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DIREITO PENAL

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3. Nossos materiais possuem a profundidade específica para o
você. A vida vai
concurso-meta de cada aluno, com o foco para o que testar a sua força
efetivamente é exigido pela banca examinadora do certame. de vontade e você
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assimilação, o aluno deve se utilizar do livro para potencializar a ela que é isso
compreensão e informar ao coach através do relatório semanal.
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DIREITO PENAL
DA CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
DOS CRIMES

INTRODUÇÃO:
O Brasil classifica as infrações penais em crimes e contravenções. Esta
é a chamada classificação dicotômica. Crime e contravenção são
diferenciados apenas pela pena privativa aplicada, dependendo da
gravidade da lesão ao bem jurídico protegido.

Vamos começar a estudar a classificação doutrinária dos crimes?


Algumas classificações você já conhece de estudos anteriores e outras serão
novidades entre nós? Entendido?

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1.1. CRIME DOLOSO: O crime doloso é aquele em que o agente quis o
resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. Por exemplo, uma pessoa que
comete homicídio (art. 121, CP) por vontade de matar.

1.2. CRIME CULPOSO: O crime culposo é aquele que ocorre quando o


agente deu causa ao resultado por imprudência, negligencia ou imperícia.
Como exemplo, pode-se citar o homicídio decorrente de acidente de
trânsito (art. 121, § 3º).

1.3. CRIME PRETERDOLOSO: O crime preterdoloso ou preterintencional é


aquele cujo resultado total é mais grave do que o pretendido pelo agente
(BITENCOURT, 2010, p. 253). Este tipo de crime é uma das quatro espécies de
crime qualificado pelo resultado (CAPEZ, 2006). Crimes qualificados pelo
resultado são aqueles onde o legislador, após descrever uma conduta típica,
acrescenta-lhe um resultado que agrava a sanção penal (CAPEZ, 2006). Por
exemplo, a ofensa à integridade corporal de alguém, por si só, já caracteriza
o crime, conforme previsto no art. 129, do Código Penal, mas se o resultado
final configurar uma lesão grave ou gravíssima, tal consequência acarretará
no agravamento da sanção penal.

ESPÉCIES DE CRIMES QUALIFICADOS PELO RESULTADO:

2.1. DOLO NO ANTECEDENTE E DOLO NO CONSEQUENTE: Nessa espécie de


crime qualificado pelo resultado tem-se uma conduta dolosa e um resultado
agravador também doloso. Ou seja, o agente quis produzir tanto a conduta
como o resultado agravador. Por exemplo: quando o marido espanca sua
esposa até atingir seu objetivo, a deformidade permanente (art. 129, § 2º, IV,
CP). Nesse caso, há dolo no antecedente e dolo no consequente, pois o
agente quis não apenas praticar a lesão corporal de sua esposa, mas sua
deformidade permanente.

2.2. CULPA NO ANTECEDENTE E CULPA NO CONSEQUENTE: Nesse caso, o


agente pratica uma conduta culposa e acaba produzindo um resultado
também culposo. Por exemplo, no caso de um incêndio culposo, ocorrer
alguma morte, também por culpa, o homicídio culposo será o resultado
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agravador. Tal hipótese, de incêndio culposo qualificado pelo resultado


morte, está previsto no art. 258, parte final, do Código Penal.

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2.3. CULPA NO ANTECEDENTE E DOLO NO CONSEQUENTE: Neste tipo de crime
o agente, após produzir um resultado por imprudência, negligência ou
imperícia, realiza ainda uma conduta dolosa agravadora. Por exemplo,
quando um motorista após atropelar uma pessoa, causando-lhe ferimentos
graves, foge, omitindo socorro (CTB, 303, p. u.). apesar do atropelamento ter
sido cometido por culpa a omissão de socorro foi uma conduta dolosa,
agravando o crime.

2.4. CONDUTA DOLOSA E RESULTADO AGRAVADOR CULPOSO – CRIME


PRETERDOLOSO: Conforme anteriormente citado, neste tipo de crime o
agente quer praticar um crime, mas acaba produzindo culposamente um
resultado mais grave do que desejou. É o que ocorre no caso de lesão
corporal seguida de morte, onde o agente quer apenas ferir, mas acaba
matando (art. 129, § 3º, CP). Por exemplo, um indivíduo aplica um soco no
rosto de uma pessoa que se desequilibra batendo a cabeça e morre. Houve
dolo em lesionar, mas culpa na morte, gerando assim um resultado muito
mais grave do que o pretendido.

CRIMES COMISSIVOS E OMISSIVOS


Crimes comissivos são aqueles que consistem na prática de uma ação
positiva visando um resultado ilícito, ou seja, fazer o que a lei proíbe
(BITENCOURT, 2010). Logo, satisfaz-se com a simples ação do sujeito. Por
exemplo, no furto (art. 155, CP) o ato de subtrair coisa alheia.

Já os crimes omissivos podem ser próprios ou impróprios. O crime


omissivo próprio consiste em deixar de realizar uma conduta, tendo a
obrigação jurídica de fazê-lo. Ou seja, é a abstenção de uma conduta
devida, que poderia ou deveria ter sido realizada. Por exemplo, no caso de
omissão de socorro (art. 135, CP), onde uma pessoa deixa de prestar
assistência à outra simplesmente por que não quis fazê-lo. Sua simples
omissão configura o crime. Já o crime omissivo impróprio ou comissivo-
omissivo, a omissão é o meio através do qual o agente produz um resultado.
Nesse tipo de crime, em regra a omissão não constitui crime, mas o fato de
ter condicionado uma lesão ao bem jurídico. Nesse caso, o agente
responde não pela omissão, mas pelo resultado causado por esta (art. 13, §
2º, CP). É o que ocorre, por exemplo, quando uma mãe deixa de alimentar
seu filho ocasionando-lhe a morte. Sua omissão inicial foi condicionante para
a morte do filho, logo, responderá pelo resultado, a morte.

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CRIME INSTANTÂNEO, PERMANENTE,
HABITUAL E DE DANO
Crime instantâneo é aquele cuja consumação se perfaz num só
momento. É o crime sobre o qual o agente não tem domínio sobre o
momento da consumação, razão pela qual não poder impedir que o
mesmo se realize. No crime instantâneo, atingida a consumação, chega-se
a uma etapa do iter sobre o qual o sujeito ativo perde domínio da condução
do desdobramento causal. Isto porque o que caracteriza o evento
consumativo é uma aptidão autônoma de aperfeiçoamento do resultado,
independentemente da vontade ou intervenção humana. Como exemplo
“A 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal entendeu que o crime de
estelionato (art. 171, CP) contra o INSS é um crime instantâneo, ou seja, é
considerado praticado em um determinado instante, sem que o ato se
prolongue no tempo.” (AMORAS, 2011).

Crime permanente é aquele cujo momento consumativo se protrai no


tempo segundo a vontade do sujeito ativo do delito. Nesses crimes a
situação ilícita se prolonga no tempo de modo que o agente tem o domínio
sobre o momento consumativo do crime. Um exemplo está estabelecido no
artigo 148 do Código Penal, onde trata de sequestro e cárcere privado.

Na concepção doutrinária, crime de dano é aquele cuja figura típica


contempla o efetivo prejuízo ou agressão a um bem juridicamente
protegido. Daí dizer-se que crime de dano é aquele que só se consuma com
a efetiva lesão do bem jurídico. Tem-se no artigo 163 do código penal um
exemplo de crime de dano.
Existe ainda uma peculiaridade neste tipo de crime, ou seja, quando o
agente o comete com a intenção de lucro, citando como exemplo um
concorrente que, intencionalmente, venha a danificar bem alheio,
incorrendo assim as penas do artigo ora citado. O que deve ser observado é
principalmente a vontade do agente em lesar coisa alheia, trazendo prejuízo
a outrem.
É muito importante ressaltar que a objetividade ou o bem jurídico
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atingido é a propriedade, ou seja, bem móvel ou imóvel, é o patrimônio que


esta sofrendo o dano. Vale lembrar que o crime de dano para ser
caracterizar é necessário que a coisa ou o objeto tenha valor pecuniário
para a sua tipificação.

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Por certo, o crime de dano deixa vestígios, onde a jurisprudência é
mansa e pacífica não bastando a simples confissão do delito pelo agente,
onde se faz necessário, se for o caso, exame de corpo de delito, fator
indispensável para a formação da culpabilidade. Cumpre-nos ainda
ressaltar que o referido delito só admite a modalidade dolosa, ou seja,
quando o agente exerce livremente a vontade de praticar o referido delito,
ou seja, desejou causar prejuízo.
A consumação do crime de dano ocorre com a destruição,
inutilização, desmanchar, demolir, sacrificar determinado animal, derrubar
muro, inutilizar objeto, atitudes em geral que venham a causar danos,
comprovados através provas diversas inclusive de perícia técnica, se for o
caso.
Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, o crime o dano
de pequena monta pode vir a ser ressarcido pelo responsável antes da
denuncia, desta forma extinguindo a punibilidade do agente. O código
penal Brasileiro em seu artigo 16, assim também preceitua.
Já o crime habitual é aquele cuja caracterização pressupõe uma
reiteração de atos. Ex.: curandeirismo (art.284, CP). Ressalta-se que a prática
de um ato isolado é atípica.

CRIMES UNISSUBJETIVOS E PLURISSUBJETIVOS


Crime unissubjetivo é aquele que pode ser praticado por uma só
pessoa, embora nada impeça a co-autoria ou a participação. Ex: Calúnia
(art. 138, CP) e estelionato (art. 171, CP).

Crime plurissubjetivo por sua conceituação típica exige dois ou mais


agentes para a prática da conduta criminosa. As condutas podem ter o
mesmo objetivo, como no crime de bigamia, em que duas pessoas, ou de
rixa, que uns agem contra os outros. Ex: associação criminosa (art. 288, CP).

CRIMES MATERIAIS, FORMAIS, MERA


CONDUTA E DE PERIGO
Crime material é aquele em que há necessidade de um resultado
externo à ação, descrito na lei, e que se destaca lógica e cronologicamente
da conduta. Ex: Homicídio: morte (art. 121, CP).

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Crime formal é aquele em que não há necessidade de realização
daquilo que é pretendido pelo agente e o resultado jurídico previsto no tipo
ocorre em concomitância com o desenrolar da conduta. Ex: No delito de
ameaça (art. 147, CP), a consumação dá-se com a prática do fato, não se
exigindo que a vítima realmente fique intimidada.

No crime de mera conduta a lei não exige qualquer resultado


naturalístico, contentando-se com a ação ou omissão do agente. Em outras
palavras, o crime é classificado como sendo de mera conduta quando não
é relevante o resultado material. Ex: Violação de domicílio (art. 150, CP), ato
obsceno (art. 233, CP), omissão de notificação de doença (art. 269, CP) e a
maioria das contravenções.

Crime de perigo é aquele que se consuma com a tão-só provável


possibilidade do dano. O perigo pode apresentar-se de várias formas, a
saber: presumido, concreto, individual, comum, atual, iminente ou futuro.
Denomina-se perigo presumido (ou abstrato) aquele estado que a própria lei
atribui a presunção do perigo (iure et iure). A lei, neste caso, não requer que
o perigo seja estimado ou percebido no plano natural. A disposição
normativa atua no sentido de valorar o perigo, daí porque não precisa ser
provado. A mera constatação da ocorrência do fato previsto em lei supõe a
subsunção e passa a exigir a responsabilidade do sujeito ativo. Denomina-se
perigo concreto aquele cuja configuração apresenta uma real
demonstração da possibilidade de dano. Daí o crime de perigo concreto
necessitar ser provado, pois nele o perigo não se presume.

O perigo individual é o que expõe ao risco de dano o interesse de uma


só pessoa ou de um grupo determinável de pessoas. O perigo comum é
aquele que expõe ao risco de dano bens e interesses jurídicos de um número
indeterminado de pessoas, de tal modo a não se poderem individualizar, a
priori, os sujeitos que se encontram em situação de risco com a prática do
delito.

DIFERENÇAS ENTRE CRIMES MATERIAIS,


FORMAIS, DE MERA CONDUTA E PRETERDOLOSO
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Crimes materiais e preterdolosos possuem um ícone em comum, o resultado


do crime como condicionante de consumação. Entretanto, cada um desses
crimes possuem suas especificidades. No que tange os crimes formais, o

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ícone será a ação e o crime de mera conduta, refere-se especificamente a
ela, a conduta.

O crime material é aquele que a lei descreve uma ação e um


resultado, e exige a ocorrência deste para que haja efetivamente um crime
consumado. Ex.: crime de estelionato (art. 171, CP) “empregar fraude para
induzir ou manter alguém em erro”. Resultado: obter vantagem ilícita em
prejuízo alheio. Conclui-se dessa forma, o estelionato, somente se consuma
no momento em que o agente obtém a vantagem ilícita por ele almejada.

O crime preterdoloso, conforme já citado, refere-se ao crime


qualificado pelo resultado em que o legislador após descrever uma figura
típica fundamental, acrescenta-lhe um resultado, que tem por finalidade
aumentar a pena. Nesse tipo de crime, há dolo no antecedente (conduta) e
culpa no consequente (resultado). Ex.: crime de lesão corporal, seguido de
morte (art. 129, § 3º, CP). Nesse sentido, o legislador descreve que a pena
será maior quando o agente, ao agredir a vítima, provoca sua morte, e as
circunstâncias indicam que o agente não quis e não assumiu o risco de
produzi-la.

No que diz respeito ao crime formal, a lei descreve uma ação e um


resultado, no entanto o dispositivo deixa evidente que o crime consuma-se
no momento da ação, sendo o resultado mero exaurimento do delito. Ex.:
crime de extorsão mediante sequestro (art. 159, CP) “sequestrar pessoa
(ação) com o fim de obter qualquer vantagem como condição ou preço de
resgate (resultado)”. Observa-se então, que o crime consuma-se no ato em
que a vítima é sequestrada, observando-se dessa forma que a obtenção do
resgate é irrelevante para o fim da consumação.

Por fim, o crime de mera conduta, que é aquele crime em que a lei
descreve apenas uma conduta e, portanto, consuma-se no exato momento
em que esta é praticada. Ex.: violação de domicílio (art. 150, CP). Em que a
lei incrimina a simples conduta de ingressar ou permanecer em domicílio
alheio sem autorização do morador.

CRIMES UNISSUBSISTENTES E PLURISUBSISTENTES

O crime unissubsistente não admite fracionamento (cisão) na sua


realização que se consuma em um único ato, coincidindo com a
consumação. Isso impossibilita a ocorrência da tentativa. Ex.: Injúria verbal

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(art. 181, CP). Por sua vez, o crime plurissubsistente, para a sua concretização
há a necessidade de vários atos sucessivos. A ação e o resultado típico se
separam espacialmente para o seu desdobramento. Ex.: O estelionato (art.
171, CP).

CRIME COMUM, CRIME PRÓPRIO E


CRIME DE MÃO PRÓPRIA
O crime comum é o que pode ser cometido por qualquer pessoa sem
que para isso haja a exigência, da lei, de qualquer requisito especial para a
sua classificação. Ex.: O homicídio (art. 121, CP).

Por sua vez, o crime próprio somente pode ser praticado por pessoas
ou grupos específicos. Nessa modalidade de crime, exige-se a condição
pessoal do agente (profissional, social, natural ou de parentesco) para a sua
realização. Ex.: Peculato (art. 312, CP), infanticídio (art. 123, CP), matricídio.

O crime de mão própria é aquele praticado pelo agente


pessoalmente sem a interposição de outra pessoa, nesse ponto ele se
distingue do crime próprio que pode ser realizado com a interposição de
outra pessoa. Na sua realização, apesar de poder ser praticado por
qualquer pessoa, admite apenas a participação, visto que se trata de uma
conduta pessoal (infungível). Ex.: O falso testemunho (art. 342, CP), a
prevaricação (art. 319, CP), o adultério.

CRIME PRINCIPAL E ACESSÓRIO


Os crimes principais são aqueles que não dependem de qualquer
outra infração penal para que se configurem. Já os crimes acessórios são
aqueles que pressupõem a ocorrência de um delito anterior. Exemplos:
Crimes principais – homicídio (art.121, CP), furto (art. 155, CP).

Crimes acessórios – receptação (art. 180, CP), nesse sentido, vale


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ressaltar que só se configura crime quando alguém adquire, recebe, oculta


ou transporta coisa que sabe ser produto de (outro crime).

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CRIMES SIMPLES E COMPLEXOS
No que diz respeito a essas duas classificações de crime, ambos estão
relacionados ao bem jurídico tutelado. Os crimes simples protegem um único
bem jurídico. Ex.: no homicídio, visa-se à proteção da vida; no furto, protege-
se o patrimônio. Já os crimes complexos surgem quando há fusão de dois ou
mais tipos penais, ou quando um tipo penal funciona como qualificadora de
outro. Ex.: extorsão mediante sequestro (art.159, CP). Nesse sentido, houve a
fusão dos crimes de sequestro (art. 148, CP) e extorsão (art. 158, CP), conclui-
se então que houve lesão à tutela ao patrimônio e a liberdade individual.

CRIMES PROGRESSIVOS
Ocorrem quando o sujeito, com a finalidade de alcançar um resultado
mais grave, comete um crime menos grave. Ex.: para causar a morte da
vítima, o agente necessariamente tem de lesioná-lo. CRIME FALHO. Ocorre
quando o agente percorre todo o iter criminis, mas não consegue consumar
o crime. Chama-se esse crime também de tentativa perfeita. Ex.: O sujeito
planeja matar a vítima com três disparos, têm três projéteis no revólver,
dispara todos e, mesmo assim, não consuma o delito. CRIME EXAURIDO. O
crime só terá essa denominação, se após a ação, efetivamente ocorrer o
resultado. Ex.: o crime de extorsão mediante sequestro (art. 159, CP)
consuma-se no momento do sequestro (da ação), independentemente da
obtenção do resgate. Todavia, se os familiares da vítima vierem a pagar o
valor solicitado, o crime estará exaurido.

CRIME VAGO
São crimes que tem como sujeito passivo entidades sem personalidade
jurídica. Ex.: crimes cometidos contra a família, contra a sociedade, etc.

CRIMES A DISTÂNCIA E PLURILOCAIS


O crime a distância é aquele no qual a execução ocorre em um país e
o resultado em outro. Ex.: um estelionato é perpetrado no Brasil e

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consumado no Uruguai. O crime plurilocal é aquele em que a execução
ocorre em uma localidade e o resultado em outra, dentro do mesmo país.
Ex.: um estelionato é perpetrado em Salvador-BA e consumado em Natal-RN.

CRIME A PRAZO
Tem-se, crime a prazo quando a caracterização do mesmo ou de uma
qualificadora depende do decurso determinado tempo. Ex.: o crime de
apropriação de coisa achada (art. 169, parágrafo único, II) somente se
aperfeiçoa se o agente não devolve o bem á vítima depois de 15 dias do
achado. O crime de extorsão mediante sequestro é qualificado se a
privação da liberdade dura mais de 24 horas (art. 159, parágrafo 1º).

CRIME DE AÇÃO ÚNICA E CRIME DE


AÇÃO MÚLTIPLA
Crime de ação única é aquele que contém somente uma
modalidade de conduta, expressa devidamente pelo verbo núcleo do tipo.
Ex.: matar, subtrair.

Já os crimes de ação múltipla ou conteúdo variado são aqueles em


relação aos quais a lei descreve várias condutas (possui vários verbos)
separadas pela conjunção alternativa “ou“. Nesse contexto, há a prática de
mais de uma conduta, em relação à mesma vítima, constitui dessa forma
crime único. Ex.: o crime de participação em suicídio (art. 122, CP) ocorre
quando alguém induz, instiga ou auxilia outrem a cometer suicídio. Dessa
forma, conclui-se, que se o sujeito realiza as três condutas, em relação à
mesma vítima, pratica ele o mesmo delito.

CRIMES DE DUPLA SUBJETIVIDADE


Ocorre esse crime quando são vítimas, ao mesmo tempo, dois
indivíduos. Ex.: a violação de correspondência (art. 151, CP), no qual são
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sujeitos passivos tanto o remetente, quando o destinatário.

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