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FACULDADE EVANGÉLICA DE GOIANÉSIA

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PROCEDIMENTO ESPECIAL DO TRIBUNAL DO JÚRI


Continuação...

Olá pessoal, como vocês estão? Sei que já estão ansiosos para a
retomada de nossas aulas presenciais. Eu também estou. Como isso não é
possível por ora, seguimos por aqui, aproveitando o máximo do nosso
ambiente virtual para aprender.
Vamos continuar estudando as peculiaridades inerentes ao
procedimento especial do Tribunal do Júri.
Conforme relatei para vocês no primeiro material, este procedimento
possui DUAS FASES. Sendo assim, ele é classificado como BIFÁSICO
(escalonado).
A primeira fase do referido procedimento é denominada de
FORMAÇÃO DA CULPA OU SUMÁRIO DA CULPA, ou ainda,
INSTRUÇÃO PRELIMINAR OU JUDICIUM ACCUSATIONIS, onde o
processo corre perante o juiz presidente. A segunda fase recebe o nome de
JUÍZO DA CAUSA OU JUDICIUM CAUSAE. Esta fase se desenvolve no
plenário do tribunal do júri, perante os jurados.
Vamos analisa-las de forma bem objetiva e clara...

1ª FASE: FASE DA FORMAÇÃO DA CULPA/


JUDICIUM ACCUSATIONIS:
Nessa primeira fase do procedimento especial do Tribunal do Júri,
o processo pela prática de um crime doloso contra a vida irá se iniciar.
Seu início se dá com a formalização de uma denúncia, após inquérito
policial instaurado para se apurar autoria e materialidade do crime.
Esta primeira etapa, tramita exclusivamente perante o juiz-
presidente, conforme já adiantado para vocês, e possui algumas
peculiaridades que precisamos conhecer.
Para facilitar os estudos de vocês, lembrem-se do procedimento
comum ordinário... Agora, entendam que essa primeira etapa do júri é
praticamente idêntica ao procedimento comum ordinário, já estudado
por vocês.
Embora possuam grande similaridade, a primeira fase do
procedimento do júri apresenta algumas diferenças, vamos conhecê-
las?
1. MANIFESTAÇÃO DO AUTOR DA AÇÃO PENAL APÓS
A RESPOSTA ESCRITA DO RÉU (Art. 409, CPP): Pessoal,
uma importante diferença desse procedimento é que após a
apresentação da resposta escrita do réu, o juiz ouvirá o MP
sobre alguma preliminar arguida pela defesa ou algum
documento acostado aos autos. A referida oitiva ocorrerá no
prazo de 5 dias.

2. PRAZO MÁXIMO PARA REALIZAÇÃO DA


AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO (Art. 410,
CPP): Aqui o prazo máximo será de 10 dias e não de 60 como
no comum ordinário.

3. ALEGAÇÕES FINAIS ORAIS (Art. 411, parágrafos 4° a 6°


do CPP): Aqui verifica-se a necessidade das alegações finais
serem obrigatoriamente realizadas de forma oral, no mesmo
prazo estabelecido para o comum ordinário. Lembrar? 20
minutos prorrogados por mais 10 minutos para ambas as
partes.

4. PRAZO PARA ENCERRAMENTO DA PRIMEIRA


FASE:
A lei, mais precisamente o art. 412 do CPP, determina
que a primeira fase do procedimento especial do júri deverá ser
concluída no prazo de 90 dias.

Pessoal, seguiremos agora para a mais importante


diferença entre o procedimento comum ordinário e a primeira
fase do procedimento do júri. Prestem bastante atenção...

Vocês se recordam que ao final do procedimento comum


ordinário o juiz profere uma SENTENÇA. Pois é, essa
sentença ou levará a uma absolvição do indivíduo ou a uma
condenação.
Pois bem, aqui no procedimento especial do júri, ao final
da primeira fase, surge para o juiz 4 possíveis decisões a serem
tomadas: pronúncia, impronúncia, absolvição sumária e
desclassificação. Vamos conhecê-las?

A. Decisão de Pronúncia (art. 413, CPP)

O juiz pronunciará o acusado e este será submetido ao


julgamento perante o plenário do júri, quando houver
indícios suficientes de autoria e prova da materialidade
delitiva.
Pessoal, fiquem atentos que conforme entendimento do
STF, a decisão de pronúncia deve se pautar apenas em juízo
de probabilidade, não de certeza.
 FIQUEM ATENTOS: DA DECISÃO DE
PRONÚNCIA É CABIBEL RECURSO EM
SENTIDO ESTRITO.
 A pronúncia e a decisão confirmatória da pronúncia
são causas interruptivas da prescrição.
 NÃO SE ESQUEÇAM: A DECISÃO DE
PRONÚNCIA REMETE O RÉU PARA A
SEGUNDA FASE DO JÚRI.
 É uma Decisão interlocutória mista NÃO
TERMINATIVA.
 Afere tentativa, qualificadoras, causas de aumento de
pena, concurso de pessoas...
 Não valora atenuante nem causa de diminuição de
pena, nem concurso de crime.
 Juiz não pode antecipar juízo de culpa (Nulidade
Absoluta). ELOQUÊNCIA ACUSATÓRIA.

B. Decisão de Impronúncia (Art. 414, CPP)

O juiz impronunciará o acusado quando não evidenciar


indícios suficientes de autoria e materialidade delitiva.
Pessoal, prestem muita atenção. Prevalece que essa decisão
é considerada interlocutória mista de conteúdo terminativo,
sendo assim, será perfeitamente possível nova denúncia
baseada em uma nova prova, desde que, claro, não esteja
extinta a punibilidade do réu.

 DA DECISÃO DE IMPRONÚNCIA CABERÁ


APELAÇÃO

C. Absolvição Sumária (Art. 415, CPP)

Aqui, conforme preceitua Nestor Távora (2009, p. 688),


estamos diante de uma “decisão que julga o mérito da ação,
em um momento antecipado”.
Pessoal, diferente da decisão de impronúncia que acabamos
de conhecer, a decisão de absolvição sumária faz coisa
julgada material. Sendo assim, não é possível o
oferecimento de nova ação penal narrando fatos idênticos
aos da denúncia que levou à absolvição.
De acordo com o artigo 415 do CPP, o juiz deverá decidir
pela absolvição sumária do réu, nos seguintes casos:

 Provada a inexistência do fato;


 Provar não ser ele autor ou partícipe do fato;
 O fato não constituir infração penal;
 Demonstrada causa de isenção de pena ou de exclusão
do crime. ATENÇÃO: exceto no caso de
inimputabilidade prevista no art. 26, caput do CP,
salvo quando esta for a única tese defensiva.

 DA DECISÃO DE ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA É


CABÍVEL RECURSO DE APELAÇÃO!!

D. Desclassificação (Art. 419, CPP)

O juiz poderá optar pela desclassificação, quando


verificar que o crime não é um crime doloso contra a vida.
Ou seja, foi processado como homicídio, mas na apuração,
verificou-se tratar de um latrocínio.
Assim, a remessa será feita para o juiz da justiça
comum.

ATENÇÃO: DA DECISÃO DE
DESCLASSIFICAÇÃO SERÁ POSSÍVEL O MANEJO
DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO!

2ª FASE: JUÍZO DA CAUSA OU JUDICIUM CAUSAE:

Pessoal, conforme informei para vocês em nosso último material e


também em nossa última aula síncrona, a decisão que remete o indivíduo
da primeira fase do Júri para a segunda é a decisão de PRONÚNCIA.
Então, nunca se esqueçam que o indivíduo será julgado pelo
tribunal, em plenário, quando este for devidamente PRONUNCIADO, ou
seja, quando existirem indícios suficientes de autoria e materialidade
delitiva. Combinado? Vamos seguir...
Turma, preciso que vocês entendam que a segunda fase do
procedimento especial do júri se inicia com a abertura de vista dos autos às
partes para que, no prazo de cinco dias, arrolem testemunhas, juntem
documentos e requeiram diligências, conforme art. 422 do CPP.
Para que vocês entendam de uma forma muito clara, o número de
testemunhas que deverão ser arroladas nesse momento será no máximo
cinco. Na primeira fase do Júri, como disse para vocês que ele se assemelha
com o procedimento comum ordinário, o número de testemunhas arroladas
serão de até oito, como no procedimento comum mencionado. Tranquilo?
Logo após tomadas essas medidas iniciais, o art. 423 do CPP dispõe
que, o juiz ordenará diligências que julgar necessárias para sanar qualquer
espécie de nulidade. Após, haverá a realização de um relatório sucinto do
processo, determinando sua inclusão em pauta da reunião do tribunal do
júri.
Bom, após essas informações especiais, gostaria de informá-los a
respeito de uma medida que poderá ser adotada nessa fase que recebe o
nome de DESAFORAMENTO. Vamos entendê-lo?
O desaforamento está disposto nos arts. 427 e 428 do CPP. Olha só o
que o artigo 427 nos diz...

Art. 427. Se o interesse da ordem pública o reclamar ou houver


dúvida sobre a imparcialidade do júri ou a segurança pessoal do
acusado, o Tribunal, a requerimento do Ministério Público, do
assistente, do querelante ou do acusado ou mediante representação
do juiz competente, poderá determinar o desaforamento do
julgamento para outra comarca da mesma região, onde não existam
aqueles motivos, preferindo-se as mais próximas.
Após a leitura do dispositivo legal, entendam que o desaforamento
nada mais é do que uma medida que implica no DESLOCAMENTO DO
JULGAMENTO de determinado crime de competência do Júri para outra
comarca distinta daquela onde tramitou a primeira fase do júri. Observem
que o artigo mencionado dispõe que de preferência esse deslocamento
ocorra para uma comarca mais próxima, onde não se vislumbre os motivos
que ensejaram o desaforamento.
Sei que muitos estão pensando...
Professora, e se desaparecerem os motivos que impossibilitavam o
julgamento na comarca de origem, será admitido o reaforamento?
Pessoal, segundo a doutrina, em regra isso não será possível, embora
parte dos doutrinadores afirmem que se na segunda comarca surgirem
motivos que impossibilitem o julgamento e na comarca de origem esses
motivos tenham desaparecido, ai sim, será possível o chamado
reaforamento. Entendidos?
Como vocês puderam verificar no artigo, os motivos que autorizam o
desaforamento são:

1. Quando o interesse da ordem pública o reclamar ou se houver dúvida


sobre a imparcialidade dos jurados ou sobre a segurança pessoal do réu.

O artigo 428 do CPP traz mais uma hipótese. Vamos conhecê-lo?

Art. 428. O desaforamento também poderá ser determinado, em razão do


comprovado excesso de serviço, ouvidos o juiz presidente e a parte
contrária, se o julgamento não puder ser realizado no prazo de 6 (seis)
meses, contado do trânsito em julgado da decisão de pronúncia.

Turma, segundo o mencionado dispositivo legal, o desaforamento


também poderá ser realizado na hipótese de excesso de serviço
devidamente comprovado.
Muita atenção aqui: Nesse caso o juiz NÃO poderá representar pelo
desaforamento.
Vamos estudar agora a respeito dos responsáveis por decidir e julgar
na segunda fase do tribunal do júri. Vamos falar agora a respeito dos
JURADOS. Vamos lá?
Pessoal, prevalece no ordenamento jurídico brasileiro que os jurados
exercem função obrigatória. Configurando como serviço público
extremamente relevante.
Sendo assim, não há que se duvidar que aqueles que atuarão como
jurados deverão zelar pela imparcialidade absoluta de suas decisões. Desta
forma, para que a parte consiga afastar da causa um jurado impedido ou
suspeito, deverá formular prova a respeito da causa impeditiva ou
suspensiva.
Caso verifique-se que determinado jurado sorteado possui alguma
causa de suspeição ou impedimento a parte poderá RECUSÁ-LO DE
FORMA MOTIVADA/ JUSTIFICADA.
Turma, entendam que não há limite para o número de recusas
motivadas realizadas por cada parte, podendo o juiz aceitar ou não as
razões invocadas.
Mas professora, se em função das recusas motivadas efetuadas, não
restar o número de jurados para a formação do conselho de sentença?
Pessoal, nesse caso ocorrerá o chamado ESTOURO DE URNA, devendo
ser designada nova data para o julgamento.
Bem, preciso que compreendam que existem também as chamadas
RECUSAS IMOTIVAS OU PEREMPTÓRIAS, onde, no momento de
sorteio, em plenário, cada uma das partes poderá dispensar ATÉ TRÊS
JURADOS SEM QUALQUER TIPO DE JUSTIFICATIVA.
E para finalizarmos o tema JURADOS, informo para vocês que,
como muitos devem saber, SETE JURADOS irão compor o conselho de
sentença. Entendidos?
Passaremos agora para O JULGAMENTO em si. Vamos lá?
Inicialmente, preciso que vocês entendam que a sessão será
declarada aberta com a presença de ao menos 15 jurados, conforme
artigo 465, caput do CPP.
Assim, anunciado o julgamento, faze-a o pregão das partes. Cumpre
salientar que de imediato as partes deverão alegar possíveis nulidades
relativas ocorridas após a decisão de pronúncia, sob pena de preclusão.
Após esta parte inicial, serão sorteados os jurados. Assim que são
sorteados, as partes podem exercer o direito as recusas imotivadas,
conforme já estudamos na aula passada. Tranquilo até aqui?
Então vamos continuar...
Com os 7 (sete) jurados devidamente sorteados, estes prestarão
compromisso legal, e receberão cópias da decisão de pronúncia. Dando
início, assim, a instrução em plenário.
Pessoal, a instrução em plenário se realizará na seguinte ordem:
1. Oitiva da vítima;
2. Testemunhas de acusação;
3. Testemunhas de defesa;
4. Interrogatório do réu.

ATENÇÃO: AQUI, AS PERGUNTAS PODEM SER FEITAS


DIRETAMENTE PELAS PARTES, EXCETO PELOS JURADOS, QUE
PRECISAM PASSAR PELO JUIZ PRESIDENTE.

Professora, e quanto ao uso de algemas em plenário... É permitido?


Pessoal, muito cuidado com o disposto na Súmula Vinculante N° 11 do
STF. Lembrem-se que essa medida somente será autorizada de forma
excepcional, quando absolutamente necessária. Olha só o que dispõe a
súmula:
“Só é lícito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio
de fuga ou de perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do
preso ou de terceiros, justificada a excepcionalidade por escrito, sob pena
de responsabilidade disciplinar, civil e penal do agente ou da autoridade e
de nulidade da prisão ou do ato processual a que se refere, sem prejuízo da
responsabilidade civil do Estado.”

Entendidos? Vamos continuar...


Logo após a instrução, passa-se a fase dos debates orais, iniciando-se
com o Ministério Público, depois com o assistente de acusação, se houver e
por fim com a defesa. Em seguida, a acusação pode ir para a RÉPLICA e a
defesa, por sua vez, para a TRÉPLICA.
Turma, segundo posicionamento majoritário da doutrina, no
momento de sua tréplica a defesa poderá apresentar tese nova, tendo em
vista o princípio da plenitude de defesa aplicado ao procedimento em
questão. Mas atenção, ela poderá inovar apenas novos argumentos, não
podendo apresentar fatos novos ou prova não verificada nos autos até
aquele momento.
Fiquem atentos a essa questão, pois o STJ, em julgados recentes vem
se posicionando de forma contrária a essa possibilidade de inovação na
tréplica pela defesa, tendo em vista a violação ao princípio do contraditório.
Importante informá-los que o tempo dos debates orais será de UMA
HORA E MEIA para cada parte, UMA HORA PARA RÉPLICA e UMA
HORA PARA TRÉPLICA.
Se houver mais de um réu, o tempo dos debates será acrescido de
uma hora, dobrando-se o tempo da réplica e da tréplica. Tudo bem?
Luana, e o que são os apartes?
Turma, os apartes são, segundo Leonardo Barreto (2020, pg. 314)
“intervenções de uma das partes na fala do orador, desde que haja
autorização expressa do juiz. Cada aparte dura até 3 minutos”.
Nos debates, as partes não poderão, sob pena de nulidade, fazer
referências:
I. À decisão de pronúncia, às decisões posteriores que
julgam admissível a acusação ou à determinação do uso de algemas
como argumento de autoridade que beneficiem ou prejudiquem o
acusado;
II. Ao silêncio do acusado ou à ausência de interrogatório
por falta de requerimento, em seu prejuízo (art. 478, CPP).

Pessoal, por fim, o juiz deve questionar aos jurados se eles se


encontram aptos a votar. Em caso positivo, o juiz deverá ler os quesitos,
esclarecendo-os aos jurados.
Conforme art. 483 do CPP, a quesitação ficou assim estabelecida:
Art. 483. Os quesitos serão formulados na seguinte ordem, indagando
sobre:
I – a materialidade do fato;
II – a autoria ou participação;
III – se o acusado deve ser absolvido;
IV – se existe causa de diminuição de pena alegada pela defesa;
V – se existe circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena
reconhecidas na pronúncia ou em decisões posteriores que julgaram
admissível a acusação.
§ 1o A resposta negativa, de mais de 3 (três) jurados, a qualquer dos
quesitos referidos nos incisos I e II do caput deste artigo encerra a votação
e implica a absolvição do acusado.

NÃO ADENTRAREMOS NAS PECULIARIDADES DOS


QUESITOS, POIS CONFORME JÁ DITO, VOCÊS TERÃO UMA
MATÉRIA APENAS SOBRE JÚRI NO SEMESTRE QUE VEM E
NOSSO FOCO AQUI, É APENAS CONHECER O PROCEDIMENTO
EM SÍ E SUAS FASES. OK?
Pessoal, a votação é secreta, devendo ser realizada em sala
própria. Ela será feita por cédulas de SIM e NÃO, devendo o jurado
colocar em uma urna a cédula válida e descartar em outra a inválida.
Turma, fiquem atentos, se os jurados responderam NÃO para os
dois primeiros quesitos, quais sejam, materialidade ou autoria, estão os
outros quesitos prejudicados (art. 483, parágrafo 1° do CPP).
Logo após a realização da votação, o juiz presidente deverá
proferir SENTENÇA, que deverá ser lida em plenário.

ATENÇÃO: Para finalizar nosso conteúdo, trago para vocês uma


alteração promovida pelo pacote anticrime. A 13964/19 passou a
regulamentar e autorizar a execução provisória da pena de condenações
proferidas em primeiro grau pelo Tribunal do Júri com penal igual ou
superior a 15 anos de reclusão, conforme artigo 492, I, “e” do CPP.
Importante salientar que a mencionada inovação promoveu
diversos posicionamentos contrários, alegando ser uma violação ao
princípio da presunção de inocência. Aguardemos para visualizar a
constitucionalidade ou não do mencionado dispositivo legal.
Vou trazer o novo dispositivo legal para analisarmos por
completo...

“Art. 492. ................................................................................... I -


................................................................................................ e) mandará
o acusado recolher-se ou recomendá-lo-á à prisão em que se encontra,
se presentes os requisitos da prisão preventiva, ou, no caso de
condenação a uma pena igual ou superior a 15 (quinze) anos de
reclusão, determinará a execução provisória das penas, com expedição
do mandado de prisão, se for o caso, sem prejuízo do conhecimento de
recursos que vierem a ser interpostos;
..................................................................................................... § 3º O
presidente poderá, excepcionalmente, deixar de autorizar a execução
provisória das penas de que trata a alínea e do inciso I do caput deste
artigo, se houver questão substancial cuja resolução pelo tribunal ao
qual competir o julgamento possa plausivelmente levar à revisão da
condenação.
§ 4º A apelação interposta contra decisão condenatória do Tribunal do
Júri a uma pena igual ou superior a 15 (quinze) anos de reclusão não
terá efeito suspensivo.
§ 5º Excepcionalmente, poderá o tribunal atribuir efeito suspensivo à
apelação de que trata o § 4º deste artigo, quando verificado
cumulativamente que o recurso: I - não tem propósito meramente
protelatório; e II - levanta questão substancial e que pode resultar em
absolvição, anulação da sentença, novo julgamento ou redução da pena
para patamar inferior a 15 (quinze) anos de reclusão.
§ 6º O pedido de concessão de efeito suspensivo poderá ser feito
incidentemente na apelação ou por meio de petição em separado
dirigida diretamente ao relator, instruída com cópias da sentença
condenatória, das razões da apelação e de prova da
tempestividade, das contrarrazões e das demais peças necessárias à
compreensão da controvérsia.” (NR)

Por fim, cumpre salientar que todas as ocorrências da sessão de


julgamento devem ser registradas em ata.
Tranquilo?
Assim, encerramos o procedimento especial do tribunal do júri.
Espero que tenham entendido e aproveitado nossos estudos.
Retornaremos na próxima aula com um novo procedimento a ser
estudado. Aguardo vocês! Grande abraço!

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