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Princípio da Legalidade

Nos termos do art. 150, I da CF nenhum tributo será instituído ou aumentado, a


não ser por intermédio de LEI!
Além dos tributos só poderem ser instituídos, extinto ou majorados, reduzidos por
lei, temos outras matérias, de acordo com o art. 97 do CTN que também só podem ser
tratadas por meio de lei, e como o CTN menciona apenas lei, temos que poderá ser por
meio de lei ordinária.
A mera atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo NÃO
constitui majoração de tributo, art. 97, § 2º do CTN, podendo ser realizada por meio de
simples Decreto.
Todos os tributos estão sujeitos ao Princípio da Legalidade, ou seja, só podem ser
instituídos ou majorados por intermédio de lei.
Conquanto, a Constituição Federal, em seu artigo 153, § 1º prevê alguns impostos
que podem ter as alíquotas alteradas, desde que observados os limites e condições
estabelecidos em lei, por meio de ato do Poder Executivo, o que se dá comumente por
decreto presidencial ou por portaria do Ministro da Fazenda. São eles:

Imposto sobre a Importação (II) Imposto sobre a Exportação (IE)

Imposto sobre produtos Industrializados (IPI)


Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros (IOF)

O art. 153, § 1º da CF possibilitou que esses tributos tenham suas alíquotas


majoradas, por decreto, por exemplo, desde que observados os limites e condições estabelecidos em lei,
é claro.
O art. 177, § 4º, I, “b” da CF também possibilita ao Poder Executivo reduzir e
restabelecer as alíquotas da Contribuição de intervenção no domínio econômico
Combustível – CIDE COMBUSTÍVEL, por meio de ato próprio, no caso, o decreto
presidencial.
O art. 155, § 4º, IV, “c” da CF possibilita ao Poder Executivo reduzir e
restabelecer as alíquotas do ICMS incidência monofásica, nas operações com combustíveis
e lubrificantes previstos em lei complementar federal.
No caso do ICMS combustível os convênios interestaduais, celebrados no âmbito
do CONFAZ (Conselho de Política Fazendária) é que definirão as suas alíquotas.

Princípio da Isonomia

É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios instituir tratamento desigual entre
contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de
ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação
jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos (art. 150, II da CF).
Pelo princípio da isonomia, deve-se tratar igualmente os iguais e desigualmente
os desiguais na medida de suas desigualdades.
Enquanto o art. 5º da CF determina a igualdade de modo genérico, o art. 150, II
da CF, explora-a de modo específico, no campo do direito tributário.
A concessão de isenção, dispensa legal do dever de pagar tributo, ou
tratamento diferenciado para algumas atividades, não viola o princípio da

isonomia, quando se busca tratar desigualmente contribuintes em situações


desiguais.
A Lei Complementar nº 123/2006, por exemplo, traz tratamento diferenciado para
as microempresas e empresas de pequeno porte, pelo fato dessas apresentarem
capacidade contributiva distinta das demais empresas.

Princípio da Irretroatividade

É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios cobrar


tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os
houver instituído ou aumentado. (art. 150, III, “a” da CF).
O princípio da Irretroatividade também reflete a segurança jurídica, nos termos do
art. 5º, XXXVI da CF, o qual determina que “a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato
jurídico perfeito e a coisa julgada”.
O Código Tributário Nacional prevê três exceções ao princípio da irretroatividade,
artigos 106, I e II e art. 144, § 1º.
Primeira Possibilidade: (art. 106, I, do CTN) Quando se tratar de lei
expressamente interpretativa e desde que não comine penalidade.
Uma lei interpretativa apenas esclarece o sentido de outra anterior, sem inovar a
ordem jurídica.
Segunda Possibilidade: (art. 106, II, “a” e “b”e “c” do CTN) - A lei tributária
poderá retroagir tratando-se de ato NÃO definitivamente julgado:

a) quando deixe de defini-lo como infração;


b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou
omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de
pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao
tempo da sua prática.
Terceira Possibilidade: (art. 144, § 1º do CTN) Em se tratando de lançamento
tributário, lei que instituir novos critérios de apuração ou fiscalização.

Princípio da Anterioridade

Em regra, o tributo que for instituído ou majorado nesse exercício financeiro,


(coincide com o ano civil, inicia no dia 1º de janeiro e se encerra no dia 31 de dezembro),
somente poderá ser exigido no próximo exercício e desde que tenham transcorridos 90
dias da data da publicação da lei que houver instituído ou majorado o tributo. (art. 150,
III, “b” e “c” da CF).
a) Temos tributos que não precisam aguardar o próximo exercício (NÃO
RESPEITA o Princípio da Anterioridade) nem 90 dias (NÃO RESPEITA o Princípio
Nonagesimal), ou seja, o tributo pode ser cobrado: IMEDIATAMENTE!!!! São eles:

- Imposto extraordinário guerra (IEG)


- Empréstimo Compulsório Guerra ou Calamidade Pública,
- Imposto sobre importação (II),
- Imposto sobre exportação (IE)
- Imposto sobre operações financeiras (IOF)
b) Existem tributos, no entanto, que não precisam aguardar o próximo exercício
(NÃO RESPEITAM o Princípio da Anterioridade), MAS precisam aguardar 90 dias para
serem exigidos, (RESPEITAM o Princípio Nonagesimal):

- IPI
- casos de redução e restabelecimento das Alíquotas da CIDE Combustível e do
ICMS Combustível (155, § 4º, IV, “c” e 177, § 4º, I, “b” da CF.

- Contribuição Social (195, § 6º da CF)

Existem tributos que precisam aguardar o próximo exercício


(RESPEITAM o Princípio da Anterioridade do Exercício), mas não precisam respeitar 90
dias (NÃO RESPEITAM o Princípio Nonagesimal):
-IR
- alteração de Base de cálculo do IPTU e do IPVA
Dizer que esses tributos respeitam a anterioridade do exercício e não respeitam
90 dias significa dizer

NRAE e NR90 GUERRA, II IE IOF

dias cobrança (IEG e


Empréstimo
IMEDIATA! Compulsório
guerra ou
calamidade
pública.
Reduzir e Reduzir e Contribuição
NRAE IPI
Restabelecer Restabelecer Social
R90 dias
CIDE ICMS
COMBUSTÍVEL COMBUSTÍVEL

Alteração de Alteração Base


RAE NR90 IR
base de cálculo de cálculo IPVA
dias
IPTU

Importante: o art. 150, III, “b” e “c” que se refere aos princípios da anterioridade
do exercício e nonagesimal, só se aplicam no caso de instituição ou majoração de
tributo. A mudança da data do prazo de pagamento do tributo não está sujeita aos
princípios da anterioridade.
Súmula 669 do STF: Norma legal que altera o prazo de recolhimento da
obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade.
Súmula Vinculante 50: Norma legal que altera o prazo de recolhimento de
obrigação tributária não se sujeita ao princípio da anterioridade.
 Os Princípios da Anterioridade e a Medida Provisória
Para o STF, o princípio da anterioridade nonagesimal é observado, via de
regra, no momento em que a medida provisória é editada. Conta-se 90 dias apenas da
data da conversão da medida provisória em lei, quando houver modificação substancial no
texto.

 Os Princípios da Anterioridade e a Revogação da Isenção


Nos termos do art. 104, III do CTN, quando a revogação da isenção se referir a imposto
sobre renda ou patrimônio, o imposto só será cobrado no primeiro dia do exercício
seguinte.
Parte do STJ e STF entendem que no caso de revogação de isenção, quando não
se referir ao art. 104, III do CTN, não devem ser respeitadas as anterioridades, a cobrança
do tributo será imediata. Contudo, no final de 2015, o STF, ao julgar o RE 564.225,
compreendeu que a revogação de incentivos, benefícios é, na verdade, uma majoração
indireta de tributo e, por essa razão, deve respeitar as anterioridades do exercício e
nonagesimal.

Princípio do não-confisco

O princípio da vedação ao confisco, art. 150, IV da CF, decorre do direito de


propriedade, que coíbe o confisco ao estabelecer prévia e justa indenização na
desapropriação. O tributo não pode inviabilizar o direito de propriedade.
Deve-se analisar individualmente cada situação à luz de todo o sistema tributário,
isto é, analisar a soma de todos os tributos devidos pelo contribuinte, e não apenas o
tributo isoladamente. Deve-se, ainda, aplicar os princípios da proporcionalidade e da
razoabilidade.

A Constituição Federal, ao tratar do princípio do não-confisco em seu artigo 150, IV,


refere-se aos tributos, ou seja, de acordo com a literalidade desse dispositivo constitucional,
apenas os tributos devem respeitar o não-confisco.

O STF, ao julgar a ADI 551, compreendeu que as multas tributárias também estão
sujeitas ao princípio do não confisco. E, ao julgar o RE 838.302, entendeu que será
considera multa com efeito confiscatório aquela que ultrapassar a 100% do valor da
obrigação principal.

Princípio da Liberdade de Tráfego

O princípio da liberdade de tráfego está previsto no art. 150, V da CF e veda os


Entes Federativos de instituírem tributos interestaduais ou intermunicipais que visem
estabelecer limitações ao tráfego de pessoas ou bens, ressalvada, contudo, a exigência do
pagamento de pedágio pela utilização das vias conservadas pelo Poder Público.
O STF compreendeu, ao julgar a ADIN 800, que pedágio não é tributo, é preço
público.

Princípio da Uniformidade Geográfica

O princípio da uniformidade geográfica veda a União “instituir tributo que não


seja uniforme em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em
relação a Estado, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a
concessão de incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento
sócio- econômico entre as diferentes regiões do País”. (art. 151, I da CF).
Não é possível à União, por exemplo, instituir IPI com alíquotas diferenciadas para
certos Estados, salvo se for concessão de incentivo fiscal.
Princípio da Proibição das Isenções Heterônomas

A União não pode conceder isenção para tributos que não estejam em sua
competência tributária.
A União não pode conceder isenções de tributos estaduais ou municipais, sob
pena de violar o princípio do pacto federativo.
Assim, só pode conceder isenção de determinado tributo o Ente Federativo que
tem competência para a sua instituição.
Quando um Ente Federativo diferente daquele que detém a competência para
instituir o tributo concede a isenção, tem-se a isenção heterônoma.
Será heterônoma, por exemplo, a concessão de isenção do ITBI pela União, vez
que esse imposto é de competência dos Municípios.

A isenção heterônoma é vedada no Brasil, mas há exceções:


1) ISS sobre serviços prestados no exterior: O art. 156, § 3º, II da CF prevê a
possibilidade da União, por lei complementar, conceder isenção do ISS nas exportações de
serviços. O art. 2º, I da LC nº 116/03 trata sobre a referida isenção.
2) Tratados e Convenções Internacionais : o Supremo Tribunal Federal tem o
entendimento pacífico de que os Tratados e Convenções Internacionais PODEM conceder
isenções de tributos estaduais e municipais, visto que a União, ao celebrar o tratado, não
se mostra como pessoa política de Direito Público Interno, mas como pessoa política
internacional.

Princípio da Capacidade Contributiva

O princípio da capacidade contributiva é princípio basilar do Direito Tributário e está


preceituado no art. 145, §1º da Constituição Federal:
Segundo o princípio da capacidade contributiva, o cidadão tem o dever de
contribuir na exata proporção da sua capacidade econômica, ou seja, a sua capacidade de
suportar o encargo fiscal.
A capacidade contributiva não se confunde com a econômica. A capacidade
contributiva se define naquela que o contribuinte apresenta para contribuir com os gastos
públicos conforme sua capacidade econômica. A capacidade econômica – mais abrangente
–, não coincide com a capacidade contributiva, pois muitas vezes a pessoa apresenta
capacidade econômica, sem, contudo, apresentar a capacidade contributiva. Como
exemplo, os Entes Federativos, que apresentam capacidade econômica, pois dispõem de
recursos financeiros próprios, todavia, não manifestam capacidade contributiva. Em atenção
ao Princípio Federativo, esses entes não irão cobrar tributos uns dos outros, para cobrir
seus gastos públicos.
Da leitura do art. 145, §1º da CF, extrai-se, ainda, que os impostos serão
graduados conforme a capacidade econômica, “sempre que possível”, uma vez que nem
sempre é possível aferir de modo claro e preciso a capacidade econômica de cada
contribuinte.
No caso dos tributos indiretos, fica prejudicada a apreciação da capacidade
econômica do contribuinte, pois há a possibilidade de repassar para o consumidor final o
encargo financeiro, como ocorre com o IPI e o ICMS.
Outra observação que se faz necessária com relação ao princípio da capacidade
contributiva é que o art. 145, § 1º da CF menciona que os impostos devem respeitar esse
princípio. O STF já se manifestou por entender que esse princípio deve ser seguido por
todas as espécies tributárias, e não apenas os impostos.

ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS

Empréstimo Compulsório
Art. 148, da CF;
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos
compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de
guerra externa ou sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse
nacional, observado o disposto no art.. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo
compulsório será vinculada à despesa que fundamentou sua instituição.

Competência da União, instituída só mediante lei complementar, pressupõe devolução e não pode ter
qualquer parcela de sua arrecadação desvinculada da lei de criação. Pode ser de duas espécies:

-Extraordinário - Guerra- não respeita anterioridade, publicou passa a exigir imediatamente.

-Normal - investimento público de caráter urgente. Mesmo que urgente respeita a anterioridade!
Respeita a anterioridade de exercício e os 90 dias.

Contribuição de Melhoria

Art. 145, III, da CF e 81 e 82, do CTN

Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo
Distrito Federal ou pelos Municípios, no âmbito
de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras
públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa
realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para
cada imóvel beneficiado.

Pode ser instituída por qualquer ente da federação, mediante lei ordinária. Segue a anterioridade e tem
como requisitos obra pública da qual decorra valorização imobiliária para cada bem. Ex: afasto público.
O lançamento (cobrança) é de ofício. Respeita o limite global, valor gasto com a obra, e o limite
individual, o quanto valorizou o bem. Se houve desvalorização não se paga nada.

Taxas

Art. 145, II e par. 2º, da CF e arts. 77 a 80, do CTN

Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou
pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato
gerador o exercício regular do poder de polícia, ou a utilização, efetiva ou
potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte ou
posto à sua disposição.
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos
que correspondam a imposto nem ser calculada em função do capital das
empresas.

Podem ser instituídas por qualquer ente da federação mediante lei ordinária.

A CF indica quais são as espécies, porém, o art.. 77 do CTN é que traz quais as espécies de taxas.
Sejam elas:

-Pelo exercício do poder de policia

-Pela utilização (efetiva OU potencial) de serviços públicos específicos E divisíveis prestados pelo
sujeito passivo (ou postos a sua disposição)

Taxas pelo exercício de poder de polícia: Art. 78, do CTN.


Poder de polícia é uma limitação imposta pelo poder público de direitos e liberdades individuais em
prol da coletividade.

Taxas pela prestação de serviços públicos: Art. 79, do CTN.


Serviços públicos - em caráter geral ou universal (uti universi) são prestados à coletividade em geral
(polícia e iluminação publica , por ex), nesta caso, não é possível especificar qual é o destinatário do
serviço; já os uti singuli é possível identificar a quem destina este serviço prestado e o custo da
atividade estatal direcionado àquela pessoa (taxa de lixo domiciliar, por ex)

Especificidade porque o serviço é prestado em caráter individual, sendo possível identificar quem é o
interessado e o custo em relação àquela pessoa especifica.
Quanto à potencialidade da utilização de serviços públicos, para fins de exigência de taxa:
Art.. 145, §2 CF, As taxas não podem ter base de cálculo própria de impostos.

Prestar: específico e divisível. Utilizar: efetiva ou potencialmente. Taxa- lançamento de ofício.

Contribuições Sociais

Previsão: Arts. 149 e 195 da CF.


Competência privativa da União, salvo a contribuição social previdenciária do servidor público, que
será criada pelo ente a que pertencer o servidor, conforme previsão no art. 149, § 1º da CF.

As contribuições sociais serão criadas, via de regra, por lei ordinária, salvo a contribuição social
residual, que nos termos do art. 195, § 4º da CF será criada por lei complementar.

Requisitos para ser criada a Contribuição Social Residual:


1) Somente a União poderá criar
2) Deve ser por Lei Complementar
3) Deve ser não-cumulativa
4) Deve ter base de cálculo e fato gerador diferente das contribuições já existen-
tes na CF.

Tem por finalidade custear a previdência, assistência social e saúde.

Contribuições de intervenção no domínio econômico (CIDEs)

As Contribuições de intervenção no domínio econômico são de competência exclusiva da União e serve


à atuação do governo federal no mercado, influindo na oferta de bens e serviços, conforme interesse
público.

Dentre as contribuições de intervenção no domínio econômico cita-se a CIDE-Combustível, instituída


pela lei nº 10.336/2001, nos termos do art. 177, § 4º da CF. Essa contribuição visa estimular pesquisas
para a proteção do Meio Ambiente.

A destinação do produto da arrecadação da CIDE-Combustível, nos termos do art. 1º, § 1º, da Lei nº
10.336/2001 será para: i) pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, de gás
natural e seus derivados e de derivados de petróleo; ii) financiamento de projetos ambientais
relacionados com a indústria do petróleo e do gás; e iii) financiamento de programas de infra-estrutura
de transportes.

A CIDE - combustível pode ter as alíquotas reduzidas e restabelecidas por meio de decreto do Poder
Executivo, conforme dispõe o art. 177, § 4º da CF e não precisam respeitar o Princípio da
Anterioridade do Exercício, apenas a anterioridade nonagesimal.
Ademais, mencionado no tópico final das contribuições sociais, a CIDE também não incidirá sobre
exportação, porém poderá incidir sobre importação, conforme se verifica do art. 149, § 2º, I e II da CF.
Ademais, pode ter 20% do valor arrecadado desvinculado para outra finalidade que a União entender
importante, nos termos do art. 76 da ADCT.

Contribuições de interesse de categoria profissional ou econômica

Tratam-se das contribuições cobradas por instituições descentralizadas que fiscalizam o exercício de
determinadas profissões e atividades, além de representarem, coletiva ou individualmente, os interesses
dos respectivos profissionais. Em razão das atividades de fiscalização de profissão serem atividades de
interesse público, as contribuições exigidas por essas instituições, como: CREA, CRO, CRM e etc.,
apresentam natureza tributária, portanto, de pagamento obrigatório.
Destaca-se que a contribuição paga para a OAB não tem natureza tributária. Segundo o entendimento
do STF (RE 612015), é uma entidade de personalidade suis generis, pois a OAB foi criada para visar
o interesse da coletividade, não havendo que se falar em tributo. Segue jurisprudência neste sentido:
Outra contribuição de interesse de categoria profissional ou econômica é a contribuição sindical exigida
de todos os trabalhadores celetistas, integrantes da categoria, sindicalizados ou não, cuja previsão
consta nos artigos 578 e 579 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.

Art. 579. O desconto da contribuição sindical está condicionado à autorização


prévia e expressa dos que participarem de uma determinada categoria econômica
ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor do sindicato representativo
da mesma categoria ou profissão ou, inexistindo este, na conformidade do
disposto no art. 591 desta Consolidação. (Redação dada pela Lei nº 13.467,
de 2017)

É importante ressaltar que a contribuição sindical de natureza tributária não se confunde com a
contribuição confederativa, exigida apenas dos sindicalizados e que é desprovida de natureza tributária.
Nesse sentido, temos a Súmula 666 do STF:

STF – Súmula nº 666 – A contribuição confederativa de que trata o art. 8º,


contribuição, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo.

Contribuições para Custeio do Serviço da Iluminação Pública (COSIP)

Trata-se de contribuição instituída pelos Municípios e pelo Distrito Federal para custeio do serviço de
iluminação pública. Essa contribuição poderá ser cobrada na fatura de consumo de energia elétrica, nos
termos do art. 149-A da CF.
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

Conforme prevê o art. 113 do CTN, a obrigação tributária pode ser Principal ou Acessória.

A obrigação principal tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniá-


ria. (art. 113, § 1º CTN), consiste em dar dinheiro, pagar. A obrigação acessória refere-se, na verdade, aos
deveres formais que o sujeito passivo está obrigado, a fim de facilitar a arrecada- ção e a fiscalização. Nos termos do
art. 113, § 2º do CTN, são prestações positivas ou negati- vas que irão facilitar a arrecadação e a fiscalização dos
tributos. Por prestações positivas, tem- se como obrigação acessória do sujeito passivo o dever de “emitir nota
fiscal”, “escriturar li- vros”, “declarar impostos”, etc. Quanto às prestações negativas, cita-se o dever de “não rece-
ber mercadorias desacompanhadas da devida documentação fiscal”.
A inobservância de uma obrigação acessória pelo sujeito passivo implica no surgimen- to de uma
obrigação principal referente à penalidade tributária. Assim, por exemplo, se o sujei- to deixar de declarar o imposto
de renda, terá que declará-lo com atraso e por esse motivo de- verá pagar uma multa, essa multa é uma obrigação
principal.
Art. 113 CTN (...)
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal
relativamente à penalidade pecuniária.
O fato do sujeito passivo não ter uma obrigação principal, por gozar de imunidade ou isenção tributária,
por exemplo, não afasta a sua obrigação acessória, vez que essa é autôno- ma em relação à obrigação principal.
O sujeito que goza de imunidade ou isenção, ainda assim, deve manter suas obriga- ções acessórias em
dia.

Pessoa com Pessoa com Pessoa que paga


Imunidade Isenção Tribu- Tributos
Tributária tária Normalmente
Não tem obrigação Não tem obrigação Tem obrigação principal
principal principal
TEM obrigação TEM obrigação TEM obrigação
acessória acessória acessória
CONCEITO DE TRIBUTO

O conceito expresso está no artigo 3º do Código Tributário Nacional – CTN:

Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cu- jo


valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída
em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
O Código Tributário Nacional ao se referir a palavra “toda” prestação, estabelece que qual- quer prestação que
se enquadre em todos os requisitos do art. 3º do CTN será tributo, inde- pendentemente da denominação, conforme
determina o art. 4º do CTN:

Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva
obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.

É importante frisar nesse momento, que ainda que o art. 4º do CTN no inciso II menciona que seria
irrelevante a destinação legal do produto para ser tributo, temos que a partir da Cons- tituição Federal de 1988, para
as contribuições e empréstimo compulsório é relevante sim a destinação, pois nessas exações a denominação e a
destinação são destacadas pelo próprio legislador constituinte, não tendo relevância para a identificação do fato
gerador do tributo, co- mo ocorre com os impostos, taxas e contribuições de melhoria.

b) Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: O legislador infraconstitucional incor- reu em
redundância ao repetir o caráter pecuniário da prestação, não havia a necessidade de insistir com a locução “em
moeda” “ou cujo valor nela possa se exprimir”, pois ao tratar de obri- gação pecuniária, é porque será paga em
dinheiro.
Ninguém poderá entregar ao fisco, como forma de pagamento, algo que não seja dinheiro, salvo o caso do
art.156, XI do CTN, que trata sobre a dação de bem imóvel, quando houver expressa previsão em lei. Observa-se
que mesmo nesse caso, por se tratar de uma exceção,
há necessariamente a previsão em lei para autorizar o pagamento do tributo com a entrega de bem imóvel.

c) Que não constitua sanção de ato ilícito: Ninguém paga o tributo por ter desrespeitado uma lei, tributo
não é castigo. Ao contrário paga-se o tributo por incorrer em uma situação prevista em lei como hipótese de
incidência tributária, ou seja, o legislador elegeu uma situação que uma vez praticada pelo sujeito, no mundo
concreto, estará sujeita à incidência da norma tributária e por essa razão irá nascer a obrigação de pagar um tributo.
Por exemplo: A Lei prevê que a hipótese de incidência tributária do Imposto sobre Renda ou proventos de
qualquer natureza - IR é “auferir renda”, o sujeito terá que pagar IR quando aufe- rir renda, porque praticou o fato
previsto em lei.
As hipóteses de incidência da norma tributária são sempre constituídas por fatos lícitos, que uma vez ocorridos
no mundo jurídico nasce a obrigação de pagar o tributo.
Contudo, verifica-se que embora a hipótese de incidência tributária não possa ser algo ilícito, os frutos de uma
atividade ilícita podem ser objeto de tributação.
O artigo 118, I do Código Tributário Nacional – CTN prevê que a definição do fato gerador será interpretada
abstraindo-se da validade dos atos praticados pelo sujeito.

Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se:

I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuin- tes,


responsáveis, ou terceiros, bem como da natureza do seu objeto ou dos seus
efeitos;
II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.

No caso do sujeito que aufere renda pela venda de entorpecentes, a ilicitude é irrelevante para fins tributários, o
que importa é que foi praticado o fato gerador, “auferir renda” e por essa razão o sujeito deverá pagar IR.
O STF tem o entendimento majoritário de que praticado o fato gerador previsto em lei, deve ser pago o imposto,
independentemente da atividade ser lícita ou ilícita, (HC 77.530/RS).
Os Tribunais Superiores aplicam o Princípio “Pecunia non olet”, segundo o qual o tributo não tem cheiro,
não importa de onde vem, nesse caso, a renda auferida, o que importa é que ocorreu o fato gerador do IR,
“auferir renda”, e por essa razão, aplicando-se o art. 118, I do CTN deve-se haver a tributação.

1.2 – ESPÉCIES DE TRIBUTOS

O art. 5º do CTN prevê três espécies tributárias:

1) Impostos
2) Taxas
3) Contribuição de Melhoria

A Constituição Federal no art. 145 prevê três espécies tributárias:


1) Impostos
2) Taxas
3) Contribuição de Melhoria
O art. 148 da CF faz menção ao Empréstimo Compulsório e o art. 149 da CF refere-se às
Contribuições.
O art. 149 divide as contribuições em três modalidades, que serão estudadas em outro capí- tulo:
a) Contribuição Social
b) Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE)
c) Contribuição de interesse de categoria profissional ou econômica

E o art. 149-A da CF traz a Contribuição para custeio do serviço de iluminação pública


– COSIP.

Ainda que o Código Tributário Nacional adote a teoria tripartida, por classificar as espécies tributárias em apenas
três, (impostos, taxas, contribuição de melhoria), a maioria dos doutrina- dores, dentre eles, Aliomar Balleiro, e o
Supremo Tribunal Federal adotam a teoria penta- partida, que seriam 5 espécies tributárias:

a) Impostos
b) taxas
c) contribuição de melhoria
d) contribuição
e) empréstimo compulsório

1.3 COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA

Competência Tributária é a outorga de poder concedido pela Constituição Federal aos En- tes Federativos
para que eles possam criar, instituir e majorar tributos.
Somente os entes federativos apresentam competência tributária, pois os tributos só po- dem ser instituídos
por meio de lei, e apenas os entes federativos apresentam Poder Legislati- vo.
Não podemos confundir competência tributária com competência para legislar em direi- to
tributário.
A competência para legislar sobre direito tributário é a outorga de poder concedido pela Constituição
Federal para editar leis que versem sobre tributos e relações jurídicas a eles perti- nentes. É uma competência
concedida aos entes federativos para traçarem regras sobre o exercício do poder de tributar.

COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA COMPETÊNCIA PARA LEGISLAR EM


DIREITO TRIBUTÁRIO

Criação, Instituição e Majoração de tribu- tos Leis que versem sobre tributos já instituí- dos e
relações jurídicas a eles pertinentes.

Todos os Entes Federativos apresentam competência para legislar sobre direito tributário.
O art. 24 da Constituição Federal prevê competência concorrente entre a União, os Estados e Distrito Federal
para legislar sobre direito tributário.

Compete à União a edição de normas gerais e aos Estados e Distrito Federal poderá suple- mentar a legislação
federal.
Mas se não existir norma federal, Estados e Distrito Federal apresentam competência plena para legislar sobre
direito tributário.
Se sobrevier a norma geral pela União, haverá suspensão da lei estadual no que lhe for con- trária. A lei federal
não irá revogar a lei estadual porque não há entre elas uma hierarquia.
Diante da ausência de norma geral da União sobre IPVA, cada Estado exerceu a competên- cia legislativa plena,
com base no art. 24, § 3º da CF.

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar con-
correntemente sobre:
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico (...)
§ 1º - No âmbito da legislação concorrente, a competência da União limi- tar-
se-á a estabelecer normas gerais.
§ 2º - A competência da União para legislar sobre normas gerais não ex- clui a
competência suplementar dos Estados.
§ 3º - Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os Estados exercerão a
competência legislativa plena, para atender a suas peculiaridades.
§ 4º - A superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a efi- cácia
da lei estadual, no que lhe for contrário.

O art. 30 da CF estabelece a competência dos Municípios para legislarem sobre assuntos de interesse local e
suplementar legislação federal, estadual no que lhe couber.

Art. 30. Compete aos Municípios:

I - legislar sobre assuntos de interesse local;


II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como apli- car
suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e pu- blicar
balancetes nos prazos fixados em lei;

A competência Tributária como vimos é o poder concedido pela Constituição Federal aos Entes Federativos
para que eles possam instituir, criar e majorar tributos. A competência Tributária Apresenta 5 características
importantes:
a) Indelegabilidade:
A Constituição não só prevê a competência tributária como também reparte, partilha esse poder entre as pessoas
políticas que compõe a Federação, porque essas precisam ter auto- nomia financeira, não basta terem apenas
autonomia administrativa, autonomia política.
A base do federalismo é a autonomia dos Entes, por essa razão há a repartição do Poder de Tributar entre os Entes
Federativos. Quando a Constituição outorga o poder para os Entes Fe- derativos, ela estabelece exatamente quais
serão os tributos de competência de cada Ente e a competência tributária é indelegável, quer dizer,
intransferível.
O Ente Federativo não poderá transferir a sua competência tributária para nenhum outro En- te. Assim, se a
Constituição outorgou poder para a União instituir o Imposto sobre Produtos Industrializados(IPI) apenas ela poderá
instituir esse imposto, mais ninguém!
Vejamos quais são os tributos de competência tributária de cada Ente Federativo:

Obs: O Distrito Federal apresenta competência tributária para instituir o IPTU, ITBI e ISS por força do disposto
no art. 147 da CF que estabelece que os impostos dos Municípios serão do Distrito Federal. (Art. 147. Competem à
União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for dividido em Municípios,
cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os impostos municipais).

Como vimos a competência tributária que consiste na criação, instituição e majoração de tributo é
indelegável. Contudo as funções administrativas de arrecadar, fiscalizar tributos e executar leis que
compreendem a capacidade ativa tributária essa sim pode ser delegável.

CTN - Art. 7º - A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das


funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou
decisões administrativas em matéria tributária, conferida por uma pessoa
jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da
Constituição.
§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que
competem à pessoa jurídica de direito público que a conferir.
§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da
pessoa jurídica de direito público que a tenha conferido.
§ 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de
direito privado, do encargo ou da função de arrecadar tributos

Exemplo é o caso do Imposto Territorial Rural (ITR) cuja competência tributária, ou seja, a competência para
criá-lo, institui-lo ou majorá-lo é da União, conforme estabelece o art. 153, VI da CF, que poderá, no entanto,
delegar a função de arrecadar e fiscalizar, ou seja, a capaci- dade ativa tributária aos Municípios, nos termos do
art. 153, § 4º, III da CF.
Pela literalidade do art. 7º do CTN a capacidade ativa tributária só pode ser delegada para uma pessoa jurídica de
direito público.
Para fixar, temos:

COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA CAPACIDADE ATIVA TRIBUTÁRIA – PODE


–INDE- LEGÁVEL!
SER DELEGÁVEL
Criar, instituir, Majorar Arrecadar, Fiscalizar Tributos e Executar
Leis

b) Facultatividade: Os Entes Federativos não estão obrigados a instituir os tributos, cuja competência
tributária lhe foi atribuída pela Constituição Federal.
O art. 145 da CF determina que a União, Estados, Distrito Federal e Municípios “poderão”, e não “deverão”
instituir tributos. A partir dessa regra a doutrina diz que a competência tributá- ria no Brasil é facultativa.
Exemplo: o Imposto sobre Grandes Fortunas – IGF, que compete à União a sua instituição, até hoje não foi criado
e não há problema algum, porque a competência tributária é facultativa! Muitos indagam sobre a Lei de
responsabilidade Fiscal, LC nº 101/2000 que estabelece em seu art. 11 que somente exerce uma boa gestão fiscal o
Ente Federativo que instituir e cobrar
todos os tributos.

Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a


instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência constitucional do
ente da Federação.
Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe
o disposto no caput, no que se refere aos impostos.

Quanto a arrecadação não restam dúvidas dessa obrigatoriedade, mas a obrigatoriedade quanto à Instituição fere a
Constituição Federal que não obriga aos Entes Federativos instituí- rem os tributos.
Observa-se, ainda, que o parágrafo único do art. 11 da LC nº 101/2000 prevê uma sanção para o Ente Federativo
que não instituir todos os impostos de sua competência. O dispositivo legal proíbe a realização de transferências
voluntárias àquele que não instituir todos os im- postos.

LC nº 101/200 - Art. 11 (...)


Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe
o disposto no caput, no que se refere aos impostos.

O STF em Medida Cautelar ADI nº 2238 entendeu que o parágrafo único do art. 11 da LC nº 101/2000 não viola
a Constituição Federal porque a Lei trata de transferências voluntárias.

As transferências obrigatórias de impostos que estão nos artigos 153, § 5º, 157, 158 e 159 da Constituição Federal
essas sim só poderão deixar de serem repassadas no caso do art. 160 da CF, quando o Ente Federativo não estiver
aplicando o percentual exigido na área da saúde, e também, no caso de débitos de um Ente, e suas Autarquias com
outro Ente que irá fazer o repasse.
O parágrafo único do art. 11 da LC nº 101/2000 proibiu apenas o repasse das transferências voluntárias e não das
obrigatórias, por isso não seria inconstitucional.

c) Incaducabilidade: O direito do Ente Federativo instituir o tributo pode ser exercido a qualquer tempo. O
fato da União não ter instituído o IGF, em 1988, quando da promulgação da Constituição Federal, não lhe retira o
direito de institui-lo agora, passados mais de 20 anos.

d) Inalterabilidade: a competência tributária não pode ser alterada por lei infraconstitucio- nal. Assim, quando
a Constituição, no art. 156, I prevê que o IPTU irá incidir sobre a proprieda- de de imóvel urbano, não pode uma lei
modificar tal competência ao ponto de determinar que o IPTU tenha como hipótese de incidência, fato gerador a
mera posse de imóvel urbano.
Observe que o art. 32 do CTN prevê como fato gerador do IPTU a propriedade, a posse e o domínio útil de
imóvel urbano.
O fato é que o Código Tributário Nacional é de 1966 e a nossa Constituição é de 1988, as- sim esse artigo do
CTN só foi recepcionado pelo nosso ordenamento jurídico, ao considerar que será contribuinte do IPTU o possuidor
ou aquele que detenha o domínio útil se houver o animus domini.
Logo, o mero detentor da posse, como o locatário não é contribuinte do IPTU, porque a lei não pode alterar a
competência tributária e a CF determina que apenas o proprietário é contri- buinte desse imposto.
A competência tributária não pode ser alterada por meio de lei, mas Emenda Constitucional poderá alterá-la.
Como exemplo temos a EC nº 19/02 que inseriu na Constituição o art. 149-A e criou a Con- tribuição para
custeio do serviço de iluminação pública (COSIP).
Irrenunciabilidade: A competência tributária é irrenunciável, o Ente Federativo não pode jamais renunciar sua
competência tributária em favor de outro Ente, ele pode apenas deixar de exercê-la.
Assim, o fato da União não ter criado ainda o IGF não confere o direito dos Estados, por exemplo, instituírem
esse imposto, porque a competência é Irrenunciável.

Para memorizar, a competência tributária é:

1) Indelegável

2) facultativa
3) Incaducável
4) Inalterável
5) Irrenunciável

REPARTIÇÃO DAS RECEITAS TRIBUTÁRIAS

A Constituição Federal prevê algumas hipóteses de transferência obrigatória da arrecadação dos impostos,
conforme os artigos 153, § 5º, 157, 158 e 159.
No art. 153,§ 5º da CF – A União é obrigada a repassar 30% da arrecadação do IOF inciden- te sobre o ouro ativo
financeiro para o Estado, conforme a origem e 70% para o Município, con- forme a origem.

§ 5º - O ouro, quando definido em lei como ativo financeiro ou instrumento cambial, sujeita- se exclusivamente à
incidência do imposto de que trata o inciso V do "caput" deste artigo, devi- do na operação de origem; a alíquota
mínima será de um por cento, assegurada a transferên- cia do montante da arrecadação nos seguintes termos:
I - trinta por cento para o Estado, o Distrito Federal ou o Território, conforme a origem; II -
setenta por cento para o Município de origem.

De acordo com o art. 157 da CF competem aos Estados e Distrito Federal:

a) 100% da arrecadação do IR incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer títu- lo, pelos Estados,
suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem;
b) 20% do produto da arrecadação do imposto residual.
Nos termos do art. 158 da CF competem aos Municípios:

a) 100% da arrecadação do IR incidente na fonte, sobre rendimentos pagos, a qualquer títu- lo, pelos
Municípios, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem;
b) 50% do ITR, como via de regra, e 100% do ITR quando o Município detiver a capacidade ativa tributária, ou
seja, a função de arrecadar, fiscalizar esse imposto.
c) 50% do IPVA
d) 25% do ICMS

O art. 159 da CF, prevê que a União entregará 49% da arrecadação do Imposto sobre Ren- da e proventos de
qualquer natureza (IR) e sobre produtos industrializados (IPI) da seguinte forma:

a) 21,5% ao Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal;


b) 22,5% ao Fundo de Participação dos Municípios;
c) 3% para aplicação em programas de financiamento ao setor produtivo das Regiões Norte, Nordeste e Centro-
Oeste, através de suas instituições financeiras de caráter regional, de acor- do com os planos regionais de
desenvolvimento, ficando assegurada ao semi-árido do Nordes- te a metade dos recursos destinados à Região, na
forma que a lei estabelecer;
d) 1% ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no primeiro decêndio do mês de dezembro de
cada ano
e) 1% (um por cento) ao Fundo de Participação dos Municípios, que será entregue no pri- meiro decêndio do
mês de julho de cada ano;

Os incisos II e III do art. 159 da CF determinam que:

a) 10% da arrecadação do Imposto sobre produtos industrializados será repassado aos Es- tados e ao Distrito
Federal, proporcionalmente ao valor das respectivas exportações de produ- tos industrializados.

b) 29% do produto da arrecadação da contribuição de intervenção no domínio econômico prevista no art. 177, §
4º aos Estados e o Distrito Federal, distribuídos na forma da lei, obser- vada a destinação a que se refere o inciso II,
c, do referido parágrafo.

EXERCÍCIO DA COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA

Como vimos a competência tributária é o poder concedido pela Constituição Federal aos En- tes Federativos para
eles criarem, instituírem e majorarem tributos.
Os Entes Federativos irão criar, instituir e majorar os tributos apenas por meio de lei e via de regra lei
ordinária.
A lei ordinária é o instrumento por excelência da imposição tributária. Para efeito de votação parlamentar, indica
um quorum de maioria simples, o voto favorável de mais da metade do nú- mero de parlamentares presentes no dia
da votação.
Existem 4 tributos, todavia, que só podem ser instituídos ou majorados por meio de Lei Complementar, que
são: Contribuição Social Residual (art. 195,§ 4º da CF); Empréstimo Compulsório (art. 148 da CF); IGF (Imposto
sobre Grandes Fortunas – Art. 153, VII da CF) e Imposto Residual (art. 154, I da CF).
Segundo a literalidade do art. 62, § 2º da CF Medida Provisória, que é um instrumento normativo, com força
de lei, poderá instituir e majorar impostos.
Primeira Observação: Ainda que o art. 62, § 2º da CF estabeleça que a Medida Provisória poderá instituir e
majorar impostos, o STF tem entendimento de que as Medidas Provisórias podem instituir ou majorar outras espécies
tributárias, desde que essas não necessitem de Lei Complementar para sua instituição.
Nesse sentido, transcreve-se ementa do Acórdão AI-AGR 236.976/MG da relatoria do Minis- tro Néri da
Silveira:

Medida Provisória. Força de lei. A medida Provisória, tendo força de lei, é instrumento idô- neo para instituir e
modificar tributos e contribuições sociais.

A Medida Provisória, no entanto, para instituir ou majorar impostos deverá observar dois re- quisitos:

Primeiro: Que o Imposto possa ser instituído por meio de Lei Ordinária, pois o art. 62, § 1º, III da CF, veda a
MP tratar sobre matérias reservadas à Lei Complementar.
Segundo: Em se tratando de impostos, excepcionados o Imposto Extraordinário Guerra, Imposto sobre a
Importação (II), Imposto sobre a Exportação (IE), (imposto sobre operações financeiras) IOF e Imposto sobre
produtos industrializados (IPI), é necessário que a medida provisória que os criar seja convertida em lei até o final do
exercício financeiro, para que possa produzir efeitos no exercício subsequente.

LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

Nos termos do artigo 96 do CTN, a legislação tributária compreende: Leis, Tratados e Convenções
Internacionais, Decretos e Normas Complementares.

Assim, quando houver menção à expressão “legislação tributária”, não temos apenas a lei em sentido
estrito, mas os demais atos normativos que cuidam de relações jurídicas tributá- rias.

Lei Ordinária

A lei ordinária é o veículo, por excelência, da matéria tributária, pois é o instrumento de instituição,
modificação e extinção dos tributos. Os tributos irão ingressar no sistema jurídico pátrio, via de regra, por meio de lei
ordinária.

O artigo 97 do CTN estabelece as matérias que somente poderão ser tratadas por meio
de lei:

I - a instituição de tributos, ou a sua extinção; II - a majoração de tributos, ou sua redução;

III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal; IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base

de cálculo;

V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para outras infrações
nela definidas;

VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou redução de


penalidades.

Lei Complementar

Existem quatro tributos que só podem ser instituídos e majorados por meio de lei com- plementar.

Contribuição Social Residual (art. 195, § 4º CF);


Empréstimo Compulsório (art. 148 CF); IGF (art. 153, VII CF);
Imposto Residual (art. 154, I CF);

Além desses 4 tributos que só podem ser instituídos por meio de lei complementar, a Constituição Federal
determina que algumas matérias também só podem ser tratadas por meio de lei complementar, nesse sentido, temos o
art. 146 da CF:

Art. 146. Cabe à lei complementar:

I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a


União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;

II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;

III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especi- almente


sobre:

a) definição de tributos e de suas espécies, bem como dos impostos discrimi- nados nesta
Constituição, e dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes;

b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributárias;

c) adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas so-


ciedades cooperativas.

d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as


empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplifi-cados no caso do
imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da
contribuição a que se refere o art. 239

Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um
regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da Uni- ão, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, observado que:

(...)

Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributa- ção, com o
objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a
União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo.
Lei Delegada

Nos termos do art. 68 da CF, é um ato normativo de feitura do Poder Executivo, em que o Presidente da
República solicita autorização do Congresso Nacional para poder legislar so- bre a matéria.

A delegação pelo Congresso Nacional ocorrerá por meio de Resolução.

O § 1º do art. 68 da CF proíbe a lei delegada tratar sobre matérias reservadas à lei com- plementar.

§ 1º - Não serão objeto de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de


competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a ma- téria reservada à lei complementar,
nem a legislação sobre: (...)

A lei delegada está praticamente em desuso atualmente, dado a possibilidade do Presi- dente da República
valer-se das Medidas Provisórias para instituir e majorar impostos, sem a necessidade de buscar autorização do
Congresso Nacional.

Decreto

Trata-se de instrumento normativo, utilizado pelo Presidente da República, conforme previsão do art. 84, IV
da CF, para obter a correta aplicação e execução da lei, sem ampliar ou restringir o conteúdo por ela definido.

Nesse sentido, estabelece o art. 99 do CTN:

Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se aos das leis em função das quais sejam
expedidos, determinados com observância das regras de interpretação estabeleci- das nesta Lei.

Tratados e Convenções Internacionais

A Convenção de Viena de 26 de maio de 1969, sobre o Direito dos Tratados, no art. 2º,
§1º, “a” esclarece não importar a terminologia atribuída aos atos internacionais, por essa razão não se faz distinções
entre as expressões “tratado” e “convenção internacional”.

Os tratados internacionais (ou Convenções) são atos firmados entre dois ou mais Esta- dos, no intuito de
estabelecer normas comuns a serem observadas no âmbito internacional.

Em matéria tributária, os tratados e convenções internacionais são muito utilizados para evitar a
bitributação, estabelecer a tributação de mercadorias exportadas e importadas.

Nos termos do art. 84, VIII, da CF compete privativamente ao Presidente da República celebrar tratados ou
convenções internacionais, sujeitos a referendo do Congresso Nacional.

O art. 98 do CTN estabelece que:

Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna, e serão


observados pela que lhes sobrevenha.

Aplica-se a literalidade do dispositivo supracitado, no sentido de que “os tratados e as convenções


internacionais revogam ou modificam a legislação tributária interna”. Contudo, ob- serva-se que uma vez denunciado
o tratado, a norma interna volta a produzir efeitos.

Assim, tendo em vista que a legislação interna volta a vigorar, uma vez denunciado o tratado, não se pode
dizer que ela havia sido revogada, mas apenas estava com sua eficácia suspensa.

Tratados e Convenções Internacionais e a Isenção Heterônoma

Os Tratados Internacionais podem conceder isenção de tributos estaduais e municipais, uma vez que o
Presidente da República ao assinar esses tratados, assina como chefe de Es- tado e não como chefe de governo e, por
isso, não seria considerado uma isenção heterôno- ma, vedada pela nossa Constituição Federal no art.151, III.

EMENTA: DIREITO TRIBUTÁRIO. RECEPÇÃO PELA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE 1988 DO


ACORDO GERAL DE TARIFAS E COMÉRCIO. ISENÇÃO DE TRIBUTO ESTADUAL PREVISTA EM
TRATADO INTERNACIONAL FIRMADO PELA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL. ARTIGO 151,
INCISO III, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. ARTIGO 98 DO CÓ- DIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL.
NÃO CARACTERIZAÇÃO DE ISENÇÃO HETERÔNOMA.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONHECIDO E PROVIDO. 1. A isenção de tributos estaduais prevista no
Acordo Geral de Tarifas e Comércio para as mercadorias importadas dos países signatários quando o similar nacional
tiver o mesmo benefício foi recepcionada pela Constitui- ção da República de 1988. 2. O artigo 98 do Código
Tributário Nacional "possui caráter nacio- nal, com eficácia para a União, os Estados e os Municípios" (voto do
eminente Ministro Ilmar Galvão). 3. No direito internacional apenas a República Federativa do Brasil tem
competência para firmar tratados (art. 52, § 2º, da Constituição da República), dela não dispondo a União, os
Estados-membros ou os Municípios. O Presidente da República não subscreve tratados como Chefe de
Governo, mas como Chefe de Estado, o que descaracteriza a existência de uma isenção
heterônoma, vedada pelo art. 151, inc. III, da Constituição. 4. Recurso extraordinário conhecido e
provido. (STF, Pleno, RE, nº 229.096, Min. Rel. Ilmar Galvão, DJ. 16-08-2007).

Normas Complementares

Nos termos do art. 100 do CTN, são quatros as normas complementares das leis, dos tratados e convenções
internacionais e decretos:

I - Os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;

II - As decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atri- bua eficácia
normativa;

III - As práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;

IV - Os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí- pios.

A observância das normas complementares exclui a imposição de penalidades, a cobrança de juros


de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo. (CTN, art. 100, parágrafo único).

Interpretação da Legislação Tributária

A aplicação da lei a um caso concreto, seja pela autoridade administrativa, pelo julgador ou ainda pelo
próprio sujeito passivo, requer a sua interpretação para que seja identificado o seu significado e o seu alcance. Assim,
fazem-se necessárias no momento de aplicação da legislação considerações de ordem léxica, lógica, sistemática,
histórica e teleológica.

Por essa razão, admite-se em direito tributário, salvo as hipóteses previstas no art. 111 do CTN, a utilização
de todos os métodos de interpretação admitidos em direito, tais como o método literal, sistemático, teleológico e
histórico.

A interpretação literal analisa pura e simplesmente o significado das palavras constantes no texto legal.

Quanto às hipóteses de suspensão, exclusão do crédito tributário, bem como dispensa do cumprimento de
obrigação acessória, conforme disposto no art. 111 do CTN, o aplicador somente poderá se valer da interpretação

1) Causas de suspensão (art. 151 CTN) e Exclusão do Crédito Tributário (art. 175 CTN);

2) Outorga de isenção;

3)Matérias
Dispensaquedesócumprimento de obrigações
podem ser interpretadas acessórias.
LITERALMENTE nos termos do Art. 111 CTN
LITERAL.

Assim, todas as hipóteses de suspensão do crédito tributário previstas no art. 151 do CTN, e as de exclusão,
constantes no art. 175 do CTN, só podem ser interpretadas literalmen- te.

Ademais, nos termos do art. 112 do CTN a lei tributária que define infrações, ou que comina
penalidades, será interpretada da maneira mais favorável ao acusado, sempre que houver dúvida quanto:

(i) à capitulação legal do fato;

(ii) à natureza ou às circunstâncias materiais do fato, ou à natureza ou extensão dos seus efei- tos;

(iii) à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;

(iv) à natureza da penalidade aplicável, ou à sua graduação.


Ressalta-se, ainda, que a lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o al- cance de institutos,
conceitos e formas de direito privado utilizados, expressa ou implicitamen- te, pela Constituição Federal, pelas
Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Dis- trito Federal ou dos Municípios, para definir ou limitar
competências tributárias. (CTN, art. 110).

Vistas as possibilidades de interpretação da legislação tributária acima, tem-se ainda as situações em que há
obscuridade ou lacuna da lei e que se deve preencher o vácuo por meio de integração. O art. 108 do CTN permite
a utilização da integração desde que ocorra na se- guinte ordem sucessiva:

(i) analogia;

(ii) princípios gerais de direito tributário;

(iii) princípios gerais de direito público;


(iv) equidade.
O aplicador da legislação se vale da analogia: quando diante de um caso sem previsão expressa, utiliza
uma norma legal prevista para uma situação semelhante.

Conquanto, ninguém pode se valer da analogia para cobrar tributo, conforme estabelece o § 1º do art. 108
do CTN.

A equidade atua como instrumento de realização concreta da justiça. Mas ninguém pode utilizar a equidade
para ser dispensado do pagamento do tributo.

Integração da Legislação Tributária (Art. 108 CTN)

1) Analogia;

2) Princípios Gerais de Direito Tributário;

3) Princípios Gerais de Direito Público;

Sujeitos da Relação Jurídico Tributária: Sujeito Ativo e Sujeito Passivo

Sujeito Ativo

É a pessoa jurídica de direito público que detém a competência para exigir o cumpri- mento da obrigação
tributária. Pode ser o ente federativo, autarquia, ou qualquer outra pessoa jurídica de direito público que detenha
capacidade ativa tributária, ou seja, as funções de arre- cadar e fiscalizar os tributos, conforme estabelece o art. 119
do CTN.

Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular
da competência para exigir o seu cumprimento.

Art. 120. Salvo disposição de lei em contrário, a pessoa jurídica de direito


público, que se constituir pelo desmembramento territorial de outra, su- broga-
se nos direitos desta, cuja legislação tributária aplicará até que en- tre em vigor
a sua própria.

Sujeito Passivo

O sujeito passivo da obrigação tributária principal é a pessoa obrigada ao pagamento do tributo ou da


penalidade tributária.
À luz do art. 121 do CTN destacam-se dois tipos de sujeitos passivos na relação jurídi- co-tributária: o
contribuinte e o responsável.
O contribuinte, também denominado pela doutrina de sujeito passivo direto, é aquele que tem relação
direta e pessoal com a situação que constitua o fato gerador da obrigação. Na verdade, é quem pratica o fato gerador.
O proprietário de um imóvel urbano, por praticar o fato gerador do IPTU, “ser proprietá- rio de imóvel
urbano”, irá pagar esse imposto na condição de contribuinte.
O responsável (sujeito passivo indireto) é aquele que sem revestir a condição de con- tribuinte, mas por
ter relação indireta com a situação que constitua o fato gerador, a lei lhe atri- bui o dever de pagar o tributo. Assim,
os pais pagam os tributos devidos pelos seus filhos me- nores, na condição de responsáveis, pois o art. 134 do CTN
assim estabelece.

É importante ressaltar que a responsabilidade tributária decorre tão somente de lei.


Os sujeitos passivos (contribuinte ou responsável) podem ser solidários, desde que haja interesse comum
na situação que constitua o fato gerador do tributo, ou sempre que a lei assim determinar.

Art. 124. São solidariamente obrigadas:

I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato


gerador da obrigação principal;
II - as pessoas expressamente designadas por lei.

Para existir a solidariedade entre as pessoas, com relação ao inc. I do art. 124 do CTN, os sujeitos devem
estar no mesmo polo da relação, pois se estiverem em posições contrapos- tas, não haverá solidariedade.

O art. 124, parágrafo único, e o art. 125, ambos do CTN, determinam quatro efeitos da solidariedade, que
salvo disposição de lei em contrário:
(i) não comporta benefício de ordem;
(ii) o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais;
(iii) a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um
deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo;

(iv) a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou pre- judica aos
demais.

RESPONSABILIDADE TRIBUTÁRIA

O responsável tributário é a pessoa que, sem ter praticado o fato gerador, a lei lhe
impõe o dever de pagar o tributo, excluindo a responsabilidade do contribuinte (quem praticou o fato
gerador) ou atribuindo- lhe em caráter supletivo do cumprimento da obrigação tributária.
A responsabilidade tributária pode ser classificada, segundo a doutrina, por substituição ou
por transferência.
A responsabilidade por substituição surge contemporaneamente à ocorrência do fato gerador,
vez que no momento da ocorrência do fato gerador o dever de pagar o tributo já recai sobre o
responsável.
Já a responsabilidade por transferência decorre de um evento posterior à ocorrência do fato
gerador, quando a lei determina que não mais o contribuinte deverá pagar o tributo, mas outra pessoa,
por essa ter incorrido na situação estabelecida em lei como modificadora da sujeição passiva. A
responsabilidade por transferência pode ser dividida em responsabilidade por sucessão, por solidariedade
e de terceiros.
Responsável por Substituição
A responsabilidade por substituição é quando a lei determina que uma terceira pessoa deve
pagar o tributo em substituição ao contribuinte. Essa modalidade de responsabilidade é muito utilizada
para facilitar a fiscalização e a arrecadação para o Fisco.
Há dois casos de responsabilidade por substituição no ordenamento pátrio: a substituição
para trás (regressiva ou antecedente) e a substituição para frente (progressiva ou subsequente).
Substituição para trás
A substituição para trás, regressiva ou antecedente é quando ocorre o fato gerador e o
pagamento do tributo será realizado posteriormente, por uma terceira pessoa (o responsável), em
substituição àquele que praticou o fatogerador (contribuinte). Se não fosse a substituição, ocorrendo o
fato gerador, o pagamento seria imediato e efetuado pelo contribuinte.
Um exemplo de substituição para trás é da cadeia de produção e circulação. Quando o
produtor vende a sua mercadoria para a indústria, ocorre uma operação de circulação de mercadoria
o que o abrigaria a recolher o ICMS, mas a lei determina que quem irá recolher esse tributo em
substituição ao produtor (contribuinte, por ter praticado o fato gerador) será o próximo da cadeia, ou seja
a indústria.

Substituição para Frente


A substituição para frente, progressiva ou subsequente, é quando primeiro ocorre o pagamento
do tributo sobre uma base de cálculo presumida e posteriormente se realiza o fato gerador.
A Constituição Federal, no art. 150, § 7º trata sobre a possibilidade da substituição para frente.
§ 7.º A lei poderá atribuir ao sujeito passivo de obrigação tributária a condição de
responsável pelo pagamento de imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva
ocorrer posteriormente, assegurada a imediata e preferencial restituição
da quantia paga, caso não se realize o fato gerador presumido. (grifo
nosso)

Na substituição para frente, quando o responsável paga o tributo no início da cadeia e no


futuro acaba NÃO ocorrendo o fato gerador, caberá a restituição daquele tributo.
No Convênio nº 13/97, celebrado por 23 Estados brasileiros, ficou estabelecido que
ocorrendo o fato gerador, na substituição para frente, mas por um valor inferior ao recolhimento
realizado pelo responsável no início da cadeia, não poderá ser realizada a restituição pelo sujeito passivo.
Em 1998, a Confederação Nacional de Comércio (CNC) ajuizou ação direta de
inconstitucionalidade contra o Convênio, ADI 1851, por entender que deveria ocorrer a restituição do
ICMS caso o fato gerador ocorresse por um valor inferior ao recolhido pelo responsável tributário. O
STF entendeu ser constitucional o Convênio, pois quando a Constituição Federal previu a substituição
para frente, no art. 150, § 7º, tratou apenas sobre a hipótese derestituição quando não ocorresse o
fato gerador, sem falar nada sobre a ocorrência do fato gerador em valor inferior.
Importante ressaltar o entendimento mais recente do STF (RE nº 593849) em que se decidiu
que é possível a restituição do ICMS na substituição tributária para frente, caso ocorra o fato gerador
por valor menor que o presumido.Responsabilidade Por Sucessão

Responsabilidade do Adquirente de Bens Imóveis - Art. 130 do ctn

Nos termos do art. 130 do CTN, o adquirente de um bem imóvelresponde pelos créditos
tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, posse, o domínio útil de bens
imóveis, bem como o pagamento das taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou
contribuições de melhoria, salvo se houver prova de quitação desses débitos.
O título de prova de quitação a que se refere o art. 130 do CTN é uma Certidão Negativa de
Débitos (CND). Logo, se o Comprador do bem imóvel retirar perante a Autoridade Administrativa uma
CND referente a esse bem, ainda que sejam lançados créditos tributários posteriormente, o adquirente
não estará responsável por esses pagamentos, pois os créditos foram lançados após a emissão da CND.
Assim, se uma pessoa compra um bem imóvel com dívidas de IPTU ou ITR, taxas e
contribuição de melhoria, será o responsável pelo pagamento dos respectivos créditos tributários, apenas
se não houver uma CND, uma prova de quitação. Por essa razão pode-se afirmar que os créditos
tributários sub- rogam-se na pessoa do adquirente do bem imóvel nessa situação.
Conquanto, se a aquisição do bem imóvel for por arrematação em hasta pública, o parágrafo
único do art. 130 do CTN determina que os créditos tributários sub-rogam-se no respectivo preço:
Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a
propriedade, o domínio útil ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a
taxas pela prestação de serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de
melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste
do título a prova de sua quitação.
Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre
sobre o respectivo preço.
Assim, se um sujeito arrematar um imóvel por R$ 100.000 em hasta pública, e existir uma
dívida de R$ 50.000 de IPTU, essa dívida sub-roga-se no valor arrematado. E se a dívida for superior
ao valor arrematado, ainda assim, o adquirente não ficará responsável pelo pagamento do excedente,
pois a aquisição ocorreu em hasta pública.
Ressalta-se, ainda, que o STJ tem entendido que diante dos termos do art. 886, VI, do CPC,
que prevê que o edital da hasta pública deve conter a "menção da existência de ônus, recurso ou processo
pendente sobre os bens a serem leiloados", admite-se que, em havendo expressa menção no edital de que
o pagamento dos créditos tributários concernentes ao IPTU será suportados pelo arrematante do bem
imóvel, passe a ser a ele atribuída a responsabilidade pelo pagamento do referido débito:

Responsabilidade do Art. 131 CTN


O adquirente ou remitente de bens é responsável pelo pagamento dos créditos tributários dos
bens adquiridos ou remidos. No caso de aquisição de um veículo com dívidas de IPVA, o adquirente é
responsável pelo pagamento desse tributo.
Se o bem for adquirido em arrematação judicial, o STJ entende que se aplica o parágrafo
único do art. 130 do CTN por analogia, assim o crédito sub- roga-se no respectivo preço.
Súmula 585: A responsabilidade solidária do ex-proprietário, prevista no art. 134 do Código
de Trânsito Brasileiro CTB, não abrange o IPVA incidente sobre o veículo automotor, no que se
refere ao período posterior à sua alienação.
Quanto à sucessão hereditária, o art. 131, III do CTN prevê que o espólio é responsável pelo
pagamento dos tributos devidos pelo de cujus até a abertura da sucessão. Durante o processo de
inventário ou arrolamento, o espólio tem o dever de pagar os tributos cujos fatos geradores
ocorrerem nesse período, sendo a responsabilidade do cônjuge meeiro e dos sucessores até o montante
do seu quinhão, até a partilha.
Art. 131. São pessoalmente responsáveis: (...)
II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de
cujus até a data da partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao
montante do quinhão do legado ou da meação;
III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da
sucessão.

Responsabilidade do Art. 132 do CTN


Nas operações de fusão, incorporação ou transformação, a pessoa jurídica resultante será
responsável pessoalmente pelo pagamento dos tributos devidos até a data do ato pelas pessoas jurídicas
de direito privado fusionada, incorporada ou transformada.
Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação
ou incorporação de outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à
data do ato pelas pessoas jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou
incorporadas.
As operações de fusão decorrem da união de duas ou mais sociedades para formar sociedade
nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações, incluindo as de natureza tributária, conforme
prevê art. 228 da Lei nº 6.404/76.
A incorporação é quando uma empresa absorve outra empresa. E a operação de transformação
ocorre quando a sociedade passa, independentemente de dissolução e liquidação, de um tipo para outro.
(Lei nº 6.404-76, art. 220). Quando, por exemplo, uma empresa por quotas de responsabilidade limitada
transforma-se em uma sociedade por ações (S.A).
O Código Tributário Nacional não tratou sobre a responsabilidade nos casos de cisão, quando
a companhia transfere parcelas de seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse
fim ou já existentes, extinguindo-se a companhia cindida, se houver versão de todo o seu
patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão. (Lei nº 6.404-76, Art. 220). O
entendimento majoritário é que nos casos de cisão, a responsabilidade pelo pagamento dos tributos segue
a previsão do art. 233 da Lei nº 6.404/76 que estabelece:
Art. 233. Na cisão com extinção da companhia cindida, as sociedades
que absorverem parcelas do seu patrimônio responderão
solidariamente pelas obrigações da companhia extinta. A companhia
cindida que subsistir e as que absorverem parcelas do seu patrimônio responderão
solidariamente pelas obrigações da primeira anteriores à cisão. Parágrafo único. O
ato de cisão parcial poderá estipular que as sociedades que absorverem parcelas do
patrimônio da companhia cindida serão responsáveis apenas pelas obrigações que
lhes forem transferidas, sem solidariedade entre si ou com a companhia cindida,
mas, nesse caso, qualquer credor anterior poderá se opor à estipulação, em relação
ao seu crédito, desde que notifique a sociedade no prazo de 90 (noventa) dias a
contar da data da publicação dos atos da cisão. (grifo nosso).
E nos casos de extinção de pessoas jurídicas o parágrafo único do art. 132 do CTN prevê que
as regras do caput se aplicam quando a respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio
remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social.

Responsabilidade do Art. 133 do CTN


O Adquirente de fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional
que continuar a respectiva exploração, ainda que modifique a razão social, é responsável pelo pagamento
dos tributos devidos pelo fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até a data do ato.
O adquirente responderá integralmente pelos créditos tributários se o alienante cessar a
exploração do comércio, indústria ou atividade.
A responsabilidade do adquirente será subsidiária com o alienante se este continuar a
explorar qualquer atividade ou iniciar, dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova
atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou profissão.
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por
qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou
profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra razão
social, ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao
fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato:
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou
atividade;
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar
dentro de seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em
outro ramo de comércio, indústria ou profissão.
O Superior Tribunal de Justiça tem entendido que o adquirente do fundo de comércio
ou estabelecimento comercial responderá nos termos do caput art. 133 do CTN, inclusive com relação
às penalidades tributárias.
A regra do caput do art. 133 do CTN só não é aplicável quando o fundo de comércio ou
estabelecimento comercial, industrial ou profissional for adquirido em processo de falência ou processo
de recuperação judicial.
Art. 133 (...)
§ 1o O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação
judicial:
I – em processo de falência;
II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação
judicial.
Conquanto, o adquirente responderá pela dívida tributária, nos termos do caput, se a
aquisição do fundo de comércio ou estabelecimento comercial, ainda que realizada no processo de
falência ou recuperação judicial, for por:

(i) sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo


devedor falido ou em recuperação judicial;parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau,
consanguíneo ou afim, do devedor falido ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou
(ii) identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o
objetivo de fraudar a sucessão tributária.
Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou unidade
produtiva isolada permanecerá em conta de depósito à disposição do juízo de falência pelo prazo de 1
(um) ano, contado da data de alienação, somente podendo ser utilizado para o pagamento de créditos
extraconcursais ou de créditos que preferem ao tributário. (art. 133, § 3º do CTN).
Responsabilidade de Terceiros Responsabilidade do Art. 134 do CTN
O art. 134 do CTN prevê responsabilidade solidária a algumas pessoas, nos atos em que
intervierem ou forem omissas, na impossibilidade de exigir o cumprimento da obrigação principal pelo
contribuinte.
Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação
principal pelo contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que
intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis:
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;
II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados;
III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;
V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo
concordatário;
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos
sobre os atos praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício;

VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.


Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às
de caráter moratório.
Ressalta-se que as pessoas enumeradas nas sete alíneas irão responder pelo pagamento das
dívidas tributárias na impossibilidade de cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte e
somente nos casos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis.
Ao considerar que os créditos tributários devem ser cobrados primeiro do contribuinte para
somente após a responsabilidade recair sobre as pessoas enumeradas no art. 134 do CTN, tem-se que não
se trata, na verdade, de uma responsabilidade solidária, vez que essa modalidade não comporta
benefício de ordem. Seria, então, uma responsabilidade subsidiária, onde primeiro cobra- se de uma
pessoa e se essa não cumprir a obrigação, cobra-se de outra.
Ademais, vale ressaltar que os sócios só respondem pelo pagamento das dívidas tributárias da
pessoa jurídica no caso de liquidação de sociedade de pessoas, cuja responsabilidade dos sócios é
ilimitada. No entanto, se for a liquidação de sociedade cuja responsabilidade dos sócios é limitada pelas
regras do direito privado (sociedade limitada, sociedade anônima), seus sócios somente poderão
responder com observância dessas limitações e não nos termos do art. 134 do CTN.
Nota-se, ainda, que a responsabilidade do artigo acima descrito refere- se tão somente às
penalidades de caráter moratório.

Responsabilidade do Art. 135 do CTN


Nos termos do art. 135 do CTN, respondem pessoalmente pelos créditos tributários
correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou
infração à lei, contrato social ou estatuto social:
(i) as pessoas referidas no art. 134 do CTN;
(ii) os mandatários, prepostos e empregados;
(iii) os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.
Ressalta-se que as pessoas que apresentam responsabilidade pessoal de acordo com o art. 135
do CTN são apenas os sócios que tenham poderes de gerência, direção ou representação e não todos
os sócios indistintamente.
Além disso, as pessoas elencadas nesse dispositivo legal só respondem pessoalmente pelos créditos
tributários que derem causa por excesso de poder, infração à lei ou contrato social e estatuto social.
O mero inadimplemento de tributo por parte da pessoa jurídica não é considerado
pelos Tribunais Superiores infração à lei e por essa razão não gera responsabilidade para os sócios com
poderes de gerência.
Súmula 430 STJ: O inadimplemento da obrigação tributária pela sociedade não gera,
por si só, a responsabilidade solidária do sócio-gerente.
A dissolução irregular da sociedade é infração à lei e por essa razão gera responsabilidade
tributária aos sócios-gerentes, conforme prevê o art. 135, III do CTN.
Súmula 435 STJ - Presume-se dissolvida irregularmente a empresa que deixar de funcionar
no seu domicílio fiscal, sem comunicação aos órgãos competentes, legitimando o redirecionamento da
execução fiscal para o sócio- gerente.

Responsabilidade Por Infrações – Art. 136 e 137 CTN


Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária
independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos
do ato.
Assim, ainda que o contribuinte tenha um motivo nobre para estar inadimplente, o
descumprimento obrigacional será punível. Da mesma forma, será punível a entrega de declaração de
imposto em atraso, devidamente justificada.
O art. 136 do CTN, prevê, todavia, que o legislador poderá considerar aspectos subjetivos
excludentes ou atenuantes da punibilidade para aplicação das penalidades.
Nos termos do art. 137 do CTN a responsabilidade por infrações será pessoal.
Art. 137. A responsabilidade é pessoal ao agente:
I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções, salvo
quando praticadas no exercício regular de administração, mandato, função,
cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de
direito;
II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja
elementar;
III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico:
a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem respondem;
b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandantes,
preponentes ou empregadores;
c) dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito
privado, contra estas.
A responsabilidade por infrações no direito tributário, relativamente ao descumprimento de
obrigações principais e acessórias, traduz-se, geralmente, em multas e desconsidera a intenção do agente.
Será a responsabilidade por infrações pessoal do agente nos casos do art. 137 do CTN, salvo
se existir prova de que o agente teria agido no “regular exercício da administração” ou ainda, teria
cumprido ordem expressa por quem de direito.
O regular exercício da administração ocorre, por exemplo, quando o agente comete o ilícito na
condição de mero portador da vontade da empresa.

Denúncia Espontânea – Art. 138 CTN


Nos termos do art. 138 do CTN a responsabilidade por infrações será excluída quando o
contribuinte antes de qualquer procedimento administrativo, promover a denúncia espontânea de forma a
pagar o tributo acompanhado dos juros. Assim, no caso de denúncia espontânea, o sujeito passivo não
terá que pagar apenas as multas tributárias.
Conforme estabelece o parágrafo único do art. 138 do CTN, só será considerada denúncia
espontânea se o contribuinte fizer o pagamento do tributo antes de qualquer procedimento
administrativo.

Art. 138 (...)Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada


após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização,
relacionados com a infração.

O Superior Tribunal de Justiça mantém o entendimento de que o contribuinte só fará jus ao


benefício da denúncia espontânea se o pagamento do tributo for à vista.
O entendimento do Superior Tribunal de Justiça quanto aos tributos sujeitos ao lançamento
por homologação é de que uma vez declarados e pagos a destempo, não fazem jus à denúncia
espontânea.
Súmula 360 STJ - O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos sujeitos a
lançamento por homologação regularmente declarados, mas pagos a destempo.
Assim, quando o contribuinte entrega, por exemplo, a DCTF e declara que há dívidas de
tributos, quando for pagá-los posteriormente, fora da data de vencimento, por ter entregue a declaração,
não poderá se valer do benefício da denúncia espontânea.
Ademais, ressalta-se que o Judiciário tem afastado o benefício da denúncia espontânea no
caso de obrigações acessórias, como, por exemplo, a entrega da declaração do imposto de renda
extemporaneamente. Assim, se houver a entrega da declaração em atraso, mesmo que o contribuinte
pague o imposto eventualmente devido antes de qualquer procedimento fiscalizatório, será devida a
multa correspondente.

CLASSIFICAÇÃO TRIBUTÁRIA

1) Tributo Real – Leva em consideração os tributos da coisa. Exemplo: IPTU, IPVA, etc..
Tributo Pessoal – Lei va em consideração os atributos da pessoa. Exemplo: IR

2) Tributo Fiscal – Tem por finalidade a arrecadação.


Tributo Extrafiscal – Visa estimular ou desestimular condutas. Exemplo: Tributo regulatório de
mercado (II, IE, IOF e IPI)
Tributo Parafiscal – Quando a pessoa que detém a competência tributária é distinta daquela que
detém a capacidade ativa tributária.

3) Tributo Direto – Entre a ocorrência do fato gerador e a obrigação de pagar tributo não existe
intercalação de sujeitos.
Tributo Indireto - Entre a ocorrência do fato gerador e a obrigação de pagar tributo existe in-
tercalação de sujeitos. Exemplo: (IPI, ICMS)

4) Tributo Progressivo: A alíquota do tributo irá aumentar de acordo com o aumento da base de
cálculo do tributo. (IR, ITR, IPTU e ITCMD)
Tributo Proporcional: A alíquota é invariável ainda que a base de cálculo do tributo.

CRÉDITO TRIBUTÁRIO

A lei que rege o lançamento é a da data do fato gerador, ainda que posteriormente modificada
ou revogada. Sempre vale a lei da data do fato, não importa se depois diminuiu ou não tem mais o
imposto. Não vale a regra do mais benéfico no direito tributário. O lança- mento é o ato constitutivo do
crédito tributário.
A data do fato gerador é a regra geral para o lançamento. Salvo, artigo 106, CTN, se a lei vier a reduzir
penalidade ou excluir infração, ou ainda, nos termos do artigo 144, §1º, CTN se a lei vier a dispor
sobre novos meios de fiscalização.

Natureza jurídica do lançamento: declaratória da obrigação e constitutiva do crédito.

O Crédito tributário é constituído por meio do Lançamento que pode ser de três moda- lidades: de
ofício, por declaração e por homologação.

 LANÇAMENTO DE OFÍCIO

De ofício é lançamento efetuado pela autoridade administrativa independentemente de qualquer atuação


ou participação do sujeito passivo. A própria autoridade verifica a ocorrência do fato gerador da
obrigação, determina a matéria tributável, calcula o montante do tributo de- vido, identifica o sujeito
passivo e, sendo caso, propõe a aplicação da penalidade cabível.
A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de res- ponsabilidade
funcional.

Ex: IPTU- quem faz tudo é a autoridade administrativa, IPVA, taxa, contribuições de melhoria.

 LANÇAMENTO POR DECLARAÇÃO

O sujeito passivo, ou um terceiro, declaram à autoridade administrativa a ocorrência de fatos em face


dos quais seria possível efetuar o lançamento. Depois de ofertada essa declara- ção, a autoridade então
efetua o lançamento e notifica o sujeito passivo para pagá-lo ou, se for o caso, apresentar impugnação
(defesa administrativa).

Ex: ITBI.

 LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO

Por homologação é aquele lançamento no qual todos os atos de apuração, quantificação, cál- culo etc.,
relativos à liquidação da obrigação tributária, são efetuados pelo próprio sujeito pas- sivo. Depois de
calcular o montante do tributo devido, o sujeito passivo submete essa apuração à autoridade
administrativa, para que esta a homologue. O dever de efetuar o pagamento res- pectivo, entretanto, é
antecipado, devendo ser o tributo recolhido antes do exame da autorida- de e da respectiva
homologação.

Ex: imposto de renda, ITR, IPI, ICMS.

Revisão do Lançamento Tributário

Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude
de:
I - impugnação do sujeito passivo; II - recurso de ofício;
III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149.

Em primeiro lugar, vale destacar a importância da notificação. Através dela é que se aper- feiçoa o
lançamento e que se pode considerá-lo realizado, pronto e acabado para surtir os efeitos que lhe são
próprios, inclusive o de afastar a decadência.
Em segundo lugar, o art. 145 deixa claro que o lançamento surge para ser definitivo. Não se trata de um
ato provisório. Pode ser alterado, sim, mas apenas por força de impugnações ou recursos ou nos casos
excepcionais previstos no art. 149 do CTN, como “quando deva ser apreciado fato não conhecido ou
não provado por ocasião do lançamento anterior” (inciso VIII) ou “quando se comprove que, no
lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela
mesma autoridade, de ato ou formalidade especi- al” (inciso IX).

Hipóteses de Suspensão do Crédito Tributário

1) moratória – Arts. 151, I, 152 a 155 do CTN.


Trata-se de dilação legal do prazo de pagamento do tributo. A moratória poder ser geral ou individual.
A moratória individual alcança apenas algumas pessoas que preenchem determinados
critérios estabelecidos em lei e que deve, ainda, ser averiguado por meio de despacho da autoridade
administrativa. Sendo geral, alcança uma generalidade de pessoas, indistintamente e por essa razão não
há necessidade de despacho da autoridade administrativa.
A moratória em caráter geral, nos termos do art. 152, I do CTN, somente poderá
serconcedida pelo ente federativo que tem competência para instituir o tributo, trata-se de moratória
autônoma ou autonômica (exemplo: somente os Estados e o Distrito Federal poderão conceder a
moratória de ICMS, vez que eles apresentam competência para instituir esse tributo). O inciso II do art.
152 do CTN, por sua vez, traz uma exceção ao prever que a União poderá criar moratória para tributos
municipais e estaduais, desde que esta crie moratória, simultaneamente, de um tributo de sua competência
e às obrigações de direito privado. Esta moratória é denominada de heterônoma.
A moratória pode ser concedida por determinada classe de profissionais ou, então, ser
estendida para determinadas regiões. Essas restrições podem ser justificadas, por exemplo, para evitar
catástrofes. A lei que estabelecer a moratória deverá observar o art. 153 do CTN, e especificar: i) o prazo
de duração do favor; ii) as condições da concessão do favor em caráter individual; iii) sendo caso: a) os
tributos a que se aplica; b) o número de prestações e seus vencimentos, dentro do prazo a que se refere o
inciso I, podendo atribuir a fixação de uns e de outros à autoridade administrativa, para cada caso de
concessão em caráter individual; c) as garantias que devem ser fornecidas pelo beneficiado no caso de
concessão em caráter individual.
Além disso, salvo disposição de lei em contrário, a moratória somente abrange os créditos já
definitivamente constituídos (já ocorreu o lançamento) à época da lei que a conceder ou cujo lançamento
já tenha sido iniciado àquela data por ato regularmente notificado ao sujeito passivo, nos termos do art.
154 do CTN.
Vale destacar ainda, o art. 155 do CTN, que estabelece que a moratória em caráter individual
não gera direito adquirido, pois no caso de o contribuinte não preencher mais os requisitos, ou restar
comprovado que nunca os preencheu, perderá a moratória, devendo pagar o tributo com juros. E no caso
de agir com dolo, fraude ou simulação, deverá pagar o tributo, acrescidos de juros e penalidade tributária.
Não se computa o prazo de moratória para fins de prescrição quando o sujeito passivo deixou de
preencher os requisitos por ter agido com dolo, fraude e simulação. Mas, se por simples erro, perde-se a
moratória, a revogação do benefício somente poderá ocorrer se não houver ocorrido a prescrição.

 O depósito do seu montante integral – O depósito do montante integral não é


condição de admissibilidade de ação, apenas é um meio para suspender a exigibilidade do
crédito tributário, nos termos do artigo 151, II do CTN.
Assim, ainda que o Art. 38 da lei 6.830-80 (lei de execução fiscal) condiciona a existência do depósito
judicial para a propositura da Ação Anulatória, o STF já se manifestou pela inconstitucionalidade da
exigência de depósito como condição de admissibilidade de ação. Esse entendimento foi pacificado pelo
STF, por meio da Súmula Vinculante 28: “É inconstitucional a exigência de depósito prévio como
requisito de admissibilidade de ação
judicial na qual se pretenda discutir a exigibilidade do crédito tributário”.
No mesmo sentido, o STF também se posicionou quanto à obrigação de depósito na esfera
administrativa para a propositura de recurso, concluindo que a lei que condiciona o depósito na esfera
administrativa também é inconstitucional - Súmula Vinculante 21: “É inconstitucional a exigência de
depósito ou arrolamento prévio de dinheiro ou bens para admissibilidade de recurso administrativo”.
O depósito judicial, apesar de não ser condição de admissibilidade, suspende automaticamente a
exigibilidade do crédito tributário, desde que em seu montante integral, conforme Súmula 112 do STJ.
Além de suspender a exigibilidade do crédito tributário, o depósito suspende a fluência dos juros a
cargo do sujeito passivo.
No final da demanda judicial, caso o contribuinte obtenha êxito, a quantia depositada no início
deverá ser liberada em seu favor. Caso o sujeito passivo seja vencido, o depósito será convertido em
renda do Ente federativo litigante. (completar com a jurisprudência)

 As reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do


processo tributário administrativo - essa hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito
tributário é muito utilizada em razão de ser menos custosa e por possibilitar uma primeira discussão do
crédito tributário, sem que seja necessário adentrar direto na esfera judicial.

 A concessão de medida liminar em mandado de segurança


Demanda da esfera judicial, com previsão no art. 5º, LXIX e LXX da CF e Lei nº 12.016-2009, o
Mandado de segurança visa proteger o direito líquido e certo daquele que sofrer ilegalidade ou
abuso de poder, ou tiver o receio de sofrê-la, como ato perpetrado por autoridade pública ou agente de
pessoa jurídica, no exercício de atribuições do poder público.
Nos termos do art. 7º, III da Lei nº 12.016-2009 o impetrante poderá requerer concessão de
liminar sempre que houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da
medida.
Nesse caso, a concessão da liminar no mandado de segurança suspende a exigibilidade do
crédito. A mera propositura do Mandado de segurança com pedido de liminar não suspende a
exigibilidade do crédito tributário, o que a suspende é a concessão dessa medida pelo Poder Judiciário.
O inciso III do artigo 7º da Lei nº 12.016-2009 prevê, ainda, que o juiz poderá, para conceder
a liminar, exigir do impetrante caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento
à pessoa jurídica.
Uma vez concedida a liminar o fisco não poderá cobrar o crédito tributário, mas poderá
constituí-lo, sob pena de ocorrer a decadência. Assim, o fisco constitui o crédito e por estar com a
exigibilidade suspensa, não pode ajuizar uma execução fiscal.
Caso a concessão da medida liminar seja reconsiderada, anulada ou reformada, o crédito
voltará a ser exigido.

 A concessão de medida liminar ou de tutela antecipada em outras espécies de


ação judicial - A suspensão da exigibilidade do crédito tributário também pode ser obtida por meio de
tutela antecipada em ação judicial, desde que presentes os requisitos dos arts. 300 e 311 do CPC.

 O parcelamento – está previsto no art. 155-A do CTN. Trata-se de dilação legal do prazo
de pagamento do tributo, realizado em parcelas. O Parcelamento deve ser concedido por lei específica
do Ente Federativo que possui competência tributária para instituir o tributo.
Pelo art. 155-A do CTN, o fato de ter sido concedido o parcelamento não vai excluir a
incidência de juros e de multas. No entanto, nada obsta de existir uma legislação que exclua juros e
multa. Alguns exemplos de leis que excluem a incidência de juros e multa são: REFIS, PAES, PAEX,
etc.
Ademais, o legislador entende que o parcelamento e a moratória são causas de suspensão
muito semelhantes, assim, determina o legislador que se deve aplicar ao parcelamento subsidiriamente a
Lei que regulamenta a Moratória.
Vale destacar ainda que os parágrafos 3º e 4º do art. 155-A do CTN estabelece um
tratamento diferenciado para os contribuintes que estiverem em recuperação judicial, devendo ser
regulamentado em lei específica. E, no caso de inexistência de lei específica, prevê a possibilidade de se
aplicar a lei geral.

EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO

As modalidades de extinção do crédito tributário encontram-se no art. 156, do CTN.

I - o pagamento;II - a compensação;

III - a transação;

IV - remissão;

V - a prescrição e a decadência;

VI - a conversão de depósito em renda;

VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no arti- go 150
e seus §§ 1º e 4º;

VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164;

IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que


não mais possa ser objeto de ação anulatória;

X - a decisão judicial passada em julgado.


XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei.
Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do crédito sobre a ulterior
verificação da irregularidade da sua constituição, observado o disposto nos artigos 144 e 149.

PAGAMENTO

Pagou o objeto da prestação, extingue-se a Relação Jurídica Tributária.

Art.. 158. O pagamento de um crédito não importa em presunção de pagamento:


I – quando parcial, das prestações em que se decomponha;
II – quando total, de outros créditos referentes ao mesmo ou a outros tributos.
Sendo que, em se tratando de lançamento por homologação, só se considera extinto
o crédito se o pagamento for homologado.

O pagamento é a maneira natural de extinção do crédito tributário.

COMPENSAÇÃO

A compensação é uma forma de extinção da obrigação tributária, uma forma de pagamento. Crédito
e débito se compensam quando houver credor e devedor simultaneamente.

Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja
estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a
compensação de créditos tributários líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do
sujeito passivo contra a Fazen- da Pública

Art.. 170-A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de


contestação judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva
de- cisão judicial. (Redação dada pela LC 104/2001).

Súmula 212 - A compensação de créditos tributários não pode ser deferida em ação
cautelar ou por medida liminar cautelar ou antecipatória

Súmula 213 - O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração


do direito à compensação tributária.
TRANSAÇÃO

Mediante disposição expressa em lei. Só a lei pode autorizar a transação entre o contribuinte e a fazenda.

REMISSÃO

Perdão, indulto: art. 172, do CTN: A lei pode autorizar a autoridade administrativa a conceder, por despacho
fundamentado, remissão total ou parcial do crédito tributário, atendendo:
I – à situação econômica do sujeito passivo;
II – ao erro ou ignorância escusáveis do sujeito passivo, quanto à matéria de fato; III – à diminuta importância do
crédito tributário;
IV – a considerações de equidade, em relação com as características pessoais ou materiais do caso;
V – a condições peculiares a determinada região do território da entidade tributante.

Aqui estamos diante do instituto da remissão como forma de extinção da obrigação de do crédi- to tributário. A
anistia, que está no capítulo da exclusão do crédito tributário, exclui a penalida- de, a multa e deve ser antes da
constituição do crédito tributário. Se a lei da anistia exclui a multa, permanece devido o tributo. A anistia é só
mediante lei.

PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA

Prescrição: Art. 174, do CTN: A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco (cinco anos),
contados da data da sua constituição definitiva.
Parágrafo único. A prescrição se interrompe:
I – pela citação pessoal feita ao devedor; II – pelo protesto judicial;
III – por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
IV – por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimen- to do
débito pelo devedor.

Perda do direito à ação.

B) Decadência: Art. 173, do CTN. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5
(cinco) anos, contados:
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado; II – da data em que
se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lan- çamento anteriormente efetuado.
O prazo dela não se interrompe Pode ser decretada “ex offício” Do fato gerador ao lançamento é prazo decadencial.
Com o lançamento que constitui o direito da Fazenda a cobrar começa a prescrição.

Decadência - cinco anos- regra: começa a contagem no primeiro dia do exercício seguinte aquele que deveria
ter ocorrido o lançamento.

Prescrição - 5 anos do lançamento.

No lançamento por homologação conta cinco anos do fato gerador para decadência. Exceção: Salvo quando houver
fraude, dolo ou simulação ou ausência de pagamento! O prazo prescrici- onal pode ser interrompido, o despacho do
juiz que determinar a citação do devedor zera e vol- ta a contar novamente. Não é com a citação válida. (Art.. 150,
parágrafo 4º.)

Exclusão do Crédito Tributário – Art. 175 do CTN

Consistem em causas de inibição do Lançamento do tributo, previstas no Art. 175 do CTN. Por- tanto, ocorre o fato
gerador, porém não haverá o lançamento. Com isso, é possível concluir que a isenção e a anistia têm início antes
do lançamento e surgem após a ocorrência da obri- gação tributária.

Art. 175. Excluem o crédito tributário: I - a isenção;


II - a anistia.
Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações acessórias dependentes
da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela conseqüen- te.

Art. 175 do CTN, há o estabelecimento de que, ainda que exista o direito à isenção ou anistia, o
contribuinte deverá cumprir as obrigações acessórias

Isenção - A lei concede a isenção, para que determinada situação ou pessoa não esta obriga- do de pagar o tributo.
Ocorre que, a isenção não observa o princípio da anterioridade, do exer- cício, nem o da nonagesimal, porque a
revogação da isenção não configuraria uma instituição ou majoração do tributo.
No CTN, em seu art. 104, prevê revogação de isenção, cujo o imposto é sobre renda ou sobre o patrimônio, essa lei
só produzirá efeitos no primeiro dia do exercício seguinte:

Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua
publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda:
I - que instituem ou majoram tais impostos;
II - que definem novas hipóteses de incidência;
III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorá- vel ao
contribuinte, e observado o disposto no artigo 178.

O art. 177 do CTN, estabelece que a concessão de isenção não se estende às taxas e contri- buição de melhoria, bem
como aos tributos que venham a ser criados ou instituídos posterior- mente à lei que cria a isenção.

Art. 177. Salvo disposição de lei em contrário, a isenção não é extensiva: I - às taxas e às
contribuições de melhoria;
II - aos tributos instituídos posteriormente à sua concessão.
A lei que estabelece isenção deve ser interpretada literalmente, nos termos do art. 111 do CTN. Portanto, no caso de
tributos que venham a ser criados ou instituídos posteriormente à lei que cria a isenção, não serão abrangidos pela
isenção.
Em relação à não extensão da isenção às taxas e contribuição de melhoria, deve-se observar que esses tributos são
criados em virtude de uma contraprestação direta, por isso, não há em- basamento para se estender determinada
isenção concedida em lei para estes tributos, salvo disposição de lei em contrário.
Sobre a revogação, existe uma exceção, nos termos do art. 178 do CTN e na Súmula 544 do STF, que consiste nos
casos de isenção por prazo determinado ou por determinadas condi- ções onerosas.
CTN - Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode ser
revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104. (Redação dada
pela Lei Complementar nº 24, de 7.1.1975)

STF - SÚMULA Nº 544: Isenções tributárias concedidas, sob condição onerosa, não podem ser livremente
suprimidas.

Anistia - Trata-se de perdão, concedida por lei, das penalidades pecuniárias, de forma a abranger os créditos
tributários anteriores ao lançamento. Importante destacar que a anistia poderá abarcar apenas os tributos, cujos fatos
ocorreram anteriores à lei, nos termos do art. 180 do CTN.
A anistia não poderá ser concedida em casos de crimes ou contravenções, praticados com do- lo, fraude ou simulação
do sujeito passivo, bem como às infrações resultantes de conluio de outras pessoas.

Art. 180. A anistia abrange exclusivamente as infrações cometidas anteriormente à vi- gência da
lei que a concede, não se aplicando:
I - aos atos qualificados em lei como crimes ou contravenções e aos que, mesmo sem essa
qualificação, sejam praticados com dolo, fraude ou simulação pelo sujeito passivo ou por terceiro
em benefício daquele;
II - salvo disposição em contrário, às infrações resultantes de conluio entre duas ou mais
pessoas naturais ou jurídicas.

Esse perdão pode ser geral ou limitado, conforme dispõe o artigo 181 do CTN.

Art. 181. A anistia pode ser concedida:

I - em caráter geral;
II - limitadamente:
a) às infrações da legislação relativa a determinado tributo;
b) às infrações punidas com penalidades pecuniárias até determinado montante, conju- gadas
ou não com penalidades de outra natureza;
c) a determinada região do território da entidade tributante, em função de condições a ela
peculiares;
d) sob condição do pagamento de tributo no prazo fixado pela lei que a conceder, ou cu- ja fixação seja atribuída
pela mesma lei à autoridade administrativa.
IMPOSTOS FEDERAIS – ART. 153 CF

ITR – Propriedade Territorial Rural

Art. 153, VI CF; 29 a 31 CTN; Lei nº 9.393-96 e Decreto 4.382-02

Art. 1228 CC: O proprietário tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e
o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou a
detenha.

Discussão sobre Localização ou Destinação do Imóvel: o critério da localização prevalece,


contudo segundo o STJ não é apenas o critério de localização que caracteriza ser um imóvel rural ou
urbano, mas a sua destinação.

Nos termos do art. 15 do DL 57/66 se um imóvel localizado dentro da zona urbana de um


Município, mas tiver como destinação a exploração vegetal, agrícola, pecuária ou agroindustrial,
incidirá o ITR.

Critério Temporal: 1º de janeiro de cada ano

Critério Espacial: Território Nacional.

Regulamentando inciso III do § 4º do art. 153 da CF, a Lei nº 11.250/05 permitiu que o ITR
seja fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, mediante formalização de Convênio
firmado com a União através da SRF. Assim, ocorre a delegação da condição de sujeito ativo ao
Município de situação do imóvel.

Lei nº 9.393/96 - Art. 1º § 3º O imóvel que pertencer a mais de um município deverá ser
enquadrado no município onde fique a sede do imóvel e, se esta não existir, será enquadrado no
município onde se localize a maior parte do imóvel.

Sujeito Ativo: União

Sujeito Passivo: proprietário da Terra Rural

Critério Quantitativo: Base de cálculo - valor da terra nua.

Decreto nº 4.382/02 - art. 32. O Valor da Terra Nua - VTN é o valor de mercado do imóvel, excluídos os
valores de mercado relativos a:

I - construções, instalações e benfeitorias; II - culturas permanentes e

temporárias; III - pastagens cultivadas e melhoradas; IV - florestas

plantadas.

§ 1º O VTN refletirá o preço de mercado de terras, apurado em 1º de janeiro do


ano de ocorrência do fato gerador, e será considerado auto-avaliação da terra nua a
preço de mercado.

§ 2º Incluem-se no conceito de construções, instalações e benfeitorias, os prédios,


depósitos, galpões, casas de trabalhadores, estábulos, currais, mangueiras,
aviários, pocilgas e outras instalações para abrigo ou tratamento de animais,
terreiros e similares para secagem de produtos agrícolas, eletricidade rural,
colocação de água subterrânea, abastecimento ou distribuição de águas, barragens,
represas, tanques, cercas e, ainda, as benfeitorias não relacionadas com a atividade
rural.

Alíquotas: Art. 11 da Lei nº 9.393-96. O grau de utilização é a relação percentual entre a área
efetivamente utilizada pela atividade rural e a área aproveitável do imóvel, constituindo-se critério,
juntamente com a área total do imóvel rural, para a determinação das alíquotas do ITR.

Características: tributo fiscal, mas nos termos do art. 153, 4º, I da CF extrafiscal;
direto; real; progressivo.

Imunidade: Art. 153, § 4º, II da CF, não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em
lei, quando as explore o proprietário que não possua outro imóvel.

Isenções: Lei nº 9.393/96.

IMPOSTO SOBRE RENDA E PROVENTOS DE QUALQUER NATUREZA – IR, Art.153, III


CF, Arts. 43 a 45 do CTN

Critério Material: art. 43 do CTN, o fato gerador do IR é a aquisição da disponibilidade


econômica ou jurídica: (i) de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da
combinação de ambos; (ii) de proventosde qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos
patrimoniais não compreendidos no inciso I do art. 43 do CTN

Súmula 498 do STJ: não incide imposto de renda sobre a indenização por danos morais.

Súmula nº 386 STJ - São isentas de imposto de renda as indenizações de férias


proporcionais e o respectivo adicional.

Súmula nº 215 STJ - A indenização recebida pela adesão a programa de incentivo à


demissão voluntária não está sujeita à incidência do imposto de renda.

Súmula 136 STJ: O pagamento de licença-prêmio não gozada por necessidade do serviço
não está sujeito ao IR.

Súmula 125 STJ: O pagamento de férias não gozadas por necessidade do serviço não está
sujeito a incidência do IR.

Súmula nº 463 STJ - Incide imposto de renda sobre os valores percebidos a título de
indenização por horas extraordinárias trabalhadas, ainda que decorrentes de acordo coletivo.

Critério Temporal:

IRPF: 31 de dezembro de cada ano calendário.

IRPJ: Tem-se período de apuração trimestral e anual. No trimestral considera-se ocorrido o


fato gerador no final de cada trimestre e no anual no dia 31 de dezembro.

Critério Espacial: o IR caracteriza-se pela extraterritorialidade, ou seja, por alcançar fatos


geradores ocorridos não apenas no território nacional como fora dele.

Critério Pessoal:

Sujeito Ativo: União.

Sujeito Passivo: As pessoas físicas domiciliadas no Brasil, nos termos do art. 1º da Lei nº
7.713/88.

Critério Quantitativo:

Base de Cálculo:
Art. 44 CTN, o montante, real, arbitrado ou presumido, da renda ou dos proventos
tributáveis.O art. 3º Lei nº 7.713/88 estabelece como base de cálculo da Pessoa Física, o seu rendimento
bruto.

A pessoa jurídica submete-se ao IR calculado com base no lucro real ou presumido,


podendo, ainda, vir a ser tributada com base no lucro arbitrado.

Lei nº 9.718/98. Art. 13. A pessoa jurídica cuja receita bruta total no ano-
calendário anterior tenha sido igual ou inferior a R$ 78.000.000,00 (setenta e oito
milhões de reais) ou a R$ 6.500.000,00 (seis milhões e quinhentos mil reais)
multiplicado pelo número de meses de atividade do ano- calendário anterior,
quando inferior a 12 (doze) meses, poderá optar pelo regime de tributação com
base no lucro presumido. (Redação dada pela Lei nº 12.814, de 2013)
(Vigência)

§ 1° A opção pela tributação com base no lucro presumido será definitiva em


relação a todo o ano-calendário

§ 2° Relativamente aos limites estabelecidos neste artigo, a receita bruta auferida


no ano anterior será considerada segundo o regime de competência ou de caixa,
observado o critério adotado pela pessoa jurídica, caso tenha, naquele ano, optado
pela tributação com base no lucro presumido.

Art. 14 - Estão obrigadas à apuração do lucro real as pessoas jurídicas:

I - cuja receita total no ano-calendário anterior seja superior ao limite de R$


78.000.000,00 (setenta e oito milhões de reais) ou proporcional ao número de
meses do período, quando inferior a 12 (doze) meses; (Redação dada pela Lei
nº 12.814, de 2013)

II - cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos


de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e
investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos,
valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários,
empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de
seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta;

III - que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior;


IV - que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais
relativos à isenção ou redução do imposto;

V - que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo


regime de estimativa, na forma do art. 2° da Lei n° 9.430, de 1996;

VI - que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de


assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos,
administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios
resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring).

VII - que explorem as atividades de securitização de créditos imobiliários,


financeiros e do agronegócio.(Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010)

Art. 15. A base de cálculo do imposto, em cada mês, será determinada mediante a
aplicação do percentual de oito por cento sobre a receita bruta auferida
mensalmente, observado o disposto nos arts. 30 a 35 da Lei nº 8.981, de 20 de
janeiro de 1995. (Vide Lei nº 11.119, de 205) (Vide Medida Provisória nº 627,
de 2013) (Vigência)

§ 1º Nas seguintes atividades, o percentual de que trata este artigo será de:

I - um inteiro e seis décimos por cento, para a atividade de revenda, para


consumo, de combustível derivado de petróleo, álcool etílico carburante e gás
natural;

II - dezesseis por cento:

a) para a atividade de prestação de serviços de transporte, exceto o de carga, para


o qual se aplicará o percentual previsto no caput deste artigo;

b) para as pessoas jurídicas a que se refere o inciso III do art. 36 da Lei nº 8.981,
de 20 de janeiro de 1995, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 29 da referida
Lei;

III - trinta e dois por cento, para as atividades de: (Vide Medida Provisória nº
232, de 2004)

a) prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de auxílio


diagnóstico e terapia, patologia clínica, imagenologia, anatomia patológica e
citopatologia,
medicina nuclear e análises e patologias clínicas, desde que a prestadora destes
serviços seja organizada sob a forma de sociedade empresária e atenda às normas
da Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa; (Redação dada pela Lei nº
11.727, de 2008)

b) intermediação de negócios;

c) administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de


qualquer natureza;

d) prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia,


mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a
pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a
prazo ou de prestação de serviços (factoring).

Art. 530. O imposto, devido trimestralmente, no decorrer do ano-calendário, será


determinado com base nos critérios do lucro arbitrado, quando (Lei nº 8.981, de
1995, art. 47, e Lei nº 9.430, de 1996, art. 1º):

I - o contribuinte, obrigado à tributação com base no lucro real, não mantiver


escrituração na forma das leis comerciais e fiscais, ou deixar de elaborar as
demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal;

II - a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes indícios


de fraudes ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável para:

a) identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária; ou

b) determinar o lucro real;

III - o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e


documentos da escrituração comercial e fiscal, ou o Livro Caixa, na hipótese do
parágrafo único do art. 527;

IV - o contribuinte optar indevidamente pela tributação com base no lucro


presumido;
V - o comissário ou representante da pessoa jurídica estrangeira deixar de
escriturar e apurar o lucro da sua atividade separadamente do lucro do comitente
residente ou domiciliado no exterior (art. 398);

- o contribuinte não mantiver, em boa ordem e segundo as normas contábeis


recomendadas, Livro Razão ou fichas utilizados para resumir e totalizar, por conta
ou subconta, os lançamentos efetuados no Diário

Alíquotas:

Pessoa Física: Lei nº 11.482/07; para Pessoas Jurídicas: 15%; para Ganho de Capital:
alíquotas progressivas nos termos do art. 21 da Lei n 8981/95.

Lei nº 9.250/95 Art. 23. Fica isento do imposto de renda o ganho de capital
auferido na alienação do único imóvel que o titular possua, cujo valor de alienação
seja de até R$ 440.000,00 (quatrocentos e quarenta mil reais), desde que não tenha
sido realizada qualquer outra alienação nos últimos cinco anos.

Lei nº 11.196/05 Art. 38. O art. 22 da Lei no 9.250, de 26 de dezembro de 1995,


passa a vigorar com a seguinte redação: (Vigência)

"Art. 22. Fica isento do imposto de renda o ganho de capital auferido na alienação
de bens e direitos de pequeno valor, cujo preço unitário de alienação, no mês em
que esta se realizar, seja igual ou inferior a:

Art. 39. Fica isento do imposto de renda o ganho auferido por pessoa física
residente no País na venda de imóveis residenciais, desde que o alienante, no
prazo de 180 (cento e oitenta) dias contado da celebração do contrato, aplique o
produto da venda na aquisição de imóveis residenciais localizados no País.
(Vigência)

§ 1o No caso de venda de mais de 1 (um) imóvel, o prazo referido neste artigo será
contado a partir da data de celebração do contrato relativo à 1a (primeira)
operação.

I - R$ 20.000,00 (vinte mil reais), no caso de alienação de ações negociadas no


mercado de balcão;

II - R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais), nos demais casos.

IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS

Art. 153, inciso IV, Arts. 46 a 51 do CTN, Lei nº 4.502-64, e Decreto nº 7.212-2010,

Critério Material:

Art. 46. O imposto, de competência da União, sobre produtos industrializados tem


como fato gerador:

I - o seu desembaraço aduaneiro, quando de procedência estrangeira;

II - a sua saída dos estabelecimentos a que se refere o parágrafo único do artigo


51;

III - a sua arrematação, quando apreendido ou abandonado e levado a leilão.


Parágrafo único. Para os efeitos deste imposto, considera-se industrializado o
produto que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a
natureza ou a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo.

Sujeito Passivo:

O artigo 24 do Decreto nº 7.212/2010 estabelece que são obrigados ao pagamento do


imposto sobre produtos industrializados:

a) o importador, quando do desembaraço aduaneiro;

b) o industrial quando o fato jurídico tributário se der pela saída do produto que
industrializar em seu estabelecimento;

c) o estabelecimento equiparado a industrial, quando os produtos deles saírem.

Base de cálculo: no caso de se tratar de produto industrializado importado, será o preço


normal, acrescido do montante do imposto sobre a importação, das taxas exigidas para entrada do
produto no país e dos encargos cambiais efetivamente pagos pelo importador ou dele exigíveis.

Já os produtos que apresentam como critério material, de acordo com o Código


Tributário Nacional, a saída dos estabelecimentos do importador, industrial, comerciante, esse critério
quantitativo é o valor da operação de que decorrer a saída da mercadoria ou, na falta deste, o preço
corrente da mercadoria, ou seu similar no mercado atacadista da praça do remetente.

E aqueles produtos que tenham como hipótese de incidência a arrematação, a base de cálculo
será o preço de arrematação.

Alíquotas: como regra, as alíquotas do IPI encontram-se discriminadas na Tabela de


Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados, Decreto 7.660/2011, em que conforme a
respectiva classificação fiscal da mercadoria, encontrar-se-á a correlata alíquota desse imposto.

Características: princípio da seletividade, Art. 153, § 3º, I da CF; princípio da não-cumulatividade,


art. 150, § 3º, II da CF

IMPOSTO SOBRE IMPORTAÇÃO

Art. 153, I da CF, Arts. 19 a 22 do CTN, DL 37/66 e Decreto nº 6.759/09

Critério Material: Importar produtos Estrangeiros

Critério Temporal: art. 23 do DL 37/66, data da declaração de importação para fins de


desembaraço aduaneiro.

O art. 73 do Decreto nº 6.759/09 considera ocorrido o fato gerador para fins de cálculo desse
imposto na data do registro da declaração de importação.

Critério Espacial: O critério espacial do Imposto sobre importação é o território nacional.

Contribuinte: art. 104 do Decreto nº 6.759-2009 é contribuinte do imposto:

(i) o importador, assim considerada qualquer pessoa que promova a entrada de mercadoria
estrangeira no território aduaneiro;

(ii) o destinatário de remessa postal internacional indicado pelo respectivo remetente; e

(iii) o adquirente de mercadoria entrepostada.

Critério Quantitativo:

Alíquotas: podem ser específicas ou ad valorem. As alíquotas específicas utilizam unidades


de medidas como metro, quilos, litros. Já as alíquotas ad valorem variam de acordo com o valor do
bem, o imposto será tantos por cento sobre o valor do produto. As alíquotas são fixadas na Tarifa
Externa Comum sobre a base de cálculo do imposto.

Art. 20. A base de cálculo do imposto é:


I - quando a alíquota seja específica, a unidade de medida adotada pela lei
tributária;

II - quando a alíquota seja ad valorem, o preço normal que o produto, ou seu


similar, alcançaria, ao tempo da importação, em uma venda em condições de livre
concorrência, para entrega no porto ou lugar de entrada do produto no País;

III - quando se trate de produto apreendido ou abandonado, levado a leilão, o


preço da arrematação.

Art. 77. Integram o valor aduaneiro, (...)

I - o custo de transporte da mercadoria importada até o porto ou o aeroporto


alfandegado de descarga ou o ponto de fronteira alfandegado onde devam ser
cumpridas as formalidades de entrada no território aduaneiro;
II - os gastos relativos à carga, à descarga e ao manuseio, associados ao transporte
da mercadoria importada, até a chegada aos locais referidos no inciso I; e

III - o custo do seguro da mercadoria durante as operações referidas nos incisos I


e II.

IMPOSTO SOBRE EXPORTAÇÃO

Art. 153, II CF, Art. 23 a 28 CTN, DL 1.578/77 e Decreto nº 6.759/09.

Critério Material: Exportar produtos nacionais ou nacionalizados para o exterior

DL nº 288/67 – Art. 4º A exportação de mercadorias de origem nacional para


consumo ou industrialização na Zona Franca de Manaus, ou reexportação para o
estrangeiro, será para todos os efeitos fiscais, constantes da legislação em vigor,
equivalente a uma exportação brasileira para o estrangeiro.

Critério Temporal: O parágrafo único do art. 213 do Decreto nº 6.759-09 considera


ocorrido o fato gerador para fins de cálculo do Imposto sobre exportação na data do registro da
declaração de exportação no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex).

Critério Espacial: território nacional.

Contribuinte: Nos termos do art. 27 do CTN o contribuinte do imposto sobre exportação


é o exportador, ou quem a lei a ele equiparar.

A base de cálculo do Imposto sobre exportação, art. 214 do Decreto 6.759/09, é o preço normal que a
mercadoria, ou sua similar, alcançaria, ao tempo da exportação, em uma venda em condições de livre
concorrência no mercado internacional, observadas as normas expedidas pela Câmara de Comércio
Exterior.

Art. 3o A alíquota do imposto é de trinta por cento, facultado ao Poder Executivo


reduzi-la ou aumentá-la, para atender aos objetivos da política cambial e do
comércio exterior.

Parágrafo único. Em caso de elevação, a alíquota do imposto não poderá ser


superior a cinco vezes o percentual fixado neste artigo.

IOF

Previsão Legal: art. 63 a 66 do CTN, Decreto nº 6.306/07.

O art. 2º do Decreto nº 6.306/07 estabelece que o IOF incide sobre:

(i) operações de crédito realizadas:

a) por instituições financeiras;

b) por empresas que exercem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços


de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a
pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de
prestação de serviços (factoring);

c) entre pessoas jurídicas ou entre pessoa jurídica e pessoa física;


(ii) operações de câmbio;

(iii) operações de seguro realizadas por seguradoras;

(iv) operações relativas a títulos ou valores mobiliários;


(v) operações com ouro, ativo financeiro, ou instrumento cambial. Base de Cálculo: art.
64 do CTN a base de cálculo do IOF é: (i)quanto às operações de crédito, o montante da
obrigação, compreendendo o principal e os juros; (ii) quanto às operações de câmbio, o
respectivomontante em moeda nacional, recebido, entregue ou posto à disposição; (iii) quanto às
operações de seguro, o montante do prêmio; (iv) quanto às operações relativas a títulos e valores
mobiliários: (a) na emissão, o valor nominal mais o ágio, se houver; (b) na transmissão, o preço ou o
valor nominal, ou o valor da cotação em Bolsa, como determinar a lei; (c) no pagamento ou resgate, o
preço.

Nas operações de crédito: a alíquota máxima de IOF será de 1,5%, conforme prevê o art.
6º do Decreto nº 6.306/07.

Nas operações de câmbio: A alíquota máxima de IOF será de 25%, nos termos do art. 15
do Decreto nº 6.303/07.

Nas operações de seguro: A alíquota máxima do IOF é de 25%, nos termos do art. 22 do
Decreto nº 6.303/07.

Nas Operações relativas a títulos ou valores mobiliários: A alíquota máxima é de 1,5% ao


dia, conforme prevê art. 29 do Decreto nº 6.303/07.

Nas operações com ouro enquanto ativo financeiro a alíquota é de 1% (art. 38 e 39 do


Decreto nº 6.303/07).
ITCMD – Imposto sobre Transmissão Causa Mortis ou Doação Art. 155, I da CF e art. 35
a 42 do CTN

Critério Material: Transmissão causa mortis ou doação


Art. 538 Código Civil: Considera-se doação o contrato em que uma pessoa, por
liberalidade, transfere do seu patrimônio bens ou vantagens para o de outra.
Art. 540. A doação feita em contemplação do merecimento do donatário não perde
o caráter de liberalidade, como não o perde a doação remuneratória, ou a gravada,
no excedente ao valor dos serviços remunerados ou ao encargo imposto.

Causa mortis, é o próprio falecimento que determina a imediata transmissão desses bens
ou direitos aos seus herdeiros ou legatários. Isto porque no nosso ordenamento jurídico não se admite
que um bem não tenha proprietário ou possuidor
O artigo 1.784 do novo Código Civil dispõe que “aberta a sucessão, a herança transmite-se,
desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários”. Assim, pode-se afirmar que o fato gerador do
ITCMD ocorre na abertura da sucessão.
Súmula nº 112 do STJ: O imposto de transmissão "causa mortis" é devido pela
alíquota vigente ao tempo da abertura da sucessão.
Assim, tem-se que pela abertura da sucessão se transmite a posse e a propriedade da herança
aos herdeiros legítimos e testamentários (Código Civil, art. 1.572).
Até a partilha, no entanto, os herdeiros têm os seus direitos expressos em frações ideais no
conjunto dos bens do monte.
Somente após a homologação da partilha é que se obterá a distribuição especificada, uma
vez que a partilha tem efeito meramente declaratório e não atributivo da propriedade.

Critério Temporal:
Com relação à DOAÇÃO pode-se afirmar que o ITCMD deve ser recolhido no momento em
que há a efetiva transmissão de propriedade.
O artigo 1.267 do Código Civil dispõe que “a propriedade das coisas não se transfere pelos
negócios jurídicos antes da tradição”.
O recolhimento do ITCMD, em virtude da transmissão de bens em decorrência de óbito,
ocorre somente após a homologação do cálculo, pois em que pese a abertura da sucessão ser o fato
gerador do imposto de transmissão causa mortis, neste momento não se faz surgir ainda o crédito
tributário líquido e certo. Por essa razão, o Supremo Tribunal Federal editou a Súmula 114 que
estabelece: “O Imposto de Transmissão Causa Mortis não é exigível antes da homologação do
cálculo".

Critério Espacial:
Quando o ITCMD incidir sobre a transmissão de bens imóveis, competirá o seu
recolhimento ao Estado da situação do bem, ou ao Distrito Federal, conforme o parágrafo primeiro do
art. 155 da CF. Se o de cujus possuía bens em vários Estados, a cada um deles competirá o imposto,
relativamente à transmissão do bem nele situado.
Se a transmissão for de bens móveis, títulos e créditos, a competência para a cobrança do
respectivo imposto será do Estado onde se processar o inventário ou arrolamento, ou onde tiver
domicílio o doador, ou do Distrito Federal e, nos termos da Súmula 435 do STF, quando houver
transmissão de ações, o imposto sobre transmissão causa mortis será devido ao Estado em que tenha
sede a companhia.
Todavia, a competência para a cobrança do imposto será regulada por lei complementar,
quando o doador tiver domicílio ou residência no exterior, ou se o de cujus possuía bens, era residente
ou domiciliado ou teve o seu inventário processado no exterior.

Sujeito Passivo: o art. 42 do CTN autoriza as leis dos Estados a elegerem qualquer das
partes envolvidas no negócio como contribuintes do imposto. Entretanto, em se tratando de causa
mortis, somente poderão ser contribuintes do tributo os herdeiros ou legatários, isto é, os beneficiados
pelatransmissão hereditária. Podendo haver responsabilidade dos tabeliães, escrivães ou serventuários
de ofício, art. 134, VI, do CTN.
Base de Cálculo: o art. 38 do CTN determina que a base de cálculo do ITCMD será o
valor venal dos bens ou direitos transmitidos. O valor venal do bem é aquele valor pelo qual este
pode ser negociado no mercado. Porém, em se tratando de causa mortis, se no curso do inventário
o Poder Público conferir novo valor venal ao imóvel, será válido aquele em vigor na data da avaliação.
Neste sentido tem-se a Súmula 113 do Supremo Tribunal Federal: “O imposto de transmissão causa
mortis é calculado sobre o valor dos bens na data da avaliação”. Com relação, ao compromisso de
compra e venda, se o bem imóvel for objeto desse contrato, o imposto será calculado sobre o crédito
existente na abertura da sucessão.
Súmula 590 do STF: calcula-se o Imposto de transmissão causa mortis sobre o saldo
credor da promessa de compra e venda de imóvel, no momento da abertura da sucessão do promitente
vendedor.
O art. 155, § 1º, IV da CF dispõe que as alíquotas máximas serão fixadas pelo Senado
Federal. A Resolução 9/92 determina que a alíquota máxima para o ITCMD seja de 8%.

ICMS – Art. 155, II CF e LC nº 87/96

Critério Material:

1) Realizar operações de circulação de mercadorias;


2) Prestar Serviços de Transporte Interestadual ou Intermunicipal;
3) Prestar serviço de Comunicação
4) Sobre a Energia Elétrica
5) sobre a Importação de bens;

Realizar operações de circulação de mercadorias:


Operações: São atos ou negócios jurídicos em que ocorre a transmissão de um direito.
Circulação: Circular para o direito significa para o direito mudar de titular. Se um bem ou
uma mercadoria mudam de titular, circula para efeitos jurídicosAssim, o simples deslocamento entre
estabelecimentos de um mesmo contribuinte, sem negócio jurídico, não enseja incidência de ICMS.
Súmula 166 STJ: Não constitui fato gerador do ICMS o simples deslocamento de
mercadorias de um para outro estabelecimento do mesmo contribuinte.
Mercadoria: Não é qualquer bem móvel que é mercadoria, mas tão só aquele que se
submete à mercancia. Toda mercadoria é bem móvel, mas nem todo bem móvel é mercadoria. Os bens
negociados ou transmitidos por particulares, sem implicar mercancia, ou não sendo transacionados com
habitualidade não são mercadorias!
Não incide ICMS sobre venda de bens de ativo fixo da Empresa.
Programas de Computadores – Apenas incide ICMS sobre a circulação de cópias ou
exemplares dos programas de computadores produzidos em série e comercializados no varejo como o
Software de prateleira
Não incide ICMS sobre Arrendamento mercantil de Aeronaves Internacionais, quando não
haja circulação do bem (RE 461.968).
Súmula Vinculante 32: O ICMS não incide sobre alienação de salvados de sinistro pelas
seguradoras.
Serviços de Comunicação: Para que haja incidência do ICMS- comunicação é imperioso que
exista uma fonte emissora, uma fonte receptora e uma mensagem transmitida pelo prestador de
serviço. Sem esses elementos não há comunicação. A base econômica é o serviço de comunicação
propriamente, e não as atividades-meio realizadas e cobradas, assim considerados os serviços
preparatórios, acessórios ou auxiliares.
Súmula 350 do STJ: O ICMS não incide sobre o serviço de habilitação celular.
Súmula 334 do STJ: O ICMS não incide no serviço dos provedores de acesso à internet.
ICMS Energia Elétrica: art. 155, § 3º da CF.
Súmula 391 STJ: o ICMS incide sobre o valor da tarifa de energia elétrica correspondente
à demanda de potência efetivamente utilizada.
ICMS na Importação: art. 155, § 2º, IX, “a” CF.sobre a entrada de bem ou mercadoria
importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda que não seja contribuinte habitual
do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o serviço prestado no
exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o estabelecimento
do destinatário da mercadoria, bem ou serviço.
Súmula 661 do STF: Na entrada de mercadoria importada do exterior, é legítima a
cobrança do ICMS por ocasião do desembaraço aduaneiro.
Súmula 431 do STJ: É ilegal a cobrança de ICMS com base no valor da mercadoria
submetido ao regime de pauta fiscal.

Critério Espacial: art. 11 da LC 87/96.

1) Tratando-se mercadorias ou bens:


A) do estabelecimento onde se encontre, no momento da ocorrência do fato gerador;
B) onde se encontre, quando em situação irregular pela falta de documentação fiscal ou
quando acompanhado de documentação inidônea, como dispuser a legislação tributária;
C) o do estabelecimento que transfira a propriedade, ou o título que a represente, de
mercadoria por ele adquirida no País e que por ele não tenha transitado;
D) importado do exterior, o do estabelecimento onde ocorrer a entrada física
E) importado do exterior, o do domicílio do adquirente, quando não estabelecido;
F) aquele onde seja realizada a licitação, no caso de arrematação de mercadoria ou bem
importados do exterior e apreendidos ou abandonados;
G) o do Estado onde estiver localizado o adquirente, inclusive consumidor final, nas
operações interestaduais com energia elétrica e petróleo, lubrificantes e combustíveis dele derivados,
quando não destinados à industrialização ou à comercialização

H) o do Estado de onde o ouro tenha sido extraído, quando não considerado como ativo
financeiro ou instrumento cambial;o de desembarque do produto, na hipótese de captura de peixes,
crustáceos e moluscos;
2) Tratando-se de Operação de Serviço de Transporte:
A) onde tenha início a prestação;
B) onde se encontre o transportador, quando em situação irregular pela falta de
documentação fiscal ou quando acompanhada de documentação inidônea, como dispuser a legislação
tributária;
C) o do estabelecimento destinatário do serviço, na hipótese do inciso XIII do art. 12 e para
os efeitos do § 3º do art. 13;
3) tratando-se de prestação onerosa de serviço de comunicação:
A) o da prestação do serviço de radiodifusão sonora e de som e imagem, assim entendido o
da geração, emissão, transmissão e retransmissão, repetição, ampliação e recepção;

Critério Temporal: art. 12 da LC 87/96.

A) da saída de mercadoria de estabelecimento de contribuinte, ainda que para outro


estabelecimento do mesmo titular;
B) do início da prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal, de
qualquer natureza;
C) do ato final do transporte iniciado no exterior;
D) das prestações onerosas de serviços de comunicação, feita por qualquer meio, inclusive a
geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, a repetição e a ampliação de
comunicação de qualquer natureza;

Critério Quantitativo: Base de Cálculo - art. 13 da LC 87/96.

I - na saída de mercadoria prevista nos incisos I, III e IV do art. 12, o valor da operação;
II - na hipótese do inciso II do art. 12, o valor da operação, compreendendo mercadoria
e serviço;
III - na prestação de serviço de transporte interestadual e
intermunicipal e de comunicação, o preço do serviço
Alíquota: art. 155, § 2º, IV e V – As alíquotas mínimas e máximas do ICMS serão
estabelecidas por meio de Resolução do Senado Federal.Proposta pelo Presidente da República ou por
1/3 dos Senadores e aprovada pela maioria absoluta dos membros do Senado Federal.

Características:
Respeita o Princípio da Não-cumulatividade: art. 155, § 2º, I da CF.
O STF tem negado o direito à correção monetária ao crédito de ICMS, forte na sua natureza
escritural, mesmo que se trate de créditos extemporaneamente escriturados. Só poderá ser corrigido
caso haja previsão legal nesse sentido.
A isenção ou não incidência, salvo determinação em contrário da legislação não implicará
crédito para a compensação devido nas operações ou prestações seguintes;
OBS: Não Há ofensa ao Princípio da Não-cumulatividade se a legislação não consentir com
a compensação de créditos de ICMS advindos da aquisição de bens destinados ao consumo e ao ativo
fixo do contribuinte.
Poderá ser Seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos serviços.
Imunidades Específicas do ICMS: art. 155, § 2º, X da CF.

a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados
a destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto
cobrado nas operações e prestações anteriores
b) sobre operações que destinem a outros Estados petróleo, inclusive lubrificantes,
combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, e energia elétrica;
c) sobre o ouro, nas hipóteses definidas no art. 153, § 5º;
d) nas prestações de serviço de comunicação nas modalidades de radiodifusão sonora e
de sons e imagens de recepção livre e gratuita;

Cabe à LC dispor sobre: (art. 155, § 2º, XII da CF)

a) definir seus contribuintes;


b) dispor sobre substituição tributária;
c) disciplinar o regime de compensação do imposto;fixar, para efeito de sua cobrança e
definição do estabelecimento responsável, o local das operações relativas à circulação de mercadorias e
das prestações de serviços;
d) excluir da incidência do imposto, nas exportações para o exterior, serviços e outros
produtos além dos mencionados no inciso X, "a"
e) prever casos de manutenção de crédito, relativamente à remessa para outro Estado e
exportação para o exterior, de serviços e de mercadorias;
f) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções,
incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados

A LC nº 24/75 determinou que as isenções, incentivos ocorrerão por meio de Convênio.

IPVA – art. 155, III da CF

Conforme o art. 155, §6º da CF, terá alíquotas mínimas fixadas pelo Senado Federal e poderá
ter alíquotas diferenciadas em função do tipo e utilização.

IPTU – Art. 156, I da CF e Arts. 32 a 34 do CTN

Critério Material: Ser Proprietário de Imóvel Urbano


Proprietário nos termos do art. 1.228 do Código Civil é quem tem a faculdade de usar, gozar e
dispor da coisa, e o direito de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.
A posse deflui do conceito de possuidor, como sendo todo aquele que tem de fato o exercício,
pleno ou não, de algum dos poderes inerentes à propriedade (art. 1.196 do Código Civil).
Não são considerados Contribuintes:

1 – o mero detentor, ou seja, aquele que conserva a posse em nome de outrem e em


cumprimento das ordens deste;
2 – o usuário e o titular de direito de habitação 3 – Locatário, arrendatário e comodatário
4 – Contrato de direito real de concessão de uso;
5 – Circos, quiosques, barracas de camping e banca de jornal.

Art. 156,I da CF: Ser proprietário de imóvel urbano.


Art. 32 do CTN: Ser proprietário, possuidor ou detentor de domínio útil de imóvel urbano.
Segundo entendimento dos Tribunais Superiores, quem deve pagar o IPTU é o proprietário,
possuidor ou detentor de domínio com animus domini.
Imóvel urbano: Regra localização!!!
Se estiver dentro da zona urbana, trata-se de imóvel urbano e, portanto, deve- se pagar o IPTU e se
estiver dentro da zona rural, será recolhido o ITR.
Nos termos do art. 32, § 1 do CTN, a Lei Municipal irá determinar o que é zona urbana, mas desde que
cumpra no mínimo dois dentre os cinco melhoramentos mencionados pelo § 1º do art. 32 do CTN:

 Meio fio ou calçamento com canalização de aguas pluviais;


 Abastecimento de agua;
 Sistema de esgoto;

 Iluminação pública;

 Escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 km do imóvel.


Exceção!!!! Se o imóvel estiver dentro da zona urbana, mas tiver destinação econômica rural
será devido o ITR, nos termos do art. 15 do DL 57/66:

Art 15. O disposto no art. 32 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966,


não abrange o imóvel de que, comprovadamente, seja utilizado em
exploração extrativa vegetal, agrícola, pecuária ou agro-industrial, incidindo
assim, sôbre o mesmo, o ITR e demais tributos com o mesmo cobrados.
(Revogação suspensa pela RSF nº 9, de 2005)

Critério Temporal: 1º de janeiro de todo ano.


Critério Espacial: Município em que estiver localizado o imóvel.
Critério Pessoal:
 Sujeito Ativo: Município em que estiver localizado o imóvel.

 Sujeito Passivo: proprietário, possuidor ou detentor de domínio com animus


domini.
Critério Quantitativo:
 Base de cálculo: Valor venal do imóvel, nos termos do art. 33 do CTN

Art. 33. A base do cálculo do imposto é o valor venal do imóvel. Parágrafo único. Na
determinação da base de cálculo, não se considera o valor dos bens móveis mantidos, em
caráter permanente ou temporário, no imóvel, para efeito de sua utilização, exploração,
aformoseamento ou comodidade.

Alíquotas:
Tributo Progressivo: Art. 182, § 4º, II da CF e art. 156, § 1º, I da CF
 Art. 182, § 4º, II da CF: Progressividade no tempo, extrafiscal para estimular o
cumprimento da função social.

 Art. 156, § 1º, I da CF: Progressividade fiscal, em razão do valor venal do imóvel.

ITBI Art. 156, II da CF E Arts. 35 a 42 do CTN

Critério Material: “transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de
bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de
garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição

Direitos Reais – Art. 1.225 do Código Civil:


Art. 1.225. São direitos reais:
I - a propriedade; II - a superfície; III - as servidões; IV - o usufruto;
V - o uso;
VI - a habitação;
VII - o direito do promitente comprador do imóvel; VIII - o penhor;
IX - a hipoteca; X - a anticrese.
XI - a concessão de uso especial para fins de moradia; (Incluído pela Lei nº
11.481, de 2007)
XII - a concessão de direito real de uso. (Incluído pela Lei nº 11.481, de 2007)
XIII - a laje. (Incluído pela Lei nº
13.465, de 2017)

Hipóteses de Incidência: Compra e venda, dação em pagamento, permuta (troca),


mandato em causa própria com poderes equivalentes para a transmissão de bem imóvel, arrematação,
adjudicação, valor do imóvel que na divisão de patrimônio comum ou na partilha, forem atribuídos a um
dos cônjuges separados ou divorciados, uso e fruto.
Hipóteses de Não Incidência: Usucapião, desapropriação, servidões, contratos de
promessa de compra e venda (haja vista tratar-se de contrato quepoderá ou não se concretizar em
contrato definitivo, este sim ensejador da cobrança do aludido tributo).
Imunidades Específicas do ITBI:

Art. 156 (...)


§ 2º I - não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao
patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital, nem sobre a transmissão
de bens ou direitos decorrente de fusão, incorporação, cisão ou extinção de pessoa
jurídica, salvo se, nesses casos, a atividade preponderante do adquirente for a
compra e venda desses bens ou direitos, locação de bens imóveis ou arrendamento
mercantil;
Art. 184, § 5º CF –
§ 5º - São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de
transferência de imóveis desapropriados para fins de reforma agrária.

Súmula nº 111 STF: É legítima a incidência do imposto de transmissão "inter vivos" sobre
a restituição, ao antigo proprietário, de imóvel que deixou de servir a finalidade da sua desapropriação.

Critério Espacial: Município de situação do Bem Imóvel


Critério Temporal: No momento da transmissão do Bem Imóvel. (art.
1.245 do Código Civil) Ocorre com o registro do Imóvel em Cartório.
Súmula 108 STF: É legítima a incidência do imposto de transmissão "inter vivos" sobre o
valor do imóvel ao tempo da alienação, e não da promessa, na conformidade da legislação local.
Súmula 420 STF: O imposto de transmissão "inter vivos" não incide sobre a construção, ou
parte dela, realizada, inequivocamente, pelo promitente comprador, mas sobre o valor do que tiver sido
construído antes da promessa de venda.
Súmula 656 STF: É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o
imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis - ITBIcom base no valor venal do imóvel.

ISSQN – Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – Art. 156, III da CF e LC nº


116/03

Critério Material: Prestar Serviços de Qualquer Natureza.

1) Serviço

2) Que não seja de Competência dos Estados e DF, ou seja, de inci- dência do ICMS

3) Tenha previsão em Lei Complementar

A Lista anexa à LC nº 116/03 é taxativa, porém pode ter interpretação extensiva para
serviços congêneres.
Súmula 424 STJ: É legítima a incidência de ISS sobre os serviços bancários
congêneres da lista anexa ao DL n. 406/1968 e à LC n. 56/1987.

1) Operações Mistas – Serviço e Entrega de Mercadorias: LC nº 116/03 Art. 1º (...)


§ 2o Ressalvadas as exceções expressas na lista anexa, os serviços nela
mencionados não ficam sujeitos ao Imposto Sobre Operações Relativas à
Circulação de Mercadorias e Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, ainda que sua prestação envolva
fornecimento de mercadorias.
7.05 – Reparação, conservação e reforma de edifícios, estradas, pontes, portos e
congêneres (exceto o fornecimento de mercadorias produzidas pelo prestador dos
serviços, fora do local da prestação dos serviços, que fica sujeito ao ICMS).
14.03 – Recondicionamento de motores (exceto peças e partes empregadas, que
ficam sujeitas ao ICMS).
17.11 – Organização de festas e recepções; bufê (exceto o fornecimento de
alimentação e bebidas, que fica sujeito ao ICMS).Súmula 274 STJ: O ISS incide
sobre o valor dos serviços de assistência médica, incluindo-se neles as refeições, os
medicamentos e as diárias
hospitalares.

Art. 155, § 2º, IX da CF (...)


b) sobre o valor total da operação, quando mercadorias forem fornecidas com
serviços não compreendidos na competência tributária dos Municípios;

Súmula 163 STJ: O fornecimento de mercadorias com simultânea prestação de serviços em


bares, restaurantes e estabelecimentos similares constitui fato gerador do ICMS a incidir sobre o valor
total da operação.

Súmula 156 STJ: A prestação de serviço de composição gráfica, personalizada e sob


encomenda, ainda que envolva fornecimento de mercadorias, está sujeita, apenas, ao ISS.

Os serviços-meio destinados a atingir a execução dos serviços-fim não estão sujeitos à


incidência do ISS. São serviços de intermediação, portanto, elementos constitutivos dos principais.

Serviço X Industrialização:
O processo de industrialização compreende as atividades materiais de produção ou
beneficiamento de bens, realizadas em massa, em série, estandardizadamente; os bens industrializados
surgem como espécimes idênticos dentro de uma classe ou de uma série intensivamente produzida (ou
produtível denotando homogeneidade não-personificada nem personificável de produtos), sendo certo
que industrializar em suma, é conceito que reúne dois requisitos: a) Alteração da configuração de um
bem material; b) padronização e massificação. (Marçal Justen Filho. O Imposto sobre Serviços na
Constituição. São Paulo: RT, 1985, p. 115).

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