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Resumo de Teoria Geral do

Processo

Processo e constituição: nova dinâmica Processo e direito material:


processual.
Direito material: está estabelecido no
Alguns conceitos: ordenamento jurídico e impõe direitos
subjetivos. “É o corpo de normas que
“Todo o direito processual, como ramo do disciplinam as relações jurídicas.”
direito público, tem suas linhas
fundamentais traçadas pelo direito “Direito processual envolve a busca pela
constitucional, o qual fixa a estrutura dos concretização de um direito material.” “ É o
órgãos jurisdicionais, garante a distribuição complexo de normas e princípios que regem
da justiça e a efetividade do direito objetivo, tal método de trabalho, ou seja, o exercício
estabelece alguns princípios processuais” conjugado de jurisdição pelo Estado-juiz ou
[...] Teoria geral do processo Cândido R. pelo árbitro, da ação pelo demandante e da
Dinamarco. defesa pelo demandado.”

“A relação entre a Constituição e o processo Norma Processual e Norma Material


pode ser feita de maneira direta, quando a
Lei Fundamental estabelece quais são os Ás vezes um direito pode estar em ambos
direitos e as garantias processuais como o direito ao contraditório. Que é uma
fundamentais, quando estrutura as garantia constitucional e um Principio-
instituições essenciais à realização da norma a ser seguido no processo.
justiça ou, ainda, ao estabelecer
Normas Fundamentais: (Art 1° ao 12°)
mecanismos formais de controle
constitucional. Por outro lado, tal relação Historicidade
pode ser indireta, quando, tutelando
diversamente determinado bem jurídico Neoprocessualismo
(por exemplo, os direitos da personalidade
ou os direitos coletivos ou difusos) ou uma {Duração razoável do processo:
determinada categoria de sujeitos (crianças,
adolescentes, idosos, consumidores etc), dá A demora é constitucional, o processo não
ensejo a que o legislador infraconstitucional necessariamente deve ser célere, não existe
pre-veja regras processuais específicas e prazo para o fim do processo; deve ser
para que o juiz concretize a norma jurídica razoável dentro de suas peculiaridades.
no caso concreto.” Para isso foi dado atenção ao juizado
especial sob a Lei N° 9.099/95 , Lei N°
“A Constituição, como demonstrado no 10.259/01 e Lei 12.253/09 de “pequenas
tópico anterior, é o ponto de partida para a causas”
interpretação e a argumentação jurídicas,
assumindo um caráter fundamental na {Sistema Multi-portas: ( art 3° CPC/15)
construção do neoprocessualismo.”
 Conciliação: Sugestiona a Decisão. Pode
“O grande desafio do neoprocessualismo, ser extrajudicial ou judicial.
imposto pela constitucionalização das  Mediação: Extrai das partes a decisão.
Pode ser extrajudicial ou judicial.
garantias processuais fundamentais, é
 Arbitragem (Lei n° 9.307/96): Não
conciliar a instrumentalidade do processo,
pode obrigar o cumprimento da sua
ampliada na perspectiva dos direitos decisão sem o poder judiciário. Não
fundamentais (arts. 5o, inc. XXXV e cabe recurso.
LXXVIII), com o garantismo.”
{Primazia da analise do mérito: época e qual o código que incide sobre
ele. Ex: sentença de 1973 – intimação
Análise do direito discutido. de 2015.
 Fase do processo: conhecimento de
{Contraditório: pprimeiro grau

Dar oportunidade do outro se manifestar. primeiro grau, fase, a norma será aplicada até
Ampla defesa- as formas de manifestação terminar a fase do processo.
do contraditório; são instrumentos.
Distinção entre norma regra e norma
 Contraditório formal: Participar do principio :
processo.
 Contraditório substancial: Ser escutado “A norma-princípio trás questões de
e ter a capacidade, a oportunidade de validade e peso, ou seja, além de resguardar
influenciar o magistrado. juridicamente um bem, ela ainda nos
 Contraditório efetivo: Possibilidade de remete ao sopesar de valores albergados por
suscitar sem provocações das partes, todo o sistema normativo a que o principio
situações fora do processo ou corresponde. A norma-dispositivo trás
argumentos e etc, porém, agora o juiz apenas sua validade, o que se traduz apenas
com base na cooperação processual tem
na obrigação de cumpri-la.”
o dever de consultar as partes, auxiliar
e esclarecer. “Podemos aferir do que expusemos, que o
ordenamento jurídico não é constituído
{ Cooperação processual:
apenas de regras, e que as mesmas têm que
ser olhadas sob princípios que as regem.”
 Inquisitorial: o magistrado conduz de
acordo com o que busca. CPC 73
“Nesse sentido, observamos que os
 Adversarial: as partes estabelecem a princípios coexistem é por mais que possam
condução do processo. CPC73
proteger as mais variadas situações, jamais
 Cooperativo: Todos buscam cooperar são colidentes, o que há, na verdade, é um
pelo processo. Boa fé objetiva. conflito que se resolve no plano axiológico,
No que tange ao juiz, a cooperação desdobra-se ou seja, como já frisamos, com o sopesar de
em quatro âmbitos: esclarecimento, diálogo valores, onde será verificado o que terá
(consulta), prevenção e auxílio (adequação). prevalência no caso concreto.”

{Ordem cronológica: “Nossa maior referência principiológica é,


sem dúvida, a Constituição Federal, que já
Tentar garantir a isonomia dos processos. inicia sob o princípio da supremacia e, em
seu corpo, nos trás os princípios da
Antes era dever do magistrado seguir a finalidade, resultante social,
ordem, hoje ele tem flexibilidade para prorporcionalidade, razoabilidade, dentre
escolher graças ao CPC/15 e a nova redação outros.”
do artigo 12.
Jurisdição:
Aplicação da Norma Processual:
Conceito:
O Problema era as situações anteriores a
norma. Poder típico do judiciário; “dizer o direito”;
passamos o nosso poder para o Estado,
{Teorias (Direito intertemporal) poder este para resolver os conflitos no caso
concreto; às vezes o legislativo atua com
 Unidade: aplica-se uma única norma
jurisdição.
para todo o processo ( ou código de 73
ou o código de 15)
Obs.: Equivalentes jurisdicionais:
 Isolamento de atos: todos os atos tem
ferramentas e órgãos que “resolvem” o
uma norma jurídica que os regem, tem
que isolar o at0 praticado e descobrir a problema comparando-se a jurisdição
Obs2.: o arbitro não tem jurisdição, poder Está relacionado ao princípio da investidura
coercitivo que o “juiz” tem ( O Estado). ao escolher um arbitro por exemplo
(convenção arbitral art 337) e como um
Obs.: o juiz pode declarar que não se sente confortável
direito a jurisdição pode ser renunciada
para julgar o caso. impedimento ou suspensão.
como no art 337.

“Princípio de origem constitucional,


Características da Jurisdição: previsto no art. 5º, XXXV, da CF/88, que
determina que toda lesão ou ameaça de
É uno , indivisível, imparcial, substituta da direito não poderá ser afastada do
vontade das partes, tende a inércia, lide conhecimento do Poder Judiciário.”
(Trata-se do conflito de interesse),
Monopólio (Somente, um órgão no Brasil “Entretanto existe uma exceção a qual se
possui o poder jurisdicional, o Poder refere às questões da justiça desportivas,
Judiciário. Essa regra não é absoluta, onde há a necessidade do esgotamento das
existem varias exceções como a vias administrativas desportivas para a lide
arbitragem), definitividade (As decisões que seja levada ao Judiciário.”
surgem em decorrência do poder
Outros princípios:
jurisdicional, tem uma capacidade
tornarem imutáveis, o que é chamado de Princípio da inevitabilidade
coisa julgada. Tal fato, ocorre somente após
o transcurso de toda fase recursal “A lide, uma vez levada ao judiciário, não
respeitando o princípio do duplo grau de poderá às partes impedir a decisão do juiz.
jurisdição.) Existindo uma decisão as partes devem
cumpri-la, independente da satisfação das
Princípios da jurisdição: partes sobre ela.”

Princípio da investidura: Obs.: Acaba sendo a substituição da Vontade das


partes.
Para a jurisdição ser exercida é necessário
que alguém seja investido na função. A
Princípio do Juiz Natural:
investidura ocorre através de concurso “Em um Estado Democrático de Direito é
público de provas e títulos, em observância vedado a utilização dos tribunais de
a CF/88. exceções, ou seja, uma corte criada para o
julgamento de um determinado caso
Contudo essa regra não é absoluta tendo
específico.”
algumas exceções, por exemplo, a escolha
dos Ministros do STF ou ingresso nos “Nesse sentido, surge o Princípio do juiz natural
tribunais pelo quinto constitucional[1], que veda a criação de tribunal de exceção, bem
feitos que independem de concurso público. como, determina que o juiz deve ser competente
para julgar, ou seja, ele deve ter a atribuição
Ou seja as formas de investidura são: legal para julgar aquela matéria e pessoa naquele
local.”
 Concurso público;
 Indicação; Princípio da inércia:
 Carreira.
As partes devem provocar a jurisdição, pois ela
Princípio da indelegabilidade: não age de oficio. Esse princípio é considerado
também uma característica da jurisdição.
É vedado ao juiz, que exerce atividade
pública, delegar as suas funções a outra Princípio da aderência ao território
pessoa ou mesmo a outro Poder estatal.
A jurisdição aderirá uma base territorial e será
aplicada nessa base como um estado. Atenção, existem
Princípio da inafastabilidade do tribunais que sua aderência será em todo o território
controle jurisdicional: nacional como o STF.
Espécies de jurisdição O conceito de Competência é subdivido em:
competência absoluta, competência
Há uma divisão interna da jurisdição, feita relativa.
de forma meramente pedagógica, que não
retira a unicidade da jurisdição. Podendo Competência absoluta:
dividi-la em contenciosa e voluntária.
Diz-se por absoluta a competência referente
A jurisdição contenciosa: à matéria e em razão a prerrogativa
funcional, tem seu reconhecimento e pode
 Objetiva a resolver litígios; ocorrer em qualquer tempo ou grau de
 Existe uma lide para ser sanada; jurisdição.
 Os participantes do processo são
partes; Competência relativa
 As decisões fazem coisas julgadas
A competência relativa significa
material (sobre o direito) e formal
competência territorial e aqui prevalece o
(sobre o processo);
interesse da parte que a suscitou. É
 O juiz deve limitar-se as direções
contestada por meio de Exceção de
estabelecida pela lei;
Incompetência em momento próprio e
 É composto através de um
oportuno no processo.
processo;
 Vigora o princípio do dispositivo. Conflito de competência
 Só atua quando provocada.
É o fato de dois ou mais juízes se darem por
Jurisdição voluntária: competentes (conflito positivo) ou
incompetentes (conflito negativo) para o
 Vigora o princípio inquisitivo; julgamento da mesma causa ou de mais de
 É contraditória pois deve ser uma causa. Trata-se de um incidente
provocada; processual originário que deve ser dirigido
 É composta de procedimentos; ao Tribunal competente para apreciar o
 O juiz utiliza a equidade; conflito.
 Faz coisa julgada somente formal;
“Sendo atribuída por determinado juiz ou
 Os participantes do processo são
órgão jurisdicional a competência a outro
interessados;
juiz, caberá a este último, caso não aceite a
 Objetiva uma homologação Estatal
competência que lhe tenha sido imputada e
para negócios jurídicos.
não indique um terceiro juízo como
Competência: competente, a suscitação do conflito de
competência (art. 66 do NCPC, parágrafo
Instituto processual que autoriza e único).”
limita a jurisdição, este instituto parte
da constituição. “A legitimação para a suscitação do conflito
de competência é das partes, do Ministério
Competência é juízo, lugar, foro, local Público, podendo o órgão jurisdicional
de atuação. suscitá-lo de ofício.”

Determina a abrangência da atuação Fixação de competência


jurisdicional.
Art. 42. As causas cíveis serão processadas
{Competência ≠ Jurisdição e decididas pelo juiz nos limites de sua
competência, ressalvado às partes o direito
Diz-se que, a competência é o poder de de instituir juízo arbitral, na forma da lei.
exercer a jurisdição e solucionar o
conflito, atribuído ao magistrado.
Art. 43. Determina-se a competência no ou mais ações houver identidade quanto às
momento do registro ou da distribuição da partes e à causa de pedir, mas o pedido de
petição inicial, sendo irrelevantes as uma, por ser mais amplo, abrange o das
modificações do estado de fato ou de direito demais.
ocorridas posteriormente, salvo quando
suprimirem órgão judiciário ou alterarem a Obs.: Se a ação continente tiver sido proposta
anteriormente, no processo relativo à ação
competência absoluta.
contida será proferida sentença sem resolução
do mérito.
Art. 44. Obedecidos os limites
estabelecidos pela Constituição Federal, a
Litispendência - Novo CPC
competência é determinada pelas normas
previstas neste Código ou em legislação “Tanto no Processo Penal quanto no
especial, pelas normas de organização
Processo Civil a definição de
judiciária e, ainda, no que couber, pelas
litispendência é a mesma. Ocorre
constituições dos Estados.
quando há um litígio pendente de
Art. 45. Tramitando o processo perante julgamento por um juiz. A exceção de
outro juízo, os autos serão remetidos ao litispendência impede a duplicação da
juízo federal competente se nele intervier a ação, ou seja, não poderá ser intentada
União, suas empresas públicas, entidades ação com as mesmas partes e sobre o
autárquicas e fundações, ou conselho de mesmo fato. Assim, por meio da
fiscalização de atividade profissional, na
exceção de litispendência evita-se o "bis
qualidade de parte ou de terceiro
in idem".
interveniente, exceto as ações: [...]
“De acordo com o artigo 301, § 3º, do
Modificação de competência:
Código de Processo Civil, "há
Art. 54. A competência relativa poderá litispendência quando se repete ação
modificar-se pela conexão ou pela que está em curso".”
continência, observado o disposto nesta
Seção. Precedentes:

Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou Recomendação N°2 de juizados


mais ações quando lhes for comum o especiais. Trata de delegação a
pedido ou a causa de pedir. jurisdição (uma controvérsia ao
principio da indelegabilidade).
{Conexão:
Formação do precedente:
De acordo com Gonçalves conexão é um
mecanismo processual que leva à reunião
Razão de decidir; Ratio decidendi
duas ou mais ações para que sejam julgadas
conjuntamente. Os critérios seriam aqueles A decisão judicial deve ser interpretada a
relativos aos elementos da ação: partes, partir da conjugação de todos os seus
pedido e causa de pedir. [1] elementos e em conformidade com o
principio da boa-fé- art 489;
Todavia, a conexão é reconhecida quando
duas ou mais ações têm em comum o Todas as decisões geram precedentes
pedido ou a causa de pedir, não se falando
em identidade de partes. Teoria dos precendentes:

{Continência: Civil law: o fundamento é a lei

Trata-se também de uma forma de Commom Law: a fonte primaria são os


modificação de competência e é precedentes que são decisões anteriores,
reconhecida pelo NCPC quando entre duas
são muito utilizados no ordenamento inglês Quando se supera o entendimento por
e norte-americano. demandas sociais ou afins, abre uma
discussão para a sociedade.
A aplicação do precedente se dar por
distinção (distinguishing) : A mudança e superação dos
precedentes é prospectiva.
Seja ela sobre a razão de decidir, sobre os
fundamentos análogos ou não das decisões O artigo 927 paragrafo 5° fala que
ou sobre os fatos do caso concreto, o deve:
próprio caso em si.
Dar publicidade aos precedentes.
Superação do precedente:

Overrruling: superação/revogação absoluta


do entendimento. Exemplo no direito
Organização do poder judiciário:
brasileiro é o conceito de casamento que
mudou.

Overrinding: superação/ revogação parcial


STF STJ TST TSE STM
do entendimento. Exemplo disso é o
entendimento da decisão de
inconstitucionalidade pelo STF que agora
pode modular os efeitos da decisão, antes o
senado tinha essa função. TJ TRF TRT TRE TM
Alguns pontos importantes:

O caso de aborto de anencefálo no brasil


JT JE JM
abriu um precedente, que usou a teoria
utilitarista.
JD JF
Na falta de lei o juiz devera julgar de acordo
com a analogia, os costumes e princípios Criatividade judicial: ativismo e
gerais do direito. garantismo:

No commom Law um precedente vincula as O NCPC, por sua vez, criando um sistema
decisões posteriores, no Brasil isto está processual pautado pela simplificação,
sendo aplicado par racionalizar o processo. organização, flexibilização, adequação e
efetividade, busca implementar
O novo CPC tenta trazer o precedente para mecanismos para solucionar (ou ao menos
racionalizar o processo. amenizar) tais problemas. Nas palavras de
Trícia Navarro Xavier Cabral (in Poderes do
A superação do precedente é casuística, as
Juiz no Novo CPC. Revista de Processo. V.
decisões chegam ao judiciário pois o
208, p. 278), “o Projeto do novo CPC (...)
legislativo não legisla, deixando assim uma
procurou não só aprimorar as técnicas
lacuna, a sociedade muda e alguém deve se
processuais, mas mexer na própria
manifestar, (existe as bancadas para que a
fisionomia do processo, para que este
representação seja mais extensa a toda
pudesse ser mais maleável e adaptável aos
população), acaba que o juiz faz esse papel
diversos tipos de conflitos sociais levados a
já que não pode se abster de responder as
juízo, permitindo um tratamento
demandas, sendo assim a falta de legislação
individualizado às demandas judiciais
abre espaço para que o judiciário se
quando assim o caso merecesse, (...)
pronuncie.
trazendo mais fluidez ao processo”.
Assim, no contexto dos referidos as regras de garantia estabelecidas no plano
mecanismos, o novo CPC, ciente da constitucional, como o devido processo, o
importância da figura do juiz (legítimo contraditório (=direito das partes, não do
representante da atividade estatal de juiz), a ampla defesa, a imparcialidade, a
prestação jurisdicional) para o atingimento impartialidade, a acusatoriedade, a
de seus objetivos (fulcrados nos princípios liberdade, a dispositividade, a igualdade, a
constitucionais da efetividade e da segurança jurídica, a separação dos
segurança jurídica), confere novos poderes poderes, a presunção de inocência
de direção e gerenciamento processuais etecetera.
(modulação processual) ao magistrado, de
modo a melhor atender aos anseios da Cláusulas gerais no processo:
Constituição Federal e das partes, que nada
mais almejam do que uma prestação Cláusulas gerais são conceitos jurídicos
jurisdicional adequada, célere e justa “indeterminados”, amplos, criados para
(benefício para o Estado e para os flexibilizar o sistema e dar mais
jurisdicionados). possibilidade de atuação sem
necessariamente ter que atualiza-lo,
Ativismo: O ativismo judicial, portanto, permite que o ordenamento fique atual por
está ligado ao fenômeno da mais tempo e dar maior abertura para
diferentes interpretações.
judicialização da política, concorrendo
uma série de fatores, para este Tais cláusulas podem ser consideradas um
fenômeno, tais como: um sistema marco para abertura da atividade criativa
político democrático; a separação dos do juiz.
poderes; o exercício dos direitos
políticos; o uso dos tribunais pelos Essas cláusulas tem antecedente (um pouco
vago) e consequente indeterminado,
grupos de interesse; a inefetividade das
podemos usar como exemplo a boa-fé ou a
instituições majoritárias, a
função social da propriedade.
transferência dos poderes decisórios de
outros poderes ao Poder Judiciário.

William P. Marshall traça outras Teoria dos fatos jurídicos processuais:


características do ativismo judicial: a) o
contra-majorirtismo; b) o não Essa teoria está sendo desenvolvida no
direito processual.
originalismo; c) a ausência de
deferência perante os precedentes Ela ajuda a explicar várias questões
judiciais; d) o ativismo jurisdicional; e) processuais e suas consequências no
a criatividade judicial; f) o ativismo processo.
remedial; g) o ativismo partidário.
Norma jurídica = Suporte fático + Preceito
Pelo que foi lido o ativismo pauta um
ordenamento com menos segurança Um fato social passa a ser fato jurídico com
jurídica e mais flexibilidade. a incidência da norma (juridicialização)

Garantismo: O Garantismo é uma forma de Nessa teoria pode-se verificar a existência, a


pensar o Processo em suas dimensões validade (forma) e a eficácia (efeitos,
analítico-legal, semântico-conceitual e consequência).
pragmático-jurisprudencial como efetiva
Fatos jurídicos stricto sensu: fato humano
GARANTIA do indivíduo e da sociedade
natural
perante o poder estatal de exercer a
Jurisdição. Se processo é garantia, Fato jurídico previsto na norma que tem
jurisdição é poder, e este só será consequência no processo ex nascer,
legitimamente exercido quando concatenar morrer, completar maior idade.
Atos jurídicos processuais: Se invocar, explicar o precedente invocado.

Atos do juiz: A prática jurídica já consolidou alguns


requisitos para acordão e decisão
Juiz de primeiro grau, produzir esses atos é interlocutória, porem se não cumpridos não
função do juiz. é considerado nulo visto que não foi
estabelecido no código.
Os pronunciamentos do juiz são finais ou
interlocutórios. Os finais decidem a causa, Nos juizados especiais na sentença não é
como por exemplo, a sentença, na qual a necessário o relatório. Lei 9.099 art 38
parte insatisfeita com a decisão poderá
recorrer ao segundo grau a fim de modificá- Como identificar sentença e decisão
la no todo ou em parte, tendo uma exceção interlocutória?
o art. 463 do Código de Processo Civil. Os
A sentença põe fim a fase cognitiva e com a
interlocutórios, não decidem a causa, são
decisão interlocutória o processo continua.
atividades de meio, pronunciadas ao longo
de um processo tanto para esclarecer, ou
Decisão interlocutória:
informar determinada situação.
É todo pronunciamento que decide questão
Já, os atos materiais não determinam,
incidente sem resolução do mérito, sem dar
apenas instruem e documentam (inspeções
fim à fase cognitiva.
de pessoas ou coisas, alegações, rubrica de
folhas, assinatura, etc). Despacho:
Pronunciamentos do juiz:  Não precisa de fundamentação
jurídica;
 Sentença/acordão;
 Ato de impulsionamento do
 Decisão interlocutória;
processo. ex: intimar as partes;
 Despacho;
 Não resolve nada;
Sentença:  Art. 1.001 “dos despachos não cabe
recurso”
Pronunciamento pelo qual o juiz por meio
do artigo 485 e 487 (que trata da resolução
ou não do mérito) põe fim a fase cognitiva Atos das partes:
do procedimento comum, bem como
Nos atos processuais das partes ocorrem à
extingue a execução.
movimentação do processo pelas partes,
Requisitos da sentença com a postulação, a disposição e instrução,
portanto se classificam em:
 Artigo 489;
 A sentença deve ter relatório;  Atos postulatórios: a parte pede um
provimento jurisdicional (denúncia,
 Os fundamentos da decisão
petição inicial, contestação, recurso);
(fundamentação jurídica);  Atos dispositivos: a parte desiste de um
 Dispositivo. direito, de determinada posição jurídica
por diversos motivos, podendo desistir
OBS.: Decisão judicial é o gênero que do processo, do recurso, etc.
abrange: decisão interlocutória, sentença e  Atos instrutórios: As partes colecionam
acordão. e instruem as provas, que levam ao livre
convencimento do juiz.
Hoje o juiz é obrigado a explicar o uso de  Atos reais: manifestação física das
conceito jurídico indeterminado. partes no processo, como ex: pagando
custas, comparecendo fisicamente às
O juiz deve enfrentar os argumentos das audiências, exibindo documentos,
partes. submetendo-se a exames, prestando
depoimento.
não, a serem suportes fáticos de regras
jurídicas. “Ou seja, quando a vontade é
Negocio jurídico processual: desprezada tem-se o ato-fato.”

 Artigo 190; verso sobre direitos que “Por fim, o negócio jurídico, objeto do
admitam auto composição, cria-se a presente estudo, que se relaciona com a
cláusula geral do negocio jurídico; autonomia da vontade e com a escolha
 Convenção= negócio; na estruturação do conteúdo da relação
 Direitos disponíveis e jurídica. Pode se dizer, ainda, que
indisponíveis; consiste em uma declaração de vontade
 Acordos, ex: direito a alimentos; com o fim de produzir efeitos jurídicos.
 O código de 73 não tinha um artigo Geralmente é definido como ato de
como o 190; autonomia privada e, por consequência,
 Agentes capazes, forma prescrita e tem como característica a
objetos lícitos. Na teoria de pontes autodeterminação, autovinculação,
de Miranda. autorregulação.”

Fato jurídico Processual: Desta forma o negócio jurídico


processual é produto da autonomia
Relação jurídica/contrato- forma privada e da autorregulação de
prescrita. interesses, o que implica liberdade de
celebração e de estipulação.
O casamento era um negocio jurídico
(nasceu assim). Desta feita, fica evidente, na forma do
art. 190 do NCPC, que o legislador
Ato jurídico processual: permite a influência do
autorregramento da vontade, e, ainda,
“Em um sentido amplo, considerar-se- deixa um espaço para que os sujeitos do
ia ato processual qualquer ato praticado processo possam influir e participar na
no curso do processo e que possa construção da atividade procedimental.
produzir efeitos jurídicos dentro dele.
Em um sentido mais restritivo,
consideram-se atos processuais apenas
aqueles atos que são ínsitos ao Autoria de : Anne Perolyne Fernandes Lacet
processo, não tendo vida fora dele.” Fireman

Para a corrente abrangente do conceito


de ato jurídico processual, se o fato
tiver alguma relevância para produzir
efeito no processo, poderá ser
qualificado como sendo jurídico
processual. O que importa é que
produza efeitos processuais. Já para a
concepção restrita, não poderia ser
considerado um ato ou fato jurídico
processual, ainda que produza efeitos
dentro dele, pois não lhe é ínsito, já que
pode se dar (e geralmente ocorre) fora
do processo.

Atos-fatos jurídicos:

“São “atos humanos, em que não houve


vontade,ou dos quais não se leva em
conta o conteúdo da vontade, aptos, ou

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