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Polícia Federal

Noções de Direito Penal

Livro Eletrônico
AULA ESSENCIAL
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SUMÁRIO
Douglas Vargas

Direito Penal..........................................................................................3
Introdução.............................................................................................3
1.Análise Estatística da Organizadora.............................................................3
2. Outros Aspectos Importantes....................................................................4
3. Princípios do Direito Penal.......................................................................5
3.1..................................................................................Conceito de Princípio 5
3.2. Princípios em Espécie..........................................................................5
4. Teoria do Crime.......................................................................................14
4.1.Das Teorias sobre o Conceito de Crime..........................................................14
4.2. Teoria Majoritariamente Adotada pela Doutrina..............................................14
4.3. Teoria Tripartite – Define-se Crime como.................................................15
4.4. Classificação das Infrações Penais..........................................................16
5. Resumo Esquematizado: Fato típico...............................................................17
6. Dicas sobre Crimes em Espécie................................................................25
6.1.Dicas sobre os Crimes contra a Administração Pública...................................25
7. Dicas sobre os Crimes contra a Vida..........................................................28
8. Induzimento, Instigação ou Auxílio ao Suicídio.............................................30
9. Dicas sobre Crimes Contra o Patrimônio.....................................................30
Exercícios.............................................................................................35
Gabarito...................................................................................................41

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INTRODUÇÃO Douglas Vargas

DIREITO PENAL
E aí, querido(a) aluno(a)!
Na aula de hoje vamos trazer uma abordagem inovadora, com um resumo caprichado
dos tópicos mais importantes sobre o Direito Penal com foco total no nosso edital e com
base nas estatísticas da organizadora!
Preparamos um levantamento especial para você. Você verá um retrato bastante interes-
sante dos assuntos historicamente mais cobrados, com destaque para os campeões em ques-
tões, contando com algumas dicas bem direcionadas para essa reta final da sua preparação!
Ademais apresentaremos diversas dicas, de forma esquematizada, sempre com base nas
estatísticas mencionadas supra ao passo que também chamaremos a sua atenção para deta-
lhes importantes e específicos para o nosso certame.
A ideia por trás da aula essencial é apresentar o conteúdo com base no chamado
princípio de Pareto, ou regra 80-20, segundo a qual 80% dos efeitos advém de 20% das
causas.
Nesse sentido, é imprescindível mencionar que a Aula essencial 80-20 não substitui o estu- do
integral da matéria, e que não se recomenda, de forma alguma, que você conte apenas com o
conteúdo aqui apresentado em sua preparação.
Ademais, nunca há garantias de que apenas o conteúdo mais cobrado continuará a ser
cobrado. Lembre-se, sempre: toda escolha é uma perda.
Mas dito isso, é claro que a presente aula contribui, sobremaneira, para que você tenha
um retrato sobre o histórico da banca e possa construir uma estratégia sobre o conteúdo
previsto em nosso edital.
Espero sinceramente que goste dessa abordagem. Foi feita com muito carinho para
todos vocês!
Estamos juntos! Um abraço e bons estudos!
Professor Douglas Vargas

1. ANÁLIse esTATÍsTICA DA ORGANIZADORA


Em primeiro lugar, o objetivo da aula de hoje é apresentar para você quais são os assuntos
que compõem “a nata” do Direito Penal nos certames organizados pelo CEBRASPE.
Especificamente quanto ao Direito Penal, é possível encontrar nas bases de concursos
anteriores aproximadamente 2.400 questões de Direito Penal elaboradas pela organizadora.
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O levantamento realizado resultou no seguinte quadro de destaque (assuntos com mais
questões primeiro):

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Tópico do Edital Total

Crimes contra a adm. Pública 350

Crimes contra o patrimônio 181

Fato típico e Tipicidade 165

Crimes contra a pessoa 165

Princípios 145

Culpabilidade 122

Lei penal no tempo e espaço 107

Antijuridicidade 80

Outros assuntos 1085

Total 2400

Com base nesse levantamento, verificamos informações importantes, no sentido de que:


• Os crimes contra a administração pública são tópico de destaque no estudo da disci-
plina do Direito Penal, compreendendo quase 15% das questões de Noções de Direito
Penal;
• Entre os demais crimes previstos no edital, crimes contra o patrimônio e contra a pes-
soa merecem destaque e possuem grande relevância temática;
• Dentre os aspectos da parte geral do Direito Penal, merecem destaque os temas
ineren- tes ao fato típico e à tipicidade em si (tópicos da parte de Teoria do Crime),
bem como o assunto princípios.

É claro que não se deve desconsiderar a importância dos demais tópicos previstos no edi-
tal. No entanto, a estatística apresentada é um bom norte para orientar o candidato sobre o
histórico da banca.
Diante dos pontos apresentados, nessa aula essencial você verá uma retomada dos princi-
pais crimes (contra a administração pública, contra o patrimônio, contra a pessoa) bem
como tópicos de destaque quanto ao assunto teoria do crime e quanto ao assunto
princípios.

2.OUTROs AsPeCTOs IMPORTANTes


Sabemos ainda que os examinadores usualmente mantêm um padrão na elaboração de
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questões, mas não podemos esquecer de um detalhe importante: inovações legislativas são
sempre um assunto benquisto pelos examinadores.

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Assim sendo, é importante considerar as seguintes alterações legislativas que ocorre-


ram e que podem ser objeto de elaboração de questões inovadoras e não previstas em nossa
estatística:

Leis 13.771/18,
13.654/18 e Jurisprudência recente
13.968/19 de tribunais superiores
merecem atenção.

Pacote Anticrime e as alterações trazidas no Código Penal.

O CEBRASPE possui o hábito de cobrar entendimentos sumulados em concursos de carreiras


jurídicas, hábito esse que pode reverberar em concursos tribunais de maneira geral. Assim sendo,
a leitura de súmulas recentes e de informativos do STJ e do STF pode constituir também um há-
bito diferencial caso a banca decida ampliar essa prática para todos os concursos sob sua tutela.
De todo modo, é preciso ressaltar que as inovações legislativas tendem sempre a receber
destaque, qualquer que seja a organizadora, de modo que devem ser priorizadas e que a
fami- liaridade com textos legais que sofreram alterações em 2018, 2019 e 2020 deve
sempre ser
um dos nossos principais objetivos.
Excelente. Já temos um bom direcionamento sobre o qual trabalhar, concorda? Então,
mãos à obra. Vamos ao conteúdo.

3.PRINCÍPIOs DO DIReITO PeNAL


3.1. CONCeITO De PRINCÍPIO
Princípios são padrões decisórios que se constroem historicamente e que geram um dever de obe-
diência.

3.2.PRINCÍPIOs eM esPéCIe
3.2.1. Princípio da Subsidiariedade

A aplicação do Direito Penal deve ser subsidiária, ou seja, somente quando as outras for-
mas de sancionar o indivíduo não forem suficientes.
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O Direito provê diversas formas de controle social capazes de coagir o indivíduo, não ape-
nas as sanções penais. Nem sempre há necessidade de recorrer ao Direito Penal para sanar
determinadas situações.

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3.2.2. Princípio da Legalidade Penal

Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal.
Constituição Federal, Art. 5º, XXXIX

Tem como principal objetivo limitar o poder do estado. A premissa é básica: para que o
Estado defina crimes e comine penas, deve editar uma lei, a ser aprovada pelo Congresso.

Lembre-se: apenas a lei em sentido estrito, aprovada pelo Congresso Nacional, pode ser utilizada
para tal finalidade (criar crimes e cominar penas).

Mas o que é lei em sentido estrito?

Lei Ordinária

Lei em sentido
estrito:
Lei Complementar

Como consequência da restrição da criação de crimes a apenas estas espécies de lei, o prin-
cípio da legalidade também é chamado de princípio da legalidade estrita ou da reserva legal.
Ponto chave!

Podem criar crimes e cominar


Nãopenas:
podem criar crimes e cominar penas:

Leis Ordinárias; Medidas provisórias; Decretos;


Leis Complementares. Resoluções; Leis Delegadas; Costumes.

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01. (CESPE/TJ-SE/TÉCNICO JUDICIÁRIO) É legítima a criação de tipos penais por meio


de decreto.

Só lei em sentido estrito pode criar tipos penais. Não há exceção!


Errado.

Certo. Vamos passar agora ao estudo de outras funções do princípio da legalidade, que
são um pouco mais avançadas, mas que também são fáceis de entender e que você, como
bom candidato, deve conhecer. Vamos lá:

Por força do princípio da legalidade, é vedada a utilização de analogias que prejudiquem o réu (as
chamadas analogias in malam partem).

3.2.3. Demais Consequências do Princípio da Legalidade


• Não há crime sem lei anterior.

Por força do princípio da legalidade, temos como desdobramento o chamado princípio da


anterioridade, segundo o qual a criação de crimes e cominação de penas existe LEI
ANTERIOR, vedando-se a existência de retroatividade em prejuízo do acusado.

• Não há crime sem lei ESCRITA.

Outro desdobramento do princípio da legalidade está na exigência de lei escrita, a qual se


traduz na EXCLUSÃO da possibilidade de que os COSTUMES (na figura do chamado direito
consuetudinário) sejam base para a criminalização de condutas.
Veja bem: Não se admite a criação de crimes ou a agravação da pena por meio dos
costu- mes. Mas é claro que os costumes, de forma geral, são fonte válida do Direito Penal,
possuindo formas específicas de utilização.
O importante é que você saiba que há a vedação quanto à criação de crimes por tal fonte
do direito.

• Não há crime sem lei CERTA.

Importante desdobramento do princípio da legalidade, o chamado princípio da taxativida-


de ou determinação veda a criação de tipos penais obscuros ou vagos. Tipos penais devem
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ser CLAROS e não deixar margem de dúvidas, de modo que a população tenha
Noçõesade
devida com-
Direito

preensão das condutas criminalizadas pelo legislador.

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• Não há crime sem lei NECESSÁRIA.

Por fim, verificamos uma influência do chamado princípio da intervenção mínima no pró-
prio princípio da legalidade: Quando se fala em direito penal, não se admite a criação de tipos
penais desnecessários.
Agora sim! Arrematamos todos os desdobramentos mais importantes do princípio da lega-
lidade. Vamos fazer um esquema simples para consolidar o entendimento?

Em sentido estrito
LC ou LO

Necessária
Intervenção Mínima

Não há crime sem LEI... Certa Vedação aos


tipos penais
Legalidade

Estrita Vedação à Analogia

Escrita Vedação aos


costumes

Anterior

Anterioridade

02. (CESPE/DETRAN-DF/ANALISTA-ADVOCACIA) O princípio da legalidade veda o uso da


analogia in malam partem, e a criação de crimes e penas pelos costumes.

Relembrando: só lei em sentido estrito pode criar crimes e penas. E como acabamos de es-
tudar, no Direito Penal, por força do princípio da legalidade, é vedado o uso da analogia em
prejuízo do acusado!
Certo.

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3.2.4. Legalidade em Formal e Douglas Vargas

Material

Legalidade formal
Lei produzida com observância do Processo Legislativo.

Legalidade material
Lei produzida com respeito aos princípios constitucionais e aos direitos

3.2.5. Princípio da Fragmentariedade

O chamado princípio da Fragmentariedade determina que não é razoável que o Estado uti-
lize o Direito Penal para tutelar qualquer bem jurídico. Apenas os bens mais relevantes para a
sociedade devem ser protegidos pela norma penal.

3.2.6. Fragmentariedade x Subsidiariedade

Fragmentariedade Subsidiariedade

O Direito Penal só deve ser utilizado em último caso, quando outros ramos do Direito
ito Penal deve tutelar apenas os bens jurídicos mais importantes.

Direito Penal só deve sancionar


A sanção
as condutas
penal só
mais
será
inaceitáveis.
utilizada quando outras sanções não forem s

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3.2.7. Princípio da Pessoalidade ou da Intranscendência Douglas Vargas

da Pena

Nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a de-
cretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles
executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido.
CF, art. 5º, XLV

Previsto na própria Constituição Federal, este princípio existe para evitar que as sanções
penais sejam executadas em face de terceiros.
Lembre-se: As únicas responsabilidades que podem ser transferidas aos herdeiros são as
de reparar o dano e a decretação de perdimento de bens. E mesmo assim, essas últimas
ficam limitadas ao valor da herança que foi deixada.

3.2.8. Princípio da Ofensividade (Nullum Crimen Sine Iniuria)

Determina que apenas condutas que causem dano ou pelo menos perigo de dano podem
ser consideradas ilícitas pelo Direito Penal!
Existem quatro determinações relacionadas ao princípio da ofensividade, a saber:
• Vedar a incriminação de estados e condições existenciais;

O indivíduo deve ser punido por seus atos – e não por simplesmente “ser” alguma coisa.
• Não incriminação de condutas incapazes de causar dano ou perigo de dano a algum
bem jurídico;
• Vedar a incriminação de condutas que não excedam o próprio autor:

Exemplo:
• Proíbe a incriminação de atitudes internas, como por exemplo ter a ideia de cometer um
Ninguém pode responder criminalmente por causar lesões corporais a si próprio
crime.

3.2.9. Princípio da Adequação Social

Condutas socialmente aceitas e adequadas não podem ser criminalizadas. Está é a pre-
missa do chamado princípio da adequação social.

3.2.10. Princípio da Humanidade

É por força do princípio da humanidade que qualquer pena que desconsidere o homem como pes-
soa está proscrita.
Rogério Greco – Direito Penal

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O princípio da humanidade garante que os infratores da lei não sejam submetidos a penas
cruéis ou degradantes, o que causaria o desrespeito à dignidade da pessoa humana.
A Constituição Federal, em seu Art. 5º, XLVII, trata sobre o tema, ao proibir penas:
• De morte, salvo em caso de guerra declarada;
• De caráter perpétuo;
• De trabalhos forçados;
• De banimento;
• Cruéis.

3.2.11. Princípio da Proporcionalidade

Segundo o princípio da proporcionalidade, não basta aplicar a lei ao caso concreto para
que se atue com justiça. É necessário comparar a lesão causada pelo crime praticado e a
gra- vidade da sanção, para se garantir que a medida imposta ao autor é adequada.
Segundo Alberto Silva Franco, o princípio da proporcionalidade:

É o princípio que exige que se faça um juízo de ponderação sobre a relação existente entre o bem
que é lesionado ou posto em perigo (gravidade do fato) e o bem deque pode alguém ser privado
(gravidade da pena).

3.2.12. Princípio da Insignificância

Segundo o princípio da insignificância, que se revela por inteiro por sua própria denominação, o
direito penal, por sua natureza fragmentária, só vai aonde seja necessário para a proteção do bem
jurídico. Não deve ocupar-se de bagatelas.
Rogério Greco / Assis Toledo

3.2.13. Teoria do Crime e Princípio da Insignificância

O princípio da insignificância tem o poder de excluir o próprio crime, atuando sobre o primeiro ele-
mento deste: o fato típico.

A adequação entre o tipo penal e a conduta praticada é o que chamamos de tipicidade


for- mal. De uma forma simples, é a confirmação de que o comportamento do autor é
compatível com o que está escrito na norma penal.
Com isso, o Juiz já irá saber que ocorreu um fato formalmente típico. Mas não é possível
ainda dizer que existe crime. Isso porque o segundo passo, é verificar se houve a chamada
tipicidade material.

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A tipicidade material, por sua vez, é a avaliação do desvalor da conduta e do prejuízo causado. Ou
seja: só existe tipicidade material se o ato praticado produzir um prejuízo RELEVANTE.

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Confirmada a ausência da tipicidade material, não haverá o fato típico, e consequentemen-
te... não haverá crime!

O princípio da insignificância atua sobre a tipicidade. Logo, se couber a sua aplicação, não haverá
crime, (a conduta se tornará atípica).

Casos recorrentes em prova:


• Crime Ambiental: Aplicável;
• Ato infracional: Aplicável;
• Furto de celular: Aplicável.
• Lei Maria da Penha (Violência doméstica): Não aplicável;
• Moeda Falsa: Não aplicável;
• Porte de Drogas: Não aplicável;
• Furto em unidade penitenciária: Não aplicável;
• Furto qualificado: Não aplicável;
• Descaminho: Aplicável até R$ 20.000,00 (STF & STJ).

3.2.14. STF e Insignificância

Um último tópico importante sobre o princípio da insignificância (o qual é recorrente em


questões) está nos requisitos para aplicação do princípio da insignificância, segundo o
enten- dimento vigente no Supremo Tribunal Federal. São eles:
• Mínima ofensividade da conduta;
• Ausência de periculosidade social da ação;
• Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento;
• Inexpressividade da lesão jurídica.

3.2.15. Princípio da Culpabilidade

O princípio da culpabilidade versa sobre a chamada reprovabilidade da conduta do


agente. Antes de mais nada, vamos dar uma olhada no que diz o grande doutrinador Rogério
Greco:

Culpabilidade diz respeito ao juízo de censura, ao juízo de reprovabilidade que se faz sobre a
condu- ta típica e ilícita praticada pelo agente. Reprovável ou censurável é aquela conduta levada a
efeito pelo agente que, nas condições em que se encontrava, podia agir de outro modo.

A culpabilidade está relacionada ao conceito do chamado “homem médio”, que nada mais

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é do que o se espera que um homem comum faria diante de determinada situação.
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Entende-se dessa forma, que há um comportamento normal a ser esperado de uma pessoa.
Uma das consequências desse princípio é a vedação à chamada responsabilidade pe-
nal objetiva.

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Responsabilidade Objetiva
Responsabilidade Subjetiva

Diferentemente da responsabilidade objetiva, depende da comprovação de dolo (vontade), ou culpa (negligência, imprudê
de um ilícito ou de uma violação a direito que, para ser provada e questionada, independe da aferição de dolo ou culpa.

3.2.16. Princípio da Exclusiva Proteção dos Bens Jurídicos

De simples compreensão (e muito utilizado para confundir os alunos, sendo comparado ao


princípio da lesividade), o princípio da exclusiva proteção aos bens jurídicos rege que a
norma penal deve ser criada apenas para tutelar bens jurídicos cuja relevância mereça a
proteção que o Direito Penal oferece.
Assim sendo, veda-se a chamada “proibição pela proibição”, ou a criminalização como
“instrumento de mera obediência”, como nos ensina Rogério Sanches em seu Manual de Di-
reito Penal.

3.2.17. Princípio da Intervenção Mínima

Quando falamos em intervenção mínima, falamos em aplicação do Direito Penal apenas


quando estritamente necessário. A doutrina entende que os casos de estrita necessidade
são aqueles em que outras esferas do direito fracassaram no controle social
(subsidiariedade) e nos quais a lesão é relevante o suficiente para ensejar a utilização do
Direito Penal (fragmen- tariedade).

3.2.18. Princípio da Materialização ou Exteriorização do Fato

Parte da doutrina ainda enumera o chamado princípio da exteriorização do fato, segundo o


qual o Estado só pode criminalizar condutas, humanas e voluntárias, e não condições externas ou
estados existenciais.
Veja que aqui não há nada de muito novo, e que há uma correlação muito parecida entre tal
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princípio e as consequências do princípio da lesividade que estudamos anteriormente.
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3.2.19. Princípio da Individualização da Pena

Por fim, temos o princípio da individualização da pena, previsto no art. 5º, XLVI, da Consti-
tuição Federal:

XLVI – a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:


a) privação ou restrição da liberdade;
b) perda de bens;
c) multa;
d) prestação social alternativa;
e) suspensão ou interdição de direitos;

Trata-se de princípio que cuida de que cada cidadão terá uma avaliação individualizada so- bre
o fato criminoso praticado. Segundo a melhor doutrina, tal princípio se divide em três fases,
devendo ser observado tanto no momento da elaboração da norma pelo legislador, quanto na
imposição da sanção pelo juiz e até a própria fase da execução penal.

4. TeORIA DO CRIMe
4.1. DAs TeORIAs sOBRe O CONCeITO De CRIMe
Teoria Bipartite

Crime é fato típico e antijurídico.

Teoria Tripartite

Crime é fato típico, antijurídico e culpável.

4.2. TeORIA MAJORITARIAMeNTe ADOTADA PeLA DOUTRINA

• É a regra adotada pela


imensa maioria das bancas.
Teoria • Define crime como fato
Tripartite típico, antijurídico e culpável.

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4.3.TeORIA TRIPARTITe – DefINe-se CRIMe COMO Douglas Vargas

Fato Típico Antijurídico Culpável

4.3.1.Elementos do Fato Típico


• Conduta: Ação ou comportamento humano.
• Resultado: Modificação do mundo exterior, causada pela conduta.
• Nexo de Causalidade: Vínculo entre a conduta e o resultado.
• Tipicidade: Adequação da conduta praticada com o modelo abstrato previsto na lei.

4.3.2.Antijuridicidade (ou Ilicitude)

A ilicitude é, em regra, presumida! Ou seja, via de regra, o fato típico é antijurídico – e


ape- nas excepcionalmente (como no caso de legítima defesa) ocorrerá a chamada
excludente de ilicitude.

4.3.3. Culpabilidade

O Código Penal adota a chamada teoria normativa pura para definir a culpabilidade.
São Elementos da Culpabilidade:
• Imputabilidade: Capacidade de entender o caráter ilícito do fato praticado.
• Potencial Consciência da Ilicitude: O agente tem que praticar o fato sabendo, ou ao
me- nos tendo a possibilidade de saber que a conduta era ilícita.
• Exigibilidade de conduta diversa: A prática da conduta deve ser realizada numa situação
regular, normal.

Esquematizando a Teoria Tripartite:

Fato Típico Antijurídicidade Culpabilidade

Conduta; Contrariedade ao ordenamento jurídico.


Juízo de reprovabilidade da conduta.
Nexo de Causalidade; Sinônimo de Ilicitude, Ilegalidade.Composta de imputabilidade, exigibilida
Resultado;
Tipicidade.

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4.4. CLAssIfICAÇÃO DAs INfRAÇÕes PeNAIs Douglas Vargas

• Divisão bipartida: As infrações penais se dividem em CRIMES e CONTRAVENÇÕES PE-


NAIS. É a adotada pelo CP.
• Divisão tripartida: As infrações penais se dividem em CRIMES, DELITOS e
CONTRAVEN- ÇÕES.

Infraçã o Penal (Gê nero)

Crime ou Delito (Espécie) Contravençã o Penal (Espé cie)

Pena de Reclusã o e/ou


Pena
multa.
de Detençã o e/ou
Penamulta.
de Prisã o Simples, ou multa.

Fases de realização do delito:

Cogitação Preparação Execução Consumação

4.4.1. Cogitação

A cogitação é uma fase interna, na qual surge a intenção de praticar um determinado cri-
me. Por força do princípio da lesividade, a cogitação não é uma fase punível, pois ela não
cau- sa ofensa alguma a nenhum bem jurídico.

4.4.2. Preparação

O autor começa a trabalhar para que possa iniciar a execução do delito. O autor busca en-
contrar meios e locais que possibilitem lograr êxito no delito que está buscando cometer.
Via de regra, a preparação também não é punível – a não ser que o ato preparatório seja

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um crime por si só!

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4.4.3. Exe Douglas Vargas

cução

O agente inicia, de fato, a execução da conduta criminosa. A fase de execução pode re-
sultar na próxima fase (a consumação) caso o agente logre êxito na prática da infração penal
pretendida por ele, ou em uma tentativa (quando o agente não logra êxito por circunstâncias
alheias à sua vontade).

4.4.4. Consumação

A consumação é a fase em que o agente atinge o resultado do crime, ou como define o


código penal, o crime reuniu todos os elementos de sua definição legal (Art. 14, inciso I, CP).
A consumação tem uma influência direta na classificação das condutas criminosas.

4.4.5. Exaurimento

Embora em regra não seja listado como uma das fases regulares do iter criminis, o exauri-
mento é uma fase específica de algumas infrações penais, que após sua consumação, ainda
não sofreram o completo esgotamento de seu potencial lesivo.

5.ResUMO esQUeMATIZADO: fATO TÍPICO


Elementos básicos que foram o fato típico:

Fato Típico
Elementos
Conduta;
Nexo Causal;
Resultado;
Tipicidade.
Observação:
Tipicidade e conduta: Sempre presentes.
Nexo causal e resultado: Dependem do tipo de delito.

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Conceito de conduta:

CONDUTA
Ação ou Comportamento Humano;

Voluntária e consciente;

Teoria Finalista de Hans Welzel;

Realizada por ação ou omissão.

Podem excluir a conduta:

Inconsciência (Exemplo: Sonambulismo)


Excluem

Atos Reflexos (Ausência de


a Voluntariedade)

Coação Física Irresistível


Conduta

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Elementos inerentes ao resultado:

RESULTADO RESULTADO JURÍDICO


Todo crime possui.
Modificação no mundo exterior.

RESULTADO NATURALÍSTICO
Nem todo crime possui.

Nexo Causal:

Tipicidade:
Relação entre a conduta e o resultado
• Regra: Teoria da Equivalência dos Antecedentes Causais
• Necessita de dolo ou culpa para evitar o regresso ao infinito.

Tipicidade Tipicidade
Objetiva Trata da Subjetiva
Tipicidade Formal constatação da vontade do agente e de requisitos
+ Tipicidade Material.

Tipicidade Formal: É a
adequação do fato à descrição na lei;
Tipicidade Material:é a comparação do desvalor da conduta e do dano causado com a pena que será aplicad

Tipo Penal:
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• Estrutura da Norma incriminadora. Descreve o fato que o Direito Penal quer inibir;
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• Composto de Preceito primário (fato) e secundário (Sanção).
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Tipo Penal Doloso:

Dolo direto de primeiro


DOLO: Aquele em que
grau: O agente quer o
o agente quer o resultado
ou assume o risco de resultado. Dolo Direto de
produzi-lo segundo grau: De
* É a regra no consequências necessárias.
ordenamento

Modalidades
Tipo de Culpa:
Penal Culposo: Dolo Eventual: agente não quer
o resultado, mas assume o
• Violação do dever de cuidado;
risco
Imprudência:
• Deve ser expressamente previsto peloFazer precipitado,
legislador;
de produzi-lo.
• A conduta é voluntariaperigoso, de forma
e o resultado que deveria ser evitada;
involuntário;
• O resultado culposo deve ser previsível.

Negligência: Não fazer algo que


deveria ser feito;

Imperícia: Falta de competência


que profissional deveria possuir, no exercício de sua profissão.

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Crime Preterdoloso:

Dolo no resultado antecedente;

Exemplo: Culpa no consequente.


Lesão corporal com resultado morte.

CRIME
PRETERDOLOSO

Não admite
Crime misto.
tentativa.

Aspectos intermediários sobre o Fato Típico:

Fato Típico Nos Crimes Materiais

É composto por quatro elementos: Conduta, Resultado, Nexo Causal e Tipicidade.


Isso ocorre quando o resultado naturalístico é obrigatório para a consumação do crime, o que também ex

Fato Típicos nos Crimes Formais ou de Mera Conduta

É composto por apenas dois elementos: Conduta e Tipicidade.


Ocorre pois o resultado naturalístico ou é previsto e desnecessário (se tornando mero exaurimento) ou

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Para fins de prova, sempre percorra os seguintes passos: Primeiro verifique se houve uma
conduta HUMANA, VOLUNTÁRIA e CONSCIENTE.
Após isso é que você deverá analisar se a ação foi DOLOSA (intencional) ou CULPOSA (pra-
ticada por negligência, imprudência ou imperícia).
Hipóteses em que não haverá CONDUTA:
• Inconsciência: Agente inconsciente (como um indivíduo sonâmbulo ou hipnotizado, por
exemplo) não possui consciência, o que exclui a conduta.
• Atos Reflexos: Atos reflexos são considerados involuntários, e se não há voluntarieda-
de, também não há conduta!
• Coação FÍSICA irresistível: Hipótese muito cobrada em provas. Ocorre quando o agente
é forçado fisicamente a praticar a conduta criminosa.

Outras dicas sobre teoria do crime:


Excludentes de Ilicitude:
• Legitima defesa;
• Estado de necessidade;
• Estrito Cumprimento do Dever legal;
• Exercício Regular de um Direito.

Legítima Defesa:
• Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários,
repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem.
• Recebeu nova previsão (parágrafo único) com a edição do pacote anticrimes.

Requisitos:
• Agressão Injusta;
• Atual ou Iminente;
• Em defesa de direito próprio ou alheio;
• Usando moderadamente dos meios necessários.

Excesso:
• Ato praticado por agente que, inicialmente em legitima defesa, se excede nos atos des-
tinados à reprimir a agressão sofrida;

Legitima Defesa Putativa:


• Agente não está diante de uma injusta agressão, mas acredita que está, motivo pelo
qual acaba repelindo a agressão inexistente.
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Legítima Defesa Sucessiva:


• É a legítima defesa perpetrada pelo agressor vítima de um excesso.

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Legítima Defesa Subjetiva:


• É a legítima defesa praticada com excesso por um agente que não percebeu, de forma
justificável, que a injusta agressão já cessou.

Estado de Necessidade:
• Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual,
que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou
alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.

Requisitos:
• Ameaça a direito próprio ou alheio;
• Situação de Perigo não causada voluntariamente pelo agente;
• Perigo ATUAL;
• Inevitabilidade da ação lesiva;
• Inexigibilidade de sacrifício do direito ameaçado;
• Inexistência de dever legal de enfrentar o perigo;

Exercício regular de um direito:


• Agente atua amparado por um direito legalmente constituindo, não podendo ser respon-
sabilizado por seus atos.

Estrito Cumprimento do Dever Legal:


• Agente atua por ordem legal, cumprindo seu dever, também não podendo ser
responsa- bilizado pelos atos praticados.

Culpabilidade:
• Terceiro Elemento do Conceito Analítico de Crime.
• Trata do juízo de Reprovabilidade da Conduta do Agente.

Teoria da Culpabilidade:
• CP adota a teoria normativa pura.
• Determina que a culpabilidade é composta por três elementos:
- Imputabilidade;
- Potencial Consciência da Ilicitude;
- Exigibilidade de conduta diversa.

Imputabilidade:

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• É isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incomple-
to ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de
entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse
entendimento.

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Imputável:
• Aquele capaz de ser responsabilizado criminalmente por seus atos.
• Capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse en-
tendimento.

Inimputável:
• Indivíduo inteiramente incapaz, ao tempo da ação ou da omissão, de entender o caráter
ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento.

Excludentes de Imputabilidade:
• Doença Mental que cause incapacidade ABSOLUTA de compreender a ilicitude do fato.
- Critério Biopsicológico.
• Menoridade;
- Até completar 18 anos.
- Critério Biológico.
• Embriaguez Completa Acidental;
- Proveniente de caso fortuito ou força maior.

Emoção, paixão e embriaguez voluntária não removem a imputabilidade do agente.


Actio Libera in causa:
• Embriaguez pré-ordenada para ter coragem de perpetrar a conduta delituosa.
• Agrava a pena do autor!

Potencial Consciência da Ilicitude:


• Capacidade de reconhecer que a conduta praticada é ilícita, ilegal.
• O desconhecimento da lei não é justificativa para o seu não cumprimento.
• Entendimento deve ser analisado de acordo com o contexto social e cultural do autor
(conhecimento do profano).

Exigibilidade de Conduta Diversa:


• Possibilidade de agir de outra forma, de acordo com as circunstâncias.
• Pode ser excluída pela inexigibilidade de conduta diversa.

Inexigibilidade de Conduta Diversa:


• Pode ocorrer nos seguintes casos:
- Coação moral irresistível:

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◦ Depende de ameaça grave;
◦ Ameaça perpetrada contra o agente ou contra terceiro;
◦ Deve ser irresistível.

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- Obediência hierárquica:
◦ Deve emanar de um superior;
◦ Só se aplica em relações de direito público;
◦ Ordem não pode ser manifestamente ilegal.

6.DICAs sOBRe CRIMes eM esPéCIe


Sem dúvidas os campeões em questões de concursos anteriores, os crimes em espécie
merecerão uma atenção especial em nosso resumo direcionado.
Trata-se, é claro, de assunto MUITO EXTENSO, de modo que iremos priorizar os crimes
mais cobrados e os detalhes que costumam despencar em provas, principalmente quanto
aos crimes contra a administração pública, contra a vida e contra a dignidade sexual.

6.1. DICAs sOBRe Os CRIMes CONTRA A ADMINIsTRAÇÃO PÚBLICA


6.1.1. Peculato
• Conduta de um funcionário público que se apropria, desvia ou furta um bem do qual tem
posse em razão do cargo.
• O objeto subtraído, apropriado ou desviado pode ser tanto público quanto particular.

6.1.2. Peculato-Apropriação

“... Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou qualquer ou

É de fundamental importância a expressão EM RAZÃO DO CARGO. Não basta SER funcio-


nário público para praticar a conduta. O autor tem que se valer de sua condição de
funcionário público para que se configure a conduta do art. 312!
Essa condição inclusive é válida para todos os delitos praticados por funcionário público
contra a administração pública!
As questões costumam focar muito nesse ponto, tornando fundamental observar se a con-
duta foi praticada por funcionário público e se a utilização do cargo influiu de alguma forma

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no êxito da prática delitiva!

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Entendendo as Modalidades:
Peculato-Apropriação (Art. 312, Caput, 1ª Parte)

Funcionário Público se apropria de bem móvel, dinheiro ou valor;


Tem que utilizar do cargo para configurar o delito.
Não basta ser funcionário público!

Peculato-Desvio (Art. 312, Caput, 2ª Parte)

Funcionário Público desvia um bem móvel, dinheiro ou valor;


Também deve utilizar do cargo para que o crime se configure;
Não basta ser funcionário público!

Peculato-Furto (§ 1º)

Funcionário público subtrai dinheiro, valor ou bem utilizando-se de facilidade proporcionada p


A utilização do cargo para facilitar a subtração também é essencial.

Possibilidade de Participação de Particular

Se o delito de peculato (de qualquer espécie) for perpetrado em conjunto com um particular, e

Furto e Peculato “de uso”:


O furto de uso não é punível no Direito Penal (Não existe o fato típico de furto de uso). O pe-
culato de uso, na mesma esteira, também não é um delito previsto no CP – mas pode ensejar
responsabilidade por IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.

Furto de Uso Peculato de Uso

Não é conduta típica Não é conduta típica

Particular sem vínculo com a Pode resultar em


administração pública não está sujeito responsabilização por
à lei de improbidades administrativas improbidade administrativa.

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6.1.3. Concussão (Art. 316 Douglas Vargas

CP)

Segundo o STJ (HC 54776/2014), se o funcionário público usar de violência ou grave ame-
aça para exigir a vantagem, haverá EXTORSÃO e não CONCUSSÃO. Esse entendimento do
STJ já foi objeto de prova por diversas vezes!

Não existe
Culpa concussão culposa.

Existe divergência
Tentativa na doutrina!

6.1.4. Corrupção Passiva (Art. 317 CP)

Art. 317 - Solicitar ou receber, para si ou para outrem, direta ou indiretamente, ainda qu
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 12 (doze) anos, e multa.

Segundo a doutrina, a vantagem indevida não precisa ser necessariamente uma vantagem
financeira – embora essa seja a forma mais comum.
Classificações de Corrupção Passiva:

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Agente público recebe ou aceita promessa de vantagem para praticar ato ilegal ou deixar de prat
Própria

Agente público recebe ou aceita promessa de vantagem para praticar ato legal que iria praticar r
Imprópria

Agente público solicita ou recebe a


Antecedente vantagem antes de praticar ou deixar de
praticar o ato.

Agente púlbico solicita ou recebe a


Subsequente vantagem após ter praticado o ato (ou
após deixar de pratica-lo).

6.1.5. Prevaricação (Art. 319 CP)

A conduta é parecida com a de corrupção passiva, visto que o agente também retarda ou
deixa de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou o pratica contra disposição expressa de lei.
Entretanto, a diferença principal está na motivação do agente público: Ele infringe seu dever
funcional para satisfazer interesse ou sentimento pessoal.
Prevaricação x Corrupção passiva privilegiada:

O agente retarda,
deixa de praticar, Motivo: Interesse
Prevaricação ou pratica ato de
ofício infringindo
ou sentimento
pessoal.
seu dever.

Corrupção O agente retarda,


Motivo: Agente
deixa de praticar,
passiva ou pratica ato de
cede a pedido ou
influência de
privilegiada ofício infringindo
seu dever.
outrem.

7. DICAs sOBRe Os CRIMes CONTRA A VIDA


Homicídio:

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• Conduta: Matar alguém;
• Sujeito ativo: Qualquer Pessoa;

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• Sujeito passivo: Qualquer Pessoa;


• Bem jurídico protegido: Vida humana;
• Crime comum;
• Pode ser praticado por comissão (um fazer) ou omissão;
• Crime material;
• Hediondo quando qualificado ou praticado em atividade típica de grupos de extermínio.
• Aumento de pena:
- 1/3: Vítima menor de 14 anos ou maior de 60;
- 1/3 a 1/2: Quando praticado por milícia privada sob pretexto de prestação de
serviço de segurança ou por grupo de extermínio;
• Homicídio privilegiado:
- Redução de 1/6 a 1/3, quando praticado:
- Por relevante valor social ou moral;
- Sob DOMÍNIO de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima;
• Homicídio qualificado:
- Quando praticado:
◦ Mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
◦ Por motivo fútil;
◦ Com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso,
cruel ou de perigo comum;
◦ Com traição, emboscada, dissimulação ou recurso que dificulte ou torne impossí-
vel a defesa da vítima;
◦ Para assegurar a execução, ocultação ou impunidade de outro crime.
• Feminicídio:
- Quando praticado:
◦ Contra mulher em razão da condição de sexo feminino;
- Aumento de 1/3 a 1/2 se:
◦ Durante a gestação ou até 3 meses após o parto;
◦ Contra menor de 14 anos ou maior de 60 anos;
◦ Na presença de ascendente ou descendente;
◦ É qualificadora objetiva seguindo o STJ.
• Homicídio Funcional:
- Quando praticado, no exercício da função ou em razão dela:
◦ Contra autoridade ou agente dos incisos 142 ou 144 da CF;
◦ Agentes do sistema prisional ou força nacional;
◦ Contra cônjuge, companheiro ou parente de até 3º grau;
• Homicídio Culposo:

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- Quando praticado por:
◦ Negligência;

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◦ Imprudência;
◦ Imperícia;
- Aumento de pena (1/3) quando o autor:
◦ Não observa regra técnica de profissão;
◦ Deixa de prestar socorro;
◦ Não procura diminuir as consequências de seus atos;
◦ Foge para evitar a prisão em flagrante.

8. INDUZIMeNTO, INsTIGAÇÃO OU AUXÍLIO AO sUICÍDIO


Induzimento, Instigação ou Auxílio ao Suicídio:
• Sujeito ativo: Qualquer pessoa;
• Sujeito passivo: Qualquer pessoa;
• Bem jurídico tutelado: Vida humana;
- Há divergência quanto à automutilação;
• Lembre-se de que existem três possibilidades, cada qual com diferentes responsabi-
lizações criminais (vítima capaz, vítima relativamente incapaz e vítima absolutamente
incapaz).

Infanticídio (Matar sob a influência do estado puerperal, durante o parto ou logo após):
• Sujeito ativo: A mãe;
• Sujeito passivo: Próprio filho;
• Bem jurídico tutelado: Vida humana;
• Permite o concurso de agentes;
• Admite a tentativa;

9.DICAs sOBRe CRIMes CONTRA O PATRIMÔNIO


Furto (Art. 155 CP):
• Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel;

Elementares do Tipo:
• Coisa:
- Coisa é todo objeto de natureza corpórea.
- Pode ter valor financeiro ou sentimental.
• Alheia:
- Coisa pertencente a um terceiro;
- Coisa sem dono não serve como objeto de furto;
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- Coisa perdida não caracteriza o delito do art. 155 e sim o do artigo 169, II;
- Coisa própria também não enseja o delito de furto.

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• Móvel:
- A coisa deve ser passível de remoção;
- Energia elétrica, sinal de telefone e redes de água são coisas móveis por equiparação;

Furto de uso:
• É fato atípico em nosso ordenamento jurídico;

Tentativa e Consumação do Furto:


• Delito de furto se consuma no momento em que o autor remove a coisa (quando essa
passa para sua posse);
• A posse não tem de ser mansa ou pacífica;
• Aplica a teoria da amotio ou apprehensio.

Crime impossível e Furto:


• Sistema de vigilância ou segurança em estabelecimento comercial não enseja crime
impossível.

Furto noturno ou majorado:


• A pena aumenta-se de um terço, se o crime é praticado durante o repouso noturno.

Furto Privilegiado:
• Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a
pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente
a pena de multa.
• Cuidado: Se a coisa tiver uma valor INSIGNIFICANTE, ocorrerá a aplicação do princípio
da insignificância, que tornará a conduta atípica.

Furto Qualificado:
• Com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
• Com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
• Com emprego de chave falsa;
• Mediante concurso de duas ou mais pessoas.
• A pena é de reclusão de três a oito anos, se a subtração for de veículo automotor que
venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior;
• A pena é de reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos se a subtração for de semovente do-
mesticável de produção, ainda que abatido ou dividido em partes no local da

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subtração.
• Reclusão de 4 (quatro) a 10 (dez) anos e multa, se houver emprego de explosivo ou de
artefato análogo que cause perigo comum.

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Furto Privilegiado-Qualificado:
• É possível segundo o STJ.

Furto de Coisa comum:


• Subtrair o condômino, coerdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente
a detém, a coisa comum;
• É crime próprio.

Roubo (Art. 157):


• Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade
de resis- tência;
• Destaca-se pela violência ou grave ameaça;
• Não admite a aplicação do princípio da insignificância;
• É um delito pluriofensivo;

Espécies de Roubo:
• Roubo próprio: Violência ou grave ameaça aplicadas antes ou durante a conduta;
• Roubo improprio: Violência ou grave ameaça aplicadas logo depois da subtração;

Consumação:
• Ocorre quando o indivíduo toma posse do bem subtraído.
• Aplica-se a teoria da amotio assim como no furto.

Roubo Majorado:
• Se há o concurso de duas ou mais pessoas;
• Se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstân-
cia.
• Se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado
ou para o exterior;
• Se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo sua liberdade.
• Subtração de substâncias explosivas;
• Com uso de arma branca.

Roubo Majorado 2/3 (§2º-A):


• Uso de arma de fogo de uso permitido;
• Destruição ou rompimento de obstáculo com emprego de explosivo;

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Roubo Majorado com pena em dobro (§2º-B)


• Uso de arma de fogo de uso proibido ou restrito.

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Roubo Qualificado
• Não se confunde com o roubo majorado;
• Ocorre na seguinte situação:
- Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze
anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo
da multa.

Latrocínio:
• É o roubo qualificado pela morte.
• É hediondo.
• Consumação ocorre com a morte da vítima.
• É de competência de juiz singular, e não do tribunal do júri.

Roubo de uso:
• Não é atípico por conta do desvalor do emprego de violência ou grave ameaça.

Extorsão
• Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter
para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou
deixar de fazer alguma coisa.”
• Tipo previsto no art. 158 do Código Penal.
• Não envolve, na forma simples, qualquer restrição ou privação de liberdade da vítima.

Extorsão majorada
• Modalidade prevista no § 1º do art. 158 do Código Penal.
• Se configura nos casos em que o referido crime é cometido por duas ou mais pessoas,
ou com emprego de arma, aumentando-se a pena de um terço até metade.

Extorsão qualificada
• Modalidade prevista no art. 158, § 2º, CPB: Aplica-se à extorsão praticada mediante vio-
lência o disposto no § 3º do artigo anterior.
- (Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de sete a quinze
anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de vinte a trinta anos, sem prejuízo
da multa).

Extorsão com restrição de liberdade da vítima


• Primeira das modalidades de extorsão que envolve a liberdade da vítima como
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parâme- tro de discernimento de tipicidade.
• É conhecida como “sequestro-relâmpago”.

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• Configura-se nos casos em que o crime é cometido mediante a restrição da liberdade da


vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica.
• A pena, em regra, é de reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, além da multa; se resulta
lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no art. 159, §§ 2º e 3º,
respectivamente.
• Base legal: Art. 158, § 3º, CPB.

Extorsão mediante sequestro


• Delito previsto no art. 159 do CPB.
• Configura-se com a conduta de sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para
outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate.
• Qualificadoras do delito de extorsão mediante sequestro:
- Se o sequestro dura mais de 24 (vinte e quatro) horas, se o sequestrado é menor de
18 (dezoito) ou maior de 60 (sessenta) anos, ou se o crime é cometido por bando ou
quadrilha (associação criminosa).
- Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
- Se resulta a morte.
• Admite possibilidade de redução de pena nos casos em que o crime é cometido em
concurso e o concorrente que denuncia à autoridade, facilitando a libertação do seques-
trado. (§ 4º).

“Delação Premiada” & Extorsão Mediante Sequestro:


• Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facili-
tando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços.

Extorsão indireta:
• Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém, documento
que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro.
• Delito comum entre agentes de usura (agiotas).

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EXERCÍCIOS Douglas Vargas

03. (INÉDITA/2021) No que se refere à teoria do crime, é possível asseverar a conduta é ação
ou comportamento de qualquer espécie, não necessariamente um comportamento humano.

Na verdade, a conduta é uma ação ou comportamento humano. De outro modo, não há que
se falar em crime. É por esse motivo que um animal (como um cão) não comete crime – pois
há ataque, e não agressão. Lhe falta o fator humano para que se possa falar em conduta!
Errado.

04. (INÉDITA/2021) Ainda sobre a teoria do crime, é correto afirmar que não existe presun-
ção de ilicitude do fato típico. Assim sendo, apenas excepcionalmente é que a prática de fato
previsto na parte especial do Código Penal será considerada um ato ilícito.

Na verdade, a regra é que a ilicitude é presumida. Se o fato é típico, em regra será também
an- tijurídico (ilícito), e apenas excepcionalmente (na presença de alguma excludente) é que
não haverá ilegalidade ou antijuridicidade.
Errado.

05. (INÉDITA/2021) A respeito da culpabilidade, o Código Penal, para a maioria da doutrina,


adota a chamada teoria normativa pura.

Exatamente! Embora existam algumas divergências, prevalece na doutrina que o CP adotou


expressamente a teoria normativa pura na conceituação da culpabilidade.
Certo.

06. (INÉDITA/2021) Infração penal é gênero que, segundo a divisão tripartida, possui três
espécies: Crime, delito e contravenção. Este é o modelo adotado pelo Código Penal
Brasileiro.

De forma alguma. Não confunda a teoria tripartida sobre o conceito analítico de crime (como
fato típico, antijurídico e culpável) adotado pelo CP com a divisão tripartida da infração penal
(a qual não é adotada pelo nosso ordenamento jurídico.
No Brasil, adotamos a divisão bipartida, na qual crime é sinônimo de delito, e a infração penal

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se divide apenas entre crimes e contravenções.
Errado.

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Noções de Direito
07. (INÉDITA/2021) No que se refere às fases de realização do delito, não é possível, em
nenhum caso, a punição de atos preparatórios em nosso ordenamento jurídico.

Muito embora em regra seja impossível realizar a punição de atos preparatórios para a
prática de uma infração criminal, é preciso lembrar da exceção: nos casos em que os atos
prepara- tórios constituem crime autônomo (como no caso do porte ilegal de arma de fogo)
existe possibilidade de punição.
Errado.

08. (INÉDITA/2021) José estava na fazenda de sua tia, dona Vitimilda. Enquanto descascava
uma laranja, acabou dormindo em uma rede na varanda. Vitimilda, determinada a pregar um
susto em José, corre para acordá-lo com um grito.
Ao acordar, José acaba se assustando muito com a brincadeira de Vitimilda, e em ato reflexo
acaba movimentando seu braço e cortando o pescoço de sua tia, que vem a falecer em razão
dos ferimentos.
Nessa situação, é correto afirmar que José praticou o delito de homicídio culposo, pois não
teve a intenção de matar.

Na situação hipotética narrada não há CONDUTA por parte de José (que acabou praticando o
delito em um ato reflexo, involuntário). Assim sendo, não há que se falar em crime de homicí-
dio, mesmo na modalidade culposa.
Errado.

09. (INÉDITA/2021) A legitima defesa putativa é aquela que ocorre quando o agente não se
encontra diante de verdadeira injusta agressão, mas acredita, em razão da situação de fato,
que está diante da justificante.

Exatamente! A diferença entre a legitima defesa real e a legitima defesa putativa está na exis-
tência da injusta agressão, sendo que no caso da descriminante putativa, o agente acredita
que está sendo agredido, quando na verdade, não está.
Certo.

10. (INÉDITA/2021) A culpabilidade se constitui em verdadeiro juízo de reprovabilidade da


conduta do agente, e é composta, nos dizeres da doutrina majoritária, de três elementos: A
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imputabilidade, a potencial consciência da ilicitude e da exigibilidade de conduta diversa.
Noções de Direito

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Noções de Direito

De fato, o conceito de culpabilidade relaciona-se diretamente com o juízo de reprovabilidade da


conduta do agente. Os elementos narrados pela assertiva são efetivamente os que compõem
o conceito de culpabilidade.
Certo.

11. (INÉDITA/2021) A embriaguez pré-ordenada (aquela na qual o agente se embriaga para


“criar coragem” de cometer o delito) é causa de redução de pena em nosso ordenamento jurídico.

Pelo contrário! A chamada actio libera in causa aumenta a reprovabilidade do agente, que aca-
ba tendo sua pena agravada em razão da embriaguez!
Errado.

12. (INÉDITA/2021) Jhonny, agente do Detran, decide subtrair rodas aro 20’ de um veículo
apreendido no pátio do órgão público. Haja vista que as rodas do referido veículo não são pa-
trimônio público, não há que se falar no delito de peculato, mas sim no delito de furto
comum.

Uma vez que Jhonny utilizou de sua qualidade de funcionário público para subtrair as rodas do
veículo apreendido, está configurado o delito de peculato. A natureza do objeto subtraído (se
bem público ou particular) é irrelevante para a configuração do tipo penal.
Errado.

13. (INÉDITA/2021) Se o funcionário público exige, para sim ou para outrem, em razão de
sua função, vantagem indevida, em tese configura-se o delito de concussão. Entretanto, segun- do
entendimento emanado pelo STJ, caso o delito seja praticado mediante violência ou grave
ameaça, a tipificação adequada é a de extorsão.

Efetivamente, existe entendimento jurisprudencial do STJ no sentido de que, se o agente públi-


co exigir vantagem mediante ameaça ou violência configura-se o delito de extorsão, e não o de
concussão previsto no art. 316 do CP.
Certo.

14. (INÉDITA/2021) Se o agente público retarda a prática de ato de ofício por sentimento

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pessoal, em tese praticará o delito de prevaricação. Entretanto, caso pratique a de
Noções mesma
Direitocon-

duta cedendo a pedido ou influência de um terceiro, incorrerá no delito de corrupção passiva


privilegiada.

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Noções de Direito

Exatamente isso. A motivação do agente ao retardar ou deixar de praticar ato de ofício (infrin-
gindo seu dever funcional) é elemento constitutivo do tipo penal. Assim sendo, se a motiva-
ção foi o interesse ou sentimento pessoal, ocorrerá o delito de prevaricação, enquanto se a
motivação for um pedido ou influência de outrem, configura-se o delito de corrupção passiva
privilegiada.
Certo.

15. (INÉDITA/2021) Atualmente, todo delito de homicídio praticado contra mulher será en-
quadrado como feminicídio, independentemente da motivação do agente delitivo.

Muito cuidado. Na verdade, para que o homicídio seja caracterizado como feminicídio é neces-
sário que seja praticado contra mulher em razão da condição de sexo feminino. Assim
sendo, nem todo caso irá configurar a qualificadora em questão.
Errado.

16. (INÉDITA/2021) O chamado homicídio funcional pode ser praticado contra autoridade ou
agente dos incisos 142 e 144 da CF/88. Dessa forma, sempre que um agente delitivo praticar
um homicídio cuja vítima é Policial Civil do Distrito Federal, configurar-se-á a qualificadora.

Muito embora os Policiais Civis do DF incluam-se no rol de agentes públicos do art. 144 da
CF/88, a configuração da qualificadora do homicídio funcional depende da prática do delito em
razão da função ocupada pela vítima ou contra a vítima no exercício de sua função.
Errado.

17. (INÉDITA/2021) A prática do delito de induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio é


passível de duplicação da pena caso o delito seja praticado por motivo egoístico.

De fato, essa é a previsão expressa contida no Código Penal. Outra hipótese de duplicação da
pena seria no caso de vítima menor (de 14 a 17 anos) ou de reduzida capacidade de resistência.
Certo.

18. (INÉDITA/2021) O aborto possui três previsões legais, contidas entre os artigos 124 e

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126 do Código Penal. Dentre essas condutas, no entanto, o sujeito ativo Noções
é sempre o médico
de Direito

ou responsável pela prática das manobras abortivas.

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Noções de Direito

Na verdade, a conduta prevista no art. 124 do Código Penal tem como sujeito ativo a
gestante, a qual provoca o próprio aborto ou consente que um terceiro pratique as manobras
abortivas. Errado.

19. (CESPE/TRE-BA/TÉCNICO JUDICIÁRIO – SEGURANÇA JUDICIÁRIA) A subtração de


energia elétrica pode tipificar o crime de furto.

Com certeza. Há expressa previsão legal nesse sentido:

Furto
Art. 155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa.
§ 3º Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico.
Certo.

20. (CESPE/PC-TO/DELEGADO DE POLÍCIA) O roubo nada mais é do que um furto asso-


ciado a outras figuras típicas, como as originárias do emprego de violência ou grave ameaça.

Isso mesmo!
Tal relação se dá por força do princípio da subsidiariedade. Algumas condutas consideradas
menos graves são subsidiárias de condutas mais graves (como é o caso do roubo, cujas ele-
mentares envolvem o furto e delitos como o constrangimento ilegal ou o de ameaça)
Certo.

21. (CESPE/TRE-BA/TÉCNICO JUDICIÁRIO – SEGURANÇA JUDICIÁRIA) Para que o crime


de extorsão seja consumado é necessário que o autor do delito obtenha a vantagem indevida.

Negativo! O delito de extorsão é classificado como FORMAL, e se consuma com a mera exigên-
cia da vantagem indevida. Recebê-la ou não é mero exaurimento – o delito já estará consumado!
Errado.

22. (CESPE/TJ-AC/TÉCNICO JUDICIÁRIO - AUXILIAR) Na madrugada de 20 de agosto de


2012, Francisco escalou o muro que cercava determinada residência e conseguiu entrar na
casa, onde anunciou o assalto aos moradores.

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Noções de Direito
Francisco ameaçou cortar a garganta das vítimas com um caco de vidro, caso elas gritassem
por socorro ou tentassem chamar a polícia. Ele então amarrou as vítimas, explodiu o cofre
localizado no andar de cima da casa e subtraiu as joias que encontrou. Essas joias foram
ven- didas a Paulo, que desconhecia a origem do produto por ele adquirido.
Com base na situação hipotética apresentada, é correto afirmar que Francisco praticou o cri-
me de roubo.

Com certeza. Francisco subtraiu, mediante violência ou grave ameaça, coisa alheia móvel. Inci-
diu, portanto, no crime de roubo. Se é qualificado ou não, é outra história – e como o examinador
não especificou que “Francisco praticou o delito de roubo SIMPLES”, a assertiva está correta.

Roubo
Art. 157. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a
pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência:
Pena – reclusão, de quatro a dez anos, e multa.

Certo.

Douglas Vargas
Agente da Polícia Civil do Distrito Federal, aprovado em 6º lugar no concurso realizado em 2013.
Aprovado em vários concursos, como Polícia Federal (Escrivão), PCDF (Escrivão e Agente), PRF (Agente),

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Ministério da Integração, Ministério da Justiça, BRB e PMDF (Soldado – 2012 e Noções
Oficial – 2017).
de Direito

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GABARITO Douglas Vargas

1. E
2. C
3. E
4. E
5. C
6. E
7. E
8. E
9. C
10. C
11. E
12. E
13. C
14. C
15. E
16. E
17. C
18. E
19. C
20. C
21. E
22. C

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