Controle de Constitucionalidade
OBS¹: Quando a inconstitucionalidade ocorre
É a análise da compatibilidade vertical entre a
Constituição Federal e Atos do Poder Público.
Pressupostos para o
controle
 Supremacia formal da Constituição –
rigidez constitucional.
 Atribuição de competências
Teoria da
inconstitucionalidade
A norma inconstitucional é nula ou anulável?
Atinge o campo da validade, o Supremo
Tribunal Federal filiasse a teoria Norte –
Americana interpretando a conduta regulada pela Constituição Federal.
inconstitucionalidade como norma nula.
Espécies de
inconstitucionalidade
Por ação:
Ato do Poder Público que fere a Constituição
Federal.
Formal ou nomo dinâmica – decorre de um
vício no processo de elaboração da norma,
subdivide-se em:
 Por vício de competência (orgânica) –
se o Ente que elaborou a norma não
possui a devida competência.
 Propriamente dita (Stricto Sensu) –
ocorre dentro do processo legislativo,
ou seja, há uma ofensa à Constituição
em uma das fases deste processo.
na iniciativa do processo legislativo se chama
inconstitucionalidade formal Stricto Sensu
subjetiva.
OBS²: Quando a inconstitucionalidade ocorre
na formação ou finalização do processo
legislativo se chama inconstitucionalidade
formal Stricto Sensu objetiva.
 Por vícios nos pressupostos objetivos
do ato – ex. art. 62 e art. 18, § 3° e §
4º, CF/88.
Material ou nomo estática – vício de
conteúdo, como por exemplo uma lei que
estabelece pena de morte.
Por omissão:
Decorre de um não agir, ou seja, uma inércia
indevida do Poder Público, sobre uma
Total – decorre de um completo não agir.
Parcial – decorre de um agir insuficiente.
Efeitos gerais da
inconstitucionalidade
 Natureza declaratória – reconhece a
inconstitucionalidade da norma.
 Eficácia “Ex Tunc” – decisão
retroativa
Princípio da nulidade x
segurança jurídica e interesse
social
Relativização do princípio da nulidade – é
possível ao judiciário modificar os efeitos
tradicionais da decisão, modulando essa
decisão.
Modulação no controle concentrado:
Art. 27, Lei 9.868/99 – Ao declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo,
e tendo em vista razões de segurança jurídica
ou de excepcional interesse social, poderá o
Supremo Tribunal Federal, por maioria de
dois terços de seus membros, restringir os
efeitos daquela declaração ou decidir que ela
só tenha eficácia a partir de seu trânsito em
julgado ou de outro momento que venha a ser
fixado.
Art. 11, Lei 9.882/99 – Ao declarar a
inconstitucionalidade de lei ou ato normativo,
no processo de argüição de descumprimento
de preceito fundamental, e tendo em vista
razões de segurança jurídica ou de
excepcional interesse social, poderá o
Supremo Tribunal Federal, por maioria de
dois terços de seus membros, restringir os
efeitos daquela declaração ou decidir que ela
só tenha eficácia a partir de seu trânsito em
julgado ou de outro momento que venha a ser
fixado.
Modulação no controle difuso:
 RE 147.776-8
“EMENTA: AÇÃO DIRETA DE
INCONSTITUCIONALIDADE. (…) LEIS
DO ESTADO DE MINAS GERAIS.
INVESTIDURA E PROVIMENTO DOS
CARGOS DA CARREIRA DE DEFENSOR
PÚBLICO ESTADUAL. SERVIDORES
ESTADUAIS INVESTIDOS NA FUNÇÃO
DE DEFENSOR PÚBLICO E NOS
CARGOS DE ASSISTENTE JURÍDICO DE
PENITENCIÁRIA E DE ANALISTA DE
JUSTIÇA. TRANSPOSIÇÃO PARA A
RECÉM CRIADA CARREIRA DE
DEFENSOR PÚBLICO ESTADUAL SEM
PRÉVIO CONCURSO PÚBLICO.
MODULAÇÃO DOS EFEITOS. AFRONTA
AO DISPOSTO NOS ARTIGOS 37, II, E
134, § 1º, DA CONSTITUIÇÃO DO
BRASIL. (…) 3. A exigência de concurso
público como regra para o acesso aos cargos,
empregos e funções públicas confere
concreção ao princípio da isonomia. 4. Não-
cabimento da transposição de servidores
ocupantes de distintos cargos para o de
Defensor Público no âmbito dos Estados-
membros. Precedentes. 5. A autonomia de que
são dotadas as entidades estatais para
organizar seu pessoal e respectivo regime
jurídico não tem o condão de afastar as
normas gerais de observância obrigatória pela
Administração Direta e Indireta estipuladas na
Constituição [artigo 25 da CB/88]. (…) 7.
Ação direta julgada procedente para declarar
inconstitucionais o caput e o parágrafo único
do artigo 140 e o artigo 141 da Lei
Complementar n. 65; o artigo 55, caput e
parágrafo único, da Lei n. 15.788; o caput e o
§ 2º do artigo 135, da Lei n. 15.961, todas do
Estado de Minas Gerais. Modulação dos
efeitos da decisão de inconstitucionalidade.
Efeitos prospectivos, a partir de 6 [seis] meses
contados de 24 de outubro de 2007.”
OBS¹: Para modular é necessário que haja
excepcional interesse social ou para a
segurança jurídica.
OBS²: Para modular é necessária a maioria
qualificada de 2/3 dos membros do Supremo
Tribunal Federal.
Espécies de controle de
constitucionalidade
Quanto ao momento:
 Prévio ou preventivo – evita a
produção de uma norma
inconstitucional, ocorre quando a
norma está sendo elaborada, desde o
processo legislativo (realizado
predominantemente pelo Poder
Legislativo e pelo Poder Executivo.
  Posterior ou repressivo – a norma já
existe, o objetivo é expulsá-la da
ordem jurídica uma norma
inconstitucional ou evitar sua
aplicação no caso em concreto
(realizado predominantemente pelo
Poder Judiciário.)
O poder judiciário pode realizar controle
preventivo também? (MS 32033)
Sim! Quando houver Proposição Legislativa
ou Proposta de Emenda à Constituição (PEC)
ofensiva ao Processo Legislativo
Constitucional; ou, quando houver Proposta
de Emenda à Constituição tendente a abolir
cláusula Pétrea ao art. 60, CF/88.
 Nesse caso é um controle difuso,
incidental.
Quanto ao sistema:
 Político – realizado por órgãos de
natureza política (ex. Legislativo,
Executivo).
 Misto – dependendo do tipo de norma,
o controle pode ser realizado por
órgãos de natureza política ou
judiciária.
 Judicial – realizado pelo Poder
Judiciário (sistema adotado pelo
Brasil).
Quais os tipos de controle judicial?
Controle difuso (Norte – Americano) –
realizado por qualquer juiz ou qualquer
tribunal, controle espalhado.
 A última palavra é do Tribunal
Constitucional.
Controle concentrado (Austríaco / Europeu) –
realizado apenas por um órgão do Poder
Judiciário.
 A única palavra é do Tribunal
Constitucional, exclusivo.
Quanto ao meio:
 Incidental, concreto, subjetivo, por via
de exceção ou via de defesa – o
objetivo principal não é realizar o
Controle de Constitucionalidade e sim
resolver alguma lide, mas para que
seja feita a análise é necessária a
realização do Controle de
Constitucionalidade.
Ex. João impetra uma ação de procedimento
comum para evitar pagar um certo tributo. O
pedido dele é não pagar tributo, justificando
que esse tributo é inconstitucional.
 Principal, abstrato, objetivo ou por via
principal – a ação é realizada com o
principal objetivo de analisa a
compatibilidade da norma com a
Constituição.
Controle Difuso
Origem: caso Madison x Marbury (1803) –
judicial review.
Quando surge no Brasil: com a Constituição
de 1891.
Aspectos processuais:
Quem pode provocar o judiciário?
 As partes do processo;
 O Ministério Público, tanto quando
atua como parte, como quando atua
como fiscal de ordem jurídica;
 O próprio órgão jurisdicional de
ofício, diante de uma demanda já
instaurada.
OBS: A legitimação no controle difuso é
ampla.
Observações importantes:
 A questão da constitucionalidade se
revela como causa de pedir.
 A questão da constitucionalidade fará
parte da motivação da decisão judicial.
  O controle difuso é exercitado por
meio das ações de procedimento
comum, remédios constitucionais
(habeas corpus, habeas data, mandado
de segurança, mandado de injunção),
ação popular, ação civil pública, etc.
Efeitos das decisões:
 Eficácia subjetiva – Inter Partes.
 Eficácia temporal – Ex Tunc
OBS: Pode haver modulação dos efeitos
Questionamento: A adoção do controle difuso
no Brasil trás segurança jurídica?
R – Não!
Resolução senatorial (art. 52, X, CF/88) e a
teoria da abstrativização do controle difuso
Art. 52. Compete privativamente ao Senado
Federal:
X - suspender a execução, no todo ou em
parte, de lei declarada inconstitucional por
decisão definitiva do Supremo Tribunal
Federal;
 O Senado pode transformar a eficácia
1’Inter Partes” em “Erga Omnes”.
Entendimento clássico – é possível ao Senado
suspender a execução da norma (faculdade do
Senado).
 A suspensão será realizada por meio
de uma resolução senatorial e atingirá
todos (efeito “Erga Omnes”).
 Para que seja possível a suspensão é
necessário que o Supremo Tribunal
Federal tenha declarado
inconstitucionalidade da norma em
decisão definitiva, ou seja, decisão não
mais passível de qualquer recurso.
 A suspensão da norma se opera com
efeitos “Ex Nunc”, ou seja, sem feitos
retroativos.
Abstrativização do controle difuso (ADIs
3406 e 3470)
A decisão tomada em sede de controle
abstrato são semelhantes a decisão proferida
no controle difuso. Ou seja, a própria decisão
do Supremo Tribunal Federal já teria efeito
“Erga Omnes”.
Controle Concentrado
Observações importantes:
 A questão da constitucionalidade se
revela como o pedido da ação.
 A questão da constitucionalidade fará
parte do dispositivo da decisão
judicial.
 O controle concentrado é exercido
perante o Supremo Tribunal Federal,
por meio da Ação Direta de
Inconstitucionalidade, Ação
Declaratória de Constitucionalidade,
Ação Direta de Inconstitucionalidade
por Omissão e Arguição de
Descumprimento de Preceito
Fundamental.
Rol de Legitimados:
Art. 103. Podem propor a ação direta de
inconstitucionalidade e a ação declaratória de
constitucionalidade:
I – o Presidente da República;
II – a Mesa do Senado Federal;
III – a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV – a Mesa de Assembléia Legislativa ou da
a Câmara Legislativa do Distrito Federal;
V – o Governador de Estado ou do Distrito
Federal;
VI – o Procurador-Geral da República;
VII – o Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil;
VIII – partido político com representação no
Congresso Nacional;
IX – confederação sindical ou entidade de
classe de âmbito nacional.
Legitimados universais (podem ajuizar ações
diretas de inconstitucionalidade em face de
qualquer lei, não importando o conteúdo dela)
– I, II, III, VI, VII, VIII.
Legitimados interessados (precisam
demonstrar e provar o interesse pelo qual
estão ajuizando a ação) – V, VI, IX.
OBS: O próprio legitimado tem capacidade
postulatória, exceto o Partido Político
representado pelo Congresso, a Confederação
Sindical e a Entidade de Classe de Âmbito
Nacional.
Características das ações de controle
concentrado:
 Objetivam a preservação da ordem
jurídica constitucional, não se
preocupando, em regra, com situações
individualizadas.
 O parâmetro utilizado serão as normas
atuais da Constituição ou equivalentes,
e não as normas constitucionais já
revogadas, de Constituições passadas,
nem o preâmbulo.
OBS: ADI 2087 e a questão da
constitucionalidade aparente:
 O Supremo Tribunal Federal entende
que é possível utilizar como parâmetro
uma norma constitucional já revogada
para evitar situação de
constitucionalidade aparente.
Ações Constitucionais
Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI)
 Regulada pela lei 9.868/99
 Objeto – objetiva a declaração de
Inconstitucionalidade de leis e atos
normativos federais e Estaduais (art.
102, I, A, CF/88).
É cabível ADI tendo como objeto normas
Municipais e Distritais?
R – Contra norma Municipal não é cabível
ADI, já contra norma Distrital cabe ADI se
revelar exercido de competência Estadual.
É cabível ADI tendo como objeto normas pré-
constitucionais?
R – Não, para ser objeto de ADI a norma tem
que ser pós-constitucional.
É cabível ADI tendo como objeto normas já
revogadas?
R – Não! O objetivo é preservar a ordem
jurídico constitucional, se a norma já foi
revogada já não fere mais a ordem.
Exceções à questão da revogação da norma:
 Quando a revogação se dá como meio
de fraude processual, para evitar
julgamento da ADI – o Supremo irá
julgar a ADI até o final, mesmo a
norma tendo sido revogada.
 Quando o STF é comunicado da
revogação apenas após o julgamento
da ação (ADI 951) – o Supremo não
volta atrás no seu entendimento.
 Quando a norma revogadora tem o
mesmo vício de inconstitucionalidade
da norma revogada – ADI 753.
 Quando a norma tiver sido revogada,
mas deixou efeitos residuais, sendo
relevante regular as relações ocorridas
durante a vigência da norma – ADI
3106.
É cabível ADI tendo como objeto normas
meramente regulamentares?
R – Não, o objetivo da ADI é declarar a
inconstitucionalidade e não a mera
ilegalidade, para ser objeto de ADI a
constitucionalidade deve ser direta.
Conclui-se que para ser objeto da ADI a
norma deve preencher os seguintes requisitos
cumulativos:
 Tratar-se de norma Federal, Estadual
ou Distrital no exercício de
competência Estadual.
 Ter sido editada após a vigência da
Constituição Federal de 1988 (pós-
constitucional).
 Existir e não ter sido revogada, exceto
em alguns casos.
 Ofender diretamente a ordem
constitucional.
Ação Declaratória de Constitucionalidade
(ADC)
 Regulada pela lei 9.868/99.
 Destina-se à declaração de
constitucionalidade de leis e atos
normativos federais (art. 102, I, A,
CF/88).
 É necessária a demonstração da
controvérsia judicial relevante (art. 14,
III, Lei 9.868/99).
OBS¹: Controvérsia judicial relevante – a
norma quando nasce, em regra, tem presunção
de constitucionalidade, mas pode ser que essa
presunção esteja sofrendo um abalo. Ou seja,
controvérsias judiciais relevantes em relação a
norma.
OBS²: O Supremo Tribunal Federal mensura
a relevância da controvérsia pelo critério
qualitativo, pela qualidade da decisão. Ou
seja, decisões que afetam uma boa parcela de
pessoas.
Diferenças entre ADI e ADC:
 Enquanto a ADI objetiva a declaração
de inconstitucionalidade da norma, a
ADC objetiva a declaração de
constitucionalidade da norma.
 A ADI pode ter como objeto leis e
atos normativos federais, estaduais e
distritais no exercício de competência
estadual, já a ADC tem como objeto
apenas leis e atos normativos federais.
 Na ADI não há a necessidade de
comprovação de controvérsia judicial
relevante.
CURIOSIDADE – Participação da Advocacia
Geral da União nas ações:
 Na ADI a defesa da norma é papel da
Advocacia Geral da União, exceto
quando a norma é incompatível com
entendimento já fixado pelo Supremo,
ou quando a defesa da norma atenta
contra interesse da União.
 Na ADC a Advocacia Geral da União
não participa, pois o próprio autor da
ação defende a norma.
 Na ADO e na ADPF a participação da
AGU é escolha do relator da ação
optar pela intimação ou não do órgão
de defesa.
Para ser objeto de ADC a norma deve
preencher os seguintes requisitos
cumulativos:
 Tratar-se de norma Federal.
 Ter sido editada após a vigência da
Constituição Federal de 1988 (pós –
constitucional).
 Existir e não ter sido revogada, exceto
em alguns casos.
 Vincular-se diretamente à norma
constitucional.
Ação Direta de Inconstitucionalidade por
Omissão (ADO)
 Regulada pela lei 9.868/99
 Objetivo – combater a
inconstitucionalidade por omissão
quanto ao dever de legislar ou de
adotar providências de índole
administrativa (art. 102, I, A e art.
103, § 2°, CF/88).
O que é omissão constitucional?
Quando o agir do poder público é um dever,
uma obrigação.
Pressupostos para existência de uma omissão
inconstitucional:
  Ofensa a uma norma constitucional.
 A norma constitucional ofendida deve
impor ao Poder Público um dever de
agir (regra geral, são normas de
eficácia limitada obrigatórias).
 Deve ser ultrapassado um prazo fixado
na própria constituição ou acaso não
previsto expressamente, um prazo tido
como razoável.
Mandado de Injunção x Ação Declaratória de
Inconstitucionalidade por Omissão:
Mandado de injunção – Art. 5°, LXXI, CF/88.
+ Lei 13.300/2016
 LXXI – conceder-se-á mandado de
injunção sempre que a falta de norma
regulamentadora torne inviável o
exercício dos direitos e liberdades
constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania
e à cidadania.
Corrente concretista indireta individual – Se o
legislativo não corrigir o problema, o
judiciário corrigirá a ação, pode ser individual
ou coletivo, mas em regra o efeito é inter
partes (individual)
Art. 2° Conceder-se-á mandado de injunção
sempre que a falta total ou parcial de norma
regulamentadora torne inviável o exercício
dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à
soberania e à cidadania.
Parágrafo único. Considera-se parcial a
regulamentação quando forem insuficientes as
normas editadas pelo órgão legislador
competente.
Autoridade competente para conhecer da
ação:
Em geral o Mandado de injunção é ajuizado
pelo STF, mas essa autoridade depende de
quem seja a omissão inconstitucional.
OBS: Norma constitucional de
eficácia limitada de princípio
institutivo – é aquela que institui um dever
de complementá-la para o legislador, pois,
sem o referido complemento, a
norma presente na constituição fica
sem produzir efeitos. 
 Quando a autoridade omissa for o
congresso nacional, o presidente da
república, a câmara dos deputados, o
senado federal, mesa de uma dessas
casas legislativas, do tribunal de
contas da união, de um dos tribunais
superiores, ou do próprio supremo
tribunal federal, o mandado de
injunção deverá ser ajuizado no STF
(art. 102, I, q, CF/88).
 Quando a autoridade omissa por
órgão, entidade ou autoridade federal,
administração direta ou indireta,
executando os casos de competência
do supremo tribunal federal e dos
órgãos de justiça militar, justiça
eleitoral, justiça do trabalho e justiça
federal, o mandado de injunção deverá
ser ajuizado no STJ (art. 105, I, h,
CF/88)
Quais os efeitos de uma decisão que defere o
mandado de injunção:
Art. 8º, lei 13.300/16 – Reconhecido o estado
de mora legislativa, será deferida a injunção
para:
I – determinar prazo razoável para que o
impetrado promova a edição da norma
regulamentadora;
II – estabelecer as condições em que se dará o
exercício dos direitos, das liberdades ou das
prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as
condições em que poderá o interessado
promover ação própria visando a exercê-los,
caso não seja suprida a mora legislativa no
prazo determinado.
 A decisão em sede de mandado de
injunção tem eficácia subjetiva
limitada às partes da ação. Além disso,
produzirá efeitos somente até o
advento da norma regulamentadora.
Art. 9º A decisão terá eficácia subjetiva
limitada às partes e produzirá efeitos até o
advento da norma regulamentadora.
Exceção – § 1º Poderá ser conferida
eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão,
quando isso for inerente ou indispensável ao
exercício do direito, da liberdade ou da
prerrogativa objeto da impetração.
Art. 11. A norma regulamentadora
superveniente produzirá efeitos ex nunc em
relação aos beneficiados por decisão
transitada em julgado, salvo se a aplicação da
norma editada lhes for mais favorável.
Sujeitos da Ação de Mandado de Injunção:
 Sujeito ativo: são as pessoas naturais
ou jurídicas que se afirmam titulares
dos direitos, das liberdades ou das
prerrogativas que dependem de
regulamentação.
 Sujeito passivo: será o poder, o órgão
ou a autoridade com atribuição para
editar a norma regulamentadora.
Arguição de Descumprimento de Preceito
Fundamental (ADPF)
 Prevista no art. 102, § 1°, CF/88, e
regulada pela lei 9.882/99.
 Parâmetro de julgamento – Preceitos
Fundamentais da ordem constitucional
vigente.
Quais são esses preceitos fundamentais?
 Princípios fundamentais da República
Federativa do Brasil (arts. 1° ao 4° da
CF/88).
 Direitos e garantias fundamentais.
 Princípios constitucionais sensíveis
(art. 34, VII, CF/88).
 Cláusulas pétreas (art. 60, § 4°,
CF/88).
 Princípios gerais da ordem econômica
(art. 179, CF/88).
Objeto da ação – princípio da subsidiariedade
 Art. 4°, § 1º Não será admitida
arguição de descumprimento de
preceito fundamental quando houver
qualquer outro meio eficaz de sanar a
lesividade (lei 9.882/99).
OBS: O Supremo entende que esse meio
existente para sanar a lesividade deve ser tão
eficaz quanto a ADPF, ou seja, as ações de
controle de constitucionalidade. Dessa forma,
se couber ADI, ADC ou ADO não caberá
ADPF, e se não couber nenhuma dessas
ações, caberá ADPF.
Exemplos de hipóteses de cabimento da
ADPF:
 Direito Municipal pré ou pós-
constitucional.
 Direito Distrital no exercício de
competência Municipal pré ou pós-
constitucional.
 Normas Federais, Estaduais e
Distritais no exercício de competência
estadual pré-constitucional.
 Decisões judiciais que não tenham
transitado em julgado.
 Estado de coisas inconstitucionais
(ADPF 347).
OBS: Requisito para existência do Estado de
coisas inconstitucionais – quadro de violação
massiva e persistente de direitos fundamentais
resultante de falhas estruturais e falência de
políticas públicas, que para ser solucionado a
modificação depende de medidas abrangentes
de natureza normativa, administrativa e
orçamentária, como por exemplo o sistema
penitenciário nacional.
Ação Direta de Inconstitucionalidade
Interventiva (ADI INT)
 Regulada pela lei 12.562/2011
 Parâmetro de julgamento – Princípios
sensíveis, fundamentados no art. 34,
VII, CF/88.
Quais são esses princípios sensíveis?
 Forma republicana, sistema
representativo e regime democrático;
  Direitos da pessoa humana;
 Autonomia municipal;
 Prestação de contas da administração
pública, direta e indireta.
 Aplicação do mínimo exigido da
receita resultante de impostos
estaduais, compreendida a proveniente
de transferências, na manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas
ações e serviços públicos de saúde.
 As
Quem pode ajuíza-la?
Caso os Estados ou o Distrito Federal
descumpram algum dos Princípios Sensíveis
da Constituição Federal, o Procurador Geral
da República poderá propor a representação
interventiva perante o Supremo Tribunal
Federal.
 As decisões não vinculam a atividade
Qual o objetivo da ADI INT?
 As ações de controle concentrado não
objetivam resolver um conflito
interpessoal de interesse, mas tutelar e
proteger a ordem jurídico
constitucional, razão pela qual, em
regra, todas as suas decisões, sejam as
cautelares, sejam as definitivas,
possuem efeitos próprios, como, por
exemplo, a eficácia subjetiva para
todos (erga omnes).
decisões possuem eficácia
vinculante, vinculando tanto a
Administração Pública, quanto o
Judiciário, exceto o próprio Supremo
Tribunal Federal e possibilitam, em
caso de desobediência, que qualquer
prejudicado ajuíze reclamação
constitucional diretamente ao STF
(art. 102, I, L, CF/88).
legislativa e o próprio STF.

Verificar se algum Ente Federativo tomou
alguma ação ou se omitiu deixando de
cumprir um dos Princípios Constitucionais
Sensíveis, previstos no art. 34, VII, CF/88.
Como é o procedimento?
O Supremo Tribunal Federal recebe do
Procurador Geral da República o pedido de
representação, devendo analisar se houve ou
não violação a estes princípios.
 OBS: Em caso de real
descumprimento – em primeiro caso,
pode haver tentativa administrativa de
sanar esse descumprimento, caso não
seja possível o STF determinará que o
Presidente da República decrete a
intervenção federal, este poderá
suspender o ato que descumpriu o
princípio sensível ou decretar a
intervenção mais severa (nesse último
caso deverá passar por avaliação do
Congresso Nacional)
Efeitos das decisões em
sede de controle
concentrado
Efeitos das decisões na Ação Direta de
Inconstitucionalidade
I) Deferimento da medida cautelar (arts. 10 a
12, Lei 9.868/99):
 A norma objeto da ação será suspensa.
 A suspensão se dará com eficácia erga
omnes.
 Estarão vinculados pela decisão a
Administração Pública e os demais
órgãos do Poder Judiciário.
 A suspensão da norma ocorrerá com
eficácia ex nunc (sem efeitos
retroativos).
 Ocorrerá o efeito repristinatório (a
norma que teria sido revogada pela
norma objeto da ADI volta a surtir
efeitos).
II) Decisão de procedência da ação:
 A norma objeto da ação será declarada
inconstitucional e, com isso, será
excluída da ordem jurídica.
 A declaração de inconstitucionalidade
ocorrerá com eficácia erga omnes.
 Estarão vinculados pela decisão a
Administração Pública e os demais
órgãos do Poder Judiciário.
  A suspensão da norma ocorrerá com
eficácia ex tunc (com efeitos
retroativos).
 Ocorrerá o efeito repristinatório (a
norma que teria sido revogada pela
norma objeto da ADI volta a surtir
efeitos).
OBS: Para evitar o efeito repristinatório
indesejado o autor deve impugnar todo bloco
normativo a partir da CF/88, caso ele não faça
a ADI não terá utilidade, logo, será extinta
sem resolução de mérito por perda do objeto.
Com exceção quando o Supremo modular a
decisão.
III) Decisão de improcedência da ação:
 A norma objeto da ação será declarada
constitucional.
 A declaração de constitucionalidade
ocorrerá com eficácia erga omnes.
 Estarão vinculados pela decisão a
Administração Pública e os demais
órgãos do Poder Judiciário.
 A suspensão da norma ocorrerá com
eficácia ex tunc (com efeitos
retroativos).
Efeitos das decisões na Ação Declaratória de
Constitucionalidade
I) Deferimento na medida cautelar (art. 21,
Lei 9.868/99)
 Os processos que envolvam aplicação
da norma objeto terão seus
julgamentos suspensos até a decisão
do STF.
 Após concedida a cautelar, o
dispositivo da decisão deve ser
publicado no diário oficial em até 10
dias e o STF deve julgar a ação em até
180 dias, sob pena da perda da eficácia
da medida cautelar.
 A suspensão se dará com eficácia erga
omnes.
 Estarão vinculados pela decisão a
Administração Pública e os demais
órgãos do Poder Judiciário.
 A suspensão da norma ocorrerá com
eficácia ex nunc (sem efeitos
retroativos).
II) Decisão de mérito (art. 24, Lei 9.868/99):
 A procedência da ADC equivale à
improcedência da ADI e a norma será
declarada constitucional.
 A improcedência da ADC equivale à
procedência da ADI e a norma será
declarada inconstitucional.
Procedente Improceden
te
ADI Inconstitucio Constitucion
nal al
ADC Constitucion Inconstitucio
al nal
Efeitos das decisões na Ação Direta de
Inconstitucionalidade por Omissão
I) Deferimento da medida cautelar (arts. 12, F,
G, Lei 9.868/99)
 O STF poderá determinar:
Suspensão da aplicação da lei ou ato
normativo questionado (no caso de
omissão parcial)
Suspensão dos processos judiciais e
administrativas que tratem do tema.
Qualquer outra providência que se
relacionar com o tema.
 Os efeitos da cautelar ocorrerão com
eficácia erga omnes e ex nunc.
 Estarão vinculados pela decisão a
Administração Pública e os demais
órgãos do Poder.
II) Efeitos da decisão de mérito (art. 12, H,
Lei 9.868/99):
 Se a omissão foi decorrente da inércia
de algum dos poderes, este será
cientificado para a adoção das
providências necessárias.
  Se a omissão for atribuída a algum
órgão, este será cientificado para que
no prazo de 30 dias adote as
providências necessárias ou em prazo
razoável a ser estipulado
excepcionalmente pelo tribunal, tendo
em vista as circunstâncias específicas
no caso e interesse público envolvido.
Quais as correntes para concretização da
ADO?
Corrente abstrativista – haverá declaração de
inconstitucionalidade por omissão, e o
Supremo irá notificar os poderes competentes
para que realiza as providencias cabíveis
Corrente concretista direta – haverá
declaração de inconstitucionalidade por
omissão, e o Supremo Tribunal Federal
determinará o modo de concretização da
norma, analisando cada caso.
Corrente concretista indireta – haverá
declaração de inconstitucionalidade por
omissão, e o Judiciário vai expedir uma
notificação ao poder competente, com um
prazo de 30 (trinta) dias ou prazo razoável
para que a situação seja sanada.
OBS: Entendimento do STF com relação a
concretização, atualmente aplica a corrente
concretista direta. Geral (erga omnes).
OBS: Em sede de mandado de injunção, em
regra, é a corrente concretista indireta
individualizada (Inter Partes).
Efeitos das decisões na Ação de
Descumprimento de Preceito Fundamental
(art. 5°, lei 9.882/99):
I) Deferimento da medida cautelar:
 O STF poderá determinar:
Suspensão dos processos ou efeitos
das decisões judiciais, exceto as
decorrentes de coisa julgada que
envolvam o tema objeto da ADPF.
Qualquer outra providência que se
relacione com o tema.
 Os efeitos da cautelar ocorrerão com
eficácia erga omnes e Ex Nunc.
 Estarão vinculados pela decisão a
Administração Pública e os demais
órgãos do Poder Judiciário.
II) Decisão de mérito (art. 10, lei 9.882/99):
 O Supremo tribunal Federal fixará as
condições, o modo de interpretação e a
aplicação do preceito fundamental
debatido na ação.
 A decisão ocorrerá com eficácia erga
omnes e ex Tunc.
 Estarão vinculados pela decisão a
administração pública e os demais
órgãos do Poder Judiciário.
 Acaso a decisão consista na
declaração de inconstitucionalidade de
algum ato, ocorrerá o efeito
repristinatório (a norma que teria sido
revogada pela norma objeto da ADPF
volta a surtir efeitos).
O controle concentrado no âmbito do
Tribunal de Justiça (art. 125, § 2°, CF/88)
Tendo o estado-membro, assim como o
Distrito Federal, a sua própria Constituição,
nada mais natural que a existência de controle
concentrado de constitucionalidade tendo
como parâmetro a Constituição Estadual ou a
Lei Orgânica do Distrito Federal, sendo o ente
competente para a realização do controle, o
órgão máximo do judiciário local, qual seja, o
Tribunal de Justiça.
Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça,
observados os princípios estabelecidos nesta
Constituição.
§ 2º Cabe aos Estados a instituição de
representação de inconstitucionalidade de leis
ou atos normativos estaduais ou municipais
em face da Constituição Estadual, vedada a
atribuição da legitimação para agir a um único
órgão.
Aspectos processuais básicos:
  Competência para o julgamento da
representação de inconstitucionalidade
(adi estadual) – tribunal de justiça do
respectivo estado/distrito federal;
 Legitimação – fixada na constituição
do estado (ou lei orgânica do distrito
federal), sendo vedada a atribuição de
legitimação para apenas um único
ente;
 Parâmetro – constituição estadual,
inclusive, as normas de observância
obrigatória (no caso do distrito
federal, a lei orgânica distrital);
 Objeto – leis e atos normativos
estaduais e municipais (no caso do
distrito federal, leis e atos normativos
distritais).
OBS¹: O Tribunal de Justiça pode exercer
controle abstrato de constitucionalidade de
leis municipais utilizando como parâmetro a
Constituição Federal, desde que se trate de
normas de reprodução obrigatória pelos
Estados (RE650898).
OBS²: Normas de observância obrigatória
(normas de repetição obrigatória / normas
centrais): são aquelas que limitam a
autonomia do constituinte estadual, pois fica
obrigado a serguir o modelo previsto na
constituição federal (ex: duração do mandato
do governador).
OBS³: as regras relativas ao controle
concentrado tendo como parâmetro a
constituição estadual se aplicam igualmente à
lei orgânica do distrito federal.
Aspectos práticos do controle concentrado
Estadual:
I) A questão da utilização da norma de
reprodução obrigatória e a utilização do
recurso extraordinário (RE 246903).
 No âmbito da Ação Direta de
Inconstitucionalidade da competência
do Tribunal de Justiça local, situação
na qual a análise será realizada entre a
lei estadual ou municipal em face da
Constituição estadual, somente é
admissível a interposição de Recurso
Extraordinário diante de questão que
envolva norma da Constituição
Federal de reprodução obrigatória na
Constituição estadual (RE 246903).
II) A questão do Simultaneus Processus e a
prejudicialidade das ações (adi 3482 e adi
3659);
É possível que tramitem simultaneamente no
STF e no TJ ações diretas de
inconstitucionalidade que tenham como
objeto o mesmo ato normativo, situação na
qual ocorrerá a simultaneidade de processos.
Para que a narrada situação ocorra, ambas as
ações devem ter como objeto a mesma norma
estadual. Vale salientar que não haverá
litispendência, tendo em vista que a causa de
pedir de cada uma das ações é diferente, vez
que a ADI que tramita perante o STF possui
como fundamento a incompatibilidade da
norma estadual com a CF/88, enquanto que a
ADI que tramita perante o TJ, tem como
fundamento a incompatibilidade com a
Constituição Estadual. Ocorrendo a narrada
situação, o STF entende que devem ser
adotadas as seguintes providências (ADI
3482):
(I) Suspensão da adi que tramita perante o
Tribunal de Justiça;
(II) Julgamento da adi que tramita perante o
STF;
 STF julga a sua adi procedente: nesse
caso, a norma estadual será declarada
inconstitucional e a adi estadual será
extinta por perda do seu objeto;
 STF julga a sua adi improcedente: a
norma estadual será declarada
constitucional e o TJ continuará a
processar e julgar a adi estadual,
utilizando como parâmetro as normas
da constituição estadual.
Exceção:
Situação diferente enfrentada pelo STF
quando do julgamento da ADI 3659, tendo
em vista que o TJ julgou a sua ação antes de o
STF julgar a sua ADI.
 Nesse caso se a decisão do tribunal
local for pela procedência da ação e,
ao mesmo tempo, a
inconstitucionalidade for por
incompatibilidade com preceito da
Constituição estadual sem
correspondência na Constituição
Federal, a ADI perante o STF perderá
o seu objeto. Nos demais casos, o STF
irá processar normalmente a sua ADI.
 constitucional
remédios constitucionais
I