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PROCEDIMENTOS

PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO


CONTINUAÇÃO...

Olá turma, tudo certo por ai? Espero que sim.


Na nossa aula de hoje iremos prosseguir conhecendo um pouco mais a
respeito do PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO.
Na aula passada começamos a caminhar entendendo os aspectos iniciais
desse procedimento tão importante. Hoje, iremos conhecer o procedimento
propriamente dito e adentrar de forma bastante aprofundada no seu rito.
Bora lá?

FASE PRELIMINAR- AUDIÊNCIA PRELIMINAR (Arts. 72 a 76 da Lei


9.099/95)
Turma, neste primeiro momento do Procedimento Sumaríssimo será
realizada a audiência preliminar. Neste momento será possível a aplicação de
alguns institutos despenalizadores distintos. Vamos analisá-los?

 Composição Civil dos Danos (Art. 74): A referida medida consiste em um


acordo/ ajuste firmado entre o autor da infração penal e o ofendido para que haja
a reparação dos danos sofridos pela vítima em decorrência da conduta criminosa
praticada.

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“As coisas antigas já passaram; eis que surgiram coisas novas!” II Co. 5:17b
É importante observar, que para que este acordo opere efeitos, faz-se
obrigatório que o juiz o homologue, proferindo, assim, uma sentença
irrecorrível, que constituirá um título executivo judicial, que poderá ser
executado no juízo cível.
Assim, em se tratando de crimes de ação penal privada e de ação penal
pública condicionada à representação do ofendido, o acordo implica em
renúncia ao direito de queixa ou de representação.

 Transação Penal (Art. 76): A transação penal é a proposta de aplicação


imediata da PENA RESTRITIVA DE DIREITOS ou MULTA, a ser realizada
pelo MINISTÉRIO PÚBLICO e aceita pelo autor do delito.
Turma, entendam que para o oferecimento da mencionada proposta, será
necessário a verificação de alguns requisitos. Vamos conferir o artigo?

Art. 76. Havendo representação ou tratando-se de crime de ação penal


pública incondicionada, não sendo caso de arquivamento, o Ministério
Público poderá propor a aplicação imediata de pena restritiva de direitos
ou multas, a ser especificada na proposta.

§ 2º Não se admitirá a proposta se ficar comprovado:

I - ter sido o autor da infração condenado, pela prática de crime, à


pena privativa de liberdade, por sentença definitiva;

II - ter sido o agente beneficiado anteriormente, no prazo de cinco


anos, pela aplicação de pena restritiva ou multa, nos termos deste artigo;

III - não indicarem os antecedentes, a conduta social e a personalidade


do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, ser necessária e
suficiente a adoção da medida.

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Pessoal, é de suma importância destacar que o agente do delito não é
obrigado a aceitar a proposta de transação penal ofertada pelo MP, mas caso
aceite, ela não funcionará como confissão de culpa, daí porque não valerá como
maus antecedentes ou para fins de reincidência, sendo registrada apenas para
fins de se evitar novo oferecimento do benefício no prazo de 5 (cinco) anos, não
constando também em certidões criminais.
A transação penal somente operará efeitos com a homologação judicial.
Quando cumprida a transação penal conforme o homologado pelo juiz,
opera-se a EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE, fazendo apenas coisa julgada
formal, daí porque fato superveniente pode desconstituí-la.
Assim, caso haja o descumprimento injustificado do acordo, será possível
revogar a transação penal e consequentemente admite-se o oferecimento da
denúncia.

PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO PROPRIAMENTE DITO-


AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO (Arts. 77 a 83):

Pessoal, trarei para vocês a partir de agora as etapas referentes à fase


processual do Procedimento Sumaríssimo. Vamos conhecê-las?

1. Denúncia ou queixa oral (art. 77):

Art. 77. Na ação penal de iniciativa pública, quando não houver


aplicação de pena, pela ausência do autor do fato, ou pela não
ocorrência da hipótese prevista no art. 76 desta Lei, o Ministério
Público oferecerá ao Juiz, de imediato, denúncia oral, se não houver
necessidade de diligências imprescindíveis.

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2. Citação, notificação e intimações (Art. 78):

Art. 78. Oferecida a denúncia ou queixa, será reduzida a termo,


entregando-se cópia ao acusado, que com ela ficará citado e
imediatamente cientificado da designação de dia e hora para a
audiência de instrução e julgamento, da qual também tomarão ciência
o Ministério Público, o ofendido, o responsável civil e seus advogados.

§ 1º Se o acusado não estiver presente, será citado na forma dos arts.


66 e 68 desta Lei e cientificado da data da audiência de instrução e
julgamento, devendo a ela trazer suas testemunhas ou apresentar
requerimento para intimação, no mínimo cinco dias antes de sua
realização.

§ 2º Não estando presentes o ofendido e o responsável civil, serão


intimados nos termos do art. 67 desta Lei para comparecerem à
audiência de instrução e julgamento.

§ 3º As testemunhas arroladas serão intimadas na forma prevista no


art. 67 desta Lei.

3. Audiência de instrução e julgamento (Arts. 79 a 81):

Turma, a audiência de instrução e julgamento no Juizado Especial


Criminal, será iniciada com a tentativa de composição civil dos danos e a
transação penal, se não foi possível o oferecimento destes institutos na fase
preliminar, e seguirá a sequência disposta no art. 81. Vamos acompanhar?

Art. 81. Aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para


responder à acusação, após o que o Juiz receberá, ou não, a denúncia ou queixa;
havendo recebimento, serão ouvidas a vítima e as testemunhas de acusação e
defesa, interrogando-se a seguir o acusado, se presente, passando-se
imediatamente aos debates orais e à prolação da sentença.

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§ 1º Todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento,
podendo o Juiz limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou
protelatórias.

§ 2º De todo o ocorrido na audiência será lavrado termo, assinado pelo Juiz e


pelas partes, contendo breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência
e a sentença.

§ 3º A sentença, dispensado o relatório, mencionará os elementos de convicção


do Juiz.

4. Suspensão Condicional do Processo (art. 89):

Quando o MP oferecer a denúncia poderá/deverá apresentar proposta de


Suspensão Condicional do Processo, desde que a pena mínima cominada seja
igual ou inferior a 1 (um) ano, e que o acusado não esteja sendo processado
ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes os demais requisitos
exigidos para a Suspensão Condicional da Pena (art. 77, CP).
Pessoal, é importante que vocês compreendam que, como a análise para
aplicação se da na verificação da PENA MÍNIMA, entende-se que a proposta
deste instituto pode ser apresentada mesmo fora do Juizado Especial Criminal.
O feito ficará suspendo pelo prazo de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, período
pelo qual o réu fica submetido a determinadas condições legais, condições
mínimas, que não podem ser subtraídas pelo juiz. Contudo o magistrado poderá
fixar outras condições.
Vamos entender melhor analisando o artigo correspondente?
Vamos lá...

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Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a
um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a
denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos,
desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado
por outro crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão
condicional da pena.

§ 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz,


este, recebendo a denúncia, poderá suspender o processo, submetendo o acusado
a período de prova, sob as seguintes condições:

I - reparação do dano, salvo impossibilidade de fazê-lo;

II - proibição de frequentar determinados lugares;

III - proibição de ausentar-se da comarca onde reside, sem autorização do


Juiz;

IV - comparecimento pessoal e obrigatório a juízo, mensalmente, para


informar e justificar suas atividades.

§ 2º O Juiz poderá especificar outras condições a que fica subordinada a


suspensão, desde que adequadas ao fato e à situação pessoal do acusado.

A suspensão poderá ser revogada, de forma obrigatória e facultativa,


quando:
§ 3º A suspensão será revogada se, no curso do prazo, o beneficiário
vier a ser processado por outro crime ou não efetuar, sem motivo
justificado, a reparação do dano. REVOGAÇÃO OBRIGATÓRIA.

§ 4º A suspensão poderá ser revogada se o acusado vier a ser processado,


no curso do prazo, por contravenção, ou descumprir qualquer outra
condição imposta. REVOGAÇÃO FACULTATIVA.

§ 5º Expirado o prazo sem revogação, o Juiz declarará extinta a


punibilidade.

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§ 6º Não correrá a prescrição durante o prazo de suspensão do processo.

Turma, finalizamos assim o último procedimento comum. Em nossa


próxima aula adentraremos nos procedimentos especiais e iniciaremos
conhecendo um pouco mais do Procedimento Especial do Tribunal do Júri.
Aguardo vocês!
Bons estudos e até lá!

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