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DIREITO PENAL
DA CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA
DOS CRIMES
INTRODUÇÃO:
O Brasil classifica as infrações penais em crimes e contravenções. Esta
é a chamada classificação dicotômica. Crime e contravenção são
diferenciados apenas pela pena privativa aplicada, dependendo da
gravidade da lesão ao bem jurídico protegido.
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1.1. CRIME DOLOSO: O crime doloso é aquele em que o agente quis o
resultado ou assumiu o risco de produzi-lo. Por exemplo, uma pessoa que
comete homicídio (art. 121, CP) por vontade de matar.
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2.3. CULPA NO ANTECEDENTE E DOLO NO CONSEQUENTE: Neste tipo de crime
o agente, após produzir um resultado por imprudência, negligência ou
imperícia, realiza ainda uma conduta dolosa agravadora. Por exemplo,
quando um motorista após atropelar uma pessoa, causando-lhe ferimentos
graves, foge, omitindo socorro (CTB, 303, p. u.). apesar do atropelamento ter
sido cometido por culpa a omissão de socorro foi uma conduta dolosa,
agravando o crime.
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CRIME INSTANTÂNEO, PERMANENTE,
HABITUAL E DE DANO
Crime instantâneo é aquele cuja consumação se perfaz num só
momento. É o crime sobre o qual o agente não tem domínio sobre o
momento da consumação, razão pela qual não poder impedir que o
mesmo se realize. No crime instantâneo, atingida a consumação, chega-se
a uma etapa do iter sobre o qual o sujeito ativo perde domínio da condução
do desdobramento causal. Isto porque o que caracteriza o evento
consumativo é uma aptidão autônoma de aperfeiçoamento do resultado,
independentemente da vontade ou intervenção humana. Como exemplo
“A 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal entendeu que o crime de
estelionato (art. 171, CP) contra o INSS é um crime instantâneo, ou seja, é
considerado praticado em um determinado instante, sem que o ato se
prolongue no tempo.” (AMORAS, 2011).
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Por certo, o crime de dano deixa vestígios, onde a jurisprudência é
mansa e pacífica não bastando a simples confissão do delito pelo agente,
onde se faz necessário, se for o caso, exame de corpo de delito, fator
indispensável para a formação da culpabilidade. Cumpre-nos ainda
ressaltar que o referido delito só admite a modalidade dolosa, ou seja,
quando o agente exerce livremente a vontade de praticar o referido delito,
ou seja, desejou causar prejuízo.
A consumação do crime de dano ocorre com a destruição,
inutilização, desmanchar, demolir, sacrificar determinado animal, derrubar
muro, inutilizar objeto, atitudes em geral que venham a causar danos,
comprovados através provas diversas inclusive de perícia técnica, se for o
caso.
Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal, o crime o dano
de pequena monta pode vir a ser ressarcido pelo responsável antes da
denuncia, desta forma extinguindo a punibilidade do agente. O código
penal Brasileiro em seu artigo 16, assim também preceitua.
Já o crime habitual é aquele cuja caracterização pressupõe uma
reiteração de atos. Ex.: curandeirismo (art.284, CP). Ressalta-se que a prática
de um ato isolado é atípica.
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Crime formal é aquele em que não há necessidade de realização
daquilo que é pretendido pelo agente e o resultado jurídico previsto no tipo
ocorre em concomitância com o desenrolar da conduta. Ex: No delito de
ameaça (art. 147, CP), a consumação dá-se com a prática do fato, não se
exigindo que a vítima realmente fique intimidada.
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ícone será a ação e o crime de mera conduta, refere-se especificamente a
ela, a conduta.
Por fim, o crime de mera conduta, que é aquele crime em que a lei
descreve apenas uma conduta e, portanto, consuma-se no exato momento
em que esta é praticada. Ex.: violação de domicílio (art. 150, CP). Em que a
lei incrimina a simples conduta de ingressar ou permanecer em domicílio
alheio sem autorização do morador.
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(art. 181, CP). Por sua vez, o crime plurissubsistente, para a sua concretização
há a necessidade de vários atos sucessivos. A ação e o resultado típico se
separam espacialmente para o seu desdobramento. Ex.: O estelionato (art.
171, CP).
Por sua vez, o crime próprio somente pode ser praticado por pessoas
ou grupos específicos. Nessa modalidade de crime, exige-se a condição
pessoal do agente (profissional, social, natural ou de parentesco) para a sua
realização. Ex.: Peculato (art. 312, CP), infanticídio (art. 123, CP), matricídio.
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CRIMES SIMPLES E COMPLEXOS
No que diz respeito a essas duas classificações de crime, ambos estão
relacionados ao bem jurídico tutelado. Os crimes simples protegem um único
bem jurídico. Ex.: no homicídio, visa-se à proteção da vida; no furto, protege-
se o patrimônio. Já os crimes complexos surgem quando há fusão de dois ou
mais tipos penais, ou quando um tipo penal funciona como qualificadora de
outro. Ex.: extorsão mediante sequestro (art.159, CP). Nesse sentido, houve a
fusão dos crimes de sequestro (art. 148, CP) e extorsão (art. 158, CP), conclui-
se então que houve lesão à tutela ao patrimônio e a liberdade individual.
CRIMES PROGRESSIVOS
Ocorrem quando o sujeito, com a finalidade de alcançar um resultado
mais grave, comete um crime menos grave. Ex.: para causar a morte da
vítima, o agente necessariamente tem de lesioná-lo. CRIME FALHO. Ocorre
quando o agente percorre todo o iter criminis, mas não consegue consumar
o crime. Chama-se esse crime também de tentativa perfeita. Ex.: O sujeito
planeja matar a vítima com três disparos, têm três projéteis no revólver,
dispara todos e, mesmo assim, não consuma o delito. CRIME EXAURIDO. O
crime só terá essa denominação, se após a ação, efetivamente ocorrer o
resultado. Ex.: o crime de extorsão mediante sequestro (art. 159, CP)
consuma-se no momento do sequestro (da ação), independentemente da
obtenção do resgate. Todavia, se os familiares da vítima vierem a pagar o
valor solicitado, o crime estará exaurido.
CRIME VAGO
São crimes que tem como sujeito passivo entidades sem personalidade
jurídica. Ex.: crimes cometidos contra a família, contra a sociedade, etc.
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consumado no Uruguai. O crime plurilocal é aquele em que a execução
ocorre em uma localidade e o resultado em outra, dentro do mesmo país.
Ex.: um estelionato é perpetrado em Salvador-BA e consumado em Natal-RN.
CRIME A PRAZO
Tem-se, crime a prazo quando a caracterização do mesmo ou de uma
qualificadora depende do decurso determinado tempo. Ex.: o crime de
apropriação de coisa achada (art. 169, parágrafo único, II) somente se
aperfeiçoa se o agente não devolve o bem á vítima depois de 15 dias do
achado. O crime de extorsão mediante sequestro é qualificado se a
privação da liberdade dura mais de 24 horas (art. 159, parágrafo 1º).
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