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LEI N. 8.

069/1990
Remissão II
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REMISSÃO II

Remissão significa perdão, acordo ou transação, que pode ser feita tanto com o Ministério
Público quanto com o juiz. Trata-se de um instituto que é bastante cobrado em provas de con-
cursos públicos, principalmente de carreiras policiais.
Assim, vale lembrar o seu funcionamento por meio de um exemplo: um adolescente prati-
cou um furto, ato infracional de menor gravidade. Nesse caso, a lei dispõe que o juiz e o pro-
motor podem analisar as circunstâncias dessa atitude e conceder a remissão.
É por isso que se diz que a remissão possui uma natureza jurídica de perdão, acordo ou
transação.
O perdão concedido pelo juiz é chamado de perdão judicial. Já o concedido pelo promotor
é chamado de perdão ministerial.
O efeito do perdão concedido pelo promotor ao adolescente será a exclusão do processo.
Já quando o perdão é concedido pelo juiz, o efeito será a extinção ou a suspensão do processo.
O juiz pode aplicar o perdão ao adolescente e, mesmo assim, aplicar uma medida socio-
-educativa ao adolescente, isso em função do caráter pedagógico dessa sanção. Nesse caso,
a medida deve ser em regime aberto, ou seja, não é possível a cumulação com a internação
ou a semiliberdade.
Há um informativo muito importante do STJ que contém informações sobre o instituto da
remissão. Ele tem sido cobrado em diversas provas; logo, o candidato deve conhecê-lo.
5m
NOVO: INF. 587 – STJ

REMISSÃO. Impossibilidade de modificação por magistrado dos termos de proposta de remissão


pré-processual
Se o representante do Ministério Público ofereceu a adolescente remissão pré-processual (art. 126,
caput, do ECA) cumulada com medida socioeducativa e o juiz discordou dessa cumulação, ele não
pode excluir do acordo a aplicação da medida socioeducativa e homologar apenas a remissão. É
prerrogativa do Ministério Público, como titular da representação por ato infracional, a iniciativa de
propor a remissão pré-processual como forma de exclusão do processo. O juiz, no ato da homologa-
ção, se discordar da remissão concedida, deverá remeter os autos ao Procurador-Geral de Justiça
para que ele decida, tal como ocorre no art. 28 do CPP.
ANOTAÇÕES

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Conforme o informativo acima, o promotor havia aplicado o perdão ao adolescente e cumu-


lou com a medida socioeducativa de prestação de serviços à comunidade. Entretanto, quando
o ato for para as mãos do juiz para ser homologado, este não concordou com a medida apli-
cada pelo promotor; logo, retirou a medida socioeducativa e aplicou apenas a remissão ao
adolescente infrator.
Entretanto, o juiz não pode fazer isso. Como houve conflito entre o juiz e o procurador, o
processo deveria ter sido encaminhado, pelo juiz, ao Procurador-Geral de Justiça.
Conclusão acerca do instituto da remissão:

Remissão concedida pelo Ministério Público Remissão concedida pelo juiz


Pode ser concedida antes da sentença.
Para ter eficácia deve ser homologada pelo juiz. Esse benefício exige um mínimo de instrução,
Pode ser concedida após a oitiva informal do art. 179. razão pela qual não deve ser concedida antes da
Não implica o reconhecimento ou a comprovação da audiência de apresentação.
responsabilidade. Não implica reconhecimento ou comprovação
Não prevalece para efeitos de antecedentes. Pode ser da responsabilidade.
concedida antes de iniciado o processo. Não prevalece para efeitos de antecedentes.
10m O promotor deve ter indícios de materialidade e autoria. Pode ser cumulada com qualquer medida em
Pode ser concedida para ato infracional de menor gravidade. meio ABERTO.
Aplicada para atos infracionais de menor gravidade.

O Estatuto da Criança e do Adolescente elenca diversos crimes em que a criança e o


adolescente são vítimas. É preciso conhecê-los, pois a banca costuma utilizar os crimes do
ECA para fazer paralelos com os crimes previstos no Código Penal e na legislação penal
extravagante.
Por exemplo: quem entrega uma arma para uma criança responde por qual lei?
A resposta deve ser “depende”, pois, se o maior entrega uma arma branca para uma
15m
criança, ele responderá pelo crime previsto no ECA. Já se o maior entrega uma arma de fogo
para a criança, então responderá por crime previsto no Estatuto do Desarmamento.
Ao mesmo passo, se uma pessoa maior de idade entrega a uma criança substância que
pode causar dependência, responderá com base em qual lei?
A resposta, novamente, será “depende”, pois, caso a substância seja droga, então esse
maior irá responder com base na Lei de Drogas; já se foi bebida alcóolica, responderá pelo
crime previsto no ECA.
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Alguns crimes, como a subtração de menor e a prostituição infantil possuem previsão


tanto no ECA quanto no Código Penal. Contudo, há diferença entre eles.
Vale lembrar que nos casos de conflito aparente de normas, por exemplo, entre o ECA e
outra lei especial, quando envolver um crime cometido contra criança ou adolescente, preva-
lece o ECA em função do princípio da especialidade.

PARTE PENAL – CRIMES E INFRAÇÕES ADMINISTRATIVAS PRATICADOS


CONTRA CRIANÇA/ADOLESCENTE

CRIMES
a. Do art. 228 a 244-B do ECA.
b. Procedimento: denúncia oferecida pelo Ministério Público.
20m c. Ação penal: pública incondicionada (só se procede mediante denúncia).
d. Aplicação de normas: ECA, Código Penal (parte geral) e Código de Processo Penal.
e. Prescrição: art. 109, Código Penal.
25m
f. Pena: reclusão, detenção e multa.

Art. 244-A: pena de reclusão, multa e perda de bens e de valores (utilizados na prática do


crime de prostituição infantil).
g. Competência: Justiça Comum Estadual ou Justiça Comum Federal (ex.: art. 239, ECA).

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�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pela professora Adriane Sousa.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura
exclusiva deste material.
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