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46 Igualdade Processual
 Art. 5º, CF e art. 7º, CPC.
CPC, Art. 7o É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de
direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos deveres e à
aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório.
 Igualdade processual revela-se na paridade de armas e equilíbrio processual –
neutralizar as desigualdades.
Ex: art. 139, VI, CPC – dilatar prazos processuais – reequilibrar o contraditório.
 Estabelecer distinções – garantia da igualdade.

47 Eficiência
 Art. 37, CF – aplicável a qualquer dos poderes.
 Corolário do devido processo legal.
CPC, Art. 8o Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às
exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da pessoa humana
e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a
eficiência.
 Judiciário: eficiência na administração judiciária e na gestão de um processo (condução
eficiente).
 Versão atualizada do princípio da economia processual.

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 Eficiência diferente de efetividade = eficiência busca atingir um resultado satisfatório e
efetividade busca realizar o direito afirmado e reconhecido judicialmente.
 Pode ser efetivo ser ter eficiência? Sim, demora excessiva. Mas não pode ser eficiente
sem efetividade.
 Função interpretativa.
 Ex: calendário processual (intimação única).

49 Efetividade
 Direitos além de reconhecidos devem ser efetivados.
 Deriva de um sistema completo de tutela executiva.
CPC, Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do
mérito, incluída a atividade satisfativa.
Marinoni – direito à sentença – direito ao provimento jurisdicional mais os meios
executivos capazes de dar efetividade.
Direito Fundamental à Tutela Executiva.

50 Boa-fé Processual
 CF, art 3º, I e III (sociedade solidária e dignidade da pessoa humana).
 Princípio norma da boa-fé (objetiva) – norma de conduta que independe da existência
de boas ou más intenções.
 CPC, Art. 5º – cláusula geral.
Art. 5o Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo

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com a boa-fé.

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 Regras de proteção à boa-fé – Ex: 79 a 81, CPC (litigância de má-fé).
 Função hermenêutica – interpretar conforme este princípio.
 STF – RE 464.963-2 – processo leal pautado na boa-fé. Boa-fé como cláusula do devido
processo legal. Exigência do fair trial – justeza e lealdade. Aplicável também a todas as
partes processuais e sujeitos.

52 Adequação
 Pode ser extraído do devido processo legal e do princípio da inafastabilidade da
jurisdição (garante uma tutela adequada à realidade de direito material).
 Marinoni – princípio da adequação decorre do princípio da efetividade – três dimensões:
- legislativa – a construção legislativa deve permitir um processo adequado ao direito
material.
- jurisdicional – permitir ao juiz adaptar procedimentos às peculiariedades dos mesmos.
- negocial – adequação pelas partes.

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 Critério de adequação:
- subjetivo (adequado aos sujeitos processuais);
- teleológico (conforme os objetivos que o processo visa alcançar);
- objetivo (natureza do direito litigioso – ex: possessórias, busca e apreensão);
- evidência de como se apresenta o direito material no processo – (ex: mandado de
segurança, ação monitória);
- situação processual de urgência – (ex: tutela provisória de urgência).

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 Adequação jurisdicional – princípio da adaptabilidade, elasticidade ou adequação
judicial do procedimento – prossegue na adequação promovida pelo legislador, vez que
este pode ignorar peculiaridades das situações concretas. Ex: Art. 373, §1º, CPC
(redistribuição do ônus da prova).
 Enunciado 107, FPPC – 107. (arts. 7º, 139, I, 218, 437, §2º) O juiz pode, de ofício,
dilatar o prazo para a parte se manifestar sobre a prova documental produzida. (Grupo:
Negócios Processuais)
 Adequação jurisdicional – deve ser precedida de intimação das partes para que estas
não sejam surpreendidas com mudanças no procedimento. Correção de procedimento
inconstitucional.


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Primazia da Decisão de Mérito

 Deve o órgão julgador priorizar a decisão de mérito. Devem ser julgadas: demanda
principal, recurso e a demanda incidental.
 Art. 4º e 6º, CPC – solução integral de mérito.
Art. 4o As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do mérito,
incluída a atividade satisfativa.
Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em
tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
 Dever de preservação da demanda – CPC, Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme
as disposições deste Código, incumbindo-lhe: IX - determinar o suprimento de
pressupostos processuais e o saneamento de outros vícios processuais;
56 Cooperação
 Modelos de processo:
 a) modelo adversarial – disputa entre dois adversários com órgão jurisdicional
relativamente passivo e com função de decidir o caso concreto. Atividade processual
desenvolvida pelas partes em sua maioria. Princípio dispositivo.
 b) modelo inquisitorial – Judiciário é o grande protagonista. Princípio inquisitivo.
Obs: Diferença refere-se a quantidade de poderes dirigida ao juiz.
Obs: Modelo brasileiro não é totalmente adversarial ou inquisitorial. Há equilíbrio –
processo cooperativo.

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 Princípio da cooperação – art 6º, CPC – redimensionamento do contraditório com a
inclusão dos órgãos jurisdicionais no rol dos sujeitos do diálogo processual.
Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em
tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.
 Compartilhamento da atividade cognitiva – a decisão judicial compete apenas ao juiz
(fruto da atividade processual em cooperação).
 Função integrativa.

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 Obs: Costuma-se relacionar o modelo adversarial-dispositivo a regimes democráticos e
o modelo inquisitivo a regimes autoritários. Mas não são sinônimos.
 Garantismo processual ou neoprivatismo processual – garantia do cidadão contra abuso
do Estado pelo aumento dos poderes dos juízes.

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 Manifestações do princípio da cooperação:
 partes – esclarecimento (demanda clara, sem inépcia), lealdade (não litigar de má-fé) e
proteção (não causar danos às partes – 77, VI, CPC).
 magistrado – esclarecimento (esclarecer os pedidos das partes com estas e dever de
esclarecer seus pronunciamentos), lealdade (boa-fé processual), consulta (dever de
intimar as partes para manifestarem-se sobre questões de fato e de direito e poder de
influência) e prevenção (apontar as deficiência das postulações das partes, art. 321,

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influência) e prevenção (apontar as deficiência das postulações das partes, art. 321,
CPC).

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 Limite ao Magistrado – não há um dever de auxílio do juiz. As influências dos
magistrados estão legalmente previstas. Auxílio às partes é dever do
advogado/procurador.

61 Respeito ao Autorregramento da Vontade do Processo


 Pautado na liberdade prevista no art. 5º, CF.
 Tendência: ampliação dos limites da autonomia privada na regulamentação do processo
civil.
 Não significa defender um processo plenamente adversarial. O autorregramento não é
absoluto.
 No CPC há um microssistema de proteção do exercício livre da vontade no processo:
- autocomposição (arts. 165-175, CPC), cláusula geral de negociação processual (art. 190,
CPC) e valorização da vontade com “contratualização” do processo (art. 6º, CPC).
Art. 6o Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em
tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.

62 Confiança
 Subprincípio da segurança jurídica (dimensão subjetiva deste).
 Instrumento de proteção de direito individuais em face do Estado ou de quem exerce
poder.
 Relaciona-se com o princípio da boa-fé.
 Processo judicial – produtor de ato normativo concreto – base de confiança a ser
protegida.
 Produz norma revestida da coisa julgada e produzida pelo contraditório.
Ex: Overruling – mudança de entendimento consolidado no tribunal. Dever de modular a
eficácia da decisão. Dever de uniformizar a jurisprudência. Estabelecimento de regras de
transição para minimizar a quebra da confiança.
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RE 631.240-MG – Relator Min. Roberto Barroso (DJe 10/11/2014)
“RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL. PRÉVIO REQUERIMENTO
ADMINISTRATIVO E INTERESSE EM AGIR. [...]
3. A exigência de prévio requerimento administrativo não deve prevalecer quando o
entendimento da Administração for notória e reiteradamente contrário à postulação do
segurado. [...]
5. Tendo em vista a prolongada oscilação jurisprudencial na matéria, inclusive no Supremo
Tribunal Federal, deve-se estabelecer uma fórmula de transição para lidar com as ações
em curso, nos termos a seguir expostos.
6. Quanto às ações ajuizadas até a conclusão do presente julgamento (03.09.2014), sem
que tenha havido prévio requerimento administrativo nas hipóteses em que exigível, será
observado o seguinte: (i) caso a ação tenha sido ajuizada no âmbito de Juizado Itinerante,
a ausência de anterior pedido administrativo não deverá implicar a extinção do feito; (ii)
caso o INSS já tenha apresentado contestação de mérito, está caracterizado o interesse
em agir pela resistência à pretensão; (iii) as demais ações que não se enquadrem nos itens
(i) e (ii) ficarão sobrestadas, observando-se a sistemática a seguir.

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7. Nas ações sobrestadas, o autor será intimado a dar entrada no pedido administrativo
em 30 dias, sob pena de extinção do processo. Comprovada a postulação administrativa,
o INSS será intimado a se manifestar acerca do pedido em até 90 dias, prazo dentro do
qual a Autarquia deverá colher todas as provas eventualmente necessárias e proferir
decisão. Se o pedido for acolhido administrativamente ou não puder ter o seu mérito
analisado devido a razões imputáveis ao próprio requerente, extingue-se a ação. Do
contrário, estará caracterizado o interesse em agir e o feito deverá prosseguir.
8. Em todos os casos acima – itens (i), (ii) e (iii) –, tanto a análise administrativa quanto a
judicial deverão levar em conta a data do início da ação como data de entrada do
requerimento, para todos os efeitos legais.[...]

65 Regras
 Art 2º, CPC – função jurisdicional deve ser provocada.
Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial,
salvo as exceções previstas em lei.
 Exceções: Arts. 536 e 538, CPC – execução de sentença (fazer, não fazer e dar coisa
diferente de dinheiro).
Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de
fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da
tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente, determinar as
medidas necessárias à satisfação do exequente.
Art. 538. Não cumprida a obrigação de entregar coisa no prazo estabelecido na sentença,
será expedido mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse em favor do
credor, conforme se tratar de coisa móvel ou imóvel.

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 Obs: pagamento de quantia – depende de provocação da parte (art. 513, §1º, CPC).

 função jurisdicional se desenvolve por impulso oficial:


- não impede a desistência da demanda;
- não se estende a fase recursal.
Obs: Súmula 106, STJ: Proposta a ação no prazo fixado para o seu exercício, a demora na
citação, por motivos inerentes ao mecanismo da justiça, não justifica o acolhimento da
arguição de prescrição ou decadência.

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 Obediência à ordem cronológica – art. 12, CPC - aplica-se a decisões finais.
 Art. 12. Os juízes e os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de
conclusão para proferir sentença ou acórdão.
 Alteração do CPC pela Lei nº 13256/16 – juízes estavam engessados ao serem
impedidos de dar decisões em sentenças de acordo com circunstâncias específicas.
 Art. 1046, §5º, CPC – confecção da primeira lista.
 § 5o A primeira lista de processos para julgamento em ordem cronológica observará a

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antiguidade da distribuição entre os já conclusos na data da entrada em vigor deste


Código.

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Exceções à lista cronológica (geram lista própria):
Art. 12, §2º, CPC:
§ 2o Estão excluídos da regra do caput:
I - as sentenças proferidas em audiência, homologatórias de acordo ou de improcedência
liminar do pedido;
II - o julgamento de processos em bloco para aplicação de tese jurídica firmada em
julgamento de casos repetitivos;
III - o julgamento de recursos repetitivos ou de incidente de resolução de demandas
repetitivas;

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IV - as decisões proferidas com base nos arts. 485 (sem resolução do mérito) e 932
(decisões do relator);
V - o julgamento de embargos de declaração;
VI - o julgamento de agravo interno;
VII - as preferências legais e as metas estabelecidas pelo Conselho Nacional de Justiça;
VIII - os processos criminais, nos órgãos jurisdicionais que tenham competência penal;
IX - a causa que exija urgência no julgamento, assim reconhecida por decisão
fundamentada.

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