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PROCESSO PENAL
QUESTÕES PREJUDICIAIS E PROCESSOS INCIDENTES
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proferido decisão, o juiz criminal fará prosseguir o processo, retomando sua competência
para resolver, de fato e de direito, toda a matéria da acusação ou da defesa.
Art. 94. A suspensão do curso da ação penal, nos casos dos artigos anteriores, será
decretada pelo juiz, de ofício ou a requerimento das partes.
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IMPORTANTE: o CPP, nos art.s 92 e 93 não trata das prejudiciais homogêneas.
Na verdade, o CPP resolve o problema das prejudiciais homogêneas através
da aplicação das regras de conexão probatória ou instrumental, conforme
art. 76, III, do CPP.
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Art. 92. Se a decisão sobre a existência da infração depender da solução
de controvérsia, que o juiz repute séria e fundada, sobre o estado civil das
pessoas, o curso da ação penal ficará suspenso até que no juízo cível seja
a controvérsia dirimida por sentença passada em julgado, sem prejuízo,
entretanto, da inquirição das testemunhas e de outras provas de natureza
urgente.
Sendo a questão de difícil solução e não versando sobre direito cuja prova a
lei civil limite, o juiz criminal PODERÁ suspender o curso do processo (de ofício
ou mediante requerimento das partes – art. 94), APÓS a inquirição das
testemunhas e realização das outras provas de natureza urgente.
A suspensão do curso da ação penal, nos casos dos arts. 92 e 93 do CPP, será
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O juiz criminal marcará prazo da suspensão. Se no juízo cível não for proferida
decisão dentro do prazo, o juiz criminal fará prosseguir o processo e resolverá,
de fato e de direito, TODA A MATÉRIA da acusação e da defesa.
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CAPÍTULO II . DAS EXCEÇÕES
Prezados alunos do Coaching, esse tema não costuma ser exigido nos
concursos para Delegado de Polícia e, quando é cobrado, exige apenas o
conhecimento da literalidade da lei. Sendo assim, iremos fazer um breve
introito sobre o tema e posteriormente analisar o que diz a lei.
Distinção entre exceção e objeção: Exceção é uma matéria de defesa que não
pode ser conhecida de ofício pelo juiz. É uma matéria que só pode ser analisada se
for arguida pelo interessado nesse sentido. Ela difere da objeção, que é a matéria
de defesa que pode ser apreciada de ofício pelo juiz.
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Art. 98. Quando qualquer das partes pretender recusar o juiz, deverá
fazê-lo em petição assinada por ela própria ou por procurador com poderes
especiais, aduzindo as suas razões acompanhadas de prova documental
ou do rol de testemunhas.
§ 1o Se não for relator nem revisor, o juiz que houver de dar-se por
suspeito, deverá fazê-lo verbalmente, na sessão de julgamento, registrando-
se na ata a declaração.
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§ 4o A suspeição, não sendo reconhecida, será julgada pelo tribunal
pleno, funcionando como relator o presidente.
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Art. 111. As exceções serão processadas em autos apartados e não
suspenderão, em regra, o andamento da ação penal.
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Não há consenso sobre o que seja a incompatibilidade. Segundo a doutrina
majoritária, as incompatibilidades são causas que prejudicam a
imparcialidade do magistrado, mas não estão listadas entre as causas de
impedimento e de suspeição. Todas as causas que, de alguma forma,
prejudicarem a parcialidade do juiz e que não estejam listadas como causas
de impedimento ou suspeição, geram a incompatibilidade. Elas podem dar
causa a uma nulidade absoluta e não há um rol taxativo de causas de
incompatibilidade.
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CAPÍTULO V. DA RESTITUIÇÃO DE COISAS APREENDIDAS
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Dentro dessa lógica, tão importante quanto a prisão do acusado é a
recuperação dos bens, direitos e valores adquiridos através da prática
criminosa (sequestro – 125, 126, 127 e 132, CPP; arresto – 123, CPP, hipoteca
legal – art. 124, CPP; alienação antecipada de bens – art. 144-A, CPP e 4º,
parágrafo único, lei 9.613/98 – lavagem de capitais).
A) SEQUESTRO
É cabível o seqüestro diante de bens móveis e imóveis adquiridos pelo
indiciado ou acusado com proventos de infração, ainda que tenham sido
objeto de alienação a terceiros. Proposta a medida no juízo criminal, será
autuada em apartado, decidindo o juiz de plano e sem a oitiva do titular do
bem.
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Requisito: Para a decretação do seqüestro, bastará a existência de indícios
veementes de proveniência ilícita dos bens. Realizado o sequestro, o juiz
ordenará a sua inscrição no Registro de Imóveis. (Art. 126 e 127,CPP).
BEM DE FAMÍLIA: O seqüestro de bens na esfera penal pode ter como objeto
bens de família - Lei 8.009/1990 - , pois as normas lá previstas não incidem em
relação a bens adquiridos com o produto do crime.
- LEVANTAMENTO DO SEQUESTRO:
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A) O sequestro será levantado se a ação penal não for intentada no
prazo de 60 dias, contado da data em que ficar concluída a
diligência. (em relação ao seqüestro realizado no curso do
inquérito). Contudo, o STJ aduz que, no processo penal, se os
motivos que justificaram o sequestro subsistirem após o lapso de
60 dias, o sequestro não deverá ser levantado (RESP 1057650/RS).
B) ESPECIALIZAÇÃO DE HIPOTECA:
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Trata-se de direito real de garantia que incide sobre bens imóveis lícitos
pertencentes ao réu (arts. 134 e 135 do CPP), não podendo atingir patrimônio
registrado em nome de terceiro. A especialização de hipoteca é medida que
somente pode ser manejada no curso do processo, recaindo unicamente
sobre bens imóveis do indiciado ou acusado a fim de garantir a solvibilidade
do devedor na liquidação de obrigação ou responsabilidade civil decorrente
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da infração penal. Nesse sentido, a especialização de hipoteca, em regra,
DEVE SER REQUERIDA PELO OFENDIDO, desde que presentes a materialidade,
indícios suficientes de autoria e o periculum in mora.
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C) ARRESTO
Trata-se de medida assecuratória que recai sobre bens móveis ou imóveis não
litigiosos do acusado ou indiciado, podendo ser manejada no inquérito ou no
processo. O arresto de bens móveis é simétrico à hipoteca legal, referindo-se,
porém, a bens móveis de origem lícita pertencentes ao réu. A medida de
arresto exige a prova de materialidade e indícios suficientes de autoria.
D) INCIDENTE DE FALSIDADE
O incidente de falsidade documental pode ser instaurado SOMENTE na fase
do processo judicial, não sendo prevista sua instauração na fase do inquérito
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de fato, foi falsificado, e, confirmada esta ocorrência, instaurar outro inquérito,
agora visando apurar o responsável pela falsificação e seu uso.
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auto apartado, que só depois da apresentação do laudo, será apenso ao
processo principal. Exige o Código de Processo Penal, ademais, que a
tramitação do incidente seja acompanhada por curador.
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