Processo Civil I – Conhecimento José Tadeu Xavier
PROCEDIMENTO COMUM
O QUE É 2.
(Câmara, p. 204) Chama-se processo de conhecimento
ao processo de sentença, isto é, ao processo que tem
por objeto imediato a prolação de uma sentença de
mérito através da qual se declara a existência ou 3.
inexistência do direito material afirmado pelo
demandante. A expressão processo de conhecimento –
é bom que se registre – é empregada muitas vezes para
designar o que é apenas a fase de conhecimento de um 4.
processo sincrético (assim entendido aquele processo
que se desenvolve através de duas diferentes fases, a
primeira cognitiva e a segunda executiva, conhecida
esta última no jargão processual brasileiro como
“cumprimento de sentença”).
CARACTERÍSTICAS
→ Aplicação genérica/procedimento padrão (art.
318);
→ Regulado de forma completa e exaustiva pelo
CPC;
5.
→ Cognição plenária (amplitude das garantias);
→ Aplicação supletiva aos procedimentos
especiais e ao processo de execução (art. 318, §
único).
Enquanto o procedimento especial tem por 6.
características:
→ Cognição sumária;
→ Procedimento sumarizado;
→ Presença de liminares específicas; 7.
→ Aplicação residual do procedimento comum.
FASES
- POSTULATÓRIA: petição inicial, audiência de
conciliação e/ou mediação, defesa do réu – 8.
contestação e reconvenção –, e a réplica.
- SANEAMENTO E ORGANIZAÇÃO : correção
de eventuais vícios/ planejamento da fase
seguinte – fase das provas.
- PROBATÓRIA: provas testemunhal e pericial;
inspeção judicial.
- DECISÓRIA: sentença.
9.
PRINCÍPIOS
1. PRINCÍPIO DA VINCULAÇÃO AOS VALORES
CONSTITUCIONAIS
Art. 1º, CPC. O processo civil será ordenado,
disciplinado e interpretado conforme os
valores e as normas fundamentais
estabelecidos na Constituição da República
03/2023
Federativa do Brasil , observando-se as
disposições deste Código.
PRINCÍPIO DA INÉRCIA DA JURISDIÇÃO
✓ Art. 2º O processo começa por iniciativa da
parte e se desenvolve por impulso oficial,
salvo as exceções previstas em lei.
PRINCÍPIO DA INAFASTABILIDADE DO
ACESSO À JURISDIÇÃO
Art. 3º Não se excluirá da apreciação
jurisdicional ameaça ou lesão a direito.
PRINCÍPIO DO INCENTIVO À ADOÇÃO DE
MÉTODOS DIFERENCIADOS DE
SOLUÇÃO DOS CONFLITOS
Art. 3º, §1º É permitida a arbitragem, na
forma da lei. §2º O Estado promoverá,
sempre que possível, a solução consensual
dos conflitos. §3º A conciliação, a mediação
e outros métodos de solução consensual
de conflitos deverão ser estimulados por
juízes, advogados, defensores públicos e
membros do Ministério Público, inclusive
no curso do processo judicial.
PRINCÍPIO DA RAZOÁVEL DURAÇÃO DO
PROCESSO
Art. 4º As partes têm o direito de obter em
prazo razoável a solução integral do
mérito, incluída a atividade satisfativa.
PRINCÍPIO DA BOA-FÉ PROCESSUAL
Art. 5º Aquele que de qualquer forma
participa do processo deve comportar-se
de acordo com a boa-fé.
PRINCÍPIO DA COOPERAÇÃO
Art. 6º Todos os sujeitos do processo
devem cooperar entre si para que se
obtenha, em tempo razoável, decisão de
mérito justa e efetiva.
PRINCÍPIO DA PRIORIDADE DO
JULGAMENTO DO MÉRITO
Art. 4º As partes têm o direito de obter em
prazo razoável a solução integral do
mérito, incluída a atividade satisfativa.
Art. 6º Todos os sujeitos do processo
devem cooperar entre si para que se
obtenha, em tempo razoável, decisão de
mérito justa e efetiva.
PRINCÍPIO DA IGUALDADE E DO
CONTRADITÓRIO
Art. 7º É assegurada às partes paridade de
tratamento em relação ao exercício de
direitos e faculdades processuais, aos
meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à
aplicação de sanções processuais,
competindo ao juiz zelar pelo efetivo
contraditório.
Processo Civil I – Conhecimento
10. PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO DE DECISÃO
SURPRESA
Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma
das partes sem que ela seja previamente
ouvida. Parágrafo único. O disposto
no caput não se aplica: I - à tutela
provisória de urgência; II - às hipóteses de
tutela da evidência previstas no art. 311,
incisos II e III ; III - à decisão prevista no art.
701 .
Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau
algum de jurisdição, com base em
fundamento a respeito do qual não se
tenha dado às partes oportunidade de se
manifestar, ainda que se trate de matéria
sobre a qual deva decidir de ofício.
11. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
Art. 11. Todos os julgamentos dos órgãos
do Poder Judiciário serão públicos, e
fundamentadas todas as decisões, sob
pena de nulidade. Parágrafo único. Nos
casos de segredo de justiça, pode ser
autorizada a presença somente das partes,
de seus advogados, de defensores públicos
ou do Ministério Público.
PETIÇÃO INICIAL
INTRODUÇÃO
A petição é o primeiro ato para a formação de um
processo judicial é através dela que a parte manifesta a
sua vontade, o seu pedido, tirando o Poder Judiciário da
inércia – Princípio da Inércia da Jurisdição – e assim, o
magistrado desenvolve o processo.
Art. 2º, CPC. O processo começa por
iniciativa da parte e se desenvolve por
impulso oficial, salvo as exceções previstas
em lei.
É a peça mais importante do processo, pois nela consta
o objeto, o conteúdo e o objetivo do processo. Indica a
dimensão subjetiva e objetiva do processo.
→ SUBJETIVA: consubstancia-se na faculdade de
exigir uma ação ou abstenção tendo em vista
uma situação particular;
→ OBJETIVA: determina o objetivo, o modo de
cumprimento e os limites das tarefas do Estado.
REQUISITOS DA PETIÇÃO
Art. 319. A petição inicial indicará:
I - juízo a que é dirigida;
II - os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência
de união estável, a profissão, o número de inscrição no
José Tadeu Xavier 03/2023
Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da
Pessoa Jurídica, o endereço eletrônico, o domicílio e a
residência do autor e do réu;
III - o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;
IV - o pedido com as suas especificações;
V - o valor da causa;
VI - as provas com que o autor pretende demonstrar a
verdade dos fatos alegados;
VII - a opção do autor pela realização ou não de
audiência de conciliação ou de mediação.
§1º Caso não disponha das informações previstas no
inciso II, poderá o autor, na petição inicial, requerer ao
juiz diligências necessárias a sua obtenção.
§2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito
da falta de informações a que se refere o inciso II, for
possível a citação do réu.
§3º A petição inicial não será indeferida pelo não
atendimento ao disposto no inciso II deste artigo se a
obtenção de tais informações tornar impossível ou
excessivamente oneroso o acesso à justiça.
COMPETÊNCIA
DEFINIÇÃO
É conjunto de atribuições outorgadas pela legislação a
determinado órgão jurisdicional.
1. ESCOLHA DA JUSTIÇA COMPETENTE: deve a petição
inicial indicar, antes de tudo, o juízo a que é dirigida.
Significa isto que incumbe ao demandante indicar o
órgão jurisdicional que considera competente para o
processo. A ele, então, o processo será encaminhado (e,
havendo mais de um da mesma espécie na comarca,
seção ou subseção judiciária, far-se-á entre eles a
distribuição).
→ Justiça Estadual;
→ Justiça Federal.
Art. 109, CF. Aos juízes federais compete
processar e julgar: I - as causas em que a
União, entidade autárquica ou empresa
pública federal forem interessadas na
condição de autoras, rés, assistentes ou
oponentes, exceto as de falência, as de
acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça
Eleitoral e à Justiça do Trabalho;
OBS.: Fundações Públicas os
Conselhos Profissionais.
2. LOCAL PARA A PROPOSITURA:
a) Domicilio do réu: ações que envolvem direitos
pessoais (obrigacionais)/reais sobre bem
móvel.
 Processo Civil I – Conhecimento
b) Forum rei sitae: (local da situação da coisa)
ações que envolvem direitos reais sobre bens
imóveis.
c) Prerrogativas de competência: art. 52, CPC. É
competente o foro de domicílio do réu para as
causas em que seja autor Estado ou o Distrito
Federal.
QUEM PODE SER AUTOR/RÉU?
1) SUJEITOS DE DIREITO: pessoas naturais e as pessoas
jurídicas.
2) ENTES DESPERSONALIZADOS: massa falida, espólio,
herança jacente, herança vacante, sociedades de fato,
associações de fato, condomínio, nascituro.
ATUAÇÃO DA PESSOA CASADA PRECISA DA
ANUÊNCIA DO CÔNJUGE?
Art. 73, CPC. O cônjuge necessitará do
consentimento do outro para propor ação que
verse sobre direito real imobiliário, salvo
quando casados sob o regime de separação
absoluta de bens. §1º Ambos os cônjuges serão
necessariamente citados para a ação: I - que
verse sobre direito real imobiliário, salvo
quando casados sob o regime de separação
absoluta de bens;
§2ºNas ações possessórias, a participação do
cônjuge do autor ou do réu somente é
indispensável nas hipóteses de composse ou de
ato por ambos praticado.
3º Aplica-se o disposto neste artigo à união
estável comprovada nos autos.
OBS.: Direitos reais – art. 1.225, CC.
III – FATO E FUNDAMENTOS JURÍDICOS
CAUSA DE PEDIR
Deve a petição inicial conter a descrição dos fatos que
compõem a causa de pedir (remota e próxima), isto é,
dos fatos constitutivos do direito deduzido pelo
demandante e dos fatos geradores do interesse de
agir. O autor deve indicar qual o direito aplicável ao
caso posto à apreciação do juiz. Não é necessária a
indicação do dispositivo legal, mas das regras gerais e
abstratas das quais se pretende extrair a consequência
jurídica postulada. A indicação do direito aplicável não
vincula o juiz, que conhece o direito e pode valer-se de
regras diferentes daquelas apontadas na petição inicial.
OBS.: O SISTEMA PROCESSUAL ADOTA A
TEORIA DA SUBSTANCIAÇÃO: COMBINAÇÃO
DE FATOS MAIS FUNDAMENTOS JURÍDICOS.
CAUSA DE PEDIR REMOTA CAUSA DE PEDIR PRÓXIMA
José Tadeu Xavier 03/2023
IV – O PEDIDO COM AS SUAS ESPECIFICAÇÕES
Chama-se pedido à manifestação processual da
pretensão, isto é, o ato pelo qual o demandante declara,
perante o juízo, o resultado que pretende obter com o
processo. Como regra geral, o pedido deve ser certo e
determinado.
PEDIDO CERTO
Aquele explícito; expressa o que se quer. Regra geral.
Art. 322. O pedido deve ser certo.
§1º Compreendem-se no principal os juros
legais, a correção monetária e as verbas de
sucumbência, inclusive os honorários
advocatícios.
PEDIDO IMPLÍCITO
• Correção monetária;
Exceções à regra: • Juros moratórios;
situações autorizadas • Ônus sucumbenciais:
pelo legislador.
ressarcimento das custas;
honorários advocatícios; despesas
processuais, honorários periciais.
§2º A interpretação do pedido considerará
o conjunto da postulação e observará o
princípio da boa-fé.
Art. 323. Na ação que tiver por objeto
cumprimento de obrigação em prestações
sucessivas, essas serão consideradas
incluídas no pedido, independentemente
de declaração expressa do autor, e serão
incluídas na condenação, enquanto durar a
obrigação, se o devedor, no curso do
processo, deixar de pagá-las ou de
consigná-las.
• Nas obrigações de prestações
contínuas os valores que se
vencerem no curso da ação
representam pedido implícito.
PEDIDO DETERMINADO
Aquele específico, via de regra, o pedido é interpretado
restritivamente; não se considera incluído aquilo que
não tenha sido expressamente postulado. Relativo a
quanto ou como se quer.
Art. 324. O pedido deve ser determinado.
§1º É lícito, porém, formular pedido
– EXCEÇÃO – genérico:
PEDIDO GENÉRICO/ I - nas ações universais, se o autor não
INDETERMINADO puder individuar os bens demandados;
II - quando não for possível determinar,
desde logo, as consequências do ato ou do
fato;
Processo Civil I – Conhecimento José Tadeu Xavier
III - quando a determinação do objeto ou
do valor da condenação depender de ato
que deva ser praticado pelo réu.
§2º O disposto neste artigo aplica-se à
reconvenção.
CLASSIFICAÇÃO DO PEDIDO
SIMPLES
O autor formula um só pedido de tutela jurisdicionada.
Exemplos: ação de indenização por dano material; ação
de cobrança de um valor especifico; ação de
investigação de paternidade; ação de reintegração de
posse.
CUMULADO
Realização de mais de um pedido. Iniciativa que vai ao
encontro da eficiência do processo já que permite,
muitas vezes, com a mesma atividade jurisdicional (e a
partir da mesma petição inicial), solucionar, de uma só
vez, diversos conflitos. Exemplos: ação de indenização
por danos materiais e morais; ação de cobrança de
várias dívidas; ação de investigação de paternidade com
pedido de condenação em alimentos; ação de
investigação de paternidade com petição de herança;
ação de reintegração de posse cumulada com perdas e
danos.
Art. 327, §1º São requisitos de
admissibilidade da cumulação que: I - os
pedidos sejam compatíveis entre si; II - seja
competente para conhecer deles o mesmo
juízo; III - seja adequado para todos os
pedidos o tipo de procedimento.
§2º Quando, para cada pedido,
corresponder tipo diverso de
procedimento, será admitida a cumulação
se o autor empregar o procedimento
comum, sem prejuízo do emprego das
técnicas processuais diferenciadas previstas
nos procedimentos especiais a que se
sujeitam um ou mais pedidos cumulados,
que não forem incompatíveis com as
disposições sobre o procedimento comum.
TIPOS DE CUMULAÇÕES DE PEDIDOS
SIMPLES
Pedido A + pedido B (se quer a procedência
dos dois pedidos). Ex.: ação indenização por
danos material e moral.
Art. 327. É lícita a cumulação, em um único
processo, contra o mesmo réu, de vários
pedidos, ainda que entre eles não haja
conexão.
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ALTERNATIVA
Pedido A ou pedido B. É aquela em que o autor
formula mais de um pedido, mas pede ao juiz o
acolhimento de apenas um, sem manifestar
preferência por este ou aquele. O acolhimento
de um dos pedidos exclui o dos demais: é uma
coisa ou outra. Ex.: ação de cumprimento do
contrato ou de ressarcimento das perdas e
danos.
SUBSIDIÁRIA
Pedido principal e um pedido subsidiário, que
somente será analisado se o primeiro não for
acolhido. Ex.: ação de cumprimento do contrato
e, subsidiariamente, a condenação de danos.
Art. 326. É lícito formular mais de um
pedido em ordem subsidiária, a fim de que
o juiz conheça do posterior, quando não
acolher o anterior.
SUCESSIVA
Mais de um pedido, no entanto o acolhimento
de uns, depende do acolhimento de outros, já
que as pretensões guardam entre si relação de
prejudicialidade. Existe conexão entre os
pedidos. Ex.: ação de investigação de
paternidade cumulada com alimentos; ação de
investigação de paternidade cumula com
petição de herança.
EXEMPLOS DE CUMULAÇÃO INDEVIDA
1. Cumulação indevida de pedidos por serem
contraditórios: ação de anulação de contrato cumulada
com a cobrança do contrato.
2. Cumulação indevida em face da competência diversa:
ação na qual o empregado busca pagamento de horas
extras e cobrança de empréstimo.
3. Cumulação indevida em face do tipo de
procedimento: ação de mandado de segurança
cumulado com pedido de indenização.
4. Cumulação de pedidos de procedimento especial
com procedimento comum: ação de revisão de contrato
com pedido de consignação em pagamento; ação de
resolução de contrato com pedido de reintegração de
posse (leasing).
ESTABILIDADE E MODIFICAÇÃO DO PEDIDO
Art. 329. O autor poderá:
I - até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa
de pedir, independentemente de consentimento do réu;
II - até o saneamento do processo, aditar ou alterar o
pedido e a causa de pedir, com consentimento do réu,
assegurado o contraditório mediante a possibilidade de
Processo Civil I – Conhecimento José Tadeu Xavier 03/2023

manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) OBS.: ação de alimento postulando pensão no
dias, facultado o requerimento de prova suplementar. valor de R$100,00 = R$ 1.200,00 (12x o valor
mensal).
V – VALOR DA CAUSA IV - na ação de divisão, de demarcação e de
Art. 291. A toda causa será atribuído valor certo, ainda reivindicação, o valor de avaliação da área ou do bem
que não tenha conteúdo econômico imediatamente objeto do pedido;
aferível. OBS.: valor de avaliação é o valor de mercado.
V - na ação indenizatória, inclusive a fundada em dano
Motivos: moral, o valor pretendido;
→ Custas processuais (custas iniciais do processo); OBS.: no CPC/73 a prática era na ação de
→ Honorários de sucumbência; indenização por dano moral indicar o valor de
→ Definição da competência. alçada e deixar a critério do juiz arbitrar o valor
da indenização. No CPC atual o autor precisa
Exemplo: ação de
indicar o valor que pretende a título de
Regra geral:
cobrança de um indenização por dano e esse corresponderá ao
o valor da causa irá crédito de R$ 100,00,
corresponder ao o valor da causa será valor de causa.
benefício econômico de exatamente
buscado pelo autor. R$100,00. CÁLCULO DO VALOR DEVIDO EM INDENIZAÇÃO POR
DANO MORAL: MÉTODO BINÁRIO
O valor é calculado em 2 fases:
Causas que possuem valor
econômico, o valor da causa será: 1) Precedentes de casos similares e vai definir um valor
• O valor de alçada (critério adotado médio;
OBSERVAÇÃO 2) Analisar a presença de motivos para aumentar ou
em Justiças Estaduais em geral - valor
em AGO/2021 no TJRS: R$ 10.935,00.
• Nos demais tribunais que não adotam reduzir o valor.
o critério do valor de alçada, cabe ao
autor fazer a indicação de um valor
aleatório (TRF4).
SÚMULA 326 STJ – Na ação de indenização por
dano moral, a condenação em montante
Art. 292. O valor da causa constará da petição inicial ou inferior ao postulado na inicial não implica
da reconvenção e será: sucumbência recíproca.
I - na ação de cobrança de dívida, a soma
monetariamente corrigida do principal, dos juros de VI - na ação em que há cumulação de pedidos, a
mora vencidos e de outras penalidades, se houver, até quantia correspondente à soma dos valores de todos
a data de propositura da ação; eles;
(OBS.: valor histórico + correção monetária + OBS.: pedido A + pedido B = valor da causa
juros + outros encargos, como cláusula penal). A+B.
II - na ação que tiver por objeto a existência, a validade, VII - na ação em que os pedidos são alternativos, o de
o cumprimento, a modificação, a resolução, a resilição maior valor;
ou a rescisão de ato jurídico, o valor do ato (contrato) VIII - na ação em que houver pedido subsidiário, o valor
ou o de sua parte controvertida (determinada cláusula do pedido principal.
do contrato); §1º Quando se pedirem prestações vencidas e
Exemplos: vincendas, considerar-se-á o valor de umas e outras. §2º
a. Ação de anulação de contrato O valor das prestações vincendas será igual a uma
(erro/dolo/coação/incapacidade) = valor do prestação anual, se a obrigação for por tempo
contrato indeterminado ou por tempo superior a 1 (um) ano, e,
b. Ação de resolução do contrato se por tempo inferior, será igual à soma das prestações.
(inadimplemento) = valor do contrato §3º O juiz corrigirá, de ofício e por arbitramento, o valor
c. Ação de rescisão do contrato (vício da causa quando verificar que não corresponde ao
redibitório) = valor do contrato conteúdo patrimonial em discussão ou ao proveito
d. Ação de revisão de contrato = valor que se econômico perseguido pelo autor, caso em que se
quer reduzir do contrato. procederá ao recolhimento das custas correspondentes.
e. Ação para rescindir parcialmente o contrato
(aquisição de dois bens e um deles tem vício) = Art. 293. O réu poderá impugnar, em preliminar da
valor proporcional ao bem que apresenta vício. contestação, o valor atribuído à causa pelo autor, sob
III - na ação de alimentos, a soma de 12 (doze) pena de preclusão, e o juiz decidirá a respeito, impondo,
prestações mensais pedidas pelo autor; se for o caso, a complementação das custas.
Processo Civil I – Conhecimento José Tadeu Xavier
EMENDA DA PETIÇÃO INICIAL
Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não
preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que
apresenta defeitos e irregularidades capazes de
dificultar o julgamento de mérito, determinará que o
ÚTEIS
autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a
complete, indicando com precisão o que deve ser
corrigido ou completado.
Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o
juiz indeferirá a petição inicial.
POSSIBILIDADES DE ATUAÇÃO DO JUIZ FRENTE A
PETIÇÃO INICIAL
DEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL
Estando a Petição Inicial adequada ou tendo ocorrido a
emenda de forma satisfatória, o juiz vai deferir o
processamento do pedido, recebendo a petição inicial
e determinando a citação do réu.
→ O réu é citado para comparecer à audiência de
conciliação e/ou mediação.
INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL
Extingue o processo sem julgamento do mérito. No
indeferimento da Petição Inicial, a sentença não faz
coisa julgada material, podendo o autor renovar o
pedido, corrigindo vício.
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando:
I - FOR INEPTA: não está apta para produzir um
processo válido; inépcia = vícios do pedido. (§1º)
Considera-se inepta a petição inicial quando:
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir;
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as
hipóteses legais em que se permite o pedido
genérico;
III - da narração dos fatos não decorrer
logicamente a conclusão;
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si.
II - A PARTE FOR MANIFESTAMENTE ILEGÍTIMA:
a) Quando a ilegitimidade for do autor/ativa: o
indeferimento da petição inicial será de plano
(não há como corrigir);
b) Quando a ilegitimidade for do réu/passiva: o juiz
deverá, primeiro, oportunizar a emenda da
petição inicial.
Art. 338. Alegando o réu, na contestação,
ser parte ilegítima ou não ser o responsável
pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao
autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da
petição inicial para substituição do réu.
Parágrafo único. Realizada a substituição, o
autor reembolsará as despesas e pagará os
honorários ao procurador do réu excluído,
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que serão fixados entre três e cinco por
cento do valor da causa ou, sendo este
irrisório, nos termos do art. 85, §8º.
III - O AUTOR CARECER DE INTERESSE PROCESSUAL:
Sem o interesse processual, a demanda não é útil. Sem
essa utilidade, não existem motivos para demandar em
juízo. Exemplos:
a) Propor ação em relação a obrigação ainda não
vencida;
b) O autor deixou de realizar procedimento prévio
antes de propor a ação:
1. nas ações previdências é necessário
primeiro fazer o pedido administrativo;
2. na ação de habeas data é necessário fazer
o pedido de informação administrativo.
IV - NÃO ATENDIDAS AS PRESCRIÇÕES DOS ARTS.
106 E 321 .
Art. 106. Quando postular em causa
própria, incumbe ao advogado: I - declarar,
na petição inicial ou na contestação, o
endereço, seu número de inscrição na
Ordem dos Advogados do Brasil e o nome
da sociedade de advogados da qual
participa, para o recebimento de
intimações; II - comunicar ao juízo qualquer
mudança de endereço. §1º Se o advogado
descumprir o disposto no inciso I, o juiz
ordenará que se supra a omissão, no prazo
de 5 (cinco) dias, antes de determinar a
citação do réu, sob pena de indeferimento
da petição.
Art. 321. (Emenda da Petição Inicial)
Art. 330, §2º Nas ações que tenham por
objeto a revisão de obrigação decorrente
de empréstimo, de financiamento ou de
alienação de bens, o autor terá de, sob
pena de inépcia, discriminar na petição
inicial, dentre as obrigações contratuais,
aquelas que pretende controverter, além
de quantificar o valor incontroverso do
débito. §3º Na hipótese do §2º, o valor
incontroverso deverá continuar a ser pago
no tempo e modo contratados.
OBSERVAÇÕES
a) A decisão de indeferimento da petição inicial tem a
natureza de sentença, pois implica em extinção do
processo.
b) Nesta hipótese a sentença vai extinguir o processo
sem julgamento do mérito.
Processo Civil I – Conhecimento
c) Será possível, portanto, o autor corrigir o vício formal
que acarretou o indeferimento da petição inicial, e
propor nova ação.
d) Considerando que a decisão que indefere a Petição
Inicial é uma sentença que extingue o processo, o
recurso adequado é o de apelação.
Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor
poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo
de 5 (cinco) dias, retratar-se. §1º Se não
houver retratação, o juiz mandará citar o
réu para responder ao recurso. §2º Sendo
a sentença reformada pelo tribunal, o
prazo para a contestação começará a
correr da intimação do retorno dos autos,
observado o disposto no art. 334 .§3º Não
interposta a apelação, o réu será intimado
do trânsito em julgado da sentença.
CONCLUSÕES:
a. A retratação é efetivamente uma faculdade do julgador. O julgador não
precisa justificar indicando motivo pelo qual não vai se retratar. E, também é
possível que o julgador se retrate mesmo que o apelante não tenha postulado a
retratação.
b. A decisão do juiz no sentido de não se retratar não é passível de recurso.
c. O CPC estabelece o prazo de 5 dias (úteis) para o juiz se retratar, porém se
trata de prazo impróprio.
d. Se retratar significa receber a petição inicial que entes foi
indeferida, e determinar a citação do réu.
JULGAMENTO DE IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO
PEDIDO
Em alguns casos excepcionais, admite-se a prolação de
sentença de mérito logo ao início do processo, sem
sequer haver necessidade de citação do demandado.
Evidentemente, tal sentença terá de ser de
improcedência do pedido, rejeitando-se, pois, a
pretensão do autor (o que faz com que, não obstante
não tenha sido o réu citado, não haja para este qualquer
prejuízo, já que o resultado do processo será o melhor
resultado possível para o demandado).
Só é possível o julgamento liminar de improcedência
em “causas que dispensem a fase instrutória” (art.
332, caput), isto é, naqueles processos em que não
haverá necessidade de produção de prova, por não
haver controvérsia a respeito de questões fáticas. Além
disso, é preciso que a causa se enquadre em alguma das
José Tadeu Xavier 03/2023
hipóteses previstas nos quatro incisos do art. 332 ou em
seu §1º. (Câmara, p. 218)
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase
instrutória, o juiz, independentemente da
citação do réu, julgará liminarmente
improcedente o pedido que contrariar:
I - enunciado de súmula do Supremo
Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de
Justiça;
II - acórdão proferido pelo Supremo
Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal
de Justiça em julgamento de recursos
repetitivos;
III - entendimento firmado em incidente de
resolução de demandas repetitivas (IRDR)
ou de assunção de competência (AC);
IV - enunciado de súmula de tribunal de
justiça sobre direito local. §1º O juiz
também poderá julgar liminarmente
improcedente o pedido se verificar, desde
logo, a ocorrência de decadência ou de
prescrição.
A sentença tem aptidão para produzir coisa julgada
material, ou seja, o autor não poderá propor uma outra
ação renovando o pedido.
REQUISITOS PARA O JULGAMENTO DE
IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO
a) Ações em que não se faça necessária a fase instrutória
(ações de direito);
b) Ainda não ter ocorrido a citação do réu;
c) Contrariedade da pretensão ao autor a texto de
súmula, acórdão de recurso repetitivo, tese firmada
em IRDR/AC...;
d) O julgamento de improcedência liminar somente
pode ser de improcedência;
e) O julgamento de improcedência liminar do pedido
pressupõe processo sem vícios de forma.
OBSERVAÇÕES
a) A prescrição (sempre prevista em lei) e a
decadência (quando prevista em lei) são
questões de ordem pública.
b) O julgamento de improcedência liminar do
pedido em função da prescrição ou decadência
é uma exceção ao princípio da proibição de
decisão surpresa.
Art. 487, parágrafo único. Ressalvada a
hipótese do §1º do art. 332 , a prescrição e
a decadência não serão reconhecidas sem
que antes seja dada às partes oportunidade
de manifestar-se.
c) A decadência que o juiz pode conhecer de
oficio é a decadência prevista em lei.
 Processo Civil I – Conhecimento José Tadeu Xavier
CITAÇÃO DO RÉU
A citação do réu é o ato pelo qual se dá ciência ao réu
da propositura da ação. É o que vincula as partes, pois
até então, o processo era somente do autor. É de
caráter instrumental.
Art. 238. Citação é o ato pelo qual são
convocados o réu, o executado ou o
interessado para integrar a relação
processual.
OBSERVAÇÕES
a) A regra geral é a citação do réu para comparecer
à audiência de conciliação ou mediação.
b) A citação será para contestar quando não for caso
que permita conciliação (ex.: citação da Fazenda
Pública).
c) Nas hipóteses de indeferimento da Petição Inicial
de Julgamento Liminar de Improcedência,
havendo recurso de apelação a citação do réu
será para responder ao recurso.
Art. 332, §2º, CPC. Não interposta a
apelação, o réu será intimado do trânsito
em julgado da sentença, nos termos do art.
241 . §3º Interposta a apelação, o juiz
poderá retratar-se em 5 (cinco) dias. §4º Se
houver retratação, o juiz determinará o
prosseguimento do processo, com a
citação do réu, e, se não houver retratação,
determinará a citação do réu para
apresentar contrarrazões, no prazo de 15
(quinze) dias.
d) Sendo alcançado o objetivo da citação, é sanado
qualquer vício.
EFEITOS DA CITAÇÃO
Art. 240. A citação válida, ainda quando ordenada por
juízo incompetente, induz litispendência, torna litigiosa
a coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o
disposto nos arts. 397 e 398 da Lei nº 10.406, de 10 de
janeiro de 2002 (Código Civil) .
acontece §1º A interrupção da prescrição, operada
quando dois pelo despacho que ordena a citação, ainda
processos que proferido por juízo incompetente,
idênticos estão
retroagirá à data de propositura da ação.
em curso ao
mesmo tempo. §2º Incumbe ao autor adotar, no prazo de
10 (dez) dias, as providências necessárias
para viabilizar a citação, sob pena de não
se aplicar o disposto no §1º. §3º A parte não
será prejudicada pela demora imputável
exclusivamente ao serviço judiciário. §4º O
efeito retroativo a que se refere o §1º
aplica-se à decadência e aos demais prazos
extintivos previstos em lei.
03/2023
FORMAS DE CONSTITUIÇÃO EM MORA
a) MORA AUTOMÁTICA – ex re: decorre de cláusula
contratual. O contrato prevê a data para o
cumprimento da prestação. Ex.: dia 5, pagamento do
aluguel.
b) MORA POR INTERPELAÇÃO – ex persona: não há
cláusula contratual. O contrato não prevê a data para
o cumprimento da obrigação, sendo necessário
notificar o devedor. Ex.: contrato de comodato,
empresta uma colheitadeira.
c) MORA NO ATO ILÍCITO: os efeitos da mora
retroagem a data do ato ilícito. (Art. 398. Nas
obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o
devedor em mora, desde que o praticou).
d) MORA DECORRENTE DA CITAÇÃO: regra
supletiva/subsidiária. Ocorre nos demais casos, afora
os anteriores.
OBSERVAÇÕES
a) O despacho ordenando a citação, retroagindo a
data da propositura da ação vai interromper a
contagem do prazo de prescrição;
b) Interromper significa recomeçar do início (do
zero);
c) A interrupção da prescrição se mantém durante
todo o curso do processo e a nova contagem do
prazo recomeça com o trânsito em julgado deste
processo.
COMO SERÁ FEITA A CITAÇÃO
Art. 246, CPC. A citação será feita preferencialmente por
meio eletrônico, no prazo de até 2 (dois) dias úteis,
contado da decisão que a determinar, por meio dos
endereços eletrônicos indicados pelo citando no banco
de dados do Poder Judiciário, conforme regulamento
do Conselho Nacional de Justiça.
§1º-A A ausência de confirmação, em até 3 (três) dias
úteis, contados do recebimento da citação eletrônica,
implicará a realização da citação:
I - pelo correio;
II - por oficial de justiça;
III - pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando
comparecer em cartório
IV - por edital.
§ 1º-B Na primeira oportunidade de falar nos autos, o
réu citado nas formas previstas nos incisos I, II, III e IV
do §1º-A deste artigo deverá apresentar justa causa para
a ausência de confirmação do recebimento da citação
enviada eletronicamente.
§1º-C Considera-se ato atentatório à dignidade da
justiça, passível de multa de até 5% (cinco por cento) do
valor da causa, deixar de confirmar no prazo legal, sem
justa causa, o recebimento da citação recebida por meio
eletrônico.
Processo Civil I – Conhecimento José Tadeu Xavier
§1º As empresas públicas e privadas são obrigadas a
manter cadastro nos sistemas de processo em autos
eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e
intimações, as quais serão efetuadas preferencialmente
por esse meio. §2º O disposto no §1º aplica-se à União,
aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios e às
entidades da administração indireta. §3º Na ação de
usucapião de imóvel, os confinantes serão citados
pessoalmente, exceto quando tiver por objeto unidade
autônoma de prédio em condomínio, caso em que tal
citação é dispensada. §5º As microempresas e as
pequenas empresas somente se sujeitam ao disposto
no § 1º deste artigo quando não possuírem endereço
eletrônico cadastrado no sistema integrado da Rede
Nacional para a Simplificação do Registro e da
Legalização de Empresas e Negócios (Redesim). §6º
Para os fins do §5º deste artigo, deverá haver
compartilhamento de cadastro com o órgão do Poder
Judiciário, incluído o endereço eletrônico constante do
sistema integrado da Redesim, nos termos da legislação
aplicável ao sigilo fiscal e ao tratamento de dados
pessoais.
CITAÇÃO POR CORREIO
Art. 247. A citação será feita por meio eletrônico ou pelo
correio para qualquer comarca do país, exceto:
I - nas ações de estado, observado o disposto no art.
695, §3º;
II - quando o citando for incapaz;
III - quando o citando for pessoa de direito público;
IV - quando o citando residir em local não atendido pela
entrega domiciliar de correspondência;
V - quando o autor, justificadamente, a requerer de
outra forma.
Art. 249. A citação será feita por meio de oficial de
justiça nas hipóteses previstas neste Código ou em lei,
ou quando frustrada a citação pelo correio.
CITAÇÃO POR HORA CERTA
Art. 252. Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça
houver procurado o citando em seu domicílio ou
residência sem o encontrar, deverá, havendo suspeita
de ocultação, intimar qualquer pessoa da família ou, em
sua falta, qualquer vizinho de que, no dia útil imediato,
voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar.
Parágrafo único. Nos condomínios edilícios ou nos
loteamentos com controle de acesso, será válida a
intimação a que se refere o caput feita a funcionário da
portaria responsável pelo recebimento de
correspondência.
Art. 253. No dia e na hora designados, o oficial de
justiça, independentemente de novo despacho,
comparecerá ao domicílio ou à residência do citando a
03/2023
fim de realizar a diligência. §1º Se o citando não estiver
presente, o oficial de justiça procurará informar-se das
razões da ausência, dando por feita a citação, ainda que
o citando se tenha ocultado em outra comarca, seção
ou subseção judiciárias. §2º A citação com hora certa
será efetivada mesmo que a pessoa da família ou o
vizinho que houver sido intimado esteja ausente, ou se,
embora presente, a pessoa da família ou o vizinho se
recusar a receber o mandado. §3º Da certidão da
ocorrência, o oficial de justiça deixará contrafé com
qualquer pessoa da família ou vizinho, conforme o caso,
declarando-lhe o nome. §4º O oficial de justiça fará
constar do mandado a advertência de que será
nomeado curador especial se houver revelia.
Art. 254. Feita a citação com hora certa, o escrivão ou
chefe de secretaria enviará ao réu, executado ou
interessado, no prazo de 10 (dez) dias, contado da data
da juntada do mandado aos autos, carta, telegrama ou
correspondência eletrônica, dando-lhe de tudo ciência.
CITAÇÃO POR EDITAL MEIO EXCEPCIONAL
Art. 256. A citação por edital será feita:
I - quando desconhecido ou incerto o citando;
II - quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em
que se encontrar o citando;
III - nos casos expressos em lei.
§1º Considera-se inacessível, para efeito de citação por
edital, o país que recusar o cumprimento de carta
rogatória. §2º No caso de ser inacessível o lugar em que
se encontrar o réu, a notícia de sua citação será
divulgada também pelo rádio, se na comarca houver
emissora de radiodifusão. §3º O réu será considerado
em local ignorado ou incerto se infrutíferas as tentativas
de sua localização, inclusive mediante requisição pelo
juízo de informações sobre seu endereço nos cadastros
de órgãos públicos ou de concessionárias de serviços
públicos.
Art. 258. A parte que requerer a citação por edital,
alegando dolosamente a ocorrência das circunstâncias
autorizadoras para sua realização, incorrerá em multa
de 5 (cinco) vezes o salário-mínimo. Parágrafo único. A
multa reverterá em benefício do citando.
Processo Civil I – Conhecimento José Tadeu Xavier
AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO
E/OU MEDIAÇÃO
INTRODUÇÃO
Importantíssima alteração promovida pelo CPC de 2015
está no ato seguinte ao juízo positivo de
admissibilidade da petição inicial. A busca pela solução
consensual dos conflitos vem prevista como norma
fundamental do processo civil. A eventual conciliação
nessa fase ainda inicial do processo se ajusta
ao princípio econômico, já que o poupará de avançar a
fases mais adiantadas.
Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos
essenciais e não for o caso de improcedência liminar do
pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de
mediação com antecedência mínima de 30 (trinta) dias,
devendo ser citado o réu com pelo menos 20 (vinte)
dias de antecedência.
§1º O conciliador ou mediador, onde houver, atuará
necessariamente na audiência de conciliação ou de
mediação, observando o disposto neste Código, bem
como as disposições da lei de organização judiciária. §2º
Poderá haver mais de uma sessão destinada à
conciliação e à mediação, não podendo exceder a 2
(dois) meses da data de realização da primeira sessão,
desde que necessárias à composição das partes. §3º A
intimação do autor para a audiência será feita na pessoa
de seu advogado.
§4º A audiência não será realizada:
I - se ambas as partes manifestarem, expressamente,
desinteresse na composição consensual;
II - quando não se admitir a autocomposição.
§5º O autor deverá indicar, na petição inicial, seu
desinteresse na autocomposição, e o réu deverá fazê-
lo, por petição, apresentada com 10 (dez) dias de
antecedência, contados da data da audiência.
§6º Havendo litisconsórcio, o desinteresse na realização
da audiência deve ser manifestado por todos os
litisconsortes. PLURALIDADE DE PARTES NA MESMA
AÇÃO
§7º A audiência de conciliação ou de mediação pode
realizar-se por meio eletrônico, nos termos da lei.
§8º O não comparecimento injustificado do autor ou do
réu à audiência de conciliação é considerado ato
atentatório à dignidade da justiça e será sancionado
com multa de até dois por cento da vantagem
econômica pretendida ou do valor da causa, revertida
em favor da União ou do Estado.
§9º As partes devem estar acompanhadas por seus
advogados ou defensores públicos.
§10. A parte poderá constituir representante, por meio
de procuração específica, com poderes para negociar e
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transigir. §11. A autocomposição obtida será reduzida a
termo e homologada por sentença. §12. A pauta das
audiências de conciliação ou de mediação será
organizada de modo a respeitar o intervalo mínimo de
20 (vinte) minutos entre o início de uma e o início da
seguinte.
OBSERVAÇÕES:
- O momento em que é designada a audiência é
quando o juiz despachar a petição inicial (marcar a
data e determinar a citação do réu).
- A audiência será conduzida por um
conciliador/mediador (órgão específico) quando
houve e, caso contrário, pelo próprio juiz da causa.
- O réu é citado para comparecer à audiência e o
autor é intimado para o comparecimento, na
pessoa do seu advogado.
- O desinteresse na audiência deve ser manifestado
expressamente pelas partes: o autor vai se
manifestar na petição inicial e o réu até 10 dias antes
da data designada.
- Se o autor for omisso a respeito da audiência
presume-se a sua concordância.
- Se o autor expressamente se manifestar contra a
audiência mesmo assim o juiz vai designar a sua
realização.
- Nesta última hipótese, se o réu for omisso, a
audiência será realizada; se o réu, em até 10 dias
antes da audiência, se manifestar contrário a ela, a
audiência será cancelada.
- A recusa na realização a audiência é direito
potestativo, ou seja, não precisa de justificativa.
- A multa pelo não comparecimento injustificado é
revertida em favor do Estado quando o processo
tramita na Justiça Estadual e em favor da União
quando tramita na Justiça Federal.
- As partes deverão comparecer acompanhadas de
advogado.
- É possível que a parte seja representada por
representante com poderes para negociar.
- A conciliação poderá ser parcial ou total.
- Se o acordo for parcial ou não houver nenhum
acordo, é aberto o prazo para o réu apresentar a
sua defesa (contestação).
- Se o acordo for integral o juiz irá proferir sentença
extinguindo o processo.