Você está na página 1de 12

Direito Processual Penal II - DPC 0429

 Prof. Marcos Zilli

Aula 1 - 14/03

Procedimento do Tribunal do Júri

Programa

 Procedimento dos crimes dolosos contra a vida


o Pronúncia, impronúncia, absolvição sumária, desclassificação
 Oferecimento da ação penal na forma da denúncia ou queixa-
crime, encerrando-se com uma decisão a cargo do juiz que pode
assumir a forma de pronúncia, impronúncia, absolvição sumária,
ou desclassificação. Ao término dessa 1ª fase, o juiz tem essas 4
alternativas decisórias a tomar - essa 1ª fase é muito parecida com
o procedimento comum.
 Pronúncia: juízo de admissibilidade, juiz reconhece convergência
de indícios que sustentem a acusação. Pronuncia o acusado,
submete o acusado a julgamento perante a sessão plenária do
tribunal do júri - sessão plenária é a sessão do julgamento que
carregamos no inconsciente em razão das influências televisas
(ocorre perante o conselho de sentença formado por 7 jurados,
julgarão o mérito da acusação). A sessão plenária do tribunal do
júri é a 2ª fase. Pronúncia é a ponte entre essa primeira fase do
julgamento e a segunda fase.
 Preparação da sessão plenária do júri
 Possibilidade de desaforamento
o Deslocamento da competência do julgamento
dessa causa
o Ocorrendo ou não, teremos a sessão plenária do
tribunal do júri. Durante essa sessão, são
realizados uma série de atos processuais que tem o
ponto cominante de prolação do julgamento -
momento de veredito. Veredito se forma a partir
de quesitos (perguntas objetivas que envolvem o
mérito da acusação. Estabelecido o veredito, o juiz
profere a sentença, observando os parâmetros do
veredito dos jurados (são soberanos). A depender
do veredito dos jurados, juiz profere sentença
absolutória ou condenatória (fixa a dosimetria
penal - individualiza resposta punitiva de acordo
com os parâmetros decisórios tomados pelos
jurados).
o Procedimento no juízo da causa - 2ª causa
 Estudo sobre sentença e coisa julgada
o Sentença condenatória e absolutória
o Correlação entre acusação e sentença
 Não pode se afastar dos elementos da acusação - parâmetros
estabelecidos.
o Coisa julgada material e formal
o Limites objetivos e subjetivos da coisa julgada
 Nulidades
o Teoria das nulidades
o Sistema de nulidades e constituição
o Princípios, espécies e efeitos
o Nulidades em espécie
 CPP (rol não taxativo)
o Jurisprudência não é absolutamente uniforme e coerente no trato e
enfrentamento das nulidades no processo formal. Recente jurisprudência
(15 anos) tem sido mais condescendente no enfrentamento das nulidades
no processo penal.
 Teoria geral dos recursos
o Conceito e classificações
o Juízo de admissibilidade e juízo de mérito dos recursos
o Pressupostos de admissibilidade recursal
o Não vai examinar recursos em espécie
 Ações autônomas de impugnação
o Revisão criminal
o Habeas Corpus
o Mandado de segurança

Bibliografia

 Reforma de simplificação da sistemática dos quesitos - reforma de 2008. Quesito


direto de "absolve ou não o acusado?", pode absolver por qualquer razão,
mesmo aquela que não tenha sido apontada na sessão plenária do tribunal do
júri.
 Sistematização doutrinária de Aury Lopes é distinta das de Gustavo Badaró no
campo das nulidades.
 1ª prova: 09 de maio

Pronúncia

Na primeira fase, o juiz tem 4 opções. Na pronúncia, o juiz tem a possibilidade de se,
convencido da materialidade do fato e de indícios suficientes de autoria ou participação
(elementos de justa causa sobreviveram a primeira fase do contraditório, logo os juízes
naturais podem exercer sua competência constitucionalmente estabelecida), pronunciar
o acusado. Essa decisão de pronúncia é o segundo juízo de admissibilidade que o juiz
profere nesse procedimento (art. 413).

O primeiro é conferido no momento de ação penal - na forma de denúncia ou queixa.


Oferecida a ação penal, o procedimento teve o curso normal - com alegações. Juiz
profere decisão no final do procedimento - seja a pronúncia, impronúncia,
desclassificação ou absolvição sumária. Pronúncia é ponte que liga a primeira fase do
procedimento à segunda fase (sessão plenária do julgamento do tribunal do júri).

Decisão de pronúncia - é decisão interlocutória (1. não coloca fim ao processo e 2.


apenas reconhece os requisitos mínimos que justificariam a continuidade do
procedimento, não há enfrentamento do mérito, logo não é sentença) de cunho
processual que reconhece a admissibilidade da acusação para julgamento pelo júri
popular.

 1º requisito: convencimento quanto à materialidade do fato - ex. prova do corpo


de delito ou laudo do exame necroscópico. Art. 167 do CPP. Esses elementos
probatórios atestam a materialidade.
 2º requisito: Indícios suficientes de autoria ou das hipóteses de graus de
concurso de agente. Alto grau de probabilidade de autoria. Manutenção do
quadro indiciário após o contraditório.
o Dúvida quanto aos indícios? E se estivermos diante de um quadro
duvidoso de indícios? Elementos probatórios são indícios suficientes ou
não?
 Sacramentou-se na jurisprudência a ideia de que, nesse caso,
haveria de ser aplicado o famoso princípio "in dubio pro
societate" (ARE 1.067.392). Na dúvida, a decisão deveria trilhar
os caminhos mais favoráveis à Sociedade - logo, se há dúvida,
deve-se submeter ao tribunal do júri para que ele decida. Mas
isso é cheio de problemas, pois 1. é inconstitucional, não há nada
na constituição que permita interpretar esse princípio, aliás, vai
contra o princípio da presunção de inocência - se há dúvida, não
deveria pender para a sociedade, e sim em favor do acusado;
 "Não se exige, pois, que haja certeza de autoria. Bastará a
existência de elementos de convicção que permitam ao juiz
concluir, com bom grau de probabilidade, que foi o acusado autor
do delito. Isso não se confunde, obviamente, com o in dubio pro
societate. Não se trata de uma regra de solução para o caso de
dúvida, mas sim de estabelecer requisitos que, do ponto de vista
do convencimento judicial, não se identificam com a certeza, mas
com a probabilidade" (Gustavo Badaró, processo penal)
 Reconhece de atuação jurisdicional dos jurados do conselho de sentença
 Motivação (art. 93, IX, CF) - garantia do devido processo.
o Reconhecimento dos requisitos de admissibilidade (materialidade e
indícios suficientes de autoria)
 Decisão tem que ser motivada e fundamentada, mas juiz não pode
utilizar linguagem de certeza, assecuratória de reconhecimento de
autoria (comedida no uso da linguagem sob pena de extrapolar os
limites dados e a regra do juiz natural - invade competência
reservada aos jurados)
o Afirmação de certeza - prejulgamento - violação do juiz natural (art. 413,
p. 1º)
o Indicação do dispositivo legal e especificação das circunstâncias
qualificadoras e causas de aumento
 Enfrentamento das qualificadoras e das causas de aumento
indicadas na denúncia ou queixa - correlação entre acusação e
decisão - "Imputação Fática"
 Não pode apontar qualificadoras que não foram previstas
 Provada qualificadora ou causa de aumento não referida na
denúncia ou queixa, necessário o aditamento - revelada ao longo
da instrução. Não poderá reconhecer o juiz, terá que aditar a
renúncia/queixa (atividade do órgão acusador, juiz não pode
exercer funções que são estranhas e próximas ao órgão acusador,
nem julgar/condenar alguém a circunstâncias não previstas na
acusação)
 Circunstâncias agravantes, atenuantes, concurso material formal ou continuado?
Prevalece o entendimento de que essas questões não precisam ser indicadas na
decisão de pronúncia, porque tocam a individualização da pena/dosimetria penal
e, por isso, devem ser resolvidas pelo juiz tribunal do júri quando ele proferir a
sentença fundamentada no veredito dos julgados.
 Prisão/medida cautelar restritiva - manutenção ou decretação. Juízo de
necessidade (art. 413, p. 3º, CPP). Deve ser enfrentado pelo juiz, seja para
afastar (reconhecer que não estão convergentes os elementos justificadores de tal
medida) ou decretá-la/reavaliá-la.
Aula 2 - 21/03

Procedimento do Tribunal do Júri

Impronúncia

 Sentença terminativa de conteúdo processual - reconhece inviável a acusação,


extinguindo o processo
 Contraponto da pronúncia - dúvida quanto à materialidade delitiva ou indícios de
autoria
 Não produz coisa julgada material - possibilidade de novo processo desde que surjam
novas provas - instauração de novo processo (art. 414, p. único), enquanto não ocorrer a
extinção da punibilidade. Novas provas conferem um novo grau de admissibilidade.
Sentença de impronúncia produz tão somente a coisa julgada formal (sentença não pode
ser alterada através de recurso que configura ato processual, preclusas questões já
decididas), não a material. Artigo mencionado confere as condições específicas que
devem sustentar a abertura da ação penal.
o A prova nova é uma condição de ação especial para o oferecimento da novação
ação - "justa causa qualificada", art. 395, III, CPP. Indícios de autoria e de
materialidade do fato devem ser reforçados por um quadro de prova nova.
o Quadro de novas provas SUBSTANCIAIS
 Despronúncia: decisão que impronuncia o acusado depois de já ter sido pronunciado.
Em um primeiro momento, há uma decisão de pronúncia que submete o acusado ao
julgamento perante o tribunal popular do júri, mas posteriormente vem a ser
impronunciado. Ocorre em 2 circunstâncias: (i) tribunal dá provimento ao recurso em
sentido estrito - acusado é pronunciado, desafia a decisão de pronúncia por meio de
recurso em sentido estrito e o tribunal julga procedente o recurso, impronunciando o
acusado e (ii) quando o próprio juízo que proferiu a decisão de pronúncia, volta atrás e
impronuncia o acusado - possível, porque o recurso em sentido estrito permite a
possibilidade que o próprio juiz da causa se retrate por meio do juízo de retratação
desenhado para o recurso em sentido estrito.
 Crime conexo: a impronúncia envolve o crime doloso contra a vida, de modo que o juiz
não poderá julgar o crime conexo enquanto não transcorrer o prazo para interposição do
recurso - remessa ao juízo competente. Não é proclamação sobre os crimes conexos, são
acessórios/dependentes processualmente em relação à sorte do crime principal - o crime
doloso contra a vida. Juiz não poderá se pronunciar sobre os crimes conexos, porque
esta relação de competência somente existia porque existia a configuração do crime
doloso contra a vida. Quando afastamos o crime doloso contra a vida, o elo que firmava
essa competência universal é rompido e, portanto, o juiz não poderá se pronunciar
sobre.
o O juiz poderá enfrentar o crime conexo se tiver competência para tal

Absolvição Sumária
 Art. 415. O juiz, fundamentadamente, absolverá desde logo o acusado, quando:
o I - provada a inexistência do fato - certeza quanto a não ocorrência do fato
material. Se houver dúvida quanto à ocorrência ou não do fato, deve-se realizar
impronúncia. Segura e vigorosa, não tem base mínima que justifique sujeitar ao
tribunal do júri - ausência de elementos mínimos que confiram admissibilidade
daquela causa para ser julgada pelo tribunal do júri.
o II - provado não ser ele o autor ou partícipe do fato - prova de que o acusado
não foi autor ou participe (certeza). Se houver indícios, deve-se pronunciar
(quadro positivo).
 Cautela do juiz na decisão de pronúncia: não pode afirmar nada de
maneira categórica em relação à autoridade.
o III - o fato de não constituir infração penal - fato não constituir infração penal
(atipicidade). Fato não se submete à categoria de crime doloso contra a vida.
o IV - demonstrada causa de exclusão do crime - Provada causa de exclusão do
crime. Certeza quanto à configuração dos artigos 23 a 25 do CP.
o V - demonstrada causa de isenção de pena - Prova da causa de isenção de pena
(certeza). Exceção: inimputabilidade por doença mental (art. 26, caput) - art.
415, p. único - única que não pode ser suscitada nesse momento. Se desconfia,
deve tomar cautela redobrada e observar as seguintes situações: (i) processo
será remetido ao tribunal do júri se houver outra tese defensiva (pronúncia) -
i.e. defesa nega autoria do crime - ou (ii) possibilidade de absolvição plena pelo
Conselho de Sentença. Se não houver outra tese defensiva, será aplicada
absolvição com medida de segurança.
 Semi-imputável: pronúncia.
 Absolvição imprópria: não há punibilidade, mas há grau de
periculosidade que enseja medida de segurança. Não fica livre de
qualquer resposta sancionatória.
o Hipóteses justificantes da absolvição sumária
 Sentença de mérito: coisa julgada material - imputação da prática de um crime doloso
contra a vida. Quando o juiz absolve sumariamente, ele enfrenta o mérito da acusação.
 Apelação (art. 416): Revogação do "reexame necessário".
o Crime conexo? Juiz enfrenta apenas o crime doloso contra a vida, deve-se
aguardar o prazo recursal para então remeter ao juiz competente.

Desclassificação

 Art. 419: existência de crime diverso dos dolosos contra a vida e, portanto, deve ser
remetido para o juiz que seja competente.
 Decisão interlocutória - reconhecimento da prática de crime não doloso contra a vida -
afastamento da competência do tribunal do júri.
 Certeza ou dúvida - "juiz se convencer"? Dúvida sobre ser ou não um crime doloso
contra a vida. Se tem certeza que não é um crime doloso contra a vida, desclassifica
(pode indicar qual seria o possível tipo penal). É, portanto, uma decisão declinatória de
competência. Se tem dúvida, pronuncia.
 Remessa ao juiz competente: observância do contraditório - manifestação das partes
antes do julgamento.
 Recurso em sentido estrito (art. 538, II)
 Crime conexo - desclassificação afasta também a competência do tribunal do júri para o
conexo. Aguardar o prazo para a interposição do recurso para remeter então ao juiz
competente/julgar caso seja competente. Recurso não tem efeito suspensivo.

Juízo da Causa - 2ª parte

 Decisão de pronúncia (1ª parte). Tornou preclusa, seja porque não houve interposição
de recurso ou, houve recurso, mas já foi julgado. Não há possibilidade de modificação,
nos termos do artigo 421, p. 1º.
o Procedimento do tribunal do júri seria dividido em 3 partes: Oferecimento da
denúncia - decisão de pronúncia, Atos preparatórios para a sessão plenária do
tribunal do júri e Sessão plenária do tribunal do júri. Mas para o professor, SÃO
APENAS DUAS PARTES.

1. Abertura de prazo para requerimento de diligências - 5 dias para acusação/defesa (art.


422, CPP). Normalmente de caráter probatório.
a. Até o máximo de 5 testemunhas
b. Extinção do libelo crime acusatório: Retrato distinto da redação original. No
procedimento anterior, revogado, havia neste momento do procedimento havia
a apresentação do libelo crime acusatório - peça escrita apresentada pelo
acusador que retratava a acusação que seria sustentada em sessão plenária do
tribunal do júri.
i. Seria uma segunda acusação - segunda denúncia. "Nova" acusação sob
roupagem de libelo crime acusatório. Vinculado aos termos da decisão
de pronúncia.
ii. Termos da acusação que serão sustentados na sessão plenária serão os
termos, em linhas gerais, indicados na decisão da pronúncia - ela que
confere o substrato pelo o qual o órgão acusador poderá sustentar os
termos da pretensão acusatória durante a sessão plenária do tribunal do
júri.
c. Partes indicam que as provas que serão produzidas no tribunal do júri,
sobretudo as orais
d. Testemunhas devem ser arroladas em caráter de imprescindibilidade: não
prescinde do depoimento da testemunha/da produção da prova oral. Importantes
consequências e efeitos jurídicos, sobretudo quando, da instalação da sessão
plenária do tribunal do júri.
e. Oportunidade processual para postulação probatória - preclusão
f. Testemunhas residentes fora da comarca: Parte deverá providenciar
comparecimento independentemente de intimação ou requerer a oitiva por carta
precatória
2. Preparação da sessão plenária do tribunal do júri. Realização de diligências, sanatória
de nulidades e relatório, uma síntese dos principais atos e termos do processo (Art. 423,
CPP) que posteriormente será encaminhada para os jurados. Situações que geram
abrandamento da garantia do juiz natural.
a. 2.1. Desaforamento - artigos 427 e 428. Alteração de competência para o
julgamento daquela causa. Incidente processual que implica no deslocamento
da competência territorial para a realização da sessão plenária do tribunal do
júri.
i. Interesse da ordem pública (permeada por subjetivismo, cabe à doutrina
e, sobretudo, à jurisprudência a indicação das situações
comprometedoras da ordem pública que autorizem a alteração da
competência do tribunal do júri¹); dúvida sobre a imparcialidade do
júri²; dúvida sobre a segurança pessoal do acusado³ e excesso de
serviço(4) - julgamento que não é realizado nos 6 meses posteriores à
preclusão da pronúncia (art. 428, caput, CPP)
ii. ¹: Indicação de uma situação minimamente concreta que possa
inviabilizar a realização da sessão plenária, impondo o deslocamento da
sessão de julgamento para outro tribunal.
iii. ²: A realização do julgamento naquela comarca traz um risco de
comprometimento da imparcialidade. Ex. crime que abalou de tal forma
a comunidade de maneira que seu juízo de valor possa ser
comprometido. As regras de competência material e territorial formam
a garantia do juiz natural, mas também há a necessidade de preservação
da imparcialidade, sobretudo quando estamos lidando com jurados que
são juízes legais - não técnicos - e a premissa é de que eles estejam
mais suscetíveis à eventuais pressões e impressões. Balança perde para
o resguardo da imparcialidade, justificando, dessa forma, um
abrandamento das regras que cercam a garantia do juiz natural,
preservando, assim, o atributo mais importante da justiça: a
imparcialidade.
iv. ³: Risco concreto à integridade do acusado.
v. (4): hipótese já é descrita no caput que a traz, inclusive o tempo
transcorrido.
vi. Requerimento (Ministério Público, Assistente de Acusação, Querelante
e Acusado) ou por meio de representação do juiz presidente.
Desaforamento é requerido ou é objeto de representação no Tribunal
Superior que poderá ser o Tribunal de Justiça, se o processo for da
competência da Justiça Estadual, ou poderá ser formulado/apresentado
perante o TRF se estivermos diante da competência da justiça estadual
(Preferência no julgamento, art. 427, p. 1º).
1. Relator que receber o caso poderá conceder liminar de
suspensão do julgamento, no caso do art. 427, p. 2º, CPP.
2. Antes do julgamento colegiado, eles escutarão o juiz presidente
- manifestação do juiz presidente, quando é instaurado por
força de requerimento - caso não tenha ele provocado o
desaforamento. Segundo a súmula 712, do STF, é nula a
decisão que determina o desaforamento de processo da
competência do júri sem audiência da defesa.
vii. Pode ocorrer a qualquer momento, desde a preclusão da denúncia de
pronúncia até a sessão de plenária
1. No caso do desaforamento fundado em excesso de serviço, será
inevitável abrir o contrário. Oitiva da parte contrária que
requerer o desaforamento e do também do juiz-presidente (Art.
428, caput). Se não tiver sido requerido pela defesa, deverá ela
ser ouvida nos termos da súmula 712/STF. Não se justifica
quando a sessão aguarda a realização de diligências requeridas
pela defesa (art. 428, p. 1º)
viii. Preferência para deferimento: outra comarca da região ou circunscrição
judiciária (art. 427, caput).
ix. Efeito definitivo, não pode haver "reaforamento" uma vez determinado
o desaforamento e o deslocamento para a sessão plenária do tribunal do
júri.
1. Poderíamos haver um novo desaforamento? A comarca era a
comarca competente para realizar a sessão plenária do tribunal
do júri. Houve requerimento de desaforamento, determinou o
deslocamento para comarca B. Na comarca B, novo
requerimento de desaforamento é apresentado: é possível, se
for acolhido, mas não poderá voltar para a comarca A, iria para
a comarca C. Podemos haver quantos desaforamentos forem
necessários, desde que subsistentes as causas determinantes
desse deslocamento, em tese.
b. 2.2. Se houver ocorrido o desaforamento ou não tiver ocorrido, haverá a
convocação do júri nos termos do art. 432/435.
c. Enfrentamento dos requerimentos das partes (art. 423, caput)
i. Requerimentos, em sua maioria, probatórios
d. Determinação de provas de ofício - ex. testemunhas do juízo (Art. 423, I e Art.
156, I, CPP)
i. Poder instrutório
e. Sanatórias de eventuais nulidades ocorridas após a pronúncia (art. 423, I, CPP)
i. Correção da rota processual
f. Elaboração de relatório (art. 423, II, CPP)
i. Síntese dos principais pontos que compõem o processo - será entregue,
no dia da sessão plenária, aos jurados
g. Inclusão do processo para julgamento - intimação das partes e das testemunhas

o Pedido de aceleração de julgamento (art. 428, p. 2º)


 Art. 428, p. 2
 Solicitação para realização imediata do julgamento
 Reuniões periódicas: tribunal do júri é estruturado por meio de reuniões
periódicas (podem acoplar mais de uma sessão de julgamento - é nelas
que são designadas as sessões de julgamento).
 Legislador confere legitimidade exclusiva ao acusado. Se for acolhida,
implica em uma determinação de imediata realização da sessão
plenária.
 Não caracterizado excesso de serviço e a pauta das sessões periódicas,
em tese, permite a realização de julgamento
 Processo foi designado, preparado, mas não submetido a
julgamento/não foi designada sessão para o ano em que o julgamento
foi preparado.
 Ordem dos julgamentos (expressa garantia da duração razoável do
processo - art. 5º LXXVIII da CF e art. 8.1. da CADH)
 Réus presos cautelarmente pelo processo
 Dentre os presos os que estiverem há mais tempo
 OS pronunciados há mais tempo

 Tribunal do Júri
o Compartilhamento de funções e competência
o Juiz togado - atribuições, art. 497, CPP
o Jurados: maiores de 18 anos e notória idoneidade. 25 jurados, sorteio de 7 para
composição do conselho de sentença. Alistamento dos jurados (Arts. 425/426,
CPP)
 Soberania dos vereditos - sentença, ato final de julgado, apenas
reafirma a posição dos jurados, revelada pelo veredito.
 Causas de isenção: impedimento e proibição
 Jurados escolhidos para exercer a função durante várias sessões de
julgamentos que se realizarem ao longo de uma reunião periódica. No
dia designado para a primeira sessão, todos estão presentes e dentro
deles, serão sorteados os 7.
o Indicação de entidades - art. 425, p. 2º
 Feita pelo juiz presidente
 Lista geral (art. 426, caput): publicação até o dia 10 de outubro
 Limite depende das normas de organização judiciária. Em SP, é
o provimento 744/200- do Cons. Sup. da Magistratura (34.000
jurados)
 Lista definitiva  Art. 426, p. 1º. Publicação até o dia 10 de novembro.
 Urna geral  Art. 426, p. 3º. Nomes válidos para a sessão anual.
 Audiência de sorteio: 10/15 dias antes da reunião (art. 433. p. 1º)
 Audiência pública com presença do MP, OAB e Defensoria
Pública
 25 jurados para a reunião periódica
 Urna para o sorteio do Conselho de Sentença

Isenção (art. 437) Impedimento (art. 448) Proibição (art. 449)


 Presidente,  Obs: atuação no  Jurado que atuou no
Governadores e mesmo conselho de julgamento anterior
prefeitos sentença (Súmula 206, STF)
 Ministros e  Marido e mulher  Jurado que integrou
Secretários de Estado  Ascendente e o outro conselho no
 Membros do Poder descendente caso de concurso de
Legislativo  Sogro, genro ou nora pessoas
 Juízes, promotores,  Irmãos e cunhados  Expressou
defensores e  Tio e sobrinho disposição para
servidores  Padrasto/madrasta ou condenar ou absolver
respectivos enteado  Jurado que tiver
 Autoridades e  Os que estiverem em integrado o Conselho
servidores da polícia união estável de Sentença nos 12
 Militares na ativa  Obs: mesmos meses que
 Maiores de 70 anos impedimentos e antecederem a lista
suspeição dos juízes geral (art. 426, p. 4º)
(Art. 448, p. 2º) - Reforma do Código
de Processo Penal,
legislador buscou
evitar o que se
denominou como
"jurado profissional",
ou seja, aquele
jurado que
constantemente
integra o conselho de
sentença.

Função

 Julgamento dos crimes dolosos contra a vida e conexos


 Exercício efetivo - serviço público relevante (Art. 439)
 Equiparação a funcionário público (Art. 327, CP) - responsabilidade criminal (art. 445,
CPP)
 Tirou antes de copiar :c

Sessão de julgamento
 Verificação das presenças
o Ausência do MP - Adiamento para 1º dia desimpedido (art. 455, caput, CPP)
 Se injustificada, deve comunicar ao procurador geral além das medidas
administrativas, designação de novo promotor
o Ausência de advogado do réu
 Justificada: adiamento para o 1º dia desimpedido
 Injustificada - um único adiamento: se o réu tem defensor constituído
será intimado para constituir novo. Defensoria pública é intimada.
 Prazo mínimo de 10 dias para a nova sessão
 Comunicação à OAB
o Ausência do réu solto
 Realização do julgamento (Art. 457, caput) - inspiração no direito ao
silêncio (OBS. a menos que a ausência seja justificada)
o Ausência do réu preso: adiamento para o 1º dia desimpedido, salvo se houver
pedido de dispensa subscrita pelo defensor e pelo acusado (art. 457, p. 2º, do
CPP)
o Ausência do assistente de acusação
 Injustificada: realização do julgamento (art. 457, caput do CPP)
 Justificada: possibilidade de adiamento (art. 457, p. 1º do CPP)
o Ausência do advogado do querelante
 Injustificada: retomada da ação pelo MP - ação penal privada
subsidiária
 Justificada: adiamento da sessão (art. 457, p. 1º do CPP)
o Ausência de testemunha
 Arrolada em caráter de imprescindibilidade: (a) suspender os trabalhos
e trabalhar imediata condução (oficial de justiça vai atrás da testemunha
para trazê-la, condução coercitiva)¹; (b) adiamento para o 1º dia
desimpedido e condução coercitiva - novo dia, se a testemunha não
comparecer, será realizado julgamento.
 ¹: Viável em comarcas menores, pessoas se conhecem - permite que
testemunha seja encontrada.
 Conferência da urna e das cédulas para saber quais jurados compareceram ou não
o Chamada dos jurados
o Comparecimento de pelo menos 15 jurados
 Pregão
o Art. 463, p. 1º
o Momento das partes apontarem nulidades relativas
o Preclusão das nulidades relativas - art. 571, V
 Advertência aos jurados
o Art. 466, caput e parágrafos
 Impedimentos, incompatibilidade (art. 448/449)
 Incomunicabilidade (art. 466)
 Verificação da urna
 Sorteio

04/04/2022

Juízo da Causa - Sessão de julgamento

 Instrução em plenário: os 3 primeiros pontos abaixo seguem a ordem de inquirição,


juiz-presidente, jurados, MP, assistente defensor (art. 473, caput, p. 1º e 2º). A
inquirição é realizada diretamente, sem intermediação de outro autor processual, com
exceção dos jurados (o fazem por meio do intermédio do juiz presidente do tribunal do
júri - receio da quebra da imparcialidade dos jurados).
o Oitiva da vítima
o Testemunha do juízo
o Testemunha da acusação e defesa
o Acareações: surgirá na fase dos trabalhos, se comprovada alguma necessidade.
o Reconhecimento: de pessoas e objetos.
o Esclarecimentos dos peritos:
 Prévio requerimento das partes - art. 422 c/c artigo 159, p. 5º, I
 Corpo de delito - vestígios deixados pela parte delituosa. Devem ser
submetidos ao exame pericial, materializado pela apresentação de
laudo, sob a responsabilidade de um profissional técnico que esclarece
as principais questões que escapam do conhecimento dos jurados e do
juiz-presidente.
o Interrogatório (art. 474)
 Deslocado para a parte final. Reconhece na figura do interrogatório um
momento de manifestação, sobretudo, da defesa. Oportunidade
processual concedida ao acusado para, se ele assim quiser, expor a sua
versão sobre os fatos. Nesse sentido, acaba constituindo um importante
ato de exercício de direito de defesa, especificamente direito de
autodefesa. Oportunizado quando todas as provas tiverem sido
produzidas.
 Juiz deve lembrar ao acusado que ele não é obrigado a responder todas
as perguntas. Nenhuma valoração sobre seu silêncio deverá ocorrer.
Juiz fará, então, as perguntas ao acusado - ele que comanda o
interrogatório. Portanto, é ele que inaugura esse ato processual,
passando, em sequência, aos jurados, órgão acusador, assistente e, por
último, defensor.
 Desistência de testemunha depende da anuência da parte contrária. Princípio da
comunhão das provas, isso significa que uma testemunha arrolada por uma das partes,
passa a integrar o conjunto probatório comum das partes. Isso implica dizer que a
desistência manifestada pela parte que arrolou a oitiva de uma testemunha só terá plena
eficácia processual se a outra parte concordar também com essa desistência.
 Possibilidade de reinquirição da testemunha em debates - art. 476, p. 4 do CPP. Juiz-
presidente pergunta às partes se elas dispensam as testemunhas. Se não dispensarem, a
testemunha deverá ser recolhida novamente em uma sala reservada, onde ela aguardará
sua liberação. Durante os debates, é possível que surja a possibilidade de reinquirição
de uma testemunha.
 É possível a leitura de peças? Provas colhidas por precatória, cautelares, antecipadas ou
não repetíveis (art. 473, p. 3º). Obs: procedimento anterior continha uma fase específica
para a leitura de peças (documentos). Não temos no processo atual uma fase própria,
mas nada impede que haja durante a instrução de plenário - peças que justificariam essa
leitura.
 [blablalblaalbla

Debates em Plenário

 Acusação (MP/Querelante): 1 hora e meia (art. 477, caput). Fundamento: pronúncia


(art. 476, caput). Indicação de circunstâncias agravantes.
 Assistente de acusação - utilizado do tempo para acusação
 Defesa - 1 hora e meia (art. 477, caput)
 Réplica - acusação - 1 hora (art. 476, p. 4º c/c art. 477, caput). Qualquer comentário
sintético é considerado réplica, se não conseguir réplica, basta dizer apenas não.
 Tréplica - defesa - 1 hora (art. 476, p. 4º c/c art. 477, caput)

Mais de um acusado: tempo da acusação e defesa é acrescido em 1 hora para cada -


réplica/tréplica - dobro (art. 477, p. 1º, CPP).
Mais de um acusador ou defensor - distribuição do tempo livremente acordada ou fixada pelo
juiz.

 MP pode requerer a absolvição? Sim, independência funcional. A acusação deverá ser


exposta e o representante do MP deverá justificar as razões que fundamentam o pleito.
Jurados são soberanos. Não existe compulsoriedade/obrigatoriedade dos jurados
acolherem o pedido de absolvição.
 A defesa pode pedir condenação? Sim, desde que a hipótese implique situação mais
benéfica para o réu.
o Se a defesa simplesmente concorda com o pleito acusatório, haverá a
vulneração da ampla defesa. Juiz tem que...
 Dispensa da réplica pela acusação impede a tréplica
 Possibilidade de inovação na tréplica - plenitude de defesa (valoração mais ampla e
significativa que a ampla defesa)
o Faz parte do movimento da dialética processual
o Jurisprudência tem sido incisiva contra essa possibilidade de inovação
 Apartes - prévia solicitação ao juiz - máximo de 3 minutos (art. 497, XII, CPP)
o Interrupções na fala da parte contrária. Devem ser previamente solicitados para
o juiz-presidente.
 Reinquirição de testemunha (art. 476, p. 4º, CP)
 Proibição de leitura de documento novo (art. 479, CPP) nos debates
o Documentos juntados três dias antes da sessão - ciência à parte contrária
o Jornais, vídeos, gravações, fotografias, laudos, quadros croquis podem ser
referidos, desde que respeitado o prazo: violação do art. 479 (provas ilegítimas,
nulidade

Você também pode gostar