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Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;
CF, Art. 5º II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;
Este art. expressa à legalidade genérica, da qual irradiam conceitos reflexos, dentre os
quais a legalidade tributária.
LEGALIDADE
Dado histórico: origem da legalidade – séc. XIII, Rei João sem Terra recebeu pleito dos
súditos ingleses sobre a opressão gerada pelo tributo (apropriação material).
Magna Carta Libertatum – Constituição inglesa de 1215 – 1ª menção à legalidade – o
que estava previsto na lei estava consentido. Não poderia haver tributação sem o
consentimento popular.
Lei ordinária
LEI referida no art. 150, I, é LO (que não requer maioria absoluta para aprovação).
Tributo federal – LO federal
Tributo estadual – LO estadual
Tributo municipal – LO municipal
Lei complementar
Há apenas 4 tributos que devem ser instituídos por LC e não por LO (LC - aprovação
exige quorum privilegiado – maioria absoluta). São todos federais:
Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou
sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o
disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à
despesa que fundamentou sua instituição.
CF, Art. 195, § 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão
da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.
Há uma lista taxativa (exaustiva, “números clausus”) desses elementos (são 5) – art. 97
CTN:
- alíquota
- base de cálculo
- sujeito passivo (devedor do tributo)
- multa (pena tem que estar prevista em lei)
- fato gerador (situação concreta que impõe o dever de pagar o tributo)
LEGALIDADE ESTRITA (se a lei não demarcar o sujeito passivo, viola a estrita
legalidade)
RESEVA LEGAL
*** PRAZO para pagar o tributo pode ser disciplinado por ato infra legal?
*** STF entende que esse prazo pode estar em ato infralegal, porque não faz parte da
lista do art. 97 CTN. PARA CONCURSO ADOTAR ESSA POSIÇÃO.
Doutrina: o prazo está relacionado ao elemento tempo que está muito ligado à segurança
jurídica.
(ver acórdão STF – RE 140.669 PE (1998) há dois votos vencidos com a posição acima
da doutrina)
Observações extras:
CTN, art. 97, § 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que
importe em torná-lo mais oneroso.
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização
do valor monetário da respectiva base de cálculo.
Tributo só pode ser criado e majorado por meio de lei. Ato infralegal pode criar tributo
ou aumentar?
Na verdade não há exceção. Há mitigação do princ. Da legalidade. Existe mitigação
para o tributo no tocante à alíquota; o PE pode mexer nas alíquotas – atenuação à
legalidade.
(a alíquota tem que estar prevista em lei. PE pode aumentar ou diminuir a alíquota)
1. II (Imposto de importação)
2. IE (imposto de exportação)
3. IPI
4. IOF
Conseqüência: PE pode mexer nas alíquotas para atingimento de uma finalidade extra,
que não arrecadatória.
Ex. Decreto 6339/2008 – aumentou alíq do IOF para compensar perdas da CPMF. se
fosse para cumprir função extrafiscal não haveria irregularidade, pois IOF é imposto
extrafiscal. Porém, como foi para compensar perdas, houve ADI contra esse Decreto.
(ADI 4002). Teria que haver lei para aumentar a alíq do IOF para essa finalidade.
Art. 177, § 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades
de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool
combustível deverá atender aos seguintes requisitos: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de
2001)
I - a alíquota da contribuição poderá ser: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art.
150,III, b; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
OBS. Este é o único caso em que se pode falar que se trata de exceção propriamente
dita à legalidade estrita (e não mitigação apenas), pois originariamente não é lei que
trata da alíquota. (nos demais casos trata-se de mitigação, pois as alíquotas são
previstas em lei e atos do PE pode “mexer”.)
Motivo: extrafiscalidade.
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts.
153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida
em lei até o último dia daquele em que foi editada.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído pela Emenda Constitucional nº
32, de 2001)
III - reservada a lei complementar; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)
60 - O princípio da reserva legal equivale ao princípio da legalidade na medida em que qualquer comando
jurídico que obrigue determinada conduta deve provir de uma das espécies previstas no processo
legislativo.
NOTAS DA REDAÇÃO
Consoante orientação de José Afonso da Silva, a despeito do que afirma parcela minoritária da doutrina, a
melhor técnica difere o princípio da legalidade do princípio da reserva legal, uma vez que o
primeiro significa a submissão e o respeito à lei, ou a atuação dentro da esfera estabelecida pelo
legislador. O segundo consiste em estatuir que a regulamentação de determinadas matérias há de
fazer-se necessariamente por lei (SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 22.
ed. São Paulo: Malheiros, 2000. p. 421.).
O doutrinador soluciona a dificuldade de distinção com base no Direito Constitucional positivo, à vista
do poder que a Constituição outorga ao Poder Legislativo. Assim, afirma quando essa outorga consiste
no poder amplo e geral sobre qualquer espécie de relações (...), tem-se o princípio da legalidade.
Todavia, quando a Constituição reserva conteúdo específico, caso a caso, à lei, encontramo-nos diante
do princípio da reserva legal (SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 22. ed.
São Paulo: Malheiros, 2000. p. 421.).
Portanto, o princípio da legalidade, externado no artigo 5º, inciso II, da CR/88, estabelece que
ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Logo, as
obrigações dos indivíduos só podem ser criadas por espécies normativas produzidas em
conformidade com o devido processo legislativo.
Já o princípio da reserva legal ocorre quando uma norma constitucional atribui determinada matéria
exclusivamente à lei formal (ou a atos equiparados, na interpretação firmada na praxe), subtraindo-a,
com isso, à disciplina de outras fontes, àquelas subordinadas. (CRISAFULLI, Vezio apud SILVA, José
Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 22. ed. São Paulo: Malheiros, 2000. p. 421.)
Impende, ainda, analisar as duas espécies de reserva legal, conforme orientação da doutrina dominante:
Por todo o exposto, constata-se que há diferenças entre os aludidos princípios, o que resulta na
INCORREÇÃO da afirmativa.
Elemento axiológico:
Valor: segurança jurídica – idéia de proibição da tributação de surpresa, de supetão.
Tributação de inopino ou de supetão ou de surpresa.
Alínea b:
Anterioridade nonagesimal:
A partir de 2004. entre a publicação da lei e a exigência do tributo deve haver um átimo
(período) de 90 dias.
Resumo: 2004, 2005, 2006, 2007, 2008 e 2009: anterioridade anual + nonagesimal.
REGRA GERAL: caso o tributo seja criado ou majorado entre janeiro e setembro de um
ano (até 02/10 na verdade), a incidência da lei ocorrerá em 01/01 do ano seguinte. Se
isso não se der (entre outubro e dezembro), a data de incidência ocorrerá a partir de
01/01.
Taxa criada em fev/09 – deverá incidir a partir de 01/01/2010.
Incidência do tributo ou majoração não ocorrerá em 01/01 do ano seguinte nem no 90º
dia:
- Incidência imediata;
- tributos que obedecerão somente uma das anterioridades.
Conclusões:
Caso o IR seja majorado nos últimos dias do ano (ou em qq data), a incidência da lei
recairá sempre em 01/01 do ano seguinte.
(IR pessoa física – pagamento feito em abril (incidência a partir de janeiro).
Aula 02
16/03/2009
Princípios Tributários (continuação)
PRINCÍPIO DA ISONOMIA
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios:
II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida
qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente
da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;
Isonomia na CF (genérica)
- Preâmbulo
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir
um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a
liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos
de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida,
na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a
proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.
- art. 5º, I CF
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
Portanto, é vedado aos entes tributantes instituir tratamento desigual entre contribuintes
que se encontrem em situação equivalente.
Elemento axiológico
O valor homenageado nesse princípio é a justiça/ justiça distributiva.
O princ do art. 150, II avoca interpretação muito expressiva. Quais os seus conteúdos?
OBS. Memorize que a igualdade tributária, sendo relativa, será alcançada mediante o
tratamento igual aos tributariamente iguais e o tratamento desigual aos tributariamente
dessemelhantes.
Ex. o recém-nascido (ou criança), a prostituta, o bicheiro etc. quando realizam o fato
gerador, podem ser sujeitos passivos da obrigação tributária.
(criança absolutamente incapaz que recebe apartamento por herança é contribuinte do
IPTU. Porém ela não paga o imposto, quem o fará são os pais. Pai é responsável
tributário pelo tributo devido pelo filho menor)
Se o bicheiro auferir renda, será chamado a pagar IR
A dona da casa de prostituição tem que pagar IPTU.
Esse art. é conhecido pela máxima latina: tributo “NON OLET” (não tem cheiro).
(em Roma, imperador Vespasiano, tinha filho – Tito. Havia a prática de tributar a
utilização dos banheiros públicos – cloacas. Tito indagou Vespasiano sobre essa prática.
Este, então, deu uma moeda ao filho e perguntou-lhe: a moeda tem cheiro? Não. Daí
tributo NON OLET.)
CF, Art. 145§ 1º - Sempre que possível [e não sempre. apenas], os impostos [e não tributos] terão caráter
pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração
tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos
individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.
Expressão “sempre que possível” significa que o postulado deve ser aplicado de
acordo com as possibilidades técnicas de cada imposto. Assim, não significa que
o Princípio poderá ser aplicado ou não. Note que não há facultatividade não sua
aplicação. Desse modo, cabe ao estudioso descobrir os meios de exteriorização
da capacidade contributiva. Note alguns: progressividade, proporcionalidade e
Seletividade
Art. 153, § 2º - O imposto previsto no inciso III (Sobre renda e proventos de qualquer natureza):
I - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da
lei;
Art. 156, § 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o
imposto previsto no inciso I poderá:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000)
IPTU progressivo: o IPTU sempre foi progressivo no tempo (art. 182, parág. 4º, II,
CF), buscando desestimular o inadequado tratamento da propriedade urbana.
Com a EC 29/2000, a progressividade do IPTU foi modificada, passando ele a ser
progressivo em razão do valor do imóvel e apresentando alíquotas diferentes de
acordo com a localização e o uso. Sendo assim, o IPTU progressivo, após a EC 29,
ganhou uma progressividade fiscal, que hoje coexiste com a anterior
progressividade extrafiscal (função social da propriedade).
Art. 153, § 4º O imposto previsto no inciso VI do caput:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº
42, de 19.12.2003)
I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de
propriedades improdutivas; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
ITR Progressivo: este é mais um caso de imposto com progressividade extrafiscal.
Serve para desestimular o ausentismo (manutenção da propriedade rural
improdutiva)
PROPORCIONALIDADE
Técnica de incidência de alíquotas fixas. Tal sistemática está implícita na CF.
(Progressividade está explícita na CF). (O que não é progressivo tende a ser
proporcional).
Há impostos que devem ser naturalmente proporcionais, por ex., os chamados
“INDIRETOS” – aqueles que incidem de fato sobre o adquirente do bem, em nítida
repercussão tributária. Ex. ICMS, IPI e tantos outros.
(***) SELETIVIDADE
Técnica de incidência de alíquotas que variam na razão inversa da essencialidade do
bem. Quanto mais essencial, menor a alíquota.
Por quê?
Para se buscar a justiça fiscal; para combater a regressividade no nosso sistema (“quem
ganha mais, paga menos; quem ganha menos, paga mais”); etc.
ICMS Seletivo – art. 155, parág 2º, III. Seletividade facultativa (“poderá ser”)
CF, Art. 155, parág. 2º, III: poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos
serviços;
IPI seletivo – art. 153, parág. 3º, I, CF. Seletividade obrigatória (“será”)
Recapitulando:
CF, Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou
aumentado;
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;
Elemento axiológico
Tal postulado também prestigia a segurança jurídica.
Só para argumentar, se a lei publicada não fizer menção à data de vigência, deverá
haver o necessário respeito ao prazo de 45 dias (vacatio legis - LICC), antes do qual
não se poderá atingir os fatos geradores.
LICC (Dir Civil – vacatio legis). em dir. tributário não se trabalha com vacatio legis,
normalmente.
Ex.
- lei publicada em 15/12/2008
- entra em vigor em 15/12/2008
- eficácia – meados de março (nonagésimo primeiro dia a contar de 15/12)
Ex.
- lei publicada em 15/12/2008
- vigor: a lei não disse a respeito, logo será: 45 dias (30/01/2009)
- eficácia: meados de março (nonagésimo primeiro dia a contar de 15/12)
Tal princípio comporta exceções? [(na CF não há ressalva) não existe exceção à
irretroatividade. Há leis produtoras de efeitos pretéritos (tal qual em direito penal).]
Com rigor terminológico, não existem exceções a tal princípio, previstas no texto
constitucional. Em verdade, “atenua-se” o postulado com a existência de leis produtoras
de efeitos jurídicos sobre atos pretéritos. A bem da verdade será possível concluir que
tais leis são a pura confirmação da regra.
Em amarelo – regra
Sublinhado – exceção (Art. 106, CTN)
- inciso I: lei interpretativa em qualquer caso, desde que, sob o pretexto de interpretar,
inflija (imponha) penalidade;
Lei interpretativa. (não modifica direito – “lei modificativa”)
Interpretação autêntica (legal ou legislativa): é a interpretação feita pelo próprio PL.
Necessidade: retirar obscuridade da norma.
(Em geral, o PJ é que interpreta)
Testes: memorize que tal retroprojeção ocorrerá em qualquer caso, desde que a lei
interpretativa não imponha o ônus patrimonial afeto à multa relativa aos dispositivos
interpretados.
Aula 03
07/04/2009
(Continuando Princípio da Irretroatividade tributária)
A lei antecede os fatoes geradores aos quais ela se refere – arts. 106, I e II do CTN –
leis produtoras de efeitos jurídicos pretéritos – exceções.
Inciso I - Lei interpretativa (interpretação autêntica)
Inciso II – lei mais benéfica, quanto às infrações (e não a tributo).
O inciso II do 106 mostra que se a lei for mais benéfica deverá retroagir.
Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: [atenuação (“exceção”) ao princípio da irretroatividade
tributária]
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade
à infração dos dispositivos interpretados;
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: [princípio da benignidade]
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que
não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; [esta alínea
reproduz a “a” com outras palavras. Há uma prolixidade.]
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua
prática. [retroatio in melius]
Parte final da alínea b – há retroprojeção da lei quando a lei fala que o ato não é mais
infração. Não há retroprojeção para ato fraudulento ou que tenham implicado em falta
de pagamento.
*** Alínea c – uma lei que prevê penalidade (multa) menos severa, multa menor (menor
com relação à multa da lei do passado). – “Retroatio in Melius”
O AI é constitucional? Não.
O AI deveria considerar a alíquota de 10% e a multa de 25%.
A alíquota será SEMPRE a do momento do FG.
No tocante à multa, tem que aplicar a lei mais benigna. Logo a lei B retroage. Tal
percentual de multa (25%) só estará correto se... O ATO NÃO ESTIVER
DEFINITIVAMENTE JULGADO.
Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei
então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. [princípio da irretroatividade]
§ 1º Aplica-se ao [momento do] lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato
gerador da obrigação, tenha instituído i) novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ii)
ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou iii) outorgado ao crédito
maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade
tributária a terceiros.
“exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros.”
Ex. CPMF nasceu em 96. segundo a lei, infos bancárias que poderiam ser coletadas pelo
fisco em razão da CPMF jamais seriam usadas para a fiscalização de outro imposto. Em
2001, publicada lei que ampliou os poderes de investigação do fisco permitindo a
utilização da CPMF para confronto com a declaração do IR. Logo, a legislação nova
aplica-se ao momento do lançamento. STJ confirmou essa posição. Não fere o princípio
da irretroatividade em função do 144, § 1º.
**********
(encerramos princípios tributários)
IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS
Conceito
Norma de não incidência tributária com previsão no texto constitucional.
(imunidade não se confunde com a isenção: imunidade está para a CF assim como a
isenção está para um ato infra constitucional.)
Ex. A CF diz que a U, por LO federal tem que instituir o IR. Isso é competência
tributária.
Mas a CF não permite que a U tribute renda em algumas hipóteses. Cápsula blindada
de intributabilidade.
Art. 195, § 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de
assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel
rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da
dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a
partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
§ 5º - São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis
desapropriados para fins de reforma agrária. [caso de imunidade tributária e não isenção]
4. art. 5º, XXXIV, alíneas a e b. afastamento de taxa por aqueles que são pobres.
Trata-se de caso de imunidade.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos [e não qualquer outro tributo] sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; [imunidade recíproca ou intergovernamental
recíproca]
Sempre que estudar imunidade → verificar o valor. Não se pode afastar do valor -
elemento axiológico → O legislador quis homenagear o pacto federativo. Federalismo
de equilíbrio ou de cooperação.
Cobrança de imposto pressupõe uma relação de sujeição entre quem cobra e quem paga.
Daí a imunidade recíproca.
O STF recomenda uma interpretação lata do rol acima, como se nota nas situações
abaixo:
1. não incide o IOF sobre operações financeiras realizadas por municípios.
STF – RE 196.415/PR, j. de 21/05/1996.
§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades
essenciais ou às delas decorrentes.
Autarquia federal não terá sobre ela incidindo o IPTU municipal? Depende. Vinculação
a finalidades.
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos [e não qualquer outro tributo] sobre:
b) templos de qualquer culto; [imunidade religiosa]
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou
política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
prestação alternativa, fixada em lei;
Estado confessional = religião e estado são a mesma coisa. Nesses estados não há
constituição, em geral. O livro sagrado é a constituição. Ex. Irã. O Brasil já foi estado
confessional até a proclamação da república – a religião era o catolicismo.
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a
renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
Questão ligada à imunidade religiosa – IPTU. A igreja x é proprietária de um templo e
de um apartamento, este é alugado para uma pessoa física. O advogado da igreja pediu a
extensão da imunidade do templo ao apto com relação ao IPTU. Pode haver a extensão?
Depende. Há que se verificar 2 requisitos:
- o que se faz com o dinheiro do aluguel? Está sendo totalmente vertido para a atividade
da igreja?
- É atividade empresarial o aluguel de apartamentos?
Ex. se igreja possui 94 imóveis em uma cidade pequena, há cunho empresarial.
Quebraria o princípio da isonomia (pois as construtoras e imobiliárias não têm a mesma
imunidade)
Falta a correspondência fática entre 94 imóveis e a igreja. Mesmo que aplicasse a renda
dos 94 imóveis na igreja. Quebraria o princípio da livre concorrência.
Ex. Cemitério privado. Mas o terreno não é de propriedade do cemitério, mas de uma
pessoa física. A proprietária foi ao PJ, entendendo que no terreno de sua propriedade,
alugado a um cemitério, faz-se sepultamentos, evento litúrgico, portanto, deveria ser
imune. O STF negou o pedido, pois o terreno não era de propriedade de um templo.
O STF não considerou haver relação entre sepultamento e a finalidade eclesiástica.
Além disso, há caráter empresarial. A pessoa física recebe aluguel.
Aula 04 – 09/04/2009
(Terminar imunidades, alíneas c e d. após → tributos)
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos [e não qualquer outro tributo] sobre:
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais
dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os
requisitos da lei;
c1 – partidos políticos:
Art. 1º A República [forma de governo. (Não é cláusula pétrea)] Federativa [federação – forma de
Estado. É Cláusula pétrea] do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal, [Pacto federativo] constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos [os valores abaixo são princípios republicanos. Recebem o nome de REPUBLICANISMO e
são cláusulas pétreas]:
V - o pluralismo político.
Obs. As fundações atreladas aos partidos políticos serão igualmente imunes. Ex.
Fundação Pedroso Horta – ligada ao PMDB.
Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a
soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa
humana e observados os seguintes preceitos:
§ 2º - Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão
seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.
c2 – Sindicatos de trabalhadores:
c 3 – Instituições de Educação
Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com
a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício
da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: (...)
Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração plurianual, visando à articulação
e ao desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis e à integração das ações do Poder Público que
conduzam à:
I - erradicação do analfabetismo;
II - universalização do atendimento escolar;
III - melhoria da qualidade do ensino;
IV - formação para o trabalho;
V - promoção humanística, científica e tecnológica do País.
Proteção ampla:
- não pagarão impostos – art. 150, VI, c, parte final.
- não pagarão contribuição social-previdenciária – art. 195, § 7º, CF
Obs. Às entidades educacionais (c 3), anteriormente estudadas, não se aplica o art. 195,
§ 7º, CF.
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à
seguridade social, e tem por objetivos:
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;
Alínea c – “sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei”
À primeira vista, uma faculdade, entidades beneficentes só seriam imunes se não
obtiverem lucro.
Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes
requisitos pelas entidades nele referidas: [regula as limitações constitucionais ao poder de tributar]
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título;
[Pode haver lucro nessas entidades, o que não pode haver é a distribuição de lucros – animus
distribuendi]
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos
institucionais;
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades
capazes de assegurar sua exatidão.
§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo 9º, a autoridade
competente pode suspender a aplicação do benefício.
§ 2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo 9º são exclusivamente, os
diretamente relacionados com os objetivos institucionais das entidades de que trata este artigo, previstos
nos respectivos estatutos ou atos constitutivos.
O mesmo raciocínio se aplica às entidades isentas de tributos – art. 175, parágrafo único
do CTN.
Art. 175. Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações
acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela conseqüente.
§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a
renda e os serviços, relacionados [e não vinculados, como está no § 2º] com as finalidades essenciais
das entidades nelas mencionadas. [atividades direta ou indiretamente ligadas às finalidades]
(O lucro de um bazar, por ex, deve ser vertido integralmente para a instituição - teoria
moderna – interpretação sistemática)
STF – Súmula 724 - AINDA QUANDO ALUGADO A TERCEIROS, PERMANECE IMUNE AO IPTU O IMÓVEL
PERTENCENTE A QUALQUER DAS ENTIDADES REFERIDAS PELO ART. 150, VI, "C", DA 277/281
CONSTITUIÇÃO, DESDE QUE O VALOR DOS ALUGUÉIS SEJA APLICADO NAS ATIVIDADES ESSENCIAIS DE
TAIS ENTIDADES.
Dica final:
Caso a entidade beneficente adquira mercadorias (veículos), deverá haver a incidência
do ICMS. (Venda → imunidade. Porém condicionada. Compra → incidência).
Aplicação da interpretação de cunho formal, adotada no STF pelo então ministro Bilac
Pinto. (essa tese venceu a tese de Aliomar Baleeiro)
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos [e não qualquer outro tributo] sobre:
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.
LIVROS
JORNAIS
PERIÓDICOS (revistas)
Filme. Há papéis hoje que são filmes, possuem nomes técnicos. Para STF é papel, é
insumo para fins de imunidade. É interpretação literal, onde se lê filme, leia-se papel:
STF - Súmula 657- A IMUNIDADE PREVISTA NO ART. 150, VI, "D", DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
ABRANGE OS FILMES E PAPÉIS FOTOGRÁFICOS NECESSÁRIOS À PUBLICAÇÃO DE JORNAIS E
PERIÓDICOS.
TRIBUTOS
1. Conceito
(art. 3º CTN)
Tributo é prestação ...
1. pecuniária,
2. compulsória,
3. diversa de multa,
4. instituída por meio de lei,
5. cobrada por lançamento.
2. Espécies de tributos
Art. 145, CF e art. 5º, CTN → 3 espécies de tributos, o que indica a adoção da teoria
tripartide, ou tripartida ou tricotômica
CF, Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços
públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
a) Impostos
b) Taxas
c) Contribuições de melhoria
Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva
obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.
Observações:
Outras teorias tentaram explicar a divisão dos tributos. Para fins meramente didáticos,
desfrutou de prestígio no passado a teoria bipartida (dualista ou clássica), defendida por
Geraldo Ataliba, que dividia os tributos em 2 espécies: impostos (tributos não
vinculados) e taxas (tributos vinculados).
Art. 4º, I e II, não importa a denominação e a destinação para se definir as 3 espécies do
CTN.
A destinação é importante para identificar empréstimos compulsórios e contribuições.
CPMF – criada inicialmente para prover recursos para a saúde, mas foi usada para
muitas outras finalidades. Houve desvio de finalidade. Poder-se-ia buscar a
responsabilização do agente público.
Próxima aula é a última.
Aula 05
14/04/2009
IMPOSTOS
Art. 145, I, CF
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;
Conceito
CF, Art. 145, § 1º - Sempre que possível [e não “sempre”], os impostos [e não tributos. Mas o STF tem
estendido a outras espécies tributárias] terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade
econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. [PRINCÍPIO DA CAPACIDADE
CONTRIBUTIVA]
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos [e não qualquer outro tributo] sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; [imunidade recíproca ou intergovernamental
recíproca]
b) templos de qualquer culto; [imunidade religiosa]
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais
dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os
requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. [imunidade objetiva, pois se refere a
bens/coisas, nas demais alíneas, a imunidade refere-se a pessoas]
A CF e os Impostos
No texto constitucional delimitam-se, de modo privativo, as competências tributárias
para os impostos.
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
No DF, as leis ordinárias instituidoras dos impostos estaduais e municipais serão as leis
confeccionadas na mesma e única casa legislativa.
Ex. criado imposto estadual em um território e LF isenta tal imposto no território. Quem
isenta é quem cria o tributo, sob pena de haver isenção heterônoma.
A U pode e deve isentar o IPVA no território, pois a U sempre cria o imposto estadual
no território, logo, é a U que deve fazer a isenção.
Listas de impostos:
(Observe as siglas)
Impostos municipais:
IPTU (incide sobre a propriedade territorial urbana)
ISS (ou ISSQN - impostos sobre serviços de qualquer natureza)
ITBI (ou ITIV – imposto sobre transmissão inter vivos)
Impostos estaduais:
IPVA
ICMS
ITCMD
Obs.: procurem memorizar o “nomen juris” dos impostos, percebendo que, às vezes,
não se resumem ao teor das siglas (ex. ITBI, ICMS etc).
Impostos federais:
(lista maior)
II, IE, IPI, IOF
IR, ITR
IsgFortunas, Imposto Residual e IEG (imposto extraordinário de guerra)
Impostos do DF:
IPTU, ISS e ITBI
ICMS, IPVA e ITCMD
TAXAS
Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no
âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia,
ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte
ou posto à sua disposição.
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a
impôsto nem ser calculada em função do capital das emprêsas.
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou
disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de
intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e
do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder
Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo
órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de
atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
Competência:
A competência dos entes federativos para criação de taxas é COMUM.
Taxa de polícia:
Art. 78, CTN – Conceito de poder de polícia.
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou
disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de
intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e
do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder
Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo
órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de
atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.
Ex.:
→ Taxa de alvará (ou de localização ou de funcionamento) (paga para alguém abrir um
estabelecimento, por ex)
→ Taxa de fiscalização de __________. A maioria das taxas de polícia vêm com este
nome. Ex. taxa de fiscalização ambiental; taxa de fiscalização de títulos e valores
mobiliários e outras. (ex. TFI, TFF)
Note que há uma abertura de caminho para a ocorrência de uma “potencial” taxa de
polícia.
Taxa de serviço
Serviço público tem que ser específico e divisível. Especificidade e divisibilidade.
Ex.
1. Segurança pública (art. 144, V e § 5º, CF) – ADI 1942/PA; 1999, ADI 2424/CE,
2002.
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes
órgãos:
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
§ 5º - às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de
bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa
civil.
2. Segurança externa
Taxa de lixo (taxa de coleta de resíduo); concebida para que o particular que
produz lixo informe essa produção ao M, que fará a coleta de resíduos sólidos,
não se confunde com a limpeza pública.
Coleta de resíduos sólidos – é possível quantificar
Ler no STJ sobre a diferente taxa de coleta de lixo domiciliar (constitucional) –
Resp 137.013, 1999.
Súmula 670 O SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA NÃO PODE SER REMUNERADO MEDIANTE
TAXA.
* iluminação pública:
- EC 39/2002
- tributo dependente de LO
- tributo municipal
- municípios e DF (competência)
- substituir a inconstitucional taxa de iluminação pública
- até agora: válido!
- facultada a cobrança na conta de energia - art. 149-A, § 1º
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas
leis [lei ordinária], para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e
III. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002)
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo
de energia elétrica.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002)
Crítica: Não há como se respeitar o princ da isonomia na COSIP. Mesmo assim, o STF
considerou constitucional.
CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras
públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como
limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.
Conceito:
É tributo vinculado a uma atividade estatal, à semelhança das taxas.
Aliás, há vários outros pontos em comum:
Fato gerador: valorização imobiliária decorrente de obra pública. Apenas obra pública
(não se trata de obra particular).
Art. 2º do Decreto-lei 195/67 (rol das obras ensejadoras da contribuição de melhoria)
→ O tributo deve ser pago após a obra estar finda → art. 9º do Decreto-lei 195/67.
A lei deve delimitar a área de benefício (zona de influência), sobre a qual irradiará a
valorização imobiliária.
Para o STF, as obras de asfaltamento não poderão ensejar taxas. ex. taxa de
asfaltamento em Anápolis/GO e em Itupeva/SP. STF considerou ambas
inconstitucionais. Nessa medida, só se fala em contribuição de melhoria.
Cuidado! Nos casos de recapeamento asfáltico, não se pode cobrar o tributo, uma vez
que é dever de manutenção da via pública.
Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos:
I - publicação prévia dos seguintes elementos:
a) memorial descritivo do projeto;
b) orçamento do custo da obra;
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição;
d) delimitação da zona beneficiada;
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada
uma das áreas diferenciadas, nela contidas;
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de
qualquer dos elementos referidos no inciso anterior;
III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que se
refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.
§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da
obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos
respectivos fatores individuais de valorização.
§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante da
contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o respectivo
cálculo.
Aula 06
24/04/2009
Bibliografia : José Eduardo Soares de Mello, Ricardo Alexandre, Marcelo Alexandrino.
OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Conceito.
O direito tributário é regido pelo princípio da legalidade, segundo o qual o tributo deve
estar previsto em lei: o fato gerador abstrato previsto, sendo concretamente realizado
gerará o dever de o contribuinte pagar o tributo.
A obrigação tributária é o dever de o contribuinte pagar o tributo. Ela nasce porque o
fato gerador foi realizado. A obrigação tributária é “ex lege”, pois nasce
independentemente da vontade do sujeito passivo.
Tipos
A obrigação tributária (conceito mais amplo do que tributo) pode ser de dois tipos:
A obrigação tributária acessória está prevista na legislação tributária. Este termo é mais
amplo que o termo lei. Está definida no art. 96 do CTN. São todas as normas tributárias.
Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis [ato formal produzido pelo PL], os
tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo
ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.
Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos
decretos:
I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua
eficácia normativa;
III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de penalidades, a
cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.
SUJEIÇÃO PASSIVA
Sujeito passivo → quem tem o dever de pagar o tributo. Esse dever pode existir por 2
razões diferentes:
→ dever de pagar o tributo porque ele realiza o fato gerador. CONTRIBUINTE
OU
→ dever de pagar o tributo por um 3º eleito pela lei que não realizou o FG. Ele tem um
vínculo indireto com o FG. RESPONSÁVEL
Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou
penalidade pecuniária.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato
gerador;
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição
expressa de lei.
Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade
pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal
do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título,
fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva
exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos
tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato:
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade;
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a
contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou
profissão.
Art. 126. A capacidade tributária passiva independe [A capacidade tributária passiva é plena]:
I - da capacidade civil das pessoas naturais;
II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de
atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios;
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade
econômica ou profissional.
Ex. lei do município X: ficam isentos do IPTU os proprietários de imóvel urbano que
possuírem mais de 70 anos. Essa isenção leva em conta uma característica pessoal do
contribuinte: a idade. Ex. imóvel urbano tem 3 proprietários:
A – detém 30% do imóvel.
B - detém 50 %
C - detém 20%
Todos eles são contribuintes do IPTU em regime de solidariedade e o valor do IPTU
devido é de R$1.000,00.
Não há benefício de ordem. Cada um deles é devedor da integralidade.
Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade:
I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais;
II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um
deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo;
III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos
demais.
Responsabilidade tributária
Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a
responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva
obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do
cumprimento total ou parcial da referida obrigação.
O CTN traz casos de responsabilidade, mas esses casos não são exaustivos, ou seja,
pode haver outras hipóteses previstas em lei. Esta lei, em regra é LO, salvo quando se
tratar de um caso já previsto no CTN, que tem natureza de LC. Ex. responsabilidade dos
sócios está prevista. A ampliação dessa respons tem que ser feita por LC.
Atribuição de 3º eleito como responsável. Nessa eleição, o 3º tem que ter alguma
relação com o FG, podendo ter:
→ Responsabilidade integral: somente o 3º eleito como responsável tem o dever de
pagar o tributo, com a exclusão do contribuinte.
Na responsabilidade integral, pode haver responsabilidade por substituição. O
contribuinte é substituído pelo responsável no pagamento do tributo – art 128 CTN.
EXCEÇÕES:
Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil
ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais
bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes [subrogação
pessoal], salvo quando conste do título a prova de sua quitação.
Art. 130 Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o
respectivo preço. [sub-rogação real]
Divide-se em 3 momentos:
1º) Quanto aos tributos devidos até a abertura da sucessão: a responsabilidade será do
espólio. Será subsidiária a responsabilidade do inventariante. Esta está no art. 134.
Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo
contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que
forem responsáveis:
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; [responsabilidade subsidiária, no que pese o
caput dizer que é solidária]
2º) Quanto aos tributos devidos entre a abertura e a partilha: A responsabilidade será do
sucessor a qualquer título e do cônjuge meeiro se houver. Essa responsabilidade, que se
encerra com a partilha, estará limitada ao quinhão ou à meação. Ou seja, essa
responsabilidade não atinge os bens pessoais dos sucessores ou do cônjuge.
3º) Quanto aos tributos devidos a partir da partilha: objetos: imóvel e carro. Em relação
ao imóvel é devido IPTU e quanto ao carro IPVA. A partir da partilha, não há mais
situação de responsabilidade, o cônjuge ou herdeiro pagará na condição de contribuintes
(pois serão os proprietários dos bens que eram do de cujus).
Cisão: A cisão não está prevista no art. 132, pois a cisão só aparece com a Lei das S/As
(1974). O CTN é de 76.
Para a doutrina: existe responsabilidade no caso de cisão e é das empresas resultantes da
cisão em regime de solidariedade.
Ex. Na cisão a empresa A se divide em B e C e a A não existe mais. A tinha débito em
maio/08, cisão foi em ago/08 e em Nov/08 o fisco cobra o débito de maio. B e C
respondem solidariamente.
Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título,
fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva
exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos
tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato:
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a
contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou
profissão.
Art. 133, § 1º - A regra do art. 133 evitava alguns negócios, por isso o CTN foi alterado
para que a responsabilidade nele prevista fosse relativizada, minimizada em algumas
situações → essa resp não se aplica em alguns casos: alienação judicial, em processo de
falência ou recuperação judicial. O objetivo desse dispositivo é garantir a função social
da empresa, a continuidade da empresa. Estimular outras empresas a comprarem a que
não está muito bem.
Art. 133, § 1o O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial:
(Parágrafo incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
I – em processo de falência; (Inciso incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial.(Inciso incluído pela Lcp
nº 118, de 2005)
Art. 133, § 2º: estabelece exceções ao § 1º. Casos em que há alienação judicial nos
casos dos inc I e II, mas prevalece a regra do 133 (responsabilidade integral ou
subsidiária do alienante) se o adquirente for:
- sócio ou sociedade controlada pelo devedor,
- parente em linha reta ou colateral até o 4º grau consangüíneo ou afim do devedor ou
de seus sócios,
- agente do devedor visando fraudar a sucessão tributária.
Art. 133, § 2o Não se aplica o disposto no § 1o deste artigo quando o adquirente for: (Parágrafo incluído
pela Lcp nº 118, de 2005)
I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor falido
ou em recuperação judicial;(Inciso incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
II – parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consangüíneo ou afim, do devedor falido
ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou (Inciso incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
III – identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de
fraudar a sucessão tributária. (Inciso incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
Art. 133, § 3º – o $ da alienação judicial da empresa não será usado para pagar o tributo
devido, mas sim para pagar as dívidas que estão antes da dívida tributária na ordem do
processo de falência: créditos extraconcursais ou que preferem ao crédito tributário
Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo
contribuinte, respondem solidariamente [na verdade é subsidiariamente] com este nos atos em que
intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis:
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;
II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados;
III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;
V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário;
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos
praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício;
VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter
moratório.
Dica para provas: se a pergunta descreve o CTN, usar solidariedade. Em prova escrita,
no que pese o art. 134 fale em resp solidariedade, a situação é tipicamente de
subsidiariedade.
Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias
resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos:
I - as pessoas referidas no artigo anterior;
II - os mandatários, prepostos e empregados;
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.
a) Prática de ato
- com excesso de poder,
- infração à lei, contrato social ou estatutos
STJ → O simples não pagamento por insolvência sem que haja dolo, simulação, fraude,
não gera a respons do 135, III.
Embargos no agravo 494. 887.
Obs. Dissolução irregular da pessoa jurídica: pessoa encerra a sociedade e não paga os
tributos. Embora não haja previsão, o STJ considera que essa dissolução resulta na
responsabilidade do 135, III. Às vezes, o STJ presume a dissolução irregular – ex. pela
não localização da empresa.
Embargos de divergência no RESP 852.437 RS.
b) ônus da prova: a quem cabe provar a ocorrência ou a não ocorrência dos requisitos do
art. 135, III?
Em geral, a prova cabe a quem alega. Caberia à FP provar que houve o dolo, fraude...
Para o STJ: o ônus da prova dos requisitos do 135, III depende da CDA (certidão da
dívida ativa), de forma que se o sócio estiver indicado na CDA como responsável
tributário, há a inversão do ônus da prova, cabendo ao sócio fazer uma prova negativa
(prova de que não praticou os atos fraudulentos).
Aula 07
28/04/2009
CONT. SUJEIÇÃO PASSIVA
Cont. Responsabilidade Tributária (figura do responsável tributário).
Cont. E) Responsabilidade art; 134 e 135.
CONT. E.2) Responsabilidade dos diretores/gerentes/representantes de pessoas jurídicas
de direito privado
Na prática, muitas vezes, a pj não paga débito e este é inscrito na DA, a adm indica
como suj passivo a pj (contribuinte) e o sócio na condição de responsável, sem
nenhuma motivação específica. Com isso era emitida a CDA, a qual serve como título
executivo extrajudicial que fundamenta a execução fiscal. Na CDA já havia a indicação
do sócio como responsável, logo, a execução fiscal podia ser ajuizada tanto contra a pj
quanto contra o sócio.
*** STJ : caso o sócio esteja na CDA e for ajuizada execução fiscal contra ele, caberá a
ele o ônus de provar que não praticou nenhum dos atos do art. 135, III. O sócio o faz
por meio de embargos à execução, o que pressupõe o oferecimento de garantia.
Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias
resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos:
I - as pessoas referidas no artigo anterior;
II - os mandatários, prepostos e empregados;
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.
A FP não precisa produzir nenhuma prova para colocar o sócio como responsável na
CDA, pois, segundo o STJ, o ônus da prova foi invertido. O sócio para fazer essa prova
negativa tem muitas dificuldades. Esse entendimento consolidado do STJ tem por
fundamento a presunção de liquidez e certeza da inscrição na DA.
Julgado: embargos de diverg no Resp 635.858.
12/06/2009 - 13h30
DECISÃO
Lei 8.620/93, Art. 13. O titular da firma individual e os sócios das empresas por cotas de
responsabilidade limitada respondem solidariamente, com seus bens pessoais, pelos débitos junto à
Seguridade Social.
Parágrafo único. Os acionistas controladores, os administradores, os gerentes e os diretores
respondem solidariamente e subsidiariamente, com seus bens pessoais, quanto ao inadimplemento
das obrigações para com a Seguridade Social, por dolo ou culpa.
Art. 13 da lei 8620/93: já foi revogado, porém se aplica a fatos ocorridos antes da
revogação, por isso está sendo objeto de discussão no STF. Este art. estabelece
responsabilidade solidária (e subsidiária – parág único) em relação a débitos da
seguridade social de sócios, administradores, gerentes de uma empresa ltda. Esse art.
afrontava o 135, III do CTN, segundo o qual essas pessoas só podem ser responsáveis se
houver atuação dolosa (e não culposa) e não haverá responsabilidade solidária. No
135,III há resp pessoal, com a preservação do patrimônio da pessoa jurídica. O STJ
reconheceu a ilegalidade do dispositivo em face do CTN e afasta a aplicabilidade dele.
A questão chegou ao STF, sob o fundamento de que a resp dos sócios, que já está no
CTN (o qual tem status de LC) só poderia ser alterada por meio de LC.
No STF foi reconhecida a repercussão geral da questão, mas ainda não foi julgada.
RE 567.932.
Art. 4° A decretação da medida cautelar fiscal produzirá, de imediato, a indisponibilidade dos bens do
requerido, até o limite da satisfação da obrigação.
§ 1° Na hipótese de pessoa jurídica, a indisponibilidade recairá somente sobre os bens do ativo
permanente, podendo, ainda, ser estendida aos bens do acionista controlador e aos dos que em razão
do contrato social ou estatuto tenham poderes para fazer a empresa cumprir suas obrigações fiscais,
ao tempo:
a) do fato gerador, nos casos de lançamento de ofício;
b) do inadimplemento da obrigação fiscal, nos demais casos.
§ 2° A indisponibilidade patrimonial poderá ser estendida em relação aos bens adquiridos a qualquer
título do requerido ou daqueles que estejam ou tenham estado na função de administrador (§ 1°),
desde que seja capaz de frustrar a pretensão da Fazenda Pública.
* O ônus da prova
depende do conteúdo da
CDA.
(ainda em responsabilidade:)
Denúncia espontânea
Instituto que gera a exclusão da responsabilidade (dever de pagar o tributo) – art. 138
CTN.
Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o
caso, do pagamento [FORMA DE EXTINÇÃO DO CRÉDITO. O parcelamento não extingue o crédito. É
causa de suspensão da exigibilidade] do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da
importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de
apuração.
Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer
procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.
Ex. Ocorrência do FG gera OT. Não ocorre o pagamento do tributo (abr/08), valor 10
mil. Em set/08 há o pagamento dos 10 mil antes de qualquer cobrança ou fiscalização
(pagamento de forma espontânea). Resultado: o tributo deve ser pago apenas acrescido
de juros de mora. Fica excluída a multa de mora.
Art. 155-A.§ 1o Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito tributário não exclui a
incidência de juros e multas. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)
No lançamento por homologação, art. 150 CTN, suj passivo realiza o FG, surge a
OT. Ele tem o dever de fazer o pagto antecipado do tributo (apurar a bc, aplicar a
alíquota e pagar o tributo). Esse pagto é precário, por si só não extingue o crédito
tributário. Fica sujeito à homologação, ou seja, à concordância da administração.
Esta tem que verificar se o pagto está correto. Hoje, praticamente todos os tributos
são lançados por homologação. A legislação tributária, na maioria dos tributos
lançados por homologação, diz: antes do pagto antecipado, o suj passivo deve
entregar uma declaração na qual haja data do FG e quanto é devido. A homologação
inclui a declaração e o pagamento.
Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao
sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa,
opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo
obrigado, expressamente a homologa.
Súmula 360 STJ: O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos
sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas não pagos a
tempo. (se há declaração e não pagto → impossibilidade de denúncia espontânea)
Art. 47. A pessoa física ou jurídica submetida a ação fiscal por parte da Secretaria da Receita
Federal poderá pagar, até o vigésimo dia subseqüente à data de recebimento do termo de início de
fiscalização, os tributos e contribuições já declarados, de que for sujeito passivo como contribuinte
ou responsável, com os acréscimos legais aplicáveis nos casos de procedimento espontâneo.
(Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997)
Especificamente nos casos de tributos federais, o art. 47 diz: realizado o FG, feita a
declaração e não feito o pagamento. A fiscalização percebe que não houve pagto e
dá início ao procedimento de fiscalização. Um dos efeitos deste é retirar a
espontaneidade, ou seja, retirar a possibilidade de denúncia espontânea. O art. 47
confere então um benefício: contribuinte poderá no prazo de 20 dias, a contar do
início da fiscalização, efetivar o pgto do tributo com os benefícios da denúncia
espontânea. Declarar e não pagar, vale mais a pena esperar a fiscalização e pagar no
prazo de 20 dias do que pagar antes.
Só há um porém: a adm entende que este pagamento vai incluir juros + multa de
mora. A adm fala que a multa que o 138 do CTN exclui é a multa de ofício, que vem
no momento do AI. a multa de mora (20%) não fica excluída pela denúncia
espontânea.
SUJEITO ATIVO
Sujeito ativo da relação jurídica tributária é aquele que tem capacidade de, em primeiro
lugar, cobrar o tributo. A sujeição ativa está vinculada com a capacidade de cobrança
em um primeiro momento.
Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar
tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida
por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.
§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa
jurídica de direito público que a conferir.
§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de
direito público que a tenha conferido.
§ 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do
encargo ou da função de arrecadar tributos.
CRÉDITO TRIBUTÁRIO
1. LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO
1.1. Definição
Lançamento está no art. 142, CTN.
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo
lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato
gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo
devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de
responsabilidade funcional. [poder dever da administração]
(Lançamento é uma das formas de constituição do crédito tributário. Só pode ser feito
pela administração. Há outras formas de constituição do CT, que não são privativas da
adm. Ex. declaração do contribuinte, no lançamento por homologação – constitui o
crédito tributário.)
Lei aplicável para determinar a alíq → (caput do 144): a lei aplicável é a lei vigente à
época do FG (alíq de 15%). Mesmo tem sido a lei da época do FG revogada. Trata-se
da ULTRATIVIDADE DA LEI TRIBUTÁRIA.
Tributo nunca retroage.
Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei
então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. [princípio da irretroatividade (da lei
nova)]
[ultratividade da lei tributária: mesmo revogada continua a ser aplicada (a fatos ocorridos na sua
vigência)]
§ 1º Aplica-se ao [momento do] lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato
gerador da obrigação, tenha instituído i) novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ii)
ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou iii) outorgado ao crédito
maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade
tributária a terceiros.
Lei aplicável para determinar a multa → CTN, art. 106, II, c: a multa deve ser a mais
benéfica, ou seja, a de 15% da lei nova.
Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: [atenuação (“exceção”) ao princípio da irretroatividade
tributária]
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: [princípio da benignidade]
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
[retroatio in melius]
2001 - LC 105, revoga a lei de 64 (?). Nos arts. 5 e 6, a LC 105 prevê a possibilidade de
quebra do sigilo bancário pela adm tributária, sem autorização do PJ. requisitos para
a quebra do sigilo: processo ou procedimento administrativo instaurado (fiscalização) e
demonstração da necessidade da quebra para se prosseguir com a fiscalização.
A LC 105 também diz que os bancos devem informar a movimentação à receita: a cada
5 mil reais de movimentação que uma PF faz, o banco já manda comunicação para a
receita federal, para esta verificar se a declaração do IR está compatível com a
movimentação financeira. Cruzamento de dados.
2001 - lei 10.174, que altera o art. 11, §3 da lei 9311 permitindo-se usar os dados da
CPMF.
2002 – há uma fiscalização. Nesse momento, a adm pode usar os dados de 2000 para
cruzar com os do IR? FG foi realizado antes da autorização legal da LC 105. Pode a
adm aplicar a LC 105 e a lei da CPMF de forma retroativa?
STJ entendeu que sim. Fundamento – art. 144, § 1º do CTN. Trata-se de lei
procedimental, não há aumento de tributo, mas aumento das possibilidades de
fiscalização.
Embargos de divergência no Resp 725.778 – 2007. a LC 105 está sendo questionada no
STF quanto à sua constitucionalidade. ADI da OAB. Em adi s anteriores à da OAB já
houve julgamento de liminar e não foi concedida. Ver ADIs sobre LC 105 no material
de apoio.
(Esse tema de sigilo bancário é muito importante para AGU.)
Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um
ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre
matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. [lançamento por declaração]
Procedimento: Suj pas realiza o FG, nasce a OT. O suj tem que prestar uma declaração
à adm, a qual terá alguma informação essencial relativa ao FG, sem a qual a adm não
consegue lançar. Feita a declaração, o suj pass recebe o lançamento tributário, que é
realizado considerando a declaração.
Ex. taxa do lixo em SP. A bc tem que ser o custo do serviço que é prestado. O
município pediu que os contribuintes declarassem quanto produziam de lixo. O
contribuinte declara o peso mínimo para pagar a taxa mínima. Prefeitura cobra a taxa de
acordo com a declaração. A informação (quantos quilos de lixo cada um produz) era
essencial para a realização do lançamento.
Erro na declaração do contribuinte: Ela pode ser retificada. Mas se essa retificação for
feita por iniciativa do suj pass e resultar numa diminuição do tributo:
i] o contribuinte precisa comprovar
ii] a retificação só pode ser realizada antes do lançamento tributário.
Retificação por iniciativa do suj ativo: a declaração será retificada de ofício pela adm
quando verificar quais são os erros.
Lançamento por declaração ≠ Lançados por homologação que envolve declaração (esta
última envolve: FG, Declaração, pagamento e homologação).
Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao
sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa,
opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo
obrigado, expressamente a homologa.
§ 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob
condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento.
§ 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados
pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito.
§ 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apuração do saldo
porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação.
§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato
gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se
homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de
dolo, fraude ou simulação.
Procedimento: Sujeito pass realiza o FG, tem o dever de fazer o pagto antecipado e o
faz sem prévio exame da autoridade administrativa. Esse pagto antecipado por si só não
tem o condão de extinguir o crédito tributável. Esta extinção é realizada pela
homologação do pagamento antecipado. A homologação é a manifestação da
concordância da adm quanto ao pagamento que foi realizado. Esta manifestação deve
ocorrer no prazo de 5 anos a contar do FG. Se concorda nesse prazo, homologa. Se no
prazo, a adm discorda, não há homologação, haverá a cobrança do tributo.
Pagamento viciado:
Parte final do§4 acima faz uma ressalva: “SALVO DIANTE DA OCORRENCIA DE
DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO”. O pagto não foi suficiente para extinguir o
crédito tributário, pois resultou de fraude, dolo ou simulação. Logo, não haverá
homologação.
Pagamento incorreto:
Não haverá homologação. Gera a cobrança do tributo.
a) Prazo para essa cobrança: art. 173, I ou 150,§4º?
Para a doutrina e jurisp o prazo do 173, I será aplicado se não houver homologação
porque:
i] não houve qualquer pagamento (não há o que homologar) e
ii] houver pagto de valor inferior ao devido, resultante de dolo, fraude ou simulação.
§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato
gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se
homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo,
fraude ou simulação.
Para a doutrina e jurisp o 150 §4º só será aplicado no caso de pagto insuficiente que
não seja resultante de dolo, fraude ou simulação, ou seja, o prazo de 5 anos, servirá
tanto para a homologação quanto para a cobrança da diferença.
b) Forma de cobrança:
- lançamento de ofício → auto de infração (o lançamento serve para constituir o CT, o
que é pressuposto para a cobrança)
- execução fiscal nos casos de lançamento por homologação em que haja o dever do suj
pass de declarar. (obs. A declaração constitui o CT, logo não há necessidade de
lançamento)
Aula 08
06/05/2009
Lançamento por homologação - art. 150, CTN: ocorre o FG, o SP faz o pagamento
antecipado, que ficará sujeito à homologação no prazo de 5 anos a contar do FG.
Prazo para a cobrança pela adm no caso de não pagamento ou pagto menor:
(é prazo de decadência) vai depender do SP ter pago algo ou de ele não ter pago nada.
Para a jurisprudência e a doutrina:
Art. 150, § 4º. Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do
fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se
homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de
dolo, fraude ou simulação.
Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes
casos:
V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício
da atividade a que se refere o artigo seguinte;
VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude
ou simulação;
A constituição do crédito tributário pode ser realizada tanto pela administração quanto
pelo sujeito passivo:
→ constituição do CT pela administração: é feita por meio do lançamento
tributário, que é o lançamento de ofício, auto de infração...
→ constituição do CT pelo sujeito passivo: é feita por meio de declaração. A
declaração é só uma forma de constituição do crédito tributário. (lançamento por
homologação)
Na situação em que o suj pass declara corretamente, mas não paga ou paga
parcialmente, para que a adm faça a cobrança, ela precisa fazer o lançamento?
O lançamento pela adm teria a função de constituir o CT. Porém este já foi constituído
por meio da declaração, logo não é preciso que a adm faça o lançamento para cobrar,
podendo já cobrar diretamente: inscrever o débito em DA, emitir CDA e ajuizar
execução fiscal.
Prazo para cobrança no caso de declaração correta e não pagto ou pagto parcial:
Decadência é o prazo para a adm fazer o lançamento. Tendo havido declaração, não é
preciso fazer o lançamento, logo não há que se falar em decadência.
O prazo será o que a adm tem para adotar as medidas de cobrança, ou seja, o prazo de
prescrição – art. 174, CTN.
Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da
sua constituição definitiva.
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo
lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato
gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo
devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
d) declara certo, mas não (dispensa o lançamento). Prazo – art. 174, CTN –
faz o pgto ou o faz a menor Inscrição em DA, emissão Prescrição.
de CDA e EF (atos
preparatórios à cobrança
judicial)
Prazo de decadência é prazo para lançar. Se não há lançamento, não há esse prazo.
STJ entendeu por algum tempo que, de fato, nas situações em que havia o lançamento
por homologação, mas não pagamento → a decadência deveria ser calculada pela
aplicação cumulativa dos arts. 150 §4º e 173, I, CTN. Aplicação cumulativa. Prazo 10
anos.
No entt, no ano passado, emb. de diverg no RESP 575.991 STJ: Não há prazo de 10
anos.
Ag regimental, no agravo 410.358.
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário [fazer o lançamento] extingue-se
após 5 (cinco) anos, contados:
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;
Prazo para lançar é contado a partir do 1º dia do exercício seguinte ao que o lançamento
poderia ter sido efetuado, ou seja, o prazo começa a contar em 01/01/2003.
Contar 5 anos a partir de 01/01/2003 → 01/01/2008 está consolidada a decadência. A
adm pode lançar até 31/12/2007. no dia 01/01/2008 não pode mais lançar.
O lançamento tributário é ato documental de cobrança, por meio do qual se declara a obrigação tributária
nascida do fato gerador. Trata-se ato administrativo vinculado, uma vez que deve ser balizado pela lei, e
não por oportunidade ou conveniência. As espécies de lançamento previstas no CTN são as seguintes:
a) Lançamento Direto ou de Ofício: é aquele em que o fisco, dispondo de dados suficientes para efetuar a
cobrança, realiza-o, dispensando o auxílio do contribuinte. Ex: IPTU.
b) Lançamento Misto ou "Por Declaração": aquele representado pela ação conjugada entre o FISCO e o
contribuinte, restando àquele o trabalho privativo de lançar. Ex: Imposto de Importação.
c) Lançamento por Homologação: É aquele em que o contribuinte auxilia a Fazenda Pública na atividade
do lançamento, cabendo ao fisco, no entanto, homologá-lo. Ex: ICMS, IR, PIS, IPI, COFINS, CSLL,
entre tantos outros, correspondendo o maior volume da arrecadação.
Nos casos de lançamento por homologação, temos que analisar a decadência sob duas ópticas, com o
pagamento do tributo e sem o pagamento do tributo. Com o pagamento do tributo, aplica-se a regra
disposta no §4º, do art. 150 do CTN. Se não houver o pagamento do tributo, exige a aplicação do art. 173,
I, do CTN, ou seja, o prazo conta-se do primeiro dia do exercício financeiro seguinte àquele que em que o
lançamento poderia ter sido efetuado.
O prazo que a administração tem para homologar é de 5 anos contados do fato gerador (art. 150,§4º,
CTN) nos casos de pagamento. Assim, a autoridade administrativa tem cinco anos para fiscalizar e,
eventualmente, apurar as diferenças, caso o sujeito passivo não tenha realizado sua função corretamente.
Em resumo, surgem duas situações:
A) Na hipótese de, nesses cinco anos, autoridade perceber que o pagamento foi insuficiente, o resultado
disso será um lançamento para cobrança dessa diferença, e esse lançamento será de ofício.
Em caso de dolo, fraude, simulação não tem esse prazo de cinco anos para homologar.
Nesse viés, segue jurisprudência pacífica do E. STJ , inclusive em decisão da 1ª seção, na seara do
procedimento dos recursos especiais repetitivos: RECURSO ESPECIAL 1090248 - TRIBUTÁRIO.
EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. DÉBITO DE FINSOCIAL DECLARADO PELO CONTRIBUINTE
E NÃO PAGO NO VENCIMENTO. DCTF. DECADÊNCIA AFASTADA. PRAZO PRESCRICIONAL
CONSUMADO. ART. 174 DO CTN.
1. A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, ao julgar o REsp 886462/RS, Min. Teori Albino
Zavascki, DJ de 28/10/2008, sob o regime do art. 543-C do CPC, reafirmou o entendimento, que já
adotara em outros precedentes sobre o mesmo tema, segundo o qual (a) a apresentação de Guia de
Informação e Apuração do ICMS - GIA, de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais -
DCTF, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei, é modo de constituição do crédito
tributário, dispensando, para isso, qualquer outra providência por parte do Fisco, e (b) se o crédito foi
assim previamente declarado e constituído pelo contribuinte, não configura denúncia espontânea (art.
138 do CTN) o seu posterior recolhimento fora do prazo estabelecido, nos termos da Súmula 360/STJ.
2. Entretanto, conforme também registrado naquele precedente, não tendo havido prévia declaração pelo
contribuinte, configura denúncia espontânea, mesmo em se tratando de tributo sujeito a lançamento por
homologação, a confissão da dívida acompanhada de seu pagamento integral, anteriormente a qualquer
ação fiscalizatória ou processo administrativo.
3. É vedado o reexame de matéria fático-probatória em sede de recurso especial, a teor do que prescreve
a Súmula 07 desta Corte.
4. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, desprovido. Outro exemplo de lançamento
por homologação, sem prazo decadencial, é quando o contribuinte ao ingressar com ação judicial para
discutir a obrigação tributária, efetua o depósito judicial integral, este já constitui o credito tributário,
não havendo que ser falar em prazo decadencial. Em amparo arrestos do E. STJ :
1. Com o depósito do montante integral tem-se verdadeiro lançamento por homologação. O contribuinte
calcula o valor do tributo e substitui o pagamento antecipado pelo depósito, por entender indevida a
cobrança. Se a Fazenda aceita como integral o depósito, para fins de suspensão da exigibilidade do
crédito, aquiesceu expressa ou tacitamente com o valor indicado pelo contribuinte, o que equivale à
homologação fiscal prevista no art. 150, § 4º, do CTN.
2. Uma vez ocorrido o lançamento tácito, encontra-se constituído o crédito tributário, razão pela qual
não há mais falar no transcurso do prazo decadencial nem na necessidade de lançamento de ofício das
importâncias depositadas.
3. "No lançamento por homologação, o contribuinte, ocorrido o fato gerador, deve calcular e recolher o
montante devido, independente de provocação. Se, em vez de efetuar o recolhimento simplesmente,
resolve questionar judicialmente a obrigação tributária, efetuando o depósito, este faz as vezes do
recolhimento, sujeito, porém, à decisão final transitada em julgado. Não há que se dizer que o decurso
do prazo decadencial, durante a demanda, extinga o crédito tributário, implicando a perda
superveniente do objeto da demanda e o direito ao levantamento do depósito. Tal conclusão seria
equivocada, pois o depósito, que é predestinado legalmente à conversão em caso de improcedência da
demanda, em se tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação, equipara-se ao pagamento
no que diz respeito ao cumprimento das obrigações do contribuinte, sendo que o decurso do tempo sem
lançamento de ofício pela autoridade implica lançamento tácito no montante exato do depósito"
(Leandro Paulsen, "Direito Tributário", Livraria do Advogado, 7ª ed, p. 1227).
4. Embargos de divergência não providos. Portanto, quando ocorre a declaração, mas não paga ou paga
a menor, constitui o crédito tributário porque declara a ocorrência do fato gerador e identifica os
elementos da relação jurídica tributária. Se ela constitui o crédito o resultado é a não necessidade de
lançamento. A cobrança do tributo será por meio de execução fiscal, sendo assim, a preocupação passa
a ser o prazo de prescrição contado a partir do vencimento. Outra forma também do sujeito passivo
constituir o crédito tributário, segundo o E. STJ é o depósito judicial, afastando a figura do lançamento, e, por conseguinte, da decadência.
Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos:
Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos:
I - quando a lei assim o determine;
Art. 149 II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da
legislação tributária; suj deveria fazer a declaração e não fez
III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos do inciso
anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento
formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a
juízo daquela autoridade; suj declara, adm pede esclarecimentos e o suj passivo não presta
IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação
tributária como sendo de declaração obrigatória; adm vê que a declaração não está certa.
Inciso V: É lançamento de ofício e não revisão. A adm desconsidera o que o suj pass
fez e faz o lançamento.
V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício
da atividade a que se refere o artigo seguinte;
Inciso VI: Penalidade pecuniária. Ex descumprimento de obrig acessória que gera
multa. A penalidade será cobrada por meio de lançamento de ofício.
VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê
lugar à aplicação de penalidade pecuniária;
Esse inciso VII é mto suscitado pela doutrina para a possibilidade de desconsideração
de negócios jurídicos em virtude da prática de evasão tributária.
Inciso VII – dolo, fraude ou simulação. Estes também aparecem na evasão.
Evasão Elisão
Redução ou ausência de pagamento de tributo
Motivo do não pagamento é ato ilícito Motivo do não pagamento é lícito (atos
(atos ilegais do contribuinte) legais do contribuinte)
Há uma situação mentirosa com relação Também é chamada de planejamento
ao FG. EX. empresa A tem imóvel e B tributário. Pressupõe a prática de atos
quer comprá-lo (1 bi). Há ctt entre A e B. lícitos.
incide o ITBI. A e B fazem uma fusão em 1ª corrente: Sempre é possível tendo em
05/05. no dia 06/05 fazem a cisão. Na vista a liberdade de contratar.
cisão, A aparece com 1 bi a mais em caixa 2ª corrente: o planejamento tribut nem
e a B com um imóvel e menos 1 bi em sempre é possível. Para ser válido depende
caixa. da existência de um propósito negocial
Art. 156, §2º CF – se houver transmissão (desvinculada da redução da carga
de bens imóveis por conta de atos tributária). É a Teoria de Marco Aurélio
societários, há imunidade do ITBI. É uma Greco (livro Planejamento tributário)
prática simulada. É evasão tributária:
prática de ato ilegal.
A adm pode desconsiderar esse neg Segundo a 2ª corrente, poder-se-ia
jurídico e cobrar o ITBI. Fundamento para desconsiderar o neg jur. Problema: há
essa desconsideração: 149, VII, CTN norma antielisiva – art 116 CTN (para
evitar o planejamento tributário), mas esta
precisa de regulamentação por lei.
MP 66 – regulamentar o dispositivo do
CTN que tratava dessa desconsideração.
Mas não foi convertida em lei.
Art. 116, Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios
jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a
natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem
estabelecidos em lei ordinária.
NA esfera federal não há essa lei a que se refere o art. 116. O 149, VII fala em evasão
(atos ilícitos). Na elisão o contribuinte realizou atos lícitos. Se for aprovada, essa lei terá
aplicação imediata e eficácia retroativa (desde que dentro do prazo de decadência), pois
seria lei estritamente procedimental – art. 144.
Inciso IX: É situação de revisão de lançamento. esse inc é o único que se direciona à
autoridade administrativa.
IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade
que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial.
Párag. Único: Só pode revisar dentro do prazo de decadência. Não faz sentido falar
em revisão expirado o prazo de decadência.
Art. 149, Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito
da Fazenda Pública.
Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor ou o preço de
bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular, arbitrará
aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os
esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente
obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial.
Ex. Daslu. Importou mercadorias, sapato da Gucci por 5 dólares. O fiscal vê que não
merce fé esse valor e arbitra base de cálculo.
Ao suj pass é dada possibilidade de defesa.
(terminamos lançamento)
2. DECADÊNCIA
2.1. Conceito
É a perda do direito de lançar, perda do direito da adm de constituir o CT.
A constituição representa uma condição para a cobrança. Se há decadência, não é
possível constituir o CT, logo não é possível cobrar.
Prazo de decadência: é o prazo que adm possui para lançar.
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos,
contados:
II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento
anteriormente efetuado.
Há um lançamento tributário, o suj pass o recebe e percebe que está errado, possui vício
formal, ou seja, o lançamento não identifica o FG ou outros elementos da relação
jurídico tributária. (Ex. o fiscal não descreve no AI qual é a infração, não descreve o
FG, não indica o art. de lei desobedecido etc.)
Se é ou não devido o imposto, é questão de direito material
O vício formal impossibilita a defesa pelo contribuinte. Assim, ele pode ajuizar medida
judicial ou impugnação administrativa. Em face do questionamento, haverá decisão, a
qual pode reconhecer o vício formal e anular o lançamento, caso em que a decisão
resulta na interrupção do prazo de decadência (doutrina). No dir tribut prazo de
decadência se interrompe. Por meio da decisão, o prazo zera e recomeça. A partir
dessa decisão a adm tem o prazo de 5 anos para fazer outro lançamento, que não
contenha os mesmos erros do lançamento anterior. É preciso vício formal e não material
para que haja interrupção.
Resumo:
173 → prazo de decadência – 5 anos (o que muda no I e II é o início do prazo da
contagem)
Inc. I → regra geral (prazo conta do 1º dia do exercício seguinte àquele que o
lançamento poderia ter sido efetuado)
Inc. II → situação de lançamento com vício formal. Dies a quo: é o da decisão que
anula o lançamento.
§ único → antecipação do dies a quo: o pz de 5 anos será contado de qualquer medida
preparatória indispensável ao lançamento (caso esta ocorra antes do início do prazo de
decadência previsto no inc I).
(vimos todas as hipóteses de decadência no CTN. A decadência no lançamento por
homologação é mais importante.)
****Súmula vinculante nº 8.
***O mais importante desse julgado é que houve uma modulação de seus efeitos.
O STF reconheceu a inconsit em 11/06/08 e em 12/06/08 definiu os efeitos da decisão.
Declaro inconst prazo de decadência e prescrição previstos na lei 8.212/91 (10 anos).
Reflexos:
- Lançamento realizado com fundamento nesse pz de decadência. Pode haver
lançamento em 2007 relativo ao FG de 1998. Esse lançamento é indevido, pois
considera o pz de 10 anos.
- EF nesse prazo de prescrição: pode haver EF em 2007 que se refira a FG de 98. Essa
EF é inválida. Logo, o STF teve que modular os efeitos.
- casos em que houve pgto desse tributo. Existiria direito à restituição diante do novo
entendimento?
- Na EF o contribuinte tem direito à restituição?
- Cobranças em curso considerando o pz de 10 anos, devem ser canceladas?
- Se STF declara efeito ex tunc, tudo que foi pago tem que ser restituído
- Se STF declara efeito ex nunc, como ficam as cobranças em curso?
****
(Vimos até agora: FG, OT, CT: Lançamento. Ainda dentro do tema CT vamos ver:
hipóteses em que o CT não é constituído pelo lançamento, mas sim pelo suj passivo.)
O CT também pode ser constituído por uma atividade do suj passivo → declaração, a
qual ocorre no contexto do lançamento por homologação.
- Modalidades de constituição
- Conseqüências (efeitos de o suj pass constituir o CT)
Efeitos da declaração:
Aula 09
20/05/2009
(continuando modalidades de constituição do CT)
Crédito do SA – decorrente, por ex, de tributo pago em valor maior que o devido
Débito do SA– tributo a vencer ou já vencido
Compensação – encontro de contas
O art.74 da lei 9430/96 autoriza o contribuinte compensar qualquer crédito com
qualquer débito, desde que oriundos de tributos administrados pela receita federal, e
desde que os créditos e débitos sejam do mesmo sujeito passivo. (SP não pode
compensar seu crédito com débito de terceiros).
Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a
tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de
ressarcimento, poderá utilizá-lo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e
contribuições administrados por aquele Órgão.
§ 1o A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de
declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos
compensados.
§ 2o A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob
condição resolutória de sua ulterior homologação.
§ 3o Além das hipóteses previstas nas leis específicas de cada tributo ou contribuição, não poderão ser
objeto de compensação mediante entrega, pelo sujeito passivo, da declaração referida no § 1o:
I - o saldo a restituir apurado na Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa
Física;
II - os débitos relativos a tributos e contribuições devidos no registro da Declaração de Importação.
III - os débitos relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal
que já tenham sido encaminhados à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida
Ativa da União;
IV - o débito consolidado em qualquer modalidade de parcelamento concedido pela Secretaria da
Receita Federal - SRF;
V - o débito que já tenha sido objeto de compensação não homologada, ainda que a compensação
se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa; e
VI - o valor objeto de pedido de restituição ou de ressarcimento já indeferido pela autoridade
competente da Secretaria da Receita Federal - SRF, ainda que o pedido se encontre pendente de decisão
definitiva na esfera administrativa.
VII - os débitos relativos a tributos e contribuições de valores originais inferiores a R$ 500,00
(quinhentos reais);
VIII - os débitos relativos ao recolhimento mensal obrigatório da pessoa física apurados na forma
do art. 8o da Lei no 7.713, de 1988; e
IX - os débitos relativos ao pagamento mensal por estimativa do Imposto sobre a Renda da Pessoa
Jurídica - IRPJ e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL apurados na forma do art. 2o.
§ 4o Os pedidos de compensação pendentes de apreciação pela autoridade administrativa serão
considerados declaração de compensação, desde o seu protocolo, para os efeitos previstos neste artigo.
§ 5o O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos,
contado da data da entrega da declaração de compensação.
§ 6o A declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a
exigência dos débitos indevidamente compensados.
§ 7o Não homologada a compensação, a autoridade administrativa deverá cientificar o sujeito passivo e
intimá-lo a efetuar, no prazo de 30 (trinta) dias, contado da ciência do ato que não a homologou, o
pagamento dos débitos indevidamente compensados.
§ 8o Não efetuado o pagamento no prazo previsto no § 7 o, o débito será encaminhado à Procuradoria-
Geral da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa da União, ressalvado o disposto no § 9o.
§ 9o É facultado ao sujeito passivo, no prazo referido no § 7o, apresentar manifestação de
inconformidade contra a não-homologação da compensação.
§ 10. Da decisão que julgar improcedente a manifestação de inconformidade caberá recurso ao
Conselho de Contribuintes.
§ 11. A manifestação de inconformidade e o recurso de que tratam os §§ 9o e 10 obedecerão ao rito
processual do Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972, e enquadram-se no disposto no inciso III do
art. 151 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional , relativamente ao débito
objeto da compensação.
§ 12. Será considerada não declarada a compensação nas hipóteses:
I - previstas no § 3o deste artigo;
II - em que o crédito:
a) seja de terceiros;
b) refira-se a "crédito-prêmio" instituído pelo art. 1o do Decreto-Lei no 491, de 5 de março de 1969;
c) refira-se a título público;
d) seja decorrente de decisão judicial não transitada em julgado; ou
e) não se refira a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal - SRF.
f) tiver como fundamento a alegação de inconstitucionalidade de lei que não tenha sido declarada
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em ação direta de inconstitucionalidade ou em ação
declaratória de constitucionalidade, nem tenha tido sua execução suspensa pelo Senado Federal.
§ 13. O disposto nos §§ 2o e 5o a 11 deste artigo não se aplica às hipóteses previstas no § 12 deste artigo.
§ 14. A Secretaria da Receita Federal - SRF disciplinará o disposto neste artigo, inclusive quanto à
fixação de critérios de prioridade para apreciação de processos de restituição, de ressarcimento e de
compensação.
§ 15. Aplica-se o disposto no § 6o nos casos em que a compensação seja considerada não declarada.
§ 16. Nos casos previstos no § 12, o pedido será analisado em caráter definitivo pela autoridade
administrativa.
§ 17. O valor de que trata o inciso VII do § 3o poderá ser reduzido ou restabelecido por ato do Ministro
de Estado da Fazenda.
- Não homologação pela adm: a adm não concorda com a compensação, pq o crédito
de confins não existe. Como o IR (débito) deixou de ser pago, a adm tem que fazer a
cobrança do contribuinte relativa ao IR para que este seja pago em 30 dias.
Diante dessa cobrança, o SP pode:
→ não pagar em 30 dias: o débito será inscrito na DA, será emitida CDA e ajuizada EF.
A adm considera que a declaração de compensação representa uma confissão de dívida,
uma vez que por meio dela o SP declara que tem um débito de IR e constitui o CT
relativo ao IR. (uma vez constituído o CT, não há necessidade de lançamento pela
adm).
Nas hipóteses desse item 2 haverá a dispensa do lançamento e não há que se falar em
decadência.
4. HIPÓTESES DE MODIFICAÇÃO DO CT
São 3 hipóteses previstas no CTN e reguladas por meio de lei (o próprio CTN ou lei
específica): suspensão da exigibilidade do CT, exclusão do CT e extinção do CT.
Por muito tempo, a moratória foi entendida como uma forma de parcelamento. Em certo
sentido representa dilação do prazo de vencimento do tributo.
Isso porque o parcelamento não estava previsto no CTN. Foi incluído no CTN com a
LC 104/2001.
Antes dessa LC, havia parcelamentos concedidos e eram feitos como moratória.
Inciso I: Moratória
Art. 155-A. O parcelamento será concedido na forma e condição estabelecidas em lei específica.
(Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)
§ 1o Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito tributário não exclui a incidência
de juros e multas. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)
§ 2o Aplicam-se, subsidiariamente, ao parcelamento as disposições desta Lei, relativas à moratória.
(Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)
§ 3o Lei específica disporá sobre as condições de parcelamento dos créditos tributários do devedor em
recuperação judicial. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
§ 4o A inexistência da lei específica a que se refere o § 3o deste artigo importa na aplicação das leis
gerais de parcelamento do ente da Federação ao devedor em recuperação judicial, não podendo, neste
caso, ser o prazo de parcelamento inferior ao concedido pela lei federal específica. (Incluído pela Lcp
nº 118, de 2005)
Inciso III: reclamações e recursos nos termos das leis reguladoras do processo
tributário administrativo
O simples fato de haver o proc adm já gera a suspensão da exigibilidade do CT. Este é
suspenso pela existência de processo adm. Desde que este se desenrole nos termos das
leis que o regulem. Elementos do proc adm têm que ser tempestivos. Ou seja, só há
suspensão da exigib se o proc adm for regular.
a) depósito integral na esfera adm quase não acontece geralmente na prática, pois de
acordo com o inc. III, a simples reclamação ou recurso adm já são suficientes para
suspender a exigibilidade sem qq ônus para o SP.
Assim, na próxima edição da MP, O PE estabelece que há o filtro, porém cria uma
alternativa ao depósito: arrolamento de bens no valor integral do débito.
Se SP vendesse algum bem teria que informar à receita.
E quem não tem bens? Não poderá recorrer.
*** STJ: num primeiro momento o depósito judicial tem natureza de faculdade do
contribuinte (o juiz não pode condicionar a concessão de liminar à realização do
depósito). Se for realizado passa a ter natureza de garantia do juízo e não pode ser
levantado sem a concordância da fazenda (parte contrária).
1º) liminar ou tutela antes do vencimento: → não há mora, caso a sentença casse a
liminar que suspendia a exigibilidade do tributo.
2º) liminar concedida depois do vencimento → Haverá mora entre o vencimento e a
liminar. O pagto deve ser acrescido das penalidades moratórias referentes a esse
período.
Regra para as penalidades de mora art. 63. §2º da lei 9430/96.
Art. 63, § 2º A interposição da ação judicial favorecida com a medida liminar interrompe a incidência da
multa de mora, desde a concessão da medida judicial, até 30 dias após a data da publicação da decisão
judicial que considerar devido o tributo ou contribuição.
(Para evitar a situação acima, a adm começou a acompanhar os MSs por meio de
processo interno dentro da adm. E fazer lançamento dentro do pz de decadência).
Paradoxo nessa situação: adm ganha a ação no MS, mas não pode cobrar. Assim, há 2
teses do STJ:
Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da
sua constituição definitiva.
c) não fazer nada → no 30º dia não houve impugnação, perda do prazo, perda da chance
de discutir o crédito administrativamente, o crédito se torna imutável na esfera
administrativa, logo há constituição definitiva do CT e começa a contar prazo de
prescrição a partir do 31º dia.
Situação 1:
Lançamento (crédito constituído), → MS repressivo dentro do prazo de 30 dias →
liminar obtida, antes da constituição definitiva do CT e, portanto, antes do início do
prazo de prescrição. Contribuinte não vai à esfera adm (na qual haveria a constituição
definitiva do crédito e início do pz de prescrição), vai direto na via judicial.
Efeito: o prazo de prescrição não tem início. Pois a suspensão da exigibilidade foi
obtida antes do início do prazo. Houve prorrogação do início do prazo de prescrição,
que começará a contar quando cessar a suspensão da exigibilidade.
Situação 2.
Lançamento. O SP não faz nada em 30 dias. 31º dia constituição definitiva.
O pz para o MS repressivo era de 120 dias.
No 50º dia após o lançamento, o SP impetra o MS e obtém a liminar suspendendo a
exigibilidade.
O pz de prescrição já tinha começado a contar no 31º dia. A liminar resulta na
suspensão do prazo de prescrição, porque diante da liminar a adm não pode adotar
medidas de cobrança.
Decorreram 20 dias do 31º ao 50º. Se for cassada a liminar, o pz de prescrição volta a
correr de onde parou.
Em resumo:
→ Suspensão da exigibilidade Antes da constituição do CT:
- Há necessidade de constituir o CT
- há preocupação com a decadência, que não é afetada pela suspensão da exigibilidade
Variáveis:
1. declaração do SP, mesmo na vigência de liminar, constitui o CT, logo dispensa o
lançamento e afasta a decadência.
2. depósito integral (STJ) constitui o CT, logo dispensa o lançamento e afasta a
decadência.
→Suspensão da exigibilidade depois da constituição do CT:
- NÃO há preocupação com lançamento ou decadência.
- o foco será na prescrição
Variáveis:
1) liminar (suspensão da exigibilidade) depois do lançamento, mas antes da
constituição definitiva. Há postergação do início do prazo de prescrição. Não
começa a correr, fica postergado para o momento em que cessar a suspensão da
exigibilidade
2) liminar depois do lançamento e depois da constituição definitiva. Há suspensão do
prazo de prescrição que teve início com a constituição definitiva. O prazo retoma seu
curso quando cessar a suspensão da exigibilidade.
4.2. Exclusão do CT
A exclusão do CT resulta na impossibilidade de lançamento, impossibilidade de
constituição do crédito. O lançamento fica excluído.
Aula 10
26/05/2009
(Continuando hipóteses de exclusão do CT.)
Todas as isenções podem ser revogadas, salvo aquelas concedidas sob condição onerosa
e por prazo certo.
Ex. município estabelece que as indústrias automotivas que se instalarem no território
do munic e investirem pelo menos 1MM terão 10 anos de isenção de IPTU. É isenção
sob condição onerosa e por prazo certo. A indústria que vá para esse munic e cumpra a
condição tem o direito de usufruir da isenção pelo prazo de 10 anos. A indústria tem
direito adquirido a usufruir da isenção por 10 anos. Há ampla jurisp do STF nesse
sentido.
Fundamento legal: art. 178 CTN.
Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode
ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104.
(Redação dada pela Lei Complementar nº 24, de 7.1.1975)
Parte final do 178: REGRA: isenção sempre pode ser revogada. Mas uma vez sendo
revogada a isenção, deve-se observar o princípio da anterioridade? A revogação
poderá se aplicar imediatamente? Revogação de isenção equivale a aumento de
tributo?
Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação
os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda:
III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao
contribuinte, e observado o disposto no artigo 178.
4.3. Extinção do CT
Hipóteses de extinção do CT – ART. 156 CTN.
Ocorrido o FG, nasce a OT, dever do sujeito passivo e direito do suj ativo – CT.
O dever do SP – diz respeito ao objeto: tributo
O direito do SA – diz respeito ao objeto: tributo
A relação jurídica tributária é sempre composta por esse tripé. (dever, direito, objeto)
A extinção de algum desses elementos que compõem a relação jurídica tributária gera a
extinção da relação jurídica. Ou seja, as hipóteses do 156 estabelece casos em que há a
extinção de um desses três elementos.
Ex. extinção do direito da FP de cobrar em razão da prescrição
Ex. compensação: extinção do dever de pagar do SP.
Ex. conversão do depósito em renda e consignação do pagamento: extinção do objeto
(tributo)
Art. 170, ctn – O Contribuinte pode fazer compensação, mas está condicionado a
existência de uma lei que autorize a compensação. Essa lei estabelece as condições
segundo as quais a compensação será realizada e eventuais garantias que serão prestadas
por conta da compensação. O instituto da compensação não é autoaplicável, depende da
lei. Alei vai dizer quais tributos serão compensados, se precisa de autorização adm, se o
contribuinte precisa fazer declaração.
Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso
atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos
líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública.
Pode acontecer de o SP entender que as condições da lei são abusivas ou que se ele
pedir autorização, a autoridade pode recusar. Assim, pode vislumbrar a impossibilidade
de compensação. Nesse caso, pode apelar ao PJ. se ele apelar ao PJ, qual será a medida
judicial adequada?
SP quer uma declaração do seu direito de compensar. Ação mais adequada é a ação
declaratória, buscando, por ex, o reconhecimento da existência do crédito, ou do
direito de compensar.
Ocorre que a ação declaratória é ação ordinária, mais demorada que MS.
Assim, os contribuintes começaram a impetrar MS. a FP dizia que não cabia MS.
Daí a súmula 213 do STJ no sentido de que o MS é sim ação adequada para obter a
declaração do direito de compensar.
Sendo MS a ação adequada, começaram a pedir, junto com o MS, uma medida liminar
que reconhecesse de plano a compensação. STJ: a liminar não é cabível porque a
compensação é forma de extinção do CT. - Súmula 212 STJ
Sumula 212: A compensação de créditos tributários não pode ser deferida em ação
cautelar ou por medida liminar cautelar ou antecipatória.
b) LC 104 altera CTN introduzindo mais uma hipótese de compensação – art. 170-A.
Caso: SP entende que a COFINS é inconstitucional e ajuíza ação buscando o
reconhecimento da inconstitucionalidade e a declaração do seu direito de não pagar. O
objeto da ação não tem nada a ver com compensação. O objeto é contestar a COFINS.
Juiz concede a liminar para o SP não pagar. Tudo que o SP pagou para o passado foi
pago indevidamente. Diante disso, quer compensar essa COFINS com outros tributos.
Se o recolhimento da confins foi indevido, gera um crédito, o qual o SP pode compensar
com outros tributos.
O 170-A proíbe essa situação. Uma vez que o SP está contestando judicialmente o
tributo, para poder compensar (os valores que foram supostamente pagos
indevidamente) tem que esperar até o trânsito em julgado da decisão final.
4.3.2. Remissão
Remissão é hipótese de perdão da dívida tributária.
Só posso perdoar a dívida tributária se esta já for existente, ou seja, se eu estiver diante
de um CT constituído. O perdão será concedido mediante lei. A lei autoriza quem já tem
CT constituído (seja pelo lançamento ou pela declaração) não precisa mais pagar o CT.
O perdão dessa dívida tributária significa a possibilidade de não pagamento do tributo e
das penalidades. A remissão alcança tanto o tributo quanto penalidade.
Dispensa de penalidade pode ser anistia ou remissão. É preciso ver se o ct já foi ou não
constituído.
Se não foi constituído o CT → anistia
Se foi constituído o CT – remissão
Ct inscritos em DA já estão constituídos. Pois a inscrição em DA já é medida de
cobrança.
4.3.3. Pagamento antecipado mais homologação deste pagamento – art. 156, VII
Tributos lançados por homologação:
Realiza o FG, nasce a OT, o SP faz o pagto antecipado do tributo, ou seja, sem prévio
exame da autoridade adm. Esse pagto é precário e por si só não extingue o CT. A
extinção só ocorrerá com a homologação do pagto, a qual pode ser tácita ou expressa e
deve ocorrer em 5 anos contados do FG.
Homologação gera a extinção.
Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos
casos:
I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou
ao cumprimento de obrigação acessória;
II - de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamento
legal;
III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um
mesmo fato gerador.
Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da
sua constituição definitiva.
- não fazer nada: No 31º dia o SP não pode mais impugnar administrativamente. Não
pode mais modificar o CT na esfera administrativa. Neste momento há a constituição
definitiva no CT, pois ele se torna imutável na esfera adm. A partir desse momento,
começa a contagem do pz de 5 anos da prescrição.
2.1. inscrição do CT em DA
É a inclusão do SP em um cadastro de devedores da FP. A DA é composta por todos os
débitos da FP. Haverá inscrição na DA de débitos tributários e não tributários (ex. multa
administrativa por dano ambiental). O tratamento da DA e seus efeitos, necessariamente
estarão disciplinados no CTN com relação às dividas tributárias. Em relação às dividas
não tributárias, aplica-se a LEF.
Para haver inscrição na DA, é preciso a constituição definitiva do CT, ou seja, é preciso
do esgotamento do pz fixado para pagto ou decisão final em processo regular.
Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade competente, indicará
obrigatoriamente:
I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem como, sempre que possível, o
domicílio ou a residência de um e de outros;
II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos;
III - a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em que seja
fundado;
IV - a data em que foi inscrita;
V - sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o crédito.
Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo, a indicação do livro e da
folha da inscrição. [mesmo sendo a inscrição eletrônica]
Art. 203. A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo anterior, ou o erro a eles relativo,
são causas de nulidade da inscrição e do processo de cobrança dela decorrente, mas a nulidade poderá
ser sanada até a decisão de primeira instância, mediante substituição da certidão nula, devolvido ao
sujeito passivo, acusado ou interessado o prazo para defesa, que somente poderá versar sobre a parte
modificada.
Erro ou omissão na CDA: descumprimento dos requisitos do art . 202 CTN.
Serão nulos também tudo o que acontecer depois da CDA, todo o processo de cobrança
será nulo, pois o título executivo está errado.
A nulidade pode ser sanada até a decisão de 1ª instância pela substituição da CDA nula
pela FP. Haverá novo título executivo, como novos elementos. Nesse caso, o devedor
poderá se defender novamente, mas somente em relação à parte que foi alterada. Terá o
pz devolvido.
Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da
sua constituição definitiva.
Parágrafo único. A prescrição se interrompe:
I - pela citação pessoal feita ao devedor;
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; (Redação dada pela Lcp nº 118, de
2005)
II - pelo protesto judicial;
III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito
pelo devedor.
Surgiram dúvidas:
EFs em curso quando a 118 passou a vigorar como ficam? A partir de qdo se aplica a
alteração da 118?
Há 3 casos possíveis:
1. “Tudo antes”: EF → despacho de citação → LC 118 (entrou em vigor em
09/06/2005). Nesse caso, a LC 118 não se aplica. STJ não aceita aplicação retroativa da
LC 118.
4. Andamento da EF:
Constituição definitiva → DA → CDA → EF → despacho determina citação: dá para o
devedor pz de 5 dias para pagar ou para garantir a EF.
→ Se o devedor paga – fim da EF. O pagamento exclui o CT.
Aula 11
05/06/2009
Podem ocorrer 2 variáveis uma vez feita a citação:
1ª variável: ocorrer a citação, mas o devedor não possuir bens para garantir a EF →
aplica-se o art. 185-A CTN, introduzido pela LC 118/05.
Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar nem apresentar bens à
penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a
indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão, preferencialmente por meio
eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem registros de transferência de bens, especialmente ao
registro público de imóveis e às autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de
capitais, a fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial.
§ 1º A indisponibilidade de que trata o caput deste artigo limitar-se-á ao valor total exigível, devendo o
juiz determinar o imediato levantamento da indisponibilidade dos bens ou valores que excederem esse
limite.
§ 2º Os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação de que trata o caput deste artigo enviarão
imediatamente ao juízo a relação discriminada dos bens e direitos cuja indisponibilidade houverem
promovido.
O devedor é citado – não paga, nem garante - Não localização de bens para penhora
pelo oficial de justiça → art. 185-A CTN – penhora on line no direito tributário.
O juiz determina a indisponibilidade sem que seja necessário que a Fazenda Pública o
solicite, devendo o juiz limitar-se a indisponibilizar os bens no montante da dívida.
Penhora online – forma de coagir o devedor a pagar ou garantir a dívida tributária. Juiz
pode decretar essa indisponibilidade de ofício. Antes, esse instituto da indisponibilidade
já existia, mas a Fazenda tinha que ajuizar uma Medida Cautelar Fiscal requerendo a
indisponibilidade (Lei 8397/92 – ler essa lei). Assim, agora temos dois instrumentos:
penhora online e Medida Cautelar Fiscal.
CPC,Art. 655. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem: (Redação dada pela Lei nº
11.382, de 2006).
I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira; (Redação dada pela Lei
nº 11.382, de 2006).
Tal disposição confronta o CTN que exige que sejam esgotadas as tentativas de penhora
de bens do devedor (art. 185 A), para só então possibilitar a penhora on line.
PORTANTO: sendo citado o devedor na EF e este não pagar nem apresentar garantia
aplica-se a PENHORA ON LINE. Porém:
- Quando se tratar de pleito anterior à nova redação do 655 do CPC (lei de 2006), é
preciso o esgotamento das tentativas penhora de bens do devedor antes de se fazer a
penhora on line.
- quando se tratar de processo posterior à nova redação do 655 do CPC (2006) é
possível a penhora on line sem o esgotamento dos outros meios.
2ª variável. - uma vez proferido o despacho de citação, o devedor não ser localizado.
Aplicação do Art. 40 da LEF
Inicia-se um prazo de prescrição de 5 anos, contados a partir do despacho de
deferimento, para que a FP dê andamento à EF. É mais um prazo processual do que um
prazo relacionado ao direito tributário.
Mas não sendo localizado o devedor esse prazo é suspenso por um ano. Após um ano,
a EF retoma seu curso, há novas tentativas de localização do devedor. Se estas forem
frustradas, a EF será arquivada.
Art. 40 - O Juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não for localizado o devedor ou encontrados
bens sobre os quais possa recair a penhora, e, nesses casos, não correrá o prazo de prescrição.
§ 1º - Suspenso o curso da execução, será aberta vista dos autos ao representante judicial da Fazenda
Pública.
§ 2º - Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano, sem que seja localizado o devedor ou encontrados bens
penhoráveis, o Juiz ordenará o arquivamento dos autos.
§ 3º - Encontrados que sejam, a qualquer tempo, o devedor ou os bens, serão desarquivados os autos
para prosseguimento da execução.
§ 4o Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o prazo prescricional, o juiz, depois de
ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição intercorrente e decretá-la de
imediato. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004)
Se a CDA não pode ser executada, a jurisprudência entende que o devedor não precisa
apresentar garantia para demonstrar a inexequibilidade. Apresentar garantia é um ônus
para o devedor. Assim, ele poderia, desde logo, nos autos da EF, apresentar EXCEÇÃO
DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. É uma petição em que o devedor demonstra uma das
hipóteses de modificação do CT ou imunidade.
HÁ 2 discussões no STJ sobre matérias que podem ser discutidas em exceção de pré-
executividade:
*********
Contexto:
Pagto indevido de tributo → contribuinte tem direito à devolução do tributo e
eventualmente das penalidades que tenha pago.
Essa devolução será realizada por 2 métodos:
Seja para restituição seja para compensação, o contribuinte tem que observar um prazo
(para requerer a restituição/ ajuizar ação). Esse prazo é de prescrição e é de 5 anos
contados a partir da data de extinção do CT, o que pode se dar em 2 situações:
Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos,
contados:
I - nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do crédito tributário; (Vide art 3 da
LCp nº 118, de 2005)
FG → pagamento indevido. O pagto extingue o CT. A partir daí começa o PZ de 5 anos
para a devolução, seja via restituição, seja via compensação.
Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 –
Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a
lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º do art. 150 da
referida Lei.
LC 118, Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto
ao art. 3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário
Nacional.
c A segunda parte deste artigo foi declarada inconstitucional pela Corte Especial do
STJ (ERESP nº 644.736-PE, j. 6-6- 2007.)
CTN, Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: [atenuação (“exceção”) ao princípio da
irretroatividade tributária]
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à
infração dos dispositivos interpretados;
Na prática:
FG1 ocorrido em 1998, pgto indevido em 1998
FG2 em 2002.
Em 09/06/05 entra em vigor a LC 118.
Os FGs são passados, logo, em princípio aplica a tese do STJ (5+5) anterior à LC 118.
FG 1 – pela tese do STJ, o termo final do prazo para ter de volta o pgto indevido é
junho/2008. (ESTÁ dentro do limite que é 09/06/2010)
FG 2 – pela tese do STJ, o termo final do prazo seria junho/2012. Porém deve-se
considerar o limite para a aplicação dessa tese, qual seja: 09/06/2010 (5 anos da
vigência da LC 118).
Nesse caso, como 2012 ultrapassa 2010, o prazo desse contribuinte vence em
09/06/2010.
Esse limite foi a solução dada pelo STJ para equalizar os prazos de prescrição.
Quem recolheu no dia 08/06/2005, por ex, já sabia que a lei mudou. Não seria razoável
este ter um prazo de 10 anos para pedir a devolução dos tributos pagos indevidamente.
O tema está no STF, foi reconhecida a sua repercussão geral. Ainda não foi julgado.
ACOMPANHAR - RE 561.908
(Por enqto só há a definição do STJ)
***************************
1. Garantias do CT:
Asseguram direitos da FP (administração). Tais direitos estão relacionados à efetividade
no recebimento da dívida tributária.
Art. 183. A enumeração das garantias atribuídas neste Capítulo ao crédito tributário não exclui outras
que sejam expressamente previstas em lei, em função da natureza ou das características do tributo a que
se refiram.
Parágrafo único. A natureza das garantias atribuídas ao crédito tributário não altera a natureza deste
nem a da obrigação tributária a que corresponda.
1ª hipótese de garantia:
Art184 – todos os bens do SP respondem pela dívida tributária. Isso decorre do fato de
ser a divida tributária pessoal.
Exceção: bens que a lei declarar absolutamente impenhoráveis. É a lei que grava o bem
como impenhorável e não o SP. O Rol dos bens impenhoráveis está no 649 CPC
Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos em lei,
responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem
ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou
cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da
cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis.
Art. 649. São absolutamente impenhoráveis: [fundamento: dignidade da pessoa humana. Teoria do
patrimônio mínimo – garantir o mínimo existencial para cada indivíduo]
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;
2ª hipótese de garantia(?)
Art. 185 tb foi alterado pela LC 118. estabelece presunção de fraude em relação ao SP.
Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito
passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida
ativa.(Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem sido reservados, pelo
devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita. (Redação dada pela Lcp nº
118, de 2005)
ESSE termo para presunção se aplica a partir da vigência da LC 118 ou seja, a partir de
09/06/05
Hipótese de garantia:
Art. 185 – A – penhora on line (já vimos no começo da aula.
Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua
constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho.
(Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005) [regra geral]
Art. 186. Parágrafo único. Na falência: (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) [regra aplicável apenas aos
processos de falência]
I – o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias passíveis de
restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real, no limite do valor do
bem gravado; (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
II – a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes da
legislação do trabalho; e (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
III – a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
LC 118 + LEI de falências colocam o CT numa situação pior do que a da regra geral.
O 186 traz as regras de preferência do CT na falência.
Inc I: o CT não prefere (fica abaixo) dos créditos extraconcursais (não se sujeitam a
concurso. São pagos em 1º lugar) ou importâncias passíveis de restituição.
Em relação aos créditos concursais, o CT não prefere aos créditos decorrentes da
legislação do trabalho ou de acidente de trabalho, nem aos créditos com garantia real.
O CT está então depois dos extraconcursais e entre os concursais, dp dos trabalhistas e
dos com garantia real.
Obs. Créditos com garantia real preferem aos tributários, porém essa garantia real deve
ter sido realizada antes da inscrição do débito em DA. Se mesmo sabendo da inscrição
na DA o devedor dá uma garantia real, há presunção de fraude.
Art. 188. São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos no curso
do processo de falência. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005) [para a doutrina – após a decretação
da falência]
Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação
em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento. (Redação dada pela Lcp nº
118, de 2005)
Art. 187, Parágrafo único. O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas jurídicas de
direito público, na seguinte ordem:
I - União;
II - Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pró rata;
III - Municípios, conjuntamente e pró rata.
Diante desse parág único do CTN houve argüições de incosntit, pois coloca a U em
relação de superioridae em relação aos E e M.
O STF decidiu – súmula 563 – constitucionalidade dessa ordem de preferência. Não
ofende a autonomia entre os entes da federação. A U tem que sestar em 1º lugar pois
defende interesses mais gerais, pode transferir os recursos para E e M.
No entanto, posteriormente, vem a LEF (1980) – art. 29, § único = regra de preferência
entre os entes da federação.
Art. 29 - A cobrança judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública não é sujeita a concurso de credores
ou habilitação em falência, concordata, liquidação, inventário ou arrolamento
Parágrafo Único - O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas jurídicas de direito
público, na seguinte ordem:
I - União e suas autarquias;
II - Estados, Distrito Federal e Territórios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata;
III - Municípios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata.
TRIBUTOS EM ESPÉCIE
Impostos em espécie (veremos os principais impostos apenas)
Aula hoje: IPI e ICMS (princípio da não cumulatividade)
Ver roteiro do ICMS no material de apoio
Depois: ITR e IPTU
ISS.
Principais discussões sobre contribuições.
3ª – esses impostos serão calculados uma vez por mês e os débitos e créditos de ICMS
serão objeto de uma subtração, cujo resultado será o imposto devido.
A vende mercadoria para B, que vende para C, que vende para o consumidor final.
alíquota de ICMS 18%.
O imposto incide em todas essas operações.
- A vende para B. mercadoria saiu do estabelecimento de A, A tem um débito. E entrou
na de B que tem um crédito. Valor da operação 100,00/ ICMS= 18,00
- B vende para C, B terá um débito e C terá um crédito. Valor da operação 200,00
(preço cobrado por B pela mercadoria) /ICMS = 36,00
- C vende para o consumidor: C terá um débito. O consumidor não tem crédito. Valor
da operação: 300,00/ ICMS = 54,00
Para minimizar a incidência dos impostos nas várias etapas há o mecanismo de crédito e
débito. Crédito sempre que houver entrada e débito sempre que houver saída.
A
D C
18 0
ICMS = 18 – 0 = 18
B
D C
36 18
ICMS = 36-18= 18
C
D C
54 36
ICMS = 54-36=18
É imposto estadual.
Art. 155, II CF.
Art. 155, § 2º, I – princípio da não cumulatividade
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no
exterior.
§ 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 3, de 1993)
I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de
mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro
Estado ou pelo Distrito Federal;
***CF: Nos casos de isenção ou não incidência, não haverá direito a crédito.
Art. 155, § 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 3, de 1993)
II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação:
a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações
seguintes;
2ª limitação:
A vende para B que vende para C
- Operação entre A e B → incidência de ICMS.
Mercadoria sai de A, há débito. Entra em B, há crédito.
- Operação entre B e C → isenção.
Mercadoria sai de B, este não terá débito de ICMS.
***CF: O crédito de B deve ser anulado (pois B não vai compensar com débitos
futuros).
Art. 155, § 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 3, de 1993)
II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação:
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores;
Portanto, REGRA: Para que haja direito a crédito no ICMS deve haver o imposto
devido antes e depois (na operação anterior e na atual).
EXCEÇÃO constitucional: operações de exportação são imunes à incidência do ICMS
(a CF afasta a competência dos Estados para cobrarem ICMS na exportação). Mas,
apesar da não incidência do ICMS, há direito a crédito.
RESUMINDO: Não cumulatividade:
1) compensação entre créditos e débitos
Crédito na entrada = ICMS da operação anterior
Débito na saída = ICMS da operação atual
1997: STF – Pleno: existe direito a crédito. Para o IPI não há limitações constitucionais
como ocorre no ICMS.
2002: STF – pleno: há direito a crédito, pois não há limitações constitucionais como no
ICMS.
Os contribuintes começam a escriturar os créditos.
2005 – reabertura da discussão (Ministro Ilmar Galvão nunca concordou com essa tese e
houve mudança na composição do STF e esse ministro levou a questão novamente ao
plenário. É muito $ para a FP perder).
06/05/2009: STF: a lei introduz o direito a crédito. Antes dela não havia essa
possibilidade. O simples texto constitucional não contempla o direito a crédito.
Ver notícia do material de apoio.
RE 460.785, 562.980...
Para o IPI vale a mesma regra que para o ICMS nesse caso em decorrência da
jurisprudência.
PARTICULARIDADES DO ICMS
Operação = negócio jurídico. ICMS só incide se houver neg jurídico. (Furto de uma
mercadoria não gera ICMS. Depósito da empresa foi inundado e as mercadorias saíram
do estabelecimento – não incide ICMS).
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no
exterior;
Discussões surgiram:
1) há incidência do ICMS importação no caso de importação realizada por pessoas
físicas?
STF, Súmula 660, NÃO INCIDE ICMS NA IMPORTAÇÃO DE BENS POR PESSOA FÍSICA OU
JURÍDICA QUE NÃO SEJA CONTRIBUINTE DO IMPOSTO.
Notícias STF
Segunda-feira, 22 de Junho de 2009
Tributário - repercussão geral reconhecida pelo STF
Três REs sobre questões tributárias tiveram a repercussão geral reconhecida. O primeiro, RE 594996,
trata da incidência de ICMS na importação de equipamento médico por sociedade civil não-
contribuinte do imposto, após a Emenda Constitucional 33/2001, que alterou a forma de tributação. A
relevância do tema foi reconhecida em votação unânime.
CF/88 Art. 155, §2º, IX, “a” tem vínculo com o art. 155, II
Motivos da dúvida:
1. na operação de leasing não há transferência de propriedade (durante o contrato. Pode
haver no final sobre valor menor). (não há portt, circulação) Não há FG do ICMS.
Art. 3º, VIII da LC 87/96 (normas gerais do ICMS): estabelece a isenção do ICMS na
operação de leasing: reitera a não incidência.
2ª) Turmas do STF - Agr regimetal no RE 460.814. (meio de 2008). Relator: Eros Grau
NÃO incide ICMS em operação de leasing internacional, mesmo com o advento da EC
33. Não há FG do ICMS nas operações de arrendamento mercantil, sejam internas ou
internacionais.
A EC não cria ICMS. Este está vinculado ao art. 155, II.
STF, portanto, limita a EC 33/2001 ao conteúdo do art. 150, II.
Item 15 da decisão: não se aplica o precedente do pleno em que a transferência de
propriedade é necessária.
Esse caso do leasing repercutiu no STJ que hoje está aplicando os precedentes acima do
2. ICMS - Comunicação
FG – prestação do serviço de comunicações.
Para que haja comunicação é preciso haver emissor e receptor de uma mensagem:
A→B
A é emissor
B é receptor.
A comunicação requer a possibilidade de B devolver uma outra mensagem a A (B ser
emissor e A ser receptor).
Logo, para haver comunicação é preciso essa via de mão dupla. É preciso um código
comum (para que A e B se entendam).
O simples fato de A e B trocarem mensagens não gera incidência de ICMS. o ICMS
incide sobre a prestação de um serviço de comunicação. É preciso que haja entre A e B
um terceiro que viabiliza essa troca. A e B se comunicam através do terceiro.
O terceiro torna possível a comunicação. Se não há o terceiro, não há serviço de
comunicação, não há incidência do ICMS. ex de terceiro: prestadora do serviço de
telefonia.
STJ, Súmula 334. O ICMS não incide no serviço dos provedores de acesso à
Internet.
O ISS pode incidir se houver previsão na lista do ISS. Se não estiver na lista do ISS não
incide nada.
STJ, súmula 350. O ICMS não incide sobre o serviço de habilitação de telefone
celular.
A empresa recorreu ao STJ após a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) que entendeu
que, no serviço de telecomunicações internacional, quando a chamada origina-se no Brasil, usa-se a
estrutura material da Empresa Brasileira de Telecomunicações (Embratel) e também da concessionária
local. Para o TJ, a ligação telefônica internacional necessariamente se inicia com o uso da estrutura
material da concessionária local eleita pelo usuário para a consecução do seu objetivo.
O Tribunal de origem ressaltou, ainda, que, como o ordenamento positivo atribui responsabilidade de
recolher o tributo à concessionária que apresenta a fatura ao usuário dos serviços, a concessionária local
qualifica-se como sujeito passivo dessa obrigação tributária.
Em sua defesa, a empresa de telefonia móvel argumentou que o tribunal de origem não teria se
pronunciado sobre a aplicação da isenção prevista na Lei Complementar 87/96, nem sobre a não
incidência do ICMS nas ligações telefônicas internacionais em razão do princípio da territorialidade.
Alegou também que ela não tem autorização para prestar serviço de telecomunicação internacional, não
podendo ser tratada como contribuinte de ICMS incidente sobre ligações internacionais, situação em que
na verdade se encontra a Embratel.
Ao analisar o caso, a relatora, ministra Eliana Calmon, destacou que a empresa não atacou todos os
fundamentos do acórdão recorrido, deixando sem impugnação razões suficientes para sustentar, por si
sós, o julgamento feito pelo Tribunal de origem.
Aula 13
24/06/2009
IPTU e ITR
Zona urbana: definida no CTN, art. 32, §§1º e 2º. É uma definição positiva
Zona rural: definida por exclusão: o que não for zona urbana será considerado zona
rural. Definição negativa.
Ao definir zona urbana o CTN estabelece as características (requisitos) gerais que
uma área deve ter para ser considerada zona urbana. CTN estabelece as normas gerais
de D. Tributário.
A lei municipal é que vai estabelecer os contornos da zona urbana a partir dos critérios
gerais fixados no CTN. É a lei de zoneamento.
CTN, Art. 32, § 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei
municipal; observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2
(dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:
I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II - abastecimento de água;
III - sistema de esgotos sanitários;
IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;
V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel
considerado.
Observados os requisitos do art. 32, §1º do ctn, trata-se de zona urbana. Todo o restante
da área do município será zona rural.
CTN, Art. 32, § 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão
urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à
indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos do parágrafo
anterior.
Pode haver área localizada fora da zona urbana que pode ser considerada região
urbanizável. Deve ser uma região loteada. Esse loteamento é destinado à habitação, à
indústria ou ao comércio.
Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo,
nos casos:
III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um
mesmo fato gerador.
IPTU e ITR não são idênticos. Aplica-se o 164,III? Literalmente não, pois não são
idênticos, no entanto, a doutrina e jurisprudência aceitam a consignação em hipótese de
bitributação lato sensu.
Outra saída possível seria impetrar MS no caso do tributo que o contribuinte entende
indevido.
Progressividade extrafiscal
ITR IPTU
Art. 153, §4º, I, CF Art. 182, §4º, II, CF
Alíquotas fixadas de forma a desestimular FG do IPTU – aspecto temporal: 1º/01 de
a manutenção de propriedades cada ano. Fg em 1º/01/05 – alíq 1%.
improdutivas: quanto maior a Durante parte do ano de 2005, o imóvel é
produtividade, menor será a alíquota subutilizado. Diante disso, a prefeitura
(relação entre produtividade e área do notifica o SP para que de ao imóvel
imóvel). aproveitamento mais adequado. Se o SP
Regressividade de alíquotas (o ITR tem nada faz, conseqüência: em 1º/01/06 a alíq
alíq regressivas). aumenta para 1,5%. Mesmo assim,
Objetivo: evitar latifúndios improdutivos. permanece a subutilizaçao. Em 2007 –
aliq de 2%, em 2008 – 2,5%. Ou seja, de
forma progressiva durante todo o tempo
de subutilização do imóvel. Pressupõe a
subutilização do imóvel e a ciência do SP
quanto à subutilização.
CF, Art. 153, § 4º O imposto previsto no inciso VI do caput:(Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 42, de 19.12.2003)
I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades
improdutivas; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) [imposto com progressividade
extrafiscal. Serve para desestimular o ausentismo (manutenção da propriedade rural improdutiva)]
CF, Art. 182, § 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída
no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal [estatuto da cidade – lei 10.257/01], do proprietário
do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento,
sob pena, sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.
CF, Art. 156, § 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o
imposto previsto no inciso I poderá:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.(Incluído pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000) [o IPTU progressivo, após a EC 29, ganhou uma progressividade fiscal,
que hoje coexiste com a anterior progressividade extrafiscal – função social da propriedade.]
2º) apesar de a EC 29 só ter vindo em 2000, antes de 2000, vários munic. Já cobravam
IPTU progressivo em razão do uso, localização e valor do imóvel. Com a ec 29/00 veio
a questão: a EC 29/00 é a possibilitadora da progressividade? E somente a partir dela a
progressividade seria possível? Em caso positivo, as leis municipais anteriores à EC,
seriam inconstitucionais.
Se a EC não cria a progressividade, só explicita no texto constitucional algo que já
existia.
STF, Súmula 668: É INCONSTITUCIONAL A LEI MUNICIPAL QUE TENHA ESTABELECIDO, ANTES DA
EMENDA CONSTITUCIONAL 29/2000, ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS PARA O IPTU, SALVO SE DESTINADA A
ASSEGURAR O CUMPRIMENTO DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE URBANA.
Inconstitucionalidade Constitucionalidade
A EC ofende o princípio da capacidade
contributiva.
CF, Art. 145, § 1º - Sempre que possível [e não “sempre”], os impostos [e não tributos. Mas o STF tem
estendido a outras espécies tributárias] terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade
econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. [PRINCÍPIO DA CAPACIDADE
CONTRIBUTIVA]
Quem tem imóvel caro, manifesta mais riqueza, logo pode pagar mais IPTU.
O princ da capacidade contributiva não combina com os impostos reais, porque tais
impostos tem como critério algo externo ao contribuinte – imóvel, propriedade (e não
uma característica pessoal do SP. Ex. IR – leva em conta a renda que o sujeito consegue
augerir com seu trabalho).
Se considerar o bem isoladamente , pode serr pequeno e mal localizado, será isento de
IPTU. Individualmente não significa nada do ponto de vista da manifestação de riqueza.
Mas no conjunto, se forem muitos apartamentos, o proprietário tem grande capacidade
contributiva. Logo essa progressividade ofende a capacidade contributiva.
Problema: considerar o imóvel isoladamente considerado e auferir as características
pessoais do contribuinte.
Argumentos quanto à constitucionalidade:
A progressividade realiza o princípio da capacidade contributiva, pois realiza tributação
mais justa.
“o princípio da capacidade contributiva representa o fundamento geral para a
progressividade de todos os impostos.”
O princ da capacidade contributiva seria o fundamento de validade de todas as leis que
estabelecem progressividade de impostos, independentemente de uma previsão
específica.
A tendência é o STF dizer que a EC apenas explicita algo que já estava na CF e a EC 29
é sim válida.
RE 423.768. ACOMPANHAR. Informativo 433 STF.
Posição do Min. Marco Aurélio: a ec só aclarou o que estava no 145, §1º. Princ. geral
para a progressividade de todos os impostos.
Tal raciocínio está sendo aplicado à progressividade do ITCMD.
Em resumo:
STF → tendência de considerar que a progressividade fiscal de alíquotas está implícita
no texto constitucional – art. 145, §1º
Leis municipais anteriores à EC 29/2000, pela súmula 668, são inconstitucionais.
Com esse novo entendimento do STF, as leis municipais anteriores à EC não é
inconstitucional. Tinha como fundamento o que estava implícito no art. 145, §1º.
Março 2009 a questão teve a repercussão geral reconhecida. STF terá que ratificar ou
não a súmula 668.
(notícia STF de 12março2009 – VER NO MATERIAL DE APOIO).
ITBI e ITCMD
Elementos ITCMD ITBI
Previsão Art. 155, I e § 1º Art. 156, II, §2º
constitucional
Fatos Transmissão Transmissão
geradores → de quaisquer bens ou direitos → de um bem imóvel ou de um
direito (a e b) relacionado a este
→ 2 motivos para a transmissão: bem imóvel
- causa mortis → transmissão onerosa por ato
- doação intervivos
a) Direitos reais
b) Cessão de direito à aquisição do
imóvel.
Obs. Em caso de transmissão de
direito real de garantia, não incide
ITBI – imunidade.
Competência → bem imóvel: Estado de Município de localização do bem.
a exigência localização do bem
→ bem móvel: Estado em que se
processar o inventário ou
arrolamento ou o Estado de
domicílio do doador.
Base de Valor venal do bem Valor venal do bem
cálculo
Progressividade
1. são impostos reias
2. não há autorização constitucional específica (para a progressividade)
CLS.: ITBI e ITCMD NÃO podem ser progressivos.
ISS
Aspectos constitucionais
Fato gerador
Prestação de serviços de qualquer natureza
No entanto, a incidência do ISS está condicionada a 2 questões:
1) ISS não pode incidir sobre serviços tributados pelo ICMS – art. 155, II (serviços de
transporte interestadual, intermunicipal e serviços de comunicação).
2) serviços devem estar definidos em lei complementar, a qual será nacional (e NÃO
municipal) que estabelecerá a lista de serviços e, portanto, quais são os serviços
passíveis de tributação. A partir dessa lista, é que teremos a lei municipal que cria o ISS.
LC 116/2003.
Antes dela o ISS era disciplinado por um Decreto lei – DL 406/68. e lc 56/87
EC 37/2002
Alterou o §3º do art. 156.
Art. 156, § 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei
complementar:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de
2002)
II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 3, de 1993)
III - regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e
revogados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
LC, 116/03, Art. 8º As alíquotas máximas do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza são as
seguintes:
I – VETADO;
II – demais serviços, cinco por cento.
Alíquota mínima: 2%
Alíquota máxima: 5%
Aspectos infraconstitucionais
Ex. prestador de serviço localizado em Ribeirão Preto. Este prestador presta serviço no
local onde está o tomador de serviço – Barretos.
O ISS é devido pela prestação de serviços e é devido pelo prestador.
Prestação do serviço realizada em município diverso do município do estabelecimento
do prestador. Qual será o munic competente para exigir o imposto?
LC 116/03 – item 3.01 – locação de bens móveis e item 15.09: arrendamento mercantil.
O item 3.01 foi vetado, mas o 15.09 não.
15.09 – Arrendamento mercantil (leasing) de quaisquer bens, inclusive cessão de direitos e obrigações,
substituição de garantia, alteração, cancelamento e registro de contrato, e demais serviços relacionados
ao arrendamento mercantil (leasing).
Contribuintes alegaram que não deveria incide ISS nos contratos de arrendamento
mercantil, pois são contratos complexos que implicam a existência da locação de um
bem e, portanto, equivaleria incidir ISS sobre a locação de bens (arrendamento
mercantil não é integralmente serviço. Tem elementos que não são serviços).
Fundamento da tese – art. 110 CTN – Legislador tributário deve observar os conceitos
de direito privado estabelecidos no CC.
O DL 406/68, para evitar essa invasão, no art. 9º, §§ 1º e 3º, estabeleceu regime
especial: o ISS para as atividades desses profissionais será fixo. Terá base de calculo
estimada sobre a qual seria aplicada alíquota.
Ex. adv deveriam pagar R$ 120,00 de ISS por ano (é muito pouco considerando o que
advogado ganha)
LC 116/03 nada estabelece sobre esse regime especial. Estabelece que a bc é a prestação
de serviço e só.
Esta LC revogou tacitamente o DL 406. As prefeituras começaram a cobrar o ISS sobre
o valor da remuneração.
OAB foi ao PJ.
Argumento da OAB: a revogação deve ser expressa. Teria que haver menção expressa
na lc 116 sobre a revogação do art. 9º, §§ 1º e 3º.
LC 116/ 03, Art. 10. Ficam revogados os arts. 8º, 10, 11 e 12 do Decreto-Lei nº 406, de 31 de dezembro
de 1968; os incisos III, IV, V e VII do art. 3º do Decreto-Lei nº 834, de 8 de setembro de 1969; a Lei
Complementar nº 22, de 9 de dezembro de 1974; a Lei nº 7.192, de 5 de junho de 1984; a Lei
Complementar nº 56, de 15 de dezembro de 1987; e a Lei Complementar nº 100, de 22 de dezembro de
1999.
Esse art. 10 não cita o art. 9º. Logo os tribunais decidiram que não houve revogação. As
prefeituras então aumentaram o valor fixo do ISS. A questão nem chegou no STJ/ STF.
***O DL, no que se refere ao ISS, foi integralmente revogado, salvo no que tange ao
regime especial dos profissionais que prestam serviço em caráter pessoal.
Aula 14
25/06/2009
CONTRIBUIÇÕES
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio
econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação
nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no
art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
Na proposta original do CTN havia artigos sobre contribuições, mas essa parte foi
retirada do CTN. Não se sabia se contribuição era tributo.
Com a CF/88 consolidou-se que a contribuição é sim tributo.
Art. 195 – estabelece uma subespécie de contribuição social, a qual tem um regime
próprio além do regime tributário geral.
São as contribuições destinadas ao financiamento da seguridade social.
CF, Art. 212, § 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a contribuição
social do salário-educação, recolhida pelas empresas na forma da lei. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 53, de 2006) (Vide Decreto nº 6.003, de 2006)
Características próprias das contribuições: possuem destinação específica. Por conta
de uma contribuição, haverá um valor arrecadado. Esta contribuição tem por objetivo
ser um instrumento de atuação da União, logo, a receita arrecada com as contribuições
terá um destino certo, pré determinado, que é a ordem em que a contribuição intervém.
O fg das contribuições (ex.ter faturamento) se caracteriza não por uma atuação estatal,
mas por uma ação do contribuinte (ex. manifestar riqueza), tal qual nos impostos.
Contribuições e impostos – fato gerador/ base de cálculo semelhantes – manifestação de
riqueza pelo contribuinte.
As contribuições são criadas por LO. Não é preciso LC para criá-las. Salvo na hipótese
das contribuições residuais – art. 195, §4º.
Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes
Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à
assistência social.
PIS e COFINS
(Ver material de apoio)
Panorama
PIS – programa de integração social
Criado em 1970 pela LC 7/1970
Incidia sobre o faturamento das pessoas jurídicas.
Faturamento, nos termos do direito privado, equivale às receitas da pessoa jurídica,
provenientes de vendas de mercadorias e prestação de serviços.
CF/88 recepciona a LC 7 (art. 239) e no art. 195 estabelece a possibilidade de a União
criar outras contribuições sobre o faturamento das pessoas jurídicas. Assim, a União,
1991, por meio de LC 70/91 cria a COFINS, com fundamento no 195 da CF e
determina que ela incidirá sobre o faturamento das pessoas jurídicas.
1998 – LO 9.718/98 – unifica a disciplina normativa do PIS e da COFINS. Ambas as
contribuições continuam a incidir sobre o faturamento (base de cálculo).
Segundo essa lei, a contribuição incide sobre o faturamento entendido como receita
bruta. Receita bruta nos termos da lei equivale a todas as receitas da pessoa jurídica –
art. 3º, §1º da 9718.
Assim, essa lei amplia a bc das contribuições que antes de 1998 incidia sobre o
faturamento (receita decorrente de vendas de mercadorias e prestação de serviços).
Ex. pj que tem imóvel alugado, e não tem como receita principal essa atividade, a
receita de aluguel antes da lei de 98 não era incluída na bc.
EC 20/98 – altera o art. 195 para dizer no inciso I, alínea b: a contribuição incide sobre
a receita ou faturamento. A EC 20 veio para constitucionalizar a lei 9718
Art. 2º As contribuições para o PIS /PASEP e a COFI NS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito
privado, serão calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislação vigente e as alterações
introduzidas por esta Lei.
c Art. 15 da MP nº 2.158-35, de 24-8-2001, que até o encerramento desta edição não havia sido
convertida em lei.
Art. 3º O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica.
§ 1º Entende-se por receita bruta a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo
irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas.
CTN, Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos,
conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal,
pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para
definir ou limitar competências tributárias.
CF, Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
I - dos empregadores, incidente sobre a folha de salários, o faturamento e o lucro;
II - dos trabalhadores;
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa
física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
20, de 1998)
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre
aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
STF. RE 346.084
Equiparação entre faturamento e receita bruta é inconstitucional
Não há constitucionalidade superveniente no sistema jurídico brasileiro. A EC não
retroage.
Receita bruta só pode ser = a faturamento se corresponderem a vendas de mercadorias
ou prestação de serviços
Incosnt o §1, art. 3º da 9718 por ampliar o conceito de faturamento/ receita bruta.
ICMS imposto que é repassado para o próximo da cadeia ICMS . Esse repasse acaba
integrando a própria estrutura do ICMS, pois ele é repassado por meio do preço cobrado
deste próximo da cadeia, está embutido no preço. ICMS é tributo calculado “por
dentro”.
Ao comprar mercadoria, não se enxerga o qual do preço é o valor do ICMS. o
consumidor final é o que mais paga imposto.
Diferentemente, o IPI é calculado por fora, o contribuinte enxerga na NF quanto está
pagando de IPI. As reduções de IPI – estímulo econômico devem ser obsevadas pelos
comerciantes e industriais. O comprador pode ver se a determinação de reduzir o IPI do
governo para certos setores está sendo cumprida.
O ICMS, por estar embutido no preço, não sabemos que pagamos.
Compra e venda entre A e B. B paga para A com o ICMS embutido. Essa receita entre
em A como receita proveniente de venda de mercadoria. Porém, dentro desta receita, há
o ICMS e a legislação diz que esse ICMS embutido no preço deve ser computado para
fins de determinação da bc da COFINS e do PIS.
As empresas passaram a questionar: queriam descontar o ICMS do preço (da receita)
para que o PIS e a COFINS incidam sobre a receita da mercadoria apenas, sem o ICMS.
Ex. preço = 12 (3 de ICMS)
A bc do PIS e da COFINS deveria ser 12-3 = 9. A lei 9718, art. 3º, §2º dispõe que. O
valor recebido pela venda é a bc
Contribuintes alegaram desvirtuamento do conceito de faturamento (ofensa ao art. 110),
pois o ICMS não é receita da pessoa jurídica.
Outubro/2007 – o caso volta ao STF por meio de ADC 18, ajuizada pelo presidente da
república. A decisão desse julgamento seria erga omnes, RE é controle difuso.
Marco Aurélio não queria começar a discussão do zero. Mas ela foi conhecida.
Agosto/2008 – concedida liminar, gerando a suspensão de todos os processos que
discutiam a mesma tese. Em 180 dias o STF discutiria o mérito.
- TESE pendente do no STF: Art. 3º, §2º, I da lei 9718/98 é ou não constitucional.
Contribuintes – alegam ofensa ao 110 do CTN e que o ICMS não é receita da pj
X
FP – alega que o ICMS é custo da pessoa jurídica, logo é parte integrante da receita.
1. Ampliação da bc.
Art. 3º, §1º da lei 9718/98
STF reconhece a inconstitucionalidade porque
- a EC 20/98 não pode retroagir (para constitucionalizar a lei)
- ofensa ao art. 110 CTN.
Há PSV 22-9 (maio de 2009) + revogaçao do art.3º, §1 pela lei 11.941/09 (questão
continua relevante para os casos anteriores à revogação)
2. Inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições – art. 3º, §2º, I, 9718/98.
STF está pendente o julgamento da ADC 18 com a liminar concedida.
- Fundamento da FP: ICMS por dentro (≠ do IPI), logo é receita da pj.
- Fundamento dos contribuintes: ICMS é receita do estado. Entende diferente ofende o
art. 110 CTN.
Problemas formais:
3. Revogação de isenção
LC 70/91 x LO 9430/96
STF: não existe hierarquia entre LC e LO.
Questão material/ competência
STF: Logo, a revogação é constitucional porque a LC 70/91 é materialmente ordinária.
Definido em RE sem modulação de efeitos
4. Aumento de alíquota da COFINS
LC 70/91 e 9718/98
STF: Repercussão geral reconhecida
Possivelmente mesma orientação da tese 3: LC 70 é materialmente ordinária e, portanto,
a alteração de alíquotas seria constitucional.
EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS
(parte que faltou do sabbag)
CF, Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou
sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o
disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à
despesa que fundamentou sua instituição.
A CF não diz quais são os FGs dos empréstimos compulsórios. Não diz sobre o que o
EC compulsório só fala as situações fáticas que motivam a criação do EC.
Ex. confiscar a poupança para diminuir consumo e conter inflação (Collor). Não é EC.
Em tese se encaixaria no ctn, art. 15, III, mas este dispositivo é anterior à CF e a CF não
recepcionou este dispositivo.
Todo valor arrecadado com o EC deve ser aplicado nos motivos dos incisos I e II do
148. parág único do 148. Assim como as contribuições, os ECs têm sua receita
vinculada.
FG dos EC: para a doutrina são os FGs de impostos federais.
Bis in idem – tributação do mesmo ente, pelo mesmo fato, por meio de 2 tributos
distintos. Ex. EC sobre renda. IR já incide sobre a renda.
O bis in idem não é proibido.
Resumo EC:
Apenas a União e por LC.
Condição: ocorrência de uma das situações fáticas previstas nos incisos do art. 148 da
CF.
FG → FG de imposto da União. EC tem 2 características essenciais:
a) sua receita será destinada ao motivo de sua instituição
b) será restituído diante do término da situação que justificou a sua criação.
Art. 15. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir empréstimos compulsórios:
I - guerra externa, ou sua iminência;
II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários
disponíveis;
III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo. [não recepcionado pela CF/88]
Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições de seu resgate,
observando, no que for aplicável, o disposto nesta Lei.