórias.
Súmula 612-STJ: O certificado de entidade beneficente de assistência social (CEBAS), no prazo de sua validade,
possui natureza declaratória para fins tributários, retroagindo seus efeitos à data em que demonstrado o cumpri-
mento dos requisitos estabelecidos por lei complementar para a fruição da imunidade.
#DEOLHONAJURIS:
Sociedade de economia mista, cuja participação acionária é negociada em Bolsas de Valores, e que, inequivo-
camente, está voltada à remuneração do capital de seus controladores ou acionistas, não está abrangida pela
regra de imunidade tributária prevista no art. 150, VI, “a”, da Constituição, unicamente em razão das atividades
desempenhadas.
(RE 600867, Relator(a): JOAQUIM BARBOSA, Relator(a) p/ Acórdão: LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em
29/06/2020, PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-239 DIVULG 29-09-2020 PUBLIC
30-09-2020)
#DEOLHONAJURIS:
A imunidade assegurada pelo art. 150, VI, ‘c’, da Constituição da República aos partidos políticos, inclusive suas
fundações, às entidades sindicais dos trabalhadores e às instituições de educação e de assistência social, sem fins
lucrativos, que atendam aos requisitos da lei, alcança o IOF, inclusive o incidente sobre aplicações financeiras.
(RE 611510, Relator(a): ROSA WEBER, Tribunal Pleno, julgado em 13/04/2021, PROCESSO ELETRÔNICO REPER-
CUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-087 DIVULG 06-05-2021 PUBLIC 07-05-2021)
#DEOLHONAJURIS:
Não incide IPVA sobre veículo automotor adquirido, mediante alienação fiduciária, por pessoa jurídica de direito
público.
STF. Plenário. RE 727851, Rel. Marco Aurélio, julgado em 22/06/2020 (Repercussão Geral – Tema 685) (Info 985).
LEI ARTIGO
CRFB/88 145 ao 169
PONTO 16 e 18: 16 Ordem econômica e financeira. 16.1 Princípios gerais da atividade econômica. 18
Sistema Financeiro Nacional.
Pessoal, esse tema também é de pouca incidência em provas de concurso. A dica, aqui, é a leitura da FUC 14,
do capítulo referente na Constituição Federal (#TEMQUESABER os princípios da ordem econômica do art. 170) e
da revisão da jurisprudência dos tribunais superiores.
#DEOLHONAJURIS:
São constitucionais a cota de tela, consistente na obrigatoriedade de exibição de filmes nacionais nos cinemas
brasileiros, e as sanções administrativas decorrentes de sua inobservância. A denominada “cota de tela” pro-
move intervenção voltada a viabilizar a efetivação do direito à cultura, sem, por outro lado, atingir o
núcleo dos direitos à livre iniciativa, à livre concorrência e à propriedade privada, apenas adequando
as liberdades econômicas à sua função social. STF. Plenário. RE 627432/RS, Rel. Min. Dias Toffoli, julgado em
18/3/2021 (Repercussão Geral – Tema 704) (Info 1010).
4. Estado regulador
Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as fun-
ções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para
o setor privado.
6. Monopólio da União
Art. 177. Constituem monopólio da União:
I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos;
#DEOLHONAJURIS:
“São inconstitucionais as leis que obrigam supermercados ou similares à prestação de serviços de acondiciona-
mento ou embalagem das compras, por violação ao princípio da livre iniciativa (art. 1º, IV, e 170 da Constituição)”.
(RE 839950, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 24/10/2018, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-081
DIVULG 01-04-2020 PUBLIC 02-04-2020)
#DEOLHONAJURIS:
A proibição ou restrição da atividade de transporte privado individual por motorista cadastrado em aplicativo é
inconstitucional, por violação aos princípios da livre iniciativa e da livre concorrência.
STF. Plenário. ADPF 449/DF, Rel. Min. Luiz Fux; RE 1054110/SP, Rel. Min. Roberto Barroso, julgados em 8 e 9/5/2019
#DEOLHONAJURIS:
São inconstitucionais as leis que obrigam supermercados ou similares à prestação de serviços de acondiciona-
mento ou embalagem das compras, por violação ao princípio da livre iniciativa (art. 1º, IV e art. 170 da CF/88).
STF. Plenário. ADI 907/RJ, Rel. Min. Alexandre de Moraes, red. p/ o ac. Min. Roberto Barroso, julgado em 1º/8/2017
LEI ARTIGO
CRFB/88 170 ao 181
Pessoal, esse tema é super relevante e, vez ou outra, aparece uma questão sobre as regras dos arts. 182 e
seguintes da Constituição em primeira fase. Por isso, a sua leitura é imprescindível!! Como estamos em Constitu-
cional, não temos FUC específica sobre esse assunto, porque, no geral, ele é estudado lá no Direito Civil. Aqui, pra
nossa matéria, acredito que a leitura da legislação e a revisão da jurisprudência sejam suficientes pra primeira fase.
§ 4º O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o montante de re-
cursos para atender ao programa de reforma agrária no exercício.
§ 5º São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis desapro-
priados para fins de reforma agrária.
5. Desapropriação confiscatória
Art. 243. As propriedades rurais e urbanas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de
plantas psicotrópicas ou a exploração de trabalho escravo na forma da lei serão expropriadas e destinadas à re-
forma agrária e a programas de habitação popular, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de
outras sanções previstas em lei, observado, no que couber, o disposto no art. 5º.
Parágrafo único. Todo e qualquer bem de valor econômico apreendido em decorrência do tráfico ilícito de en-
torpecentes e drogas afins e da exploração de trabalho escravo será confiscado e reverterá a fundo especial com
destinação específica, na forma da lei.
8. Usucapião rural
Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininter-
ruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva
por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.
O plano diretor, aprovado pela Câmara Municipal, obrigatório para cidades com mais de vinte mil habi-
tantes, é o instrumento básico da política de desenvolvimento e de expansão urbana.
LEI ARTIGO
CRFB/88 182 ao 191
Pessoal, pra essa parte, nossa recomendação é a leitura da Constituição e revisão da FUC 19, dando especial
atenção aos temas da saúde e da educação.
Alguns destaques que vocês devem dar mais atenção: diretrizes do SUS, a diferença entre saúde complemen-
tar e suplementar e todas as decisões relativas à concessão de medicamentos pelo Poder Público. Deem uma lida
também, na parte relativa ao ensino, nas novas regras do FUNDEB. Como se trata de alteração legislativa recente,
não podemos negligenciar, ainda que não seja um tema de taaaanta cobrança em provas de Defensoria. Atenção,
também, aos objetivos e diretrizes da assistência social, cuidando pra não confundir uma coisa com a outra.
1. Princípios do ensino
Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso
exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas;
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII - garantia de padrão de qualidade.
VIII - piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos termos de lei federal.
IX - garantia do direito à educação e à aprendizagem ao longo da vida. #NOVIDADE
3. Pesquisa científica
Art. 218. O Estado promoverá e incentivará o desenvolvimento científico, a pesquisa, a capacitação científica e
tecnológica e a inovação
§ 1º A pesquisa científica básica e tecnológica receberá tratamento prioritário do Estado, tendo em vista o bem
público e o progresso da ciência, tecnologia e inovação.
§ 2º A pesquisa tecnológica voltar-se-á preponderantemente para a solução dos problemas brasileiros e para o
desenvolvimento do sistema produtivo nacional e regional.
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado, de acordo com
solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou
jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.
6. Patrimônio nacional
Art. 225, § 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a
Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que asse-
gurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais.
#DEOLHONAJURIS:
#DEOLHONAJURIS:
É formal e materialmente inconstitucional lei municipal que proíba a divulgação de material com referência a
“ideologia de gênero” nas escolas municipais.
Compete privativamente à União legislar sobre diretrizes e bases da educação nacional (CF, art. 22, XXIV), de
modo que os Municípios não têm competência legislativa para a edição de normas que tratem de currículos,
conteúdos programáticos, metodologia de ensino ou modo de exercício da atividade docente. A eventual neces-
sidade de suplementação da legislação federal, com vistas a` regulamentação de interesse local (art. 30, I e II, CF),
não justifica a proibição de conteúdo pedagógico, não correspondente às diretrizes fixadas na Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional (Lei 9.394/1996).
Regentes da ministração do ensino no País, os princípios atinentes à liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e
divulgar o pensamento, a arte e o saber (art. 206, II, CF) e ao pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas
(art. 206, III, CF), amplamente reconduzíveis à proibição da censura em atividades culturais em geral e, conse-
quentemente, à liberdade de expressão (art. 5º, IX, CF), não se direcionam apenas a proteger as opiniões su-
postamente verdadeiras, admiráveis ou convencionais, mas também aquelas eventualmente não compartilhada
pelas maiorias.
Ao aderir à imposição do silêncio, da censura e, de modo mais abrangente, do obscurantismo como estratégias
discursivas dominantes, de modo a enfraquecer ainda mais a fronteira entre heteronormatividade e homofobia,
a Lei municipal impugnada contrariou um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, relacio-
nado à promoção do bem de todos (art. 3º, IV, CF), e, por consequência, o princípio segundo o qual todos são
iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza (art. 5º, caput, CF).
(ADPF 457, Relator(a): ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 27/04/2020, PROCESSO ELETRÔNI-
CO DJe-137 DIVULG 02-06-2020 PUBLIC 03-06-2020).
§ 3º O aproveitamento dos recursos hídricos, incluídos os potenciais energéticos, a pesquisa e a lavra das riquezas
minerais em terras indígenas só podem ser efetivados com autorização do Congresso Nacional, ouvidas as
comunidades afetadas, ficando-lhes assegurada participação nos resultados da lavra, na forma da lei.
§ 4º As terras de que trata este artigo são inalienáveis e indisponíveis, e os direitos sobre elas, imprescritíveis.
§ 5º É vedada a remoção dos grupos indígenas de suas terras, salvo, «ad referendum» do Congresso Nacional, em
caso de catástrofe ou epidemia que ponha em risco sua população, ou no interesse da soberania do País, após
deliberação do Congresso Nacional, garantido, em qualquer hipótese, o retorno imediato logo que cesse o risco.
§ 6º São nulos e extintos, não produzindo efeitos jurídicos, os atos que tenham por objeto a ocupação, o domínio
e a posse das terras a que se refere este artigo, ou a exploração das riquezas naturais do solo, dos rios e dos lagos
nelas existentes, ressalvado relevante interesse público da União, segundo o que dispuser lei complementar, não
gerando a nulidade e a extinção direito a indenização ou a ações contra a União, salvo, na forma da lei, quanto
às benfeitorias derivadas da ocupação de boa fé.
§ 7º Não se aplica às terras indígenas o disposto no art. 174, § 3º e § 4º.
LEI ARTIGO
CRFB/88 193 ao 232
PONTO 20: 20. Defesa prioritária da criança e do adolescente. 20.1. A criança e o adolescente na normativa
internacional. Declaração Universal dos Direitos da Criança. Convenção Internacional sobre os direitos da
Criança. Convenção sobre os aspectos civis do sequestro internacional de crianças. Convenção Relativa
à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional. Regras Mínimas da ONU:
para Proteção dos Jovens Privados de Liberdade e para Administração da Justiça da Infância e Juventude
(Regras de Beijing). Diretrizes das Nações Unidas para a Prevenção da Delinquência Juvenil. 20.2. Os
direitos da criança e do adolescente na Constituição Federal. 20.3. A Defensoria Pública e proteção dos
direitos individuais e coletivos da criança e do adolescente.
Mais acima no Raio X, nós tínhamos visto que o edital inseriu toda a parte relativa aos Direitos Humanos em
um tópico só. Agora, vejam como, aqui, o edital pinça um tema específico dos direitos humanos, pra tratar dele de
forma isolada. Isso significa que vocês devem ter atenção máxima!!
A leitura dos documentos jurídicos indicados nesse tópico é imprescindível, especialmente porque, como já
mencionamos, as provas têm cobrado o conhecimento de lei seca também em relação aos tratados e convenções
internacionais.
dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma
de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, igualdade na relação processual e
defesa técnica por profissional habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar específica;
V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em
desenvolvimento, quando da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade;
VI - estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao
acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou abandonado;
VII - programas de prevenção e atendimento especializado à criança e ao adolescente dependente de entorpecen-
tes e drogas afins.
VII - programas de prevenção e atendimento especializado à criança, ao adolescente e ao jovem dependente de
entorpecentes e drogas afins.
A Convenção não diferencia criança de adolescente, diferente do que ocorre no nosso Estatuto da Criança
e do Adolescente:
Artigo 1º - Para efeitos da presente convenção considera-se como criança todo ser humano com menos de 18
anos de idade, a não ser que, em conformidade com a lei aplicável à criança, a maioridade seja alcançada antes.
7. CDC: Comitê
Artigo 43
1. A fim de examinar os progressos realizados no cumprimento das obrigações contraídas pelos Estados Partes na
presente convenção, deverá ser estabelecido um Comitê para os Direitos da Criança que desempenhará as funções
a seguir determinadas.
2. O comitê estará integrado por dez especialistas de reconhecida integridade moral e competência nas áreas
cobertas pela presente convenção. Os membros do comitê serão eleitos pelos Estados Partes dentre seus nacionais
e exercerão suas funções a título pessoal, tomando-se em devida conta a distribuição geográfica equitativa bem
como os principais sistemas jurídicos.
3. Os membros do comitê serão escolhidos, em votação secreta, de uma lista de pessoas indicadas pelos Estados
Partes. Cada Estado Parte poderá indicar uma pessoa dentre os cidadãos de seu país.
6. Os membros do comitê serão eleitos para um mandato de quatro anos. Poderão ser reeleitos caso sejam
apresentadas novamente suas candidaturas. O mandato de cinco dos membros eleitos na primeira eleição expira-
rá ao término de dois anos; imediatamente após ter sido realizada a primeira eleição, o presidente da reunião na
qual a mesma se efetuou escolherá por sorteio os nomes desses cinco membros.
- 1º Protocolo Facultativo: aumenta a proteção das crianças contra o envolvimento em conflitos armados.
- 3º Protocolo Facultativo: cria o mecanismo de petição individual das vítimas de violações da Convenção e
dos dois Protocolos Facultativos ao Comitê para os Direitos da Criança.
10. Tratamento dado ao jovem não deve ser pior do que o conferido ao adulto – Diretrizes de RIAD
54. Com o objetivo de impedir que se prossiga à estigmatização, à vitimização e à incriminação dos jovens, deverá
ser promulgada uma legislação pela qual seja garantido que todo ato que não seja considerado um delito, nem
seja punido quando cometido por um adulto, também não deverá ser considerado um delito, nem ser objeto de
punição quando for cometido por um jovem.
LEI ARTIGO
CRFB/88 226 ao 230
Convenção Internacional sobre os direitos da Crian-
Íntegra
ça.
PONTO 21: 21. Defesa do Meio Ambiente. 21.1 Direito ambiental constitucional. 21.2 Conceito de
meio ambiente e seus aspectos. 21.3 Princípios de direito ambiental. 21.4 Política Nacional de Meio
Ambiente. 21.5. Política urbana: diretrizes, instrumentos e competência.
Como falamos logo no comecinho, o edital do Ceará trouxe, pro Direito Constitucional, a cobrança de alguns
temas pontuais de direito ambiental. A dica, nessa parte, é a leitura das FUCs 1 e 3 de Direito Ambiental e a revisão
da jurisprudência relativa ao tema, em especial no que se refere à responsabilização civil e administrativa por da-
nos ambientais. A leitura da Política Nacional do Meio Ambiente também é importante, dando atenção especial à
composição do SISNAMA.
1. Natural: o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que
permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas (art. 3º, I, Política Nacional do Meio Ambiente).
2. Artificial: conceito residual, que integra tudo aquilo que o homem criar e que não estiver inserido nas
demais classes.
3. Cultural: é formado por bens artificialmente criados pelo ser humano e que possuem uma relevância
artística, histórica ou cultural, conforme prevê o art. 216, CF/88.
4. Do trabalho: formado por bens materiais e imateriais que permitem o exercício seguro da atividade la-
borativa pelo trabalhador.
5. Patrimônio genético: diz respeito ao desenvolvimento de pesquisas genéticas, incluindo, por exemplo,
os transgênicos e as células-tronco.
2. Princípio da prevenção
Pelo princípio da prevenção, já se tem base científica para prever certos impactos ambientais de determina-
das atividades. Nesses casos, deve-se impor ao empreendedor condicionantes no licenciamento ambiental para
mitigar ou e impedir os prejuízos.
3. Princípio da precaução
De acordo com o Princípio da Precaução, se determinado empreendimento puder causar danos ambientais
sérios ou irreversíveis, sem que haja certeza científica em relação a eles e a sua extensão, o empreendedor deverá
ser compelido a adotar medidas de precaução para impedir ou reduzir os riscos ambientais. A incerteza milita em
favor da proteção ambiental (in dubio pro natura). É com base no princípio da precaução que parte da doutrina
sustenta a possibilidade de inversão do ônus da prova nas ações ambientais.
4. Composição do SISNAMA
II - órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), com a finalidade
de assessorar, estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes de políticas governamentais para o meio am-
biente e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua competência, sobre normas e padrões compatíveis com
o meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à sadia qualidade de vida;
III - órgão central: a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República, com a finalidade de pla-
nejar, coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal, a política nacional e as diretrizes governamentais
fixadas para o meio ambiente;
IV - órgãos executores: o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBA-
MA e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - Instituto Chico Mendes (ICMBIO), com a
finalidade de executar e fazer executar a política e as diretrizes governamentais fixadas para o meio ambiente, de
acordo com as respectivas competências;
V - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais responsáveis pela execução de programas, pro-
jetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de provocar a degradação ambiental;
VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais, responsáveis pelo controle e fiscalização dessas
atividades, nas suas respectivas jurisdições.
A responsabilidade por dano ambiental é objetiva, informada pela teoria do risco integral, sendo o nexo
de causalidade o fator aglutinante que permite que o risco se integre na unidade do ato, sendo descabida a invo-
cação, pela empresa responsável pelo dano ambiental, de excludentes de responsabilidade civil para afastar sua
obrigação de indenizar.
6. Responsabilidade administrativa
#DEOLHONAJURIS:
#DEOLHONAJURIS:
É imprescritível a pretensão de reparação civil de dano ambiental. STF. Plenário. RE 654833, Rel. Alexandre de
Moraes, julgado em 20/04/2020 (Repercussão Geral – Tema 999)
LEI ARTIGO
Lei n. 6.938 2º ao 10, 14
PONTOS 22 e 23: 22. princípio do Defensor natural. 23. Racismo estrutural e Institucional. 23. Diversidade
Sexual, diretos das Pessoas LGBTQIA+.
Chegamos ao último tema!! Viram, não foi nem tão complicado assim!! Aqui, novamente, o edital pinçou
alguns temas específicos dos Direitos Humanos.
1. Discriminação racial
Discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor,
descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou
exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econô-
mico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada;
2. Desigualdade racial
Desigualdade racial: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e
oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica.
Desigualdade de gênero e raça: assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social
entre mulheres negras e os demais segmentos sociais.
#OLHAOGANCHO:
A teoria da discriminação interseccional (#APOSTACICLOS), muito ligada ao feminismo negro, está ba-
seada na necessidade de se considerar as diferentes formas de discriminação a que muitos grupos sociais estão
submetidos quando os sistemas de dominação se sobrepõem. Há de se pensar a discriminação de maneira
conjunta e interseccionada: como questões de raça, gênero, classe e outras interagem para reproduzir padrões
discriminatórios. Assim, é que, por exemplo, mulheres negras são consideradas minorias dentro de minorias,
porque sofrem com os estigmas de gênero e raça.
Políticas públicas: as ações, iniciativas e programas adotados pelo Estado no cumprimento de suas atribui-
ções institucionais.
Ações afirmativas: os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a
correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades.
5. Racismo estrutural
A discriminação estrutural pode ser compreendida como a consequência da existência de sistemas discrimi-
natórios que promovem a exclusão de grupos minoritários nas diversas dimensões da vida. Quando práticas discri-
minatórias impedem a igualdade de acesso aos recursos e oportunidades por membros de determinados grupos,
elas acabam por vedar, também, o acesso à inclusão social e à emancipação. O conceito de discriminação estrutural
está, portanto, imediatamente ligado à ideia de controle social e manutenção do status quo.
6. Racismo institucional
A discriminação institucional corresponde à forma de tratamento desfavorável levada a efeito por instituições
públicas ou privadas, quando seus agentes tratam indivíduos ou grupos a partir dos estereótipos negativos. Esse
tipo permite que certas categorizações sejam utilizadas como critérios de ação institucional, gerando, como conse-
quência a perpetuação da subordinação e controle social sobre os membros de um determinado grupo.
7. Racismo ambiental
O Racismo ambiental, ou racismo meio ambiental, é um termo cunhado em 1981 pelo líder afro-americano
de direitos civis Dr. Benjamin Franklin Chavis Jr, e se liga ao contexto de manifestações do movimento negro contra
injustiças ambientais.
O termo faz referência às formas desiguais pelas quais etnias vulnerabilizadas são expostas às externalida-
des negativas e a fenômenos ambientais nocivos como consequência de sua exclusão dos lugares de tomada de
decisão.
#DEOLHONAJURIS:
“O transgênero tem direito fundamental subjetivo à alteração de seu prenome e de sua classificação de gênero
no registro civil, não se exigindo, para tanto, nada além da manifestação da vontade do indivíduo, o qual poderá
exercer tal faculdade tanto pela via judicial como diretamente pela via administrativa. Essa alteração deve ser
averbada à margem no assento de nascimento, sendo vedada a inclusão do termo ‘transexual’. Nas certidões do
registro não constará nenhuma observação sobre a origem do ato, sendo vedada a expedição de certidão de
inteiro teor, salvo a requerimento do próprio interessado ou por determinação judicial. Efetuando-se o procedi-
mento pela via judicial, caberá ao magistrado determinar, de ofício ou a requerimento do interessado, a expedi-
ção de mandados específicos para a alteração dos demais registros nos órgãos públicos ou privados pertinentes,
os quais deverão preservar o sigilo sobre a origem dos atos.” (RE 670422, Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Tribunal
Pleno, julgado em 15/08/2018, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-051 DIVULG 09-03-2020 PUBLIC 10-03-2020).
9. OC 24 da Corte IDH
Nessa opinião consultiva, que foi requerida pela Costa Rica, restou reconhecido que o direito à mudança de
nome para as pessoas transgênero constitui um direito protegido pela Convenção Americana de Direitos Huma-
nos. Para tanto, foi estabelecido pela Corte características que devem ser observadas pelos Estados ao fixarem o
procedimento, quais sejam: 1) o nome deve ser adequado integralmente à identidade de gênero autopercebida; 2)
não podem ser exigidos laudos médicos; 3) confidencial; 4) deve ser rápido e, na medida do possível, gratuito; 5)
não deve ser exigida a operação cirúrgica ou tratamentos hormonais.
10. Microagressões
Charles Pierce é o grande idealizador dessa ideia. Ele vai nos dizer que o racismo não se expressa apenas
por atitudes violentas e flagrantemente discriminatórias, mas também por uma série de atos que reafirmam
estereótipos e permitem a manifestação de uma dimensão ideológica subjacente. Essa expressão do racismo se dá
através de pequenas atitudes, conscientes ou não, que reafirmam as assimetrias de status social e indicam
o desprezo ou visão de inferioridade face às minorias.
LEI ARTIGO
Lei n. 12.288/10 Íntegra
DIREITO DO CONSUMIDOR 34
PONTO 1: 1. Direito do consumidor. 1.1 Natureza e fonte de suas regras. 1.2 Características e princípios
do Código de Defesa do Consumidor. 1.3 Integrantes e objeto da relação de consumo. 1.4 Política
nacional de relações de consumo. 1.4.1 Objetivos e princípios. 1.5 Direitos básicos do consumidor. 1.6
Qualidade de produtos e serviços, prevenção e reparação de danos. 1.6.1 Proteção a saúde e segurança.
1.6.2 Responsabilidade pelo fato do produto e do serviço. 1.6.3 Responsabilidade por vício do produto e
do serviço. 1.6.4 Decadência e prescrição. 1.6.5 Desconsideração da personalidade jurídica. 1.7 Práticas
comerciais. 1.7.1 Oferta e efeito vinculante da oferta publicitaria. 1.7.2 Publicidade. 1.7.3 Práticas
abusivas. 1.7.4 Cobrança de dívidas. 1.7.5 Bancos de dados e cadastros de consumidores. 1.8 Proteção
contratual. 1.8.1 Princípios basilares dos contratos de consumo. 1.8.2. Cláusulas abusivas. 1.8.3 Contratos
de adesão. 1.8.4 Superendividamento. 1.9 Sanções administrativas.
Pessoal, sabemos que em consumidor a FCC adora colocar o edital dessa forma, esse ponto é enorme e
engloba grande parte do CDC. Aqui estão inseridos muito dos assuntos mais cobrados nas provas.
Visto que a nossa banca prioriza bastante a #LEISECA, é essencial a leitura integral Código e estar atento aos
entendimentos jurisprudenciais mais consolidadas. Para aprofundamento, indicamos as FUCs 01 a 07 de Direito do
Consumidor ou material próprio.
Outro ponto que merece destaque é o superendividamento, sobretudo pela Lei nº 14.181/2021, a qual acres-
centou o Capítulo VI-A no CDC, versando sobre a prevenção e o tratamento do superendividamento.
1. PRINCÍPIOS DO CDC
#SELIGANOCDC:
Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consu-
midores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da
sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes
princípios: (Redação dada pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;
II - ação governamental no sentido de proteger efetivamente o consumidor:
a) por iniciativa direta;
b) por incentivos à criação e desenvolvimento de associações representativas;
c) pela presença do Estado no mercado de consumo;
d) pela garantia dos produtos e serviços com padrões adequados de qualidade, segurança, durabilidade e desem-
penho.
III - harmonização dos interesses dos participantes das relações de consumo e compatibilização da proteção do
consumidor com a necessidade de desenvolvimento econômico e tecnológico, de modo a viabilizar os princípios
nos quais se funda a ordem econômica (art. 170, da Constituição Federal), sempre com base na boa-fé e equilíbrio
nas relações entre consumidores e fornecedores;
IV - educação e informação de fornecedores e consumidores, quanto aos seus direitos e deveres, com vistas à
melhoria do mercado de consumo;
V - incentivo à criação pelos fornecedores de meios eficientes de controle de qualidade e segurança de produtos e
serviços, assim como de mecanismos alternativos de solução de conflitos de consumo;
VI - coibição e repressão eficientes de todos os abusos praticados no mercado de consumo, inclusive a concorrência
desleal e utilização indevida de inventos e criações industriais das marcas e nomes comerciais e signos distintivos,
que possam causar prejuízos aos consumidores;
VII - racionalização e melhoria dos serviços públicos;
VIII - estudo constante das modificações do mercado de consumo.
#INOVAÇÃO LEGISLATIVA
IX - fomento de ações direcionadas à educação financeira e ambiental dos consumidores; (Incluído pela Lei nº
14.181, de 2021)
X - prevenção e tratamento do superendividamento como forma de evitar a exclusão social do consumidor. (In-
cluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
2. DESTINATÁRIOS FINAIS
#SELIGANATABELA:
Teoria Consumidor é a pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza o produto ou servi-
Maximalista ço, retirando-o da cadeia de produção (destinatário fatídico) independentemente
(Objetiva) da destinação que é dada ao bem.
Consumidor é a pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza o produto ou
Teoria Finalista
serviço (destinatário fatídico) para fim pessoal, privado ou familiar, sem reven-
(Subjetiva)
dê-lo ou incrementá-lo em sua atividade profissional (destinatário econômico).
3. EXCLUDENTES DE RESPONSABILIDADE
#VEMDETABELINHA:
Inexistência de defeito (art. 12, §3º, II) Caso fortuito ou de força maior internos
Riscos do desenvolvimento
Culpa exclusiva do consumidor ou terceiro mer-
cado (art. 12, §3º, III) (não excluem a responsabilidade do fornecedor, se-
gundo a doutrina majoritária)
4. DEOLHONAJURIS
Consumidor que, em ação redibitória, recebeu a restituição do valor pago, deve devolver o veículo com defeito
ao vendedor mesmo que na sentença essa obrigação não tenha ficado expressamente prevista Caso concreto:
consumidor adquiriu veículo, que apresentou diversos problemas após a compra, tornando-se inadequado ao
uso. Consumidor propôs ação redibitória contra a concessionária, pedindo a devolução do preço pago. A sen-
tença foi procedente tendo o juiz determinado a restituição da quantia gasta com a aquisição do carro. Não falou
nada, contudo, sobre a devolução do carro à concessionária. Com o trânsito em jugado, o consumidor deu início
do cumprimento de sentença. A concessionária restituiu o valor pago e pediu a devolução do veículo usado. O
juiz negou o pleito afirmando que no título executivo não constou nenhum comando para que o consumidor
devolvesse o automóvel. Não agiu corretamente o magistrado. É obrigatória a devolução de veículo considera-
do inadequado ao uso após a restituição do preço pelo fornecedor no cumprimento de sentença prolatada em
ação redibitória. Acolhida a pretensão redibitória do consumidor, rescinde-se o contrato de compra e venda,
retornando as partes à situação anterior à sua celebração (status quo ante), sendo uma das consequências auto-
máticas da sentença a sua eficácia restitutória, com a restituição atualizada do preço pelo vendedor e devolução
da coisa adquirida pelo comprador. Constitui obrigação do consumidor devolver o veículo viciado à fornecedora,
sob pena de afronta ao princípio que veda o enriquecimento sem causa e à proibição do venire contra factum
proprium. STJ. 3ª Turma. REsp 1.823.284-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em 13/10/2020 (Info 681)
5. DEFEITO/FATO OU VÍCIO
#DEOLHONATABELA:35
DEFEITO/FATO VÍCIO
É a inadequação (no desempenho ou durabilidade)
É a falha de segurança (decorrente do descumpri- do produto ou serviço ao fim a que se destina, de-
mento do dever qualidade-segurança) que insere corrente do descumprimento do dever de quali-
no produto ou serviço uma potencialidade dano- dade-adequação (vício de qualidade), ou ainda, a
sa por ele normalmente não possuída, e, assim diferença quantitativa entre o que é informado ao
inesperada pelo consumidor. consumidor e o que é efetivamente fornecido (vício
de quantidade).
A utilização do produto ou serviço pode gerar aci- Os produtos ou serviços não correspondem às ex-
dentes de consumo. pectativas geradas pelo consumidor.
6. PUBLICIDADE
#FOCANALEI:
Art. 36. A publicidade deve ser veiculada de tal forma que o consumidor, fácil e imediatamente, a identifique como
tal.
Parágrafo único. O fornecedor, na publicidade de seus produtos ou serviços, manterá, em seu poder, para informa-
ção dos legítimos interessados, os dados fáticos, técnicos e científicos que dão sustentação à mensagem.
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
§ 1° É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcial-
mente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito
da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre
produtos e serviços.
§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade discriminatória de qualquer natureza, a que incite à violência, explore
o medo ou a superstição, se aproveite da deficiência de julgamento e experiência da criança, desrespeita valores
ambientais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a se comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua
saúde ou segurança.
§ 3° Para os efeitos deste código, a publicidade é enganosa por omissão quando deixar de informar sobre dado
essencial do produto ou serviço.
§ 4° (Vetado).
Art. 38. O ônus da prova da veracidade e correção da informação ou comunicação publicitária cabe a quem as
patrocina.
7. PROTEÇÃO CONTRATUAL
#MAISLEI:
Art. 46. Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a
oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos
de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance.
Art. 47. As cláusulas contratuais serão interpretadas de maneira mais favorável ao consumidor.
Art. 48. As declarações de vontade constantes de escritos particulares, recibos e pré-contratos relativos às relações
de consumo vinculam o fornecedor, ensejando inclusive execução específica, nos termos do art. 84 e parágrafos.
Art. 49. O consumidor pode desistir do contrato, no prazo de 7 dias a contar de sua assinatura ou do ato de rece-
bimento do produto ou serviço, sempre que a contratação de fornecimento de produtos e serviços ocorrer fora do
estabelecimento comercial, especialmente por telefone ou a domicílio.
Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de arrependimento previsto neste artigo, os valores even-
tualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo de reflexão, serão devolvidos, de imediato, monetariamente
atualizados.
Art. 50. A garantia contratual é complementar à legal e será conferida mediante termo escrito.
Parágrafo único. O termo de garantia ou equivalente deve ser padronizado e esclarecer, de maneira adequada
em que consiste a mesma garantia, bem como a forma, o prazo e o lugar em que pode ser exercitada e os ônus a
cargo do consumidor, devendo ser-lhe entregue, devidamente preenchido pelo fornecedor, no ato do fornecimento,
acompanhado de manual de instrução, de instalação e uso do produto em linguagem didática, com ilustrações.
8. SUPERENDIVIDAMENTO
O assunto é atualmente regulado pela Lei nº 14.181/2021, que alterou o Código de Defesa do Consumidor e
o Estatuto do Idoso, para aperfeiçoar a disciplina do crédito ao consumidor e dispor sobre a prevenção e o trata-
mento do superendividamento.
Superendividamento pode ser identificado como a impossibilidade global do devedor pessoa física, con-
sumidor, leigo e de boa-fé, de pagar as suas dívidas atuais e futuras. É um fenômeno social e jurídico, que busca
algum tipo de saída ou solução pelo Direito do Consumidor, seja através de parcelamento, redução dos montantes,
das taxas de juros, direito à informação e ao arrependimento, e todas as demais medidas possíveis para que o
superendividado possa pagar as suas dívidas.
9. ESPÉCIES DE SUPERENDIVIDAMENTO
a) Ativo: também conhecido como endividamento compulsório, é aquele que o consumidor que age ativa-
mente para se colocar em situação de impossibilidade de pagamento, se subdividindo em duas espécies:
Deliberado, consciente ou de má-fé, quando o devedor, de forma dolosa, aproveita todas as oportunida-
des para consumir além de suas possibilidades, ignorando os encargos do pagamento;
b) Passivo: é provocado por um imprevisto da vida moderna, ou seja, refere-se a uma dívida proveniente do
desemprego, da doença que acomete uma pessoa da família, pela separação do casal, entre outros. Assim, o su-
perendividado passivo não atua para colocar-se na situação de endividado, vindo a ocupar tal posição em virtude
de agentes e circunstâncias externas, alheios à sua vontade.
#TABELALOVERS
#COMOCAIU #FCCAMA
Ano: 2021 Banca: FCC Órgão: DPE-AM Prova: FCC - 2021 - DPE-AM - Defensor Público
Acerca das disposições do Código de Defesa do Consumidor a respeito do superendividamento, considere as
assertivas a seguir.
I. A requerimento do consumidor superendividado pessoa natural, o juiz poderá instaurar processo de repactua-
ção de dívidas, com vistas à realização de audiência conciliatória, presidida por ele ou por conciliador creden-
ciado no juízo.
II. Na audiência conciliatória, o consumidor apresentará proposta de plano de pagamento com prazo máximo de
5 (cinco) anos, preservadas as garantias e as formas de pagamento originalmente pactuadas.
III. Incluem-se no processo de repactuação as dívidas provenientes de contratos de crédito com garantia real, de
financiamentos imobiliários e de crédito rural.
IV. O não comparecimento injustificado de qualquer credor, ou de seu procurador com poderes especiais e ple-
nos para transigir, à audiência de conciliação acarretará a suspensão da exigibilidade do débito e a interrupção
dos encargos da mora, bem como a sujeição compulsória ao plano de pagamento da dívida se o montante
devido ao credor ausente for certo e conhecido pelo consumidor.
Está correto o que se afirma em:36
Alternativas
A)I, II e IV, apenas.
B)I, II, III e IV.
C)II, III e IV, apenas.
D)I, III e IV, apenas.
E)I, II e III, apenas.
Ano: 2021 Banca: FCC Órgão: DPE-RR Prova: FCC - 2021 - DPE-RR - Defensor Público
De acordo com a atual redação do Código de Defesa do Consumidor, entende-se por superendividamento a37
A)situação jurídica do consumidor pessoa natural cujo patrimônio seja inferior à soma de suas dívidas de consu-
mo, excetuadas as vincendas, nos termos da regulamentação.
36 Gabarito A
37 Gabarito: C
B)impossibilidade manifesta de o consumidor pessoa natural, de boa-fé, pagar a totalidade de suas dívidas de
consumo, excetuadas as vincendas, sem comprometer seu mínimo existencial, nos termos da regulamentação.
C)impossibilidade manifesta de o consumidor pessoa natural, de boa-fé, pagar a totalidade de suas dívidas de
consumo, exigíveis e vincendas, sem comprometer seu mínimo existencial, nos termos da regulamentação.
D)impossibilidade absoluta ou relativa, manifesta ou não, de o consumidor, pessoa natural ou jurídica, pagar a
totalidade de suas dívidas de consumo, exigíveis e vincendas, sem comprometer seu mínimo existencial ou a
manutenção da sua atividade, nos termos da regulamentação.
E)situação jurídica do consumidor, pessoa natural ou jurídica, cujo patrimônio seja inferior à soma de suas dívidas
de consumo, exigíveis e vincendas, nos termos da regulamentação.
PONTO 2: 2 Infrações penais. 2.1 As relações de consumo como bem jurídico-penal. 2.2 Sujeitos ativo
e passivo dos crimes contra as relações de consumo. 2.3 Código penal e proteção ao consumidor. 2.4
Resultado nas infrações penais de consumo e crimes de perigo. 2.5 Responsabilidade penal da pessoa
jurídica. 2.6 Tipos penais. 2.6.1 Omissão de informação a consumidores. 2.6.2 Omissão de comunicação
da nocividade de produtos. 2.6.3 Execução de serviço de alto grau de periculosidade. 2.6.4 Oferta não
publicitaria enganosa. 2.6.5 Publicidade enganosa ou abusiva. 2.6.6 Indução a comportamento prejudicial
ou perigoso. 2.6.7 Publicidade sem base fática, técnica ou científica. 2.6.8 Troca de peças usadas sem
autorização. 2.6.9 Cobrança abusiva de dívidas. 2.6.10 Impedimento de acesso a cadastros e banco de
dados. 2.6.11 Omissão de correção de informações em bancos de dados e cadastros. 2.6.12 Omissão de
entrega do termo de garantia. 2.7 Individualização e fixação judicial da pena. 2.8 Valor da fiança. 2.8.1
Assistência. 2.8.2 Ação penal subsidiaria.
Pessoal, essa parte não costuma cair muito em provas, por este motivo, torna-se suficiente a leitura somente
da letra da lei mesmo. Caso você tenha tempo sobrando, pode aprofundar fazendo a leitura do seu material pró-
prio ou pela FUC 13 de Legislação Penal Especial ou material próprio.
Art. 78 Art. 80
1. ELEMENTO SUBJETIVO
Exceção: crimes culposos previsto nos arts. 63, § 2º, e 66, § 2º.
Art. 63. Omitir dizeres ou sinais ostensivos sobre a nocividade ou periculosidade de produtos, nas embalagens,
nos invólucros, recipientes ou publicidade
(...)
§ 2° Se o crime é culposo:
Art. 66. Fazer afirmação falsa ou enganosa, ou omitir informação relevante sobre a natureza, característica,
qualidade, quantidade, segurança, desempenho, durabilidade, preço ou garantia de produtos ou serviços:
(...)
§ 2º Se o crime é culposo;
Todos os crimes do CDC são crimes de menor potencial ofensivo, possuindo pena máxima cominada
de até 2 anos, sendo todos da competência dos Juizados Especiais Criminais e sendo possível a aplicação dos ins-
titutos despenalizadores próprios da Lei dos Juizados (composição dos danos civis, transação penal e suspensão
condicional do processo).
3. AÇÃO PENAL
A ação penal será pública incondicionada para todos os crimes contra as relações de consumo.
4. ASSISTENTESS
#FOCANALEI:
Art. 80. No processo penal atinente aos crimes previstos neste código, bem como a outros crimes e contravenções
que envolvam relações de consumo, poderão intervir, como assistentes do Ministério Público, os legitimados indi-
cados no art. 82, inciso III e IV, aos quais também é facultado propor ação penal subsidiária, se a denúncia não for
oferecida no prazo legal.
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente:
(...)
III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica, es-
pecificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este código;
IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais a
defesa dos interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a autorização assemblear.
§ 1° O requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo juiz, nas ações previstas nos arts. 91 e seguintes,
quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância
do bem jurídico a ser protegido.
5. SUJEITOS DO CRIME
#DEOLHONALEI:
Art. 75. Quem, de qualquer forma, concorrer para os crimes referidos neste código, incide as penas a esses co-
minadas na medida de sua culpabilidade, bem como o diretor, administrador ou gerente da pessoa jurídica que
promover, permitir ou por qualquer modo aprovar o fornecimento, oferta, exposição à venda ou manutenção em
depósito de produtos ou a oferta e prestação de serviços nas condições por ele proibidas.
Responsabilidade penal do diretor, administrador ou gerente da pessoa jurídica - Para que se evite a impo-
sição de uma responsabilidade penal objetiva, tem de haver prova de que essas pessoas agiram com dolo. Tem de
haver vínculo entre sua conduta e o resultado. Não se admite a denúncia genérica.
6. CRIME EM ESPÉCIE
#MAISLEI:
Art. 73. Deixar de corrigir imediatamente informação sobre consumidor constante de cadastro, banco de dados,
fichas ou registros que sabe (DOLO DIRETO) ou deveria saber (DOLO EVENTUAL) ser inexata:
Por imediatamente, entenda-se no exato momento em que o possuidor das informações referentes ao consumidor
tiver ciência da inexatidão das informações.
Elemento subjetivo - Nas expressões sabe ou deveria saber, o legislador previu, respectivamente, o dolo direto e
o dolo eventual.
Art. 74. Deixar de entregar ao consumidor o termo de garantia adequadamente preenchido e com especificação
clara de seu conteúdo;
#CAIEMPROVA – As questões adoram dizer que essa conduta constitui apenas infração administrativa.
7. AGRAVANTES
O legislador inseriu agravantes específicas que são aplicadas somente aos delitos previstos na presente lei.
Como agravantes, incidem na segunda fase da dosimetria da pena criminal.
Aqui farei um esquema para facilitar a memorização, pois as agravantes também são cobradas em prova.
Primeiramente, atenção para o fato de que são agravantes e não causas de aumento.
• Quando cometidos:
• Por
• Servidor público,
• Contra
• Operário
• RURÍCOLA;
• Menor de 18 ou maior de 60
#CAIUEMPROVA:
8. PENA DE MULTA
Art. 77. A pena pecuniária prevista nesta Seção será fixada em dias-multa, correspondente ao mínimo e ao máxi-
mo de dias de duração da pena privativa da liberdade cominada ao crime. Na individualização desta multa, o juiz
observará o disposto no art. 60, § 1 ° do Código Penal.
• Princípio da Especialidade em relação ao Código Penal: A pena pecuniária é estabelecida de forma diversa
do CP:
CP CDC
CP CDC
As penas restritivas de direito são substitutivas das
penas privativas de liberdade, o juiz primeiro apli-
ca a pena privativa de liberdade para depois, sen-
Já no CDC, conforme disposto no art. 78, a pena res-
do preenchidos os requisitos previstos no art. 44 do
tritiva de direito pode ser aplicada cumulativamente
CP, substitui-la por uma ou mais penas restritivas de
com multa e com pena privativa de liberdade.
direitos. Assim, nunca haverá a aplicação de pena
privativa de liberdade e de pena restritiva de direito
cumulativamente.
10. FIANÇA
PONTO 3: 3. Defesa do consumidor em juízo. 3.1 Interesses ou direitos difusos, coletivos e individuais
homogêneos. 3.2 Legitimidade ativa para a propositura de ações coletivas. 3.3 Ações coletivas para a
defesa de interesses individuais homogêneos. 3.4 Ações de responsabilidade do fornecedor de produtos
e serviços. 3.5 Coisa julgada.
Pessoal, esse ponto é um dos mais importante para a prova da Defensoria. Isso porque não podemos es-
quecer da atuação da Defensoria na atuação coletiva.
Aqui a nossa #APOSTACICLOS não foge à regra dos demais pontos, sendo em cobrança da #LEISECA.
No mais, estude a partir do seu material de base ou das FUC (FUC 4 e 8 de Direito do Consumidor).
#SELIGA na novidade legislativa que incluiu o capítulo da Conciliação no Superendividamento (Lei n.º
14.181/2021).
#FOCONALEI: Na parte de legislação, leia do artigo 42 ao 44 e do artigo 81 ao artigo 104-C, todos do CDC.
1. TÉCNICAS PROCEDIMENTAIS
#DEOLHONOCDC:
Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a
tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do
adimplemento.
§ 1° A conversão da obrigação em perdas e danos somente será admissível se por elas optar o autor ou se impos-
sível a tutela específica ou a obtenção do resultado prático correspondente.
§ 2° A indenização por perdas e danos se fará sem prejuízo da multa (art. 287, do Código de Processo Civil).
§ 3° Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é
lícito ao juiz conceder a tutela liminarmente ou após justificação prévia, citado o réu.
§ 4° O juiz poderá, na hipótese do § 3° ou na sentença, impor multa diária ao réu, independentemente de pedido
do autor, se for suficiente ou compatível com a obrigação, fixando prazo razoável para o cumprimento do preceito.
§ 5° Para a tutela específica ou para a obtenção do resultado prático equivalente, poderá o juiz determinar
as medidas necessárias, tais como busca e apreensão, remoção de coisas e pessoas, desfazimento de obra,
impedimento de atividade nociva, além de requisição de força policial.
2. DENUNCIAÇÃO DA LIDE
#MAISLEI:
Art. 88. Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste código, a ação de regresso poderá ser ajuizada em processo
autônomo, facultada a possibilidade de prosseguir-se nos mesmos autos, vedada a denunciação da lide.
#NÃODESGRUDADALEI:
Art. 101. Na ação de responsabilidade civil do fornecedor de produtos e serviços, sem prejuízo do disposto nos
Capítulos I e II deste título, serão observadas as seguintes normas:
I - a ação pode ser proposta no domicílio do autor;
II - o réu que houver contratado seguro de responsabilidade poderá chamar ao processo o segurador, vedada a
integração do contraditório pelo Instituto de Resseguros do Brasil. Nesta hipótese, a sentença que julgar procedente
o pedido condenará o réu nos termos do art. 80 do Código de Processo Civil. Se o réu houver sido declarado falido,
o síndico será intimado a informar a existência de seguro de responsabilidade, facultando-se, em caso afirmativo,
o ajuizamento de ação de indenização diretamente contra o segurador, vedada a denunciação da lide ao Instituto
de Resseguros do Brasil e dispensado o litisconsórcio obrigatório com este.
Art. 102. Os legitimados a agir na forma deste código poderão propor ação visando compelir o Poder Público
competente a proibir, em todo o território nacional, a produção, divulgação distribuição ou venda, ou a determinar
a alteração na composição, estrutura, fórmula ou acondicionamento de produto, cujo uso ou consumo regular se
revele nocivo ou perigoso à saúde pública e à incolumidade pessoal.
#SELIGANATABELA:
Decorre de um acordo de vontades entre as partes, que poderá ocorrer antes ou duran-
INVERSÃO DO
te o processo. Essa forma de inversão tem duas limitações previstas pelo art. 373, §3º,
ÔNUS DA PROVA
do CPC, que prevê a nulidade dessa espécie de inversão quando: (i) recair sobre direito
CONVENCIONAL
indisponível da parte; (ii) tornar excessivamente difícil a uma parte o exercício do direito.
INVERSÃO DO
Vem prevista expressamente em lei, não exigindo o preenchimento de requisites legais
ÔNUS DA PROVA
no caso concreto.
LEGAL
Na inversão judicial caberá ao juiz analisar, no caso concreto, o preenchimento dos re-
INVERSÃO ÔNUS quisites legais, como ocorre no art. 6º, VIII, do CDC, que prevê a possibilidade de o juiz
DA PROVA JUDI- inverter o ônus da prova em favor do consumidor sempre que este for hipossuficiente ou
CIAL suas alegações forem verossímeis, sendo aplicável, inclusive, nas ações coletivas consu-
meristas. Trata-se, portanto, de inversão ope iudicis e não ope legis.
#FOCONALEI:
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo individual-
mente, ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indi-
visível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza
indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por
uma relação jurídica base;
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum.
6. COMPETÊNCIA
#MAISLEI:
Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Federal, é competente para a causa a justiça local:
I - no foro do lugar onde ocorreu ou deva ocorrer o dano, quando de âmbito local;
II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para os danos de âmbito nacional ou regional, aplican-
do-se as regras do Código de Processo Civil aos casos de competência concorrente.
7. LEGITIMIDADE
#SURRADELEI:
Art. 82. Para os fins do art. 81, parágrafo único, são legitimados concorrentemente: (Redação dada pela
Lei nº 9.008, de 21.3.1995) (Vide Lei nº 13.105, de 2015) (Vigência)
I - o Ministério Público;
II - a União, os Estados, os Municípios e o Distrito Federal;
III - as entidades e órgãos da Administração Pública, direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica,
especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este código;
IV - as associações legalmente constituídas há pelo menos um ano e que incluam entre seus fins institucionais a
defesa dos interesses e direitos protegidos por este código, dispensada a autorização assemblear.
§ 1° O requisito da pré-constituição pode ser dispensado pelo juiz, nas ações previstas nos arts. 91 e seguintes,
quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância
do bem jurídico a ser protegido.
Art. 5o Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: (Redação dada pela Lei nº 11.448, de
2007).
I - o Ministério Público; (Redação dada pela Lei nº 11.448, de 2007).
II - a Defensoria Pública; (Redação dada pela Lei nº 11.448, de 2007).
III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; (Incluído pela Lei nº 11.448, de 2007).
IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista; (Incluído pela Lei nº 11.448, de 2007).
V - a associação que, concomitantemente: (Incluído pela Lei nº 11.448, de 2007).
a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil; (Incluído pela Lei nº 11.448, de 2007).
b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao
consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao
patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. (Redação dada pela Lei nº 13.004, de 2014)
8. LITISPENDÊNCIA
Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art. 81, não induzem litispendência
para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada ergam omnes ou ultra partes a que aludem os incisos
II e III do artigo anterior não beneficiarão os autores das ações individuais, se não for requerida sua suspensão no
prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação coletiva.
9. COISA JULGADA
#ÉLEINAVEIA:
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada:
I - erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por insuficiência de provas, hipótese em que qualquer
legitimado poderá intentar outra ação, com idêntico fundamento valendo-se de nova prova, na hipótese do inciso
I do parágrafo único do art. 81;
II - ultra partes, mas limitadamente ao grupo, categoria ou classe, salvo improcedência por insuficiência de provas,
nos termos do inciso anterior, quando se tratar da hipótese prevista no inciso II do parágrafo único do art. 81;
III - erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todas as vítimas e seus sucessores, na
hipótese do inciso III do parágrafo único do art. 81.
§ 1° Os efeitos da coisa julgada previstos nos incisos I e II não prejudicarão interesses e direitos individuais dos
integrantes da coletividade, do grupo, categoria ou classe.
§ 2° Na hipótese prevista no inciso III, em caso de improcedência do pedido, os interessados que não tiverem inter-
vindo no processo como litisconsortes poderão propor ação de indenização a título individual.
§ 3° Os efeitos da coisa julgada de que cuida o art. 16, combinado com o art. 13 da Lei n° 7.347, de 24 de julho de
1985, não prejudicarão as ações de indenização por danos pessoalmente sofridos, propostas individualmente ou na
forma prevista neste código, mas, se procedente o pedido, beneficiarão as vítimas e seus sucessores, que poderão
proceder à liquidação e à execução, nos termos dos arts. 96 a 99.
§ 4º Aplica-se o disposto no parágrafo anterior à sentença penal condenatória.
Art. 104. As ações coletivas, previstas nos incisos I e II e do parágrafo único do art. 81, não induzem litispendência
para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada ergam omnes ou ultra partes a que aludem os incisos
II e III do artigo anterior não beneficiarão os autores das ações individuais, se não for requerida sua suspensão no
prazo de trinta dias, a contar da ciência nos autos do ajuizamento da ação coletiva.
#TABELALOVERS
Coisa julgada erga omnes, exceto se o pedido for julgado improcedente por
insuficiência de provas, hipótese em que qualquer legitimado poderá intentar
CJ SECUNDUM EVENTUM
#COMOCAIU
Ano: 2021 Banca: FCC Órgão: DPE-GO Prova: FCC - 2021 - DPE-GO - Defensor Público
Determinada empresa lançou um consórcio para aquisição de moradias populares com pagamento de presta-
ções que, pelo baixo preço, atraíram centenas de interessados. Após um ano, contudo, as prestações dobraram
de valor por conta da incidência de pequenos reajustes mensais não previstos no contrato. A Defensoria Pública
ajuizou ação para defesa dos direitos dos consorciados e o processo foi sentenciado. A coisa julgada, nesse caso,
segundo a legislação vigente, terá efeito 38
A)inter partes, alcançando todos os consorciados, atuais e futuros em caso de procedência, desde que compro-
vada a hipossuficiência.
B)intra partes, em caso de procedência ou de improcedência, aberta a habilitação de interessados na fase de
cumprimento de sentença.
C)secundum eventum litis, contra todos, ainda que o pedido seja julgado improcedente por insuficiência de
provas.
D)erga omnes, apenas no caso de procedência do pedido, para beneficiar todos os consorciados e seus suces-
sores.
E)ultra partes, mas restrita ao grupo de consorciados, salvo improcedência por insuficiência de provas.
38 Gabarito: E
#ATENÇÃO #INOVAÇÃOLEGISLATIVA:
Art. 104-A. A requerimento do consumidor superendividado pessoa natural, o juiz poderá instaurar processo de
repactuação de dívidas, com vistas à realização de audiência conciliatória, presidida por ele ou por conciliador
credenciado no juízo, com a presença de todos os credores de dívidas previstas no art. 54-A deste Código, na qual
o consumidor apresentará proposta de plano de pagamento com prazo máximo de 5 (cinco) anos, preservados
o mínimo existencial, nos termos da regulamentação, e as garantias e as formas de pagamento originalmente
pactuadas. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
§ 1º Excluem-se do processo de repactuação as dívidas, ainda que decorrentes de relações de consumo, oriundas
de contratos celebrados dolosamente sem o propósito de realizar pagamento, bem como as dívidas provenientes
de contratos de crédito com garantia real, de financiamentos imobiliários e de crédito rural. (Incluído pela Lei
nº 14.181, de 2021)
§ 2º O não comparecimento injustificado de qualquer credor, ou de seu procurador com poderes especiais e plenos
para transigir, à audiência de conciliação de que trata o caput deste artigo acarretará a suspensão da exigibilidade
do débito e a interrupção dos encargos da mora, bem como a sujeição compulsória ao plano de pagamento da
dívida se o montante devido ao credor ausente for certo e conhecido pelo consumidor, devendo o pagamento a
esse credor ser estipulado para ocorrer apenas após o pagamento aos credores presentes à audiência conciliató-
ria. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
§ 3º No caso de conciliação, com qualquer credor, a sentença judicial que homologar o acordo descreverá o plano
de pagamento da dívida e terá eficácia de título executivo e força de coisa julgada. (Incluído pela Lei nº 14.181,
de 2021)
§ 4º Constarão do plano de pagamento referido no § 3º deste artigo: (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
I - medidas de dilação dos prazos de pagamento e de redução dos encargos da dívida ou da remuneração do
fornecedor, entre outras destinadas a facilitar o pagamento da dívida; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
II - referência à suspensão ou à extinção das ações judiciais em curso; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
III - data a partir da qual será providenciada a exclusão do consumidor de bancos de dados e de cadastros de
inadimplentes; (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
IV - condicionamento de seus efeitos à abstenção, pelo consumidor, de condutas que importem no agravamento
de sua situação de superendividamento. (Incluído pela Lei nº 14.181, de 2021)
§ 5º O pedido do consumidor a que se refere o caput deste artigo não importará em declaração de insolvência
civil e poderá ser repetido somente após decorrido o prazo de 2 (dois) anos, contado da liquidação das obrigações
previstas no plano de pagamento homologado, sem prejuízo de eventual repactuação. (Incluído pela Lei nº
14.181, de 2021)
PONTO 4-8: 4 Sistema nacional de defesa do consumidor. 4.1 Defensoria pública. 4.2 Ministério Público.
4.3 Delegacia do consumidor. 4.4 PROCON. 4.5. Associações civis de defesa do consumidor. 4.6 Instituto
Brasileiro de Política e Direito do Consumidor. 4.7 Instituto brasileiro de defesa do consumidor. 4.8
Secretaria Nacional do Consumidor - SENACON. 4.8 Sistema nacional de informações de defesa do
consumidor - SINDEC. 4.9 Conflito de atribuições entre PROCON e outros órgãos de defesa do consumidor.
5 Convenção coletiva. 6. Lei nº 8.078/1990. 7. Decreto nº 2.181/1997.
Galera, essa parte é pura letra de lei + juris, e não tem muita incidência em provas! Se tiver com tempo dis-
ponível, cabe fazer a leitura sistematizada da jurisprudência relativa ao PROCON lá no buscador do Dizer o Direito!
#APOSTACICLOS Eu apostaria que se esse ponto caísse, seria com relação a figura do PROCON!
DECRETO N. 2.181/1997
Art. 2 Art. 6 Art. 57
#SELIGANALEI:
Art. 105. Integram o Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC), os órgãos federais, estaduais, do Distrito
Federal e municipais e as entidades privadas de defesa do consumidor.
Art. 106. O Departamento Nacional de Defesa do Consumidor, da Secretaria Nacional de Direito Econômico (MJ),
ou órgão federal que venha substituí-lo, é organismo de coordenação da política do Sistema Nacional de Defesa
do Consumidor, cabendo-lhe:
I - planejar, elaborar, propor, coordenar e executar a política nacional de proteção ao consumidor;
II - receber, analisar, avaliar e encaminhar consultas, denúncias ou sugestões apresentadas por entidades repre-
sentativas ou pessoas jurídicas de direito público ou privado;
III - prestar aos consumidores orientação permanente sobre seus direitos e garantias;
IV - informar, conscientizar e motivar o consumidor através dos diferentes meios de comunicação;
V - solicitar à polícia judiciária a instauração de inquérito policial para a apreciação de delito contra os consumi-
dores, nos termos da legislação vigente;
VI - representar ao Ministério Público competente para fins de adoção de medidas processuais no âmbito de suas
atribuições;
VII - levar ao conhecimento dos órgãos competentes as infrações de ordem administrativa que violarem os inte-
resses difusos, coletivos, ou individuais dos consumidores;
VIII - solicitar o concurso de órgãos e entidades da União, Estados, do Distrito Federal e Municípios, bem como
auxiliar a fiscalização de preços, abastecimento, quantidade e segurança de bens e serviços;
IX - incentivar, inclusive com recursos financeiros e outros programas especiais, a formação de entidades de defesa
do consumidor pela população e pelos órgãos públicos estaduais e municipais;
X - (Vetado).
XI - (Vetado).
XII - (Vetado)
XIII - desenvolver outras atividades compatíveis com suas finalidades.
Parágrafo único. Para a consecução de seus objetivos, o Departamento Nacional de Defesa do Consumidor poderá
solicitar o concurso de órgãos e entidades de notória especialização técnico-científica.
2. DECRETO Nº 2.181/1997
Art. 6º As entidades e órgãos da Administração Pública destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos pelo
Código de Defesa do Consumidor poderão celebrar compromissos de ajustamento de conduta às exigências legais,
nos termos do § 6º do art. 5º da Lei nº 7.347, de 1985, na órbita de suas respectivas competências.
§ 1º A celebração de termo de ajustamento de conduta não impede que outro, desde que mais vantajoso para o
consumidor, seja lavrado por quaisquer das pessoas jurídicas de direito público integrantes do SNDC.
§ 2º A qualquer tempo, o órgão subscritor poderá, diante de novas informações ou se assim as circunstâncias o exi-
girem, retificar ou complementar o acordo firmado, determinando outras providências que se fizerem necessárias,
sob pena de invalidade imediata do ato, dando-se seguimento ao procedimento administrativo eventualmente
arquivado.
§ 3º O compromisso de ajustamento conterá, entre outras, cláusulas que estipulem condições sobre:
I - obrigação do fornecedor de adequar sua conduta às exigências legais, no prazo ajustado
II - pena pecuniária, diária, pelo descumprimento do ajustado, levando-se em conta os seguintes critérios:
a) o valor global da operação investigada;
#DEOLHONAJURIS:
O Procon pode interpretar as cláusulas de um contrato de consumo e, se considerá-las abusivas, aplicar sanções
administrativas ao fornecedor de bens e serviços. STJ. 2ª Turma. REsp 1279622-MG, Rel. Min. Humberto Martins,
julgado em 6/8/2015 (Info 566).
5. ATUAÇÃO DO PROCON
O CDC prevê que os órgãos de defesa do consumidor, como o PROCON, podem aplicar sanções administra-
tivas aos fornecedores de produtos e serviços que infringirem as normas de defesa do consumidor:
Art. 56. As infrações das normas de defesa do consumidor ficam sujeitas, conforme o caso, às seguintes sanções
administrativas, sem prejuízo das de natureza civil, penal e das definidas em normas específicas:
I - multa;
II - apreensão do produto;
III - inutilização do produto;
IV - cassação do registro do produto junto ao órgão competente;
6. MULTA
Segundo o parágrafo único desse artigo, a multa deveria ser fixada em UFIR. Veja:
Art. 57. A pena de multa, graduada de acordo com a gravidade da infração, a vantagem auferida e a condição
econômica do fornecedor, será aplicada mediante procedimento administrativo, revertendo para o Fundo de que
trata a Lei nº. 7.347, de 24 de julho de 1985, os valores cabíveis à União, ou para os fundos estaduais ou municipais
de proteção ao consumidor nos demais casos.
Parágrafo único. A multa será em montante não inferior a duzentas e não superior a três milhões de vezes o valor
da Unidade Fiscal de Referência (UFIR), ou índice equivalente que venha substituí-lo.
7. JURSIPRUDÊNCIA #OLDBUTGOLD
#DEOLHONAJURIS:
A pena de multa aplicável às hipóteses de infração das normas de defesa do consumidor (art. 56, I, do CDC)
pode ser fixada em reais, não sendo obrigatória a sua estipulação em Unidade Fiscal de Referência (UFIR). O art.
57 do CDC, ao estabelecer que a “multa será em montante não inferior a duzentas e não superior a três milhões
de vezes o valor da Unidade Fiscal de Referência (Ufir), ou índice equivalente que venha a substituí-lo”, apenas
define os limites para a fixação da multa. STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1.466.104-PE, Rel. Min. Humberto Martins,
julgado em 6/8/2015 (Info 567).
#FOCONOCDC:
Art. 5º Qualquer entidade ou órgão da Administração Pública, federal, estadual e municipal, destinado à defesa
dos interesses e direitos do consumidor, tem, no âmbito de suas respectivas competências, atribuição para apurar
e punir infrações a este Decreto e à legislação das relações de consumo.
Parágrafo único. Se instaurado mais de um processo administrativo por pessoas jurídicas de direito público distin-
tas, para apuração de infração decorrente de um mesmo fato imputado ao mesmo fornecedor, eventual conflito de
competência será dirimido pela Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça e Segurança Pública,
que poderá ouvir o Conselho Nacional de Defesa do Consumidor, considerada a competência federativa para le-
gislar sobre a respectiva atividade econômica. (Redação dada pelo Decreto nº 10.417, de 2020)
DIREITO EMPRESARIAL39
Futuros (as) Defensores (as), adentramos agora em território desconhecido com relação a Defensoria Públi-
ca do Ceará. Não é muito comum essa matéria ser cobrada em provas de defensoria, porém desde a prova da
DPE-SC estamos vendo uma incidência bem grande dessa matéria nas provas de defensoria!!logo, não podemos
renegar! Eu sei! Eu sei que vocês não gostam, masssss temos que estudar! Não tem jeito.
Contudo, como a banca da prova é a FCC dá para tentar adivinhar o que vamos encontrar na prova da De-
fensoria do Ceará. Isso porque, quanto a FCC não há muito mistério, é lei seca e mais lei seca. Atualmente estamos
vendo uma mudança de perfil da FCC sendo cobrada um pouquinho de jurisprudência, mass em empresarial o
forte é a lei seca mesmo!
Em uma análise do edital, percebe-se que não há a cobrança de nenhum tema exótico nem grandes ino-
vações em relação ao direito empresarial. Dessa forma, esperamos uma prova baseada na cobrança de lei seca e
eventual cobrança de jurisprudência.
Com relação especificamente a matéria, é importante estar antenado com a lei 14.112/20 que modificou a lei
de falência e recuperação judicial, trazendo pontos importantes para a nossa provas. E você sabe que se é #INO-
VAÇÃOLEGISLATIVA o #EXAMINADORAMA
Apesar de a maioria das questões terem como conteúdo a legislação, nesse ponto não deixem de manter a
atualização da jurisprudência e das súmulas, pois sempre há novidades passíveis de cobrança!
Pessoal, trata-se de um ponto inicial em direito empresarial, mas que abrange muitos assuntos. Tais pontos,
não costumam ser muito cobrados diretamente em provas de FCC. Contudo, alguns conceitos trazidos no Código
Civil podem ser alvos de questões e ainda os artigos de lei dessa parte costumam cair em provas que tem prefe-
rência pela cobrança da letra de lei.
A maior incidência nesse ponto era a cobrança relacionada à EIRELI!! Contudo, sabemos que a lei 14.195/21
trouxe fim a esse instituto. Logo, no que tange a esse tópico, vale a pena dar uma lida nas alterações provocadas
por essa lei no Código Civil! Tal diploma legislativo modificou algumas disposições sobre nome empresarial e sobre
o fim da EIRELI. No que tange a esse ponto, vale a pena a leitura do material disponibilizado pelo nosso anjo Mar-
cinho do Dizer o Direito que traz uma análise rápida e resumida das principais alterações.
No que tange a esses pontos, vale a leitura a do seu material próprio ou pela FUC (FUC 1 e 2 de Direito Em-
presarial).
Se houver também, cabe também a leitura da FUC 03 (ESCRITURAÇÃO, NOME E ESTABELECIMENTO). Res-
salto que nesses pontos a cobrança é praticamente total de letra da lei dos dispositivos do Código Civil. Assim, se
estiver com pouco tempo, pode se agarrar ao Vade Mecum e focar na leitura da legislação!
#FOCONALEI: Ler os artigos 966 a 980 e arts. 1.142 e 1.195 do Código Civil, Lei 123/06 e Lei 8.934/94.
- Livre iniciativa
- Livre concorrência
2. EMPRESÁRIO
A nomenclatura EMPRESÁRIO pode ser usado tanto para pessoa física, quanto para pessoa jurídica.
3. CONCEITO DE EMPRESÁRIO
Empresário é quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circula-
ção de bens ou de serviços. Elementos:
- Profissionalmente
- Atividade econômica
- Organização empresarial
São os autônomos ou profissionais liberais, se forem pessoas físicas, ou sociedades simples ou se forem
pessoas jurídicas. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária
ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores. SALVO se o exercício da profissão constituir
elemento de empresa.
5. INSCRIÇÃO
O empresário deve fazer a sua inscrição. O registro possui, como regra, natureza DECLARATÓRIA, não sen-
do essencial para que o exercente de atividade empresária seja caracterizado como empresário, nem para a sua
consequente submissão ao regime jurídico empresarial. A inscrição é importante para aferir sua regularidade. A
exceção fica por conta daqueles que exercem atividade rural, para os quais o registro possui natureza constitutiva.
Os livros empresariais podem ser obrigatórios ou facultativos. Antes de iniciar o uso, devem ser autenticados
no Registro Público. A eficácia probatória dos livros empresariais contra o empresário opera-se independentemen-
te de os mesmos estarem corretamente escriturados. Em contrapartida, para que os livros façam prova a favor do
empresário é preciso que eles estejam regularmente escriturados.
7. EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
Requisitos para ser empresário individual: estar em pleno gozo da capacidade civil + não ter impedimento
legal
Exemplos de impedimentos: MP Magistratura, Defensoria, militares, servidores públicos federais, falidos não rea-
bilitados.
8. EMPRESÁRIO INCAPAZ
- Ser assistido/representado
- Autorização judicial
9. EMPRESÁRIO CASADO
Precisa de outorga conjugal para alienação dos bens imóveis da empresa? Não depende da outorga conjugal
para alienar ou gravar de ônus real o imóvel utilizado no exercício da empresa. Todavia, deve existir prévia averba-
ção de autorização conjugal, no cartório de registro de imóveis, destinando o imóvel para a atividade empresarial.
10. EIRELI
É uma nova pessoa jurídica de direito privado constituída por um único titular.
- Pode ser atribuída à EIRELI a remuneração decorrente da cessão de direitos patrimoniais de autor ou de
imagem, nome, marca ou voz, vinculados à atividade profissional.
#ATENÇÃO #RIPEIRELI:
De acordo com o Professor André Santa Cruz, a EIRELI teve sua morte decretada. Confira o que diz o art. 41
do PLV da MP 1.040, que foi aprovado em agosto pelo Congresso nacional:
Art. 41. As empresas individuais de responsabilidade limitada existentes na data da entrada em vigor desta Lei
serão transformadas em sociedades limitadas unipessoais independentemente de qualquer alteração em seu ato
constitutivo.
Além disso, serão revogados o inciso VI do art. 44 e o art. 980-A do Código Civil, os quais, tratam justamente
da EIRELI.
Galera, esse ponto que envolve sociedade é importante demais, seja em direito empresarial seja em provas
da FCC. Para a defensoria, não é necessário um aprofundamento muito grande, mas é importante que o aluno
esteja antenado com as disposições do Código Civil e a jurisprudência recente.
Na análise das últimas provas da FCC, é o assunto MAIS RECORRENTE em Direito empresarial #ALERTAMÁ-
XIMO.
Algumas espécies de sociedades têm maior incidência nas provas de magistratura da FCC #OEXAMINADO-
RAMA:
- Sociedade em Comum
Faça a leitura do seu material próprio ou das FUCS (FUC 5, 6, 7, 8 de Direito Empresarial).
Na parte da legislação, para a defensoria leiam somente os arts. destacados nas tabelinhas abaixo.
#ÉGOLDEPLACA Recentemente foi promulgada a Lei 14.193/21 que instituiu a Sociedade Anônima do Fu-
tebol cuja atividade principal consiste na prática do futebol, feminino e masculino, em competição profissional. Já
que é #INOVAÇÃOLEGISLATIVA vale a leitura da lei, e se não tiver muito tempo, leia somente do art. 1º ao art. 10.
As sociedades, como pessoas jurídicas de direito privado, podem ser simples, porque seguem atividade civil,
ou empresária, porque têm por objeto o desenvolvimento de atividade empresarial.
Independentemente do seu objeto, considera-se empresária a sociedade por ações, e simples, a cooperativa.
2. PERSONALIDADE JURÍDICA
A sociedade adquire personalidade com a inscrição. Enquanto para os empresários individuais a inscrição
é DECLARATÓRIA, para as sociedades, a inscrição é CONSTITUTIVA de sua personalidade. Para as SOCIEDADES
RURAIS, a inscrição também é FACULTATIVA. O principal efeito da personificação é a autonomia patrimonial (#LINK-
MENTAL #CROSSOVER com direito civil: Desconsideração da Personalidade Jurídica).
- Sociedade em comum
3. SOCIEDADE EM COMUM
- É a sociedade que não levou a registro os atos constitutivos (sociedade irregular ou sociedade de fato).
- Não possui personalidade jurídica. Caso seja levada a registro irá adquirir a personalidade jurídica.
- Os sócios podem provar a existência da sociedade por escrito, nas relações entre si ou com terceiros.
- Bens e dívidas sociais constituem patrimônio especial. Os sócios são titulares em comum do patrimônio
especial.
SOCIEDADE EM COMUM:
- É a sociedade que não levou a registro os atos constitutivos (sociedade irregular ou sociedade de fato).
- Não possui personalidade jurídica. Caso seja levada a registro irá adquirir a personalidade jurídica.
- Os sócios podem provar a existência da sociedade por escrito, nas relações entre si ou com terceiros.
- Bens e dívidas sociais constituem patrimônio especial. Os sócios são titulares em comum do patrimônio
especial.
5. SOCIEDADE SIMPLES
- Cuidado com a nomenclatura! Pode-se chamar sociedade simples aquela que não é empresária ou uma
- A inscrição do contrato social, no Registro Civil, deve ocorrer nos 30 dias após a constituição, possuindo o
registro efeitos EX TUNC (retroagem à data da constituição). Caso haja a inscrição após os 30 dias, os efeitos
serão EX NUNC.
- Modificação no contrato social: cláusulas essenciais do contrato social (art. 997) = UNANIMIDADE; demais
matérias = MAIORIA ABSOLUTA DE VOTOS.
6. SOCIEDADE ANÔNIMAS
Cada sócio é titular de determinado número de ações, sendo chamado de acionista. Ela é sempre empresária por
força lei, independentemente do seu objeto social.
7. TIPOS DE S/A
- ABERTA – aquela que negocia seus valores mobiliários no mercado de capitais (formado pela bolsa de
valores e pelo Mercado de balcão). Para tanto, é necessária uma prévia autorização e registro perante a Comissão
de Valores Mobiliários (CVM).
- FECHADA – aquelas que não negociam seus valores mobiliários no mercado de capitais.
8. AÇÕES
São bens móveis que representam frações em que estão divididos o capital social, concedendo ao seu titular
um complexo de direitos e deveres. São indivisíveis em relação à companhia. Elas têm vários valores:
- Valor ou preço de emissão: é aquele pago por quem subscreve a ação e é fixado pelos fundadores no
momento da constituição da empresa;
- Valor patrimonial: valor da ação em relação ao patrimônio. Patrimônio dividido pelo número de ações. Esse
valor será pago em caso de dissolução total ou parcial da sociedade.
9. TIPOS DE AÇÃO:
A) Nominativas: são aquelas cujos titulares estão designados no Livro de Registro de Ações Nominativas.
Para a transferência destas, bastará o termo lavrado no livro de Transferência de Ações Nominativas datado e assi-
nado pelo cedente e pelo cessionário, ou por seus representantes. Em verdade, todas as ações de uma sociedade
anônima devem ser nominais, haja vista que a Lei n. 8.021/90 vedou a emissão de títulos ao portador.
B) Escriturais: elas não deixam de ser nominativas, visto que são identificados seus titulares (a propriedade é
caracterizada por extrato de depósito do titular). Entretanto, diferenciam-se quanto a forma de transferência, uma
vez que esta ocorre por contas de depósito. Aqui, uma instituição financeira autorizada pela CVM, manterá contas
de depósitos em nome dos titulares das ações.
Poderão ser:
a) ORDINÁRIAS ou em comum: conferem aos acionistas os direitos comuns, como o direito a voto e de par-
ticipação nos lucros. São ações de emissão obrigatória por todas as companhias.
b) PREFERENCIAIS: conferem aos acionistas certas vantagens, que podem consistir em (art. 17):
Prioridade na distribuição de dividendo fixo (obtido lucro pela sociedade, o estatuto prevê qual o percentual
fixo que será recebido pelos acionistas preferenciais, o que sobrar será dividido entre os ordinários), mínimo (se
ocorrendo determinado lucro, os preferencialistas recebem o mínimo fixado, o que sobrar vai servir para pagar a
mesma quantidade aos portadores das ações ordinárias; sobrando ainda nova partilha é feita entre os preferencia-
listas) ou cumulativos (se a sociedade não divide os lucros, eles serão cumulados para o próximo ano);
Prioridade no reembolso do capital, com prêmio ou sem ele. O estatuto poderá deixar de conferir às ações
preferenciais alguns dos direitos reconhecidos às ações ordinárias ou conferi-los com restrição. O número de ações
preferenciais sem direito de voto ou sujeitas a restrições não poderá ultrapassar 50% do total das ações emitidas.
O que são as ações golden share? São ações preferenciais de natureza especial, titularizada pelo Estado,
quando este faz privatização, tendo direito de veto a certas matérias.
c) GOZO OU FRUIÇÃO: são aquelas distribuídas aos acionistas titulares de ações ordinárias ou preferenciais
em substituição dessas ações que já foram amortizadas (art. 15). A amortização consiste na distribuição aos
acionistas, a título de antecipação e sem redução do capital social, da quantia a que teriam direito em caso
de liquidação da companhia.
d) DEBÊNTURES: são valores mobiliários que conferem a seus titulares direito de crédito contra a companhia,
nas condições constantes da escritura de emissão e, se houver, do certificado. São títulos emitidos pela S/A
para negociar junto ao público, levantando capital para sociedade, é como se fosse um empréstimo feito
para a Sociedade (captação de recursos). É título executivo extrajudicial elencado no CPC (artigo 585, I).
e) PARTES BENEFICIÁRIAS: são títulos negociáveis, sem valor nominal e estranhos ao capital social. São emi-
tidos para captar recursos ou remunerar serviço prestado. É um direito de crédito eventual (negócio de alto
risco), até um limite de 10% do lucro da empresa, dependendo da existência ou não de obtenção de lucro
pela sociedade. Somente podem ser emitidas por sociedades fechadas (Lei 10303/01).
f ) BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO: são valores mobiliários que conferem ao titular, nas condições constantes do
certificado, o direito de preferência para subscrever novas ações por ocasião do aumento do capital social
autorizado no estatuto, antes de qualquer outro. Não é um direito de crédito, é, simplesmente, um direito de
preferência, que precede inclusive o acionista.
g) COMMERCIAL PAPER: são espécies de notas promissórias e servem para a captação de recursos no mer-
cado de capital, sendo restituídos aos investidores em curto prazo. Esse prazo é de, no mínimo, 30 e, no
máximo, 180 dias, para a restituição dos valores recebidos em mercado pela companhia. Tais títulos somente
se transferem por endosso em preto e com a cláusula “sem garantia”.
PONTO 3: 3. Dos Títulos de Crédito: Disposições Gerais, Títulos ao Portador, Títulos à Ordem e Títulos
Nominativos. Títulos em Espécie: Da Letra de Câmbio. Da Nota Promissória. Da Duplicata de Compra e
Venda Mercantil e de Prestação de Serviços. Do Cheque.
No tocante a esse ponto, utilizar o material próprio ou as FUC (FUC 9 – TÍTULOS DE CRÉDITO) de Direito
Empresarial), mas #ATENÇÃO a leitura da FUC deve ser rápida e em rolagem automática, não perca muito tempo
com a doutrina.
#ALERTAMÁXIMO Dentre os títulos previstos no edital, foquem principalmente no estudo do CHEQUE e das
DUPLICATAS!! Além da leitura das leis 7.357/85 e 5.474/66, façam a leitura das súmulas relacionadas a esses títulos,
pois também podem ser cobradas. A gente sabe que a #FCCAMASÚMULA
Para auxiliar vocês, vamos fazer uma explanação sobre o que trata cada lei, com um mapeamento dos princi-
pais artigos! Para o estudo da defensoria, não é necessário a leitura integral de cada lei, apenas foquem nos artigos
indicados nas tabelas abaixo, ok? #EUOUVIUMAMÉM?
- O Decreto 2.044/1908 define a letra de câmbio e a nota promissória e regula as operações cambiais cor-
relatas.
- O Decreto 57.663/66 é a famosa “LUG”: Lei Uniforme de Genebra. Aqui, a leitura deve ser feita apenas do
“ANEXO I – LEI UNIFORME RELATIVA ÀS LETRAS DE CÂMBIO E NOTAS PROMISSÓRIAS”.
DECRETO 2.044/1908
Art. 55
DECRETO 57.663/1966
Art. 5º Art. 10 Arts. 11 a 20
Arts. 21 a 26 Art. 28 Arts. 30 a 32
Art. 33 Arts. 38 a 40 Arts. 43 e 44
Art. 47 Arts. 70 e 71 Arts. 75 e 76
Lei do cheque:
LEI 7.357/85
Art. 1º Art. 2º Art. 3º
Art. 6º Art. 7º Art. 9º
Art. 10 Art. 12 Art. 16
Art. 17 Art. 18 Art. 20
Art. 21 Art. 26 Art. 29
Art. 30 Art. 31 Art. 32
Art. 33 Art. 47 Art. 59
Art. 61 Art. 62
DUPLICATA: A lei 5.474/68 é outra que tem grande incidência em provas da FCC.
Obs.: Pessoal, o art. 20 da lei da duplicata sofreu uma alteração pela Medida Provisória 1.051 de 2021, a qual
institui o Documento Eletrônico de Transporte.
Art. 20. Poderão emitir, na forma prevista nesta Lei, fatura e duplicata: (Redação dada pela Medida Provisória nº
1.051, de 2021)
I - as empresas, individuais ou coletivas, fundações ou sociedades civis, que se dediquem à prestação de serviços;
e (Incluído pela Medida Provisória nº 1.051, de 2021)
II - o Transportador Autônomo de Cargas - TAC, de que trata o inciso I do caput do art. 2º da Lei nº 11.442, de 5
de janeiro de 2007. (Incluído pela Medida Provisória nº 1.051, de 2021)
LEI 5.474/68
Art. 1º Art. 2º Art. 3º
Art. 8º Art. 9º Art. 10
Art. 11 Art. 12 Art. 13
Art. 15 Art. 18 Art. 20
Art. 21
Lei 6.840/80. Essa lei trata da Cédula de Crédito Comercial e da nota de Crédito Comercial, que represen-
tam os empréstimo concedidos pelas instituições financeiras à atividade comercial. É uma lei bem pequena e não
cobrada nas últimas provas da nossa banca. Então podem fazer uma leitura rápida neste ponto.
- Decreto Lei 167/67: Trata especificamente dos Títulos de Crédito Rurais. Não é uma norma de cobrança
expressiva nas últimas provas, no entanto, sofreu alteração legislativa em 2020, de modo que não podemos deixar
de estudá-la com atenção!!
- Lei 11.076/04: Dispõe sobre o Certificado de Depósito Agropecuário – CDA, o Warrant Agropecuário – WA,
o Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio – CDCA, a Letra de Crédito do Agronegócio – LCA e o Certi-
ficado de Recebíveis do Agronegócio – CRA.
LEI 11.076/04
LEI 10.931/04
Art. 2º Art. 3º Art. 4º
Art. 12 a 17 Art. 18 Art. 20 a 25
2. CARACTERÍSTICAS DO CHEQUE
- É ordem de pagamento.
- Necessariamente à vista. Ele é exigível de imediato. Na lei de cheques não há a figura do cheque pré-da-
tado. Foi uma construção jurisprudencial. Mas se a pessoa apresenta antes da data, há um rompimento com a
boa-fé objetiva e por isso a Súmula 370 do STJ afirma que caracteriza dano moral a apresentação antecipada de
cheque pré-datado.
OBS.: título à vista é aquele que vence no ato de sua apresentação do pagamento.
- Não admite o aceite. Afinal o banco não pode recusar o pagamento quando há fundos.
Cuidado: os títulos que são de ordem de pagamento normalmente eles têm um ato cambionário específico
chamado de aceite. O cheque, porém, embora seja uma ordem de pagamento, ele não comporta aceite (art.6).
3. #AJUDAMARCINHO
O cheque pós-datado amplia o prazo de apresentação? Em suma, no caso de cheque pós-datado (pré-datado),
a partir de quando é contado o prazo de apresentação?
1) Pós-datação regular (efetivada no campo referente à data de emissão): SIM.
A pactuação da pós-datação de cheque, para que seja hábil a ampliar o prazo de apresentação à instituição
financeira sacada, deve espelhar a data de emissão estampada no campo específico da cártula. O ordenamento
jurídico confere segurança e eficácia à pós-datação regular (efetivada no campo referente à data de emissão).
Ex.: no dia 20/05, João emitiu (preencheu) um cheque e o entregou para Pedro (beneficiário). No entanto, no
campo reservado para a data de emissão, ele, em vez de colocar 20/05, escreveu 20/07 (data que ficou combi-
nada para que Pedro sacasse o cheque). O termo inicial do prazo de apresentação do cheque é o dia 20/07. STJ.
2a Seção. REsp 1.423.464-SC, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 27/4/2016 (recurso repetitivo) (Info 584).
2) Pós-datação extracartular (feita em campo diverso do campo específico): NÃO.
A pós-datação extracartular do cheque não modifica o prazo de apresentação nem o prazo de prescrição do
título. A pós-datação extracartular tem existência jurídica, mas apenas com natureza obrigacional entre as partes
(Súmula 370). Esta pactuação extracartular, contudo, é ineficaz em relação à contagem do prazo de apresenta-
ção e, por conseguinte, não tem o condão de operar o efeito de ampliar o prazo de apresentação do cheque.
Ex.: João emitiu o cheque no dia 20/05 e o entregou a Pedro. No campo reservado para a data de emissão, ele
colocou 20/05 (dia atual). No entanto, no verso do cheque escreveu o seguinte: “bom para o dia 20/07” (que foi
a data combinada para que Pedro sacasse o dinheiro). O termo inicial do prazo de apresentação do cheque con-
tinua sendo o dia 20/05. STJ. 4a Turma. REsp 1.124.709-TO, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 18/6/2013
(Info 528).
4. PRAZOS CHEQUE
Prazo para apresentação do cheque: A apresentação para pagamento do cheque ocorre na instituição
financeira responsável pela compensação (banco sacado).
O prazo para apresentação não é o prazo prescricional do cheque. A perda tem uma consequência, mas que
não são as mesmas da prescrição:
Só é possível a execução do endossante de cheque, se ele for apresentado dentro do prazo legal.
Súmula 600/STJ: “Cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas, ainda que não apresentado o cheque
ao sacado no prazo legal, desde que não prescrita a ação cambiária”.
- Ação de enriquecimento ou locupletamento indevido – está prevista na lei de cheque (artigo 61); é uma
ação de conhecimento e somente pode ser ajuizada depois de prescrito o cheque. Ela somente é cabível no prazo
de 2 anos após a consumação da prescrição.
- Ação monitória (para qualquer título de crédito prescrito) – Súmula 299 do STJ (prescrição de 5 anos a
contar do dia seguinte ao vencimento).
7. DUPLICATA
É um título causal que somente pode ser emitida por: compra e venda mercantil (empresários) e prestação
de serviço. Ela é uma ordem de pagamento sempre vinculada ao contrato de compra e venda ou de prestação de
serviços. Existe o sacador ou emitente (é o que emite a duplicata; ele é o vendedor) e o sacado (que é o compra-
dor), que paga para o beneficiário, que é o próprio vendedor.
Uma duplicata só pode corresponder a uma única fatura (artigo 2°, § 2°, da Lei).
Obs.: A emissão de duplicata sem um negócio é considerado crime (“duplicata fria” – art. 172 do CP).
CARACTERÍSTICAS DA DUPLICATA:
- Título causal. Título de crédito que emerge de uma compra e venda mercantil ou prestação de serviço.
- Ordem de pagamento.
8. ACEITE NA DUPLICATA
O aceite na duplicata é obrigatório, por tratar-se de título causal. O aceite só poderá ser recusado (não é
irrecusável) de acordo com os arts. 8o e 21: (rol taxativo):
- Defeito na mercadoria;
- Avaria;
9. QUAL É O PRAZO PRESCRICIONAL PARA A COBRANÇA, POR MEIO DE AÇÃO MONITÓRIA, DE DÍVIDA
REPRESENTADA POR CÉDULA DE CRÉDITO BANCÁRIO?
#DEOLHONAJURIS:
A pretensão de cobrança, por meio de ação monitória, de dívida representada por cédula de crédito bancário
prescreve em cinco anos. Fundamento: art. 206, § 5º, I, CC. A Cédula de Crédito Bancário prescrita é considerada
um instrumento particular que representa uma obrigação líquida. Logo, enquadra-se no referido dispositivo. STJ.
3ª Turma. REsp 1940996-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 21/09/2021 (Info 711).
A cédula de crédito rural é uma promessa de pagamento em dinheiro, sem ou com garantia real cedular-
mente constituída, sendo regulamentada pelo Decreto-Lei 167/67. Existem as seguintes modalidades de cédulas de
crédito rural: I — cédula Rural Pignoratícia; II — cédula Rural Hipotecária; III — cédula Rural Pignoratícia e Hipote-
cária; IV — nota de Crédito Rural.
O emitente da cédula fica obrigado a aplicar o financiamento para fins ajustados – a produção agropecuária
– devendo comprovar essa utilização para a instituição financeira. Trata-se, portanto, de um título causal.
Exige que o financiador faça parte do sistema nacional de crédito rural, podendo ser pessoa física ou jurídica.
Permite que cooperativas rurais possam também se valer desse tipo de título de crédito.
Quanto às garantias, elas poderão ser ofertadas tanto pelo próprio financiado, como por terceiros.
As cédulas de crédito rural, por si só se presumem válidas, porém, para que possuam eficácia perante tercei-
ros, fica determinada a necessidade de registro no cartório de registro de imóveis.
Súmula 93-STJ: A legislação sobre cédulas de crédito rural, comercial e industrial admite o pacto de capitaliza-
ção de juros.
Súmula 16-STJ: A legislação ordinária sobre crédito rural não veda a incidência da correção monetária.
Pessoal, esse ponto pode ser localizado em diversas matérias além de também ser encontrado também em
empresarial. É importante que o aluno foque bastante nas juris referentes aos temas desse pontos! É o que costuma
cair nas provas!
Os contratos de alienação e leasing podem ser estudados em direito civil, mas aposto aqui que se houver
cobrança desses dois contratos, tais cairão relacionados com alguma jurisprudência.
Vale uma busca sistematizada no dizer o direito sobre o tema e eu #SEFOSSEVOCÊ daria uma atenção es-
pecial para a jurisprudência referente a contrato de shopping center.
A cobrança desse tema, em sua maioria, é feita através das Súmulas dos Tribunais Superiores. #NÃOSA-
BOTEASSÚMULAS.
Portanto, nesse tópico cabe a leitura rápida do seu material de base ou da FUC 12 – CONTRATOS BANCÁ-
RIOS e da FUC 13 – CONTRATOS MERCANTIS, e ainda uma leitura das súmulas e jurisprudência recente sobre o
tema. Corre lá para o Buscador do Dizer o Direito e faça sua atualização jurisprudencial.
Nesse tema, não há a necessidade de leitura de lei ou artigo destacado. Dessa forma, troque a leitura da
lei pela leitura das súmulas e jurisprudência pertinentes.
1. #DEOLHONAJURIS
#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA:
A instituição pode cobrar tarifa bancária pela liquidação antecipada do saldo devedor? • Contratos celebrados
antes da Resolução CMN nº 3.516/2007 (antes de 10/12/2007): SIM. • Contratos firmados depois da Resolução
CMN nº 3.516/2007 (de 10/12/2007 para frente): NÃO Assim, para as operações de crédito e arrendamento
mercantil contratadas antes de 10/12/2007, podem ser cobradas tarifas pela liquidação antecipada no momento
em que for efetivada a liquidação, desde que a cobrança dessa tarifa esteja claramente identificada no extrato
de conferência. É permitida, desde que expressamente pactuada, a cobrança da tarifa de liquidação antecipada
de mútuos e contratos de arrendamento mercantil até a data da entrada em vigor da Resolução nº 3.501/2007
(10/12/2007). STJ. 3ª Turma. REsp 1.370.144-SP, Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 7/2/2017 (Info 597).
STJ. 2ª Seção. REsp 1.392.449-DF, Rel. Min. Marco Buzzi, julgado em 24/5/2017 (Info 605).
b) Operações atípicas: as prestações de serviços acessórios aos clientes, como a locação de cofres ou a
custódia de valores. Podem ser realizadas por outras sociedades empresárias que não necessariamente bancos.
a) Depósito à vista, no qual o banco deve restituir imediatamente a quantia solicitada pelo depositante;
b) Depósito a pré-aviso, no qual a restituição, quando solicitada, deve ser feita pelo banco num prazo
contratualmente estipulado;
c) Depósito a prazo fixo, no qual a restituição só pode ser solicitada após determinada data fixada no con-
trato (trata-se da conhecida poupança).
5. #DEOLHONAJURIS
É possível que o contrato de abertura de crédito fixo preveja que os encargos financeiros serão um percentual
da taxa média do CDI É admissível a estipulação dos encargos financeiros de contrato de abertura de crédito
em percentual sobre a taxa média aplicável aos Certificados de Depósitos Interbancários (CDIs). Nos depósitos
interbancários, como em qualquer outro tipo de empréstimo, a instituição tomadora paga juros à instituição emi-
tente. A denominada Taxa CDI, ou simplesmente DI, é calculada com base nas taxas aplicadas em tais operações,
refletindo, portanto, o custo de captação de moeda suportado pelos bancos. STJ. 3ª Turma. REsp 1.781.959-SC,
Rel. Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 11/02/2020 (Info 665).
6. ARRENDAMENTO MERCANTIL
Pode-se definir o contrato de arrendamento mercantil como um contrato especial de locação que assegura
ao locatário a prerrogativa de adquirir o bem alugado ao final da avença, pagando, nesse caso, uma diferença
chamada valor residual. Em síntese, trata-se de um contrato de locação com opção de compra no momento final
do contrato.
a) Arrendador: É a empresa de leasing, que precisa ser uma pessoa jurídica e, mais especificamente, uma
sociedade anônima.
b) Arrendatário: Qualquer um pode ser arrendatário de contrato de leasing, seja pessoa física ou jurídica
(exceto no leasing back).
a) Devolução do bem;
c) Opção de compra Se o arrendatário fizer a opção de compra, é obrigado a pagar VRG (valor residual
garantido).
De acordo com André Luiz Santa Cruz Ramos, o contrato de alienação fiduciária em garantia é o negócio
jurídico instrumental em que uma das partes, em confiança, aliena a outra a propriedade resolúvel de um deter-
minado bem, ficando esta parte (instituição financeira em regra) obrigada a devolver àquela o bem que lhe foi
alienado quando verificada a ocorrência de determinado fato. Diz-se que é instrumental porque, em regra, é for-
malizado como um meio para a concretização de um outro negócio principal. Assim, geralmente está associado a
um mútuo servindo-lhe de garantia.
II. Bipartição da posse èNa alienação fiduciária há um desdobramento/bipartição da posse. O credor recebe
a posse indireta, enquanto o devedor se mantém com a posse direta. Veja que todo contrato de alienação fiduciária
tem cláusula constituti (constituto possessório): o credor fiduciário recebe posse, embora não tenha contato físico
com a coisa.
IV. Gera patrimônio de afetação (art. 53 da Lei 10.931/04) è O bem fiduciário fica afetado ao cumprimento da
obrigação, estando imune a penhora tanto por parte de credores do devedor, quanto credores do credor. A Lei de
Falências reconhece expressamente a blindagem do patrimônio de afetação.
#JÁCAIU: No que tange aos contratos garantidos por alienação fiduciária em garantia, assinale a alternativa
A) O devedor será constituído em mora quando notificado por intermédio do Cartório de Títulos e Documentos
ou pelo protesto do título, a critério do credor.
B) No prazo de cinco dias após a execução da liminar de busca e apreensão, poderá o devedor fiduciante apre-
sentar sua resposta, caso entenda ter havido pagamento a maior e desejar a restituição.
C)A alienação fiduciária de bem imóvel poderá ser contratada por pessoa física ou jurídica, não sendo privativa
das instituições financeiras que operam no Sistema de Financiamento Imobiliário.
D)Por ser direta, a posse obtida pelo devedor fiduciante se revela legítima para conduzir à aquisição, por usuca-
pião, do bem gravado com alienação fiduciária em garantia. A alternativa C foi considerada correta.
#DEOLHONAJURIS:
É admissível a estipulação dos encargos financeiros de contrato de abertura de crédito em percentual sobre a
taxa média aplicável aos Certificados de Depósitos Interbancários (CDIs). Nos depósitos interbancários, como
em qualquer outro tipo de empréstimo, a instituição tomadora paga juros à instituição emitente. A denominada
Taxa CDI, ou simplesmente DI, é calculada com base nas taxas aplicadas em tais operações, refletindo, portanto,
o custo de captação de moeda suportado pelos bancos. STJ. 3ª Turma. REsp 1781959-SC, Rel. Min. Ricardo Villas
Bôas Cueva, julgado em 11/02/2020 (Info 665).
9. #DEOLHONAJURIS
Fundo Garantidor de Créditos (FGC) é uma entidade privada, sem fins lucrativos, que administra um me-
canismo de proteção às pessoas que possuem depósitos ou investimentos no Sistema Financeiro Nacional.
Assim, por exemplo, se um banco passa por um processo de intervenção, de liquidação extrajudicial ou mes-
mo de falência, o FGC assegura que os correntistas irão receber de volta os valores depositados. Vale ressaltar,
no entanto, que existe um limite (um “teto”) que é garantido pelo FGC. Atualmente, o valor máximo garantido
é de R$ 250 mil. Desse modo, se a pessoa tinha R$ 300 mil depositados no banco que “quebrou”, ela rece-
berá R$ 250 mil do FGC e deverá tentar buscar os R$ 50 mil restantes da instituição financeira (se conseguir).
Situação hipotética: foi instituído um fundo formado por 10 concessionárias de veículos, sendo administrado pela
associação que representa essas concessionárias. Esse fundo foi constituído para aglutinar todo o dinheiro que
as concessionárias utilizariam para fazer marketing na imprensa. Assim, todos contribuíam e o fundo contratava
as peças publicitárias. Os recursos financeiros desse fundo eram depositados numa conta do Banco BMD. Ocorre
que essa instituição financeira entrou em liquidação extrajudicial e as concessionárias não conseguiram receber
do banco o valor depositado. O FGC foi acionado. Suponhamos que havia R$ 2 milhões depositados. As conces-
sionárias argumentaram que deveriam receber do FGC os R$ milhões considerando que o fundo é composto por
10 concessionárias. Logo, cada uma delas teria direito ao teto cobertura de R$ 250 mil. 250 mil x 10 = 2 milhões
e 500 mil. O pedido não foi acolhido pelo STJ. O teto cobertura do FGC deverá ser aplicado para o fundo (e não
para cada concessionária que dele faz parte). Assim, o fundo todo terá direito de receber R$ 250 mil e ele fundo
que distribua entre as concessionárias. STJ. 3ª Turma. REsp 1758951-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, jul-
gado em 04/08/2020 (Info 678).
PONTO 7: 7. Da Falência e da Concordata: Lei Federal nº 11.101, de 2005. Recuperação Judicial e Falência.
Disposições comuns. As obrigações contratuais na recuperação judicial e na falência. Administrador
Judicial. Comitê de Credores. Assembleia Geral de Credores. Plano e procedimento de recuperação
judicial. Convolação da recuperação judicial em falência. Disposições gerais. Procedimento de decretação.
Direitos e deveres do falido. Habilitação e classificação dos créditos. Atos anteriores à falência, ineficácia
e revogação. Arrecadação e realização do ativo. Pagamento dos credores. Encerramento da falência e
extinção das obrigações do falido. Recuperação extrajudicial. O plano de recuperação. Credores sujeitos
ao plano. A homologação judicial, requisitos e procedimento.
A matéria relacionada à Recuperação Judicial e à Falência está quase sempre presente em uma das questões
de provas da FCC. Então, não podemos deixar de revisar mesmooooo. #OEXAMINADORAMA!
Para completar, lembrem que a Lei 14.112/2020 promoveu uma super #ALTERAÇÃOLEGISLATIVA na lei
11.101/05! Como a matéria de Direito Empresarial é basicamente letra da lei, as inovações legislativas têm sempre
grande chance de cobrança #APOSTACICLOS #ALERTAMÁXIMO
Faça a leitura do seu material próprio ou da FUC (FUC 10 – FALÊNCIA e 11 – RECUPERAÇÃO JUDICIAL de
Direito Empresarial). Verifiquem que seus materiais e vade mecum estejam atualizados nessa matéria! Lembrando
que as nossas queridas FUC estão sempre atualizadíssimas!
Apesar de dominarem as questões com conteúdo da legislação, nesse ponto não deixem de manter a atua-
lização da jurisprudência e das súmulas, pois sempre há novidades passíveis de cobrança, ainda mais se tratando
de FCC!
#FOCONALEI: Ler os artigos da Lei 11.101/05, dando atenção especial aos artigos alterados ou inseridos pela
Lei 14.112/2020.
LEI 11.101/05
1. CONCEITOS
- Falência é o processo coletivo de execução forçada de um empresário ou sociedade empresária cuja recu-
peração mostra-se inviável. A falência tem como objetivo reunir os credores e arrecadar os bens, ativos e recursos
do falido a fim de que, com os recursos obtidos pela alienação de tais bens, possam os credores ser pagos, obe-
decendo a uma ordem de prioridade estabelecida na lei.
- A recuperação judicial consiste em um processo judicial, no qual será construído e executado um plano
com o objetivo de recuperar a empresa que está em vias de efetivamente ir à falência. Logo, em vez de a empresa
ir à falência (o que é nocivo para a economia, para os donos da empresa, para os funcionários etc.), tenta-se dar
um novo fôlego para a sociedade empresária, renegociando as dívidas com os credores.
2. ÂMBITO DE APLICAÇÃO
NÃO se aplica a:
- Empresa pública;
- Instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência com-
plementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitaliza-
ção e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.
3. EFEITOS
Art. 6º A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial implica:
I - suspensão do curso da prescrição das obrigações do devedor sujeitas ao regime desta Lei;
II - suspensão das execuções ajuizadas contra o devedor, inclusive daquelas dos credores particulares do sócio
solidário, relativas a créditos ou obrigações sujeitos à recuperação judicial ou à falência;
III - proibição de qualquer forma de retenção, arresto, penhora, sequestro, busca e apreensão e constrição judicial
ou extrajudicial sobre os bens do devedor, oriunda de demandas judiciais ou extrajudiciais cujos créditos ou obri-
gações sujeitem-se à recuperação judicial ou à falência.
- Esses métodos consensuais de conflitos devem ser incentivados em qualquer grau de jurisdição e não im-
plicarão a suspensão dos prazos;
- São vedadas a conciliação e a mediação sobre a natureza jurídica e a classificação de créditos, bem
como sobre critérios de votação em assembleia-geral de credores;
- O acordo obtido por meio de conciliação ou de mediação deverá ser homologado pelo juiz competente.
Art. 20-B. Serão admitidas conciliações e mediações antecedentes ou incidentais aos processos de recuperação
judicial, notadamente:
I - nas fases pré-processual e processual de disputas entre os sócios e acionistas de sociedade em dificuldade ou
em recuperação judicial, bem como nos litígios que envolverem credores não sujeitos à recuperação judicial, nos
termos dos §§ 3º e 4º do art. 49 desta Lei, ou credores extraconcursais;
II - em conflitos que envolverem concessionárias ou permissionárias de serviços públicos em recuperação judicial e
órgãos reguladores ou entes públicos municipais, distritais, estaduais ou federais;
III - na hipótese de haver créditos extraconcursais contra empresas em recuperação judicial durante período de
vigência de estado de calamidade pública, a fim de permitir a continuidade da prestação de serviços essenciais;
- Devedor exerça regularmente suas atividades há mais de 2 anos (ATENÇÃO: sociedade em comum pode
pedir autofalência, mas não pode pedir falência de terceiro e também não pode pedir recuperação judicial).
- Não ter, há menos de 5 anos, obtido concessão de recuperação judicial comum ou com base no plano
especial para Microempresas e Empresas de Pequeno Porte.
- Não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada
por qualquer dos crimes previstos na lei.
Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos.
Ou seja, o que vem depois do pedido não entra na recuperação judicial.
Súmula 480-STJ: O juízo da recuperação judicial não é competente para decidir sobre a constrição de
bens não abrangidos pelo plano de recuperação da empresa.
Súmula 581-STJ: A recuperação judicial do devedor principal não impede o prosseguimento das ações e exe-
cuções ajuizadas contra terceiros devedores solidários ou coobrigados em geral, por garantia cambial, real ou
fidejussória.
7. PRESSUPOSTOS DA FALÊNCIA
As causas justificadoras da falência estão elencadas no artigo 94 da Lei nº 11.101/2005, sinteticamente elas
podem ser classificadas:
Portanto, mesmo possuindo patrimônio suficiente, se a sociedade empresária ou empresário individual pra-
ticar algumas das causas justificadoras previstas no artigo 94 da Lei nº 11.101/2005, a falência poderá ser decretada,
posto que a lei falimentar exige a insolvência jurídica (caracterizada quando estiver presente alguma das causas
do artigo 94) e não a insolvência econômica.
Súmula 248-STJ: Comprovada a prestação dos serviços, a duplicata não aceita, mas protestada, é título hábil
para instruir pedido de falência.
Súmula 361-STJ: A notificação do protesto, para requerimento de falência da empresa devedora, exige a iden-
tificação da pessoa que a recebeu.
I – o próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 a 107 desta Lei;
IV – qualquer credor.
A natureza trabalhista do crédito não impede que o credor requeira a falência do devedor.
Assim, o credor trabalhista tem legitimidade ativa para ingressar com pedido de falência, considerando que o art.
97, IV, da Lei nº 11.101/2005 não faz distinção entre credores. STJ. 3ª Turma. REsp 1544267-DF, Rel. Min. Ricardo
Villas Bôas Cueva, julgado em 23/8/2016 (Info 589).
9. INEFICÁCIA E REVOGAÇÃO
A consequência que a Lei atribui, tanto para os atos do art. 129 (atos objetivamente ineficazes) como para
os atos do art. 130 (atos subjetivamente ineficazes) é a ineficácia perante a massa, ou seja, trata-se de atos válidos,
mas que não produzem nenhum efeito jurídico perante a massa.
Aqui, a declaração de ineficácia independe da intenção do devedor, podendo ser efetuada DE OFÍCIO pelo
juiz.
Aqui, avalia-se a intenção do devedor: Art. 130. São revogáveis os atos praticados com a intenção de preju-
dicar credores, provando-se o conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro que com ele contratar e o efetivo
prejuízo sofrido pela massa falida.
#DEOLHONAJURIS:
O art. 2º, II, da Lei nº 11.101/2005, afirma que esta Lei não se aplica a cooperativa de crédito.
Existe, porém, regra específica na Lei nº 6.024/74 prevendo que as instituições financeiras e equiparadas (como
as cooperativas de crédito) podem ir à falência após liquidação extrajudicial pelo Banco Central. Essa possibilida-
de foi reafirmada pela Lei nº 13.506/2017, que alterou a Lei nº 6.024/74. Desse modo, a doutrina, ao interpretar
o art. 2º, II, da Lei nº 11.101/2005 afirma que as instituições financeiras e cooperativas de crédito apenas não
ingressam, de imediato, no processo judicial de execução coletiva empresarial, passando antes por intervenção
e liquidação extrajudicial. STJ. 3ª Turma. REsp 1878653-RS, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseverino, julgado em
14/12/2021 (Info 722).
DIREITO ADMINISTRATIVO40
1 Introdução ao direito administrativo. 1.1 Os diferentes critérios adotados para a conceituação do direito
administrativo. 1.2 Objeto do direito administrativo. 1.3 Fontes do direito administrativo. 1.4 Regime
jurídico-administrativo: princípios do direito administrativo. 1.5 Princípios da administração pública.
Pessoal, temos nesses pontos o chamado “Regime Jurídico-Administrativo”, que correspondem a noções
introdutórias e princípios do direito administrativo. São tópicos essencialmente doutrinários, mas que também exi-
gem o conhecimento das súmulas e julgados dos Tribunais Superiores correlatos ao tema.
Fiquem atentos principalmente aos assuntos relacionados aos princípios administrativos, esse é um tema que
pode vir forte... Além disso, os princípios administrativos tendem a ser cobrados junto a outros pontos do edital!
Então, nada de deixá-los de lado!
#MAPEIAOVADE
1. FUNÇÕES DO ESTADO
A cada um dos Poderes de Estado foi atribuída determinada função. Assim, ao Poder Legislativo foi cometida
a função normativa; ao Executivo, a função administrativa; e, ao Judiciário, a função jurisdicional.
Entretanto, não há exclusividade no exercício das funções pelos Poderes, mas uma preponderância.
Segundo ensina José dos Santos Carvalho Filho, para a identificação da função administrativa, os autores têm
se valido de critérios de três ordens:
a) sentido subjetivo, formal ou orgânico (Administração Pública): são as pessoas jurídicas, os ór-
gãos e os agentes públicos que exercem atividades administrativas (ex.: órgãos públicos, autarquias, empresas
públicas, sociedades de economia mista e fundações estatais); e
2. SISTEMAS ADMINISTRATIVOS
Os sistemas administrativos compreendem os mecanismos utilizados pelos diversos países para o con-
trole jurisdicional da atuação administrativa. Em síntese, é possível mencionar duas espécies de sistemas admi-
nistrativos que podem ser encontrados no direito comparado:
i) jurisdição administrativa — formada pelos tribunais de natureza administrativa, com plena jurisdição
em matéria administrativa, que, na França é representada pelo Conselho de Estado
ii) jurisdição comum — formada pelos órgãos do Poder Judiciário, com competência para resolver os
demais litígios que não envolvam atuação da Administração Pública.
• Sistema judiciário (sistema inglês ou jurisdição una): é possível um controle de todos os atos da Admi-
nistração pelo Poder Judiciário. É aquele no qual todos os litígios, sejam eles administrativos ou privados,
podem ser levados à justiça comum — ou seja, ao Poder Judiciário, único com competência para dizer
o direito aplicável aos casos litigiosos, de forma definitiva, com força de coisa julgada material. Nesse
sentido, pode-se estabelecer que somente ao Poder Judiciário é atribuída jurisdição, em sentido próprio.
É importante observar que a adoção do sistema de jurisdição única não implica a vedação à existência
de solução de litígios na esfera administrativa.
4. COSTUME
Secundário que é definido pelos anseios do Estado considerado como pessoa jurídica.
De acordo com Celso Antônio, as pedras de toque são a supremacia do interesse público e a indis-
ponibilidade do interesse público.
Supremacia do interesse público: Visa satisfazer o interesse público propriamente dito, concedendo à Ad-
ministração Pública algumas prerrogativas. Alguns autores, de forma minoritária, criticam o princípio sustentando
que este legitima os abusos e as arbitrariedades. Outros defendem que, na verdade, há incorreção na sua aplicação.
6. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE41
Para o Direito Público, a legalidade significa cumprir o que determina ou autoriza a lei, assim o administrador
só pode realizar o que previsto na lei (critério de subordinação à lei).
Para o Direito Privado, o particular pode tudo, salvo o que está vedado pela lei (critério de não contradição
à lei).
a) Medida provisória
b) Estado de defesa
c) Estado de sítio
Nesses três casos, deve a Administração atuar, mesmo que não haja lei regulamentando sua atuação, o que
revela a mitigação da obrigatoriedade do princípio da legalidade.
41 Ei, esse mnemônico você já conhece “né”?? (L.I.M.P.E: Legalidade; Impessoalidade; Moralidade; Eficiência.)
7. NEPOTISMO
- Nepotismo significa “proteção”, “apadrinhamento”, que é dado pelo superior para um cônjuge, com-
panheiro ou parente seu, contratado para o cargo ou designado para a função em virtude desse vínculo. Isso
ofende a moralidade;
- Não precisa de lei formal - O nepotismo é vedado em qualquer dos Poderes da República por força
dos princípios constitucionais da impessoalidade, eficiência, igualdade e moralidade, independentemente
de previsão expressa em diploma legislativo. Assim, o nepotismo não exige a edição de uma lei formal
proibindo a sua prática, uma vez que tal vedação decorre diretamente dos princípios contidos no art. 37,
caput, da CF/88 (STF Rcl 6.702/PR-MC-Ag);
Súmula Vinculante nº 13: A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por
afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica inves-
tido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou,
ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a
Constituição Federal.
Nepotismo, nos termos da S.V. 13, trata-se, agora, de hipótese expressa de improbidade administrati-
va que atenta contra os princípios da administração pública, nos termos do art. 11 da LIA, incluída pela LEI nº
14.230/21.
- A vedação ao nepotismo não alcança: (1) os servidores efetivos admitidos mediante prévia aprovação
em concurso público, (2) Cargos Políticos (como secretário de estado), (3) quando o parente não detém poder de
influência na nomeação, apesar de trabalhar no mesmo órgão.
#DEOLHONAJURIS:
O STF tem afastado a aplicação da SV 13 a cargos públicos de natureza política, como são os cargos de Secre-
tário Estadual e Municipal.
Mesmo em caso de cargos políticos, será possível considerar a nomeação indevida nas hipóteses de:
• nepotismo cruzado;
• fraude à lei e
•inequívoca falta de razoabilidade da indicação, por manifesta ausência de qualificação técnica ou por inidonei-
dade moral do nomeado. STF. 1ª Turma. Rcl 29033 AgR/RJ, rel. Min. Roberto Barroso, julgado em 17/9/2019 (Info
952).
8. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
A Administração Pública deve adotar uma postura objetiva, sem favoritismo perante os cidadãos e os pró-
prios agentes públicos, ou seja, a Administração tem o dever de tratar todos de forma equânime, isonômica, sem
que pessoalize a relação que estabelece com o administrado e mesmo entre os seus agentes. A ideia é que
todas as pessoas deram poderes ao Estado e, portanto, esse poder não pode ser desviado, de forma a favorecer
interesses particulares.
a) Dever de isonomia: a Administração Pública deve prestar tratamento impessoal e isonômico aos parti-
culares, com o objetivo de atender a finalidade pública, sendo vedada a discriminação odiosa ou desproporcional.
Assim, na atividade administrativa não deve haver favoritismos ou perseguições.
b) Conformidade ao interesse público: a impessoalidade veda que o agente público utilize seu cargo para
a satisfação de interesses pessoais. Desse modo, o agente público não pode utilizar seu cargo para se promover
pessoalmente, para beneficiar pessoa querida ou prejudicar um desafeto.
c) Imputação dos atos praticados pelo agente público diretamente ao órgão: quando o agente público
realiza uma atividade administrativa, ele o faz em nome do Poder público, de forma que os atos e provimentos
administrativos não são imputáveis ao funcionário que os pratica, mas ao órgão ou entidade da Administração Pú-
blica. Logo, as realizações governamentais não são do servidor ou da autoridade, mas sim do órgão ou entidade.
A Constituição traz uma regra relacionada com esse último aspecto do princípio da impessoalidade:
Art. 37 (...)
§ 1º A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educa-
tivo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.
#DEOLHONAJURIS:
Está em desconformidade com a Constituição Federal a previsão contida na Lei Orgânica do Distrito Federal que
autoriza que cada Poder defina, por norma interna, as hipóteses pelas quais a divulgação de ato, programa, obra
ou serviço públicos não constituirá promoção pessoal. Essa delegação conferida viola o § 1º do art. 37 da CF/88,
que não admite flexibilização por norma infraconstitucional ou regulamentar.
É de se conferir interpretação conforme à Constituição ao § 6º do art. 22 da Lei Orgânica do Distrito Federal para
que a divulgação de atos e iniciativas de parlamentares seja tida como legítima apenas quando efetuada nos
ambientes de divulgação do mandatário ou do partido político, não se havendo de confundi-la com a publici-
dade do órgão público ou entidade.
STF. Plenário. ADI 6522/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 14/5/2021 (Info 1017).
Segundo JJ Gomes Canotilho e José Santos Carvalho Filho o princípio da segurança jurídica pode ser visua-
lizado sob dois prismas:
• prisma objetivo: o princípio da segurança jurídica implica irretroatividade das normas, ou seja, a proteção
de atos perfeitamente realizados conforme a norma que vigia à época. Trata-se a da inafastabilidade da estabili-
zação jurídica (art. 5º, XXXVI CRFB)
• prisma subjetivo: o princípio da segurança jurídica implica preservação das expectativas legítimas
da sociedade. É o princípio da proteção da confiança legítima.
Nesse sentido, o art. 24 da LINDB estabelece que a revisão, nas esferas administrativa, controladora ou
judicial, quanto à validade de ato, contrato, ajuste, processo ou norma administrativa cuja produção já se houver
completado levará em conta as orientações gerais da época, sendo vedado que, com base em mudança posterior
de orientação geral, se declarem inválidas situações plenamente constituídas.
Ainda sobre o tema, leia o art. 30 da LINDB e o seu regulamento (o Decreto nº 9.830/19, especialmente o
seu art. 19).
Trata-se de um princípio implícito, ligado à prestação de serviços públicos, que não pode ser inter-
rompida, sob pena de grave prejuízo à coletividade. Não se trata de prestar o serviço em horário integral,
e sim de garantir a prestação de acordo com a necessidade da população.
• A primeira se refere ao direito de greve do servidor público. Nem sempre a greve será permitida. Catego-
rias militares, inclusive o corpo de bombeiros e as polícias militares, são consideradas essenciais e, portanto, este
direito é mitigado (art. 142, da CRFB).
#DEOLHONAJURIS:
O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os ser-
vidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública. STF. Plenário. ARE 654432/GO, Rel. orig.
Min. Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 5/4/2017 (repercussão geral) (Info 860).
Para os demais servidores o direito de greve é possível. O art. 37, inc. VII CRFB não possui eficácia plena,
exigindo a edição de ato normativo que integre sua eficácia. Como a mesma não foi editada o STF consolidou, nos
Mandados de Injunção 670, 708 e 712, o entendimento que deve ser aplicada, por analogia a Lei de Greve
(lei 7.783/89) que rege a paralisação dos celetistas à esfera pública.
Porém, essa aplicação deverá ser feita com adaptações. O STF entende que a greve deve ser ponderada
com o princípio da continuidade do serviço público. Logo alguns pontos devem ser observados:
▪ A paralisação dos serviços (quaisquer que sejam) pode ser apenas parcial. A regularidade na pres-
tação deve ser mantida, especialmente visando suprir as necessidades urgentes da população, sob pena de
configurar abuso de direito.
▪ A Administração Pública deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do exercício do
direito de greve pelos servidores públicos, em virtude da suspensão do vínculo funcional que dela decorre, permi-
tida a compensação em caso de acordo.
▪ Contudo o desconto será, contudo, incabível se ficar demonstrado que a greve foi provocada por
conduta ilícita do Poder Público (STF 867 MC).
▪ O movimento grevista deve cientificar a Administração com antecedência mínima de 72 horas da paralisa-
ção, mediante comunicação formal.
▪ Necessidade da paralisação deverá ser parcial, assegurando o funcionamento dos serviços essenciais
em cota mínima.
Art. 5º, XIV CRFB: é assegurado a todos o acesso à informação e resguardado o sigilo da fonte, quando necessário
ao exercício profissional.
Art. 5º, XXXIII CRFB: todos tem direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de
interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas
cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
Cabe destacar, ainda, a Lei 13.709/2018 (Lei Geral de Proteção de Dados, ou simplesmente LGPD), alterada pela
Lei 13.853/2019, que dispõe sobre o tratamento de dados pessoais, inclusive nos meios digitais, por pessoa
natural ou por pessoa jurídica de direito público ou privado, com o objetivo de proteger os direitos
fundamentais de liberdade e de privacidade e o livre desenvolvimento da personalidade da pessoa natural.
O tratamento de dados pessoais no âmbito da Administração Pública deverá ser realizado para o atendimento
de sua finalidade pública, desde que cumpridas duas exigências (art. 23 da LGPD): a) informar as hipóteses em
que, no exercício de suas competências, realizam o tratamento de dados pessoais, fornecendo informações
claras e atualizadas sobre a previsão legal, a finalidade, os procedimentos e as práticas utilizadas para
a execução dessas atividades, em veículos de fácil acesso, preferencialmente em seus sítios eletrônicos; e b)
indicar um encarregado quando realizarem operações de tratamento de dados pessoais.
É possível o compartilhamento interno de dados, ou seja, no âmbito da própria Administração Pública, com o
objetivo de viabilizar a execução de políticas públicas, a prestação de serviços públicos, a descentralização da
atividade pública e a disseminação e ao acesso das informações pelo público em geral (art. 25 da LGPD).
Em relação ao compartilhamento externo de dados, é vedado ao Poder Público transferir a entidades privadas
dados pessoais constantes de bases de dados a que tenha acesso, exceto (art. 26, § 1.º, da LGPD): a)
em casos de execução descentralizada de atividade pública que exija a transferência, exclusivamente para esse
fim específico e determinado, observado o disposto na LAI; b) nos casos em que os dados forem acessíveis
publicamente; c) quando houver previsão legal ou a transferência for respaldada em contratos, convênios ou
instrumentos congêneres; ou d) na hipótese de a transferência dos dados objetivar exclusivamente a prevenção
de fraudes e irregularidades, ou proteger e resguardar a segurança e a integridade do titular dos dados,
desde que vedado o tratamento para outras finalidades.
A comunicação ou o uso compartilhado de dados pessoais de pessoa jurídica de direito público a pessoa de
direito privado será informada à autoridade nacional e dependerá de consentimento do titular, exceto (art. 27
da LGPD): a) nas hipóteses de dispensa de consentimento previstas na própria LGPD; b) nos casos de uso
compartilhado de dados, garantida a publicidade; ou c) nas exceções constantes do § 1.º do art. 26 da LGPD
supramencionadas.
2.Administração pública. 2.1 Conceito de administração pública sob os aspectos orgânico, formal e
material. 2.2 Órgão público: conceito e classificação. 2.3 Servidor: cargo e funções. 2.4 Atribuições.
2.5 Competência administrativa: conceito e critérios de distribuição. 2.6 Avocação e delegação de
competência. 2.7 Ausência de competência: agente de fato. 2.8 Administração direta e indireta. 2.9
Autarquias. 2.10 Fundações públicas. 2.11 Empresas públicas e privadas. 2.12 Sociedades de economia
mista. 2.13 Entidades paraestatais. 2.14 Dispositivos pertinentes contidos na Constituição Federal de
1988.
Saibam distinguir quais entes são públicos e quais entes são privados e quais são as consequências relevantes
dessa distinção (ex.: regime de pessoal, sujeições, imunidades, poder de polícia etc.). Saibam as
prerrogativas que possuem os entes públicos e quais prerrogativas possuem os entes privados.
Esse é um tema de MÉDIA prioridade. Revisem o seu MATERIAL DE APOIO (FUC 3) e atentem principal-
mente à LEITURA DA LEI + JURISPRUDÊNCIA;
#MAPEIAOVADE:
Art. 17 Arts. 51 a 62
Administração Pública em sentido amplo abrange os órgãos de governo que exercem função política e
também os órgãos e pessoas jurídicas com funções administrativas.
Administração Pública em sentido estrito abrange somente os órgãos e pessoas jurídicas que exercem
funções administrativas.
2. DESCONCENTRAÇÃO X DESCENTRALIZAÇÃO
a) DESCONCENTRAÇÃO
- É a diluição de competência no âmbito de uma mesma pessoa jurídica que decorre da criação de órgãos
públicos;
- Destaca-se que a desconcentração ocorre tanto no exercício de competências pela administração direta
quanto pela indireta;
b) DESCENTRALIZAÇÃO
- Ocorre quando acontece uma transferência de competências a uma pessoa jurídica distinta daquela
originalmente competente.
- Pode ser:
b.i) Política: é aquela que existe numa Federação, onde há uma repartição originária de competências.
b.iii) Territorial: é a transferência de competência a um território (Território federal tem natureza autárquica).
b.iv) Por serviços ou outorga (ou funcional ou técnica): ocorre quando o Estado cria uma entidade (pes-
soa jurídica) e a ela transfere determinado serviço público. A outorga pressupõe obrigatoriamente a edição de uma
lei que institua a entidade, ou autorize a sua criação, e normalmente seu prazo é indeterminado.
b.v) Por colaboração ou delegação: é a transferência somente da execução de um serviço público a uma
outra pessoa que se concretiza por meio de um negócio jurídico (contrato de concessão ou permissão), por ato
unilateral (autorização de serviços públicos) ou também por lei.
#SAIBADIFERENCIAR #TABELALOVERS
DESCENTRALIZAÇÃO DESCONCENTRAÇÃO
3. ÓRGÃOS PÚBLICOS
Teoria do órgão ou Teoria da imputação (extraída da doutrina de Otto Gierke): presume-se que a pes-
soa jurídica manifesta sua vontade por meio de seus órgãos, que são partes integrantes da estrutura dela. Assim,
quando os agentes encontram-se exercendo a função nesses órgãos, considera-se que está havendo atuação do
próprio Estado. Por essa razão, os atos praticados pelo agente público são atos da própria pessoa jurídica (fala-se
em imputação e não em representação). É a teoria adotada no Brasil.
#SELIGANASÚMULA:
Súmula 525-STJ: A Câmara de vereadores não possui personalidade jurídica, apenas personalidade judiciária,
somente podendo demandar em juízo para defender os seus direitos institucionais.
- Tem CNPJ
▪ Personalidade jurídica própria – (1) respondem pelos seus atos; (2) têm receita própria (pode vir do
orçamento, pois não importa a origem) e patrimônio próprio; (3) possuem autonomia técnica, administrativa e
financeira. Vale destacar que as agências reguladoras também não legislam, pois apenas definem normas técnicas
complementares à lei.
▪ Não tem fins lucrativos. O lucro é possível, mas elas não são criadas com esse objetivo.
▪ Finalidade específica. Destaca-se que essa finalidade só pode ser modificada também por lei. É o princípio
da especialidade.
▪ Criação e extinção da pessoa jurídica. Somente por lei específica poderá ser criada autarquia e autoriza-
da a instituição de empresa pública, de sociedade de economia mista e de fundação, cabendo à lei complementar,
neste último caso, definir as áreas de sua atuação.
6. FUNDAÇÕES
As fundações são definidas como a personificação de um patrimônio ao qual é atribuída uma finalidade
específica não lucrativa, de cunho social.
Se a fundação tem por um instituidor pessoa privada, ela terá natureza privada, e da mesma forma se for o
poder público, ela será fundação pública. Destaca-se que a fundação privada não interessa ao direito administrati-
vo, pois se situa no âmbito civil.
Para a maioria da doutrina e para o STF, a fundação pública de direito público nada mais é que uma categoria
de autarquia chamada de autarquia fundacional, e dessa maneira terá também que ser criada por lei.
As fundações públicas com personalidade jurídica de direito público gozam das mesmas prerrogativas
das autarquias. É exemplo deste tipo de fundação a FUNAI - Fundação Nacional do Índio.
Se, no entanto, a fundação pública for de direito privado, também chamada de governamental, terá o mes-
mo regime das empresas públicas e das sociedades de economia mista, de forma a ser autorizada por lei.
#SELIGA:
- As fundações públicas sejam de personalidade pública ou privada têm imunidade tributária recíproca.
- Ambas se sujeitam à lei nº 8.666. Nesses dois casos a lei não faz distinção, restringindo-se a falar em funda-
ções públicas instituídas pelo Poder Público.
- A responsabilidade de ambas é objetiva e o ente instituidor responde subsidiariamente. Isso porque toda
fundação pública, independentemente da sua personalidade jurídica, presta serviço público, em razão da sua
finalidade social.
- No tocante aos bens das fundações públicas, qualquer que seja a natureza de sua personalidade, são os bens
das fundações serão impenhoráveis, pois são afetados, tendo finalidade pública. Ressalta-se que o patrimônio
das fundações públicas que ostentem personalidade jurídica de direito público é integralmente público.
- São exemplos de fundações públicas: Fundação Nacional do Índio (FUNAl); Fundação Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE); Fundação Nacional da Saúde (FUNASA); Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico (CNPq); Fundação Escola Nacional de Administração Pública (ENAP).
7. AUTARQUIAS
Características:
- A Autarquia tem natureza jurídica de pessoa jurídica de direito público interno (art. 41, IV CC/2002),
criada por lei específica, a fim de prestar atividades típicas de Estado, dentro das competências e limites que lhe
foram definidas.
- As autarquias não são subordinadas ao ente federado que as criou, é dizer, não há hierarquia entre União,
Estados, Distrito Federal e municípios e suas respectivas autarquias. A relação entre uma autarquia e a administra-
ção direta da pessoa política instituidora é de vinculação administrativa (e não de subordinação).
- Os contratos são contratos administrativos, de forma que precisam licitar e pode haver cláusulas exorbi-
tantes.
- É de competência da justiça federal processar e julgar, nos litígios comuns, as causas em que as autarquias
federais sejam autoras, rés, assistentes ou opoentes.
- Possuem responsabilidade civil objetiva (art. 37, §6º da CF: “As pessoas jurídicas de direito público e as
de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qua-
lidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou
culpa. ”
- Hoje, a posição que prevalece em nossos Tribunais Superiores é que o prazo prescricional nas demandas
ajuizadas contra a autarquia é aquele previsto no Decreto 20910/32 - 5 anos (quinquenal).
- A Autarquia segue o regime de pessoal do ente que a criou, em razão do art. 39 CRFB. Os agentes públicos
das Autarquias serão agentes públicos, da categoria de servidores públicos. Segue-se o chamado regime jurídico
único. Nesta linha as Autarquias devem observar regras tais como exigência de realização de concurso público,
proibição de acumulação de cargos, teto remuneratório, regime especial de aposentadoria etc.
- São exemplos de Autarquias a CVM (Comissão de Valores Mobiliários), o BACEN (Banco Central), Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA); Instituto Nacional de Meteorologia (IN-
MET).
- Isenção das custas judiciais, salvo o reembolso das despesas judiciais feitas pela parte autora (art.
4º, I da Lei nº 9.289/96);
- Duplo grau de jurisdição obrigatório quando a sentença lhe for contrária (art. 496, I CPC c/c art. 2º § 1º Lei
nº 6.830/80);
- Dispensa de depósito prévio para interposição de recurso (Art. 1-A da Lei nº 9.494/97);
- Prazo em dobro para se manifestar (art. 183 CPC c/c art. 10 Lei nº 9.469/97);
- Realização de execução para cobrança de seus créditos de acordo com o rito da lei de execução
fiscal;
- O pagamento das condenações judiciais das Autarquias será por regime de precatório (art. 100 CRFB). As
autarquias têm fila própria de precatórios, então, por exemplo, uma dívida do INSS não faz com que o particular
aguarde na fila da União, mas da própria Autarquia, uma vez que as dotações orçamentárias são específicas.
- Os bens das Autarquias são classificados como bens públicos. Esta classificação gera diversas conse-
quências jurídicas. Há a impenhorabilidade de seus bens, que também não podem ser objeto de hipoteca
ou anticrese. Além disse são imprescritíveis, ou seja, como no caso da usucapião que é uma prescrição aquisitiva,
sendo o decurso do tempo que faz nascer direitos. Por fim são relativamente inalienáveis: podem ser alienados de
forma condicionada, desde que haja lei.
- As Autarquias gozam de imunidade tributária recíproca, também chamada de ontológica, prevista no arti-
go 150, da CRFB. Veda-se a instituição e cobrança de impostos sobre o patrimônio, a renda e os serviços por elas
prestados, com o requisito que estes estejam vinculados às suas finalidades principais.
8. AGÊNCIAS REGULADORAS
- São autarquias em regime especial (possuem regime jurídico distinto daquele dispensado às demais autar-
quias) e que foram criadas para exercer a regulação de atividades econômicas em sentido amplo.
- No Brasil, as Agências Reguladoras surgem num contexto de transformar o Estado de patrimonialista para
gerencial (administração gerencial).
- A função regulatória não surge com as agências reguladoras e nem é exclusiva delas. Vale destacar que,
muito antes das agências reguladoras, já existiam entidades integrantes da administração indireta com competên-
cias regulatórias específicas como, por exemplo, o Banco do Brasil e o CADE.
- Tem mais autonomia e liberdade que as demais pessoas jurídicas. Poder normativo técnico – normas técni-
cas de caráter geral, com fundamento em delegação prevista na própria lei. Deslegalização.
#NOVIDADELEGISLATIVA: Lei nº 13.848, de 25.6.2019 - Dispõe sobre a gestão, a organização, o processo decisó-
rio e o controle social das agências reguladoras.
9. #NÃOCONFUNDA
As Empresas Públicas (EP) e Sociedades de Economia Mista (SEM) são pessoas jurídicas de direito privado
integrantes da Administração Pública Indireta.
São regidas por um regime predominantemente privado, chamado por alguns de regime híbrido, sui
generis. Isso porque, por mais que sejam influenciadas pelo regime privado, possuem características do regime de
direito público.
- Características:
Contratos: após a Lei das Estatais (art. 68) os contratos firmados pelas estatais com seus fornecedores e
prestadores de obras e serviços são contratos de direito privado. Regem-se, portanto, pelos preceitos do direito
privado, ao contrário dos contratos administrativos, regidos pelos preceitos de direito público.
Licitação:
• Se exploradoras de atividade econômica, poderão ter estatuto próprio, criado por lei específica (que
adveio com a Lei nº 13.303/2016).
Bens: Em regra, são privados e, por isso, penhoráveis e alienáveis. Seguem, no entanto, o regime de bens
públicos, quando os bens estiverem diretamente ligados à prestação do serviço, em razão do princípio da conti-
nuidade dos serviços públicos.
#CUIDADO! Os bens das empresas estatais prestadoras de serviço público são penhoráveis? Sim! Só não
penhora se estiver ligação direta com a prestação do serviço público. JOSÉ DOS SANTOS discorda e diz que são
todos privados. Obs.: ECT tem um tratamento diferenciado. Apesar de ser empresa pública, o STF reconheceu a
sua exclusividade na prestação do serviço, o que lhe conferiu o tratamento de Fazenda Pública, sendo, portanto,
os seus bens, impenhoráveis, ligados ou não ao serviço público.
Responsabilidade civil:
• Prestadoras de serviço público. Art. 37, §6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa – o artigo men-
ciona a “pessoa de direito privado prestadora de serviço público”. Se, portanto, a empresa estatal é prestado-
ra de serviço público, a responsabilidade é objetiva. O ente instituidor (Estado) responde subsidiariamente
pelos danos causados pela SEM e EP prestadoras de serviço público, pois o serviço é um dever do Estado
(responsabilidade objetiva e subsidiária).
• Exploradoras de atividade econômica. Não estão no art. 37, §6º, devendo aplicar as regras do Direito Civil.
Dessa forma, em regra, é subjetiva. A posição doutrinária que prevalece é que sendo atividade econômica
o Estado não responde. José dos Santos discorda, afirmando que o Estado sempre tem responsabilidade
subsidiária.
Finalidade das SEM e EP: O regime varia de acordo com a finalidade da empresa estatal. Se for prestador
de serviço público, o regime se aproxima mais daqueles das pessoas jurídicas de direito público. Se for exploradora
de atividade econômica se aproxima das empresas privadas que estão fora da Administração.
Regime de pessoal: Obrigatoriamente celetista (regime trabalhista): Não estão incluídos como servidores
públicos. No entanto, em algumas situações eles são equiparados aos servidores públicos: (1) exigência de concur-
so público; (2) regime de não acumulação de cargos; (3) sujeição ao teto quando receber repasse da Administração
Direta para o seu custeio (despesas correntes); (4) sujeitos à lei 8.429/92 - improbidade administrativa; (5) entram
no conceito de funcionário público (art. 327 CP); (6) Estão sujeitos ao MS, Ação Popular etc.
#DEOLHONAJURIS #APOSTACICLOS:
O teto constitucional remuneratório não incide sobre os salários pagos por empresas públicas e sociedades de
economia mista, e suas subsidiárias, que não recebam recursos da Fazenda Pública.
Veja o que diz o § 9º do art. 37 da CF/88: “O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades
de economia mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito Federal ou
dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em geral.”
STF. Plenário. ADI 6584/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 21/5/2021 (Info 1018).
#APOSTACICLOS:
É desnecessária a autorização legislativa expressa para a criação de subsidiárias quando houver autorização le-
gislativa da criação de empresa pública ou sociedade de economia mista e nesta constar permissão genérica da
possibilidade de criação de subsidiárias. Assim, não se exige lei específica para autorizar a criação de subsidiá-
ria. Com base no PARALELISMO DAS FORMAS, como não é exigida lei específica para criar a subsidiária,
também não é necessária lei específica para alienar o seu controle acionário. Em palavras mais simples:
como não se exige lei específica para criar, também não se exige lei específica para “vender”. STF. Plenário. ADPF
794/DF, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 21/5/2021 (Info 1018).
#DEOLHONAJURIS:
O art. 37, XIX, da CF/88 afirma que é necessária a edição de uma lei específica para se autorizar a instituição de
uma sociedade de economia mista ou uma empresa pública. Para que ocorra a desestatização da empresa esta-
tal também necessária lei específica ou basta uma autorização genérica prevista em lei que veicule programa de
desestatização? A Lei nº 9.491/97 tratou sobre o Programa Nacional de Desestatização e autorizou a desestatiza-
ção de empresas estatais. Essa lei genérica é suficiente? Em regra, sim. É desnecessária, em regra, lei específica
para inclusão de sociedade de economia mista ou de empresa pública em programa de desestatização.
Não se aplica o princípio do paralelismo das formas.
EXCEÇÃO: em alguns casos a lei que autorizou a criação da empresa estatal afirmou expressamente que seria
necessária lei específica para sua extinção ou privatização. Nesses casos, obviamente, não é suficiente uma lei
genérica (não basta a Lei nº 9.491/97), sendo necessária lei específica. STF. Plenário. ADI 6241/DF, Rel. Min. Cár-
men Lúcia, julgado em 6/2/2021 (Info 1004).
OS OSCIP
Pessoa jurídica de direito privado, sem Pessoa jurídica de direito privado, sem
NATUREZA JURÍDICA finalidade lucrativa, não integrante da finalidade lucrativa, não integrante da
administração pública. administração pública.
É mais ampla do que a das organizações
Ensino, pesquisa científica, desenvol-
sociais, porque abrange, além de todo
vimento tecnológico, proteção e pre-
ÁREA DE ATUAÇÃO o campo de atuação destas últimas,
servação do meio ambiente, cultura e
diversas outras áreas previstas no art.
saúde.
3.º da Lei 9.790/1999.
VÍNCULO JURÍDICO Contrato de gestão Termo de parceria
NATUREZA DO ATO DE
Ato discricionário Ato vinculado
QUALIFICAÇÃO
A qualificação depende de aprovação
do Ministro ou titular de órgão super-
visor ou regulador da área de atividade
ATO DE QUALIFICAÇÃO Concedida pelo Ministério da Justiça.
correspondente ao seu objeto social e
do Ministro do Planejamento, Orça-
mento e Gestão.
IMPOSSIBILIDADE DE
Não admite ser qualificada ao mesmo Não admite ser qualificada ao mesmo
DUPLA QUALIFICAÇÃO
tempo como OSCIP tempo como OS.
– OS E OSCIP
Exigência legal:
– Conselho de administração com par- Exigência legal:
ticipação obrigatória de representantes – Conselho Fiscal.
do Poder Público e membros da comu-
ESTRUTURA INTERNA nidade, de notória capacidade profis- Obs.: não se exige Conselho de ad-
sional e idoneidade moral; ministração ou participação de repre-
sentantes do Poder Público em qual-
– Diretoria. quer órgão da entidade.
Obs.: não se exige Conselho Fiscal.
3. Atos administrativos. 3.1 Conceitos, requisitos, elementos, pressupostos e classificação. 3.2 Fato e
ato administrativo. 3.3 Atos administrativos em espécie. 3.4 Parecer: responsabilidade do emissor do
parecer. 3.5 O silêncio no direito administrativo. 3.6 Cassação. 3.7 Revogação e anulação. 3.8 Processo
administrativo. 3.9 Lei no 9.784/1999. 3.10 Fatos da administração pública: atos da administração pública
e fatos administrativos. 3.11 Formação do ato administrativo: elementos, procedimento administrativo.
3.12 Validade, eficácia e autoexecutoriedade do ato administrativo. 3.13 Atos administrativos simples,
complexos e compostos. 3.14 Atos administrativos unilaterais, bilaterais e multilaterais. 3.15 Atos
administrativos gerais e individuais. 3.16 Atos administrativos vinculados e discricionários. 3.17 Mérito
do ato administrativo, discricionariedade. 3.18 Ato administrativo inexistente. 3.19 Teoria das nulidades
no direito administrativo. 3.20 Atos administrativos nulos e anuláveis. 3.21 Vícios do ato administrativo.
3.22 Teoria dos motivos determinantes. 3.23 Revogação, anulação e convalidação do ato administrativo.
#APOSTACICLOS:
Na nossa escala de incidências e apostas, o tema dos atos administrativos aparece como TOP 1, na disciplina
de Direito Administrativo
Atos administrativos é um tema de alta incidência nas provas de Defensoria da banca FCC.
Sendo assim, é fundamental ter um bom domínio doutrinário acerca desse tema, a saber: a) elementos; b)
#DESPENCA atributos; c) #DESPENCA formas de extinção (anulação e revogação) e Convalidação; d) discri-
cionariedade e vinculação; e e)controle dos atos administrativos!
ATOS ADMINISTRATIVOS: O que os peculiariza no âmbito do gênero “atos jurídicos” é o fato de serem
manifestações ou declarações da administração pública, agindo nesta qualidade, ou de particulares investidos em
funções públicas, que estejam exercendo prerrogativas públicas. O fato de serem praticados no exercício de atri-
buições públicas faz com que sejam os atos administrativos submetidos a regime de direito público.
- Vai criar, modificar ou extinguir direitos, tendo por objetivo satisfazer o interesse público.
ATOS DA ADMINISTRAÇÃO
Atos que a administração pública pratica quando está despida de prerrogativas públicas, quando está atuan-
do em igualdade jurídica com os particulares, o que decorre, por exemplo, quando ela atua como agente econô-
mico. Os “atos da administração” são regidos predominantemente pelo direito privado.
FATOS ADMINISTRATIVOS
Os fatos administrativos, por sua vez, são eventos materiais que podem repercutir no mundo jurídico (ex.:
falecimento do agente público acarreta a vacância do cargo). Em determinadas hipóteses, os fatos representam
simples acontecimentos materiais, sem produção imediata de efeitos jurídicos (ex.: construção de uma ponte).
O ato administrativo que cria obrigação para o particular mostra-se cogente, im-
Imperatividade ou perativo, obrigatório, independente de concordância do particular ou confirmação
Coercibilidade pelo Judiciário. É também chamado de poder extroverso da Administração.
Não se encontra presente em todos os atos (ex.: parecer).
3. SILÊNCIO ADMINISTRATIVO:
Fernanda Marinela assim relata: “Para a doutrina majoritária, o silêncio administrativo não produz nenhum
efeito, salvo quando a lei – reconhecendo o dever da Administração de agir, atribui esse resultado, admitindo-se,
nesse caso, a possibilidade de uma anuência tácita, ou até, de efeito denegatório do pedido, contrariando o inte-
resse de peticionário. Nessas hipóteses – em que a lei atribui efeito ao silêncio – o mesmo não decorre do silêncio,
e sim da previsão legal.
Segundo essa orientação, o silêncio não é ato jurídico e, por conseguinte, não é ato administrativo, porque
ambos dependem de uma declaração jurídica, de uma manifestação, faltando, assim, a condição para a sua exis-
tência, que é a exteriorização da vontade.” (Direito Administrativo, 11 ed., pág. 344)
1. Competência
É irrenunciável (o exercício pode ser parcial e temporariamente delegado, sem que isso implique renuncia à
competência); imodificável (somente mediante lei pode ser alterada); Intransferível (não se transfere a titularidade
da competência, mas apenas o seu exercício somente em caráter parcial e temporário).
Delegação e avocação:
- As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão
editadas mencionar explicitamente pelo delegado, recaindo sobre ele a responsabilidade
- Não pode ser objeto de delegação: competência exclusiva; decisão de recurso administrativo; compe-
tência normativa. (Vide art. 11 a 15 da Lei 9784/99)
2. Finalidade
A finalidade é um elemento sempre vinculado. Nunca é o agente público quem determina a finalidade a ser
perseguida em sua atuação, mas sim a lei.
O desvio de poder consiste no mau uso da competência para praticar atos administrativos desvia-
dos de sua finalidade, que buscam alcançar objetivos impossíveis, ilícitos ou que não podem ser atingidos
pelo ato utilizado.
• atos praticados com finalidade alheia ao interesse público. Ex.: remoção ex officio de servidor inimigo;
• atos praticados com desvio à finalidade pública específica determinada pela lei. Ex.: remoção ex
officio de servidor relapso.
3. Forma
Via de regra, os atos administrativos são escritos, mas permite- se a prática de atos verbais
4. Motivo
É a causa imediata do ato administrativo. É a situação de fato e de direito que determina ou autoriza a prática
do ato, ou, em outras palavras, o pressuposto fático e jurídico (ou normativo) que enseja a prática do ato.
Motivação “aliunde”: ocorre todas as vezes que a motivação do ato remete à motivação de ato anterior que
o ensejou.
5. Objeto
O objeto e a finalidade não se confundem. Enquanto o objeto é o fim imediato, a finalidade é o fim
mediato do ato administrativo.
5. MOTIVAÇÃO:
- Faz parte da FORMA do ato. Quando condição obrigatória à validade do ato e não é feita, enseja a nuli-
dade do ato – vício insanável.
- O princípio da motivação dos atos administrativo não está expresso na CF, para toda a administração. É
expresso e exigido para a atuação administrativa do Poder Judiciário.
- Em regra, a motivação, quando obrigatória, deve ser prévia ou contemporânea à expedição do ato, sob
pena de nulidade deste. Excepcionalmente, poderá ser aceita posteriormente à emissão do ato, desde que a ad-
ministração consiga demostrar e o ônus é dela, que o motivo declarado a destempo estava presente quando o ato
foi praticado.
A teoria dos motivos determinantes aplica-se tanto a atos vinculados quanto a atos discri-
cionários, mesmo aos atos discricionários em que, embora não fosse obrigatória, tenha havido a motivação.
O administrador fica vinculado ao motivo declarado, que deve ser cumprido, mesmo no caso de exoneração ad
nutum. Mesmo que o ato não necessite de ser motivado, caso a administração motive esse ato, este ficará sujeito
à verificação da existência e da adequação do motivo exposto. Não precisa de motivação, mas se ela for dada,
vincula o administrador. Motivo ilegal viola a Teoria dos motivos determinantes. O motivo ilegal não pode vincular.
6. VINCULAÇÃO E DISCRICIONARIEDADE
• Atos Vinculados: São aqueles em que o legislador consegue antever o caso concreto e definir pre-
viamente qual deve ser a conduta da Administração. Dessa forma, esta não efetua nenhum juízo de valor
no momento de produzir esses atos, não havendo que se falar em mérito administrativo. Nesses casos,
todos os seus elementos (competência, finalidade, forma, motivo e objeto) estão previstos na lei.
• Atos Discricionários: São aqueles em que o legislador, justamente por não conseguir definir qual
deve ser a melhor conduta da Administração para cada caso concreto, confere à Administração a faculda-
de de decidir, diante da situação fática, qual deve ser a solução que melhor atende ao interesse público.
Costuma-se, nessas situações, utilizar critérios de conveniência, oportunidade e conteúdo, o que significa
que a Administração decidirá quando e como agir.
**A doutrina tradicional só reconhece a existência de discricionariedade quando a lei explicitamente a con-
fere. A doutrina mais moderna, entretanto, reconhece a existência de discricionariedade nesses casos e, também,
quando a lei usa CONCEITOS JURÍDICOS INDETERMINADOS na descrição do motivo que enseja a prática do ato.
#OBS: Em regra, os elementos de competência, finalidade e forma, são SEMPRE vinculados, seja nos atos
vinculados, seja nos atos discricionários.
7. MÉRITO ADMINISTRATIVO
O mérito é a liberdade conferida pelo legislador ao agente público para exercer o juízo de ponderação dos
motivos e escolher os objetos dos atos administrativos discricionários.
É possível afirmar que o mérito é o núcleo dos atos administrativos discricionários. Não há mérito na edição
de atos vinculados.
Nos atos que geram efeitos ao particular (atos ampliativos), pode haver a extinção pelo
Renúncia
fato de o particular abrir mão do direito a ele conferido.
9. REVOGAÇÃO
Súmula 473-STF: A administração pode anular os seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
• Revogação:
- É privativo da administração.
- Todos os poderes têm competência para revogar seus próprios atos. O Judiciário não pode revogar atos
de outros poderes.
- Prazo: NÃO TEM PRAZO, mas tem limite material. A revogação não tem limite temporal, mas apenas limite
material, ou seja, não se fala em revogação nos casos de atos vinculados, atos com efeitos exauridos, ato que não
está na órbita de competência, nos casos de direito adquirido etc.
b) atos vinculados
10. ANULAÇÃO
• Anulação:
- Pode ser anulado pela própria administração pública, como pelo Poder Judiciário.
- É um controle de legalidade.
- A Adm. quando anula está exercendo o poder de autotutela, previsto nas sumulas 346 e 473 do STF.
#ATENÇÃO - Em regra, o prazo decadencial para que a Administração Pública anule atos administrativos
inválidos é de 5 anos, aplicável a todos os entes federativos, por força do princípio da isonomia.
Súmula 633-STJ: A Lei nº 9.784/99, especialmente no que diz respeito ao prazo decadencial para a re-
visão de atos administrativos no âmbito da Administração Pública federal, pode ser aplicada, de forma
subsidiária, aos estados e municípios, se inexistente norma local e específica que regule a matéria.
4 Poderes da administração pública. 4.1 Hierarquia: poder hierárquico e suas manifestações. 4.2 Poder
disciplinar. 4.3 Poder de polícia. 4.4 Polícia judiciária e polícia administrativa. 4.5 Liberdades públicas e
poder de polícia. 4.6 Principais setores de atuação da polícia administrativa.
De um modo geral, saibam identificar cada um dos poderes, distinguir o poder discricionário e o vinculado,
o que as espécies do abuso de poder. E então, FOCO TOTAL no estudo sobre o poder de polícia, principalmente:
atributos, características, ciclos de polícia e os julgados recentes sobre a delegação do poder de polícia. Não deixe
de revisar e de resolver questões, esse é um assunto que pode ser cobrado de maneira mais detalhada. Não su-
bestime!!!
O excesso de poder ocorre em casos nos quais a autoridade pública atua fora dos limites de sua competên-
cia, ou seja, exorbita ou extrapola a competência que lhe foi atribuída, praticando atos que não estão previamente
estipulados por lei.
O desvio de poder estará presente sempre que o agente do Estado praticar o ato, até mesmo dentro dos
limites da competência a ele conferida, mas visando a alcançar outra finalidade que não aquela prevista em lei.
Vale lembrar que o poder discricionário e o poder vinculado são na verdade formas do exercício dos demais
poderes administrativos e que toda atuação administrativa é minimamente vinculada à lei.
É aquele que estabelece único comportamento possível a ser tomado pelo ad-
ministrador diante de casos concretos, sem nenhuma liberdade para juízo de
PODER conveniência e oportunidade. Logo, preenchidos os requisitos legais, o administrador
VINCULADO é obrigado a praticar o ato previamente definido pelo diploma normativo que
não somente prevê, mas determina a atuação do agente público sempre que a
previsão legal se concretizar.42
Há a conveniência e oportunidade do administrador. A lei prevê a prática do ato, mas
PODER confere ao agente uma margem de escolha. A discricionariedade tem de estar dentro
DISCRICIONÁRIO dos limites da lei, sob pena de se tratar de conduta arbitrária, sendo considerada ilegal.
Conveniência: modo de atuação; Oportunidade: momento.
42 Exemplo: a legislação estabelece que, cumpridos determinados requisitos, deve ser concedida ao particular uma licença para construção,
reforma ou ampliação de estabelecimento privado, Caso cumpra esses requisitos objetivamente estipulados por lei, o cidadão tem direito subjetivo
à concessão da licença.
DISCRICIONARIEDADE:
A discricionariedade tanto pode ser concretizada no momento em que o ato é praticado quanto
no momento em que a administração decide revogá-lo, quando também o faça, embasado em critérios
de conveniência e oportunidade justificados nos limites da legislação aplicável àquela conduta específica.
Conceitos jurídicos indeterminados: Algumas vezes a discricionariedade vem implícita na lei, quando o
dispositivo apresenta conceitos jurídicos indeterminados. Ex.: Dissolver passeata quando caracterizar tumulto. Tu-
multo é um conceito jurídico vago, existindo nesse caso uma análise por parte do administrador responsável pela
prática do ato. Proteger a paz pública, moralidade.
Tem fundamento no poder discricionário, a revogação de atos discricionários, que somente cabe à Admi-
nistração realizar. O Poder Judiciário nunca poderá revogar um ato praticado pelo Executivo ou Legislativo. Porém,
quando estiver atuando como administração, o Poder Judiciário e só ele poderá revogar os atos que ele mesmo
tenha editado.
Até mesmo os atos discricionários apresentam-se vinculados à estrita previsão legal quanto a seus requisi-
tos de competência, finalidade e, em regra, a forma.
3. PODER HIERÁRQUICO
É a prerrogativa que garante ao administrador estruturar, escalonar e hierarquizar os seus quadros. Ele vai
organizar, estabelecendo a relação hierárquica de subordinação.
A relação de subordinação decorre naturalmente da hierarquia existente no interior dos órgãos e das
entidades administrativas;
Por outro lado, a relação de vinculação é encontrada entre entidades da Administração Indireta e os
respectivos entes federados. Entre pessoas jurídicas distintas, em razão da autonomia dessas entidades, não existe
hierarquia, mas apenas os controles previstos expressamente a legislação (vinculação).
Importante ressaltar, portanto, a ausência de hierarquia entre os diferentes entes federativos, quais
sejam, a União, o Distrito Federal, os Estados e os Municípios, ou entre os entes da administração direta
e os entes da administração indireta, pois, não obstante a existência de controle e fiscalização, não há
relação de hierarquia ou de subordinação, haja vista se tratarem de pessoas jurídicas diferentes.
Existe também uma vinculação entre os entes da Administração Direta e Indireta que permite àquela
controlar os atos desta. Tal liame recebe o nome de vinculação ou tutela administrativa e não se funda
na hierarquia, mas sim na criação por meio de lei dos entes descentralizados do Poder Público.
4. PODER DISCIPLINAR
O poder disciplinar é exercido por meio do Processo Administrativo Disciplinar (PAD). Fundado, normalmen-
te, na hierarquia administrativa, o poder disciplinar relaciona-se com as relações jurídicas especiais administrativas,
englobando duas situações:
a) Relações funcionais travadas com agentes públicos, independentemente da natureza do respectivo vín-
culo jurídico – legal ou negocial (ex.: demissão do servidor público); e
b) Particulares inseridos em relações jurídicas especiais com a Administração, mas que não são consi-
derados agentes públicos (ex.: aplicação de multa contratual à empresa contratada pela Administração, sanções
aplicadas aos alunos de escola pública e aos usuários de biblioteca pública etc.).
5. PODER NORMATIVO
O poder normativo ou regulamentar é a prerrogativa reconhecida à Administração Pública para editar atos
administrativos gerais para fiel execução das leis.
• Os regulamentos são atos privativos do chefe do Poder Executivo. (Outras autoridades administrativas po-
derão expedir outros atos, como resoluções e instruções normativas (dentre outros), mas não decretos. Por essa
razão, parte da doutrina começa a dizer que o poder regulamentar seria do chefe do Poder Executivo, motivo pelo
qual este poder seria espécie do gênero poder normativo.
ESPÉCIES DE REGULAMENTO
São aqueles editados para a fiel execução da lei. Este regulamento não pode
Regulamentos executivos inovar o ordenamento jurídico, mas somente pode complementar a lei. Art. 84,
IV da CF.
6. PODER DE POLÍCIA
É a prerrogativa que tem o Estado de restringir, frenar, limitar a atuação do particular em razão do interesse
público.
#SELIGA:
▪ Poder de polícia em sentido amplo – qualquer ato de qualquer dos poderes que limite direito individual (lei,
por exemplo);
▪ Poder de polícia em sentido estrito – somente se admite a atuação concreta da Administração Pública.
Vale ressaltar que o poder de polícia se caracteriza como “polícia administrativa”, que é diferente da polícia
judiciária:
Atua para evitar ou reprimir o ilícito administrativo. Atua contra o ilícito penal.
Em regra, sua atuação é preventiva. Em regra, sua atuação é repressiva.
Exercida por diversos órgãos da Administração. É exercida pelas polícias civil e federal.
8. CONCEITO LEGAL:
O CTN define o Poder de Polícia como função da Administração Pública de limitar ou disciplinar direitos,
regulando a prática de ato ou abstenção de fatos, em razão do interesse da coletividade, concernente à segurança,
à higiene, à ordem, aos costumes, ao exercício de atividades econômicas que dependem de autorização e conces-
são, bem como aos direitos individuais e coletivos.
• Discricionariedade: Cabe à administração avaliar qual é o momento mais oportuno para aplicar o poder
de polícia e depois avaliar qual a sanção mais conveniente para aplicar ao caso. Por isso, o poder de polícia é dis-
cricionário. Ex.: autorização para portar arma, em que preenchidos os requisitos, a administração poderá autorizar.
Existem situações em que a administração estará compelida a agir de uma única forma. Nesses casos excepcionais,
o poder de polícia é vinculado. Ex.: licença para dirigir veículo. Se a pessoa preencher os requisitos, deverá receber
a CNH. Outro caso é a licença para construir.
Deve a lei prever que o ato administrativo terá autoexecutoriedade, ou no mínimo a urgência43 da
situação poderá justificar que o ato tenha autoexecutoriedade. Neste caso, há uma presunção de que a lei traz de
forma implícita a autorização de que o ato seja executável.
• Imperatividade: É o poder que a administração pública tem de impor uma obrigação ao particular, ainda
que ele não concorde.
• Coercibilidade: A Coercibilidade torna o ato obrigatório, devendo este ser obedecido independente da
vontade do administrado, caso em que a Administração pode usar meios indiretos de coerção para cumprir a de-
terminação. Ex.: aplicação de multa.
--- Os atos preventivos de polícia administrativa (obtenção de licenças, autorizações) bem como atos repres-
sivos a exemplo da cobrança de multa, NÃO GOZAM DE AUTOEXECUTORIEDADE OU COERCIBILIDADE.
43 Embora haja controvérsia, a doutrina majoritária afirma que a executoriedade depende de previsão legal OU do caráter emergencial da situação concreta
(URGÊNCIA). Nesse sentido: Maria Sylvia Zanella Di Pietro, Celso Antônio Bandeira de Mello, José dos Santos Carvalho Filho; Marçal Justen Filho e Diógenes
Gasparini.
A legislação federal, prevê também limites temporais: o art. 1.º da Lei 9.873/1999 estabelece o prazo pres-
cricional de 5 (cinco anos) para o exercício de ação punitiva pela Administração Pública Federal, no exercício do
poder de polícia, objetivando apurar infração à legislação em vigor.
a) prazo decadencial de cinco anos para o exercício do poder de polícia e constituição do crédito
(art. 1.º);
b) prazo de prescrição intercorrente de três anos para a conclusão do processo administrativo instaurado
para se apurar a infração administrativa (art. 1.º, § 1.º); e
Enquanto alguns serviços públicos admitem delegação, o poder de polícia não pode ser delegado de sua res-
ponsabilidade. E, portanto, via de regra, não admite delegação.
Todavia, é possível a delegação de atos materiais que precedem essa notificação feita pela autoridade adminis-
trativa.
Considerando que o poder de polícia é parcialmente delegável, alguns autores nacionais dividem a
atividade em quatro ciclos:
#AJUDAMARCINHO:
É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito privado inte-
grantes da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público que prestem exclusivamente
serviço público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial. STF. Plenário. RE 633782/MG, Rel.
Min. Luiz Fux, julgado em 23/10/2020 (Repercussão Geral – Tema 532) (Info 996)
É possível a delegação do poder de polícia – inclusive da possibilidade de aplicação de multas – para pessoas
jurídicas de direito privado?
Julgado do STJ: não
O STJ possuía julgado afirmando que o poder de polícia da administração é exercido com base no “poder de
império do Estado”. Em virtude disso, o exercício do poder de polícia não poderia ser delegado para particulares.
Assim, o poder de polícia, por ser uma atividade típica do Estado, não poderia ser delegada.
Vale ressaltar que até seria possível que o Estado delegasse para particulares a realização de atividades de apoio
ao exercício do poder de polícia. Isso é chamado de aspectos materiais do poder de polícia.
Em suma, segundo esse julgado do STJ:
•o poder de polícia é uma atividade típica do Estado, não podendo ser delegada a particulares. Ex.: imposição
de multa de trânsito.
•as atividades de apoio ao poder de polícia podem ser delegadas. Ex.: instalação de radares. STJ. 2ª Turma. REsp
817.534⁄MG, Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 10/11/2009.
Posição do STF: sim
É constitucional a delegação do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito privado
integrantes da Administração Pública indireta de capital social majoritariamente público que prestem
exclusivamente serviço público de atuação própria do Estado e em regime não concorrencial.
STF. Plenário. RE 633782/MG, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 23/10/2020 (Repercussão Geral – Tema 532) (Info
996).
O STJ, ao desdobrar o ciclo de polícia, entende que somente os atos relativos ao consentimento e à fiscalização
são delegáveis, pois aqueles referentes à legislação e à sanção derivam do poder de coerção do Poder Público.
Segundo a teoria do ciclo de polícia, o atributo da coercibilidade é identificado na fase de sanção de polícia e
caracteriza-se pela aptidão que o ato de polícia possui de criar unilateralmente uma obrigação a ser adimplida
pelo seu destinatário.
Em suma, os atos de consentimento, de fiscalização e de aplicação de sanções podem ser delegados a
estatais que possam ter um regime jurídico próximo daquele aplicável à Fazenda Pública.
5 Serviços públicos. 5.1 Concessão, permissão, autorização e delegação. 5.2 Serviços delegados. 5.3
Convênios e consórcios. 5.4 Conceito de serviço público. 5.5 Caracteres jurídicos. 5.6 Classificação e
garantias. 5.7 Usuário do serviço público. 5.8 Extinção da concessão de serviço público e reversão dos
bens. 5.9 Permissão e autorização.
#APOSTACICLOS - Os assuntos desses pontos, devem ter como focos maiores, a lei e a jurisprudência.
#SELIGA
Temos NOVIDADE LEGISLATIVA nesse ponto. A - Lei nº 14.015/2020 alterou a Lei nº 8.987/95 e a Lei nº
13.460/2017.
Atenção com as parcerias público-privadas (conceito e espécies). É comum a banca inverter os concei-
tos das duas modalidades de PPPs. Assim, atenção para os conceitos de concessão administrativa e concessão
patrocinada. Distinção entre PPP e concessão comum. Vide casos em que se admite a celebração do contrato
de PPP e os casos em que esse contrato não é admitido.
Para uma melhor compreensão do tema, ou caso sinta necessidade, não deixe de ver a FUC 12 de Direito
Administrativo.
#MAPEIAOVADE:
Há transferência somente da execução do serviço por meio de contrato ou ato administrativo. Não significa
transferência de competência
Art. 22, XXVII, CF: “Compete privativamente à União legislar sobre normas gerais de licitação”.
#NÃOCONFUNDIR:
OUTORGA COLABORAÇÃO/DELEGAÇÃO
(descentralização por serviço) (descentralização por delegação)
2. CONCESSÃO E PERMISSÃO
Solene Precária
Há ausência de contraprestação pelo Poder Público (diferentemente do que ocorre nas PPPs, que são
concessões especiais). A remuneração da concessionária se dá exclusivamente pela tarifa paga pelo usuário.
É possível que a concessionária tenha meios alternativos de lucro.
O contrato de concessão poderá prever o emprego de mecanismos privados para resolução de disputas,
inclusive a arbitragem, a ser realizada no Brasil e em língua portuguesa.
A concessionária responde objetivamente por todos os prejuízos causados ao poder concedente, aos
usuários ou a terceiros, sem que a fiscalização exercida pelo órgão competente exclua ou atenue essa res-
ponsabilidade. Desse modo, na concessão e na permissão de serviços públicos, o serviço é desenvolvido
por conta e risco da concessionária/permissionária (assume todos os riscos do empreendimento). Dife-
rentemente, na PPP (concessão especial), há repartição objetiva dos riscos. O Estado concedente responderá
apenas de forma subsidiária.
É admitida a subconcessão, desde que expressamente autorizada pelo poder concedente. A outorga de
subconcessão será sempre precedida de concorrência.
capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado; (Redação dada pela Lei nº
14.133, de 2021)
III - concessão de serviço público precedida da execução de obra pública: a construção, total ou parcial, conserva-
ção, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público, delegados pelo poder conce-
dente, mediante licitação, na modalidade concorrência ou diálogo competitivo, a pessoa jurídica ou consórcio
de empresas que demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o investimento
da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da obra por prazo deter-
minado; (Redação dada pela Lei nº 14.133, de 2021)
IV - permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços pú-
blicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho,
por sua conta e risco.
4. AUTORIZAÇÃO
Características: 1) trata-se de pequenos serviços. Ex.: serviço de táxi e serviço de despachante; 2) pode ser
concedido numa situação de urgência.
- O uso de bem de bem público (como uma praça) por uma associação de moradores para realizar um
evento depende de autorização da autoridade competente.
#CUIDADO: não confunda com o direito à reunião pacífica, esta sim independe de autorização, bastando
notificação prévia.
- Na autorização de uso do bem público o interesse é do particular (ex.: casamento na praia), já na permissão
o interesse é do particular, mas também é público (ex.: instalação de quiosque na praia).
5. PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE
O princípio da continuidade impõe a prestação ininterrupta do serviço público, tendo em vista o dever do
Estado de satisfazer e promover direitos fundamentais.
A continuidade pressupõe a regularidade na prestação do serviço público, com observância das normas
vigentes e, no caso dos concessionários, das condições do contrato de concessão.
Atualmente, é possível mencionar três questões polêmicas que envolvem a aplicação do princípio da
continuidade dos serviços públicos, a saber:
b) reconhecimento do direito de greve dos servidores estatutários, com aplicação analógica da legis-
lação dos empregados celetistas (Lei 7.783/1989), respeitada a continuidade dos serviços essenciais; e
c) viabilidade da exceptio non adimpleti contractus nos contratos da Administração Pública, na forma
do art. 78, XIV e XV, da Lei 8.666/1993 ressalvados os contratos de concessão de serviço público, tendo em
vista o princípio da continuidade.
6. #DEOLHONALEI
Art. 6º § 3º Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em situação de emer-
gência ou após prévio aviso, quando:
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e,
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade.
§ 4º A interrupção do serviço na hipótese prevista no inciso II do § 3º deste artigo não poderá iniciar-se na sexta-
feira, no sábado ou no domingo, nem em feriado ou no dia anterior a feriado. (Incluído pela Lei nº 14.015, de 2020)
#AJUDAMARCINHO:
7. #DEOLHONAJURIS
É possível o “corte” no serviço de energia elétrica em virtude de inadimplemento do consumidor?
SIM. Mesmo sendo um serviço essencial, em caso de inadimplemento do consumidor, é possível o corte do ser-
viço de energia elétrica. Isso, no entanto, será feito com base em determinados critérios.
Tais critérios irão depender de acordo com a natureza da dívida.
A jurisprudência classifica esses débitos em três grupos.
prejuízo do direito de a concessionária utilizar os meios judiciais ordinários de cobrança da dívida, inclusive an-
tecedente aos mencionados 90 (noventa) dias de retroação.
STJ. 1ª Seção. REsp 1.412.433-RS, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 25/04/2018 (recurso repetitivo) (Info
634).
- Encampação: ocorre todas as vezes em que não há mais interesse público na manutenção do contrato,
configurando cláusula exorbitante dos contratos administrativos. Essa cláusula permite ao ente estatal extinguir a
avença, sem a necessidade de concordância do particular;
- Caducidade: trata-se de rescisão unilateral do contrato justificada por motivo de inadimplemento do par-
ticular contratado;
• Consensual ou bilateral;
• Judicial: requerida pela concessionária, diante do inadimplemento contratual do poder público. Tal situação
decorre do fato de que a entidade privada não tem poder de rescindir o contrato unilateralmente (não se
aplica a cláusula exorbitante), devendo recorrer ao Judiciário.
ENCAMPAÇÃO CADUCIDADE
É a concessão comum com algumas peculiaridades. A ideia é buscar na iniciativa privada o recurso para
investimento, devolvendo em suaves prestações e com bastante juros.
- Há contraprestação financeira paga pelo Estado (investimentos de grande vulto, para atrair investidores).
- Restrições:
¾ Quanto ao tempo: a PPP deve ter periodicidade mínima de 5 anos e máxima de 35 anos, incluindo even-
tual prorrogação,
¾ Quanto à matéria: não é cabível PPP que tenha como objeto único o fornecimento de mão-de-obra, o
fornecimento e instalação de equipamentos ou a execução de obra pública.
¾ Quanto à área de atuação: a PPP não pode ser utilizada para delegação das atividades de poder de polícia,
regulação, jurisdicional e de outras atividades exclusivas do Estado, pois são serviços indelegáveis;
- Tipos de contraprestação: ordem bancária, cessão de créditos não tributários, outorga de direitos em
face da Administração Pública; outorga de direitos sobre bens públicos dominicais; outros meios admitidos em lei.
• Antes da celebração do contrato, deverá ser constituída sociedade de propósito específico incumbida de
implantar e gerir o objeto da parceria. Pode assumir a forma de companhia aberta.
• O Poder Público não pode controlar a SPE, exceto se banco público financiador assumir a empresa como
garantia.
- Licitações: modalidade concorrência; inversão de fases (habilitação ocorre antes do julgamento); admi-
tida fase de lances (propostas com preço até 20% superior à melhor proposta).
#ATENÇÃO: com a alteração promovida pela lei nº 14.133/21 também se admite a licitação na modalidade DIÁ-
LOGO COMPETITIVO.
Art. 10. A contratação de parceria público-privada será precedida de licitação na modalidade concorrência ou diá-
logo competitivo, estando a abertura do processo licitatório condicionada a: (Redação dada pela Lei nº 14.133,
de 2021)
Revisem todas as modalidades de intervenção. É importante ter seus conceitos, características e regime de
indenização, bem definidos. Verifiquem sempre quais atingem a exclusividade, quais atingem a perpetuidade
e quais atingem o caráter absoluto da propriedade.
#MAPEIAOVADE:
CF/88
DL 25/37 (TOMBAMENTO)
Arts. 6º a 9º Art. 17
Art. 9º Art. 16
- MODALIDADES:
• Intervenções restritivas (ou brandas): são impostas restrições e condições à propriedade, sem retirá-la do
seu titular. Ex.: servidão, requisição, ocupação temporária e tombamento.
• Intervenções supressivas (ou drásticas): retira a propriedade do seu titular originário, transferindo-a para
o seu patrimônio. Ex.: diferentes espécies de desapropriação.
2. DESAPROPRIAÇÃO
DESAPROPRIAÇÃO
É a intervenção através da qual o Estado se apropria da propriedade alheia, após o devido proces-
CONCEITO so legal, transferindo-a compulsoriamente e de maneira originária para o seu patrimônio, com
fundamento no interesse público e, normalmente, mediante indenização.
A competência DECLARATÓRIA (1ª fase do procedimento) é apenas dos entes políticos (atribui-se
COMPETÊN- competência, igualmente, ao DNIT e à ANEEL). Para fins de reforma agrária, a competência é
CIA DECLA- EXCLUSIVA DA UNIÃO.
RATÓRIA E Por outro lado, a competência EXECUTIVA (para ajuizar a ação de desapropriação, pagar o pre-
EXECUTIVA ço...) pode ser repassada, por meio de lei ou contrato, à administração indireta e aos concessioná-
rios/permissionários.
a) Comum/ordinária/regular: justificada por utilidade/necessidade pública ou por interesse
social. Competência dos três entes federados.
-Ocorre a utilidade pública quando a transferência do bem para o poder público é conveniente,
embora não seja indispensável.
-A necessidade pública decorre de situações de emergência, cuja solução exija a desapropriação
do bem.
-O interesse social consiste naquelas hipóteses em que mais se realça a função social da proprie-
dade. A desapropriação de terras rurais, para fins de reforma agrária ou assento de colonos, é caso
típico de interesse social.
b) Florística: proteção ambiental.
c) Sancionatória: divide-se em:
Î Urbana (prevista no estatuto da cidade); Competência dos Municípios/DF. Incide sobre imóvel
ESPÉCIES localizado na área urbana que não atende a respectiva função social. Antes de desapro-
priar, cabe ao poder público, nessa ordem: notificar para parcelamento, edificação ou utilização
compulsória; fixar IPTU progressivo no tempo por até 5 anos consecutivos; desapropriação. A
indenização não será prévia, nem em dinheiro, mas, sim, em títulos da dívida pública.
Î Rural para fins de reforma agrária (previsão no art. 184/CF, LC 76 e lei nº 8.629/93). Compe-
tência da União. Incide sobre o imóvel rural que não atende a função social. Tem finalidade
específica de reforma agrária. A indenização será em títulos da dívida agrária (com cláusula
de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até 20 anos, a partir do 2º ano de sua
emissão. Essa modalidade de desapropriação não pode ser utilizada em relação aos seguintes
bens: a) pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprie-
tário não possua outra; e b) propriedade produtiva.
Î Confiscatória (art. 243, CF).
2ª FASE (EXECUTIVA): Adoção dos atos materiais (concretos) pelo Poder Público ou seus
delegatários, devidamente autorizados por lei ou contrato, com o intuito de consumar a re-
tirada da propriedade do proprietário originário. Pode ser: (a) ADMINISTRATIVA: depois da
declaração, a Administração propõe valor, o qual é ACEITO (nesse caso, há verdadeiro contrato
de compra e venda) ou (b) JUDICIAL: o valor NÃO É ACEITO (ou não se conhece o PROPRIE-
TÁRIO DO BEM). Nesse caso, deve ser ajuizada AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO.
AÇÃO DE DESAPROPRIAÇÃO
PROCEDI-
MENTO DA (i) POLO ATIVO: Poder Público (Adm. direta ou indireta) ou delegatários.
DESAPRO- Obs.: a) Desapropriação Sancionatória Urbanística: legitimidade ativa EXCLUSIVA DO MUNICÍ-
PRIAÇÃO PIO; b) Desapropriação para fins de reforma agrária: legitimidade ativa EXCLUSIVA DA UNIÃO.
COMUM.
(ii) POLO PASSIVO: proprietário do imóvel.
(iii) Requisitos da PETIÇÃO INICIAL: (a) Oferta do preço; (b) Cópia do contrato ou do diário
oficial em que houver sido publicado o decreto expropriatório; (c) Planta ou descrição do bem
a ser desapropriado e suas confrontações.
(iv) CONTESTAÇÃO: Só pode versar sobre: vício no processo (preliminares) ou preço.
(v) IMISSÃO PROVISÓRIA NA POSSE:
Art. 15. Se o expropriante alegar urgência e depositar quantia arbitrada de conformidade
com o art. 685 do Código de Processo Civil, o juiz mandará imiti-lo provisoriamente na
posse dos bens;
§2º A alegação de urgência, que não poderá ser renovada, obrigará o expropriante a
requerer a imissão provisória dentro do prazo improrrogável de 120 (cento e vinte) dias.
§3º Excedido o prazo fixado no parágrafo anterior não será concedida a imissão provisória.
§4o A imissão provisória na posse será registrada no registro de imóveis competente.
(vi) PROVA PERICIAL: É plenamente cabível na ação de desapropriação. É importante para a
fixação do valor. Deve haver a apresentação do laudo em até 05 dias antes da audiência.
(vii) SENTENÇA E TRANSFERÊNCIA DO BEM: (a) Fixa o valor da indenização (após o paga-
mento, consuma-se a desapropriação); (b) Autoriza a imissão definitiva na posse; (c) Constitui
título hábil para registro. (d) É o pagamento do valor, ou sua consignação judicial, que promove
a transferência do bem.
É fato administrativo pelo qual o Estado se apropria de bem particular, sem observância
dos requisitos da declaração e da indenização prévia. De acordo com o artigo 35 do De-
creto 3365/41, uma vez incorporado ao patrimônio público, não será possível a sua reivin-
dicação pelo particular. Diante disso, o particular deve ajuizar uma ação de desapropriação
indireta, que, a rigor, é uma ação de indenização.
#DEOLHONAJURIS
Qual é o prazo da ação de desapropriação indireta? Regra: 10 anos (art. 1.238, parágrafo
único, do CC/2002). Exceção: o prazo será de 15 anos se ficar comprovada a inexistência de
DESAPRO- obras ou serviços públicos no local. Em regra, portanto, o prazo prescricional das ações indeni-
PRIAÇÃO zatórias por desapropriação indireta é de 10 anos porque existe uma presunção relativa de que
INDIRETA o Poder Público realizou obras ou serviços públicos no local. Admite-se, excepcionalmente, o
prazo prescricional de 15 anos, caso a parte interessada comprove, concreta e devidamente,
que não foram feitas obras ou serviços no local, afastando a presunção legal. STJ. 1ª Seção.
EREsp 1575846-SC, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 26/06/2019 (Info 658). O prazo prescri-
cional aplicável à desapropriação indireta, na hipótese em que o Poder Público tenha realizado
obras no local ou atribuído natureza de utilidade pública ou de interesse social ao imóvel, é de
10 anos, conforme parágrafo único do art. 1.238 do CC. STJ. 1ª Seção. REsp 1757352-SC, Rel.
Min. Herman Benjamin, julgado em 12/02/2020 (Recurso Repetitivo – Tema 1109) (Info 671).
Obs: a súmula 119 do STJ está superada (Súmula 119-STJ: A ação de desapropriação indireta
prescreve em vinte anos).
É aquele pelo qual o expropriado requer que a desapropriação e a respectiva indeni-
zação incidam sobre a totalidade do bem, pois a parte não abarcada ficou inservível ou
esvaziada de interesse patrimonial. São para os casos de desapropriação parcial. A doutrina
majoritária entende pela possibilidade do direito de extensão.
DIREITO DE #NÃOCONFUNDA: o direito de extensão não se confunde com a desapropriação por zona
EXTENSÃO - na hipótese de desapropriação para a realização de uma obra, a legislação prevê a possi-
bilidade de ser desapropriada uma área maior do que aquela que será inicialmente ocupada
pela obra, a fim de assegurar que, no futuro, haja o desenvolvimento dessa mesma obra, ou
simplesmente para alienação futura de áreas próximas a obra que, por sua causa, sofrerão
valorização extraordinária (art. 4º, DL n° 3.365).
É a mudança da destinação do bem expropriado. Poder Público diz que faria uma coisa no
decreto, mas depois faz outra.
Î Será ilícita quando houver DESVIO DE FINALIDADE (o bem não foi usado para atender o
TREDESTI-
NAÇÃO interesse público), caso em que o particular deve ser reintegrado (retrocessão).
Î Será lícita quando, embora divergente do planejamento inicial, permanece atendendo o
INTERESSE PÚBLICO. Ex.: iria construir escola, mas constrói hospital. Nesse caso, o parti-
cular não poderá reaver o bem.
O direito de o expropriado exigir a devolução do bem desapropriado que não foi utilizado
pelo Poder Público para atender o interesse público. Há controvérsia sobre qual seria o prazo
para o particular ajuizar a ação, pois a doutrina diverge sobre a natureza jurídica de direito real
ou pessoal.
RETROCES-
SÃO Consoante STJ, apenas a tredestinação ilícita acarreta a retrocessão, pois na tredestinação
lícita o Poder Público concede destinação pública ao bem, ainda que diversa da inicialmente
programada. Nesse sentido, o art. 519 do CC admite a retrocessão somente quando a coisa ex-
propriada “não tiver o destino para que se desapropriou, ou não for utilizada em obras
ou serviços públicos”.
3. SERVIDÃO E REQUISIÇÃO
9 Acordo;
A emergência da situação justifica a auto-
Instituição 9 Sentença judicial; executoriedade da medida.
9 Usucapião.
4. LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA
A limitação administrativa é restrição de caráter geral, realizada por ato unilateral da Administração Pú-
blica, que impõe a determinados proprietários obrigações positivas, negativas ou permissivas, para fins de condi-
cionar as propriedades ao atendimento da função social.
Ela decorre do exercício do poder de polícia e atinge o caráter absoluto do direito de propriedade, não
afetando o caráter exclusividade. Como exemplo, é possível citar as limitações para edificações de prédios (não
construir acima de determinada altura).
#ATENÇÃO! A exigência de promoção do adequado aproveitamento do solo urbano, descrita no art. 182, §4º, da
CF, é uma hipótese de limitação administrativa, cujo desrespeito pode gerar, entre outras coisas, a desapropriação
(outra modalidade de intervenção estatal na propriedade).
#DEOLHONAJURIS:
Segundo STF e STJ, a restrição de uso decorrente da legislação ambiental é simples limitação administrativa e não
se confunde, como regra, com o desapossamento típico da desapropriação indireta.
“(...). 2. O acórdão proferido pelo Tribunal a quo está em consonância com o entendimento deste Superior Tribu-
nal de Justiça, segundo o qual “as restrições ao direito de propriedade, impostas por normas ambientais, ainda
que esvaziem o conteúdo econômico, não configuram desapropriação indireta, a qual só ocorre quando existe
o efetivo apossamento da propriedade pelo Poder Público” (REsp 1784226/RJ, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN,
SEGUNDA TURMA, julgado em 12/02/2019, DJe 12/03/2019), sendo aplicável, ademais, o prazo prescricional
quinquenal previsto no art. 10, parágrafo único, do Decreto-Lei n. 3.365/41. 3. Agravo interno não provido”. (AgInt
no AREsp 1443672/SP, Rel. Ministro SÉRGIO KUKINA, PRIMEIRA TURMA, julgado em 11/02/2020, DJe 18/02/2020)
#DEOLHONAJURIS:
os princípios da instrumentalidade das formas e da primazia da solução integral do mérito. STJ. 1ª Turma. REsp
1.653.169-RJ, Rel. Min. Regina Helena Costa, julgado em 19/11/2019 (Info 662).
5. LIMITAÇÃO X OCUPAÇÃO
LIMITAÇÃO OCUPAÇÃO
Geral e abstrato Atuação específica
Perpétua Temporária
6. #DEOLHONAJURIS
Não se encontrando averbada no registro imobiliário antes da vistoria, a reserva florestal não poderá ser excluída
da área total do imóvel desapropriando para efeito de cálculo da produtividade do imóvel rural.
STJ. 2ª Turma. AgRg no REsp 1301751/MT, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 08/04/2014 (Info 539).
STJ. 1ª Turma. AgRg no REsp 1505446/GO, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 15/03/2021
É incabível a requisição administrativa, pela União, de bens insumos contratados por unidade federativa e desti-
nados à execução do plano local de imunização, cujos pagamentos já foram empenhados. A requisição adminis-
trativa não pode se voltar contra bem ou serviço de outro ente federativo. Isso para que não haja indevida inter-
ferência na autonomia de um sobre outro. STF. Plenário. ACO 3463 MC-Ref/SP, Rel. Min. Ricardo Lewandowski,
julgado em 8/3/2021 (Info 1008).
Assegura-se indenização ulterior, se houver dano. A doutrina tem entendido que, nos casos de requisi-
ção de bem móvel consumível (que se exaure com a utilização), não haverá desapropriação, sendo a indenização
devida, apenas, posteriormente.
#DEOLHONAJURIS:
Os entes federativos podem decretar a requisição administrativa de bens e serviços para enfrentar a Covid-19
sem necessidade de autorização do Ministério da Saúde. O art. 3º, caput, VII e § 7º, III, da Lei nº 13.979/2020
autoriza que os gestores locais de saúde (secretarias estaduais e municipais, p. ex.), mesmo sem autorização
do Ministério da Saúde, façam a requisição de bens e serviços. O STF afirmou que esses dispositivos são cons-
titucionais. Não se exige autorização do Ministério da Saúde para que os Estados-membros, Distrito Federal e
Municípios decretem a requisição administrativa prevista no art. 3º, caput, VII e § 7º, III, da Lei nº 13.979/2020,
no exercício de suas competências constitucionais. STF. Plenário. ADI 6362/DF, Rel. Min. Ricardo Lewandowski,
julgado em 2/9/2020 (Info 989).
#DEOLHONAJURIS:
Em regra, quem adquire bem anteriormente atingido por restrição administrativa não é parte legítima, por
carência de efetivo prejuízo, para, com fundamento em desapropriação direta ou indireta, ingressar com ação
indenizatória contra o Estado.
Nessas condições, querer agir em nome do credor primitivo, postulando lesão que não sofreu, afronta os prin-
cípios da boa-fé objetiva, da proibição de enriquecimento sem causa e da moralidade, representando, não o
exercício de um direito, mas a invocação abusiva do direito.
Observam-se duas exceções, em numerus clausus, para a regra geral:
• quando a transferência da propriedade for realizada por negócio jurídico gratuito;
• quando o adquirente for sujeito vulnerável, na acepção de indivíduo incontestavelmente pobre ou humilde.
Em ambos os casos há presunção relativa de boa-fé objetiva, de moralidade e de inexistência de enriquecimento
sem causa.
STJ. 1ª Seção. REsp 1750660/SC, Rel. Min. Gurgel De Faria, Rel. p/ Acórdão Min. Herman Benjamin, julgado em
10/03/2021 (Tema Repetitivo 1004).
7. TOMBAMENTO
Ele atinge o caráter absoluto da propriedade, assim como a limitação administrativa, não atingindo o
caráter exclusividade, já que não há mudança na propriedade do bem.
Em âmbito federal, é regulado pelo DL 25/37. Mas a competência para realizar o tombamento é concor-
rente entre os entes federativos. Fala-se em tombamento cumulativo quando um bem sofre um procedimento
de tombamento por mais de um ente.
#ATENÇÃO! Em relação ao tombamento de bens públicos, cabe atentar que, diferente do que ocorre na desa-
propriação, não se aplica, aqui, o princípio da hierarquia verticalizada. Dessa forma, é possível que a União
tombe um bem municipal, assim como é possível que o Município tombe um bem da União.
Pode ser definitivo ou provisório (quando, via medida cautelar administrativa, o Poder Público declara o in-
teresse em tombar determinado bem e notifica o proprietário para que, no curso do processo administrativo, não
destrua nem faça modificações no bem).
É ato discricionário. Não havendo mais interesse público, pode haver revogação do tombamento.
Não há direito à indenização, em regra. Excepcionalmente, será cabível indenização quando o tomba-
mento ensejar um esvaziamento econômico do bem.
Incide sobre os bens dos entes federados. O tombamento dos bens pertencentes à
União, aos Estados e aos Municípios se fará de ofício, por ordem do diretor do Serviço
Tombamento do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, mas deverá ser notificado à entidade a
de Ofício quem pertencer, ou sob cuja guarda estiver a coisa tombada, a fim de produzir os
necessários efeitos. O princípio da hierarquia verticalizada, previsto no DL 3.365/41,
não se aplica ao tombamento (STF).
8. #SELIGA
Os bens das empresas estatais que NÃO estejam vinculados à prestação dos serviços estão sujeitos à pe-
nhora, desde que a penhora não comprometa a execução dessa atividade.
Não obstante os argumentos expendidos pela apelante, há que se ponderar que a jurisprudência já se
consolidou no sentido de ser possível a aquisição de domínio pela via da usucapião quando se tratar
de imóvel pertencente à sociedade de economia mista que não dá ao bem destinação pública (AREsp
357.473/PR).
USO
Bens destinados ao uso da coletividade em ge- Não podem ser aliena-
COMUM DO
ral (rios, praças...) dos.
POVO
Bens especialmente afetados aos serviços ad-
DE USO Não podem ser aliena-
CRITÉRIO DA ministrativos e aos serviços públicos (aeropor-
ESPECIAL dos.
AFETAÇÃO tos, escolas e hospitais públicos...)
PÚBLICA Podem ser alienados
Bens públicos desafetados, ou seja, que na forma da lei (= bens
DOMINICAIS NÃO são utilizados pela coletividade ou para públicos disponíveis/
prestação de serviços administrativos e públicos. domínio privado do Es-
tado)
¾ Alienabilidade relativa: a alienação de bens públicos depende do preenchimento de
certos requisitos, quais sejam, desafetação; justificativa; avaliação prévia; licitação; e au-
torização legislativa para os bens imóveis.
O administrador público está autorizado por lei a valer-se do desforço imediato sem necessidade de au-
torização judicial, solicitando, se necessário, força policial, contanto que o faça preventivamente ou logo após a
invasão ou ocupação de imóvel público de uso especial, comum ou dominical, e não vá além do indispensável à
manutenção ou restituição da posse (art. 37 da Constituição Federal; art. 1.210, § 1º, do Código Civil; art. 79, § 2º,
do Decreto-Lei n. 9.760/1946; e art. 11 da Lei n. 9.636/1998).
7 Licitações. 7.1 Conceito, finalidades, princípios e objeto. 7.2 Obrigatoriedade, dispensa, inexigibilidade
e vedação. 7.3 Modalidades. 7.4 Procedimento, revogação e anulação. 7.5 Sanções penais. 7.6 Normas
gerais de licitação. 7.7 Legislação pertinente. 7.7.1 Lei no 8.666/1993 e suas alterações. 7.7.2 Lei no
10.520/2002 e demais disposições normativas relativas ao pregão.
7.7.3 Instrução Normativa do STN no 1/1997. 7.8 Sistema de registro de preços. 8 Contratos administrativos.
8.1 Conceito, peculiaridades e interpretação. 8.2 Formalização. 8.3 Execução, inexecução, revisão e
rescisão. 8.4 Convênios e consórcios administrativos.
Chegamos num ponto que deve ser um dos mais temidos neste edital de direito administrativo: licitações!!
Sabemos que no ano de 2021, entrou em vigor a Nova Lei de Licitações (lei 14.133/2021). Durante dois anos, estarão
simultaneamente em vigor a lei 8.666/93 e a lei 14.133/21!!! Além do mais, o nosso edital trouxe expressamente a
previsão da Lei no 8.666/1993 e suas alterações. Assim, ambas podem ser objeto de cobrança nos concursos.
Por enquanto, ainda não temos muito parâmetro sobre a cobrança da nova lei nos concursos públicos.
Estudem pelo material próprio de vocês ou pelas FUC (FUC 6, 7 e 8 – os materiais estão super atualizados
com a lei 14.133 ), atentando à redação da lei seca e as diferenças exaltadas entres as duas leis.
#MAPEIAOVADE
1. LEI 14.133/21
Durante o período de dois anos, a contar da publicação oficial da nova legislação, as disposições da Lei
14.133/2021 coexistirão com as regras da Lei 8.666/1993, da Lei 10.520/2002 e do Regime Diferenciado de Contra-
tações Públicas – RDC (arts. 1º ao 47-A da Lei 12.462/2011), exceto quanto às disposições penais da Lei 8.666/1993,
que foram revogadas de imediato. Após o decurso de dois anos, as normas antigas serão revogadas.
Lei 8.666/93 (Antiga Lei de Licitação) Lei 14.133 (Nova lei de Licitação)
O edital é a lei interna da licitação e deve definir tudo o que for importante para o certamente, vinculando
os licitantes e a Administração Pública.
A elaboração do edital pela Administração é livre e discricionária, e tem por objetivo a satisfação dos interes-
ses da sociedade, no entanto, após a publicação a Administração fica vinculada àquilo que foi publicado.
Lei 8.666/93 (Antiga Lei de Licitação) Lei 14.133 (Nova lei de Licitação)
4. MODALIDADES DE LICITAÇÃO
Lei 8.666/93 (Antiga Lei de Licitação) Lei 14.133 (Nova lei de Licitação)
A eficácia impõe a adoção de solução mais eficiente e conveniente para a gestão de recursos públicos. A
atividade administrativa gera custos e, como os recursos públicos são escassos, é necessário que sua utilização
produza os melhores resultados econômicos possíveis à Administração Pública, tanto quantitativa quanto qualita-
tivamente.
Lei 14.133 - Art. 5º Na aplicação desta Lei, serão observados os princípios da legalidade, da impessoalidade, da
moralidade, da publicidade, da eficiência, do interesse público, da probidade administrativa, da igualdade, do
planejamento, da transparência, da eficácia, da segregação de funções, da motivação, da vinculação ao edital, do
julgamento objetivo, da segurança jurídica, da razoabilidade, da competitividade, da proporcionalidade, da celeri-
dade, da ECONOMICIDADE e do desenvolvimento nacional sustentável, assim como as disposições do Decreto-Lei
nº 4.657, de 4 de setembro de 1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro).
Lei 8.666/93 (Antiga Lei de Licitação) Lei 14.133 (Nova lei de Licitação)
7. TIPOS DE LICITAÇÃO
#NÃOCONFUNDA:
Art. 45. Lei 8.666/93 – Tipos de Licitação Art. 33 da Lei 14.133/21 – Tipos de Licitação
a) Menor Preço – a Administração é orientada a se- a) Menor Preço – A administração é orientada a se-
lecionar a proposta de melhor preço, que não é o de lecionar a proposta de preço mais baixo entre com-
menor valor monetário, pois há casos em que pagar petidores. Esse tipo é utilizado quando o produto
valor mais elevado propiciará à Administração Públi- pretendido pela Administração não tiver nenhuma
ca vantagens maiores. condição especial.
Atenção para a nova modalidade de Licitação da Lei 14.133/21: Diálogo Competitivo. Trata-se de modalidade
utilizada para contratação de obras, serviços e compras em que a Administração Pública realiza diálogos com lici-
tantes previamente selecionados mediantes critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma ou mais alternati-
vas capazes de atender às suas necessidades, devendo os licitantes apresentar proposta final após o encerramento
dos diálogos.
II – Edital
III – Fase de Diálogo. Os licitantes deverão propor soluções para suprir as necessidades da Administração.
VI – Encerramento
9 Controle da administração pública. 9.1 Conceito, tipos e formas de controle. 9.2 Controle interno e
externo. 9.3 Controle parlamentar. 9.4 Controle pelos tribunais de contas. 9.5 Controle administrativo.
9.6 Recurso de administração. 9.7 Reclamação. 9.8 Lei de Improbidade Administrativa (Lei no 8.429/1992
e suas alterações). 9.9 Sistemas de controle jurisdicional da administração pública: contencioso
administrativo e sistema da jurisdição una. 9.10 Controle jurisdicional da administração pública no
direito brasileiro. 9.11 Controle da atividade financeira do Estado: espécies e sistemas. 9.12 Tribunal
de Contas da União (TCU) e suas atribuições; entendimentos com caráter normativo exarados pelo TCU.
9.13 Sistema de correição do poder executivo federal: Decreto no 5.480/2005, Decreto no 5.683/2006,
Decreto no 7.128/2010, Portaria CGU no 335/2006. 9.14 Pedido de reconsideração e recurso hierárquico
próprio e improprio. 9.15 Prescrição administrativa. 9.16 Representação e reclamação administrativas.
9.17 Advocacia pública consultiva. 9.18 Hipóteses de manifestação obrigatória. 9.19 Responsabilidades
do parecerista e do administrador público pelas manifestações exaradas, quando age em acordo ou em
desacordo com tais manifestações.
Um dos principais pontos do conteúdo sobre controle administrativo, diz respeito ao controle dos atos ad-
ministrativos e autotutela administrativa, que serão estudados mais adiante.
De toda forma, é muito importante se familiarizar com as espécies de controle, sabendo diferenciar suas
características e limites. Direcione o seu estudo para leitura de material de apoio (resumo ou sinopse) e reforce
a leitura da jurisprudência no buscador do Dizer o Direito (Direito Administrativo > Princípios administrativos >
Autotutela)
1. CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO
Controle da Administração Pública é a fiscalização que um órgão exerce sobre outro órgão por atribuição le-
gal e constitucional. Pode ser um autocontrole (mesmo órgão) ou heterocontrole (órgãos distintos). Se envolver
poderes distintos e se não houver previsão constitucional está invadindo funções.
A Administração Pública, no exercício de suas funções, sujeita-se ao controle por parte dos poderes LEGIS-
LATIVO e JUDICIÁRIO, além de exercer, ela mesma, o controle sobre os próprios atos (Maria Sylvia de Pietro).
2. PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA
#LINKMENTAL - Pelo princípio da AUTOTUTELA, a administração tem o poder/dever de controlar seus próprios
atos (STF, súmula 473).
Súmula 473 do STF: A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornam
ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respei-
tados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
3. #SELIGANATABELA
4. ESPÉCIES DE CONTROLE
Quanto ao momento do con- Controle prévio: exercido antes da publicação do ato administrativo.
trole* Controle posterior: implementado sobre o ato administrativo existente.
Controle de Legalidade: verificação, no âmbito interno ou externo, da
compatibilidade formal do ato com a legislação infraconstitucional e com o
Quanto ao parâmetro do ordenamento jurídico como um todo – respeito à lei e ao direito (princípio
controle sobre a atuação ad- da juridicidade).
ministrativa** Controle de Mérito: avaliação da conveniência e oportunidade relativas ao
motivo e ao objeto, que ensejaram a edição do ato administrativo discricio-
nário.
* Maria Sylvia Di Pietro e Odete Medauar acrescentam o controle concomitante, que se processa na medida em
que se desenvolve a atividade administrativa.
5. SELIGANADICA
É importante registrar a posição de alguns doutrinadores no sentido de que o controle exercido pela admi-
nistração direta sobre as entidades da administração indireta (controle finalístico, supervisão ministerial ou tutela
administrativa) seria classificado como controle externo (nesse sentido Maria Sylvia DI Pietro e José dos Santos
Carvalho Filho). Esse não é o posicionamento de Celso Antônio Bandeira de Melo, para quem esse fato não deixa
de se enquadrar no conceito de controle interno, eis que realizado no âmbito interno de um mesmo poder.
* Apenas em casos excepcionais o Poder Legislativo poderá realizar controle de mérito sobre atos administrativos
dos outros Poderes. Trata-se de um controle, sobretudo, político. Nestes casos o Legislativo atua com discriciona-
riedade. Ex.: apreciação prévia pelo Senado dos escolhidos pelo Presidente da República para ocupar cargos de
presidente e diretores do Banco Central.
7. CONTROLE ADMINISTRATIVO
44 O Controle de legalidade pode ser interno ou externo. “O judiciário, por exemplo, examina a legalidade de atos administrativos em mandado de segurança
(art. 5º, LXIX, CF). O legislativo, pelo seu Tribunal de Contas, aprecia a legalidade dos atos de admissão de pessoal (art. 71, III, CF). E a Administração, em qualquer
esfera, controla a legalidade de seus próprios atos.” (Carvalho Filho)
45 “O controle de legalidade é o que se preordena a verificar a conformação, ou não, da atuação administrativa com a ordem jurídica para confirmá-la ou
desfazê-la.” (Gasparini)
46 “Revogação é o meio de que se socorre a Administração para desfazer situações administrativas anteriores, tendo em vista critérios de cunho exclusi-
vamente administrativos.” (Carvalho Filho)
8. CONTROLE LEGISLATIVO
O Judiciário pode dizer o que é legal ou ilegal, mas não o que é oportuno
ou conveniente, ou inoportuno ou inconveniente. O Poder Judiciário pode
examinar todos os atos da Administração Pública, sempre sobre o aspecto
da legalidade e da moralidade (art. 5º, LXXIII e art. 37, da CF/88). Como
já afirmado, o fundamento do controle judicial da atividade administrada
Limites repousa no art. 5º, XXXV, da CF/88, sendo, portanto, inafastável.
Fala-se que o controle jurisdicional da atividade administrativa se limita à
questão da legalidade. Ou seja, o controle não alcançaria questões de mé-
rito. No entanto, é importante lembrar que atos praticados com violação
de princípios é ato arbitrário, passível de controle pelo Judiciário.
9 Conduta administrativa: ação popular, ação civil pública, habeas data, habeas
corpus, mandado de segurança (individual e coletivo), mandado de injunção.
10. #DEOLHONAJURIS
▪ O controle de legalidade exercido pelo Poder Judiciário sobre os atos administrativos diz respeito ao seu amplo
aspecto de obediência aos postulados formais e materiais presentes na Carta Magna, sem, contudo, adentrar
o mérito administrativo. (STJ. 2ª Turma. AgInt no RMS 49202/PR, Rel. Min. Assusete Magalhães, julgado em
02/05/2017)
▪ No controle jurisdicional do processo administrativo, a atuação do Poder Judiciário limita-se ao campo da re-
gularidade do procedimento, bem como à legalidade do ato, não sendo possível nenhuma incursão no mérito
administrativo a fim de aferir o grau de conveniência e oportunidade, de maneira que se mostra inviável a análise
das provas constantes no processo disciplinar para adotar conclusão diversa da adotada pela autoridade admi-
nistrativa competente. (STJ. 1ª Seção. AgInt no MS 22526/DF, Rel. Min. Gurgel de Faria, julgado em 10/05/2017)
▪ Consoante entendimento consolidado no STJ, a intervenção do Poder Judiciário nos atos administrativos cin-
ge-se à defesa dos parâmetros da legalidade, permitindo-se a reavaliação do mérito administrativo tão somente
nas hipóteses de comprovada violação aos princípios da legalidade, razoabilidade e proporcionalidade, sob
pena de invasão à competência reservada ao Poder Executivo. (STJ. 1ª Turma. AgInt no REsp 1271057/PR, Rel. Min.
Napoleão Nunes Maia Filho, julgado em 18/05/2017).
▪ A decisão judicial que impõe à Administração Pública o restabelecimento do plantão de 24 horas em Delegacia
Especializada de Atendimento à Infância e à Juventude não constitui abuso de poder, tampouco extrapola o con-
trole do mérito administrativo pelo Poder Judiciário. STJ. 1ª Turma. REsp 1612931-MS, Rel. Min. Napoleão Nunes
Maia Filho, julgado em 20/6/2017 (Info 609).
10 Agentes públicos e servidores públicos. 10.1 Agentes públicos (servidor público e funcionário público).
10.2 Natureza jurídica da relação de emprego público. 10.3 Preceitos constitucionais. 10.4 Servidor
efetivo e vitalício: garantias. 10.5 Estágio probatório. 10.6 Servidor ocupante de cargo em comissão.
10.7 Direitos, deveres e responsabilidades dos servidores públicos civis. 10.8 Lei no 8.112/1990 e
suas alterações. 10.9 Regime disciplinar e processo administrativo disciplinar. 10.10 Improbidade
administrativa. 10.11 Lei Complementar no 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal). 10.12 Formas
de provimento e vacância dos cargos públicos. 10.13 Exigência constitucional de concurso público para
investidura em cargo ou emprego publico
Esse ponto trata especificamente do regime dos servidores públicos!! Muita atenção porque vai cair alguma
questão sobre isso! #APOSTACICLOS
É nesse ponto que também cai o tema de Concursos Públicos, no tocante, estar sempre de olho nas recentes
decisões dos Tribunais Superiores.
Foquem bem o estudo nos precedentes dos Tribunais sobre concurso público, as hipóteses de direito adqui-
rido à nomeação, o regime previdenciário, as diferenças entre servidores e empregados públicos e as formas de
provimento e vacância...
Estudem pelo material próprio ou pela FUC 09 (AGENTES PÚBLICOS – CONCURSOS PÚBLICOS) + jurispru-
dência e súmulas correlatas! (TEM MUITAAAAA JURISPRUDÊNCIA nesse assunto, por isso, mais do nunca, o check
list será ESSENCIAL)
Pessoal, a leitura da legislação será fundamental, sobretudo a leitura dos artigos da Constituição Federal
relacionados ao tema (arts. 38 a 41). São os que mais tem incidência em prova.
1. AGENTES ADMINISTRATIVOS
Agentes Administrativos são aqueles que se vinculam à Administração Pública por relações profissionais e
sujeitam-se à hierarquia funcional. Exercem um CARGO, EMPREGO OU FUNÇÃO PÚBLICA, em caráter permanente
e mediante remuneração.
a) Militares
b) Agentes políticos
c) Servidores públicos
#PISANOFREIO #ATENÇÃO Quanto à vedação de greve por militares, o STF estende esta vedação aos poli-
ciais civis, a despeito de a norma ser restritiva de direitos e da inexistência de óbice explícito ao policial civil (ARE
654.432).
#OLHAOGANCHO:
O exercício do direito de greve, sob qualquer forma ou modalidade, é vedado aos policiais civis e a todos os
servidores públicos que atuem diretamente na área de segurança pública. É obrigatória a participação do
Poder Público em mediação instaurada pelos órgãos classistas das carreiras de segurança pública, nos termos
do art. 165 do CPC, para vocalização dos interesses da categoria. STF. Plenário. ARE 654432/GO, Rel. orig. Min.
Edson Fachin, red. p/ o ac. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 5/4/2017 (repercussão geral) (Info 860).
2. SERVIDORES ESTATUTÁRIOS
Os servidores estatutários são selecionados por concurso público para ocupar cargos públicos, tendo vin-
culação de natureza estatutária não contratual, e adquirem estabilidade após se sujeitarem a um estágio probatório.
a) Cargos vitalícios: é o caso dos membros dos Tribunais de Contas (Conselheiros dos TCEs/TCMs e Minis-
tros do TCU), magistrados e membros do Ministério Público (promotores e procuradores da República). Nos cargos
vitalícios, o estágio probatório é reduzido, tendo duração de somente dois anos, após o qual o agente adquire
vitaliciedade, podendo perder o cargo unicamente por meio de sentença judicial transitada em julgado;
b) Cargos efetivos: é a condição de todos os cargos públicos, com exceção dos três vitalícios acima indica-
dos. Os cargos efetivos têm estágio probatório maior, de três anos. Após o estágio probatório, o servidor adquire
estabilidade, podendo perder o cargo de quatro formas: 1) sentença judicial transitada em julgado; 2) processo
administrativo disciplinar; 3) avaliação de desempenho; 4) para redução de despesas com pessoal.
3. EMPREGADOS PÚBLICOS
Os empregados públicos não têm a estabilidade típica do regime estatutário, o que não quer dizer que
o empregado público possa ser demitido livremente, como um empregado comum. A totalidade da doutrina
administrativista entende que os empregados públicos somente podem sofrer demissão motivada e após regular
processo administrativo, observadas as garantias do contraditório e da ampla defesa.
Não obstante sejam regulados por regime de emprego e estejam vinculados a entidades com personalidade
jurídica de direito privado, estes agentes se submetem a algumas restrições aplicadas aos servidores públicos em
geral:
a) Consoante disposto no art. 37, XVII, da Constituição Federal, estes servidores estão proibidos de acumu-
larem seus empregos com outros cargos ou empregos públicos, salvo as exceções constitucionalmente admitidas.
b) São considerados agentes públicos para fins de responsabilização por atos de improbidade administrativa,
conforme disposição do art. 2°, da lei 8.429/92, bem como se enquadram na definição de “funcionário público”
para fins penais, estampada no Código Penal, em seu artigo 327, respondendo, pelos crimes praticados contra a
Administração Pública.
c) Seus atos se submetem a correção e controle judicial, por meio dos remédios constitucionais, tais como o
Mandado de Segurança, a ação popular e o habeas data entre outros.
d) Devem-se submeter a concurso público de provas ou de provas e títulos para a celebração do contrato
de emprego e, consequente, criação de vínculo com o poder público, nos moldes estipulados pelo art. 37, II da
Constituição Federal. Trata-se de forma de garantir a impessoalidade e moralidade na contratação de empregados
pela Administração Pública, sem preferências indevidas.
e) Seus salários estão submetidos ao limite constitucional aplicado aos servidores públicos em geral. Em
outras palavras, devem respeitar o teto remuneratório, previsto no art. 37, XI da Carta Magna, salvo se a entidade
não receber dinheiro público para custeio ou pagamento de pessoal.
4. CARGO PÚBLICO
Cargo público é o lugar dentro da organização funcional da Administração Direta e de suas autarquias e
fundações públicas que, ocupado por servidor público, tem funções específicas e remuneração fixadas em lei ou
diploma a ela equivalente.
É o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional que devem ser come-
tidas a um servidor.
são os cargos que garantem aos seus ocupantes a estabilidade, após o preenchi-
mento dos requisitos constitucionais previstos no art. 41, caput e § 4.º, da CRFB (estágio
probatório de três anos e aprovação por meio de avaliação especial de desempenho).
O ingresso no cargo efetivo exige necessariamente a realização de concurso públi-
a) Cargos efetivos co. A demissão do servidor estável só ocorrerá nos casos expressamente previstos
na Constituição (arts. 41, § 1.º, e 169, §4.º, da CRFB): (i) sentença judicial transitada em
julgado; (ii) processo administrativo com ampla defesa e contraditório; (iii) avalia-
ção periódica de desempenho, na forma da lei complementar; e (iv) necessidade de
observância dos limites de despesa com pessoal ativo e inativo fixados na LC 101/2000;
são os que consagram maiores garantias contra a demissão de seus ocupantes, pois,
uma vez reconhecida a vitaliciedade, o agente só perderá o cargo por processo
judicial com sentença transitada em julgado (ex.: art. 95, I, da CRFB). O in-
b) Cargos vitalícios
gresso nesses cargos depende, em regra, da realização de concurso público, mas
existem hipóteses em que o concurso é desnecessário (ex.: quinto constitucional,
Ministros do STF e do STJ);
Em regra, o ordenamento jurídico brasileiro proíbe a acumulação remunerada de cargos ou empregos públi-
cos. Porém, a Constituição Federal prevê um rol taxativo de casos excepcionais em que a acumulação é permitida.
Importantíssimo destacar que, em qualquer hipótese, a acumulação só será permitida se houver compatibilidade
de horários e observado o limite máximo de dois cargos.
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico (art. 37, XVI, b); c) a de dois cargos ou empre-
gos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas (art. 37, XVI);
d) a de um cargo de vereador com outro cargo, emprego ou função pública (art. 38, III);
e) a de um cargo de magistrado com outro no magistério (art. 95, parágrafo único, I);
f ) a de um cargo de membro do Ministério Público com outro no magistério (art. 128, § 5º, II, d)
É possível a acumulação de cargos mesmo que a jornada semanal ultrapasse 60h!!! A acumulação de cargos
públicos de profissionais da área de saúde, prevista no art. 37, XVI, da CF/88, não se sujeita ao limite de 60 ho-
ras semanais previsto em norma infraconstitucional, pois inexiste tal requisito na Constituição Federal. O único
requisito estabelecido para a acumulação é a compatibilidade de horários no exercício das funções, cujo cum-
primento deverá ser aferido pela administração pública. STF. 1ª Turma. RE 1176440/DF, Rel. Min. Alexandre de
Moraes, julgado em 9/4/2019 (Info 937). STF. 2ª Turma. RMS 34257 AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgado
em 29/06/2018. STJ. 1ª Seção. REsp 1767955/RJ, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 27/03/2019.
Funcionário de fato é aquele em que a investidura foi irregular, mas cuja situação tem aparência de legali-
dade. Os atos administrativos por ele praticados reputam-se válidos, se por outra razão não forem viciados, em
face do princípio da aparência, da boa-fé dos administrados, da segurança jurídica e do princípio da presunção de
legalidade.
a) Agentes necessários: são aqueles que praticam atos e executam atividades em situações excepcionais,
como, por exemplo, as de emergência, em colaboração com o Poder Público e como se fossem agentes de direito.
b) Agentes putativos: são que desempenham uma atividade pública na presunção de que há legitimidade,
embora não tenha havido investidura dentro do procedimento legalmente exigido. Terá direito à percepção da
remuneração, mesmo se ilegítima a investidura, não estando obrigado a devolver os respectivos valores. Agente
putativo, portanto, é aquele que exerce uma atividade pública na presunção de que haja legitimidade de investi-
dura, embora esta tenha violado a lei.
Note-se, porém, que o agente de fato jamais poderá usurpar a competência funcional dos agentes públicos
em geral, já que este tipo de usurpação da função pública constitui crime previsto no art. 328 do Código Penal.
Usurpação de função – se passar por um agente público – ato inexistente.
8. SÚMULAS IMPORTANTES
#DEOLHONASÚMULA:
Súmula 552-STJ: O portador de surdez unilateral não se qualifica como pessoa com deficiência para o fim de
disputar as vagas reservadas em concursos públicos. STJ. Corte Especial. Aprovada em 04/11/2015.
Súmula 377-STJ: O portador de visão monocular tem direito de concorrer, em concurso público, às vagas re-
servadas aos deficientes.
Súmula 683-STF: O limite de idade para a inscrição em concurso público só se legitima em face do art. 7º, XXX,
da Constituição, quando possa ser justificado pela natureza das atribuições do cargo a ser preenchido.
Súmula nº 684-STF: É inconstitucional o veto não motivado à participação de candidato a concurso público.
Súmula nº 685-STF: É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se,
sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira
na qual anteriormente investido.
Súmula nº 266-STJ: O diploma ou habilitação legal para o exercício do cargo deve ser exigido na posse e não
na inscrição para o concurso público.
Súmula vinculante 44-STF: Só por lei se pode sujeitar a exame psicotécnico a habilitação de candidato a cargo
público
Súmula vinculante 43-STF: É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor inves-
tir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a
carreira na qual anteriormente investido.
a) Cargos em comissão
b) Servidores Temporários:
c) Cargos eletivos
d) Ex-combatentes
Além das mencionadas exceções, a Constituição Federal ainda prevê a nomeação direta, sem a necessidade
de realização de concursos públicos para os Ministros dos Tribunais de Contas, do Supremo Tribunal Federal e o
Superior Tribunal de Justiça, além dos ministros dos demais tribunais superiores (STM, TST, TSE).
No mesmo sentido, há a previsão do quinto constitucional, admitindo a nomeação, mediante indicação dos
advogados ou membros do Ministério Público que se tornarão membros dos Tribunais Regionais Federais e Tribu-
nais de Justiça.
Em todos estes casos, há a previsão constitucional de nomeação por decisão política, sem a necessidade de
realização de provas de concursos ou quaisquer processos seletivos.
#SELIGA:
Nos casos de responsabilidade de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos, a
responsabilização do Estado ocorrerá de maneira subsidiária.
Estudem pelo material próprio ou pela FUC (FUC 10 de Direito Administrativo). Em improbidade, o principal é
o conhecimento da lei e da jurisprudência. Atenção máxima à Lei 8.429/92 (LEITURA NA ÍNTEGRA) e aos julgados
dos Tribunais Superiores. TEM QUE DOMINAR ESTE CONTEÚDO!
É importante que vocês tenham atenção para as alterações legislativas operadas na Lei 8.429/92 pela Lei
14.230/21. Trata-se de mais uma alteração legislativa recente, que com certeza aparecerá na prova!
#MAPEIAOVADE:
na íntegra
Fundamento político: essa fase é própria dos Estados Absolutistas. O soberano se iden-
tificava quase que integralmente com o Estado.
Fundamento religioso: o monarca era o representante de Deus na terra, sendo o poder
decorrente de investidura divina. Como Deus não erra, o soberano também não po-
Fase da deria errar. Assim, considerando que o Estado era o próprio rei e o rei não erra, havia a
Irresponsabilidade impossibilidade de responsabilidade do Estado.
Fundamento Jurídico: a relação entre Estado e agente público era de mandato. O agen-
te, ao lesionar alguém, agiu fora dos limites do mandato, respondendo ele próprio pela
violação, mas não a Administração Pública.
O Brasil não vivenciou essa fase.
A partir do Caso Agnes Blanco (França, 1871-1873), passou-se a entender pela respon-
sabilidade estatal com base em regras de direito público.
Teoria do risco social: a responsabilidade objetiva pelo risco social não tem o foco
no causador do dano, mas sim na vítima. O objetivo é a socialização dos riscos pela
coletividade; ocorrendo o dano, toda a sociedade suportará o pagamento da indeniza-
ção. Difere do risco administrativo porque abrange o dever de reparação por ato de
terceiro. E difere do risco integral porque admite excludente de responsabilidade.
Nos termos do art. 23 da Lei 12.663/12 (Lei Geral da Copa), a União assumirá os
efeitos da responsabilidade civil perante a FIFA, por todo e qualquer dano re-
sultante ou que tenha surgido em função de qualquer incidente ou acidente de
segurança relacionado aos eventos, exceto se e na medida em que a FIFA ou a
vítima houver concorrido para a ocorrência do dano.
#DEOLHONAJURIS:
Aplica-se igualmente ao estado o que previsto no art. 927, parágrafo único, do Código Civil, relativo à respon-
sabilidade civil objetiva por atividade naturalmente perigosa, irrelevante o fato de a conduta ser comissiva ou
omissiva. STJ. 2ª Turma. REsp 1.869.046-SP, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 09/06/2020 (Info 674).
#JURISNAVEIA:
O Estado responde de forma objetiva pelos danos causados a profissional de imprensa ferido, por policiais, du-
rante cobertura jornalística de manifestação pública em que ocorra tumulto ou conflito, desde que o jornalista
não haja descumprido ostensiva e clara advertência quanto ao acesso a áreas definidas como de grave risco à
sua integridade física, caso em que poderá ser aplicada a excludente da responsabilidade por culpa exclusiva da
vítima. Tese fixada pelo STF: “É objetiva a Responsabilidade Civil do Estado em relação a profissional da imprensa
ferido por agentes policiais durante cobertura jornalística, em manifestações em que haja tumulto ou conflitos
entre policiais e manifestantes. Cabe a excludente da responsabilidade da culpa exclusiva da vítima, nas hipóteses
em que o profissional de imprensa descumprir ostensiva e clara advertência sobre acesso a áreas delimitadas, em
que haja grave risco à sua integridade física”. STF. Plenário. RE 1209429/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, redator do
acórdão Min. Alexandre de Moraes, julgado em 10/6/2021 (Repercussão Geral - Tema 1055 - Info 1021).
* no caso de tortura no momento atual (e não na ditatura), aplica-se o prazo de 5 anos, contados do trânsito em
julgado da ação penal (se proposta) ou do arquivamento do inquérito policial (STJ).
#MAISJURIS:
Determinada pessoa foi presa e torturada por policiais. Foi instaurado inquérito policial para apurar o ocorrido.
Qual será o termo de início da prescrição da ação de indenização por danos morais?
• Se tiver sido ajuizada ação penal contra os autores do crime: o termo inicial da prescrição será o trânsito em
julgado da sentença penal.
• Se o inquérito policial tiver sido arquivado (não foi ajuizada ação penal): o termo inicial da prescrição da ação
de indenização é a data do arquivamento do IP.
STJ. 2ª Turma. REsp 1.443.038-MS, Rel. Ministro Humberto Martins, julgado em 12/2/2015 (Info 556).
SÚMULA 647, STJ: “São imprescritíveis as ações indenizatórias por danos morais e materiais decorrentes de atos
de perseguição política com violação de direitos fundamentais ocorridos durante o regime militar”.
• Regra: imprescritível.
A vítima pode acionar diretamente o agente, ou necessariamente precisa acionar a Administração Pública?
Há duas correntes:
• 1ª Corrente - STJ: o STJ considera possível a chamada legitimidade per saltum. Ou seja, a vítima pode saltar a
Administração para acionar diretamente o causador do dano. Isso porque não há vedação nesse sentido na
Constituição, sendo direito da vítima escolher contra quem quer litigar;
• 2ª Corrente - STF: segundo entendimento firmado pelo STF em repercussão geral, não é possível a legitimi-
dade per saltum, uma vez que o art. 37, §6º, da CF consagra uma dupla garantia – a garantia da vítima de
acionar a pessoa jurídica sem ter que discutir culpa e a garantia do agente de só responder em ação regres-
siva perante a Administração, desde que esta tenha sido condenada e tenha pago a indenização.
#DEOLHONAJURIS:
A teor do disposto no art. 37, § 6º, da Constituição Federal, a ação por danos causados por agente público deve
ser ajuizada contra o Estado ou a pessoa jurídica de direito privado prestadora de serviço público, sendo parte
ilegítima para a ação o autor do ato, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou
culpa. STF. Plenário. RE 1027633/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 14/8/2019 (repercussão geral) (Info 947).
#JURISNAVEIA:
O Estado responde, objetivamente, pelos atos dos tabeliães e registradores oficiais que, no exercício de suas fun-
ções, causem dano a terceiros, assentado o dever de regresso contra o responsável, nos casos de dolo ou culpa,
sob pena de improbidade administrativa. O Estado possui responsabilidade civil direta, primária e objetiva pelos
danos que notários e oficiais de registro, no exercício de serviço público por delegação, causem a terceiros. STF.
Plenário. RE 842846/RJ, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 27/2/2019 (repercussão geral - Info 932).
• Concessionária de rodovia não responde por roubo e sequestro ocorridos nas dependências de estabeleci-
mento por ela mantido para a utilização de usuários (STJ).
• Concessionária de rodovia responde por todos os aspectos relacionados à utilização das faixas de ro-
dagem que podem ser consideradas como falhas do serviço.
Prazo prescricional: 5 anos (art. 1º-C, Lei 9.494/97 e art. 27, CDC)
Só é possível falar em responsabilidade civil por ato legislativo nos seguintes casos:
• Lei de efeitos concretos + especial e anormal prejuízo (a lei de efeitos concretos é verdadeiro ato adminis-
trativo quanto ao conteúdo).
• Erro judiciário substancial e inescusável (na esfera cível e penal, segundo entendimento majoritário).
#SELIGA:
Segundo a jurisprudência majoritária, o fato de o inquérito policial ter sido arquivado ou de ter sido prolatada
absolvição em ação penal, não gera a responsabilidade civil do Estado, ainda que, durante o trâmite, indiciado
ou acusado tenham sido custodiados cautelarmente. Isso porque o Estado, no exercício do jus puniendi, con-
substanciado através do devido processo legal, exerce um ato de soberania.
#DEOLHONAJURIS:
Em caso de inobservância de seu dever específico de proteção previsto no art. 5º, inciso XLIX, da CF/88,
o Estado é responsável pela morte de detento. STF. Plenário. RE 841526/RS, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em
30/3/2016 (repercussão geral - Info 819).
#MAISJURIS:
Considerando que é dever do Estado, imposto pelo sistema normativo, manter em seus presídios os padrões mí-
nimos de humanidade previstos no ordenamento jurídico, é de sua responsabilidade, nos termos do art. 37, §6º,
da Constituição, a obrigação de ressarcir os danos, inclusive morais, comprovadamente causados aos detentos
em decorrência da falta ou insuficiência das condições legais de encarceramento. STF. Plenário. RE 580252/MS,
rel. orig. Min. Teori Zavascki, red. p/ o ac. Min. Gilmar Mendes, julgado em 16/2/2017 (repercussão geral - Info
854).
#JURISNAVEIA:
Nos termos do artigo 37, §6º, da Constituição Federal, não se caracteriza a responsabilidade civil objetiva
do Estado por danos decorrentes de crime praticado por pessoa foragida do sistema prisional, quando
não demonstrado o nexo causal direto entre o momento da fuga e a conduta praticada. STF. Plenário. RE
608880, Rel. Min. Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão Alexandre de Moraes, julgado em 08/09/2020 (Repercussão
Geral - Tema 362 - Info 993).
A Lei nº 14.230/2021 deixa claro que o ressarcimento integral do dano é uma consequência do ato de
improbidade, mas não tem natureza jurídica de sanção. Além disso, a Lei nº 14.230/2021 restringe o ressarci-
mento apenas aos casos em que o dano patrimonial for efetivo.
Art. 12. Independentemente do ressarcimento integral do dano patrimonial, se efetivo, e das sanções penais co-
muns e de responsabilidade, civis e administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo ato
de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo
com a gravidade do fato:
(...)
A sanção de perda da função pública atinge apenas o vínculo de mesma qualidade e natureza que o agen-
te público ou político detinha com o poder público na época do cometimento da infração, podendo o magistrado,
na hipótese de condenação pelo art. 9º, em caráter excepcional, estendê-la aos demais vínculos, consideradas as
circunstâncias do caso e a gravidade da infração.
A multa civil pode ser aumentada até o dobro, se o juiz considerar que, em virtude da situação econômica
do réu, o valor calculado é ineficaz para reprovação e prevenção do ato de improbidade.
A requerimento do réu, na fase de cumprimento da sentença, o juiz unificará eventuais sanções aplicadas
com outras já impostas em outros processos, tendo em vista a eventual continuidade de ilícito ou a prática de di-
versas ilicitudes, observado o seguinte:
I - no caso de continuidade de ilícito, o juiz promoverá a maior sanção aplicada, aumentada de 1/3 (um
terço), ou a soma das penas, o que for mais benéfico ao réu;
II - no caso de prática de novos atos ilícitos pelo mesmo sujeito, o juiz somará as sanções.
A concessão ou aplicação indevida de benefício financeiro ou tributário, prevista no antigo art. 10-A, foi
reenquadrada no inciso XXII do art. 10 da LIA, ou seja, passou a receber o mesmo tratamento dos atos que causam
dano ao erário.
Art. 12.
(...)
§ 6º Se ocorrer lesão ao patrimônio público, a reparação do dano a que se refere esta Lei deverá deduzir o
ressarcimento ocorrido nas instâncias criminal, civil e administrativa que tiver por objeto os mesmos fatos.
Art. 21.
(...)
§ 5º Sanções eventualmente aplicadas em outras esferas deverão ser compensadas com as sanções aplicadas nos
termos desta Lei.
Art. 12.
(...)
§ 3º Na responsabilização da pessoa jurídica, deverão ser considerados os efeitos econômicos e sociais das sanções,
de modo a viabilizar a manutenção de suas atividades.
8. INDISPONIBILIDADE DE BENS
Algumas mudanças foram feitas pela Lei 14.230/21 em relação à indisponibilidade de bens.
O sequestro de bens era uma espécie de medida cautelar nominada (típica) prevista no art. 822 do CPC/1973.
O CPC/2015 resolveu acabar com as medidas cautelares típicas e optou por um modelo no qual o juiz pode
decretar quaisquer medidas com base em um poder geral conferido pelo art. 301. Por essa razão, não há mais
dispositivos disciplinando especificamente o sequestro. Logo, não havia mais razão a LIA fazer menção a seques-
tro, sendo a indisponibilidade de bens uma medida cautelar deferida com base no art. 16 da LIA e no art. 301 do
CPC/2015.
Em segundo lugar, tem-se que o MP pode formular o pedido a partir de uma provocação (“representação”)
da autoridade que tiver conhecimento da prática do ato de improbidade ou, então, de ofício. Nesse sentido, con-
fira-se o que diz o novo § 1º-A do art. 16:
Art. 16.
(...)
§ 1º-A O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o caput deste artigo poderá ser formulado
independentemente da representação de que trata o art. 7º desta Lei.
Em terceiro lugar, o STJ, mesmo antes da Lei nº 14.230/2021, já entendia que, considerando a sua natureza
acautelatória, a medida de indisponibilidade de bens em ação de improbidade administrativa pode ser deferi-
da sem oitiva do réu. A Lei nº 14.230/2021 incluiu o § 3º ao art. 16 afirmando que é possível esse deferimento
liminar, mas desde que fique demonstrado que não é possível, no caso concreto, ouvir previamente o réu.
Essa urgência não pode ser presumida:
Art. 16.
(...)
§ 4º A indisponibilidade de bens poderá ser decretada sem a oitiva prévia do réu, sempre que o contraditório prévio
puder comprovadamente frustrar a efetividade da medida ou houver outras circunstâncias que recomendem a
proteção liminar, não podendo a urgência ser presumida.
Art. 16.
(...)
§ 3º O pedido de indisponibilidade de bens a que se refere o caput deste artigo apenas será deferido mediante
a demonstração no caso concreto de perigo de dano irreparável ou de risco ao resultado útil do processo, desde
que o juiz se convença da probabilidade da ocorrência dos atos descritos na petição inicial com fundamento nos
respectivos elementos de instrução, após a oitiva do réu em 5 (cinco) dias.
Note-se que a Lei agora exige expressamente a “demonstração no caso concreto de perigo de dano
irreparável ou de risco ao resultado útil do processo”. Assim, o MP deve demonstrar que o réu está se desfa-
zendo do seu patrimônio e, por essa razão, seria necessária a decretação da indisponibilidade.
Está superada a tese do STJ no sentido de que era possível a decretação da indisponibilidade de bens do
promovido em ação civil pública por ato de improbidade administrativa, quando ausente (ou não demonstrada) a
prática de atos (ou a sua tentativa) que induzam a conclusão de risco de alienação, oneração ou dilapidação patri-
monial de bens do acionado. #APOSTACICLOS
Em quarto lugar, antes da Lei nº 14.230/2021, a indisponibilidade era decretada para assegurar o ressarci-
mento dos valores ao erário e também para custear o pagamento da multa civil. Depois da Lei nº 14.230/2021, foi
incluído o § 10 para afastar expressamente essa possibilidade de a indisponibilidade abranger também o
valor da multa civil.
Art. 16.
(...)
§ 10. A indisponibilidade recairá sobre bens que assegurem exclusivamente o integral ressarcimento do dano ao
erário, sem incidir sobre os valores a serem eventualmente aplicados a título de multa civil ou sobre acréscimo
patrimonial decorrente de atividade lícita.
Em quinto lugar, antes da Lei nº 14.230/2021, era possível que se determinasse a indisponibilidade de bens
em valor superior ao indicado na inicial da ação, visando a garantir o integral ressarcimento de eventual prejuízo ao
erário, levando-se em consideração, até mesmo, o valor de possível multa civil como sanção autônoma.
Depois da Lei nº 14.230/2021, somente poderá ser decretada a indisponibilidade de bens em valor que
seja suficiente para custear a quantia apontada na petição inicial do MP como sendo o dano ao erário ou
o enriquecimento ilícito. Isso fica claro nos dois parágrafos inseridos no art. 16:
Art. 16.
(...)
§ 5º Se houver mais de um réu na ação, a somatória dos valores declarados indisponíveis não poderá superar o
montante indicado na petição inicial como dano ao erário ou como enriquecimento ilícito.
§ 6º O valor da indisponibilidade considerará a estimativa de dano indicada na petição inicial, permitida a sua
substituição por caução idônea, por fiança bancária ou por seguro-garantia judicial, a requerimento do réu, bem
como a sua readequação durante a instrução do processo.
Em sexto lugar, a Lei nº 14.230/2021 incluiu um novo parágrafo prevendo uma ordem de prioridade na de-
cretação da indisponibilidade. O bloqueio de contas bancárias passa a ser a última opção:
Art. 16.
(...)
§ 11. A ordem de indisponibilidade de bens deverá priorizar veículos de via terrestre, bens imóveis, bens móveis
em geral, semoventes, navios e aeronaves, ações e quotas de sociedades simples e empresárias, pedras e metais
preciosos e, apenas na inexistência desses, o bloqueio de contas bancárias, de forma a garantir a subsistência do
acusado e a manutenção da atividade empresária ao longo do processo.
Em sétimo lugar, quantias inferiores a 40 salários-mínimos não podem ser objeto de indisponibilidade:
Art. 16.
(...)
§ 13. É vedada a decretação de indisponibilidade da quantia de até 40 (quarenta) salários-mínimos depositados em
caderneta de poupança, em outras aplicações financeiras ou em conta-corrente.
Em oitavo lugar, antes da Lei nº 14.230/2021, a indisponibilidade poderia recair sobre bens de família. Depois
da Lei nº 14.230/2021, em regra, a indisponibilidade não pode recair sobre bem de família.
Art. 16.
(...)
§ 14. É vedada a decretação de indisponibilidade do bem de família do réu, salvo se comprovado que o imóvel seja
fruto de vantagem patrimonial indevida, conforme descrito no art. 9º desta Lei.
9. AFASTAMENTO DO CARGO:
A Lei nº 14.230/2021 afirmou que a medida cautelar de afastamento do cargo só pode ser decretada
pela autoridade judicial (reserva de jurisdição), tendo retirado a possibilidade de ser determinada pela
autoridade administrativa. O STJ já havia limitado esse afastamento ao prazo de 180 dias.
Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos só se efetivam com o trânsito em julgado
da sentença condenatória.
§ 1º A autoridade judicial competente poderá determinar o afastamento do agente público do exercício do cargo,
do emprego ou da função, sem prejuízo da remuneração, quando a medida for necessária à instrução processual
ou para evitar a iminente prática de novos ilícitos.
§ 2º O afastamento previsto no § 1º deste artigo será de até 90 (noventa) dias, prorrogáveis uma única vez por
igual prazo, mediante decisão motivada.
ART. 17, LIA: “A ação para a aplicação das sanções de que trata esta Lei será proposta pelo Ministério Público e
seguirá o procedimento comum previsto na Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil), salvo
o disposto nesta Lei.
§ 1º (Revogado).
§ 2º (Revogado).
§ 3º (Revogado).
§ 4º (Revogado).
§ 4º-A A ação a que se refere o caput deste artigo deverá ser proposta perante o foro do local onde ocorrer o dano
ou da pessoa jurídica prejudicada. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 5º A propositura da ação a que se refere o caput deste artigo prevenirá a competência do juízo para todas as
ações posteriormente intentadas que possuam a mesma causa de pedir ou o mesmo objeto. (Redação dada pela
Lei nº 14.230, de 2021)
§ 6º A petição inicial observará o seguinte: (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
I - deverá individualizar a conduta do réu e apontar os elementos probatórios mínimos que demonstrem a ocor-
rência das hipóteses dos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei e de sua autoria, salvo impossibilidade devidamente fundamen-
tada; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
II - será instruída com documentos ou justificação que contenham indícios suficientes da veracidade dos fatos e do
dolo imputado ou com razões fundamentadas da impossibilidade de apresentação de qualquer dessas provas, ob-
servada a legislação vigente, inclusive as disposições constantes dos arts. 77 e 80 da Lei nº 13.105, de 16 de março
de 2015 (Código de Processo Civil). (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 6º-A O Ministério Público poderá requerer as tutelas provisórias adequadas e necessárias, nos termos dos arts.
294 a 310 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil) (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 6º-B A petição inicial será rejeitada nos casos do art. 330 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de
Processo Civil), bem como quando não preenchidos os requisitos a que se referem os incisos I e II do § 6º deste
artigo, ou ainda quando manifestamente inexistente o ato de improbidade imputado. (Incluído pela Lei nº 14.230,
de 2021)
§ 7º Se a petição inicial estiver em devida forma, o juiz mandará autuá-la e ordenará a citação dos requeridos para
que a contestem no prazo comum de 30 (trinta) dias, iniciado o prazo na forma do art. 231 da Lei nº 13.105, de 16
de março de 2015 (Código de Processo Civil). (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 8º (Revogado).
§ 9º (Revogado).
§ 9º-A Da decisão que rejeitar questões preliminares suscitadas pelo réu em sua contestação caberá agravo de
instrumento. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 10. (Revogado).
§ 10-A. Havendo a possibilidade de solução consensual, poderão as partes requerer ao juiz a interrupção do prazo
para a contestação, por prazo não superior a 90 (noventa) dias.
§ 10-B. Oferecida a contestação e, se for o caso, ouvido o autor, o juiz: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
I - procederá ao julgamento conforme o estado do processo, observada a eventual inexistência manifesta do ato
de improbidade; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
II - poderá desmembrar o litisconsórcio, com vistas a otimizar a instrução processual. (Incluído pela Lei nº 14.230,
de 2021)
§ 10-C. Após a réplica do Ministério Público, o juiz proferirá decisão na qual indicará com precisão a tipificação do
ato de improbidade administrativa imputável ao réu, sendo-lhe vedado modificar o fato principal e a capitulação
legal apresentada pelo autor.(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 10-D. Para cada ato de improbidade administrativa, deverá necessariamente ser indicado apenas um tipo dentre
aqueles previstos nos arts. 9º, 10 e 11 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 10-E. Proferida a decisão referida no § 10-C deste artigo, as partes serão intimadas a especificar as provas que
pretendem produzir. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 10-F. Será nula a decisão de mérito total ou parcial da ação de improbidade administrativa que: (Incluído
pela Lei nº 14.230, de 2021)
I - condenar o requerido por tipo diverso daquele definido na petição inicial; (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
II - condenar o requerido sem a produção das provas por ele tempestivamente especificadas. (Incluído pela Lei
nº 14.230, de 2021)
§ 11. Em qualquer momento do processo, verificada a inexistência do ato de improbidade, o juiz julgará a demanda
improcedente. (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 12. (Revogado).
§ 13. (Revogado).
§ 14. Sem prejuízo da citação dos réus, a pessoa jurídica interessada será intimada para, caso queira, intervir no
processo. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 15. Se a imputação envolver a desconsideração de pessoa jurídica, serão observadas as regras previstas nos arts.
133, 134, 135, 136 e 137 da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 (Código de Processo Civil). (Incluído pela Lei nº
14.230, de 2021)
§ 16. A qualquer momento, se o magistrado identificar a existência de ilegalidades ou de irregularidades adminis-
trativas a serem sanadas sem que estejam presentes todos os requisitos para a imposição das sanções aos agentes
incluídos no polo passivo da demanda, poderá, em decisão motivada, converter a ação de improbidade adminis-
trativa em ação civil pública, regulada pela Lei nº 7.347, de 24 de julho de 1985. (Incluído pela Lei nº 14.230, de
2021)
§ 17. Da decisão que converter a ação de improbidade em ação civil pública caberá agravo de instrumento. (In-
cluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 18. Ao réu será assegurado o direito de ser interrogado sobre os fatos de que trata a ação, e a sua recusa ou o
seu silêncio não implicarão confissão. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 19. Não se aplicam na ação de improbidade administrativa: (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
I - a presunção de veracidade dos fatos alegados pelo autor em caso de revelia; (Incluído pela Lei nº 14.230, de
2021)
II - a imposição de ônus da prova ao réu, na forma dos §§ 1º e 2º do art. 373 da Lei nº 13.105, de 16 de março de
2015 (Código de Processo Civil); (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
III - o ajuizamento de mais de uma ação de improbidade administrativa pelo mesmo fato, competindo ao Conse-
lho Nacional do Ministério Público dirimir conflitos de atribuições entre membros de Ministérios Públicos distintos;
(Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
IV - o reexame obrigatório da sentença de improcedência ou de extinção sem resolução de mérito. (Incluído pela
Lei nº 14.230, de 2021)
§ 20. A assessoria jurídica que emitiu o parecer atestando a legalidade prévia dos atos administrativos praticados
pelo administrador público ficará obrigada a defendê-lo judicialmente, caso este venha a responder ação por im-
probidade administrativa, até que a decisão transite em julgado. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 21. Das decisões interlocutórias caberá agravo de instrumento, inclusive da decisão que rejeitar questões prelimi-
nares suscitadas pelo réu em sua contestação. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)”
#ATENÇÃO #SAINDODOFORNO
Há uma ADI no STF questionando diversos dispositivos desta Lei, inclusive este que acabamos de analisar. Inclu-
sive, foi proferida decisão liminar suspendendo o artigo alterado, de forma a afastar a exclusividade do Ministério
Público. Atenção, a decisão ainda não foi tomada pelo Plenário do STF47 .
Com a Lei nº 14.230/2021, passou a configurar bis in idem a aplicação de sanções por improbidade adminis-
trativa e as aplicadas a pessoas jurídicas com base na Lei nº 12.846/2013 (Anticorrupção). Trata-se de novidade na
legislação cível, já que a aplicação do princípio da vedação ao bis in idem é comum apenas na esfera penal. Além
disso, há mitigação da independência das instâncias:
Art. 21, LIA: “A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público;
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento; (Redação dada
pela Lei nº 12.120, de 2009).
I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento e às condutas pre-
vistas no art. 10 desta Lei; (Redação dada pela Lei nº 14.230, de 2021)
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.
§ 1º Os atos do órgão de controle interno ou externo serão considerados pelo juiz quando tiverem servido de fun-
damento para a conduta do agente público. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 2º As provas produzidas perante os órgãos de controle e as correspondentes decisões deverão ser consideradas
na formação da convicção do juiz, sem prejuízo da análise acerca do dolo na conduta do agente. (Incluído pela
Lei nº 14.230, de 2021)
§ 3º As sentenças civis e penais produzirão efeitos em relação à ação de improbidade quando concluírem
pela inexistência da conduta ou pela negativa da autoria. (Incluído pela Lei nº 14.230, de 2021)
§ 4º A absolvição criminal em ação que discuta os mesmos fatos, confirmada por decisão colegiada, im-
pede o trâmite da ação da qual trata esta Lei, havendo comunicação com todos os fundamentos de absolvição
previstos no art. 386 do Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941 (Código de Processo Penal). (Incluído pela
Lei nº 14.230, de 2021)
47 https://www.conjur.com.br/2022-fev-18/alexandre-veta-exclusividade-mp-propor-acao-improbidade
§ 5º Sanções eventualmente aplicadas em outras esferas deverão ser compensadas com as sanções aplicadas nos
termos desta Lei”.
Em relação aos §§ 3º e 4º, cabe observar que esse já era o entendimento da jurisprudência.