Conceito e fontes do

processo penal
Conceito Fontes
Ramo do direito público que tem por De onde vem
finalidade a aplicação, no caso concreto,
Materiais/ de produção
da lei penal outrora violada
 Estado-> União
Infração penal
o Competência privativa
(art. 22, I, CRF/88)
Ius puniendi estatal Formais
 Imediatas
Somente exercível após processo o Norma processual penal
 Mediatas
É a etapa indispensável para que o Não trazem diretamente o direito
estado possa LEGITIMAMENTE processual penal ao mundo, mas
aplicar a lei penal ajudam obliquamente
o Costume
Finalidade
o Princípios gerais do
 Imediata/direta direito
o Fazer valer o ius o Analogia
puniendi estatal Quando há lacuna
 Mediata/indireta legislativa e aplica-se lei
o Obter a paz social similar
 Essa paz teria
sido violada pela
prática da
infração penal
Princípios do direito
processual penal
Princípio da inércia
Juiz não pode dar inicio ao processo
Cabe ao acusador iniciar o processo ->
provocar
Por que?
Para não se confundir acusação
com juiz, manchando a imparcialidade
Desdobramentos
Emendatio libelli
Art. 383, CPP
Juiz pode dar nova definição jurídica ao
fato, ainda que tenha que imputar
penalidade mais gravosa
Isso ocorre porque o réu se defende dos
fatos, não da capitulação jurídica
Ex: Mp denuncia por estelionato, mas
indica nos fatos ter sido uso de fraude
para furtar o bem, O juiz pode
considerar que o fato é furto
qualidficado e condenar por isso
Produção de provas pelo juiz
Não é dado ao juiz tomar as rédeas da
produção probatória, somente podendo
determinar provas ex officio nas
condições do art. 156, CPP
Obs: no juiz de garantias (que se
encontra suspenso), tem inciso que veda
a produção antecipada de provas na fase
investigativa (art. 3-A, CPP)
Princípio do devido processo
legal
CRF, art. 5º, LIV - ninguém será
privado da liberdade ou de seus bens
sem o devido processo legal;
Respeito as normas processuais
previamente estabelecidas (quando em
sentido formal) e de forma a levar a
justiça a sociedade (material)
No processo penal é sempre necessário
o processo
Princípio do contraditório
CRF, art. 5º, LV - aos litigantes, em
processo judicial ou administrativo, e
aos acusados em geral são assegurados
o contraditório e ampla defesa, com os
meios e recursos a ela inerentes;
Possibilidade de rebater os fatos e os
argumentos trazidos pela outra parte
Princípio da ampla defesa
CRF, art. 5º, LV - aos litigantes, em
processo judicial ou administrativo, e
aos acusados em geral são assegurados
o contraditório e ampla defesa, com os
meios e recursos a ela inerentes;
Direito de se defender em todas as
formas possíveis
Subdivide-se em:
Defesa técnica
Defesa feita por profissional
legalmente habilitado ou defensor
público
Absolutamente indispensável e
irrenunciável no processo penal
 Mesmo que o réu não se
manifeste  defesor nomeado
Autodefesa
Realizada direta e pessoalmente
na qualidade de réu
Ocorre no interrogatório, quando
pode acompanhar produção de provas
etc
Pode não ser exercida -> é uma
faculdade
Direito
 De audiência
o De ser ouvido perante
juiz
 De presença
o De estar presente em
todos os momentos do
processo
 Capacidade postulatória
autônoma excepcional
o Postular em juízo sem
defensor técnico
Ex: HC, apelação
Princípio da presunção de
inocência/não culpabilidade
CRF, art. 5º, LVII - ninguém será
considerado culpado até o trânsito em
julgado de sentença penal condenatória;
Regra probatória (de julgamento)
Ônus de provar a culpa do
acusado é da acusação
Gera o princípio in dubio pro
reo
Na dúvida, decide-se
favoravelmente ao acusado
Art. 386, VI, CPP ->
fundada dúvida acerca de excludentes
Regra de tratamento
O fato de estar respondendo ao
processo penal não pode gerar desvalor
Duas dimensões
Dimensão Interna
Tem que ser tratado como
inocente durante o processo penal
Dimensão Externa
Fora da persecução penal
Ex: fato de responder a processo
não pode ser usado para aumentar pena
(Súmula 444, STJ)
Ex: o fato de responder a
processo não pode gerar eliminação em
concurso
Situações
Execução provisória da pena
O SSTF já relativizou quanto a
condenação em 2ª instância, mas em
novembro de 2019 voltou ao
entendimento de que não pode haver a
execução provisória antes do trânsito
em julgado
Obs: o Pacote Anticrime, no art.
492, I, “e”, CPp altera quanto as
providências de sentenças condenatórias
em rito de júri, no caso que a pena seja
maior ou igual a quinze (15) anos,
podendo o juiz determinar a execução
provisória, ante a soberania dos
veredictos. No entanto o STF ainda não
se posicionou.
Inquéritos policias e ações penais em
curso
Não podem configurar como
maus antecedentes
Súmula 444, STJ é vedada a
utilização de inquéritos policias e ações
penais em curso para agravar a pena-
base.
Regressão de regime pela prática de serve controle para a atuação
novo crime judicial
O STF já pacificou o saber se a fundamentação é
entendimento que não precisa aguardar idônea
o trânsito em julgado
permitir a ampla defesa material
Revogação do SURSIS processual pela
decisão de recebimento da
prática de novo crime
denúncia/queiza
O STF já pacificou o
para o STJ não necessita de
entendimento que não precisa do
fundamentação completa
trânsito em julgado
fundamentação referida/per relacionem
Prisões cautelares
é admitida
Não viola
desde que não seja usada de
Não é prisão pena, fundada na culpa,
forma integral
mas sobre o risco da liberdade do
acusado representa decisões proferidas pelos jurados do
Tribunal do Júri
Princípio da obrigatoriedade de
fundamentação das decisões e sistema de íntima convicção
da publicidade mas o juiz tem que fundamentar
a dosimetria
CRF, art. 93, IX todos os julgamentos
dos órgãos do Poder Judiciário serão princípio da paridade de armas/
públicos, e fundamentadas todas as
Isonomia processual
decisões, sob pena de nulidade,
podendo a lei limitar a presença, em par conditio
determinados atos, às próprias partes e a
igualdade de condições as partes
seus advogados, ou somente a estes, em
casos nos quais a preservação do direito (formal + material)
à intimidade do interessado no sigilo
Ex: Defensoria e prazo em dobro
não prejudique o interesse público à
informação; Parte da doutrina entende como
mitigado na ação penal pública a
Publicidade
Pois nessa há um desequilíbrio
a publicidade impera, mas não é
natural de forças, já que o MP atua
absoluta
como Estado e como fiscal da lei
é restringível para
Princípio do duplo grau de
 somente aos procuradores das jurisdição
partes (acesso dos procuradores
não é restringível) Direito a revisão de decisão juidical por
 público em geral outro órgão do Poder Judiciário

obrigatoriedade de fundamentação Baseado na ideia de falha

humana
Não tem previsão constitucional Princípio da vedação a
expressa autoincriminação
Previsto expressamente no Pacto de San
Nemo tenetur se detegere
jOse da Cota Rica
Não é absoluto Não pode ser compelido a produzir
prova contra o seu interesse
 Existem casos de
competência originária Refere-se a participação ativa
do STF Direito ao silêncio
Princípio do juiz natural Direito de ficar calado
CRF, art. 5º, LIII - ninguém será Não responder as perguntas
processado nem sentenciado senão pela formuladas
autoridade competente;
Ser informado sobre a existência desse
Obs: certos doutrinadores também direito
entendem que dá o princípio do
promotor natural Não ser prejudicado pelo exercício do
direito ao silêncio
Direito de ser processado e julgado pelo
órgão jurisdicional previamente Inexigibilidade de dizer a verdade
estabelecido como competente Direito de não ser compelido a praticar
Busca vedara a escolha casuística do comportamento ativo
juiz Quando é meramente ativo, pode
Veda a criação de tribunais de exceção obrigar

Necessidade de estabelecimento Ex: audiência de

de regras prévias e abstratas de comparecimento
definição da competência jurisdicional
Princípio do non bis in idem
A especialização de varas criminais não
Ninguém pode ser punido duplamente
viola
pelo mesmo fato
S. 704, STF: Não viola as garantias a
Ninguém pode ser processado duas
atração de corréu ao foro privilegiado
vezes pelo mesmo fato
do outro corréu por conexão ou
continência Não pode usar o mesmo fato, condições,
ou circuntâncias duas vezes
Princípio da vedação as provas
ilícitas  Mesmo com as novas
provas sobre
CRF, art. 5º LVI - são inadmissíveis, no majorantes/qualificadora
processo, as provas obtidas por meios s
ilícitos;  Somente quando a
decisão faz coisa julgada
A busca pela verdade real tem limites material

Não vale tudo

 Ex: decisão de Contraditório e ampla defesa quase
impronúncia não faz inexistentes
 Se é elementar não usa
Acusatório (adotado no Brasil)
como
qualificadora/agravante/c Estado democrático
ircunstância
Separação clara entre acusador e
Princípio acusatório julgador

Sistemas processuais Vigora o contraditório, ampla defesa e

isonomia entre as partes
Inquisitivo
Publicidade impera
Regimes autocráticos
Há a possibilidade de recusa do juiz
O poder se concentra nas mãos do
julgador, que acumula as funções de Há restrição à atração do juiz na fase
juiz e acusador investigatória, atuação bastante limitada
a atuação de ofício
Predomina o sigilo procedimental
Misto
Confissão tida como prova máxima
Mescla de determinados aspectos
Processo eminentemente escrito e
sigiloso Obs: com o pacote anticrime, tornou-se
cada vez mais acusatório, deixando
Não há possibilidade de recurso do positivada na lei que esse é o sistema
julgado
 Lei processual no tempo
Art. 2º, CPP , A lei processual penal
aplicar-se-á desde logo, sem prejuízo da
validade dos atos realizados sob a
Se o ato X iniciou a partir da Lei A,
mesmo com a Lei B passando a vigorar,
ele segue a Lei A até acabar
vigência da lei anterior.
A lei B vai ser usada nos próximos atos,
Principio da aplicação imediata como o ato Y
Tempus regit actum Tipos de normas
Normas puramente processuais
Sistemas Cuidam apenas das questões
Teoria da unidade processual processuais

A lei do início do processo segue até o Ex: art. 2º, CPP

final Normas heterotópicas
Teoria das fases processuais Tem conteúdo penal inserido em
A lei se aplica aos processos em curso, lei processual
mas osmente a partir da próxima fase Ex: art. No CPP de causa de extinção de
processual punibilidade
Teoria do isolamento dos atos Aplica o princípio da irretoroartivada da
processuais lei penal e não o art. 2º, CPP
A lei nova se aplica aos processos em Norma mista/híbrida
curso, mas somente aos atos processuais
futuros Possui contéudo penal e conteúdo
processual penal
Ex:
Ex: dentro do CPP tem artigo que se o
Ato X Ato Y réu for citado por hora certa e se não se
defender suspende o curso da prescrição
Lei A e o processo

Lei B Prevalece que a parte penal aplica a

irretroatividade da lei penal, não o art.
2º, CPP
 Lei processual no espaço
especiais que os regulam não
dispuserem de modo diverso.
Art. 1o O processo penal reger-se-á, em
todo o território brasileiro, por este Regra
Código, ressalvados:
Territorialidade
I - os tratados, as convenções e
regras de direito internacional; Exceções

II - as prerrogativas constitucionais Tratados e regras de direito

do Presidente da República, dos internacional
ministros de Estado, nos crimes conexos
com os do Presidente da República, e Prerrogativas constitucionais nos
dos ministros do Supremo Tribunal crimes de reponsabilidade
Federal, nos crimes de responsabilidade
(Constituição, arts. 86, 89, § 2º, e 100); Jurisidição política

III - os processos da competência Justiça Militar

da Justiça Militar;
IV - os processos da competência
do tribunal especial (Constituição, art.
122, no 17);
? e no caso de atos processuais
realizados no exterior e relativamente a
processos tramitando no BR?

V - os processos por crimes de

imprensa. (Vide ADPF nº 130) Utiliza-se a lei local

Parágrafo único. Aplicar-se-á,

entretanto, este Código aos processos
referidos nos nos. IV e V, quando as leis
 Interpretação e integração
Art. 3o A lei processual penal
admitirá interpretação extensiva e
aplicação analógica, bem como o
suplemento dos princípios gerais de
direito.

Permite-se a interpretação extensiva

Interprete considera que a norma
disse menos do que queria dizer
Ex: extorsão mediante sequestro
-> engloba também cárcere de privado
Aplicação analógica = analogia
Uso de norma prevista para caso
similar
Casos onde há lacuna legislativa