Você está na página 1de 129

DIREITO TRIBUTÁRIO NA CF

(5 aulas: 1ª e 2ª – princípios, 3ª – imunidades, 4ª e 5ª tributos

Princípios Constitucionais Tributários


Art.s 150, 151 e 152 CF (são os mais importantes para prova)
Existem para limitar o poder de tributar
- “Limitações constitucionais ao poder de tributar”

PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA (art. 150,I, CF)


Previsão constitucional/legal

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios:
I - exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça;

Este art. expressa a legalidade tributária – só pode haver criação e majoração de


tributo por meio de lei.
Redução e extinção de tributos também dependem de lei (elementos desonerativos de
tributos. ex. isenção, remissão)

CF, Art. 5º II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei;

Este art. expressa à legalidade genérica, da qual irradiam conceitos reflexos, dentre os
quais a legalidade tributária.

LEGALIDADE
Dado histórico: origem da legalidade – séc. XIII, Rei João sem Terra recebeu pleito dos
súditos ingleses sobre a opressão gerada pelo tributo (apropriação material).
Magna Carta Libertatum – Constituição inglesa de 1215 – 1ª menção à legalidade – o
que estava previsto na lei estava consentido. Não poderia haver tributação sem o
consentimento popular.

Base da legalidade: CONSENTIMENTO

A legalidade na tributação passa pelo consentimento. Tributo legal é o tributo


consentido.

Pontes de Miranda: “a legalidade significa o povo tributando a si mesmo” (princ da


legalitariedade).

Elemento valorativo (axiológico):


Cada princípio tem um valor que levou à sua confecção
A SEGURANÇA JURÍDICA é o valor que está ligado à legalidade tributária. Tributo
precisa estar previsto em lei.

A lei é feita pelos representantes do povo (eleitos pelo povo).


Trinômio da legalidade: LEI, POVO, TRIBUTO (lei é produto da vontade popular e
como tal irradia o tributo)

Legalidade tributária esteve em todas as constituições brasileiras, exceto na de 37.

LEGALIDADE TRIBUTÁRIA (segurança jurídica):


- criação
- majoração
- redução
- extinção

Lei ordinária
LEI referida no art. 150, I, é LO (que não requer maioria absoluta para aprovação).
Tributo federal – LO federal
Tributo estadual – LO estadual
Tributo municipal – LO municipal

Lei complementar
Há apenas 4 tributos que devem ser instituídos por LC e não por LO (LC - aprovação
exige quorum privilegiado – maioria absoluta). São todos federais:

1. Imposto sobre grandes fortunas – art. 153, VII, CF


Para alguns doutrinadores esse tributo já foi criado. Entendem que LC trará normas
gerais sobre esse tributo e LO detalhará. Par concursos – literalidade da CF.

Cf, Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:


VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.

2. Empréstimo compulsório – art. 148 CF


(é tributo restituível)

Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou
sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o
disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à
despesa que fundamentou sua instituição.

3. Imposto residual (novo) – art. 154, I, CF

Art. 154. A União poderá instituir:


I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-
cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta
Constituição;

4. Contribuição social-previdenciária Residual – art. 195, parág. 4º CF

CF, Art. 195, § 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão
da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I.

Esses 4 tributos designam situações limítrofes.


LO que cria tributos deve trazer a indicação do quanto pagaremos (valor), quem pagará
(contribuinte) e elementos fundantes e estruturais da lei tributária (alíq, bc, etc).

ELEMENTOS NECESSÁRIOS À TIPOLOGIA DA LEI TRIBUTÁRIA

Tipo tributário – tipo legal – segurança jurídica, 5 elementos estruturais.

Há uma lista taxativa (exaustiva, “números clausus”) desses elementos (são 5) – art. 97
CTN:

- alíquota
- base de cálculo
- sujeito passivo (devedor do tributo)
- multa (pena tem que estar prevista em lei)
- fato gerador (situação concreta que impõe o dever de pagar o tributo)

Art. 97. Somente a lei pode estabelecer:


I - a instituição de tributos, ou a sua extinção;
II - a majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 39, 57 e 65;
III - a definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no inciso I
do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo;
IV - a fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos artigos 21,
26, 39, 57 e 65;
V - a cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus dispositivos, ou para
outras infrações nela definidas;
VI - as hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de dispensa ou
redução de penalidades.

Nomes que se referem ao art. 97 e seus incisos:

LEGALIDADE ESTRITA (se a lei não demarcar o sujeito passivo, viola a estrita
legalidade)

RESEVA LEGAL

TIPICIDADE FECHADA (REGRADA OU CERRADA)

*** PRAZO para pagar o tributo pode ser disciplinado por ato infra legal?

*** STF entende que esse prazo pode estar em ato infralegal, porque não faz parte da
lista do art. 97 CTN. PARA CONCURSO ADOTAR ESSA POSIÇÃO.

Doutrina: o prazo está relacionado ao elemento tempo que está muito ligado à segurança
jurídica.

(ver acórdão STF – RE 140.669 PE (1998) há dois votos vencidos com a posição acima
da doutrina)

Observações extras:

 Obrigação acessória pode estar ligada a um ato infralegal?


Obrigação principal – ato de pagar. O que não for pagamento é obrigação acessória.
São deveres instrumentais do contribuinte. (e não patrimoniais, como a obrig
principal)

Tais deveres podem estar em atos infralegais

Art. 113, parág 2º CTN “legislação tributária”

Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.


§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de
tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações,
positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação
principal relativamente à penalidade pecuniária.

Decreto, Portaria, IN etc. podem disciplinar, por ex., modo de preenchimento de


uma guia para pagamento de um tributo, modo de entrega etc.

CTN, art. 97, § 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que
importe em torná-lo mais oneroso.
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, a atualização
do valor monetário da respectiva base de cálculo.

Quando houver alteração na bc e o tributo ficar mais oneroso – MAJORAÇÃO. Só a


lei pode fazê-lo.

Atualizar bc não é majoração, logo ato infralegal pode fazê-lo. Atualização=


utilização de índices oficiais de correção do tributo.

OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS E ATUALIZAÇÃO DE BASE DE CÁLCULO –


fogem à estrita legalidade.

EXCEÇÕES AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA

Tributo só pode ser criado e majorado por meio de lei. Ato infralegal pode criar tributo
ou aumentar?
Na verdade não há exceção. Há mitigação do princ. Da legalidade. Existe mitigação
para o tributo no tocante à alíquota; o PE pode mexer nas alíquotas – atenuação à
legalidade.
(a alíquota tem que estar prevista em lei. PE pode aumentar ou diminuir a alíquota)

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:


I - importação de produtos estrangeiros;
II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
III - renda e proventos de qualquer natureza;
IV - produtos industrializados;
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários;
VI - propriedade territorial rural;
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.
§ 1º - É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar
as alíquotas dos impostos enumerados nos incisos I, II, IV e V.
Art. 153, parág 1 º CF: 4 impostos federais podem ter suas alíquotas aumentadas ou
diminuídas por ato do PE: (obs. A alíquota tem q estar prevista em lei. A majoração
ou diminuição é que pode ser feita por ato infralegal). A majoração ou redução da
alíquota pelo PE só é permitida para atender a finalidades extrafiscais de
regulação do mercado e da economia e não para qualquer outra finalidade

1. II (Imposto de importação)
2. IE (imposto de exportação)
3. IPI
4. IOF

Isso porque são impostos EXTRAFISCAIS, regulam o mercado e a economia do país.

EXTRAFISCALIDADE é a característica (atributo) do tributo regulador do mercado ou


da economia. Viés regulatório.

É preciso flexibilidade nesses impostos, daí IMPOSTOS FLEXÍVEIS.

Conseqüência: PE pode mexer nas alíquotas para atingimento de uma finalidade extra,
que não arrecadatória.

Ex. Decreto 6339/2008 – aumentou alíq do IOF para compensar perdas da CPMF. se
fosse para cumprir função extrafiscal não haveria irregularidade, pois IOF é imposto
extrafiscal. Porém, como foi para compensar perdas, houve ADI contra esse Decreto.
(ADI 4002). Teria que haver lei para aumentar a alíq do IOF para essa finalidade.

EC 33/2001 – Trouxe mais duas exceções (mais 2 hipóteses de mitigação do princípio


da estrita legalidade)

5. CIDE COMBUSTÍVEL – Art. 177, parág. 4º, I, “b”, CF.


É um tributo federal e pode ter alíq reduzidas e reestabelecidas por ato infralegal

Art. 177, § 4º A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades
de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool
combustível deverá atender aos seguintes requisitos: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de
2001)
I - a alíquota da contribuição poderá ser: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)
b)reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art.
150,III, b; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

(EC prevê o tributo, LO cria)

Lei 10.336/2001 – cria a tributação de combustíveis. Essa lei traz a alíquota. EC – O


PE pode reduzir e restabelecer a alíquota até 20% (mais que isso precisa de lei)
Por quê? CIDE Tb é dotada de extrafiscalidade.

6. ICMS COMBUSTÍVEL – art. 155, parág 4º, IV, “c”, CF


Tributo não federal.
É exceção ao princ. Da legalidade tributária
Alíquota – redução / restabelecimento.
Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
§ 4º Na hipótese do inciso XII, h, observar-se-á o seguinte: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33,
de 2001)
IV - as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal, nos
termos do § 2º, XII, g, observando-se o seguinte: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001)

OBS. Este é o único caso em que se pode falar que se trata de exceção propriamente
dita à legalidade estrita (e não mitigação apenas), pois originariamente não é lei que
trata da alíquota. (nos demais casos trata-se de mitigação, pois as alíquotas são
previstas em lei e atos do PE pode “mexer”.)

O ato do PE nesse caso é o CONVÊNIO INTERESTADUAL

CONFAZ – estipula alíq do ICMS Combustível, o que é muito criticável, pois


deveria haver lei determinando alíq e o PE apenas aumentaria ou diminuiria.

Motivo: extrafiscalidade.

EC 32/2001 E O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA

Art 62, parág 2º CF – medida provisória

§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os previstos nos arts.
153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro seguinte se houver sido convertida
em lei até o último dia daquele em que foi editada.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

Traz a possibilidade de MP criar e aumentar imposto no Brasil.

Coloca em cheque a segurança jurídica. MP é instrumento normativo do PE. Não


poderia criar e aumentar tributos. O PE só poderia atuar em campos que não
penetrassem a reserva da lei.

STF – antes da EC 32 – Posição política entendia que MP podia criar e aumentar


tributos. EC 32 trouxe para a CF o que o STF já permitia.
A doutrina majoritária diverge dessa posição do STF.

Esse dispositivo é constitucional, pois está na CF.

Tributo (gênero). Espécies:


- impostos
- taxas
- contribuições melhoria
- empréstimo compulsório
- contribuições em geral

CF – MP pode criar ou aumentar IMPOSTO. Outros tributos não, segundo a CF.


Segundo o STF, é possível aumentar ou criar tributos por meio de MP e não só
impostos.

MP 164/2004 – instituiu 2 contribuições : PIS importação e COFINS importação.


Matérias cabentes à LC não poderão ser objeto de MP. “onde a lei complementar versar,
a MP não irá apitar”.
LC – exige maioria absoluta para aprovação. Não se compatibiliza com o imediatismo
eficacial da MP.

Art. 62, parág. 1º, III, CF.

§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: (Incluído pela Emenda Constitucional nº
32, de 2001)
III - reservada a lei complementar; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 32, de 2001)

Site LFG: Há diferença entre o princípio da legalidade e o princípio da reserva legal?


19/12/2008-12:30
Autor: Gabriela Gomes Coelho Ferreira;

Julgue os itens subseqüentes, relativos aos direitos e garantias fundamentais.

60 - O princípio da reserva legal equivale ao princípio da legalidade na medida em que qualquer comando
jurídico que obrigue determinada conduta deve provir de uma das espécies previstas no processo
legislativo.

NOTAS DA REDAÇÃO

Consoante orientação de José Afonso da Silva, a despeito do que afirma parcela minoritária da doutrina, a
melhor técnica difere o princípio da legalidade do princípio da reserva legal, uma vez que o
primeiro significa a submissão e o respeito à lei, ou a atuação dentro da esfera estabelecida pelo
legislador. O segundo consiste em estatuir que a regulamentação de determinadas matérias há de
fazer-se necessariamente por lei (SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 22.
ed. São Paulo: Malheiros, 2000. p. 421.).

O doutrinador soluciona a dificuldade de distinção com base no Direito Constitucional positivo, à vista
do poder que a Constituição outorga ao Poder Legislativo. Assim, afirma quando essa outorga consiste
no poder amplo e geral sobre qualquer espécie de relações (...), tem-se o princípio da legalidade.
Todavia, quando a Constituição reserva conteúdo específico, caso a caso, à lei, encontramo-nos diante
do princípio da reserva legal (SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 22. ed.
São Paulo: Malheiros, 2000. p. 421.).

Portanto, o princípio da legalidade, externado no artigo 5º, inciso II, da CR/88, estabelece que
ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Logo, as
obrigações dos indivíduos só podem ser criadas por espécies normativas produzidas em
conformidade com o devido processo legislativo.

Já o princípio da reserva legal ocorre quando uma norma constitucional atribui determinada matéria
exclusivamente à lei formal (ou a atos equiparados, na interpretação firmada na praxe), subtraindo-a,
com isso, à disciplina de outras fontes, àquelas subordinadas. (CRISAFULLI, Vezio apud SILVA, José
Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 22. ed. São Paulo: Malheiros, 2000. p. 421.)

Impende, ainda, analisar as duas espécies de reserva legal, conforme orientação da doutrina dominante:

a) Absoluta: quando a disciplina de determinada matéria é reservada, pela Constituição, à lei.


Assim, exclui-se qualquer outra fonte infralegal;

b) Relativa: quando a disciplina de determinada matéria é, em parte, admissível a outra fonte


diversa da lei, sob a condição de que esta indique as bases em que aquela deva produzir-se
validamente. Ou seja, são os casos nos quais a Constituição prevê a prática de ato infralegal sobre
determinada matéria, impondo, no entanto, obediência a requisitos ou condições reservados à lei. José
Afonso exemplifica com as hipóteses em é facultado ao Executivo a edição de decretos que alterem as
alíquotas dos impostos sobre importação (...) atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei
(SILVA, José Afonso da. Curso de direito constitucional positivo. 22. ed. São Paulo: Malheiros, 2000. p.
422, 423).

Por todo o exposto, constata-se que há diferenças entre os aludidos princípios, o que resulta na
INCORREÇÃO da afirmativa.

PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE TRIBUTÁRIA

Art. 150, III, “b” e “c”, CF.


Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou;
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou, observado o disposto na alínea b; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)
Considerações iniciais:

CF – Contém o Princ. Da Anterioridade e não o da Anualidade.


O sist. Tributário nacional não hospeda, hoje, este último.

Anualidade – princ. Do D. Financeiro. Está na CF, mas é aplicável ao D. Financeiro.


Tributo para ser exigido tem que estar previsto na lei orçamentária anteriormente
editada. Hoje isso não é exigido.
É preciso outros elementos de índole temporal (qdo o tributo será exigido) e não
material como o acima.

Art. 150, III, b – anterioridade anual ou de exercício

Art. 150, III, c – anterioridade privilegiada, qualificada ou nonagesimal.

Elemento axiológico:
Valor: segurança jurídica – idéia de proibição da tributação de surpresa, de supetão.
Tributação de inopino ou de supetão ou de surpresa.

Princ da eficácia derivada ou adiada (= princ. Da Anterioridade)

Alínea b:

U, Est, M e DF podem exigir tributo no exercício financeiro posterior à publicação da


lei.
Exercício financeiro = ano fiscal = ano civil = 1/01 a 31/12

Anterioridade anual – sempre existiu para tributo majorado ou instituído. Tributo só


pode ser cobrado a partir do exercício financeiro seguinte ao que foi publicada a lei que
o instituiu.

Princ. Da anterioridade – é cláusula pétrea (núcleo imodificável da CF)


STF – EC 3/1993.
***Se redução de tributo é algo que beneficia o contribuinte, não é preciso observar a
anterioridade. (posição do STF e da doutrina)

Em 2003 – EC 42 - Trouxe a alínea c ao 150, III.

Outro elemento temporal:

Lei (90 dias) → $

Anterioridade nonagesimal:
A partir de 2004. entre a publicação da lei e a exigência do tributo deve haver um átimo
(período) de 90 dias.

Resumo: 2004, 2005, 2006, 2007, 2008 e 2009: anterioridade anual + nonagesimal.

Ex. tributo majorado em 10/12/08


Anterioridade anual: 01/01/2009
Anterioridade nonagesimal: 10/03/2009

Ex. tributo majorado em 10/08/08


Anterioridade anual: 01/01/2009
Anterioridade nonagesimal: 10/11/2008

REGRA GERAL: caso o tributo seja criado ou majorado entre janeiro e setembro de um
ano (até 02/10 na verdade), a incidência da lei ocorrerá em 01/01 do ano seguinte. Se
isso não se der (entre outubro e dezembro), a data de incidência ocorrerá a partir de
01/01.
Taxa criada em fev/09 – deverá incidir a partir de 01/01/2010.

EXCEÇOES AO PRINC DA ANTERIORIDADE TRIBUTÁRIA

Incidência do tributo ou majoração não ocorrerá em 01/01 do ano seguinte nem no 90º
dia:

- Incidência imediata;
- tributos que obedecerão somente uma das anterioridades.

Conclusões:

Art. 150, parág. 1º CF

1. Lista de tributos que não respeitam a anterioridade anual e a nonagesimal:


II, IE, IOF, IEG (imposto extraordinário de guerra), Empréstimo compulsório
(calamidade pública e guerra externa)
São exigidos imediatamente porque: extrafiscalidade E situações emergenciais.

2. lista de tributos que não respeitam a anterioridade anual, mas obedecem á


nonagesimal:
IPI, CIDE COMBUSTÍVEL, ICMS COMBUSTÍVEL
IPI majorado será pago 90 dias após.
3. lista de tributos que NÃO respeitam a anterioridade nonagesimal, mas
obedecem a anual:
IR e alterações na base de cálculo do IPTU e do IPVA.
(IR nunca foi exceção à anterioridade anual. A partir de 2004 é exceção à
anterioridade nonagesimal)
Se IR for majorado em 31/12, incide em 01/01 do ano seguinte.

Caso o IR seja majorado nos últimos dias do ano (ou em qq data), a incidência da lei
recairá sempre em 01/01 do ano seguinte.
(IR pessoa física – pagamento feito em abril (incidência a partir de janeiro).

4. Casos aos quais se aplica a regra: (anterioridade anual e nonagesimal)


- Todos impostos municipais: IPTU, ISS e ITBI
- Estaduais: ICMS, IPVA (alíquota) e ITCMD
Alteração na bc do IPVA é exceção à anterioridade nonagesimal)
- Federais: ITR, imposto sobre grandes fortunas, imposto residual

Outros tributos: contribuição de melhoria, taxa (REGRA)

Ver simulado no site do professor – intensivo II

Aula 02
16/03/2009
Princípios Tributários (continuação)

PRINCÍPIO DA ISONOMIA

Art. 150, II, CF – Isonomia tributária

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios:

II - instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida
qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente
da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos;

Isonomia na CF (genérica)
- Preâmbulo
Nós, representantes do povo brasileiro, reunidos em Assembléia Nacional Constituinte para instituir
um Estado Democrático, destinado a assegurar o exercício dos direitos sociais e individuais, a
liberdade, a segurança, o bem-estar, o desenvolvimento, a igualdade e a justiça como valores supremos
de uma sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos, fundada na harmonia social e comprometida,
na ordem interna e internacional, com a solução pacífica das controvérsias, promulgamos, sob a
proteção de Deus, a seguinte CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL.

- art. 5º, caput CF


Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza [igualdade formal e
substancial], garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

- art. 5º, I CF
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;

- art. 3º, IV, CF


Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:
IV - promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação.

Regime ditatorial – havia muita desigualdade tributária, havia isenções desarrazoadas,


ocupantes de determinados cargos não pagavam impostos, etc. daí a preocupação do
legislador constituinte com a isonomia.

O Princ. Da Isonomia Tributária é o princípio da proibição dos privilégios odiosos.

Portanto, é vedado aos entes tributantes instituir tratamento desigual entre contribuintes
que se encontrem em situação equivalente.

Tal comando proclama negativamente o que se dispôs afirmativamente no caput do art.


5º da CF: “É vedado...”.

Elemento axiológico
O valor homenageado nesse princípio é a justiça/ justiça distributiva.

O princ do art. 150, II avoca interpretação muito expressiva. Quais os seus conteúdos?

- quem são os iguais para fins tributários?

OBS. Memorize que a igualdade tributária, sendo relativa, será alcançada mediante o
tratamento igual aos tributariamente iguais e o tratamento desigual aos tributariamente
dessemelhantes.

Os iguais serão determinados a partir da interpretação objetiva do fato gerador, sendo


desimportantes os aspectos externos ao fato imponível (= fato gerador). Nessa medida,
não importa verificar se o ato praticado é juridicamente válido, nem mesmo se os seus
efeitos são relevantes. Assim dispõe o art. 118 do CTN.

Ex. o recém-nascido (ou criança), a prostituta, o bicheiro etc. quando realizam o fato
gerador, podem ser sujeitos passivos da obrigação tributária.
(criança absolutamente incapaz que recebe apartamento por herança é contribuinte do
IPTU. Porém ela não paga o imposto, quem o fará são os pais. Pai é responsável
tributário pelo tributo devido pelo filho menor)
Se o bicheiro auferir renda, será chamado a pagar IR
A dona da casa de prostituição tem que pagar IPTU.

CTN, Art. 118. A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se:


I - da validade jurídica dos atos efetivamente praticados pelos contribuintes, responsáveis, ou terceiros,
bem como da natureza do seu objeto ou dos seus efeitos;
II - dos efeitos dos fatos efetivamente ocorridos.

Esse art. é conhecido pela máxima latina: tributo “NON OLET” (não tem cheiro).
(em Roma, imperador Vespasiano, tinha filho – Tito. Havia a prática de tributar a
utilização dos banheiros públicos – cloacas. Tito indagou Vespasiano sobre essa prática.
Este, então, deu uma moeda ao filho e perguntou-lhe: a moeda tem cheiro? Não. Daí
tributo NON OLET.)

Tributam-se quaisquer pessoas que tenham realizado o fato gerador.

(***) A capacidade tributária passiva é plena (caput do art. 126 do CTN).

CTN, Art. 126. A capacidade tributária passiva independe:


I - da capacidade civil das pessoas naturais; [ex. absolutamente incapaz pode ser tributado]
II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de
atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios; [ex.
presidiário que joga na sena e ganha. Paga IP, contribuição ao INSS, ... sobre o prêmio. Ex2.
profissionais liberais (médico, advogado) não habilitados que realizam o fato gerador do ISS.]
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade
econômica ou profissional. [ex. camelô. Realiza saída de mercadorias, tem que pagar ICMS. Ex. pj que
pede baixa na receita federal, mas continua trabalhando]

A exata compreensão da isonomia tributária requer o estudo de um princípio correlato,


ou seja, o Princípio da Capacidade Contributiva (art. 145, parág. 1º CF). A
Capacidade contributiva se entrelaça com o Princípio da Isonomia Tributária, sendo
desta, corolário (consequência).

CF, Art. 145§ 1º - Sempre que possível [e não sempre. apenas], os impostos [e não tributos] terão caráter
pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração
tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos
individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.

 Expressão “impostos” nesse art.: o texto constitucional refere-se tão somente a


uma espécie de tributos, ou seja, os impostos.
É importante frisar que a CF/46 previa o Princípio com a expressão “tributos”
(art. 202). Com as emendas constitucionais posteriores, tal artigo foi revogado,
indicando que a matéria desapareceu das constituições de 67 e 69, retomando o
curso na CF/88.

(***) Na jurisprudência, o STF tem estendido o Princípio a outras espécies


tributárias, por exemplo, às taxas (taxa de fiscalização dos mercados de títulos e
valores mobiliários – foi considerada constitucional – Súmula 665 STF)

Súmula 665 254/281 É CONSTITUCIONAL A TAXA DE FISCALIZAÇÃO DOS MERCADOS DE


TÍTULOS E VALORES MOBILIÁRIOS INSTITUÍDA PELA LEI 7940/1989.

 Expressão “sempre que possível” significa que o postulado deve ser aplicado de
acordo com as possibilidades técnicas de cada imposto. Assim, não significa que
o Princípio poderá ser aplicado ou não. Note que não há facultatividade não sua
aplicação. Desse modo, cabe ao estudioso descobrir os meios de exteriorização
da capacidade contributiva. Note alguns: progressividade, proporcionalidade e
Seletividade

(Tema importante para 2ª fase de concursos como magis federal e PFN)

PROGRESSIVIDADE – (é um meio de exteriorização da capacidade contributiva). É


técnica de incidência de alíquotas variáveis, perante bases de cálculo igualmente
variáveis. A sistemática está explícita no texto constitucional. Há 3 impostos
progressivos na CF:

1. Imposto de renda – art. 153, parág 2º, I, CF

Art. 153, § 2º - O imposto previsto no inciso III (Sobre renda e proventos de qualquer natureza):
I - será informado pelos critérios da generalidade, da universalidade e da progressividade, na forma da
lei;

IR Progressivo: 3 critérios informadores:


- generalidade [significa que o IR deverá incidir sobre todas as pessoas. Refere-se à
sujeição passiva], universalidade [incide sobre todas as rendas. o critério diz com
base de cálculo] e progressividade [contempla alíquotas variáveis].
Intuito eminentemente arrecadatório. A progressividade do IR é fiscal.

2. IPTU – art. 156, parág 1º, I e II, CF

Art. 156, § 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o
imposto previsto no inciso I poderá:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000)

IPTU progressivo: o IPTU sempre foi progressivo no tempo (art. 182, parág. 4º, II,
CF), buscando desestimular o inadequado tratamento da propriedade urbana.
Com a EC 29/2000, a progressividade do IPTU foi modificada, passando ele a ser
progressivo em razão do valor do imóvel e apresentando alíquotas diferentes de
acordo com a localização e o uso. Sendo assim, o IPTU progressivo, após a EC 29,
ganhou uma progressividade fiscal, que hoje coexiste com a anterior
progressividade extrafiscal (função social da propriedade).

(***) Ler Súmula 668, segundo a qual os critérios novos da EC (progressividade


fiscal) não poderiam alcançar as situações anteriores a 2000.

Súmula 668 É INCONSTITUCIONAL A LEI MUNICIPAL QUE TENHA ESTABELECIDO, ANTES DA


EMENDA CONSTITUCIONAL 29/2000, ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS PARA O IPTU, SALVO SE
DESTINADA A ASSEGURAR O CUMPRIMENTO DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE URBANA.

3. ITR – art. 153, parág 4º, I, CF.

Art. 153, § 4º O imposto previsto no inciso VI do caput:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº
42, de 19.12.2003)
I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de
propriedades improdutivas; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
ITR Progressivo: este é mais um caso de imposto com progressividade extrafiscal.
Serve para desestimular o ausentismo (manutenção da propriedade rural
improdutiva)

Quais são os 2 impostos com progressividade extrafiscal no Brasil: IPTU e ITR


(Fundação Carlos Chagas – procurador do Tribunal de Contas)

PROPORCIONALIDADE
Técnica de incidência de alíquotas fixas. Tal sistemática está implícita na CF.
(Progressividade está explícita na CF). (O que não é progressivo tende a ser
proporcional).
Há impostos que devem ser naturalmente proporcionais, por ex., os chamados
“INDIRETOS” – aqueles que incidem de fato sobre o adquirente do bem, em nítida
repercussão tributária. Ex. ICMS, IPI e tantos outros.

(***) SELETIVIDADE
Técnica de incidência de alíquotas que variam na razão inversa da essencialidade do
bem. Quanto mais essencial, menor a alíquota.
Por quê?
Para se buscar a justiça fiscal; para combater a regressividade no nosso sistema (“quem
ganha mais, paga menos; quem ganha menos, paga mais”); etc.

(Progressividade: quem ganha +, paga +, quem ganha -, paga menos. No sistema


brasileiro acontece o contrário, que ganha -, paga +.
Ver site do professor – palestra sobre regressividade.)

Há 2 impostos seletivos previstos no texto constitucional: o ICMS e o IPI. Tais


impostos tendem a onerar mais os produtos considerados supérfluos (cosméticos,
perfumes etc) ou nocivos (cigarro, bebidas alcoólicas etc).

ICMS Seletivo – art. 155, parág 2º, III. Seletividade facultativa (“poderá ser”)

CF, Art. 155, parág. 2º, III: poderá ser seletivo, em função da essencialidade das mercadorias e dos
serviços;

IPI seletivo – art. 153, parág. 3º, I, CF. Seletividade obrigatória (“será”)

CF, Art. 153, § 3º - O imposto previsto no inciso IV:


I - será seletivo, em função da essencialidade do produto;

Recapitulando:

IR – geral, universal e progressivo.


IPTU – progressivo (ou não seletivo)
ITR – progressivo (ou não seletivo)
ITBI – não progressivo – súmula 656 STF.
ICMS – proporcional, seletivo e não cumulativo (proibição da tributação em cascata)
IPI – proporcional, seletivo e não cumulativo
Súmula 656 STF É INCONSTITUCIONAL A LEI QUE ESTABELECE ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS
PARA O IMPOSTO DE TRANSMISSÃO "INTER VIVOS" DE BENS IMÓVEIS - ITBI COM BASE NO
VALOR VENAL DO IMÓVEL.

PRINCÍPIO DA IRRETROATIVIDADE TRIBUTÁRIA

Art. 150, III, “a”, CF – irretroatividade tributária

CF, Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios:
III - cobrar tributos:
a) em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver instituído ou
aumentado;

Art. 5º, XXXVI, CF – irretroatividade genérica

XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;

Irretroatividade = não retroatividade, ou não retroação.


Como é sabido, a lei deve conter vigência prospectiva, devendo viger “para frente”.

Anterioridade tributária X Irretroatividade Tributária


Eficácia da lei tributária Vigência da lei tributária
Exceções na CF Sem exceções na CF
Exceções para “tributos” Exceções para “penalidades”

Elemento axiológico
Tal postulado também prestigia a segurança jurídica.

É Vedada a cobrança de tributos em relação a fatos geradores ocorridos antes do início


da vigência da lei que os houver instituído ou aumentado. Note o desenho:

LEI → FATOS GERADORES

Lei alcança FGs a ela posteriores.

Na prática as leis tributárias entram em vigor na data da publicação, adiando-se a


incidência da norma para a data imposta pelo cálculo da anterioridade tributária –
PARALISAÇÃO DA EFICÁCIA.

Só para argumentar, se a lei publicada não fizer menção à data de vigência, deverá
haver o necessário respeito ao prazo de 45 dias (vacatio legis - LICC), antes do qual
não se poderá atingir os fatos geradores.

LICC (Dir Civil – vacatio legis). em dir. tributário não se trabalha com vacatio legis,
normalmente.

Ex.
- lei publicada em 15/12/2008
- entra em vigor em 15/12/2008
- eficácia – meados de março (nonagésimo primeiro dia a contar de 15/12)

Ex.
- lei publicada em 15/12/2008
- vigor: a lei não disse a respeito, logo será: 45 dias (30/01/2009)
- eficácia: meados de março (nonagésimo primeiro dia a contar de 15/12)

Tal princípio comporta exceções? [(na CF não há ressalva) não existe exceção à
irretroatividade. Há leis produtoras de efeitos pretéritos (tal qual em direito penal).]
Com rigor terminológico, não existem exceções a tal princípio, previstas no texto
constitucional. Em verdade, “atenua-se” o postulado com a existência de leis produtoras
de efeitos jurídicos sobre atos pretéritos. A bem da verdade será possível concluir que
tais leis são a pura confirmação da regra.

(concursos podem chamar de exceção)

Lei → fato gerador ← lei

Em amarelo – regra
Sublinhado – exceção (Art. 106, CTN)

CTN, Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:


I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à
infração dos dispositivos interpretados;
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:

2 Casos de leis produtoras de efeitos jurídicos sobre atos pretéritos:

- inciso I: lei interpretativa em qualquer caso, desde que, sob o pretexto de interpretar,
inflija (imponha) penalidade;
Lei interpretativa. (não modifica direito – “lei modificativa”)
Interpretação autêntica (legal ou legislativa): é a interpretação feita pelo próprio PL.
Necessidade: retirar obscuridade da norma.
(Em geral, o PJ é que interpreta)

Testes: memorize que tal retroprojeção ocorrerá em qualquer caso, desde que a lei
interpretativa não imponha o ônus patrimonial afeto à multa relativa aos dispositivos
interpretados.

- Inciso II – lei mais benéfica, quanto às infrações (e não a tributo).

Aula 03
07/04/2009
(Continuando Princípio da Irretroatividade tributária)

A lei antecede os fatoes geradores aos quais ela se refere – arts. 106, I e II do CTN –
leis produtoras de efeitos jurídicos pretéritos – exceções.
Inciso I - Lei interpretativa (interpretação autêntica)
Inciso II – lei mais benéfica, quanto às infrações (e não a tributo).
O inciso II do 106 mostra que se a lei for mais benéfica deverá retroagir.

Lei → FG ← lei mais benignina

DP – a lei mais benigna retroage.


Não é adequado falar em exceção. Pois a retroatividade da lei mais benigna é a regra.
Na prova marcar que é exceção)

O princ. do inc. II é chamado - Princípio da Benignidade

Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: [atenuação (“exceção”) ao princípio da irretroatividade
tributária]
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade
à infração dos dispositivos interpretados;
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: [princípio da benignidade]
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que
não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo; [esta alínea
reproduz a “a” com outras palavras. Há uma prolixidade.]
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua
prática. [retroatio in melius]

Parte final da alínea b – há retroprojeção da lei quando a lei fala que o ato não é mais
infração. Não há retroprojeção para ato fraudulento ou que tenham implicado em falta
de pagamento.

*** Alínea c – uma lei que prevê penalidade (multa) menos severa, multa menor (menor
com relação à multa da lei do passado). – “Retroatio in Melius”

Exercício – alínea “c”

Lei → FG ← lei (multa mais benigna)

Lei A FG Lei B Auto de infração


Publicada em 2005 2006 2007 2009
Alíquota: 10% Alíquota: 12% Alíquota: 12% -
Multa: 40% * Multa: 25% 10%
Multa: 40% - 25%

Com o tempo a alíquota aumentou e a multa diminuiu.

O AI é constitucional? Não.
O AI deveria considerar a alíquota de 10% e a multa de 25%.
A alíquota será SEMPRE a do momento do FG.
No tocante à multa, tem que aplicar a lei mais benigna. Logo a lei B retroage. Tal
percentual de multa (25%) só estará correto se... O ATO NÃO ESTIVER
DEFINITIVAMENTE JULGADO.

Aplica-se o princípio da retroatividade em qualquer caso – inciso I. mas no II, há a


condição de não estar definitivamente julgado.
Ato não definitivamente julgado: ato pendente de julgamento na órbita
administrativa ou judicial?
Ex. acabou a via administrativa e sobreveio lei mais benéfica. Pleiteio a multa mais
benéfica. E a fazenda recusa.

Muito se discutiu na doutrina quanto ao momento em que o ato se mostrava


definitivamente julgado, uma vez que, ultrapassada esta data, ainda que sobrevindo
multa mais benéfica, esta não poderia ser aplicada.

Para Aliomar Baleeiro, a definitividade pode se dar tanto na órbita administrativa


quanto na órbita judicial, e não apenas na primeira.

Exercício: A expressão ato não definitivamente julgado, refere-se ao âmbito


administrativo – ERRADO.

Na trilha de Aliomar Baleeiro seguiu o STJ – RE 295.762/ RS j. 05/08/2004.

Dica extra: art. 144, § 1º do CTN

Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei
então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. [princípio da irretroatividade]
§ 1º Aplica-se ao [momento do] lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato
gerador da obrigação, tenha instituído i) novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ii)
ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou iii) outorgado ao crédito
maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade
tributária a terceiros.

Aplica-se a lei do momento do lançamento (e não do momento do FG) em 3 casos:


- novos critérios de apuração ou processos de fiscalização,
- ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas,
- outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios

Essas 3 situações tratam de aspectos procedimentais ou formais da relação jurídico


tributária. Nenhuma delas trata da substância da relação jurídico tributária (alíquota,
multa). Substância – lei do momento do FG, com exceção da multa mais benéfica.

“exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros.”

Responsável tributário – é o sujeito passivo. Inclusão de um sujeito passivo (É


substância) → lei do momento do FG.

Ex. CPMF nasceu em 96. segundo a lei, infos bancárias que poderiam ser coletadas pelo
fisco em razão da CPMF jamais seriam usadas para a fiscalização de outro imposto. Em
2001, publicada lei que ampliou os poderes de investigação do fisco permitindo a
utilização da CPMF para confronto com a declaração do IR. Logo, a legislação nova
aplica-se ao momento do lançamento. STJ confirmou essa posição. Não fere o princípio
da irretroatividade em função do 144, § 1º.

Caso importante de aplicação do comando: o § 1º do 144 teve aplicação conforme o


disposto na lei 10.174/2001 que, alterando a legislação da CPMF, permitiu a utilização
das informações bancárias para a tributação do imposto de renda. O STJ (1ª e 2ª turmas)
entendeu que a mencionada lei detinha cunho procedimental e, nessa medida, poderia
ter aplicação imediata. (só os fg (movimentações bancárias) após a sua edição poderiam
ser verificados).

**********
(encerramos princípios tributários)

IMUNIDADES TRIBUTÁRIAS
Conceito
Norma de não incidência tributária com previsão no texto constitucional.
(imunidade não se confunde com a isenção: imunidade está para a CF assim como a
isenção está para um ato infra constitucional.)

A imunidade demarca negativamente a competência tributária (frase de Roque


Carraza)
“a imunidade é uma norma de incompetência tributária” (entre aspas porque não existe)
Na CF... a União recebeu um poder político de instituição de certos tributos →
competência tributária.

Ex. A CF diz que a U, por LO federal tem que instituir o IR. Isso é competência
tributária.
Mas a CF não permite que a U tribute renda em algumas hipóteses. Cápsula blindada
de intributabilidade.

União recebeu o poder para criar e recebeu uma demarcação negativa de


competência tributária → imunidade. Não incidirá o IR sobre o templo religioso, por
ex.

***A imunidade é uma limitação constitucional ao poder de tributar, à semelhança


dos princípios tributários.

Alguns dispositivos de imunidade tributária:

1. Art. 195, § 7º, CF


Tributo: Contribuição social previdenciária
Contexto: desoneração das entidades de assistência social

Art. 195, § 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de
assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei.

Onde se lê “são isentas”, leia-se “são imunes” → STF.

2. Art. 149, §2º, I, CF (EC 33/2001)


Tributo: contribuição social e CIDE (contribuição de intervenção no domínio
econômico)
Contexto: desoneração das receitas de exportação
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio
econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação
nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no
art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.
§ 2º As contribuições sociais e de intervenção no domínio econômico de que trata o caput deste artigo:
I - não incidirão sobre as receitas decorrentes de exportação;

3. art. 184, § 5º, CF


Tributo: impostos (federais, estaduais e municipais).
Contexto: desapropriação de bens imóveis para fins de reforma agrária.
Trata-se do ITBI, imposto municipal.

Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel
rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da
dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a
partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei.
§ 5º - São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de imóveis
desapropriados para fins de reforma agrária. [caso de imunidade tributária e não isenção]

Imunidade tributária alcança quase todos os tributos (contribuição, imposto,...)

5 tributos: impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e


contribuições. Destes, 2 tributos não se ligam a normas imunizantes: contribuições de
melhoria e empréstimos compulsórios. Não há imunidades para esses dois tipos de
tributo.

4. art. 5º, XXXIV, alíneas a e b. afastamento de taxa por aqueles que são pobres.
Trata-se de caso de imunidade.

Art. 5º XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:


a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações
de interesse pessoal;

Há outros casos de imunidades na CF.

Principal dispositivo de imunidade:


***5. Art. 150, VI, “a”, “b”, “c” e “d”, CF
Trata-se de dispositivo que afasta tão somente os impostos.
Cuidado! Os demais tributos (taxas, contribuições de melhoria etc.) incidem
normalmente.

A) Alínea a → imunidade intergovernamental recíproca.


União, Estados, municípios e DF não poderão cobrar impostos uns dos outros.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos [e não qualquer outro tributo] sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; [imunidade recíproca ou intergovernamental
recíproca]
Sempre que estudar imunidade → verificar o valor. Não se pode afastar do valor -
elemento axiológico → O legislador quis homenagear o pacto federativo. Federalismo
de equilíbrio ou de cooperação.
Cobrança de imposto pressupõe uma relação de sujeição entre quem cobra e quem paga.
Daí a imunidade recíproca.

Ex. a União é imune ao IPTU (Municipal) exigível sobre a propriedade do prédio;


município é imune ao IPVA (estadual) exigível sobre a propriedade do veículo da
prefeitura.

Rol classificatório – 3 outros lugares em que aparece:


Alínea c, § 2º e § 4º
Imposto sobre patrimônio (ex. IPTU e IPVA), renda (ex. IR) e serviço. (está no CTN e
na CF)
IOF não é sobre patrimônio, nem sobre renda, nem sobre serviço. Mesmo assim, não
tem que incidir, em função do vetor axiológico.

O STF recomenda uma interpretação lata do rol acima, como se nota nas situações
abaixo:
1. não incide o IOF sobre operações financeiras realizadas por municípios.
STF – RE 196.415/PR, j. de 21/05/1996.

Para a devida compreensão do tema, deve-se ler o § 2º do art. 150.

§ 2º - A vedação do inciso VI, "a", é extensiva às autarquias e às fundações instituídas e mantidas pelo
Poder Público, no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades
essenciais ou às delas decorrentes.

A imunidade recíproca se estende a autarquias e fundações públicas.


Patrimônio, renda e serviço (para o STF não se limita a essas 3 hipóteses), vinculados
às finalidades essenciais ou às finalidades decorrentes das essenciais.

Autarquia federal não terá sobre ela incidindo o IPTU municipal? Depende. Vinculação
a finalidades.

Há 2 pessoas jurídicas que detém personalidade de direito privado: empresa pública e


sociedade de economia mista. Sobre estas 2 há tributação normal.

Existem certas empresas públicas e certas sociedades de economia mista que


desempenham papel de autarquia. Desempenham atividade exclusivamente de Estado.
Não seria o caso de imunizar essa entidade?
Casos julgados pelo STF:
– 2004 – correios – empresa pública que desempenha o serviço de correio. Imunidade
para os Correios.
- ISS da Infraero – aeroporto de SSA, Infraero é empresa pública mas desempenha
atividade exclusivamente de Estado. Logo, é imune.
- Sociedade de economia mista – companhia de águas e esgotos de Rondônia –
CAERD.
Cuidado! Há certas empresas públicas (ECT e Infraero) e sociedades de economia
mista (CAERD) que, desempenhando atividades na função exclusiva de Estado,
avocam a imunidade à semelhança das autarquias.

***Tributos indiretos, a imunidade tem sistemática própria: qdo a entidade imune


(igreja, entidade beneficente) vender os bens, prevalece a imunidade com relação ao
ICMS. Quando comprar os bens, incide o ICMS. Essa teoria é muito discutida no STF.
Pesquisa em casa: entidade imune vendendo mercadorias → imunidade. Entidade imune
comprando mercadorias → incidência. Isso vale para todas as alíneas e não só para a
imunidade da alínea a.

B) alínea b – imunidade religiosa.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos [e não qualquer outro tributo] sobre:
b) templos de qualquer culto; [imunidade religiosa]

Elemento axiológico preservado por esta imunidade: liberdade de culto ou religiosa.


Esta está no art. 5º, VI a VIII. Significa que cada um pode ter a sua religião e tem direito
às garantias constitucionais.

VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos
religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou
política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir
prestação alternativa, fixada em lei;

Brasil é um estado teísta (acredita em Deus). Deus está mencionado no preâmbulo da


CF, mas isso não significa que o ateu não tem proteção constitucional.
Sobretudo o Brasil é laico, ou seja, não é um estado confessional, não é um estado “de
religião”, mas sim um estado “de religiões”.

Estado confessional = religião e estado são a mesma coisa. Nesses estados não há
constituição, em geral. O livro sagrado é a constituição. Ex. Irã. O Brasil já foi estado
confessional até a proclamação da república – a religião era o catolicismo.

Todas as religiões no Brasil são protegidas: catolicismo é a religião majoritária. As


demais são protegidas também. Não há incidência de IMPOSTO sobre patrimônio,
renda ou serviço de qualquer templo.
Feriados no Brasil são católicos, o que é incoerente com a laicidade do Estado. No
plenário do STF há um crucifixo. Não estaria havendo quebra da neutralidade do
Estado?

Ler o 150, § 4º em conjunto com a alínea b. o conceito de templo atrela-se ao de


“entidade”, ou seja, a organização religiosa cujas atividades ligam-se direta ou
indiretamente às finalidades eclesiásticas.

§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a
renda e os serviços, relacionados com as finalidades essenciais das entidades nelas mencionadas.
Questão ligada à imunidade religiosa – IPTU. A igreja x é proprietária de um templo e
de um apartamento, este é alugado para uma pessoa física. O advogado da igreja pediu a
extensão da imunidade do templo ao apto com relação ao IPTU. Pode haver a extensão?
Depende. Há que se verificar 2 requisitos:
- o que se faz com o dinheiro do aluguel? Está sendo totalmente vertido para a atividade
da igreja?
- É atividade empresarial o aluguel de apartamentos?
Ex. se igreja possui 94 imóveis em uma cidade pequena, há cunho empresarial.
Quebraria o princípio da isonomia (pois as construtoras e imobiliárias não têm a mesma
imunidade)
Falta a correspondência fática entre 94 imóveis e a igreja. Mesmo que aplicasse a renda
dos 94 imóveis na igreja. Quebraria o princípio da livre concorrência.

Caso prático: igreja X é proprietária de bem imóvel alugado a terceiros. Haverá


imunidade?
Depende, pois deve haver o cumprimento de 2 condições:
a) prova da aplicação integral das rendas obtidas nos objetivos institucionais do
templo;
b) prova de que não há prejuízo à livre concorrência.

Ex. Cemitério privado. Mas o terreno não é de propriedade do cemitério, mas de uma
pessoa física. A proprietária foi ao PJ, entendendo que no terreno de sua propriedade,
alugado a um cemitério, faz-se sepultamentos, evento litúrgico, portanto, deveria ser
imune. O STF negou o pedido, pois o terreno não era de propriedade de um templo.
O STF não considerou haver relação entre sepultamento e a finalidade eclesiástica.
Além disso, há caráter empresarial. A pessoa física recebe aluguel.

RE 544.815 – IPTU sobre terreno particular alugado à cemitério privado. Cidade de


Santo André. Ministro relator Joaquim Barbosa. Afastamento da tese – 3 motivos: i) a
propriedade pertence à pessoa natural e laica; ii) não há nexo entre o sepultamento e a
atividade eclesiástica. (Ministro Carlos Brito discorda. Foi voto vencido.). ; iii) o imóvel
é empregado em atividade econômico lucrativa.

Próxima aula – alíneas c e d. e tributos.

Ver simulado na página do sabbag – turma intensivo II. Salvar.

Aula 04 – 09/04/2009
(Terminar imunidades, alíneas c e d. após → tributos)

C) Alínea c – imunidades de impostos para quatro pessoas jurídicas.


Legenda: c1, c2, c3 e c4.
C1 – partidos políticos (suas fundações inclusive);
C2 – sindicatos de trabalhadores
C3 – instituições de educação
C4 – entidades beneficentes de assistência social

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos [e não qualquer outro tributo] sobre:
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais
dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os
requisitos da lei;

Detalhando cada uma das pessoas jurídicas da alínea c:

c1 – partidos políticos:

Elemento axiológico que justifica a imunidade para partido político → pluralismo


político – art. 1º, V, CF

Art. 1º A República [forma de governo. (Não é cláusula pétrea)] Federativa [federação – forma de
Estado. É Cláusula pétrea] do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal, [Pacto federativo] constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos [os valores abaixo são princípios republicanos. Recebem o nome de REPUBLICANISMO e
são cláusulas pétreas]:
V - o pluralismo político.

Obs. As fundações atreladas aos partidos políticos serão igualmente imunes. Ex.
Fundação Pedroso Horta – ligada ao PMDB.

Um partido clandestino poderia desfrutar desta imunidade?


Não. Somente um PARTIDO POLÍTICO OFICIAL pode desfrutar do manto protetor
da norma imunizante (art. 17, § 2º, CF). para ser oficial, o partido tem que ter registro
no TSE.
Partido neonazista não conseguiria registro no TSE, pois não está em conformidade com
os valores da CF.

Art. 17. É livre a criação, fusão, incorporação e extinção de partidos políticos, resguardados a
soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo, os direitos fundamentais da pessoa
humana e observados os seguintes preceitos:
§ 2º - Os partidos políticos, após adquirirem personalidade jurídica, na forma da lei civil, registrarão
seus estatutos no Tribunal Superior Eleitoral.

c2 – Sindicatos de trabalhadores:

Elemento axiológico → proteção dos direitos sociais voltados à proteção do polo


HIPOSSUFICIENTE da relação laboral.

Atenção: nas provas podem colocar “sindicato de empregador”

* Sindicato de empregado/ sindicato de trabalhadores/ entidade obreira → imune


Ex. sincab

* Sindicato do empregador/ sindicato do patrão/ sindicato patronal → incidência


Ex. SETA

Estende-se a imunidade às Federações (art. 534 CLT) e às confederações (art. 535


CLT) ligadas ao empregado (ou seja, voltadas à proteção do hipossuficiente na relação
laboral).
Ademais, estende-se às Centrais Sindicais (Ex. CUT)

c 3 – Instituições de Educação

Elemento axiológico → incentivo à educação (ensino) – arts. 205, 208 e 214

Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com
a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício
da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Art. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: (...)

Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração plurianual, visando à articulação
e ao desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis e à integração das ações do Poder Público que
conduzam à:
I - erradicação do analfabetismo;
II - universalização do atendimento escolar;
III - melhoria da qualidade do ensino;
IV - formação para o trabalho;
V - promoção humanística, científica e tecnológica do País.

Educação pode ser:


- formal ou curricular (ex. escolas, faculdades etc)
- educação informal ou extracurricular (por ex., um museus, bibliotecas, centros de
pesquisa etc)

c 4 – Entidades Beneficentes de Assistência Social (Entidades filantrópicas, ou de


benemerência)
Elemento axiológico → assistência social – arts. 203 e 204, CF.

Proteção ampla:
- não pagarão impostos – art. 150, VI, c, parte final.
- não pagarão contribuição social-previdenciária – art. 195, § 7º, CF

EM prova – perguntam se instituição de educação não paga contribuição previdenciária.

Obs. Às entidades educacionais (c 3), anteriormente estudadas, não se aplica o art. 195,
§ 7º, CF.

Entidades do sistema S - SESI, SENAI, SENAC, SESC (serviços sociais autônomos) –


art. 203, III, CF. promovem a integração no mercado de trabalho → imunidade. STF RE
235.737/SP, 13/11/2001. ex. o SENAC é imune ao ITBI relativo ao bem imóvel
adquirido.
Hotel escola SENAC – é imune ao ISS.

Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à
seguridade social, e tem por objetivos:
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;
Alínea c – “sem fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei”
À primeira vista, uma faculdade, entidades beneficentes só seriam imunes se não
obtiverem lucro.

Interpretação – “... atendidos os requisitos de lei”


Que lei é esta?
Lei complementar – art. 146,II, CF

Art. 146. Cabe à lei complementar:


II - regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;

Que lei complementar é esta?


CTN – surgiu como LO, porém tem o “status” de LC. (em razão das matérias ali
contidas foi recepcionado pela CF/88, como LC. Para ser alterado é preciso LC.)

Há art. no CTN que regula (não limita) a fruição da imunidade da alínea c?


Art. 14 CTN

Art. 14. O disposto na alínea c do inciso IV do artigo 9º é subordinado à observância dos seguintes
requisitos pelas entidades nele referidas: [regula as limitações constitucionais ao poder de tributar]
I – não distribuírem qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título;
[Pode haver lucro nessas entidades, o que não pode haver é a distribuição de lucros – animus
distribuendi]
II - aplicarem integralmente, no País, os seus recursos na manutenção dos seus objetivos
institucionais;
III - manterem escrituração de suas receitas e despesas em livros revestidos de formalidades
capazes de assegurar sua exatidão.
§ 1º Na falta de cumprimento do disposto neste artigo, ou no § 1º do artigo 9º, a autoridade
competente pode suspender a aplicação do benefício.
§ 2º Os serviços a que se refere a alínea c do inciso IV do artigo 9º são exclusivamente, os
diretamente relacionados com os objetivos institucionais das entidades de que trata este artigo, previstos
nos respectivos estatutos ou atos constitutivos.

Inciso I – não pode haver distribuição de lucro entre os mantenedores da instituição.


Nessa medida, permite-se o lucro, proibindo-se tão somente a distribuição dele
(“animus distribuendi”). Observa-se, assim, que o “animus lucrandi” é admitido e
louvável.

IMPORTANTE! O art. 12, § 2º da lei 9.532/97 foi considerado inconstitucional pelo


pleno do STF – ADI 1.802-3, 1998: tal dispositivo condicionava a fruição da imunidade
à não remuneração de seus dirigentes/mantenedores.
Pagamento de salário ao mantenedor da instituição é defensável desde que seja
razoável, o que deve ser auferido pelo juiz no caso concreto (não poderia, por ex,
configurar uma distribuição de lucros disfarçada de pagamento de salário).

Inciso II - não remeter valores para o exterior.

Inciso III – manter a escrituração contábil em dia, capaz de comprovar os 2 outros


incisos.
Manutenção de escrituração contábil é considerada obrigação principal ou assessória?
Assessória.
****Note que a entidade imune deve cumprir as suas obrigações tributárias
assessórias (art. 14, III), sob pena de suspensão da imunidade – art. 14, § 1º, CTN.
(CESPE)

O mesmo raciocínio se aplica às entidades isentas de tributos – art. 175, parágrafo único
do CTN.

Art. 175. Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações
acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela conseqüente.

Ler com 150, § 4º

§ 4º - As vedações expressas no inciso VI, alíneas "b" e "c", compreendem somente o patrimônio, a
renda e os serviços, relacionados [e não vinculados, como está no § 2º] com as finalidades essenciais
das entidades nelas mencionadas. [atividades direta ou indiretamente ligadas às finalidades]

Entidade beneficente realiza bazares filantrópicos. Pode?


Sim. Art. 150, § 4º CF – “relacionada” → aplicação do art. 14 CTN. Nessa medida, tal
entidade será imune ao ICMS nas vendas de mercadorias, se provar o reinvestimento do
lucro nos propósitos filantrópicos.

(O lucro de um bazar, por ex, deve ser vertido integralmente para a instituição - teoria
moderna – interpretação sistemática)

STF – Súmula 724 - AINDA QUANDO ALUGADO A TERCEIROS, PERMANECE IMUNE AO IPTU O IMÓVEL
PERTENCENTE A QUALQUER DAS ENTIDADES REFERIDAS PELO ART. 150, VI, "C", DA 277/281
CONSTITUIÇÃO, DESDE QUE O VALOR DOS ALUGUÉIS SEJA APLICADO NAS ATIVIDADES ESSENCIAIS DE
TAIS ENTIDADES.

Dica final:
Caso a entidade beneficente adquira mercadorias (veículos), deverá haver a incidência
do ICMS. (Venda → imunidade. Porém condicionada. Compra → incidência).
Aplicação da interpretação de cunho formal, adotada no STF pelo então ministro Bilac
Pinto. (essa tese venceu a tese de Aliomar Baleeiro)

D) Alínea d – imunidade de imprensa

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos [e não qualquer outro tributo] sobre:
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão.

Este inciso prevê 3 veículos de pensamento (livros, jornais e periódicos) e um insumo


(papel destinado à impressão de livros, jornais e periódicos)

Elemento axiológico → liberdade de expressão, difusão da cultura e do conhecimento.

IMPORTANTE! O STF considerou as listas telefônicas um periódico imune, ainda que


não contenha informação científica/literária, prestigiando no caso, a utilidade social do
bem (ou seja, o elemento axiológico não é a liberdade de expressão e difusão do
conhecimento).
Esta alínea d afasta imposto de bens/coisas, as demais afastam de pessoas. Daí ser a
alínea d considerada uma IMUNIDADE OBJETIVA.

LIVROS

É relevante a informação ali veiculada (para fins tributários)?


Para o STF (e a maioria da doutrina), o conteúdo divulgado por esses veículos de
pensamento é irrelevante, uma vez que a imoralidade (livro erótico. Ex. kama sutra) não
pode se sobrepor à liberdade de expressão – concepção liberal prevalecente na doutrina
e na jurisprudência.
Informação que incite o crime por ex, pode ter conseqüências penais. Se a informação
penetra o campo da legislação penal, o tratamento pode ser outro.

E quanto ao veículo difusor da informação?


Já houve casos de importação de livro piano, em que prevaleceu a imunidade, uma vez
que o suporte físico é irrelevante para a análise do tema.
Livro eletrônico – CD-ROM. (compact disc for reading only memory). É livro ou é
brinquedo (jogo)?
Se é livro, é imune. Ex. dicionário Aurélio em CD-ROM
A temática ligada ao livro eletrônico tem despertado controvérsia no PJ e na doutrina. É
bom enfatizar que a lei 10.753/03, ao instituir a política nacional do livro definiu este
veículo como o bem em qualquer formato e acabamento, ainda que digital, magnético,
ou óptico.

CESPE - Procurador do MP junto ao Tribunal de Contas (2007).


“não incide imposto sobre os livros impressos, mas incide sobre aqueles veiculados em
CD-ROM”. C ou E?
ERRADO, em razão da parte final. Assim, para o CESPE, o livro, ainda que em CD-
ROM, merece a imunidade.

Ainda não há um posicionamento sacramentado do STF sobre esse tema.

JORNAIS

A publicidade nos jornais – ISS.


STF – a publicidade feita no corpo do jornal será imune (isso porque, a receita
decorrente da publicidade é importante para a manutenção do jornal), todavia, aquela
realizada nos encartes que acompanham o jornal, poderá ser alcançada pela tributação.

PERIÓDICOS (revistas)

1. Lista telefônica – imune (STF)

2. Revista pornográfica – mesma ideia do livro

3. Folhinhas e calendários – STF: não são periódicos – tributação normal.

4. Álbum de figurinhas - STF 2004, RE 221.239 – Relatora Min. Ellen Grace –


Imunidade – elemento da didática moderna – não prejuízo à difusão do conhecimento –
não se pode amesquinhar a norma.
INSUMO – PAPEL

O livro é composto de vários insumos.


O legislador constituinte e o STF entendem que a imunidade só deve alcançar um
insumo: o papel destinado à impressão. (STF – interpretação literal para a alínea d, parte
final)

Filme. Há papéis hoje que são filmes, possuem nomes técnicos. Para STF é papel, é
insumo para fins de imunidade. É interpretação literal, onde se lê filme, leia-se papel:

STF - Súmula 657- A IMUNIDADE PREVISTA NO ART. 150, VI, "D", DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL
ABRANGE OS FILMES E PAPÉIS FOTOGRÁFICOS NECESSÁRIOS À PUBLICAÇÃO DE JORNAIS E
PERIÓDICOS.

Se apenas o papel (e o filme, que é um papel) são imunes, os demais insumos →


receberão a normal tributação. Ex. tinta (CESPE). 13/05/2008 – RE 202.149 –
incidência de ICMS/IPI/II, relativamente ao despacho aduaneiro de peças de
equipamentos de preparo e acabamento de chapas de impressão – “offset” - para jornais.

TRIBUTOS
1. Conceito
(art. 3º CTN)
Tributo é prestação ...
1. pecuniária,
2. compulsória,
3. diversa de multa,
4. instituída por meio de lei,
5. cobrada por lançamento.

2. Espécies de tributos

Art. 145, CF e art. 5º, CTN → 3 espécies de tributos, o que indica a adoção da teoria
tripartide, ou tripartida ou tricotômica

CF, Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes
tributos:
I - impostos;
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços
públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

Ctn, Art. 5º Os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria.

a) Impostos
b) Taxas
c) Contribuições de melhoria

Desde a const de 46 já há uma tendência a favor da tripartição. Código alemão.


Por quê? O que levou à opção pela teoria tripartida?
CTN, art. 4º - os 3 tributos acima são definidos pelo fato gerador.

Art. 4º A natureza jurídica específica do tributo é determinada pelo fato gerador da respectiva
obrigação, sendo irrelevantes para qualificá-la:
I - a denominação e demais características formais adotadas pela lei;
II - a destinação legal do produto da sua arrecadação.

Observações:
Outras teorias tentaram explicar a divisão dos tributos. Para fins meramente didáticos,
desfrutou de prestígio no passado a teoria bipartida (dualista ou clássica), defendida por
Geraldo Ataliba, que dividia os tributos em 2 espécies: impostos (tributos não
vinculados) e taxas (tributos vinculados).

***Qual teoria adota o STF?


Para o STF deve prevalecer a pentapartição dos tributos, ou seja, a chamada TEORIA
PENTAPARTIDA ou PENTAPARTITE, segundo a qual são tributos:
a) Impostos
b) Taxas
c) Contribuições de melhoria
d) Empréstimos compulsórios
e) Contribuições

Julgados: RE 146.733-9/SP - Junho/1992; RE 138.284/CE – julho/1992.

Obs. Ricardo Torres e Luciano Amaro defendem a existência de apenas 4 tributos


(excluem os empréstimos compulsórios) – teoria quadripartida.

A diferença entre as Teorias Tripartida e Pentapartida são os empréstimos compulsórios


e as contribuições – ponto de divergência.
STF – tais tributos enquadram-se na definição do art. 3º. Estes 2 tributos não são
definidos pelo fato gerador, mas sim pela finalidade para a qual tenham sido criados.
Ex. CPMF – mesmo fg do IOF e existiu durante 10 anos. A contribuição pode ter fg de
imposto. É tributo finalístico. Não importa o fg.
PIS importação – mesmo fg do II.
Art. 4º do CTN só se aplica a 3 espécies de tributo: impostos, taxas e contribuições de
melhoria.

Os empréstimos compulsórios e as contribuições são considerados tributos finalísticos,


uma vez que eles não são definidos pelo fato gerador, mas pela finalidade para a qual
tenham sido instituídos. Nessa medida, a eles “não se aplica o art. 4º, I e II, CTN”.
CESPE – TRF 5, 30/07/2006.

Art. 4º, I e II, não importa a denominação e a destinação para se definir as 3 espécies do
CTN.
A destinação é importante para identificar empréstimos compulsórios e contribuições.

CPMF – criada inicialmente para prover recursos para a saúde, mas foi usada para
muitas outras finalidades. Houve desvio de finalidade. Poder-se-ia buscar a
responsabilização do agente público.
Próxima aula é a última.

Ver na página do profº os simulados sobre imunidades. ******

Aula 05
14/04/2009
IMPOSTOS

Art. 145, I, CF
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
I - impostos;

Art. 16, CTN


Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de
qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.

Conceito

O imposto é pago para que?


Para o custeio dos serviços gerais (universais), por ele difusamente supridos. Ex.
segurança pública.

Art. 145, §1º, CF → Princípio da capacidade contributiva: atrelamento textual a


impostos. O STF já o associou a outros tributos.

CF, Art. 145, § 1º - Sempre que possível [e não “sempre”], os impostos [e não tributos. Mas o STF tem
estendido a outras espécies tributárias] terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade
econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. [PRINCÍPIO DA CAPACIDADE
CONTRIBUTIVA]

O principal comando de imunidade – art. 150, VI, CF → só se refere a impostos.

Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios:
VI - instituir impostos [e não qualquer outro tributo] sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; [imunidade recíproca ou intergovernamental
recíproca]
b) templos de qualquer culto; [imunidade religiosa]
c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações, das entidades sindicais
dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, atendidos os
requisitos da lei;
d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua impressão. [imunidade objetiva, pois se refere a
bens/coisas, nas demais alíneas, a imunidade refere-se a pessoas]

A lei hábil a criar um imposto é a LO. Há 2 impostos que dependem de lei


complementar:
- imposto sobre grandes fortunas – art. 153, VII, CF
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:
VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar.

- impostos residuais – art. 154, I, CF.

Art. 154. A União poderá instituir:


I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-
cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta
Constituição; [IMPOSTO RESIDUAL]

Lei ordinária para o restante.

A CF e os Impostos
No texto constitucional delimitam-se, de modo privativo, as competências tributárias
para os impostos.

Conceito de competência tributária: poder político e indelegável de instituição dos


tributos. Os entes políticos – U, Est, M e DF – detêm tal poder.

CF – Competências privativas para os impostos = privatividade das competências


privativas para impostos.

Note que o legislador constituinte discriminou os impostos para as entidades


impositoras respectivas, permitindo que tais gravames surjam por meio de lei a ser
editada (princípio da legalidade – a CF não cria imposto, a EC também não cria
imposto, este depende de lei, pois esta representa a vontade popular).

Art. 153, CF – lista de impostos federais de competência privativa da União


Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

Art. 155, CF – lista de impostos estaduais de competência privativa dos Estados e DF

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:

Art. 156, CF – lista de impostos municipais de competência privativa dos Municípios e


DF.

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:

DF → impostos estaduais e municipais:


Art. 147. Competem à União, em Território Federal, os impostos estaduais e, se o Território não for
dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais; ao Distrito Federal cabem os
impostos municipais.

No DF, as leis ordinárias instituidoras dos impostos estaduais e municipais serão as leis
confeccionadas na mesma e única casa legislativa.

Tal competência para o DF recebe terminologia própria: COMPETÊNCIA


TRIBUTÁRIA CUMULATIVA ou MÚLTIPLA.

União cria tributo federal, estadual nos territórios.

IMPORTANTE: o instituto da competência cumulativa atrela-se igualmente aos


territórios – art. 147, parte inicial, CF.

MEMORIZE: Competem à União, nos territórios, os impostos federais, os estaduais e


os impostos municipais, desde que, com relação a estes, os territórios NÃO sejam
divididos em municípios. Se o forem, a competência será do próprio município.

Perceba que a União isentará os impostos federais e estaduais no território. A isenção de


imposto municipal pela União, sem ferir o texto constitucional, que proíbe as isenções
heterônomas (art. 151, III, CF), só ocorrerá se o território não for dividido em
Municípios.

Art. 151. É vedado à União:


III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.
[evitar heteronomia nas isenções]

Ex. criado imposto estadual em um território e LF isenta tal imposto no território. Quem
isenta é quem cria o tributo, sob pena de haver isenção heterônoma.
A U pode e deve isentar o IPVA no território, pois a U sempre cria o imposto estadual
no território, logo, é a U que deve fazer a isenção.

Pode a U isentar o IPTU no território? Depende. Se o território não é dividido em


município, é a U que cria o IPTU no território, logo será a U que deverá isentar.

Listas de impostos:
(Observe as siglas)

Impostos municipais:
IPTU (incide sobre a propriedade territorial urbana)
ISS (ou ISSQN - impostos sobre serviços de qualquer natureza)
ITBI (ou ITIV – imposto sobre transmissão inter vivos)

Impostos estaduais:
IPVA
ICMS
ITCMD

Obs.: procurem memorizar o “nomen juris” dos impostos, percebendo que, às vezes,
não se resumem ao teor das siglas (ex. ITBI, ICMS etc).
Impostos federais:
(lista maior)
II, IE, IPI, IOF
IR, ITR
IsgFortunas, Imposto Residual e IEG (imposto extraordinário de guerra)

Impostos do DF:
IPTU, ISS e ITBI
ICMS, IPVA e ITCMD

TAXAS

Previsão constitucional e legal:


Art. 145, II, CF
Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços
públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição;

Art. 77 a 79, CTN

Art. 77. As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no
âmbito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia,
ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contribuinte
ou posto à sua disposição.
Parágrafo único. A taxa não pode ter base de cálculo ou fato gerador idênticos aos que correspondam a
impôsto nem ser calculada em função do capital das emprêsas.

Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou
disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de
intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e
do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder
Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo
órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de
atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:


I - utilizados pelo contribuinte:
a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título;
b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante
atividade administrativa em efetivo funcionamento;
II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de unidade, ou
de necessidades públicas;
III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.

Conceito: a taxa é um tributo vinculado à atividade estatal.


“O Estado age, nós pagamos”

É um tributo bilateral ou contraprestacional ou sinalagmático.

Criada por LEI ORDINÁRIA SEMPRE!

Competência:
A competência dos entes federativos para criação de taxas é COMUM.

COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA COMUM: A mesma ação estatal (FG), se for feita


pela União → taxa federal; se for feita pelo Estado ou DF → taxa estadual; se for feita
pelo município ou DF → taxa municipal.
(é diferente do âmbito do imposto, em que há privatividade de competência.)

Fato gerador da taxa:


(ação estatal)
a) serviço público → contribuinte
taxa de serviço (ou taxa de utilização)
art. 79, CTN

b) poder de polícia → contribuinte


taxa de polícia (ou taxa de fiscalização)
art. 78, CTN

Taxa de polícia:
Art. 78, CTN – Conceito de poder de polícia.

Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração pública que, limitando ou
disciplinando direito, interêsse ou liberdade, regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de
intêresse público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e
do mercado, ao exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder
Público, à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos.
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia quando desempenhado pelo
órgão competente nos limites da lei aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de
atividade que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder.

Conceito simplificado: é a ação estatal de fiscalização que limita o exercício dos


direitos e liberdades individuais, em prol da coletividade.

Ex.:
→ Taxa de alvará (ou de localização ou de funcionamento) (paga para alguém abrir um
estabelecimento, por ex)

→ Taxa de publicidade (para fiscalização do frontispício do estabelecimento, de


outdoors,...)

→ Taxa de fiscalização de __________. A maioria das taxas de polícia vêm com este
nome. Ex. taxa de fiscalização ambiental; taxa de fiscalização de títulos e valores
mobiliários e outras. (ex. TFI, TFF)

Até que ponto a atividade fiscalizatória deverá ser concreta/efetiva?


O STF oscilou no tema, nos últimos anos, sinalizando em julgados mais recentes que a
cobrança da taxa de polícia prescinde da efetiva comprovação da atividade
fiscalizatória.
RE – agravo regimental 222.252, julgado em 17/04/2001.

(Ainda que a fiscalização não ocorra, é possível que se cobre a taxa.


Em 2000, taxa de fiscalização ambiental, questionou-se essa taxa do IBAMA. Seria
inconstitucional, pois o IBAMA não fazia de fato a fiscalização.)

Note que há uma abertura de caminho para a ocorrência de uma “potencial” taxa de
polícia.

Taxa de serviço
Serviço público tem que ser específico e divisível. Especificidade e divisibilidade.

Serviço público específico (ou singular ou “ut singuli”)


É aquele prestado em unidade autônoma de utilização. O sujeito passivo (contribuinte) é
demarcável.

Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:


II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de unidade, ou
de necessidades públicas;

Serviço público divisível (quantificável, individualizado, $)


Este requisito é uma decorrência do anterior (específico).

Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se:


III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus
usuários.

Bons exemplos de taxa de serviço (CUIDADO!: A jurisprudência oscila, rotulando tais


serviços, às vezes, como ensejadores de tarifas):
Água e esgotamento sanitário, Luz, Gás Etc.

O importante, em verdade, é assimilar os serviços públicos que NÃO podem ensejar


taxa de serviço – os GERAIS (universais ou “ut universi”).

Ex.
1. Segurança pública (art. 144, V e § 5º, CF) – ADI 1942/PA; 1999, ADI 2424/CE,
2002.

Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a
preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes
órgãos:
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
§ 5º - às polícias militares cabem a polícia ostensiva e a preservação da ordem pública; aos corpos de
bombeiros militares, além das atribuições definidas em lei, incumbe a execução de atividades de defesa
civil.

2. Segurança externa

3. Limpeza pública (limpeza de logradouros públicos → varrição, capinação,


limpeza de boca-de-lobo) – são pagos por meio de impostos.
STF e STJ fulminaram o tributo.

Taxa de lixo (taxa de coleta de resíduo); concebida para que o particular que
produz lixo informe essa produção ao M, que fará a coleta de resíduos sólidos,
não se confunde com a limpeza pública.
Coleta de resíduos sólidos – é possível quantificar
Ler no STJ sobre a diferente taxa de coleta de lixo domiciliar (constitucional) –
Resp 137.013, 1999.

4. *** Iluminação pública * – taxa aqui não! – súmula 670 STF.

Súmula 670 O SERVIÇO DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA NÃO PODE SER REMUNERADO MEDIANTE
TAXA.

5. Etc. (há inúmeros serviços gerais)

* iluminação pública:
- EC 39/2002
- tributo dependente de LO
- tributo municipal
- municípios e DF (competência)
- substituir a inconstitucional taxa de iluminação pública
- até agora: válido!
- facultada a cobrança na conta de energia - art. 149-A, § 1º
Art. 149-A Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma das respectivas
leis [lei ordinária], para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no art. 150, I e
III. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002)
Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na fatura de consumo
de energia elétrica.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 39, de 2002)

- contribuição para o serviço de iluminação pública


- siglas: COSIP ou CIP
- segundo previsão da CF, a COSIP deve respeitar 3 princípios tributários: i] legalidade,
ii] Irretroatividade, iii] Anterioridade (anual e nonagesimal)

Crítica: Não há como se respeitar o princ da isonomia na COSIP. Mesmo assim, o STF
considerou constitucional.

Quarta-feira, 22 de Abril de 2009


Plenário: cobrança do seguro apagão é constitucional
O Plenário do Supremo Tribunal Federal julgou, na tarde desta quarta-feira (22), que os adicionais tarifários incluídos
nas contas de energia elétrica, encargos de capacidade emergencial conhecidos como “seguro-apagão”, são
devidamente cobrados dos consumidores do serviço e não podem ser considerados inconstitucionais. O entendimento
foi proferido, por unanimidade, no julgamento de dois Recursos Extraordinários (RE 576189 e 541511) interpostos
por duas empresas que tentavam acabar com a cobrança, alegando que ela feria os princípios constitucionais de
tributação, em especial os artigos 5º, inciso II (ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão
em virtude da lei) e 150, inciso I (que veda exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça), e ainda os artigos
150, inciso III (b); 62 parágrafo 2º; 146, III; 154, inciso I; 37, caput; 145, entre outros.
As empresas Avipal Avicultura e Agropecuária e Plásticos Suzuki consideravam que, se houve falha na prestação do
serviço de energia elétrica gerando o racionamento pelo qual passou o País, a culpa seria das concessionárias que não
teriam feito os investimentos determinados em lei e do governo federal, por não tê-las fiscalizado. Os usuários não
estariam, portanto, obrigados a arcar com o ônus da situação, já que não contribuíram para que o esgotamento do
sistema ocorresse.
As normas impugnadas pelas empresas foram os adicionais tarifários estabelecidos pelos artigos 1º, §§ 1º e 2º, da Lei
nº 10.438/2002. Para elas, se a cobrança do encargo é um tributo, sua cobrança seria inconstitucional por estar
sendo feita por empresas públicas. Contudo, prevaleceu no Plenário o entendimento de que o sistema de
energia não tem um traço de obrigatoriedade de prestação de serviço/consumo que justifique seu pagamento
compulsório, não sendo, portanto, classificado como tributo (no qual há obrigatoriedade de utilização e de
pagamento).
Na visão dos ministros do Supremo, o fornecimento de energia deriva de uma relação de natureza jurídica e
contratual entre duas partes – no caso, entre o consumidor e a distribuidora concessionária – e é, portanto, uma
tarifa, ou preço público, pois o paga quem quiser ter o fornecimento do serviço, e não um tributo. Em seu voto,
o ministro relator, Ricardo Lewandowski, ressaltou que os encargos instituídos na Lei 10.4387/2002, embora se
aproximem do conceito de taxa por serem relativos a um serviço público, são na verdade tarifas ou preços
públicos em virtude do caráter facultativo.
A Avipal e a Plásticos Suzuki haviam recorrido ao Supremo contra decisões do Tribunal Regional Federal da 4ª
Região que reconheceram a exigibilidade dos adicionais tarifários. Em um deles, no caso relativo ao RE 541511, o
acórdão foi assim redigido: “Os encargos criados pela Lei nº 10.438/2002, em virtude de sua não-compulsoriedade,
têm natureza jurídica distinta de taxa e, portanto, não se sujeitam aos princípios tributário-constitucionais,
constituindo valores cobrados em virtude da demanda e destinados às próprias distribuidoras, com respeito à
Constituição”.

CONTRIBUIÇÃO DE MELHORIA

Previsão const e legal:


Art. 145, III, CF

Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos:
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.

Art. 81 e 82, CTN

Art. 81. A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos
Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras
públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como
limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

Conceito:
É tributo vinculado a uma atividade estatal, à semelhança das taxas.
Aliás, há vários outros pontos em comum:

 “o Estado age; nós pagamos”;


 É tributo bilateral, contraprestacional ou sinalagmático
 Competência tributária COMUM
 Tributo federal, estadual ou municipal
 Lei ordinária

Particularidades da contribuição de melhoria:

Fato gerador: valorização imobiliária decorrente de obra pública. Apenas obra pública
(não se trata de obra particular).
Art. 2º do Decreto-lei 195/67 (rol das obras ensejadoras da contribuição de melhoria)

Só se cogita do tributo no caso de valorização imobiliária. Obra pública que desvaloriza


o imóvel não pode ensejar esse tributo. Ex. minhocão.

Base de cálculo: é o quanto (“quantum”) de valorização experimentada pelo imóvel.


(a valorização é individualmente detectada)

Obs. A análise da base de cálculo avoca o sistema de cobrança adotado no Brasil:


Sistema Misto ou de Duplo Limite.
Limite individual: parte-se da valorização individualmente detectada
Limite total ou global: respeita-se o teto de valor gasto com a obra.
STF e STJ adotam os 2 limites.

→ O tributo deve ser pago após a obra estar finda → art. 9º do Decreto-lei 195/67.

A lei deve delimitar a área de benefício (zona de influência), sobre a qual irradiará a
valorização imobiliária.

Para o STF, as obras de asfaltamento não poderão ensejar taxas. ex. taxa de
asfaltamento em Anápolis/GO e em Itupeva/SP. STF considerou ambas
inconstitucionais. Nessa medida, só se fala em contribuição de melhoria.

Cuidado! Nos casos de recapeamento asfáltico, não se pode cobrar o tributo, uma vez
que é dever de manutenção da via pública.

Art. 82, CTN – requisitos mínimos:


I – publicação prévia de alguns elementos (memorial do projeto; orçamento da obra;
delimitação da zona de benefício, etc.
II – prazo não inferior a 30 dias para impugnação dos elementos do edital
III – regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento.

Art. 82. A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos:
I - publicação prévia dos seguintes elementos:
a) memorial descritivo do projeto;
b) orçamento do custo da obra;
c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição;
d) delimitação da zona beneficiada;
e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a zona ou para cada
uma das áreas diferenciadas, nela contidas;
II - fixação de prazo não inferior a 30 (trinta) dias, para impugnação pelos interessados, de
qualquer dos elementos referidos no inciso anterior;
III - regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação a que se
refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial.
§ 1º A contribuição relativa a cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da
obra a que se refere a alínea c, do inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos
respectivos fatores individuais de valorização.
§ 2º Por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do montante da
contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o respectivo
cálculo.

(Empréstimo compulsório será dado pela outra professora)

Aula 06
24/04/2009
Bibliografia : José Eduardo Soares de Mello, Ricardo Alexandre, Marcelo Alexandrino.

OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA
Conceito.
O direito tributário é regido pelo princípio da legalidade, segundo o qual o tributo deve
estar previsto em lei: o fato gerador abstrato previsto, sendo concretamente realizado
gerará o dever de o contribuinte pagar o tributo.
A obrigação tributária é o dever de o contribuinte pagar o tributo. Ela nasce porque o
fato gerador foi realizado. A obrigação tributária é “ex lege”, pois nasce
independentemente da vontade do sujeito passivo.

Tipos
A obrigação tributária (conceito mais amplo do que tributo) pode ser de dois tipos:

a) Patrimonial: gera a entrega de dinheiro ao Estado. Trata-se de obrigação tributária


principal. Pode ser tributo ou penalidade (juro de mora ou multa).
Por gerar entrega de dinheiro ao Estado, necessariamente estará prevista em lei em
sentido estrito.

b) Não patrimonial: gera um dever de fazer. Trata-se de obrigação tributária acessória.


Ex: emissão de nota fiscal, declaração exigida pela lei. Ela se caracteriza por fornecer
elementos à fiscalização tributária (dá-se elementos para a administração cobrar – ex:
nota fiscal paulista). Com a NF há a instrumentalização do fato gerador. Se não entrega
NF o comerciante omite o fato gerador.

A obrigação tributária acessória está prevista na legislação tributária. Este termo é mais
amplo que o termo lei. Está definida no art. 96 do CTN. São todas as normas tributárias.

Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis [ato formal produzido pelo PL], os
tratados e as convenções internacionais, os decretos e as normas complementares que versem, no todo
ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes.

Norma complementar ≠ lei complementar


Normas complementares → art. 100 CTN

Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções internacionais e dos
decretos:
I - os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
II - as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei atribua
eficácia normativa;
III - as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
IV - os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de penalidades, a
cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.

A obrigação acessória, portanto, pode ou não estar prevista em lei.

Art. 113. A obrigação tributária é principal ou acessória.


§ 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento de
tributo ou penalidade pecuniária [obrigação de dar] e extingue-se juntamente com o crédito dela
decorrente.
§ 2º A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas ou
negativas [obrigação de fazer, não fazer ou tolerar que se faça], nela previstas no interesse da
arrecadação ou da fiscalização dos tributos. [OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS PODEM ESTAR
PREVISTAS EM ATOS INFRALEGAIS]
§ 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal
relativamente à penalidade pecuniária. [multa – obrigação de pagar]
FG → OTprinc Ocorrendo o FG nasce automática e infalivelmente a obrigação
tributária principal (dever de pagar o tributo)

SUJEIÇÃO PASSIVA

Sujeito passivo → quem tem o dever de pagar o tributo. Esse dever pode existir por 2
razões diferentes:
→ dever de pagar o tributo porque ele realiza o fato gerador. CONTRIBUINTE
OU
→ dever de pagar o tributo por um 3º eleito pela lei que não realizou o FG. Ele tem um
vínculo indireto com o FG. RESPONSÁVEL

Portanto, o sujeito passivo pode ser o CONTRIBUINTE ou o RESPONSÁVEL. – Art.


121 CTN.

Art. 121. Sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou
penalidade pecuniária.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
I - contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato
gerador;
II - responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de disposição
expressa de lei.

Art. 128 a 138 - fala sobre a responsabilidade tributária. (ler artigos)

Aspectos gerais do sujeito passivo


(Aplicam-se tanto aos contribuintes quanto aos responsáveis)
Análise geral do instituto da sujeição passiva.

Convenções particulares relativas à responsabilidade pelo pagamento do tributo


Art. 123 CTN
Trata da influência que as convenções particulares exercem no direito tributário. Ex.
IPTU. X firma contrato de locação e no ctt consta que o inquilino é que tem que pagar o
IPTU. No ctt há a transferência da responsabilidade do pagto do IPTU para locatário,
mas se este não pagar, prefeitura exigirá o imposto (moverá execução fiscal) do locador.
Se não houver autorização legal para a transferência da responsabilidade (1ª parte do
123), a situação tem que ser resolvida entre locador e locatário no direito civil.

Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à responsabilidade
pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para modificar a definição legal
do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.

Ex. sucessão tributária entre empresas. Art. 133 CTN.


No ctt de fusão, por ex, pode existir a alteração da responsabilidade tributária. Essa
alteração não impede que a FP cobre o tributo de quem é definido pela lei como
contribuinte originário.

Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título,
fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva
exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos
tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato:
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade;
II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a
contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou
profissão.

Capacidade Tributária passiva


De acordo com o CTN, numa relação jurídica tributária podem figurar no pólo passivo:
- qualquer pessoa física independentemente da capacidade
- qualquer pessoa jurídica independentemente da constituição regular

Art. 126. A capacidade tributária passiva independe [A capacidade tributária passiva é plena]:
I - da capacidade civil das pessoas naturais;
II - de achar-se a pessoa natural sujeita a medidas que importem privação ou limitação do exercício de
atividades civis, comerciais ou profissionais, ou da administração direta de seus bens ou negócios;
III - de estar a pessoa jurídica regularmente constituída, bastando que configure uma unidade
econômica ou profissional.

Solidariedade passiva no direito tributário


(Arts. 124 e 125 CTN)

Art. 124. São solidariamente obrigadas: [solidariedade passiva]


I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação
principal; [solidariedade passiva de fato]
II - as pessoas expressamente designadas por lei. [solidariedade passiva de direito]
Parágrafo único. A solidariedade referida neste artigo não comporta benefício de ordem.

Solidariedade passiva: caracteriza-se quando há pelo menos 2 sujeitos passivos. Estes


estão em relação de igualdade quanto ao débito tributário, ou seja, esses 2 sujeitos
passivos são devedores em igual medida (os 2 devem a integralidade).

A solidariedade pode ser:

a) Solidariedade de fato: se os sujeitos passivos têm interesse comum no fato gerador


Ex. mais de um proprietário de imóvel urbano. 2 irmãos têm um apto - sociedade de
fato. Os 2 realizam o FG do IPTU, logo, têm interesse comum neste FG.
Independentemente do percentual de cada um, os 2 realizam o FG e devem a
integralidade do IPTU.

b) Solidariedade de direito: estabelecida pela lei. Solidariedade entre contribuinte e


responsável tributário. 1 sujeito passivo realiza o FG e a lei estabelece outro como
responsável tributário.
Ex. transportadora de produto importado é responsável solidariamente.

Solidariedade ≠ responsabilidade subsidiária


Solidariedade → não comporta beneficio de ordem = não há ordem para cobrança. Art.
124, § único.
Responsabilidade subsidiária → há uma ordem pré estabelecida para cobrança.

Efeitos da solidariedade (art. 125)


a) relacionados ao pagamento: pagamento feito por um dos obrigados aproveita aos
demais

b) relacionados à prescrição: a prescrição interrompida a favor ou contra um dos


obrigados aproveita ou prejudica aos demais.

c) relacionados à isenção/ remissão: a isenção/ remissão aproveita ou exonera os


demais, a não ser que essa isenção ou remissão sejam concedidas em caráter pessoal
(ou seja, leva em conta uma característica pessoal do sujeito passivo).

Ex. lei do município X: ficam isentos do IPTU os proprietários de imóvel urbano que
possuírem mais de 70 anos. Essa isenção leva em conta uma característica pessoal do
contribuinte: a idade. Ex. imóvel urbano tem 3 proprietários:
A – detém 30% do imóvel.
B - detém 50 %
C - detém 20%
Todos eles são contribuintes do IPTU em regime de solidariedade e o valor do IPTU
devido é de R$1.000,00.
Não há benefício de ordem. Cada um deles é devedor da integralidade.

A tem 75 anos, portanto seria isento do IPTU. A isenção atinge a parcela de A no


imóvel. Assim, 30 % do imóvel se beneficia dessa isenção. Esta, porque concedida em
caráter pessoal, não contamina o restante do imóvel
A parcela de 30% é isenta. O IPTU é de R$1000,00, logo é preciso descontar do IPTU
R$300,00. Há um saldo de R$ 700,00 que será devido por B e C em regime de
solidariedade.

Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade:
I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais;
II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um
deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo;
III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos
demais.

Responsabilidade tributária

Art. 128. Sem prejuízo do disposto neste capítulo, a lei pode atribuir de modo expresso a
responsabilidade pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva
obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em caráter supletivo do
cumprimento total ou parcial da referida obrigação.

O CTN traz casos de responsabilidade, mas esses casos não são exaustivos, ou seja,
pode haver outras hipóteses previstas em lei. Esta lei, em regra é LO, salvo quando se
tratar de um caso já previsto no CTN, que tem natureza de LC. Ex. responsabilidade dos
sócios está prevista. A ampliação dessa respons tem que ser feita por LC.

Atribuição de 3º eleito como responsável. Nessa eleição, o 3º tem que ter alguma
relação com o FG, podendo ter:
→ Responsabilidade integral: somente o 3º eleito como responsável tem o dever de
pagar o tributo, com a exclusão do contribuinte.
Na responsabilidade integral, pode haver responsabilidade por substituição. O
contribuinte é substituído pelo responsável no pagamento do tributo – art 128 CTN.

→ Responsabilidade supletiva: O contribuinte divide o dever de pagar o tributo com o


responsável. Isso pode decorrer de um regime de solidariedade ou por um regime de
responsabilidade subsidiária (nesta há benefício de ordem).

A partir do 128, há as hipóteses específicas de responsabilidade:

A) Art. 130 CTN → responsabilidade pela aquisição de bens imóveis.


Aquisição de bens imóveis
REGRA: responsabilidade do adquirente. Essa responsabilidade é pessoal.
A dívida (tributária) do adquirente não se limita ao valor do bem, na sub-rogação da
dívida a responsabilidade do adquirente é pessoal e não real (se fosse real estaria
limitada ao valor do bem). Ex. imóvel custou 180 mil e a dívida é de 300, o adquirente é
responsável por pagar 300.

EXCEÇÕES:

1. Quanto à responsabilidade do adquirente: parte final do 130 – o adquirente não


será responsável nos casos em que houver no título de aquisição prova da
quitação dos tributos. Ex. x comprar imóvel tem que pedir todas as certidões
negativas do imóvel e do alienante. Se o alienante apresenta todas as certidões
negativas, inclusive a do IPTU, mostra que não há divida contra o IPTU. Se tal
certidão for falsa o adquirente não será responsável.

Art. 130. Os créditos tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil
ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de serviços referentes a tais
bens, ou a contribuições de melhoria, subrogam-se na pessoa dos respectivos adquirentes [subrogação
pessoal], salvo quando conste do título a prova de sua quitação.

2. Quanto à responsabilidade pessoal. - § único do art. 130 → há sub-rogação real


no caso de aquisição do bem em hasta pública. A sub-rogação será sobre o preço
pago pelo imóvel.

Art. 130 Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-rogação ocorre sobre o
respectivo preço. [sub-rogação real]

B) art. 131 – outros casos de responsabilidade pessoal

Art. 131. São pessoalmente responsáveis:


I - o adquirente ou remitente, pelos tributos relativos aos bens adquiridos ou remidos; (Vide Decreto Lei
nº 28, de 1966) [no geral bens móveis]
II - o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da
partilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao montante do quinhão do legado ou da
meação;
III - o espólio, pelos tributos devidos pelo de cujus até a data da abertura da sucessão.
Incisos II e III – Responsabilidade na sucessão hereditária: Trata-se da
responsabilidade pelos tributos devidos pelo de cujos.
A abertura da sucessão ocorre com a morte (evento).

Divide-se em 3 momentos:

1º) Quanto aos tributos devidos até a abertura da sucessão: a responsabilidade será do
espólio. Será subsidiária a responsabilidade do inventariante. Esta está no art. 134.

Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo
contribuinte, respondem solidariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que
forem responsáveis:
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; [responsabilidade subsidiária, no que pese o
caput dizer que é solidária]

2º) Quanto aos tributos devidos entre a abertura e a partilha: A responsabilidade será do
sucessor a qualquer título e do cônjuge meeiro se houver. Essa responsabilidade, que se
encerra com a partilha, estará limitada ao quinhão ou à meação. Ou seja, essa
responsabilidade não atinge os bens pessoais dos sucessores ou do cônjuge.

3º) Quanto aos tributos devidos a partir da partilha: objetos: imóvel e carro. Em relação
ao imóvel é devido IPTU e quanto ao carro IPVA. A partir da partilha, não há mais
situação de responsabilidade, o cônjuge ou herdeiro pagará na condição de contribuintes
(pois serão os proprietários dos bens que eram do de cujus).

C) art. 132 – Responsabilidade em função da realização de atos societários.


Refere-se aos seguintes tipos de atos societários: Fusão, transformação e incorporação.
Fusão: as empresas envolvidas deixam de existir individualmente. A nova empresa
resultante da fusão é responsável.
empresa A + empresa B = empresa AB
Empresa bem tem um débito tributário em maio/08 e a fusão ocorre em agosto/08. em
Nov/08 o fisco pretende cobrar este débito de maio que era da empresa B. quem paga?
A empresa B individualmente considerada não existe mais.
Empresa AB responde

Transformação: a responsabilidade é da empresa resultante da transformação.


Ex. empresa A ltda se transforma em empresa A S/A
Empresa B débito em maio/08, em ago/08 há a transformação, Nov/08 o fisco cobra o
débito.
Empresa A S/A responde

Incorporação: a responsabilidade é da incorporadora.


Ex.: empresa A incorpora a B → empresa A
Empresa B débito em maio/08, em ago há a incorporação, Nov o fisco cobra o debito
Empresa A responde.

Portanto: Responde pelo débito a empresa que sobrar


Art. 132. A pessoa jurídica de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de
outra ou em outra é responsável pelos tributos devidos até à data do ato pelas pessoas jurídicas de
direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas.

Cisão: A cisão não está prevista no art. 132, pois a cisão só aparece com a Lei das S/As
(1974). O CTN é de 76.
Para a doutrina: existe responsabilidade no caso de cisão e é das empresas resultantes da
cisão em regime de solidariedade.
Ex. Na cisão a empresa A se divide em B e C e a A não existe mais. A tinha débito em
maio/08, cisão foi em ago/08 e em Nov/08 o fisco cobra o débito de maio. B e C
respondem solidariamente.

Extinção da pessoa jurídica e continuidade da exploração da atividade por sócio ou


espólio:
Sócio ou espólio que por meio de outra pessoa jurídica continua a mesma exploração
econômica da pessoa jurídica extinta: há sucessão tributária. A nova pessoa jurídica
responde pelo débito tributário da que foi extinta.
Art. 132 Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de pessoas jurídicas
de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por qualquer sócio
remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social, ou sob firma individual.

Ex. empresa A é fechada – dissolução e extinção. Um determinado sócio monta outra


pessoa jurídica B. B possui o mesmo objeto social da A, ou seja, B continua a mesma
exploração econômica de A.
Suponhamos que A possui um débito de maio/08. A extinção ocorre em ago/08. Em
Nov/08 o fisco quer cobrar o débito de maio. Há sucessão tributária. B responde pelo
débito de A.

D). art. 133- Responsabilidade nos casos de aquisição de estabelecimento comercial,


industrial ou profissional ou aquisição do fundo de comércio.
(alterado recentemente pela LC 118 /2005)
Há responsabilidade do adquirente em caso de aquisição do estabelecimento ou fundo
de comércio E continuidade na exploração. A continuidade pode ser sobre a mesma ou
outra razão social.
Ex. Padaria é vendida de A para B. Há aquisição de estabelecimento comercial e
continuidade da atividade. B, adquirente, recebe os tributos devidos.
Se a B resolve montar farmácia no local da padaria, não há responsabilidade.
Se a B loca o estabelecimento, não há responsabilidade.

Art. 133. A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir de outra, por qualquer título,
fundo de comércio ou estabelecimento comercial, industrial ou profissional, e continuar a respectiva
exploração, sob a mesma ou outra razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos
tributos, relativos ao fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até à data do ato:

Extensão desta responsabilidade: incisos do art. 133.

Inciso I – a responsabilidade é integral, se o alienante cessar toda e qualquer


exploração econômica.
I - integralmente, se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade;
Inciso II – responsabilidade subsidiária com o alienante, se o alienante permanecer na
exploração de alguma atividade econômica ou iniciar alguma outra exploração
econômica em 6 meses, em qualquer ramo de atividade.
Há benefício de ordem: 1º a FP cobra do alienante. Se este não puder pagar. A FP cobra
o adquirente.
Ex: A vende a padaria, mas tem uma loja de roupas. A responde pelos tributos e B
responde se A não pagar.

II - subsidiariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de seis meses a
contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro ramo de comércio, indústria ou
profissão.

Art. 133, § 1º - A regra do art. 133 evitava alguns negócios, por isso o CTN foi alterado
para que a responsabilidade nele prevista fosse relativizada, minimizada em algumas
situações → essa resp não se aplica em alguns casos: alienação judicial, em processo de
falência ou recuperação judicial. O objetivo desse dispositivo é garantir a função social
da empresa, a continuidade da empresa. Estimular outras empresas a comprarem a que
não está muito bem.

Art. 133, § 1o O disposto no caput deste artigo não se aplica na hipótese de alienação judicial:
(Parágrafo incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
I – em processo de falência; (Inciso incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
II – de filial ou unidade produtiva isolada, em processo de recuperação judicial.(Inciso incluído pela Lcp
nº 118, de 2005)

Art. 133, § 2º: estabelece exceções ao § 1º. Casos em que há alienação judicial nos
casos dos inc I e II, mas prevalece a regra do 133 (responsabilidade integral ou
subsidiária do alienante) se o adquirente for:
- sócio ou sociedade controlada pelo devedor,
- parente em linha reta ou colateral até o 4º grau consangüíneo ou afim do devedor ou
de seus sócios,
- agente do devedor visando fraudar a sucessão tributária.

Art. 133, § 2o Não se aplica o disposto no § 1o deste artigo quando o adquirente for: (Parágrafo incluído
pela Lcp nº 118, de 2005)
I – sócio da sociedade falida ou em recuperação judicial, ou sociedade controlada pelo devedor falido
ou em recuperação judicial;(Inciso incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
II – parente, em linha reta ou colateral até o 4o (quarto) grau, consangüíneo ou afim, do devedor falido
ou em recuperação judicial ou de qualquer de seus sócios; ou (Inciso incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
III – identificado como agente do falido ou do devedor em recuperação judicial com o objetivo de
fraudar a sucessão tributária. (Inciso incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

Art. 133, § 3º – o $ da alienação judicial da empresa não será usado para pagar o tributo
devido, mas sim para pagar as dívidas que estão antes da dívida tributária na ordem do
processo de falência: créditos extraconcursais ou que preferem ao crédito tributário

133, § 3o Em processo da falência, o produto da alienação judicial de empresa, filial ou unidade


produtiva isolada permanecerá em conta de depósito à disposição do juízo de falência pelo prazo de 1
(um) ano, contado da data de alienação, somente podendo ser utilizado para o pagamento de créditos
extraconcursais ou de créditos que preferem ao tributário. (Parágrafo incluído pela Lcp nº 118, de
2005)

E) Responsabilidade - Art. 134 e 135


Os 2 dispositivos contemplam casos de responsabilidade tributária por conta de atuação
de terceiros.

Art. 134 Art. 135


Responsabilidade tributária por conta de Responsabilidade tributária por conta de
uma atuação de terceiros culposa (regular, atuação de terceiros dolosa (irregular).
sem dolo).
Resultado → responsabilidade pessoal e
Resultado → responsabilidade integral do terceiro.
subsidiária deste terceiro. Esta abrange os Há a responsabilidade pelos tributos
tributos devidos pelo contribuinte e única devidos e pelas penalidades moratórias e
e exclusivamente as penalidades as que sejam exclusivamente punitivas.
decorrentes da mora.
Eleição de alguns terceiros: os do art. 134
que agirem de forma dolosa.

Art. 134. Nos casos de impossibilidade de exigência do cumprimento da obrigação principal pelo
contribuinte, respondem solidariamente [na verdade é subsidiariamente] com este nos atos em que
intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis:
I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores;
II - os tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados;
III - os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes;
IV - o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio;
V - o síndico e o comissário, pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário;
VI - os tabeliães, escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos
praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício;
VII - os sócios, no caso de liquidação de sociedade de pessoas.
Parágrafo único. O disposto neste artigo só se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter
moratório.

Obs.: A solidariedade se caracteriza pela ausência de benefício de ordem. No art. 134,


embora haja menção a responsabilidade solidária, o art. descreve caso de benefício de
ordem, ou seja, responsabilidade subsidiária.

Dica para provas: se a pergunta descreve o CTN, usar solidariedade. Em prova escrita,
no que pese o art. 134 fale em resp solidariedade, a situação é tipicamente de
subsidiariedade.

Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias
resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos:
I - as pessoas referidas no artigo anterior;
II - os mandatários, prepostos e empregados;
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.

Segundo a jurisprudência, no art. 135 há fraude, dolo ou simulação.

OBS.: Qual a diferença e qual é o âmbito de aplicação dos seguintes dispositivos?

Art. 134, VII (liquidação irregular)


X
Art. 135, III (diretores gerentes e administradores)
E.1.) Responsabilidade em liquidação de sociedade de pessoas (art. 134, VII).
Extensão e Aplicabilidade
É hipótese específica. Não ocorre em toda e qualquer liquidação, mas só em caso de
liquidação de sociedade de pessoas. Liquidação de sociedade de capital não resulta na
responsabilidade dos sócios.
Ver. Embargos de declaração no RE 109.143

E.2. Responsabilidade dos diretores/gerentes/representantes de pessoas jurídicas de


direito privado (art. 135, III)
Extensão e aplicabilidade
Requisitos para que se caracterize a respons nos termos do 135, III.

a) Prática de ato
- com excesso de poder,
- infração à lei, contrato social ou estatutos

b) Prática realizada por:


- sócio gerente ou
- sócio administrador.
O sócio para ser responsável deve ter poder de gestão. Será responsável se ficar
comprovado: infração à lei ao ctt social, estatutos....

Princípio da Legalidade → Se a pessoa realiza o FG e não paga tributo infringe a lei. O


sócio com poder de gestão NÃO deve ser responsável com seus bens no simples caso de
não pagamento de tributo (não pagou porque não tinha dinheiro e não porque estava
fraudando).
Para que responda é preciso haver infração à lei, cujo resultado seja fraude, haja dolo.

STJ → O simples não pagamento por insolvência sem que haja dolo, simulação, fraude,
não gera a respons do 135, III.
Embargos no agravo 494. 887.

a) Requisitos do art. 135, III: não pagamento decorrente de fraude

Obs. Dissolução irregular da pessoa jurídica: pessoa encerra a sociedade e não paga os
tributos. Embora não haja previsão, o STJ considera que essa dissolução resulta na
responsabilidade do 135, III. Às vezes, o STJ presume a dissolução irregular – ex. pela
não localização da empresa.
Embargos de divergência no RESP 852.437 RS.

b) ônus da prova: a quem cabe provar a ocorrência ou a não ocorrência dos requisitos do
art. 135, III?
Em geral, a prova cabe a quem alega. Caberia à FP provar que houve o dolo, fraude...
Para o STJ: o ônus da prova dos requisitos do 135, III depende da CDA (certidão da
dívida ativa), de forma que se o sócio estiver indicado na CDA como responsável
tributário, há a inversão do ônus da prova, cabendo ao sócio fazer uma prova negativa
(prova de que não praticou os atos fraudulentos).

Aula 07
28/04/2009
CONT. SUJEIÇÃO PASSIVA
Cont. Responsabilidade Tributária (figura do responsável tributário).
Cont. E) Responsabilidade art; 134 e 135.
CONT. E.2) Responsabilidade dos diretores/gerentes/representantes de pessoas jurídicas
de direito privado

(confirmar esse começo da aula)

PJ realiza o FG e não paga o tributo, a adm faz o lançamento tributário em face da pj (é


uma cobrança adm), ou seja, constitui o crédito tributário. Se a pj não paga o valor
exigido no lançamento, a adm adota medidas preparatórias para a execução fiscal
(cobrança judicial da dívida tributária): o débito será inscrito em dívida ativa (DA), será
emitida certidão de dívida ativa (CDA), a adm pode ajuizar a execução fiscal e
promover a cobrança judicial do crédito tributário.

Inscrição na DA antes da execução → A inscrição na DA confere ao crédito tributário


uma presunção de liquidez e certeza. Tem por objetivo fazer detalhamento do débito:
identificação do sujeito passivo, do FG e do tributo devido, da multa aplicável,
eventualmente o responsável tributável..., todos os elementos concernentes ao débito
tributário.

Na prática, muitas vezes, a pj não paga débito e este é inscrito na DA, a adm indica
como suj passivo a pj (contribuinte) e o sócio na condição de responsável, sem
nenhuma motivação específica. Com isso era emitida a CDA, a qual serve como título
executivo extrajudicial que fundamenta a execução fiscal. Na CDA já havia a indicação
do sócio como responsável, logo, a execução fiscal podia ser ajuizada tanto contra a pj
quanto contra o sócio.

*** STJ : caso o sócio esteja na CDA e for ajuizada execução fiscal contra ele, caberá a
ele o ônus de provar que não praticou nenhum dos atos do art. 135, III. O sócio o faz
por meio de embargos à execução, o que pressupõe o oferecimento de garantia.

Art. 135. São pessoalmente responsáveis pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias
resultantes de atos praticados com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos:
I - as pessoas referidas no artigo anterior;
II - os mandatários, prepostos e empregados;
III - os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.

A FP não precisa produzir nenhuma prova para colocar o sócio como responsável na
CDA, pois, segundo o STJ, o ônus da prova foi invertido. O sócio para fazer essa prova
negativa tem muitas dificuldades. Esse entendimento consolidado do STJ tem por
fundamento a presunção de liquidez e certeza da inscrição na DA.
Julgado: embargos de diverg no Resp 635.858.
12/06/2009 - 13h30
DECISÃO

STJ extingue ação penal instaurada contra empresário


A Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) extinguiu a ação penal instaurada contra o
empresário Miguel Daux Neto, sócio da empresa Ocident Administração e Participação de Imóveis Ltda,
por inépcia da denúncia. O empresário foi denunciado pelo não pagamento do Imposto sobre Serviços
(ISS) devido ao município de Florianópolis.
O empresário recorreu ao STJ pretendendo obter o trancamento da ação penal, sustentando que não pode
ser responsabilizado por ser apenas sócio cotista da empresa, que supostamente deixara de recolher
tributos por ela devidos. Além disso, alegou que a denúncia “não identifica pormenorizadamente o
ilícito penal que teria sido praticado por ele”.
No Tribunal de Justiça de Santa Catarina, o empresário teve um habeas-corpus negado. Entretanto,
conseguiu a suspensão do processo penal até que se resolvesse no processo cível à questão relativa à
exigibilidade dos referidos tributos.
Para o relator, ministro Nilson Naves, é caso de denúncia vaga, ou imprecisa, ou omissa, já que
ficou aquém daquilo que se espera (de seus indispensáveis requisitos), não revelando qual fora a
participação das pessoas no fato por ela indicado. “Não há, em seu corpo, uma só palavra referente à
maneira como essas pessoas praticaram a ação, ou se se omitiram, se e quando dessas pessoas se requeria
o dever de agir.

c) Responsabilidade solidária em relação a débitos da Seguridade Social


/Responsabilidade solidária dos sócios/gerentes/administradores.

Lei 8.620/93, Art. 13. O titular da firma individual e os sócios das empresas por cotas de
responsabilidade limitada respondem solidariamente, com seus bens pessoais, pelos débitos junto à
Seguridade Social.
Parágrafo único. Os acionistas controladores, os administradores, os gerentes e os diretores
respondem solidariamente e subsidiariamente, com seus bens pessoais, quanto ao inadimplemento
das obrigações para com a Seguridade Social, por dolo ou culpa.

Art. 13 da lei 8620/93: já foi revogado, porém se aplica a fatos ocorridos antes da
revogação, por isso está sendo objeto de discussão no STF. Este art. estabelece
responsabilidade solidária (e subsidiária – parág único) em relação a débitos da
seguridade social de sócios, administradores, gerentes de uma empresa ltda. Esse art.
afrontava o 135, III do CTN, segundo o qual essas pessoas só podem ser responsáveis se
houver atuação dolosa (e não culposa) e não haverá responsabilidade solidária. No
135,III há resp pessoal, com a preservação do patrimônio da pessoa jurídica. O STJ
reconheceu a ilegalidade do dispositivo em face do CTN e afasta a aplicabilidade dele.
A questão chegou ao STF, sob o fundamento de que a resp dos sócios, que já está no
CTN (o qual tem status de LC) só poderia ser alterada por meio de LC.
No STF foi reconhecida a repercussão geral da questão, mas ainda não foi julgada.
RE 567.932.

d) Medida Cautelar Fiscal


Art. 4º da lei 8397/92 (lei disciplina a medida cautelar fiscal – ler).
Medida cautelar fiscal é ação de iniciativa da FP, que pode ser ajuizada na situação:
FG → Obrigação tributária → crédito tributário constituído, ou seja, lançamento. Porém
não há pagamento por parte do sujeito passivo, que impugnou o crédito
administrativamente. A impugnação suspende a exigibilidade do crédito, não podendo a
adm cobrá-lo. O proc adm dura, por ex, 10 anos e durante esse período, exigibilidade
suspensa, o contribuinte pratica atos que colocam em risco o recebimento da dívida
tributária. A adm pode ajuizar, então, a medida cautelar fiscal para decretar a
indisponibilidade de bens do devedor para garantir a execução fiscal futura. São
poucos os casos, pois na prática, a fazenda só ajuíza em caso de dívidas enormes.

Art. 4° A decretação da medida cautelar fiscal produzirá, de imediato, a indisponibilidade dos bens do
requerido, até o limite da satisfação da obrigação.
§ 1° Na hipótese de pessoa jurídica, a indisponibilidade recairá somente sobre os bens do ativo
permanente, podendo, ainda, ser estendida aos bens do acionista controlador e aos dos que em razão
do contrato social ou estatuto tenham poderes para fazer a empresa cumprir suas obrigações fiscais,
ao tempo:
a) do fato gerador, nos casos de lançamento de ofício;
b) do inadimplemento da obrigação fiscal, nos demais casos.
§ 2° A indisponibilidade patrimonial poderá ser estendida em relação aos bens adquiridos a qualquer
título do requerido ou daqueles que estejam ou tenham estado na função de administrador (§ 1°),
desde que seja capaz de frustrar a pretensão da Fazenda Pública.

Esse art. 4º estabelece os efeitos da medida cautelar fiscal no caso da concessão da


medida e os §§ 1º e 2º contempla casos em que a indisponibilidade também atingirá os
bens dos sócios.
Resp 722.998 – item 3 e 4. porém seria preciso comprovar o 135 III ou o 134, VII para
responsabilizar sócios. Acompanhar caso no STJ.

Hipóteses do CTN Hipóteses da legislação esparsa


Art. 135, VII Art. 135, III Art. 13 lei 8620/93 Art. 4º, lei 8797/92
Atuação culposa em Atuação dolosa de um Responsabilidade Indisponibilidade de
caso de liquidação de sócio com poder de solidária ou subsidiária bens dos sócios
sociedade de pessoas. gestão no caso de débitos com independentemente da
* dissolução irregular a seguridade social. comprovação do art.
Responsabilidade pelos 135, III, CTN.
tributos + penalidades Responsabilidade Foi revogado pela MP
moratórias. pessoal pelos tributos + 449/08 STJ: deve-se interpretar
penalidades (todas: à luz do art. 135, III,
moratórias ou tem repercussão geral CTN.
estritamente punitivas) reconhecida no STF.

* O ônus da prova
depende do conteúdo da
CDA.

(ainda em responsabilidade:)

Denúncia espontânea
Instituto que gera a exclusão da responsabilidade (dever de pagar o tributo) – art. 138
CTN.

Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o
caso, do pagamento [FORMA DE EXTINÇÃO DO CRÉDITO. O parcelamento não extingue o crédito. É
causa de suspensão da exigibilidade] do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da
importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de
apuração.
Parágrafo único. Não se considera espontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer
procedimento administrativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração.

Ex. Ocorrência do FG gera OT. Não ocorre o pagamento do tributo (abr/08), valor 10
mil. Em set/08 há o pagamento dos 10 mil antes de qualquer cobrança ou fiscalização
(pagamento de forma espontânea). Resultado: o tributo deve ser pago apenas acrescido
de juros de mora. Fica excluída a multa de mora.

1. Forma de pagamento na denúncia espontânea:


FG → OT → tributo em atraso → pagto + juros de mora.
O pagamento deve ser integral e à vista ou pode ser parcelado?
Sempre que há parcelamento (não seria pagamento??? Confirmar) há uma
consolidação do débito. Nesta só se incluem os juros de mora. Excluída a multa.
O parcelamento é ou não modalidade de denúncia espontânea?

STJ: pagamento é ≠ de parcelamento. Nos termos do 158, I, CTN: o pagto integral


implica na extinção do credito tributário, no parcelamento há suspensão da
exigibilidade.

Art. 158. O pagamento de um crédito não importa em presunção de pagamento:


I - quando parcial, das prestações em que se decomponha;

Portanto, o parcelamento não pode ser uma espécie de denuncia espontânea.


LC 104/01 altera o CTN: coloca o parcelamento de forma Expressa no art. 151,
CTN e cria o 155-A (que disciplina o parcelamento). § único: se a lei não disser de
forma expressa, ...

Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:


VI – o parcelamento. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

Art. 155-A.§ 1o Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito tributário não exclui a
incidência de juros e multas. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

No parcelamento deve haver o pagamento do tributo, dos juros de mora e multa


(moratória e punitiva).
Essa LC 104 consolida o entendimento de que parcelamento não é denuncia
espontânea.

2. Possibilidade de denúncia espontânea nos casos de tributos lançados por


homologação que tenham sido objeto de declaração.

No lançamento por homologação, art. 150 CTN, suj passivo realiza o FG, surge a
OT. Ele tem o dever de fazer o pagto antecipado do tributo (apurar a bc, aplicar a
alíquota e pagar o tributo). Esse pagto é precário, por si só não extingue o crédito
tributário. Fica sujeito à homologação, ou seja, à concordância da administração.
Esta tem que verificar se o pagto está correto. Hoje, praticamente todos os tributos
são lançados por homologação. A legislação tributária, na maioria dos tributos
lançados por homologação, diz: antes do pagto antecipado, o suj passivo deve
entregar uma declaração na qual haja data do FG e quanto é devido. A homologação
inclui a declaração e o pagamento.

Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao
sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa,
opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo
obrigado, expressamente a homologa.

No STJ há discussão quanto a esse assunto → Contribuinte realiza o FG, faz a


declaração em abr/08 e no momento de fazer o pgto antecipado não o faz, pois não
tem $. Tem que declarar sob pena de cometer crime contra a ordem tributária. “devo
e não nego”. Paga em set/08 e não há medidas de fiscalização até esta data. Logo, o
sujeito passivo poderia fazer a denúncia espontânea. Porém, para o STJ esta não é
possível, pq o contribuinte por meio da declaração confessou o débito. Fundamento:
A denúncia espontânea pressupõe o desconhecimento do fisco quanto à dívida
tributária. Logo, o contribuinte terá que pagar tributo, juros e multa.

Súmula 360 STJ: O benefício da denúncia espontânea não se aplica aos tributos
sujeitos a lançamento por homologação regularmente declarados, mas não pagos a
tempo. (se há declaração e não pagto → impossibilidade de denúncia espontânea)

Art. 47 da lei 9430/96 – complementa a súmula do STJ.

Art. 47. A pessoa física ou jurídica submetida a ação fiscal por parte da Secretaria da Receita
Federal poderá pagar, até o vigésimo dia subseqüente à data de recebimento do termo de início de
fiscalização, os tributos e contribuições já declarados, de que for sujeito passivo como contribuinte
ou responsável, com os acréscimos legais aplicáveis nos casos de procedimento espontâneo.
(Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997)

Especificamente nos casos de tributos federais, o art. 47 diz: realizado o FG, feita a
declaração e não feito o pagamento. A fiscalização percebe que não houve pagto e
dá início ao procedimento de fiscalização. Um dos efeitos deste é retirar a
espontaneidade, ou seja, retirar a possibilidade de denúncia espontânea. O art. 47
confere então um benefício: contribuinte poderá no prazo de 20 dias, a contar do
início da fiscalização, efetivar o pgto do tributo com os benefícios da denúncia
espontânea. Declarar e não pagar, vale mais a pena esperar a fiscalização e pagar no
prazo de 20 dias do que pagar antes.
Só há um porém: a adm entende que este pagamento vai incluir juros + multa de
mora. A adm fala que a multa que o 138 do CTN exclui é a multa de ofício, que vem
no momento do AI. a multa de mora (20%) não fica excluída pela denúncia
espontânea.

***Ver artigo da profª no material de apoio. A discussão é importante para


concurso de procuradorias federais.

Já vimos: OT, Sujeição passiva (responsabilidade tributária)

Agora veremos : Crédito tributário, mas antes:

SUJEITO ATIVO

Sujeito ativo da relação jurídica tributária é aquele que tem capacidade de, em primeiro
lugar, cobrar o tributo. A sujeição ativa está vinculada com a capacidade de cobrança
em um primeiro momento.

Capacidade de cobrar o tributo X competência tributária.

Capacidade tributária ativa Competência tributária


A capacidade tributária ativa implica: - poder de criar e de modificar tributos
1. cobrança do tributo; - nunca pode ser delegada.
2. fiscalização do tributo;
3. administração do tributo A CF confere competência tributária aos
entes da Federação (U, Est, M e DF), os
- pode ser delegada, transferida a um quais exercem tal competência por meio
terceiro de leis (poder legislativo).
Delegação da capacidade tributária ativa
Pode ser:
Integral: ocorre a delegação de todas as 3 atividades (cobrança, fiscalização e
administração o tributo)
Se houver delegação integral, esta é a PARAFISCALIDADE. Delegação da função de
administrar o $ arrecadado.

Parcial: ocorre a delegação de algumas das atividades acima.

O Art. 7º CTN – permite a delegação integral e parcial

Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar
tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, conferida
por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.
§ 1º A atribuição compreende as garantias e os privilégios processuais que competem à pessoa
jurídica de direito público que a conferir.
§ 2º A atribuição pode ser revogada, a qualquer tempo, por ato unilateral da pessoa jurídica de
direito público que a tenha conferido.
§ 3º Não constitui delegação de competência o cometimento, a pessoas de direito privado, do
encargo ou da função de arrecadar tributos.

CRÉDITO TRIBUTÁRIO

1. LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO
1.1. Definição
Lançamento está no art. 142, CTN.

Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo
lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato
gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo
devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de
responsabilidade funcional. [poder dever da administração]

(Lançamento é uma das formas de constituição do crédito tributário. Só pode ser feito
pela administração. Há outras formas de constituição do CT, que não são privativas da
adm. Ex. declaração do contribuinte, no lançamento por homologação – constitui o
crédito tributário.)

Fg → OT → CT = Sujeito passivo realiza o FG, nasce a OT (dever passivo) e a este


dever corresponde um direito que é o credito tributário. Este, no
mais das vezes, é constituído pelo lançamento, por meio da declaração da ocorrência do
FG (Declara FG e consequentemente surge o dever de pagar o tributo e o direito do
sujeito ativo). Ou seja, constitui a relação jurídica tributária.
Este direito de cobrar o tributo é um poder dever, pq a atividade de lançamento é
atividade obrigatória sob pena de responsabilidade funcional.
1.2. Procedimento de fiscalização/ ato de lançamento
O lançamento pode ser antecedido de atos de fiscalização:
Suj pass realiza o fg, nasce a OT e não há pagto.
A adm dá início a fiscalização para colher provas relacionadas à ocorrência do FG e ao
não pagamento do tributo. O início da fiscalização deve sempre ser notificado ao suj
passivo para: i] dar publicidade à fiscalização e ii] retirar a espontaneidade.

Durante a fiscalização há a prática de atos inquisitórios pela administração


(investigação). Não há contraditório nesse momento. O suj pass tem que prestar
informações e mostrar todos os documentos solicitados pela adm. Esse momento é
conhecido como PROCEDIMENTO DE FISCALIZAÇÃO.

Ao final do procedimento, se a adm obteve provas suficientes haverá o lançamento


tributário, que vai declarar a ocorrência do FG e constituir a relação jurídico tributária.
Esse lançamento é um ato administrativo.
Apesar disso, o CTN, art. 142, o define como procedimento (e não ato) e descreve o
procedimento de fiscalização e não apenas ao lançamento que é ato adm isolado.

Em provas: lançamento tributário é ato ou procedimento adm?


Depende: pode ser procedimento se incluo no lançamento o momento prévio de
fiscalização. Pode ser ato adm, se é visto isoladamente, como o produto do
procedimento de fiscalização.

1.3.Lei aplicável no momento da realização do lançamento tributário.


Art. 144, CTN
Ex.
2000 – lei que determina que a aliq do IR é de 15% e multa por não pgto de 20%.
2001 - Pj realiza o FG do IR (vigência da lei de 2000), porém não o paga, pois entende
que não é devido.
2002 - lei revoga a lei de 2000, estabelecendo a alíquota de 10% e a multa de 15%.
2003 - lançamento tributário relativo ao FG de 2001.

Lei aplicável para determinar a alíq → (caput do 144): a lei aplicável é a lei vigente à
época do FG (alíq de 15%). Mesmo tem sido a lei da época do FG revogada. Trata-se
da ULTRATIVIDADE DA LEI TRIBUTÁRIA.
Tributo nunca retroage.
Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei
então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. [princípio da irretroatividade (da lei
nova)]
[ultratividade da lei tributária: mesmo revogada continua a ser aplicada (a fatos ocorridos na sua
vigência)]
§ 1º Aplica-se ao [momento do] lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato
gerador da obrigação, tenha instituído i) novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ii)
ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou iii) outorgado ao crédito
maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade
tributária a terceiros.

Lei aplicável para determinar a multa → CTN, art. 106, II, c: a multa deve ser a mais
benéfica, ou seja, a de 15% da lei nova.

Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: [atenuação (“exceção”) ao princípio da irretroatividade
tributária]
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado: [princípio da benignidade]
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.
[retroatio in melius]

Retroprojeção de leis procedimentais.


O § 1º do 144: dispõe que as leis procedimentais poderiam retroagir e alcançar FGs que
ocorreram na vigência de outra lei.
Ex. Quebra de sigilo bancário sem autorização do PJ – LC 105.
1964 – Lei 4595: As instituições financeiras devem manter sigilo bancário. Art. 38: a
quebra do sigilo bancário pela autoridade adm só pode ser feita mediante autorização do
PJ.

1996 – lei 9311/96 (CPMF), art. 11, § 3º → disciplina o sigilo bancário.


FG da CPMF → movimentação financeira, ou seja, a adm teria acesso aos dados
financeiros do contribuinte, o que conflitaria com a lei de 64. Assim, a lei da CPMF
estabelece que a adm só pode usar os dados para apurar o FG da CPMF e de nenhum
outro tributo.

2001 - LC 105, revoga a lei de 64 (?). Nos arts. 5 e 6, a LC 105 prevê a possibilidade de
quebra do sigilo bancário pela adm tributária, sem autorização do PJ. requisitos para
a quebra do sigilo: processo ou procedimento administrativo instaurado (fiscalização) e
demonstração da necessidade da quebra para se prosseguir com a fiscalização.
A LC 105 também diz que os bancos devem informar a movimentação à receita: a cada
5 mil reais de movimentação que uma PF faz, o banco já manda comunicação para a
receita federal, para esta verificar se a declaração do IR está compatível com a
movimentação financeira. Cruzamento de dados.

2001 - lei 10.174, que altera o art. 11, §3 da lei 9311 permitindo-se usar os dados da
CPMF.

2002 – há uma fiscalização. Nesse momento, a adm pode usar os dados de 2000 para
cruzar com os do IR? FG foi realizado antes da autorização legal da LC 105. Pode a
adm aplicar a LC 105 e a lei da CPMF de forma retroativa?
STJ entendeu que sim. Fundamento – art. 144, § 1º do CTN. Trata-se de lei
procedimental, não há aumento de tributo, mas aumento das possibilidades de
fiscalização.
Embargos de divergência no Resp 725.778 – 2007. a LC 105 está sendo questionada no
STF quanto à sua constitucionalidade. ADI da OAB. Em adi s anteriores à da OAB já
houve julgamento de liminar e não foi concedida. Ver ADIs sobre LC 105 no material
de apoio.
(Esse tema de sigilo bancário é muito importante para AGU.)

Art. 5º, X e XII da CF – proteção da intimidade e sigilo de dados. Baseiam as ADIs


contra a LC 105.

1.4. Modalidades de lançamento


Há 3 modalidades de lançamento:
Estas modalidades se diferenciam pelo grau de participação do sujeito passivo na
elaboração do lançamento tributário.

1.4.1. Lançamento de ofício:


O suj passivo não participa. O lançamento é realizado conforme os registros da
administração. Ex. IPTU. Fg ocorre no dia 1/01 de cada ano. O proprietário de imóvel
realiza o fg do IPTU e aguarda chegar o boleto para pagamento.

1.4.2. Lançamento por declaração:


o suj passivo participa um pouco. Alguns chamam de LANCAMENTO MISTO. Porque
é realizado a partir de informações essenciais prestadas pelo sujeito passivo, por meio
de declaração. Ex. II e IE.

Previsão legal: 147 CTN:

Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um
ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre
matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. [lançamento por declaração]

Procedimento: Suj pas realiza o FG, nasce a OT. O suj tem que prestar uma declaração
à adm, a qual terá alguma informação essencial relativa ao FG, sem a qual a adm não
consegue lançar. Feita a declaração, o suj pass recebe o lançamento tributário, que é
realizado considerando a declaração.
Ex. taxa do lixo em SP. A bc tem que ser o custo do serviço que é prestado. O
município pediu que os contribuintes declarassem quanto produziam de lixo. O
contribuinte declara o peso mínimo para pagar a taxa mínima. Prefeitura cobra a taxa de
acordo com a declaração. A informação (quantos quilos de lixo cada um produz) era
essencial para a realização do lançamento.

Erro na declaração do contribuinte: Ela pode ser retificada. Mas se essa retificação for
feita por iniciativa do suj pass e resultar numa diminuição do tributo:
i] o contribuinte precisa comprovar
ii] a retificação só pode ser realizada antes do lançamento tributário.

Perda de prazo para retificação: O contribuinte deve apresentar impugnação ao


lançamento.

Retificação por iniciativa do suj ativo: a declaração será retificada de ofício pela adm
quando verificar quais são os erros.

Lançamento por declaração ≠ Lançados por homologação que envolve declaração (esta
última envolve: FG, Declaração, pagamento e homologação).

1.4.3. Lançamento por homologação:


O sujeito passivo participa intensamente do lançamento. Ele faz o pgto antecipado e a
adm apenas homologa o lançamento. A maioria dos tributos são lançados dessa forma.
Ex. IR.

Previsão legal: art. 150 CTN

Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao
sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa,
opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo
obrigado, expressamente a homologa.
§ 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob
condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento.
§ 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados
pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito.
§ 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apuração do saldo
porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação.
§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato
gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se
homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de
dolo, fraude ou simulação.

Procedimento: Sujeito pass realiza o FG, tem o dever de fazer o pagto antecipado e o
faz sem prévio exame da autoridade administrativa. Esse pagto antecipado por si só não
tem o condão de extinguir o crédito tributável. Esta extinção é realizada pela
homologação do pagamento antecipado. A homologação é a manifestação da
concordância da adm quanto ao pagamento que foi realizado. Esta manifestação deve
ocorrer no prazo de 5 anos a contar do FG. Se concorda nesse prazo, homologa. Se no
prazo, a adm discorda, não há homologação, haverá a cobrança do tributo.

A homologação pode ser feita de 2 formas:


- homologação expressa: a adm manda para o contribuinte carta dizendo que em
relação ao FG, ela concorda com o pagto. Detalhamento do FG, quantia paga e suj
passivo.
- homologação tácita: consiste no silêncio da adm por 5 anos a contar do FG. Opera-se
a extinção do crédito tributário. Esse prazo é entendido como prazo de decadência.

Pagamento viciado:
Parte final do§4 acima faz uma ressalva: “SALVO DIANTE DA OCORRENCIA DE
DOLO, FRAUDE OU SIMULAÇÃO”. O pagto não foi suficiente para extinguir o
crédito tributário, pois resultou de fraude, dolo ou simulação. Logo, não haverá
homologação.

Pagamento incorreto:
Não haverá homologação. Gera a cobrança do tributo.
a) Prazo para essa cobrança: art. 173, I ou 150,§4º?

→ art. 173, I CTN – prazo de decadência.


Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos,
contados:
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;

Para a doutrina e jurisp o prazo do 173, I será aplicado se não houver homologação
porque:
i] não houve qualquer pagamento (não há o que homologar) e
ii] houver pagto de valor inferior ao devido, resultante de dolo, fraude ou simulação.

→ art. 150, § 4º.

§ 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato
gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se
homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo,
fraude ou simulação.
Para a doutrina e jurisp o 150 §4º só será aplicado no caso de pagto insuficiente que
não seja resultante de dolo, fraude ou simulação, ou seja, o prazo de 5 anos, servirá
tanto para a homologação quanto para a cobrança da diferença.

b) Forma de cobrança:
- lançamento de ofício → auto de infração (o lançamento serve para constituir o CT, o
que é pressuposto para a cobrança)
- execução fiscal nos casos de lançamento por homologação em que haja o dever do suj
pass de declarar. (obs. A declaração constitui o CT, logo não há necessidade de
lançamento)

Aula 08
06/05/2009

Continuando crédito tributário – lançamento por homologação


Prazos/ formas de cobrança (no caso de pagto errado) no lançamento por homologação

No lançamento por homologação, não há homologação pela administração se o sujeito


passivo não pagou ou pagou menos do que devia. A adm pode cobrar o crédito
tributário.
- Como a ADM cobra?
- Em qual prazo?

Lançamento por homologação - art. 150, CTN: ocorre o FG, o SP faz o pagamento
antecipado, que ficará sujeito à homologação no prazo de 5 anos a contar do FG.

1º caso: Não pagamento ou pagamento de valor menor que o devido – para a


cobrança de tais valores pela adm é preciso constituir o CT, o que se dá por meio do
lançamento de ofício, ou ato de infração.
Art. 149, V, CTN

Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa


nos seguintes casos:
V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente
obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte; (lançamento por
homologação)

Prazo para a cobrança pela adm no caso de não pagamento ou pagto menor:
(é prazo de decadência) vai depender do SP ter pago algo ou de ele não ter pago nada.
Para a jurisprudência e a doutrina:

a) pagamento inferior ao valor devido: o prazo para a administração cobrar a diferença


é o previsto no art. 150, §4º, CTN. O prazo que ela tem para homologar serve para ela
homologar ou não concordar com o pagamento efetuado.
b) não pagamento: não faz sentido aplicar o art. 150, 4º, neste caso. Como não houve
pagamento do valor integral, o prazo que a FP possui para cobrar é o do art. 173, I,
CTN, que é a regra da decadência do direito tributário.

2º caso: lançamento por homologação nos casos em que há declaração.


A declaração funciona da seguinte forma:
SP realiza FG – nasce o dever de entregar uma declaração à ADM (obrigação tributária
acessória, na qual ele diz que realizou o FG e por esse motivo deve X a título de tributo)
– pagamento do valor declarado.
Essa atividade fica sujeita à homologação pela adm (só com a homologação o CT se
extingue)
É necessário avaliar a extensão da atividade do SP na declaração e no pagamento:

(Declara – não pratica crime)

c) Declaração incorreta ou inexistência dela


Caracteriza dolo, fraude ou simulação.
O prazo de 5 anos, contados a partir do FG (art 150, § 4º) não se aplica nos casos de
fraude, dolo ou simulação, Mesmo que tenha havido pagamento (declaração errada e
pagto errado)

Art. 150, § 4º. Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do
fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se
homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de
dolo, fraude ou simulação.

Aplica-se a regra geral da decadência – 173, I, CTN.


Cobrança será mediante lançamento de ofício
Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos,
contados:
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;
Fundamento 149, V ou VII

Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes
casos:
V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício
da atividade a que se refere o artigo seguinte;
VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude
ou simulação;

d) Declaração correta e não pagto ou pagto parcial


O sujeito passivo diz que realizou o FG e deve tributo.
Para jurisp e doutrina, essa declaração mesmo que desacompanhada de pagto tem a
função de constituir o crédito tributário. Se a declaração constitui o crédito tributário, o
efeito refletirá na forma de cobrança e no prazo de cobrança:

STJ: no caso de não pagamento de tributo.


Ocorre o FG → não há pagamento – adm deve cobrar o tributo. A cobrança tem como
pressuposto a constituição do crédito tributário, a qual significa:
a) identificação do FG (ocorreu)
b) identificação dos elementos da relação jurídica tributária: sujeito ativo (pessoa
que tem um direito) e sujeito passivo (pessoa que tem um dever) em relação ao
mesmo objeto (tributo).
(em suma: constituir o crédito tributário: dizer que ocorre o FG e porque ocorreu o fg o
tributo existe e é devido pelo suj pass ao suj ativo.)

A constituição do crédito tributário pode ser realizada tanto pela administração quanto
pelo sujeito passivo:
→ constituição do CT pela administração: é feita por meio do lançamento
tributário, que é o lançamento de ofício, auto de infração...
→ constituição do CT pelo sujeito passivo: é feita por meio de declaração. A
declaração é só uma forma de constituição do crédito tributário. (lançamento por
homologação)

Na situação em que o suj pass declara corretamente, mas não paga ou paga
parcialmente, para que a adm faça a cobrança, ela precisa fazer o lançamento?
O lançamento pela adm teria a função de constituir o CT. Porém este já foi constituído
por meio da declaração, logo não é preciso que a adm faça o lançamento para cobrar,
podendo já cobrar diretamente: inscrever o débito em DA, emitir CDA e ajuizar
execução fiscal.

Prazo para cobrança no caso de declaração correta e não pagto ou pagto parcial:
Decadência é o prazo para a adm fazer o lançamento. Tendo havido declaração, não é
preciso fazer o lançamento, logo não há que se falar em decadência.
O prazo será o que a adm tem para adotar as medidas de cobrança, ou seja, o prazo de
prescrição – art. 174, CTN.

Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da
sua constituição definitiva.

A constituição do CT pelo SP não ofende o 142 do CTN, segundo o qual o


lançamento é atividade privativa da adm.?

Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo
lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato
gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo
devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.

STJ: O que é privativo da adm é a constituição do CT pelo lançamento (de ofício).


A atividade de constituir o CT não necessariamente será por lançamento. Pode ocorrer
por outras formas. O 142 não impede que o suj passivo constitua o credito de outra
forma.
RE 850. 423: item 2.

Quandro resumo – hipóteses de cobrança no lançamento por homologação

Situação Cobrança (como?) Prazo


1º caso – lançamento art. Cobrança por lançamento
150. 2 situações: de ofício
a) pgto menor a) Pgto menor – art. 150
§4º (5 anos do FG)
b) não pgto b) Não pgto – 173, I
(Fundamento art. 149, V)
2º caso – declaração
Situações:
c) não declara ou declara Lançamento de ofício Prazo – 173, I (fundamento
errado (não constitui o CT) art. 149, VII)

d) declara certo, mas não (dispensa o lançamento). Prazo – art. 174, CTN –
faz o pgto ou o faz a menor Inscrição em DA, emissão Prescrição.
de CDA e EF (atos
preparatórios à cobrança
judicial)

Prazo de decadência é prazo para lançar. Se não há lançamento, não há esse prazo.

STJ entendeu por algum tempo que, de fato, nas situações em que havia o lançamento
por homologação, mas não pagamento → a decadência deveria ser calculada pela
aplicação cumulativa dos arts. 150 §4º e 173, I, CTN. Aplicação cumulativa. Prazo 10
anos.
No entt, no ano passado, emb. de diverg no RESP 575.991 STJ: Não há prazo de 10
anos.
Ag regimental, no agravo 410.358.

Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário [fazer o lançamento] extingue-se
após 5 (cinco) anos, contados:
I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado;

PRAZO de decadência: 5 anos, contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele


em que o lançamento poderia ter sido efetuado.

Ex. ICMS. Tributo lançado por homologação

Ocorre o FG, o suj pass tem que fazer o pgto antecipado.


Fg em maio/02, pgto tem q ser feito até 10/06/02. não paga. No dia 11/06/02 não existe
pgto. A adm poderá cobrar. Para que haja cobrança é preciso da CT. Assim, como o suj
pass não constitui o crédito, a adm tem que fazer o lançamento de ofício. Adm., em
out/02 verifica que o tributo não foi pago. Em out a adm já pode fazer o lançamento?
sim. Para tanto, precisa que o contribuinte seja devedor apenas, ou seja, esteja em mora.
Esta caracteriza a exigibilidade deste tributo. A adm pode lançar no dia 11/06.

Prazo para lançar é contado a partir do 1º dia do exercício seguinte ao que o lançamento
poderia ter sido efetuado, ou seja, o prazo começa a contar em 01/01/2003.
Contar 5 anos a partir de 01/01/2003 → 01/01/2008 está consolidada a decadência. A
adm pode lançar até 31/12/2007. no dia 01/01/2008 não pode mais lançar.

Ou seja, há hipóteses de lançamento por homologação em que se aplica o 150, §4 e


outros em que se aplica o 173, I.
A decadência e o lançamento por homologação - Michelle Goebel Pillon
18/07/2009-18:00
Autor: Michelle Goebel Pillon;
Como citar este artigo: PILLON, Michelle Goebel Pillon. A decadência e o lançamento por homologação.
Disponível em http://www.lfg.com.br. 18 julho. 2009.

O lançamento tributário é ato documental de cobrança, por meio do qual se declara a obrigação tributária
nascida do fato gerador. Trata-se ato administrativo vinculado, uma vez que deve ser balizado pela lei, e
não por oportunidade ou conveniência. As espécies de lançamento previstas no CTN são as seguintes:

a) Lançamento Direto ou de Ofício: é aquele em que o fisco, dispondo de dados suficientes para efetuar a
cobrança, realiza-o, dispensando o auxílio do contribuinte. Ex: IPTU.

b) Lançamento Misto ou "Por Declaração": aquele representado pela ação conjugada entre o FISCO e o
contribuinte, restando àquele o trabalho privativo de lançar. Ex: Imposto de Importação.

c) Lançamento por Homologação: É aquele em que o contribuinte auxilia a Fazenda Pública na atividade
do lançamento, cabendo ao fisco, no entanto, homologá-lo. Ex: ICMS, IR, PIS, IPI, COFINS, CSLL,
entre tantos outros, correspondendo o maior volume da arrecadação.

A decadência nasce em razão da omissão ou inanição do sujeito ativo no exercício de proceder ao


lançamento. O prazo de decadência existe para que o sujeito ativo constitua o crédito com presteza, não
sendo atingido pela perda do direito de lançar. A constituição do crédito tributário ocorre por meio do
lançamento, segundo o art. 142 do CTN, que deve se dar em um interregno de 5 (cinco) anos.

Nos casos de lançamento por homologação, temos que analisar a decadência sob duas ópticas, com o
pagamento do tributo e sem o pagamento do tributo. Com o pagamento do tributo, aplica-se a regra
disposta no §4º, do art. 150 do CTN. Se não houver o pagamento do tributo, exige a aplicação do art. 173,
I, do CTN, ou seja, o prazo conta-se do primeiro dia do exercício financeiro seguinte àquele que em que o
lançamento poderia ter sido efetuado.

O prazo que a administração tem para homologar é de 5 anos contados do fato gerador (art. 150,§4º,
CTN) nos casos de pagamento. Assim, a autoridade administrativa tem cinco anos para fiscalizar e,
eventualmente, apurar as diferenças, caso o sujeito passivo não tenha realizado sua função corretamente.
Em resumo, surgem duas situações:

A) Na hipótese de, nesses cinco anos, autoridade perceber que o pagamento foi insuficiente, o resultado
disso será um lançamento para cobrança dessa diferença, e esse lançamento será de ofício.

B) Na hipótese de concordar com o pagamento, o resultado disso será a homologação, (tácita ou


expressa), tem-se a extinção do direito de constituir eventuais diferenças, logo, gera a decadência.

Em caso de dolo, fraude, simulação não tem esse prazo de cinco anos para homologar.

Em que pese as considerações acima, a jurisprudência do STJ, na hipótese de tributos sujeitos a


lançamento por homologação quando ocorre a entrega da Declaração de Contribuições e Tributos
Federais (DCTF) ou Guia de Informação e Apuração do ICMS (GIA), ou de outro documento
equivalente, determinado por lei, sem efetuar o pagamento ou pagar a menor, neste caso ocorre a
constituição do crédito tributário, não havendo, portanto, que se falar em decadência. A partir desse
momento, em que já constituído o crédito tributário, inicia-se o prazo prescricional de cinco anos para a
cobrança do tributo, forte no art. 174 do CTN.

Nesse viés, segue jurisprudência pacífica do E. STJ , inclusive em decisão da 1ª seção, na seara do
procedimento dos recursos especiais repetitivos: RECURSO ESPECIAL 1090248 - TRIBUTÁRIO.
EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. DÉBITO DE FINSOCIAL DECLARADO PELO CONTRIBUINTE
E NÃO PAGO NO VENCIMENTO. DCTF. DECADÊNCIA AFASTADA. PRAZO PRESCRICIONAL
CONSUMADO. ART. 174 DO CTN.

1. A constituição do crédito tributário, na hipótese de tributos sujeitos a lançamento por homologação


ocorre quando da entrega da Declaração de que elide a necessidade de qualquer outro tipo de
procedimento a ser executado pelo Fisco, não havendo, portanto, que se falar em decadência. A partir
desse momento, em que constituído definitivamente o crédito, inicia-se o prazo prescricional de cinco
anos para a cobrança da exação, consoante o disposto no art. 174 do CTN.

2. Recurso especial não provido.

Recurso Especial 932109 - PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. DENÚNCIA ESPONTÂNEA.


TRIBUTO SUJEITO À LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO. MATÉRIA DECIDIDA PELA 1ª
SEÇÃO, NO RESP 886462/RS, DJ DE 28/10/2008, JULGADO SOB O REGIME DO ART. 543-C DO
CPC. ESPECIAL EFICÁCIA VINCULATIVA DESSE PRECEDENTE (CPC, ART. 543-C, § 7º), QUE
IMPÕE SUA ADOÇÃO EM CASOS ANÁLOGOS. PAGAMENTO INTEGRAL ANTERIOR A
QUALQUER AÇÃO FISCAL. CONFIGURAÇÃO. REEXAME DE MATÉRIA FÁTICA.
IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 07/STJ.

1. A Primeira Seção do Superior Tribunal de Justiça, ao julgar o REsp 886462/RS, Min. Teori Albino
Zavascki, DJ de 28/10/2008, sob o regime do art. 543-C do CPC, reafirmou o entendimento, que já
adotara em outros precedentes sobre o mesmo tema, segundo o qual (a) a apresentação de Guia de
Informação e Apuração do ICMS - GIA, de Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais -
DCTF, ou de outra declaração dessa natureza, prevista em lei, é modo de constituição do crédito
tributário, dispensando, para isso, qualquer outra providência por parte do Fisco, e (b) se o crédito foi
assim previamente declarado e constituído pelo contribuinte, não configura denúncia espontânea (art.
138 do CTN) o seu posterior recolhimento fora do prazo estabelecido, nos termos da Súmula 360/STJ.

2. Entretanto, conforme também registrado naquele precedente, não tendo havido prévia declaração pelo
contribuinte, configura denúncia espontânea, mesmo em se tratando de tributo sujeito a lançamento por
homologação, a confissão da dívida acompanhada de seu pagamento integral, anteriormente a qualquer
ação fiscalizatória ou processo administrativo.

3. É vedado o reexame de matéria fático-probatória em sede de recurso especial, a teor do que prescreve
a Súmula 07 desta Corte.

4. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa parte, desprovido. Outro exemplo de lançamento
por homologação, sem prazo decadencial, é quando o contribuinte ao ingressar com ação judicial para
discutir a obrigação tributária, efetua o depósito judicial integral, este já constitui o credito tributário,
não havendo que ser falar em prazo decadencial. Em amparo arrestos do E. STJ :

EXIGIBILIDADE DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO. CONVERSÃO EM RENDA. DECADÊNCIA.

1. Com o depósito do montante integral tem-se verdadeiro lançamento por homologação. O contribuinte
calcula o valor do tributo e substitui o pagamento antecipado pelo depósito, por entender indevida a
cobrança. Se a Fazenda aceita como integral o depósito, para fins de suspensão da exigibilidade do
crédito, aquiesceu expressa ou tacitamente com o valor indicado pelo contribuinte, o que equivale à
homologação fiscal prevista no art. 150, § 4º, do CTN.

2. Uma vez ocorrido o lançamento tácito, encontra-se constituído o crédito tributário, razão pela qual
não há mais falar no transcurso do prazo decadencial nem na necessidade de lançamento de ofício das
importâncias depositadas.

3. "No lançamento por homologação, o contribuinte, ocorrido o fato gerador, deve calcular e recolher o
montante devido, independente de provocação. Se, em vez de efetuar o recolhimento simplesmente,
resolve questionar judicialmente a obrigação tributária, efetuando o depósito, este faz as vezes do
recolhimento, sujeito, porém, à decisão final transitada em julgado. Não há que se dizer que o decurso
do prazo decadencial, durante a demanda, extinga o crédito tributário, implicando a perda
superveniente do objeto da demanda e o direito ao levantamento do depósito. Tal conclusão seria
equivocada, pois o depósito, que é predestinado legalmente à conversão em caso de improcedência da
demanda, em se tratando de tributo sujeito a lançamento por homologação, equipara-se ao pagamento
no que diz respeito ao cumprimento das obrigações do contribuinte, sendo que o decurso do tempo sem
lançamento de ofício pela autoridade implica lançamento tácito no montante exato do depósito"
(Leandro Paulsen, "Direito Tributário", Livraria do Advogado, 7ª ed, p. 1227).

4. Embargos de divergência não providos. Portanto, quando ocorre a declaração, mas não paga ou paga
a menor, constitui o crédito tributário porque declara a ocorrência do fato gerador e identifica os
elementos da relação jurídica tributária. Se ela constitui o crédito o resultado é a não necessidade de
lançamento. A cobrança do tributo será por meio de execução fiscal, sendo assim, a preocupação passa
a ser o prazo de prescrição contado a partir do vencimento. Outra forma também do sujeito passivo
constituir o crédito tributário, segundo o E. STJ é o depósito judicial, afastando a figura do lançamento, e, por conseguinte, da decadência.

LANÇAMENTO DE OFÍCIO (item 1.4.1 acima)


Art. 149

Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos:

De ofício = por iniciativa da adm (o suj passivo não participa)


Esse art. fundamenta o lançamento de ofício e a revisão de um lançamento de ofício,
prevê, portanto, 2 possibilidades:

1ª) lançamento de ofício


2ª) revisão de lançamento anterior.

Incisos do art. 149:

Inciso I. Lançamento de ofício por determinação legal. Ex. lançamento do IPTU e do


IPVA. Há uma lei que atribui a estes tributos a características de serem lançados de
ofício e portt, sem a participação do suj passivo. Fundamento: art. 149, I

Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos:
I - quando a lei assim o determine;

Dos incisos II a IV: situações de revisão de um lançamento anterior. Casos de


declarações que são revisadas pela adm. O lançamento é motivado pela revisão.

Art. 149 II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da
legislação tributária; suj deveria fazer a declaração e não fez
III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos do inciso
anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento
formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a
juízo daquela autoridade; suj declara, adm pede esclarecimentos e o suj passivo não presta
IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação
tributária como sendo de declaração obrigatória; adm vê que a declaração não está certa.

Inciso V: É lançamento de ofício e não revisão. A adm desconsidera o que o suj pass
fez e faz o lançamento.
V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício
da atividade a que se refere o artigo seguinte;
Inciso VI: Penalidade pecuniária. Ex descumprimento de obrig acessória que gera
multa. A penalidade será cobrada por meio de lançamento de ofício.
VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê
lugar à aplicação de penalidade pecuniária;

Inciso VII: Caso da declaração falsa ou inexistente. Gera lançamento de ofício.


VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude
ou simulação;

Esse inciso VII é mto suscitado pela doutrina para a possibilidade de desconsideração
de negócios jurídicos em virtude da prática de evasão tributária.
Inciso VII – dolo, fraude ou simulação. Estes também aparecem na evasão.

Evasão Elisão
Redução ou ausência de pagamento de tributo
Motivo do não pagamento é ato ilícito Motivo do não pagamento é lícito (atos
(atos ilegais do contribuinte) legais do contribuinte)
Há uma situação mentirosa com relação Também é chamada de planejamento
ao FG. EX. empresa A tem imóvel e B tributário. Pressupõe a prática de atos
quer comprá-lo (1 bi). Há ctt entre A e B. lícitos.
incide o ITBI. A e B fazem uma fusão em 1ª corrente: Sempre é possível tendo em
05/05. no dia 06/05 fazem a cisão. Na vista a liberdade de contratar.
cisão, A aparece com 1 bi a mais em caixa 2ª corrente: o planejamento tribut nem
e a B com um imóvel e menos 1 bi em sempre é possível. Para ser válido depende
caixa. da existência de um propósito negocial
Art. 156, §2º CF – se houver transmissão (desvinculada da redução da carga
de bens imóveis por conta de atos tributária). É a Teoria de Marco Aurélio
societários, há imunidade do ITBI. É uma Greco (livro Planejamento tributário)
prática simulada. É evasão tributária:
prática de ato ilegal.
A adm pode desconsiderar esse neg Segundo a 2ª corrente, poder-se-ia
jurídico e cobrar o ITBI. Fundamento para desconsiderar o neg jur. Problema: há
essa desconsideração: 149, VII, CTN norma antielisiva – art 116 CTN (para
evitar o planejamento tributário), mas esta
precisa de regulamentação por lei.
MP 66 – regulamentar o dispositivo do
CTN que tratava dessa desconsideração.
Mas não foi convertida em lei.

Art. 116, Parágrafo único. A autoridade administrativa poderá desconsiderar atos ou negócios
jurídicos praticados com a finalidade de dissimular a ocorrência do fato gerador do tributo ou a
natureza dos elementos constitutivos da obrigação tributária, observados os procedimentos a serem
estabelecidos em lei ordinária.

NA esfera federal não há essa lei a que se refere o art. 116. O 149, VII fala em evasão
(atos ilícitos). Na elisão o contribuinte realizou atos lícitos. Se for aprovada, essa lei terá
aplicação imediata e eficácia retroativa (desde que dentro do prazo de decadência), pois
seria lei estritamente procedimental – art. 144.

Inciso VIII: É situação de revisão de lançamento. já houve o lançamento anterior.


VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento
anterior;

Inciso IX: É situação de revisão de lançamento. esse inc é o único que se direciona à
autoridade administrativa.

IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade
que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial.

As hipóteses de lançamento ou revisão de ofício do 149 são taxativas.

Párag. Único: Só pode revisar dentro do prazo de decadência. Não faz sentido falar
em revisão expirado o prazo de decadência.
Art. 149, Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito
da Fazenda Pública.

Arbitramento da base de cálculo:


Art. 148 não trata de hipótese de lançamento propriamente. Estabelece a possibilidade
de a adm arbitrar a base de cálculo de tributos. A adm poderá fazê-lo sempre que
sejam omissos ou não mereçam fé as declarações, esclarecimentos e documentos do suj
passivo.

Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor ou o preço de
bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular, arbitrará
aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os
esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente
obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial.

Ex. Daslu. Importou mercadorias, sapato da Gucci por 5 dólares. O fiscal vê que não
merce fé esse valor e arbitra base de cálculo.
Ao suj pass é dada possibilidade de defesa.

(terminamos lançamento)

2. DECADÊNCIA

2.1. Conceito
É a perda do direito de lançar, perda do direito da adm de constituir o CT.
A constituição representa uma condição para a cobrança. Se há decadência, não é
possível constituir o CT, logo não é possível cobrar.
Prazo de decadência: é o prazo que adm possui para lançar.

2.2. Regra geral da decadência → art. 173, I.


Aplica-se ao lançamento de ofício, ao lançamento por declaração e, em alguns casos do
lançamento por homologação (neste último há hipóteses de aplicação do 150, §4º como
vimos acima).

2.3. Regras específicas de decadência do art. 173:


O CTN ainda estabelece 2 outras formas de contagem do prazo de decadência. São para
situações muito específicas: art. 173, II e 173, § único.
1ª) art. 173, II: contagem do prazo de 5 anos a partir de anulação de lançamento por
vício formal (caso de interrupção, o prazo recomeça a partir da decisão de anulação).

Art. 173. O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco) anos,
contados:
II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o lançamento
anteriormente efetuado.

Há um lançamento tributário, o suj pass o recebe e percebe que está errado, possui vício
formal, ou seja, o lançamento não identifica o FG ou outros elementos da relação
jurídico tributária. (Ex. o fiscal não descreve no AI qual é a infração, não descreve o
FG, não indica o art. de lei desobedecido etc.)
Se é ou não devido o imposto, é questão de direito material
O vício formal impossibilita a defesa pelo contribuinte. Assim, ele pode ajuizar medida
judicial ou impugnação administrativa. Em face do questionamento, haverá decisão, a
qual pode reconhecer o vício formal e anular o lançamento, caso em que a decisão
resulta na interrupção do prazo de decadência (doutrina). No dir tribut prazo de
decadência se interrompe. Por meio da decisão, o prazo zera e recomeça. A partir
dessa decisão a adm tem o prazo de 5 anos para fazer outro lançamento, que não
contenha os mesmos erros do lançamento anterior. É preciso vício formal e não material
para que haja interrupção.

2ª) art. 173, parág único


Art. 173, Parágrafo único. O direito a que se refere este artigo extingue-se definitivamente com o
decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a constituição do crédito
tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória indispensável ao
lançamento.

Passado o pz de 5 anos, decadência. Mas o pz de 5 anos será contado de qualquer


medida preparatória indispensável ao lançamento. Esse § estabelece um novo “dies a
quo” (momento de início do pz de decadência).
Ex. Fg em maio/02. pagto teria que ser até 10/06/02. Não há pagto, adm precisa cobrar,
para tanto tem que constituir o CT, o que se faz pelo lançamento. O pz para lançar se
inicia em 01/01/03 (173, I).
A adm já pode lançar a partir do não pagto. Se for mto eficaz e em out/02, antes do
início do pz de decadência, dá início a uma fiscalização relativa a esse fg, a adm terá um
ônus: antecipa-se o início do prazo. A adm já está fiscalizando, já tem condições
materiais de lançar. Há antecipação do dies a quo. Logo, não é contradição com as
hipóteses do 173, mas sim complementação.

Resumo:
173 → prazo de decadência – 5 anos (o que muda no I e II é o início do prazo da
contagem)
Inc. I → regra geral (prazo conta do 1º dia do exercício seguinte àquele que o
lançamento poderia ter sido efetuado)
Inc. II → situação de lançamento com vício formal. Dies a quo: é o da decisão que
anula o lançamento.
§ único → antecipação do dies a quo: o pz de 5 anos será contado de qualquer medida
preparatória indispensável ao lançamento (caso esta ocorra antes do início do prazo de
decadência previsto no inc I).
(vimos todas as hipóteses de decadência no CTN. A decadência no lançamento por
homologação é mais importante.)

****Súmula vinculante nº 8.

Súmula Vinculante 8 São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto-Lei nº 1.569/1977


e os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência de crédito tributário.

*** STF declarou a inconstitucionalidade dos art. 45 e 46 da Lei 8212/91, pq entendeu


que os pzs de prescrição e decadência no dir. tribut são matérias de lei complementar. A
8212 é LO.
146 CF – Temas de direito tribut que tratam de normas gerais de D. Trib. tem que ser
estabelecidas por LC.
Prescrição e decadência são normas gerais, logo é preciso LC.

CF, Art. 146. Cabe à lei complementar:


III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
b) obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;

***O mais importante desse julgado é que houve uma modulação de seus efeitos.
O STF reconheceu a inconsit em 11/06/08 e em 12/06/08 definiu os efeitos da decisão.
Declaro inconst prazo de decadência e prescrição previstos na lei 8.212/91 (10 anos).
Reflexos:
- Lançamento realizado com fundamento nesse pz de decadência. Pode haver
lançamento em 2007 relativo ao FG de 1998. Esse lançamento é indevido, pois
considera o pz de 10 anos.
- EF nesse prazo de prescrição: pode haver EF em 2007 que se refira a FG de 98. Essa
EF é inválida. Logo, o STF teve que modular os efeitos.
- casos em que houve pgto desse tributo. Existiria direito à restituição diante do novo
entendimento?
- Na EF o contribuinte tem direito à restituição?
- Cobranças em curso considerando o pz de 10 anos, devem ser canceladas?
- Se STF declara efeito ex tunc, tudo que foi pago tem que ser restituído
- Se STF declara efeito ex nunc, como ficam as cobranças em curso?

***STF fez em então modulação dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade:


- eficácia retroativa da inconstitucionalidade (à data da lei 8212) para créditos já
ajuizados e para créditos que ainda não são objeto de EF
(FP não pode exigir as contribuições sociais com o aproveitamento do pz de 10 anos. A
restrição vale para créditos já ajuizados (em proc de cobrança), como para créditos que
ainda não são obj de EF. Nesse ponto, a decisão teve eficácia retroativa, ou seja, a partir
da criação da lei.)
- eficácia não retroativa (à data da lei): recolhimentos realizados, não havendo medida
jud ou adm até a data do julgamento.
***A modulação dos efeitos ressalva, no entt, quanto aos recolhimentos já realizados
pelos contribuintes. Esses contribuintes que pagaram com pz errado (10 anos) não terão
direito a restituição, a menos que já tenham ajuizado medidas jud ou adm até a data do
julgamento, ou seja, até 11/06/2008. (haveria um rombo na previdência se todos
entrassem com pedido de restituição).
São legítimos os recolhimentos previstos nos art. 45 e 46 e não impugnados antes
da conclusão do julgamento do STF.

****

(Vimos até agora: FG, OT, CT: Lançamento. Ainda dentro do tema CT vamos ver:
hipóteses em que o CT não é constituído pelo lançamento, mas sim pelo suj passivo.)

FG → OT (dever do suj pas) → CT (direito do suj ativo). O CT deve ser constituído


pelo lançamento

O CT também pode ser constituído por uma atividade do suj passivo → declaração, a
qual ocorre no contexto do lançamento por homologação.
- Modalidades de constituição
- Conseqüências (efeitos de o suj pass constituir o CT)

3. MODALIDADES DE CONSTITUIÇÃO DO CT PELO SP.


(como o suj pass pode constituir o CT?)

3.1) Declaração no lançamento por homologação.


Condição para a declaração constituir o CT é a existência de uma declaração correta.
Declarar a existência do FG e identificar os elementos da relaç jurídico tribut.

Efeitos da declaração:

1. Dispensa do lançamento e, portanto, despreocupação com o prazo de


decadência.

2. Declaração e não pagto do tributo ou pagto menor. Gera a possibilidade de


cobrança sem o lançamento (pois o CT já está constituído). Cobrança = inscrição
na DA, CDA e EF. Para esta cobrança há que se observar o pz de prescrição.
Para o STJ esse pz tem início na data do vencimento do tributo.

Aula 09
20/05/2009
(continuando modalidades de constituição do CT)

3.2) Declaração de compensação como constituição do CT


Instrumento previsto numa lei federal - lei 9430/96 e antecede a compensação que o
sujeito passivo faz. Não se confunde com a declaração no lançamento por homologação.
Também constitui o CT.

Compensação – é hipótese de extinção do CT (crédito tributário).

Crédito do SA – decorrente, por ex, de tributo pago em valor maior que o devido
Débito do SA– tributo a vencer ou já vencido
Compensação – encontro de contas
O art.74 da lei 9430/96 autoriza o contribuinte compensar qualquer crédito com
qualquer débito, desde que oriundos de tributos administrados pela receita federal, e
desde que os créditos e débitos sejam do mesmo sujeito passivo. (SP não pode
compensar seu crédito com débito de terceiros).
Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado, relativo a
tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de restituição ou de
ressarcimento, poderá utilizá-lo na compensação de débitos próprios relativos a quaisquer tributos e
contribuições administrados por aquele Órgão.
§ 1o A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito passivo, de
declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos respectivos débitos
compensados.
§ 2o A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito tributário, sob
condição resolutória de sua ulterior homologação.
§ 3o Além das hipóteses previstas nas leis específicas de cada tributo ou contribuição, não poderão ser
objeto de compensação mediante entrega, pelo sujeito passivo, da declaração referida no § 1o:
I - o saldo a restituir apurado na Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa
Física;
II - os débitos relativos a tributos e contribuições devidos no registro da Declaração de Importação.
III - os débitos relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal
que já tenham sido encaminhados à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida
Ativa da União;
IV - o débito consolidado em qualquer modalidade de parcelamento concedido pela Secretaria da
Receita Federal - SRF;
V - o débito que já tenha sido objeto de compensação não homologada, ainda que a compensação
se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa; e
VI - o valor objeto de pedido de restituição ou de ressarcimento já indeferido pela autoridade
competente da Secretaria da Receita Federal - SRF, ainda que o pedido se encontre pendente de decisão
definitiva na esfera administrativa.
VII - os débitos relativos a tributos e contribuições de valores originais inferiores a R$ 500,00
(quinhentos reais);
VIII - os débitos relativos ao recolhimento mensal obrigatório da pessoa física apurados na forma
do art. 8o da Lei no 7.713, de 1988; e
IX - os débitos relativos ao pagamento mensal por estimativa do Imposto sobre a Renda da Pessoa
Jurídica - IRPJ e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido - CSLL apurados na forma do art. 2o.
§ 4o Os pedidos de compensação pendentes de apreciação pela autoridade administrativa serão
considerados declaração de compensação, desde o seu protocolo, para os efeitos previstos neste artigo.
§ 5o O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5 (cinco) anos,
contado da data da entrega da declaração de compensação.
§ 6o A declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a
exigência dos débitos indevidamente compensados.
§ 7o Não homologada a compensação, a autoridade administrativa deverá cientificar o sujeito passivo e
intimá-lo a efetuar, no prazo de 30 (trinta) dias, contado da ciência do ato que não a homologou, o
pagamento dos débitos indevidamente compensados.
§ 8o Não efetuado o pagamento no prazo previsto no § 7 o, o débito será encaminhado à Procuradoria-
Geral da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa da União, ressalvado o disposto no § 9o.
§ 9o É facultado ao sujeito passivo, no prazo referido no § 7o, apresentar manifestação de
inconformidade contra a não-homologação da compensação.
§ 10. Da decisão que julgar improcedente a manifestação de inconformidade caberá recurso ao
Conselho de Contribuintes.
§ 11. A manifestação de inconformidade e o recurso de que tratam os §§ 9o e 10 obedecerão ao rito
processual do Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972, e enquadram-se no disposto no inciso III do
art. 151 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional , relativamente ao débito
objeto da compensação.
§ 12. Será considerada não declarada a compensação nas hipóteses:
I - previstas no § 3o deste artigo;
II - em que o crédito:
a) seja de terceiros;
b) refira-se a "crédito-prêmio" instituído pelo art. 1o do Decreto-Lei no 491, de 5 de março de 1969;
c) refira-se a título público;
d) seja decorrente de decisão judicial não transitada em julgado; ou
e) não se refira a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita Federal - SRF.
f) tiver como fundamento a alegação de inconstitucionalidade de lei que não tenha sido declarada
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em ação direta de inconstitucionalidade ou em ação
declaratória de constitucionalidade, nem tenha tido sua execução suspensa pelo Senado Federal.
§ 13. O disposto nos §§ 2o e 5o a 11 deste artigo não se aplica às hipóteses previstas no § 12 deste artigo.
§ 14. A Secretaria da Receita Federal - SRF disciplinará o disposto neste artigo, inclusive quanto à
fixação de critérios de prioridade para apreciação de processos de restituição, de ressarcimento e de
compensação.
§ 15. Aplica-se o disposto no § 6o nos casos em que a compensação seja considerada não declarada.
§ 16. Nos casos previstos no § 12, o pedido será analisado em caráter definitivo pela autoridade
administrativa.
§ 17. O valor de que trata o inciso VII do § 3o poderá ser reduzido ou restabelecido por ato do Ministro
de Estado da Fazenda.

Ex. Crédito de COFINS com débito de IR


Apurado este crédito, o SP apresenta para a adm uma declaração de compensação,
segundo a qual compensará o debito de IR com o crédito da COFINS. A compensação é
feita sem prévio exame da adm. Por isso, a compensação, por si só, não gera a extinção
do CT, visto que é precária, não houve o controle da adm, ficando, portanto, sujeita à
homologação pela adm.
O prazo para a homologação da compensação é de 5 anos a contar da declaração.
Pode haver as seguintes situações:

- homologação da compensação → extingue o CT


- passagem do prazo de 5 anos para homologação → extingue o CT
(essas 2 hipóteses não foram mencionadas na aula. VER PRÓXIMA AULA –
EXCLUSÃO DO CT)

- Não homologação pela adm: a adm não concorda com a compensação, pq o crédito
de confins não existe. Como o IR (débito) deixou de ser pago, a adm tem que fazer a
cobrança do contribuinte relativa ao IR para que este seja pago em 30 dias.
Diante dessa cobrança, o SP pode:

→ não pagar em 30 dias: o débito será inscrito na DA, será emitida CDA e ajuizada EF.
A adm considera que a declaração de compensação representa uma confissão de dívida,
uma vez que por meio dela o SP declara que tem um débito de IR e constitui o CT
relativo ao IR. (uma vez constituído o CT, não há necessidade de lançamento pela
adm).

→ Apresentar, no prazo de 30 dias, manifestação de inconformidade relativa à decisão


da adm de não reconhecer o crédito, dando início a um processo administrativo, no qual
vai discutir se há ou não o crédito. Com a abertura do processo adm, haverá a
suspensão da exigibilidade do CT.

*Nesta modalidade de constituição do CT, o lançamento pela adm é dispensado, logo,


não há que se falar em decadência.

3.3) Realização de depósito judicial***


O depósito judicial gera a constituição do CT.
É modalidade (nova) de constituição do CT criada pelo STJ.
Ex. SP impetra MS preventivo com pedido de medida liminar, a qual é negada. Poucos
dias depois ocorre o FG do tributo (SP realiza a operação que resulta no FG do tributo,
nasce a OT, o dever de pagar o tributo), mas o SP acha que o tributo é indevido.
Para afastar a cobrança faz um depósito judicial no valor integral do tributo devido.
Esse depósito tem por efeito a suspensão da exigibilidade, impedindo as medidas ou os
atos de cobrança.

Cobrança não se confunde com constituição do CT. Esta é pressuposto da cobrança.


A suspensão da exigibilidade afasta a cobrança, mas NÃO afasta a constituição do
CT.
Assim, ainda que suspensa a exigibilidade, deverá haver a constituição do CT relativa
ao FG.

Forma pela qual o CT será constituído no caso de depósito judicial:


STJ: a constituição do CT ocorre por meio do próprio depósito judicial, o qual por si só
faz as vezes da constituição do CT, de forma que não há mais necessidade de
lançamento pela administração.

RE 103.7202. STJ equipara o depósito judicial à declaração no lançamento por


homologação. É uma aproximação artificial. Deposita-se para discutir o tributo, porque
o contribuinte não quer pagar o tributo.

*Nesta modalidade de constituição do CT, o lançamento pela adm é dispensado, logo,


não há que se falar em decadência.

Em suma: Formas de constituição do CT:

1) se for feita pela adm, haverá lançamento tributário.


Nesse caso, deve-se observar o pz de decadência

2) se for feita pelo SP , pode ser por conta de:


a) declaração de tributos lançados por homologação
b) declaração de compensação – art. 74, lei 9430/96
c) depósito judicial em ações preventivas (pois nestas ainda não há crédito
constituído) – entendimento STJ.

Nas hipóteses desse item 2 haverá a dispensa do lançamento e não há que se falar em
decadência.

4. HIPÓTESES DE MODIFICAÇÃO DO CT

São 3 hipóteses previstas no CTN e reguladas por meio de lei (o próprio CTN ou lei
específica): suspensão da exigibilidade do CT, exclusão do CT e extinção do CT.

4.1. Suspensão da exigibilidade do CT.

A suspensão do CT resulta na impossibilidade de cobrança do tributo. A exigibilidade


é pressuposto para cobrança. Se estiver suspensa, não se cobra.
A suspensão da exigibilidade afasta a cobrança, mas NÃO afasta a constituição do
CT.
Durante a vigência de causa de suspensão de exigibilidade do CT pode haver
lançamento.
Se há lançamento, a suspensão da exigibilidade, não influencia no prazo de decadência.
A cobrança fica impedida = não pode haver inscrição na DA, CDA e EF
O lançamento tem que ser feito pela adm.

- A suspensão da exigibilidade impede a cobrança das obrigações principais, mas não


exclui o dever do SP de cumprir com as obrigações tributárias acessórias.

4.1.1. Hipóteses de suspensão do CT (Incisos do 151):


CTN, Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:
I - moratória;
II - o depósito do seu montante integral;
III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário
administrativo;
IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança.
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial;
(Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)
VI – o parcelamento. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)
Parágrafo único. O disposto neste artigo não dispensa o cumprimento das obrigações acessórios
dependentes da obrigação principal cujo crédito seja suspenso, ou dela conseqüentes.

OBS. Moratória e parcelamento (incisos I e VI do 151)


Moratória representa uma dilação do prazo de pagamento do tributo. Ex. governo
reconhece crise e posterga o vencimento de determinado tributo. Durante esse tempo o
tributo pode até ser lançado, mas não cobrado.

Por muito tempo, a moratória foi entendida como uma forma de parcelamento. Em certo
sentido representa dilação do prazo de vencimento do tributo.
Isso porque o parcelamento não estava previsto no CTN. Foi incluído no CTN com a
LC 104/2001.
Antes dessa LC, havia parcelamentos concedidos e eram feitos como moratória.

Inciso I: Moratória

Art. 152. A moratória somente pode ser concedida:


I - em caráter geral:
a) pela pessoa jurídica de direito público competente para instituir o tributo a que se refira;
b) pela União, quanto a tributos de competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios,
quando simultaneamente concedida quanto aos tributos de competência federal e às obrigações de
direito privado; [possibilidade de a U conceder moratória de tributo fora do âmbito de sua competência,
ex. ISS]

A alínea b do art acima traz o instituto da moratória heterônoma: união concede


moratória para tributos estaduais, do DF e municipais.
A doutrina diz que tal moratória não foi recepcionada pela CF porque violaria a
autonomia e independência entre os entes da federação. Estão no mesmo patamar. A U
não é superior aos Estados e municípios. Logo, não há que se falar em moratória
heterônoma.

Inciso VI: Parcelamento


Não se confunde com denúncia espontânea, esta é pagamento integral e à vista do
tributo. No parcelamento há consolidação da dívida tributária e a partir dessa
consolidação o SP adere ao programa de parcelamento. Durante a vigência do
parcelamento há suspensão da exigibilidade. E só ao final do parcelamento, o CT será
extinto.
A extinção do CT só ocorrerá com o pagto da última parcela.
Em regra o parcelamento não exclui a multa de mora.

LC 118/2005 alterou o CTN, acrescendo um §§3º e 4º ao art. 155-A do CTN.


§3º Parcelamento especial para o devedor que esteja em processo de recuperação
judicial. Haverá lei especial, mas enqto a lei não vem:
§4º aplicação da lei geral. Vindo a lei específica, esta não pode ter pz superior à lei
geral.
Lei 10522/2002 - parcelamento em 60 parcelas.

Art. 155-A. O parcelamento será concedido na forma e condição estabelecidas em lei específica.
(Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)
§ 1o Salvo disposição de lei em contrário, o parcelamento do crédito tributário não exclui a incidência
de juros e multas. (Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)
§ 2o Aplicam-se, subsidiariamente, ao parcelamento as disposições desta Lei, relativas à moratória.
(Incluído pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)
§ 3o Lei específica disporá sobre as condições de parcelamento dos créditos tributários do devedor em
recuperação judicial. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
§ 4o A inexistência da lei específica a que se refere o § 3o deste artigo importa na aplicação das leis
gerais de parcelamento do ente da Federação ao devedor em recuperação judicial, não podendo, neste
caso, ser o prazo de parcelamento inferior ao concedido pela lei federal específica. (Incluído pela Lcp
nº 118, de 2005)

Inciso III: reclamações e recursos nos termos das leis reguladoras do processo
tributário administrativo
O simples fato de haver o proc adm já gera a suspensão da exigibilidade do CT. Este é
suspenso pela existência de processo adm. Desde que este se desenrole nos termos das
leis que o regulem. Elementos do proc adm têm que ser tempestivos. Ou seja, só há
suspensão da exigib se o proc adm for regular.

Inciso II: Depósito Integral


O depósito suspende a exigibilidade. Para tanto:
- deve ser integral
- pode ser realizado tanto na esfera judicial quanto na esfera administrativa.

a) depósito integral na esfera adm quase não acontece geralmente na prática, pois de
acordo com o inc. III, a simples reclamação ou recurso adm já são suficientes para
suspender a exigibilidade sem qq ônus para o SP.

O depósito acima não se confunde com o depósito recursal, o qual ocorria


administrativamente.

Depóstio recursal (recentemente julgado inconstitucional pelo STF)


SP recebe lançamento, apresenta impugnação dando início ao proc adm, suspensão da
exigibilidade o CT. Durante o processo administrativo, a adm não pode cobrar o tributo
(inscrever na DA, emitir CDA e ajuizar EF).
No processo adm há decisão de 1º instância (na esfera federal é órgão colegiado). Dessa
decisão cabe um RECURSO VOLUNTÁRIO para o Conselho de Contribuintes
(tribunal administrativo na esfera federal – é formado por representantes da adm e dos
contribuintes).
Conselho profere decisão e em face dela pode haver o RECURSO ESPECIAL para a
Câmara superior de Recursos Fiscais (ente formado pelos presidentes dos Cons. De
Contribuintes).
A Câmara profere decisão e, na maioria das vezes, é decisão final.
Esse processo todo pode durar muito tempo e durante todo esse período a exigibilidade
estará suspensa.
O contribuinte começa a se desfazer do seu patrimônio durante o processo.
A procuradoria da fazenda sugere então estabelecer um filtro para o acesso a essa
segunda instância do processo administrativo. Esse filtro será um depósito de quantia
correspondente a 30% do valor do débito. Só apresenta recurso voluntário quem fizer o
depósito recursal.
Editada MP que estabelece que o depósito de 30% é condição de processamento do
recurso voluntário.
E como fica o contribuinte que não tem $ para recorrer? Esse depósito ofende a ampla
defesa e o contraditório – art. 5º LV.
Essa limitação seria inconstitucional.

Assim, na próxima edição da MP, O PE estabelece que há o filtro, porém cria uma
alternativa ao depósito: arrolamento de bens no valor integral do débito.
Se SP vendesse algum bem teria que informar à receita.
E quem não tem bens? Não poderá recorrer.

Assim, há outra edição da MP, segundo a qual há alternativa de se fazer o arrolamento


de bens do SP correspondentes a 30% da dívida tributária. Apesar de continuar violando
a ampla defesa e sendo, portanto, inconstitucional, foi convertida em lei.
A lei 10.522/02, que alterou o art. 33, §2º do decreto 70.235/72 que disciplina o proc
adm na esfera federal.

STF declarou a inconstitucionalidade de todo e qualquer filtro, toda e qualquer


limitação ao recurso.
ADI 1976/07
Quando essa ADI foi ajuizada não houve concessão da liminar.
No julgamento do mérito, a composição do STF era outra (diferente da que negou a
liminar) e foi declarada a inconstitucionalidade da exigência de depósito ou do
arrolamento de bens.
(Ementa da ADI no material de apoio).

b) depósito na esfera judicial


Qual é a natureza desse depósito realizado na esfera judicial? Temos que ver duas
questões:
1. condicionamento da liminar à realização do depósito. Esse depósito teria a natureza
de garantia?
2. possibilidade de levantamento pelo SP no curso da ação. O SP, se precisar do $, tem a
faculdade de levantar o depósito, tem disponibilidade sobre o valor depositado?
STJ: A medida liminar não pode ser condicionada à realização de depósito. O juiz que
não estiver seguro dos requisitos da liminar (fumus boni iuris e periculum in mora) que
não a conceda.
O juiz não pode exigir o depósito do contribuinte para conceder a liminar. O depósito é
faculdade do contribuinte.
O depósito é causa independente de suspensão de exigibilidade.

Se o contribuinte pode depositar se quiser, poderia levantar o depósito quando


quiser?
STJ: não. o depósito é faculdade do SP, mas uma vez realizado (exercida a faculdade
pelo SP), o depósito assume o caráter de garantia do juízo.

*** STJ: num primeiro momento o depósito judicial tem natureza de faculdade do
contribuinte (o juiz não pode condicionar a concessão de liminar à realização do
depósito). Se for realizado passa a ter natureza de garantia do juízo e não pode ser
levantado sem a concordância da fazenda (parte contrária).

Inciso V: Medida liminar ou tutela antecipada suspendem a exigibilidade do CT


MS, liminar concedida, SP não paga o tributo. Na sentença é cassada a liminar. Surgem
as seguintes questões:
- em função da sentença, tem que haver pagto, este será acrescido de juros de mora e de
multa?
- A liminar autorizava a não pagar o tributo, o contribuinte não esteve em mora durante
o período de suspensão de exigibilidade?
- Qual o efeito da suspensão da exigibilidade com relação à mora?
É preciso verificar quando a liminar foi concedida, ou seja, foi concedida antes ou
depois do vencimento do tributo:

1º) liminar ou tutela antes do vencimento: → não há mora, caso a sentença casse a
liminar que suspendia a exigibilidade do tributo.
2º) liminar concedida depois do vencimento → Haverá mora entre o vencimento e a
liminar. O pagto deve ser acrescido das penalidades moratórias referentes a esse
período.
Regra para as penalidades de mora art. 63. §2º da lei 9430/96.

Art. 63, § 2º A interposição da ação judicial favorecida com a medida liminar interrompe a incidência da
multa de mora, desde a concessão da medida judicial, até 30 dias após a data da publicação da decisão
judicial que considerar devido o tributo ou contribuição.

4.1.2. Momento da suspensão da exigibilidade

Os efeitos da suspensão da exigibilidade podem ter reflexo no pz de decadência e de


prescrição, dependendo do momento em que ocorre a suspensão.

Pode haver suspensão da exigibilidade:

Antes da constituição do CT Depois da constituição do CT


Relaciona-se à Decadência Relaciona-se à Prescrição

a) Suspensão da exigibilidade antes da constituição do CT


- impetrado MS preventivo,
- obtida liminar que suspende a exigibilidade em maio/2001
- Essa liminar não tem o condão de impedir o lançamento (a constituição do CT)
- Não afeta a decadência (o pz desta continua correndo)
- realização do FG em junho/2001
- Sentença denegatória no MS em dez/2007 (não acolhido o pedido do SP e revogada a
liminar)
- o tributo é devido
- PROBLEMA: durante a vigência da liminar a adm fez o lançamento? constituiu o CT?
O pz de decadência estava em curso, pois era possível para a adm lançar.
Se adm não lançou e passou o pz de decadência, apesar de a sentença ser denegatória, o
SP não teria o dever de pagar pq o CT não foi constituído.

(Para evitar a situação acima, a adm começou a acompanhar os MSs por meio de
processo interno dentro da adm. E fazer lançamento dentro do pz de decadência).

Paradoxo nessa situação: adm ganha a ação no MS, mas não pode cobrar. Assim, há 2
teses do STJ:

1) obrigações tributárias acessórias que subsistem apesar da suspensão da exigibilidade:


MS preventivo, liminar concedida, SP realiza o FG do tributo. Se se tratar de tributo
lançado por homologação em que haja o dever do SP de declarar a realização do FG, a
existência da liminar não exime o SP desse dever de declaração (art. 151, §único).
Logo, o SP declara, pois é OT acessória, mas não paga em função da liminar.
Se 7 anos depois vem sentença denegatória do MS (cassa a liminar), não há que se falar
em decadência (perda do direito de a adm lançar, constituir o CT) pq essa declaração
(obrigação acessória do SP, ainda que suspensa a exigibilidade da cobrança) constitui o
CT. Conseqüência: afasta a necessidade de lançamento e não há que se falar em
decadência.

2) Efeito do depósito judicial


- MS preventivo
- liminar negada
- SP realiza o FG, nasce a OT, mas SP acha que o tributo é inconstitucional
- SP realiza o depósito integral do valor que a adm entende devido (pois não obteve
liminar)
- 6 anos depois há sentença denegatória: o depósito será convertido em renda da União
(se tributo for federal)
- o SP alega que durante a suspensão da exigibilidade (6 anos), a adm não lançou, não
constituindo o CT, houve, portanto, decadência. O depósito não pode ser convertido em
renda, pq o CT não foi constituído.
- STJ: Esse depósito é uma forma de constituição do CT. A adm não tinha que lançar
pq o crédito já estava constituído com o depósito do SP, não há que se falar em
decadência. A adm pode cobrar sim.

b) Suspensão da exigibilidade depois da constituição do CT


Não há preocupação com decadência (perda do direito da adm de lançar) nem com o
dever de lançar da adm. (pois o lançamento pela adm constitui o CT este já foi
constituído).
A preocupação será com a prescrição, com o prazo do SA para a cobrança judicial do
CT.

- CT constituído pelo lançamento


- impetração de MS repressivo – para este o SP tem o prazo decadencial de 180 dias a
contar do ato coator.
- obtida liminar - suspensa a exigibilidade do CT
- Início do prazo de prescrição para cobrança judicial do CT – art. 174 CTN: O início do
prazo de prescrição de 5 anos se dá na data da constituição definitiva do CT.

Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da
sua constituição definitiva.

Constituição definitiva NÃO se confunde constituição do CT.


A constituição definitiva ocorre com a imutabilidade do CT na esfera administrativa.

Ocorrência do FG → nasce a OT → CT constituído pelo lançamento → constituição


definitiva (CT imutável na esfera adm). Nesse momento começa o pz de prescrição.

Como o CT se torna imutável na esfera administrativa?


SP recebe o lançamento de um tributo que não pagou. A adm dá um pz de 30 dias, no
qual o SP pode:
a) Pagar o tributo → gera extinção do CT

b) impugnar administrativamente → o que deve ser feito dentro do prazo de 30 dias.


Resulta em um processo administrativo. Portanto, a impugnação é tentativa do SP de
modificar o CT na esfera administrativa. Durante o processo administrativo, a
imutabilidade na esfera administrativa só ocorrerá com a decisão final no processo adm
(esgotamento de todas as vias adm). A partir desse momento, inicia-se o PZ de 5 anos.
Enquanto durar o proc adm (mesmo que seja por 10 anos) não corre a prescrição.

c) não fazer nada → no 30º dia não houve impugnação, perda do prazo, perda da chance
de discutir o crédito administrativamente, o crédito se torna imutável na esfera
administrativa, logo há constituição definitiva do CT e começa a contar prazo de
prescrição a partir do 31º dia.

Situação 1:
Lançamento (crédito constituído), → MS repressivo dentro do prazo de 30 dias →
liminar obtida, antes da constituição definitiva do CT e, portanto, antes do início do
prazo de prescrição. Contribuinte não vai à esfera adm (na qual haveria a constituição
definitiva do crédito e início do pz de prescrição), vai direto na via judicial.
Efeito: o prazo de prescrição não tem início. Pois a suspensão da exigibilidade foi
obtida antes do início do prazo. Houve prorrogação do início do prazo de prescrição,
que começará a contar quando cessar a suspensão da exigibilidade.

Situação 2.
Lançamento. O SP não faz nada em 30 dias. 31º dia constituição definitiva.
O pz para o MS repressivo era de 120 dias.
No 50º dia após o lançamento, o SP impetra o MS e obtém a liminar suspendendo a
exigibilidade.
O pz de prescrição já tinha começado a contar no 31º dia. A liminar resulta na
suspensão do prazo de prescrição, porque diante da liminar a adm não pode adotar
medidas de cobrança.
Decorreram 20 dias do 31º ao 50º. Se for cassada a liminar, o pz de prescrição volta a
correr de onde parou.

Em resumo:
→ Suspensão da exigibilidade Antes da constituição do CT:
- Há necessidade de constituir o CT
- há preocupação com a decadência, que não é afetada pela suspensão da exigibilidade
Variáveis:
1. declaração do SP, mesmo na vigência de liminar, constitui o CT, logo dispensa o
lançamento e afasta a decadência.
2. depósito integral (STJ) constitui o CT, logo dispensa o lançamento e afasta a
decadência.
→Suspensão da exigibilidade depois da constituição do CT:
- NÃO há preocupação com lançamento ou decadência.
- o foco será na prescrição
Variáveis:
1) liminar (suspensão da exigibilidade) depois do lançamento, mas antes da
constituição definitiva. Há postergação do início do prazo de prescrição. Não
começa a correr, fica postergado para o momento em que cessar a suspensão da
exigibilidade
2) liminar depois do lançamento e depois da constituição definitiva. Há suspensão do
prazo de prescrição que teve início com a constituição definitiva. O prazo retoma seu
curso quando cessar a suspensão da exigibilidade.

4.2. Exclusão do CT
A exclusão do CT resulta na impossibilidade de lançamento, impossibilidade de
constituição do crédito. O lançamento fica excluído.

Art. 175. Excluem o crédito tributário: ***


I - a isenção;
II - a anistia.
Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa o cumprimento das obrigações
acessórias dependentes da obrigação principal cujo crédito seja excluído, ou dela conseqüente.

SP realiza FG, nasce a OT, dever do SP que corresponde a um direito do SA que é o


CT, o qual precisa ser constituído pela adm ou pelo SP.
Há exclusão quando houver lei afastando essa constituição.
Com a exclusão do CT, ocorre o FG, nasce a OT, mas esta não deve ser cumprida, pois
há uma lei que exclui o crédito, que afasta o lançamento tributário.
Esta lei pode ter 2 conteúdos diversos:
- pode dispensar o pagto de tributos → ISENÇÃO
- pode dispensar o pagto de penalidades → ANISTIA; HÁ FG, OT e não pagamento do
tributo. Por conta do não pagto há penalidades (multa e juros demora). Antes de a adm
lançar, vem uma lei que exclui tais penalidades, impedindo o lançamento destas. Só há
anistia se não houver lançamento (constituição do CT). Se houver CT não se pode mais
falar em anistia, o CT já está constituído.
Exclusão de penalidades depois do CT constituído é outro instituto → REMISSÃO
(esta extinção do CT – ART. 156 CTN.)

Aula 10
26/05/2009
(Continuando hipóteses de exclusão do CT.)

4.2.1. Isenção heterônoma e tratados internacionais

Art. 151, III CF - Isenção heterônoma


Art. 151. É vedado à União:
III - instituir isenções de tributos da competência dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios.
[heteronomia nas isenções]

Representa isenção heterônoma quando o PR assina tratado internacional instituindo


isenção de tributos?
STF: não, pois o tratado internacional não é assinado pela união como ente federativo
isolado, ele é firmado pela República Federativa, pela nação – o presidente não está
como representante da união como ente isolado.
Há dispensa de tributo acordada pela república como um todo - RE229 096.
Tratado internacional – poderá a União dispensar pagamento de ICMS, ISS.
Competência para a adesão a tratados intern não é da união, mas sim da rep feder do
Brasil.

RE 229.096 – Julgado pelo pleno, publicado em abril/08.


Descaracteriza a isenção heterônoma, tendo em vista que a compet para assinar trat é do
presidente da república como chefe de estado e não como chefe de governo.

4.2.2. Condições de revogação de uma isenção e necessidade de observância do


princípio da anterioridade

Revogação das isenções no Direito Tributário

Todas as isenções podem ser revogadas, salvo aquelas concedidas sob condição onerosa
e por prazo certo.
Ex. município estabelece que as indústrias automotivas que se instalarem no território
do munic e investirem pelo menos 1MM terão 10 anos de isenção de IPTU. É isenção
sob condição onerosa e por prazo certo. A indústria que vá para esse munic e cumpra a
condição tem o direito de usufruir da isenção pelo prazo de 10 anos. A indústria tem
direito adquirido a usufruir da isenção por 10 anos. Há ampla jurisp do STF nesse
sentido.
Fundamento legal: art. 178 CTN.

Art. 178 - A isenção, salvo se concedida por prazo certo e em função de determinadas condições, pode
ser revogada ou modificada por lei, a qualquer tempo, observado o disposto no inciso III do art. 104.
(Redação dada pela Lei Complementar nº 24, de 7.1.1975)
Parte final do 178: REGRA: isenção sempre pode ser revogada. Mas uma vez sendo
revogada a isenção, deve-se observar o princípio da anterioridade? A revogação
poderá se aplicar imediatamente? Revogação de isenção equivale a aumento de
tributo?

CTN: estabelece a necessidade de observância do princípio da anterioridade em casos


específicos apenas. Ou seja, não é a regra. Os casos específicos estão no 104, III;
Sim. É preciso observar a anterioridade caso se trate de imposto sobre o patrimônio ou
sobre a renda (IR, IPTU). Se for ICMS, IPI, não precisa observar a anterioridade.

Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação
os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda:
III - que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao
contribuinte, e observado o disposto no artigo 178.

4.3. Extinção do CT
Hipóteses de extinção do CT – ART. 156 CTN.

Art. 156. Extinguem o crédito tributário:


I - o pagamento;
II - a compensação;
III - a transação;
IV - remissão;
V - a prescrição e a decadência;
VI - a conversão de depósito em renda;
VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 150 e
seus §§ 1º e 4º;
VIII - a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º do artigo 164;
IX - a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrativa, que
não mais possa ser objeto de ação anulatória;
X - a decisão judicial passada em julgado.
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. (Incluído
pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)
Parágrafo único. A lei disporá quanto aos efeitos da extinção total ou parcial do crédito sobre a ulterior
verificação da irregularidade da sua constituição, observado o disposto nos artigos 144 e 149.

Ocorrido o FG, nasce a OT, dever do sujeito passivo e direito do suj ativo – CT.
O dever do SP – diz respeito ao objeto: tributo
O direito do SA – diz respeito ao objeto: tributo
A relação jurídica tributária é sempre composta por esse tripé. (dever, direito, objeto)
A extinção de algum desses elementos que compõem a relação jurídica tributária gera a
extinção da relação jurídica. Ou seja, as hipóteses do 156 estabelece casos em que há a
extinção de um desses três elementos.
Ex. extinção do direito da FP de cobrar em razão da prescrição
Ex. compensação: extinção do dever de pagar do SP.
Ex. conversão do depósito em renda e consignação do pagamento: extinção do objeto
(tributo)

As hipóteses do 156 são, na verdade, hipóteses de extinção da relação jurídico


tributária.

Veremos as hipóteses principais de extinção:


4.3.1. Compensação

a) Há um crédito de titularidade do SP (contribuinte), porque ele recolheu COFINS em


valor superior ao devido. O SP pretende compensar este crédito com um débito que
pode ser atual ou passado de IR.
Por conta dessa compensação, teremos a extinção do CT. Tal CT é equivalente a
CONFINS ou ao IR? Qual é extinto?
A extinção se dá em relação ao débito. IR.

Art. 170, ctn – O Contribuinte pode fazer compensação, mas está condicionado a
existência de uma lei que autorize a compensação. Essa lei estabelece as condições
segundo as quais a compensação será realizada e eventuais garantias que serão prestadas
por conta da compensação. O instituto da compensação não é autoaplicável, depende da
lei. Alei vai dizer quais tributos serão compensados, se precisa de autorização adm, se o
contribuinte precisa fazer declaração.

Art. 170. A lei pode, nas condições e sob as garantias que estipular, ou cuja estipulação em cada caso
atribuir à autoridade administrativa, autorizar a compensação de créditos tributários com créditos
líquidos e certos, vencidos ou vincendos, do sujeito passivo contra a Fazenda pública.

Na esfera federal essa lei é a 9430/96, art. 74.

Pode acontecer de o SP entender que as condições da lei são abusivas ou que se ele
pedir autorização, a autoridade pode recusar. Assim, pode vislumbrar a impossibilidade
de compensação. Nesse caso, pode apelar ao PJ. se ele apelar ao PJ, qual será a medida
judicial adequada?
SP quer uma declaração do seu direito de compensar. Ação mais adequada é a ação
declaratória, buscando, por ex, o reconhecimento da existência do crédito, ou do
direito de compensar.
Ocorre que a ação declaratória é ação ordinária, mais demorada que MS.
Assim, os contribuintes começaram a impetrar MS. a FP dizia que não cabia MS.
Daí a súmula 213 do STJ no sentido de que o MS é sim ação adequada para obter a
declaração do direito de compensar.

Sendo MS a ação adequada, começaram a pedir, junto com o MS, uma medida liminar
que reconhecesse de plano a compensação. STJ: a liminar não é cabível porque a
compensação é forma de extinção do CT. - Súmula 212 STJ

Essas 2 súmulas são muito exigidas em provas.

Sumula 212: A compensação de créditos tributários não pode ser deferida em ação
cautelar ou por medida liminar cautelar ou antecipatória.

Súmula 213: O MS constitui ação adequada para a declaração do direito a


compensação tributária.

b) LC 104 altera CTN introduzindo mais uma hipótese de compensação – art. 170-A.
Caso: SP entende que a COFINS é inconstitucional e ajuíza ação buscando o
reconhecimento da inconstitucionalidade e a declaração do seu direito de não pagar. O
objeto da ação não tem nada a ver com compensação. O objeto é contestar a COFINS.
Juiz concede a liminar para o SP não pagar. Tudo que o SP pagou para o passado foi
pago indevidamente. Diante disso, quer compensar essa COFINS com outros tributos.
Se o recolhimento da confins foi indevido, gera um crédito, o qual o SP pode compensar
com outros tributos.
O 170-A proíbe essa situação. Uma vez que o SP está contestando judicialmente o
tributo, para poder compensar (os valores que foram supostamente pagos
indevidamente) tem que esperar até o trânsito em julgado da decisão final.

Art. 170-A. É vedada a compensação mediante o aproveitamento de tributo, objeto de contestação


judicial pelo sujeito passivo, antes do trânsito em julgado da respectiva decisão judicial. (Artigo incluído
pela Lcp nº 104, de 10.1.2001)

Somar às considerações relativas ao art. 74 da 9430 – declaração de compensação


extinguir o ct. É o que interessa sobre compensação.

4.3.2. Remissão
Remissão é hipótese de perdão da dívida tributária.
Só posso perdoar a dívida tributária se esta já for existente, ou seja, se eu estiver diante
de um CT constituído. O perdão será concedido mediante lei. A lei autoriza quem já tem
CT constituído (seja pelo lançamento ou pela declaração) não precisa mais pagar o CT.
O perdão dessa dívida tributária significa a possibilidade de não pagamento do tributo e
das penalidades. A remissão alcança tanto o tributo quanto penalidade.

Diferença entre isenção, anistia e remissão (as 3 representam uma dispensa de


pagamento).
É tema muito freqüente em 1ª fase de concurso.

Isenção Anistia Remissão


Hipótese de exclusão do Hipótese de exclusão do Hipótese de extinção do
CT CT CT
Não há CT constituído Não há CT constituído Há relação constituída e
Lei impede a constituição Lei impede a constituição vem uma lei que extingue a
do CT do CT tal relação.

Dispensa do pagamento de Dispensa do pagamento de Dispensa do pagamento de


tributos com FGs futuros penalidades. tributos e/ou penalidades
Atinge FGs passados
(nasceu relação jur tribut e
o SP não pagou. Mas lei
diz que não precisa mais
pagar)

Na isenção e na anistia há um FG → OT e lei impede a constituição do CT

Dispensa de penalidade pode ser anistia ou remissão. É preciso ver se o ct já foi ou não
constituído.
Se não foi constituído o CT → anistia
Se foi constituído o CT – remissão
Ct inscritos em DA já estão constituídos. Pois a inscrição em DA já é medida de
cobrança.

4.3.3. Pagamento antecipado mais homologação deste pagamento – art. 156, VII
Tributos lançados por homologação:
Realiza o FG, nasce a OT, o SP faz o pagto antecipado do tributo, ou seja, sem prévio
exame da autoridade adm. Esse pagto é precário e por si só não extingue o CT. A
extinção só ocorrerá com a homologação do pagto, a qual pode ser tácita ou expressa e
deve ocorrer em 5 anos contados do FG.
Homologação gera a extinção.

4.3.4. Consignação em pagamento – Art. 156, III, art. 164 CTN

Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos
casos:
I - de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo ou de penalidade, ou
ao cumprimento de obrigação acessória;
II - de subordinação do recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamento
legal;
III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um
mesmo fato gerador.

Ex. x tem um imóvel urbano no limite de 2 municípios A e B. Ambos exigem o IPTU


do imóvel. O SP pode ajuizar ação de consignação em pagamento para ser liberado da
mora, com fundamento no 164, III, CTN.
O SP deverá então realizar depósito do valor cobrado pelo município que entende ser o
SA do tributo (B). Assim, evita a mora. A partir do depósito os 2 munic serão citados e
o juiz vai decidir para qual deles o IPTU é devido.
Ação de consignação julgada procedente. O IPTU depositado vai ser para o município
B.
Ocorre a extinção do CT não no ajuizamento da ação de consignação, mas apenas
quando está é julgada procedente.
Se for julgada improcedente e o juiz concluir que o IPTU é devido para A. A cobra mais
alto do que B. o valor depositado não será suficiente. Assim, o SP tem que pagar a
diferença e juros e multa sobre a diferença.
Há extinção do ct pela conversão de depósito em renda.

4.3.5. Dação em pagamento de bens imóveis – 156, XI


Apenas a dação de bens IMÓVEIS extingue o CT.
Na forma e condições estabelecidas em lei.
A dação em pagto de bens imóveis não é autoaplicável. Precisa de lei.

(terminamos extinção do CT)

FG → OT (dever do SP) → CT (direito do SA)


VIMOS:
Formas e prazos de constituição do CT
Hipóteses de modificação do CT
Se há FG, OT, CT e inexistência de hipóteses de modificação do CT, A Próxima etapa
será a cobrança do CT já está constituído – cobrança judicial do CT.
PRAZO que a FP TEM para realizar a cobrança é prazo de PRESCRIÇÃO.
Depois veremos os procedimentos de cobrança.

PRESCRIÇÃO NO DIREITO TRIBUTÁRIO


O prazo de Decadência é o prazo de constituição do CT.
O prazo de prescrição é o prazo da FP para cobrar judicialmente o CT.
Verificada a decadência ou a prescrição extingue-se o CT.

Pz de prescrição: art. 174 CTN

Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da
sua constituição definitiva.

1. Termo inicial do prazo de prescrição


O Termo inicial do pz de prescrição é a constituição definitiva do CT. Esta representa a
imutabilidade do CT na esfera adm.
Há 2 possibilidades de constituição do CT:
- Pelo lançamento, e portt pela adm
- pelas declarações, e portt, pelo SP.
Para cada uma das possibilidades acima há uma forma de contagem do prazo:

1.1. Contagem do prazo de prescrição quando o CT é constituído pelo lançamento


SP recebe o lançamento tributário e tem 30 dias para:
- pagar: há extinção do CT
ou
- impugnar administrativamente: há o lançamento, pz de 30 dias e dentre desse pz, o
SP oferece impugnação adm ao CT. Há o início de processo administrativo. Há decisão,
recurso e decisão final.
Se a decisão final for contrária ao SP, o CT se torna imutável na esfera adm.
Conseqüência: constituição definitiva do CT. Data da decisão final na esfera adm é o
início da contagem dos 5 anos do prazo de prescrição

- não fazer nada: No 31º dia o SP não pode mais impugnar administrativamente. Não
pode mais modificar o CT na esfera administrativa. Neste momento há a constituição
definitiva no CT, pois ele se torna imutável na esfera adm. A partir desse momento,
começa a contagem do pz de 5 anos da prescrição.

1.2. Contagem do prazo de prescrição quando o CT é constituído pelo SP


SP realiza o FG e faz declaração de que realizou o FG e deve X de tributo. Mas não
paga. Essa declaração constitui o CT E, portt, dispensa o lançamento. não há que se
preocupar com o pz de decadência, mas sim com prescrição. A partir da constituição,
poderá haver a cobrança: inscrição na DA, CDA, EF.
Início do pz de prescrição: constituição definitiva. Esta pressupõe CT já constituído. A
declaração constitui o CT. STJ: o prazo de prescrição começa a contar a partir do
vencimento do tributo (a partir do vencimento é que há a constituição definitiva).
É uma construção jurisprudencial.
RE 850.423 (1ª seção STJ)
2. Medidas Preparatórias para a EF
(Procedimento após a constituição definitiva do CT)
Há a constituição do CT, depois há a constituição definitiva que será:
1. lançamento: no 31º dia ou decisão final da impugnação adm
2. declaração: vencimento do tributo

Para que a FP possa promover a EF deve adotar as seguinte medidas preparatórias:


→ inscrição do CT em DA
→ emissão de CDA

2.1. inscrição do CT em DA
É a inclusão do SP em um cadastro de devedores da FP. A DA é composta por todos os
débitos da FP. Haverá inscrição na DA de débitos tributários e não tributários (ex. multa
administrativa por dano ambiental). O tratamento da DA e seus efeitos, necessariamente
estarão disciplinados no CTN com relação às dividas tributárias. Em relação às dividas
não tributárias, aplica-se a LEF.

Art. 201 CTN


Art. 201. Constitui dívida ativa tributária a proveniente de crédito dessa natureza, regularmente inscrita
na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento, pela lei ou
por decisão final proferida em processo regular.

Para haver inscrição na DA, é preciso a constituição definitiva do CT, ou seja, é preciso
do esgotamento do pz fixado para pagto ou decisão final em processo regular.

DA = Cadastro de devedores, que pressupõe a constituição prévia do valor devido. Se o


devedor é incluído em DA, terá um termo de inscrição, cujo conteúdo está no art. 202.
este termo contém:
- elementos materiais referentes à própria dívida:
 indicação do SP e eventuais responsáveis,
 identificação do domicílio ou residência do SP,
 quantia devida de tributo,
 forma de cálculo dos juros,
 origem do débito (FG) e sua natureza (Tributo devido),
 indicação da lei que fundamenta a origem do débito e a natureza.

- elementos formais referentes à inscrição.


 Data da inscrição
 Número do processo administrativo que gera a dívida, se houver. Nem toda
inscrição em DA é precedida por proc adm, especialmente qdo o SP constitui o
CT.
 Indicação do livro e da folha em que o termo de inscrição foi realizado. Hoje é
um livro eletrônico. O que não afasta a exigência dessa formalidade.

A CDA também terá que conter tais elementos.

Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade competente, indicará
obrigatoriamente:
I - o nome do devedor e, sendo caso, o dos co-responsáveis, bem como, sempre que possível, o
domicílio ou a residência de um e de outros;
II - a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos;
III - a origem e natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em que seja
fundado;
IV - a data em que foi inscrita;
V - sendo caso, o número do processo administrativo de que se originar o crédito.
Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo, a indicação do livro e da
folha da inscrição. [mesmo sendo a inscrição eletrônica]

Efeitos da inscrição do débito em DA


a) ART. 204
Art. 204. A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez e tem o efeito de prova
pré-constituída.
Parágrafo único. A presunção a que se refere este artigo é relativa e pode ser ilidida por prova
inequívoca, a cargo do sujeito passivo ou do terceiro a que aproveite.

Problema: responsabilidade dos sócios por débitos da pj.


Lançamento tributário em face da pj, constituição definitiva do CT, começa o pz de
prescrição.
1º ato da adm: inscrição em DA. A adm indica o sócio como responsável. Ocorre que
este valor inscrito em DA tem presunção de liquidez e certeza e tem o efeito de prova
pré constituída, sendo assim, o sócio indicado como responsável passa a ter o ônus de
provar a não ocorrência dos casos do art 135, III.

b) art. 2º, §3º da LEF- LEI 6.830/80


a inscrição em DA suspende o pz de prescrição por 180 dias. Esse pz retoma o seu curso
após o término desse pz ou caso haja o ajuizamento de EF antes do fim dos 180 dias.
Conseqüência: transformar o pz de prescrição em até 5 anos e 180 dias. (pois durante os
180 dias não corre o pz).
STJ: concorda com a suspensão desde que aplicável somente às dívidas não tributárias.
O ctn não prevê a suspensão de 180 dias do prazo prescricional, logo não se aplica a
suspensão a créditos tributários.
RE 105.5259. item 8, 9
Súmula vinc 8 STF

Súmula Vinculante 8- São inconstitucionais o parágrafo único do artigo 5º do Decreto-Lei nº


1.569/1977 e os artigos 45 e 46 da Lei nº 8.212/1991, que tratam de prescrição e decadência
de crédito tributário.

2.2. Emissão de CDA


Inscrito o débito em DA, haverá a emissão da CDA
A CDA é título executivo extrajudicial que embasa a EF.
A CDA poderá ser considerada nula se contiver algum erro ou alguma omissão – art.
203

Art. 203. A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo anterior, ou o erro a eles relativo,
são causas de nulidade da inscrição e do processo de cobrança dela decorrente, mas a nulidade poderá
ser sanada até a decisão de primeira instância, mediante substituição da certidão nula, devolvido ao
sujeito passivo, acusado ou interessado o prazo para defesa, que somente poderá versar sobre a parte
modificada.
Erro ou omissão na CDA: descumprimento dos requisitos do art . 202 CTN.
Serão nulos também tudo o que acontecer depois da CDA, todo o processo de cobrança
será nulo, pois o título executivo está errado.
A nulidade pode ser sanada até a decisão de 1ª instância pela substituição da CDA nula
pela FP. Haverá novo título executivo, como novos elementos. Nesse caso, o devedor
poderá se defender novamente, mas somente em relação à parte que foi alterada. Terá o
pz devolvido.

3. Interrupção do prazo de prescrição


Constituição do crédito → constituição definitiva (27/05/04) → DA → CDA

Pz de prescrição para a FP promover a EF: 27/05/2009. começa a contar a prescrição, é


feita a inscrição na DA, emitida CDA e EF é ajuizada em 26/05/09. FP conseguiu
garantir a não ocorrência de prescrição?
***O pz de prescrição não pára de contar diante do ajuizamento da EF. O CTN
entende que esse pz só será interrompido com o despacho que determinar a
citação. Tem que ser proferido até 27/05/09. Se não for proferido até esse pz haverá
prescrição. Art. 174, § ún, I

Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data da
sua constituição definitiva.
Parágrafo único. A prescrição se interrompe:
I - pela citação pessoal feita ao devedor;
I – pelo despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; (Redação dada pela Lcp nº 118, de
2005)
II - pelo protesto judicial;
III - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
IV - por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial, que importe em reconhecimento do débito
pelo devedor.

Inciso I – antes da LC 118, o que interrompia o pz era a citação pessoal ao devedor. De


outro lado, a LEF (art. 8º, § 2º) dizia que era a partir do despacho que determina a
citação. Havia conflito entre CTN e LEF. A jurisp entendia que o CTN prevalecia por
ter status de LC.
Daí a LC 118, que harmoniza o CTN com a LEF. Assim, a interrupção se dá pelo
despacho que determina a citação.

Surgiram dúvidas:
EFs em curso quando a 118 passou a vigorar como ficam? A partir de qdo se aplica a
alteração da 118?

Há 3 casos possíveis:
1. “Tudo antes”: EF → despacho de citação → LC 118 (entrou em vigor em
09/06/2005). Nesse caso, a LC 118 não se aplica. STJ não aceita aplicação retroativa da
LC 118.

2. “Tudo depois”: LC 118 → EF → despacho de citação. A LC 118 se aplica. O


despacho que determina a citação interrompe a prescrição.

*** 3. EF antes e despacho depois: EF → LC 118 → Despacho.


STJ: a LC 118 deve ser aplicada, pois é norma processual e sendo assim, aplica-se
imediatamente aos processos em andamento desde que o despacho ainda não tenha
sido proferido.
RESP 105.5259, março /2009

4. Andamento da EF:
Constituição definitiva → DA → CDA → EF → despacho determina citação: dá para o
devedor pz de 5 dias para pagar ou para garantir a EF.
→ Se o devedor paga – fim da EF. O pagamento exclui o CT.

→ Se garante – há 3 garantias possíveis:


- oferecer bens à penhora
- depósito judicial da importância devida
- carta de fiança bancária

Embargos à Execução/ prazo


A partir da garantia (sem a garantia não pode o devedor oferecer embargos), terá o
devedor o pz de 30 dias para oferecer embargos à EF, os quais constituem nova ação.
Esta será distribuída por dependência à EF. Essa nova ação é proc de conhecimento,
onde o devedor apresentará as razões para dizer que a dívida não é devida.

Termo inicial do prazo dos embargos à EF


A partir de qdo começa os 30 dias de pz para embargar? Depende da garantia oferecida:
- bens a penhora: pz tem início na data da intimação da penhora (e não da data da
juntada do termo de penhora aos autos)
- depósito jud: pz tem início a partir da data do depósito
- carta de fiança: pz começa a partir da juntada da carta de fiança aos autos.

Resultado dos embargos:


- embargos procedentes: SP ganhou, demonstrou que o tributo não é devido. Haverá a
extinção da EF e o levantamento da garantia.
- embargos improcedentes: retomada da EF e a arrematação da garantia

Próxima aula: variáveis após a citação:


- não encontrados bens para a penhora
- não localização do devedor

Aula 11
05/06/2009
Podem ocorrer 2 variáveis uma vez feita a citação:
1ª variável: ocorrer a citação, mas o devedor não possuir bens para garantir a EF →
aplica-se o art. 185-A CTN, introduzido pela LC 118/05.

Art. 185-A. Na hipótese de o devedor tributário, devidamente citado, não pagar nem apresentar bens à
penhora no prazo legal e não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a
indisponibilidade de seus bens e direitos, comunicando a decisão, preferencialmente por meio
eletrônico, aos órgãos e entidades que promovem registros de transferência de bens, especialmente ao
registro público de imóveis e às autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de
capitais, a fim de que, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial.
§ 1º A indisponibilidade de que trata o caput deste artigo limitar-se-á ao valor total exigível, devendo o
juiz determinar o imediato levantamento da indisponibilidade dos bens ou valores que excederem esse
limite.
§ 2º Os órgãos e entidades aos quais se fizer a comunicação de que trata o caput deste artigo enviarão
imediatamente ao juízo a relação discriminada dos bens e direitos cuja indisponibilidade houverem
promovido.

O devedor é citado – não paga, nem garante - Não localização de bens para penhora
pelo oficial de justiça → art. 185-A CTN – penhora on line no direito tributário.
O juiz determina a indisponibilidade sem que seja necessário que a Fazenda Pública o
solicite, devendo o juiz limitar-se a indisponibilizar os bens no montante da dívida.

Penhora online – forma de coagir o devedor a pagar ou garantir a dívida tributária. Juiz
pode decretar essa indisponibilidade de ofício. Antes, esse instituto da indisponibilidade
já existia, mas a Fazenda tinha que ajuizar uma Medida Cautelar Fiscal requerendo a
indisponibilidade (Lei 8397/92 – ler essa lei). Assim, agora temos dois instrumentos:
penhora online e Medida Cautelar Fiscal.

2ª consideração sobre a penhora on line: Jurisprudência do STJ vem aplicando o


seguinte entendimento:
Depois da alteração do art. 655 do CPC, que possibilita a penhora de valores
depositados em conta corrente, não se faz mais necessário que o oficial de justiça
busque outros bens do devedor e esgote as tentativas de localização de bens, antes de
fazer a penhora on line.
O Art 655 CPC permite essa interpretação:

CPC,Art. 655. A penhora observará, preferencialmente, a seguinte ordem: (Redação dada pela Lei nº
11.382, de 2006).
I - dinheiro, em espécie ou em depósito ou aplicação em instituição financeira; (Redação dada pela Lei
nº 11.382, de 2006).

Tal disposição confronta o CTN que exige que sejam esgotadas as tentativas de penhora
de bens do devedor (art. 185 A), para só então possibilitar a penhora on line.

Diante dessa contradição, a jurisprudência tem aplicado o CPC.


Obs: tal entendimento só pode ser aplicado aos casos posteriores à LC 118/2005, pois
ela introduziu a penhora on line no nosso ordenamento.

PORTANTO: sendo citado o devedor na EF e este não pagar nem apresentar garantia
aplica-se a PENHORA ON LINE. Porém:
- Quando se tratar de pleito anterior à nova redação do 655 do CPC (lei de 2006), é
preciso o esgotamento das tentativas penhora de bens do devedor antes de se fazer a
penhora on line.
- quando se tratar de processo posterior à nova redação do 655 do CPC (2006) é
possível a penhora on line sem o esgotamento dos outros meios.

Resp 910.497SP – ler esse julgado.

2ª variável. - uma vez proferido o despacho de citação, o devedor não ser localizado.
Aplicação do Art. 40 da LEF
Inicia-se um prazo de prescrição de 5 anos, contados a partir do despacho de
deferimento, para que a FP dê andamento à EF. É mais um prazo processual do que um
prazo relacionado ao direito tributário.

Mas não sendo localizado o devedor esse prazo é suspenso por um ano. Após um ano,
a EF retoma seu curso, há novas tentativas de localização do devedor. Se estas forem
frustradas, a EF será arquivada.

Se o devedor é encontrado a qualquer tempo, desarquivam-se os autos e prossegue a


EF. A EF ficaria imprescritível. O STJ entendeu que a EF não pode ser imprescritível,
é preciso um limite de arquivamento.
Ag regimental no agr 109.3264 – item 2.
Assim, o STJ decidiu que uma vez arquivada a EF, começa correr novamente o pz
de 5 anos. É como se o arquivamento dos autos gerasse uma interrupção. Se nesses 5
anos não for localizado o devedor, há prescrição intercorrente.
Daí a súmula STJ:

314. Em execução fiscal, não localizados bens penhoráveis,


suspende-se o processo por um ano, findo o qual se inicia o prazo da
prescrição qüinqüenal intercorrente.

Em 2004 foi acrescentado o §4º ao art. 40.


Segundo esse §, a partir da decisão de arquivamento, a FP tem 5 anos
para dar andamento à EF. Ao término desses 5 anos o juiz pode de
ofício reconhecer a prescrição intercorrente, após oitiva da FP.

Art. 40 - O Juiz suspenderá o curso da execução, enquanto não for localizado o devedor ou encontrados
bens sobre os quais possa recair a penhora, e, nesses casos, não correrá o prazo de prescrição.
§ 1º - Suspenso o curso da execução, será aberta vista dos autos ao representante judicial da Fazenda
Pública.
§ 2º - Decorrido o prazo máximo de 1 (um) ano, sem que seja localizado o devedor ou encontrados bens
penhoráveis, o Juiz ordenará o arquivamento dos autos.
§ 3º - Encontrados que sejam, a qualquer tempo, o devedor ou os bens, serão desarquivados os autos
para prosseguimento da execução.
§ 4o Se da decisão que ordenar o arquivamento tiver decorrido o prazo prescricional, o juiz, depois de
ouvida a Fazenda Pública, poderá, de ofício, reconhecer a prescrição intercorrente e decretá-la de
imediato. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004)

Houve questionamento quanto à existência de conflito com o CTN


pelo fato de a LEF ser LO e tratar de prazo de prescrição.
STJ entendeu que não, porque essa prescrição não é relativa ao
crédito tributário ou ao ajuizamento da EF. Ela se verifica uma vez
ajuizada a EF. É muito mais um pz processual do que material. Não se
trata da prescrição regulada no CTN. Logo, não tem problema ser
disciplinado por LO.

Devedor não localizado → suspensão da EF por 1 ano, após esse


prazo haverá arquivamento da EF. A partir do arquivamento inicia-
se prazo prescricional de 5 anos, ao fim do qual o juiz pode
reconhecer de ofício a prescrição intercorrente, após oitiva da
FP.
Vale lembrar que o artigo 40 prevê 2 hipóteses:
1. não localização do devedor
2. não encontrados bens do devedor a serem penhorasdos:
Nesse segundo caso, com a LC 118/05, a não localização de bens após a citação
configura a hipótese do 185-A do CTN – penhora on line e não aplicação do
procedimento do art. 40.
Decretada a penhora on line, SE o devedor realmente não tem bens aí sim é aplicado o
art. 40 da LEF. Dessa forma, o art. 40 acaba sendo mais usado nas situações de não
localização do devedor.
Obs. Não se pode decretar a penhora on line sem citar o devedor.

5. Exceção de pré executividade

EF → DESPACHO determina CITAÇÃO e o pagamento/garantia.


Devedor alega que a dívida é inexeqüível, pois a CDA não pode ser executada. A CDA
não poderia ser executada se houver uma das hipóteses de modificação do CT ou o CT
referir-se a um caso de imunidade tributária, ou seja, a CDA não pode ser executada
quando:
- CDA faz referência a CT com exigibilidade suspensa;
- CDA consagra CT sobre o qual há isenção ou anistia (exclusão do CT)
- CDA consagra um CT que já tenha sido extinto.
- CDA fazer referência a um CT que não poderia existir, pois haveria imunidade do
respectivo tributo.

Se a CDA não pode ser executada, a jurisprudência entende que o devedor não precisa
apresentar garantia para demonstrar a inexequibilidade. Apresentar garantia é um ônus
para o devedor. Assim, ele poderia, desde logo, nos autos da EF, apresentar EXCEÇÃO
DE PRÉ-EXECUTIVIDADE. É uma petição em que o devedor demonstra uma das
hipóteses de modificação do CT ou imunidade.

Para que o devedor possa oferecer a execução de pré executividade, a prova da


inexequibilidade deve estar pré constituída. O devedor não pode depender de dilação
probatória posterior. Logo, a AUSENCIA DE DILAÇÃO PROBATÓRIA é requisito
essencial para a exceção de pré-executividade.
Se o devedor tiver que fazer prova posterior, a jurisprudência entende que o instrumento
adequado é embargos à EF, os quais têm a desvantagem de exigirem o oferecimento de
garantia pelo devedor.

HÁ 2 discussões no STJ sobre matérias que podem ser discutidas em exceção de pré-
executividade:

a) alegação de prescrição do CT. EF não foi ajuizada a tempo nem o despacho


proferido a tempo. O STJ admite alegação de prescrição em exceção de pré
executividade, desde que a matéria já tenha sido alegada pela parte e exista prova pré-
constituída.
(Embargos de diverg no Resp 388.000 – ver item 1).

b) Alegação de ausência de responsabilidade do sócio em exceção de pré


executividade:
Sócio é citado na EF, mas não praticou nenhum dos atos do 135 III do CTN.
Para o STJ, se o sócio constar da CDA como responsável tributário, ele não pode
apresentar exceção de pré-executividade, porque a CDA adquire presunção de liquidez e
certeza. Trata-se de presunção relativa e pode ser afastada pela produção de provas (não
há, portanto, prova pré constituída). O instrumento adequado para o sócio são os
embargos à execução, os quais dependem do oferecimento de garantia.

Em resumo, a exceção de pré executividade pode ser apresentada:


- CDA faz referência a CT com exigibilidade suspensa;
- CDA consagra CT sobre o qual há isenção ou anistia (exclusão do CT)
- CDA consagra um CT que já tenha sido extinto.
- CDA fazer referência a um CT que não poderia existir, pois haveria imunidade do
respectivo tributo.
- para alegar prescrição do CT desde que a matéria já tenha sido alegada pela parte
- em todos os casos acima não pode haver dilação probatória (deve haver prova pré
constituída)
- Não cabe exceção em EF promovida contra sócio que figura como responsável
tributário na CDA.

*********

Prescrição para o contribuinte reaver tributos recolhidos indevidamente


(esse assunto não tem nada a ver com o tema que vimos tratando, mas precisa ser dado)

Contexto:
Pagto indevido de tributo → contribuinte tem direito à devolução do tributo e
eventualmente das penalidades que tenha pago.
Essa devolução será realizada por 2 métodos:

1. Restituição – devolução em espécie do tributo.


Pode ser solicitada na esfera adm ou judicial.
A restituição administrativa não é requisito para a restituição judicial.
Se for restituição judicial, a ação adequada é a de ação de repetição de indébito
tributário.

2.Compensação com outros tributos.


Depende de lei para poder ocorrer.

Seja para restituição seja para compensação, o contribuinte tem que observar um prazo
(para requerer a restituição/ ajuizar ação). Esse prazo é de prescrição e é de 5 anos
contados a partir da data de extinção do CT, o que pode se dar em 2 situações:

a) extinção do CT em razão do pagamento

Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos,
contados:
I - nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do crédito tributário; (Vide art 3 da
LCp nº 118, de 2005)
FG → pagamento indevido. O pagto extingue o CT. A partir daí começa o PZ de 5 anos
para a devolução, seja via restituição, seja via compensação.

b) hipótese em que o pagto não extingue o CT → lançamento por homologação.


SP realiza o FG e faz pagto antecipado do tributo, o qual é precário: por si só não gera a
extinção do CT. A extinção do CT depende da homologação – art. 156, VII, CTN. A
homologação pode levar até 5 anos para ser realizada. Só a partir da homologação é que
começaria a contar o prazo de prescrição de 5 anos para o contribuinte exigir a
devolução do tributo pago indevidamente.
No caso de homologação tácita (que se dá pelo decurso do prazo de 5 anos no
lançamento por homologação), a prazo para o contribuinte pedir os valore pagos
indevidamente pode ser de até 10 anos.
Essa tese foi aceita pelo STJ por muito tempo, porém era desfavorável à FP uma vez
que o contribuinte tinha muito tempo para pedir de volta o tributo pago indevidamente.

Daí, com a LC 118 /05, objetivou-se mudar o entendimento do STJ, estabelecendo-se


no art. 3º uma forma de interpretar o 168, I: ou seja, de interpretar o pz de prescrição
nos tributos lançados por homologação:

Art. 3º Para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 –
Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a
lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1º do art. 150 da
referida Lei.

A extinção do CT (e portt o início do pz de prescrição) passa a ocorrer, no caso de


tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagto antecipado (e não
no momento da homologação). Isso só para fins de contagem da prescrição e não para
os demais efeitos.
A LC 118 antecipa o dies a quo do prazo de prescrição para o momento do pagamento
antecipado. A alteração do início da contagem do pz foi feita por meio de uma LC, o
que é o procedimento correto.

Porém há problema quanto ao art. 4º da LC 118:

LC 118, Art. 4º Esta Lei entra em vigor 120 (cento e vinte) dias após sua publicação, observado, quanto
ao art. 3º, o disposto no art. 106, inciso I, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário
Nacional.
c A segunda parte deste artigo foi declarada inconstitucional pela Corte Especial do
STJ (ERESP nº 644.736-PE, j. 6-6- 2007.)

CTN, Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito: [atenuação (“exceção”) ao princípio da
irretroatividade tributária]
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à
infração dos dispositivos interpretados;

As leis expressamente interpretativas podem ser aplicadas a fatos; atos pretéritos.


A LC 118 muda de forma retroativa a forma de contagem do prazo de prescrição pois:
O art. 3º antecipa o início do pz prescricional (pgto antecipado) e o art. 4 diz que o 3º é
mera interpretação. Sendo interpretação, por conta do art. 106, I CTN, aplica-se
retroativamente.
Na prática: Contribuinte realiza o FG em jun/96, faz o pgto indevido. Pela tese do STJ,
a prescrição para esse contribuinte pedir de volta o $$ ocorreria em jun/2006.
Diversamente, a 118/05 dispõe que a forma de contagem (10 anos) não se aplica mais
prazo prescricional de 5 anos para o contribuinte pedir a devolução do tributo recolhido
indevidamente deveria ter início na data do pagto indevido (e não da homologação). O
art. 4º estabeleceu que essa interpretação se aplicaria inclusive a FGs passados.
No caso acima, o contribuinte teria então até jun/2001 para pedir a devolução, ou seja, o
prazo já teria expirado por ocasião da LC 118/2005.

STJ admitiu a antecipação do prazo prescricional para o pedido de devolução de tributos


pagos indevidamente (embora revogasse sua jurisp), porém não admitiu a aplicação
retroativa do novo entendimento, sob o argumento de que o art. 3 da LC 118 não é mera
interpretação, mas sim uma nova forma de contagem do pz.
Assim, o STJ por meio de sua corte especial declara a inconstitucionalidade da
retroatividade do prazo, de forma que:
 Pagamentos indevidos feitos após a vigência da LC 118 observam a contagem
de prazo estabelecida nessa lei (5 anos a partir do pagamento antecipado)
 Pagamentos indevidos feitos antes da vigência da LC 118: o prazo é de 5 + 5, ou
seja, 5 anos para a homologação do pagamento e extinção do CT + 5 anos
contados da homologação para o contribuinte pedir a devolução. No entanto, a
aplicação dessa segunda forma de contagem de prazo fica limitada ao prazo de 5
anos de vigência da lei nova. Ou seja, 9/06/2010.

Na prática:
FG1 ocorrido em 1998, pgto indevido em 1998
FG2 em 2002.
Em 09/06/05 entra em vigor a LC 118.
Os FGs são passados, logo, em princípio aplica a tese do STJ (5+5) anterior à LC 118.

FG 1 – pela tese do STJ, o termo final do prazo para ter de volta o pgto indevido é
junho/2008. (ESTÁ dentro do limite que é 09/06/2010)

FG 2 – pela tese do STJ, o termo final do prazo seria junho/2012. Porém deve-se
considerar o limite para a aplicação dessa tese, qual seja: 09/06/2010 (5 anos da
vigência da LC 118).
Nesse caso, como 2012 ultrapassa 2010, o prazo desse contribuinte vence em
09/06/2010.
Esse limite foi a solução dada pelo STJ para equalizar os prazos de prescrição.
Quem recolheu no dia 08/06/2005, por ex, já sabia que a lei mudou. Não seria razoável
este ter um prazo de 10 anos para pedir a devolução dos tributos pagos indevidamente.

Pagto após a LC Pgto antes da LC


(após 08/06/2005, ou seja, a partir de (antes de 09/06/2005)
09/06/2005)
Regra: 5 anos contados do pgto indevido Regra: teses do 5 + 5:
1º passo: 5+5 → data X
2º passo: confrontar a data X com o dia
09/06/2010.
Se for antes: aplica a tese do 5+5
Se for depois: aplica 09/06/2012

O tema está no STF, foi reconhecida a sua repercussão geral. Ainda não foi julgado.
ACOMPANHAR - RE 561.908
(Por enqto só há a definição do STJ)

***************************

(ÚLTIMA parte de análise do CTN):


#
GARANTIAS E PRIVILÉGIOS DO CT

1. Garantias do CT:
Asseguram direitos da FP (administração). Tais direitos estão relacionados à efetividade
no recebimento da dívida tributária.

Art. 183. A enumeração das garantias atribuídas neste Capítulo ao crédito tributário não exclui outras
que sejam expressamente previstas em lei, em função da natureza ou das características do tributo a que
se refiram.
Parágrafo único. A natureza das garantias atribuídas ao crédito tributário não altera a natureza deste
nem a da obrigação tributária a que corresponda.

1ª hipótese de garantia:
Art184 – todos os bens do SP respondem pela dívida tributária. Isso decorre do fato de
ser a divida tributária pessoal.
Exceção: bens que a lei declarar absolutamente impenhoráveis. É a lei que grava o bem
como impenhorável e não o SP. O Rol dos bens impenhoráveis está no 649 CPC

Art. 184. Sem prejuízo dos privilégios especiais sobre determinados bens, que sejam previstos em lei,
responde pelo pagamento do crédito tributário a totalidade dos bens e das rendas, de qualquer origem
ou natureza, do sujeito passivo, seu espólio ou sua massa falida, inclusive os gravados por ônus real ou
cláusula de inalienabilidade ou impenhorabilidade, seja qual for a data da constituição do ônus ou da
cláusula, excetuados unicamente os bens e rendas que a lei declare absolutamente impenhoráveis.

O inciso I do 649 não se aplica ao direito tributário.

Art. 649. São absolutamente impenhoráveis: [fundamento: dignidade da pessoa humana. Teoria do
patrimônio mínimo – garantir o mínimo existencial para cada indivíduo]
I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução;

2ª hipótese de garantia(?)
Art. 185 tb foi alterado pela LC 118. estabelece presunção de fraude em relação ao SP.

CT → constituição definitiva do CT → DA → CDA → EF


O SP que tem débito tributário inscrito em DA, e a partir do momento da inscrição,
aliena bens, o cód considera que essa alienação é fraudulenta. Essa presunção de fraude
é relativa e o SP pode comprovar que apesar da alienaão, possui bens suficientes para
quitar o débito tributário.
A configuração dessa fraude pressupõe a inscrição do débito em DA. STJ: a simples
inscrição na DA não basta para a presunção, é preciso também a ciência do SP. Este tem
que ser notificado da inscrição em DA. Se não souber da inscrição e alienar bem, não há
a presunção.
Alem disso, a LC 118 alterou o 185 para estabelecer uma garantia adicional para a FP.
Antes da LC para que houvesse a presunção de fraude era preciso a inscrição na DA e a
EF já ajuizada. Ou seja, era preciso dívida inscrita, em fase de execução.
A LC 118 retira essa exigência. Basta o débito inscrito em DA.

Art. 185. Presume-se fraudulenta a alienação ou oneração de bens ou rendas, ou seu começo, por sujeito
passivo em débito para com a Fazenda Pública, por crédito tributário regularmente inscrito como dívida
ativa.(Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005)
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica na hipótese de terem sido reservados, pelo
devedor, bens ou rendas suficientes ao total pagamento da dívida inscrita. (Redação dada pela Lcp nº
118, de 2005)

ESSE termo para presunção se aplica a partir da vigência da LC 118 ou seja, a partir de
09/06/05

Hipótese de garantia:
Art. 185 – A – penhora on line (já vimos no começo da aula.

2. Privilégios do CT: situação de execução coletiva de dívidas. No meio dessa


execução coletiva há, dentre outros credores, a FP. Qual a posição do CT na ordem de
pagamento?

Há execução coletiva de dívidas no processo de falência, inventário, arrolamento,


liquidação de pessoa jurídica, etc.
A situação fática dos privilégios : há diversos credores perante um só devedor.
Qual a ordem de preferência dos créditos tributários?

Art. 186. O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for sua natureza ou o tempo de sua
constituição, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho ou do acidente de trabalho.
(Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005) [regra geral]

Essa é a regra geral aplicável a todos os casos menos na falência.


O CT só fica abaixo dos créditos trabalhistas (créditos decorrentes da legislação do
trabalho e de acidente do trabalho).

Art. 186. Parágrafo único. Na falência: (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005) [regra aplicável apenas aos
processos de falência]
I – o crédito tributário não prefere aos créditos extraconcursais ou às importâncias passíveis de
restituição, nos termos da lei falimentar, nem aos créditos com garantia real, no limite do valor do
bem gravado; (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
II – a lei poderá estabelecer limites e condições para a preferência dos créditos decorrentes da
legislação do trabalho; e (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)
III – a multa tributária prefere apenas aos créditos subordinados. (Incluído pela Lcp nº 118, de 2005)

LC 118 + LEI de falências colocam o CT numa situação pior do que a da regra geral.
O 186 traz as regras de preferência do CT na falência.

Inc I: o CT não prefere (fica abaixo) dos créditos extraconcursais (não se sujeitam a
concurso. São pagos em 1º lugar) ou importâncias passíveis de restituição.
Em relação aos créditos concursais, o CT não prefere aos créditos decorrentes da
legislação do trabalho ou de acidente de trabalho, nem aos créditos com garantia real.
O CT está então depois dos extraconcursais e entre os concursais, dp dos trabalhistas e
dos com garantia real.

Obs. Créditos com garantia real preferem aos tributários, porém essa garantia real deve
ter sido realizada antes da inscrição do débito em DA. Se mesmo sabendo da inscrição
na DA o devedor dá uma garantia real, há presunção de fraude.

Obs 2. inc III do § único.


Deve se entender como crédito tributário o TRIBUTO. A LC 118 desmembrou o tributo
e a multa. A ordem não se aplica ao pgto das multas. Pois a multa tributária fica
equiparada às outras penalidades devidas pelo falido e sendo assim, a multa tributária
somente prefere aos créditos subordinados. A multa tributária está em penúltimo lugar
na fila de pagto de tributos.

Obs 3. inc II do § único


Inc II estabelece que a lei pode estabelecer limites para o pgto dos créditos decorrentes
da legislação do trabalho.
Tais créditos são para pgar os salários dos funcionários. Mas suponha-se que alguns
funcionários têm salário muito algo. Assim, a lei impõe o limite de 150 salários
mínimos. O que a lei quer é garantir o pagto de créditos alimentares e não possibilitar
que alguém se enriqueça em detrimento dos demais credores.

Créditos extraconcursais – não se sujeitam a concurso:


- os que sejam resultantes de atos praticados pela empresa depois da decretação da
falência. Após a decretação, é preciso por ex pagar os funcionários que estejam
trabalhando.
- os tributos cujos FGs foram realizados depois da decretação da falência.

Art. 188. São extraconcursais os créditos tributários decorrentes de fatos geradores ocorridos no curso
do processo de falência. (Redação dada pela Lcp nº 118, de 2005) [para a doutrina – após a decretação
da falência]

Art. 187 – ordem de preferência entre os entes da federação

Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habilitação
em falência, recuperação judicial, concordata, inventário ou arrolamento. (Redação dada pela Lcp nº
118, de 2005)

Juízo da falência atrai todos os credores, porém o CT corre em paralelo. Há uma EF


paralela ao processo de falência. Essa EF chega ao final e resulta na arrematação da
garantia. Esse valor é direcionado para o juízo de falência. Este valor entra no cômputo
geral para se estabelecer a ordem de pagamento (preferência): créditos extraconcursais,
importâncias passíveis de restituição, créditos trabalhistas, créditos com garantia real,
tributos (e não as multas).

Suponha-se que no momento de pagar os tributos, verifica-se que há IR (União), ICMS


(estado SP) ISS (município). Há também um IPVA devido para o Estado do RJ. Qual a
ordem de pagamento desses tributos? Resp: parág único do 187:

Art. 187, Parágrafo único. O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas jurídicas de
direito público, na seguinte ordem:
I - União;
II - Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pró rata;
III - Municípios, conjuntamente e pró rata.

Suponha-se que o valor diponível, no momento de pagar os créditos tributários, seja de


R$ 300.000,00.
União – IR: R$ 100.000,00
Estados – ICMS SP: R$ 500.000,00 e IPVA RJ: R$ 250.000,00
Municípios – ISS Cotia: R$ 700.000,00

A dívida da U é quitada integralmente. Sobram 200.000,00 para pagar SP e RJ. Não


receberão a integralidade, mas é preciso dividir os 200.000,00 proporcionalmente ao
valor da dívida.
SP é credor em 2 x a dívida do RJ.
Assim, RJ tem que receber metade do que receberá SP. Os 200.000,00 tem que ser
dividos por 3. 2 partes vão para SP e 1 para o RJ. Resulta aproximadamente em:
130.000,00 para SP e 70.000,00 para o RJ.
A dívida com relação a Cotia não será quitada.

Diante desse parág único do CTN houve argüições de incosntit, pois coloca a U em
relação de superioridae em relação aos E e M.
O STF decidiu – súmula 563 – constitucionalidade dessa ordem de preferência. Não
ofende a autonomia entre os entes da federação. A U tem que sestar em 1º lugar pois
defende interesses mais gerais, pode transferir os recursos para E e M.

Súmula 563 O CONCURSO DE PREFERÊNCIA A QUE SE REFERE O PARÁGRAFO ÚNICO


DO ART. 187 DO CÓDIGO TRIBUTÁRIO NACIONAL É COMPATÍVEL COM O DISPOSTO NO
ART. 9º, I, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

No entanto, posteriormente, vem a LEF (1980) – art. 29, § único = regra de preferência
entre os entes da federação.

Art. 29 - A cobrança judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública não é sujeita a concurso de credores
ou habilitação em falência, concordata, liquidação, inventário ou arrolamento
Parágrafo Único - O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas jurídicas de direito
público, na seguinte ordem:
I - União e suas autarquias;
II - Estados, Distrito Federal e Territórios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata;
III - Municípios e suas autarquias, conjuntamente e pro rata.

O inciso I inclui autarquias, o que não estava no CTN.

O STJ considerou legal essa ordem do 29, inclusive o inc I.

(Terminamos CTN. Próxima aula – impostos em espécie. )

Notícia STJ de 05/06/09


Incide ICMS sobre importação de equipamento destinado a compor ativo
Contribuinte do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é qualquer pessoa física ou
jurídica que, mesmo sem habitualidade, importe mercadorias do exterior, ainda que destinadas ao
consumo próprio ou ao ativo permanente do estabelecimento.
Aula 12
15/06/2009

TRIBUTOS EM ESPÉCIE
Impostos em espécie (veremos os principais impostos apenas)
Aula hoje: IPI e ICMS (princípio da não cumulatividade)
Ver roteiro do ICMS no material de apoio
Depois: ITR e IPTU
ISS.
Principais discussões sobre contribuições.

PRINCÍPIO DA NÃO CUMULATIVIDADE

(aplica-se ao IPI e ao ICMS)

Regras para se entender o princípio:

1ª – esse princípio aparece (geralmente) em impostos plurifásicos: impostos que


incidem em todas as etapas de circulação de mercadorias e produtos.

Industrial → atacadista → varejista → consumidor


Em todas essas etapas de circulação incide o ICMS. O princ da não cumulatividade
serve para minimizar o impacto dessa tributação sucessiva.

2ª – Há possibilidade de tomada/ escrituração de créditos e débitos desses impostos.


Há crédito toda vez que houver a entrada do bem na pessoa jurídica e débito toda vez
que houver a saída do bem da pessoa jurídica.

3ª – esses impostos serão calculados uma vez por mês e os débitos e créditos de ICMS
serão objeto de uma subtração, cujo resultado será o imposto devido.

A vende mercadoria para B, que vende para C, que vende para o consumidor final.
alíquota de ICMS 18%.
O imposto incide em todas essas operações.
- A vende para B. mercadoria saiu do estabelecimento de A, A tem um débito. E entrou
na de B que tem um crédito. Valor da operação 100,00/ ICMS= 18,00
- B vende para C, B terá um débito e C terá um crédito. Valor da operação 200,00
(preço cobrado por B pela mercadoria) /ICMS = 36,00
- C vende para o consumidor: C terá um débito. O consumidor não tem crédito. Valor
da operação: 300,00/ ICMS = 54,00

ICMS = débito – créditos

ICMS incidente na operação é repassado para o próximo da cadeia, ou seja, é embutido


no preço e quem compra a mercadoria paga também o ICMS.
Logo:
A cobra 118,00 de B e não 100,00
B cobra 236,00 de C
C Cobra 354,00 do consumidor

Para minimizar a incidência dos impostos nas várias etapas há o mecanismo de crédito e
débito. Crédito sempre que houver entrada e débito sempre que houver saída.

Débito será equivalente ao valor do ICMS devido na operação (atual)


Crédito será equivalente ao valor do ICMS repassado na operação anterior:
A, B e C têm um livro em que vão anotar todos os débitos e créditos do mês.
ICMS = d – c
Suponha que as empresas só tiveram essas operações no mês. Cálculo do ICMS:

A
D C
18 0
ICMS = 18 – 0 = 18

B
D C
36 18
ICMS = 36-18= 18

C
D C
54 36
ICMS = 54-36=18

Possibilidade de o imposto incidir apenas sobre o valor agregado.

Não cumulatividade no ICMS

É imposto estadual.
Art. 155, II CF.
Art. 155, § 2º, I – princípio da não cumulatividade

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 3, de 1993)
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no
exterior.
§ 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 3, de 1993)
I - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação relativa à circulação de
mercadorias ou prestação de serviços com o montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro
Estado ou pelo Distrito Federal;

Há 2 limitações ao princ da não cumulatividade previstas na CF (quanto ao ICMS).


Limitações ao crédito
1ª limitação:
A vende para B que vende para C.
- Operação entre A e B → isenta de ICMS
Na saída da mercadoria de A não há débito de ICMS. Na entrada da mercadoria em B
não há crédito de ICMS.

- Operação entre B e C → incidência de ICMS.


Na saída da mercadoria de B este tem um débito de ICMS, porém não teve o crédito da
operação anterior.

***CF: Nos casos de isenção ou não incidência, não haverá direito a crédito.
Art. 155, § 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 3, de 1993)
II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação:
a) não implicará crédito para compensação com o montante devido nas operações ou prestações
seguintes;

2ª limitação:
A vende para B que vende para C
- Operação entre A e B → incidência de ICMS.
Mercadoria sai de A, há débito. Entra em B, há crédito.
- Operação entre B e C → isenção.
Mercadoria sai de B, este não terá débito de ICMS.
***CF: O crédito de B deve ser anulado (pois B não vai compensar com débitos
futuros).
Art. 155, § 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 3, de 1993)
II - a isenção ou não-incidência, salvo determinação em contrário da legislação:
b) acarretará a anulação do crédito relativo às operações anteriores;

Exceção às 1ª limitações acima: operações de exportação


A vende para B e B exporta.
Na operação entre A e B há ICMS. A tem débito e B tem crédito.
Na operação de exportação → imunidade. B não terá débito. De acordo com a regra
da 2ª limitação, o crédito de B seria anulado. Porém a CF possibilita a manutenção do
crédito nas operações de exportação.
(objetivo de incentivo às exportações)
Art. 155, § 2.º O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte:
X - não incidirá:
a) sobre operações que destinem ao exterior produtos industrializados, excluídos os semi-elaborados
definidos em lei complementar;
a) sobre operações que destinem mercadorias para o exterior, nem sobre serviços prestados a
destinatários no exterior, assegurada a manutenção e o aproveitamento do montante do imposto
cobrado nas operações e prestações anteriores; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 42, de
19.12.2003)

Portanto, REGRA: Para que haja direito a crédito no ICMS deve haver o imposto
devido antes e depois (na operação anterior e na atual).
EXCEÇÃO constitucional: operações de exportação são imunes à incidência do ICMS
(a CF afasta a competência dos Estados para cobrarem ICMS na exportação). Mas,
apesar da não incidência do ICMS, há direito a crédito.
RESUMINDO: Não cumulatividade:
1) compensação entre créditos e débitos
Crédito na entrada = ICMS da operação anterior
Débito na saída = ICMS da operação atual

2) direito a crédito depende da incidência do ICMS em ambas as operações: antes e


depois (A → B → C: para que B tenha crédito é preciso que haja ICMS nas 2
operações)

3) exceção constitucional: operações de exportação.


Há imunidade e manutenção do crédito.

Não cumulatividade no IPI


IPI – competência da União
É não cumulativo (153, §3º, II)

CF, Art. 153, § 3º - O imposto previsto no inciso IV:


II - será não-cumulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado
nas anteriores;

CF: faz referência a compensação entre créditos e débitos no 153, §3º, II


Mesma sistemática do ICMS: há crédito na entrada e débito na saída.
Porém, quanto ao IPI, a CF não estabelece as limitações ao princípio da não
cumulatividade que existem para o ICMS. Essa situação gerou discussões:

1) Direito a crédito nas operações anteriores sem IPI


Empresa A vende para B (que vende para C)
Entre A e B → não incidência de IPI, logo A não terá débito.
Entre B e C → incidência
Obs. No ICMS a CF estabelece que o direito a crédito depende da incidência do
imposto em ambas as operações: antes e depois. No IPI a CF silencia quanto a esta
exigência. Assim:
B alega que tem direito a crédito mesmo não havendo IPI na operação anterior, pois não
há limitações constitucionais ao princ da não cumulatividade.

1997: STF – Pleno: existe direito a crédito. Para o IPI não há limitações constitucionais
como ocorre no ICMS.

2002: STF – pleno: há direito a crédito, pois não há limitações constitucionais como no
ICMS.
Os contribuintes começam a escriturar os créditos.

2005 – reabertura da discussão (Ministro Ilmar Galvão nunca concordou com essa tese e
houve mudança na composição do STF e esse ministro levou a questão novamente ao
plenário. É muito $ para a FP perder).

*** 2007 – nova decisão do pleno do STF: NÃO há direito a crédito.


Essa decisão representou prejuízo grande aos contribuintes, que então pediram a
modulação de efeitos da decisão para que ocorram somente nos casos futuros. STF
entendeu que não seria o caso de modulação de efeitos nessa decisão porque não se
trata da declaração de inconstitucionalidade de um dispositivo, mas sim de uma
redefinição do conteúdo do princ da não cumulatividade (nenhum dispositivo foi
declarado inconstitucional). Logo, a decisão se aplica sim para o passado. Não houve
modulação de efeitos.
“Não houve virada jurisprudencial mas sim reversão de precedente” (não se sabe o que
isso quer dizer).
Os créditos que foram apropriados pelos contribuintes tornaram-se créditos indevidos
com a decisão de 2007.
RE 353.657.
Notícia de 25/06/07 – sobre ausência de modulação dos efeitos. (ver no material de
apoio).

O entendimento acima gerou outro questionamento: em 2006 (antes do atual


entendimento do STF portanto) o contribuinte X tem seu direito a crédito reconhecido
judicialmente. Decisão transita em julgado para o contribuinte X.
Em 2007 STF diz que não há direito a crédito.
A U poderá ajuizar ação rescisória para afastar essa decisão de 2006 com trânsito em
julgado?
Repercussão geral reconhecida pelo STF em março 2009, mas ainda não foi julgada a
tese. RE 590.809 (ACOMPANHAR).

2) Direito à manutenção do crédito nas operações posteriores sem IPI


A vende para B que vende para C.
Entre A e B → incidência de IPI
Entre B e C → isenção. Não há débito. Contribuintes alegaram que não deveria haver
anulação do crédito de C, pois não há a mesma limitação constitucional do ICMS.

CF/88 – NÃO há limitações constitucionais à não cumulatividade

1999 – lei 9779/99, art. 11: reconhece o direito a crédito de B.

Contribuintes questionaram os efeitos dessa lei:


- Essa lei introduz o direito a crédito (só a partir dela existe o direito a crédito)
Ou
- essa lei somente reitera e explicita o texto constitucional, ou seja, antes da lei já existia
o direito a crédito (implícito na CF)

06/05/2009: STF: a lei introduz o direito a crédito. Antes dela não havia essa
possibilidade. O simples texto constitucional não contempla o direito a crédito.
Ver notícia do material de apoio.
RE 460.785, 562.980...

Para o IPI vale a mesma regra que para o ICMS nesse caso em decorrência da
jurisprudência.

Em resumo: IPI – NÃO cumulatividade


1) compensação entre créditos e débitos. Não há limitações constitucionais expressas
(art. 153, §3º, II).
2) construção desses limites pelo STF:
a) não há crédito quando a operação anterior não sofrer a incidência do IPI.
b) somente haverá a manutenção do crédito da operação anterior nos casos de
operação posterior sem IPI se houver previsão legal.

(terminamos a não cumulatividade do IPI e do ICMS)

PARTICULARIDADES DO ICMS

1. ICMS incidente na importação


***(Tema que sofreu alterações com recente EC)
Considerar o FG: operação de circulação de mercadorias

Operação = negócio jurídico. ICMS só incide se houver neg jurídico. (Furto de uma
mercadoria não gera ICMS. Depósito da empresa foi inundado e as mercadorias saíram
do estabelecimento – não incide ICMS).

Circulação = (negocio jurídico tem por objetivo a) transferência de propriedade, ou


seja, a circulação jurídica do bem.

Mercadoria = bem móvel destinado ao comércio de forma habitual e com intuito de


lucro. Ex. escritório de advocacia (prestador de serviço) pretende renovar seus
computadores e vende os velhos para os advogados do escritório. Não há mercadoria,
pois não é negocio do escritório vender mercadorias. Escritório vende por um preço
bem menor do que o de mercado. Logo não incide ICMS.

*** se não houver um dos 3 elementos não há incidência de ICMS.

CF estabelece a possibilidade de o ICMS incidir na importação, ou seja, ICMS incidir


nas hipóteses em que o FG possível (operação de circulação de mercadorias) tenha
início no exterior e chegue ao Brasil.

ICMS importação: só pode incidir se o objeto da operação for a transferência de


mercadoria – art. 155, II.

Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre:
II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte
interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no
exterior;

Discussões surgiram:
1) há incidência do ICMS importação no caso de importação realizada por pessoas
físicas?

2) há incidência do ICMS na importação feita por pessoa jurídica não contribuinte do


ICMS?

ICMS incide sobre operações de circulação de mercadorias (Mercadoria = bem móvel


destinado ao comércio de forma habitual com intuito de lucro).
Pf e pj não contribuinte do ICMS importam bem para usar e não destinar ao comércio.
Não há mercadoria.
STF: manifesta-se favoravelmente aos contribuintes – súmula 660

STF, Súmula 660, NÃO INCIDE ICMS NA IMPORTAÇÃO DE BENS POR PESSOA FÍSICA OU
JURÍDICA QUE NÃO SEJA CONTRIBUINTE DO IMPOSTO.

EC 33/2001 – alarga a base da incidência do ICMS importação. (FP consegue alterar a


CF)

Notícias STF
Segunda-feira, 22 de Junho de 2009
Tributário - repercussão geral reconhecida pelo STF
Três REs sobre questões tributárias tiveram a repercussão geral reconhecida. O primeiro, RE 594996,
trata da incidência de ICMS na importação de equipamento médico por sociedade civil não-
contribuinte do imposto, após a Emenda Constitucional 33/2001, que alterou a forma de tributação. A
relevância do tema foi reconhecida em votação unânime.

Art. 155, § 2º, IX - incidirá também:


a) sobre a entrada de mercadoria importada do exterior, ainda quando se tratar de bem destinado a
consumo ou ativo fixo do estabelecimento, assim como sobre serviço prestado no exterior, cabendo o
imposto ao Estado onde estiver situado o estabelecimento destinatário da mercadoria ou do serviço;
a) sobre a entrada de bem ou mercadoria importados do exterior por pessoa física ou jurídica, ainda
que não seja contribuinte habitual do imposto, qualquer que seja a sua finalidade, assim como sobre o
serviço prestado no exterior, cabendo o imposto ao Estado onde estiver situado o domicílio ou o
estabelecimento do destinatário da mercadoria, bem ou serviço;(Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 33, de 2001)

Essa EC pretende desvincular o ICMS importação do art. 155, II (estabelecer imposto


independente do fg mínimo do 155, II). Novas discussões na jurisp:

CF/88 Art. 155, §2º, IX, “a” tem vínculo com o art. 155, II

STF – confirma o vínculo

EC 33/01 – Disciplina o ICMS importação criando um novo imposto diferente e


independente do art. 155, II, CF.

1ª Discussão relevante hoje: incide ICMS nas operações de leasing (arrendamento


mercantil) internacional (tem início no exterior)?
(para decidir essa questão, o STF: tem que se manifestar sobre a constitucionalidade da
EC 33).

Motivos da dúvida:
1. na operação de leasing não há transferência de propriedade (durante o contrato. Pode
haver no final sobre valor menor). (não há portt, circulação) Não há FG do ICMS.
Art. 3º, VIII da LC 87/96 (normas gerais do ICMS): estabelece a isenção do ICMS na
operação de leasing: reitera a não incidência.

Art. 3º O imposto não incide sobre:


VIII – operações de arrendamento mercantil, não compreendida a venda do bem
arrendado ao arrendatário;
2. advento da EC 33/2001: se há importação, não importa a finalidade, o resultado é a
incidência do ICMS. Assim, a não incidência somente vale para os casos de leasing que
sejam realizados no Brasil?

STF já se manifestou sobre o tema em 2 ocasiões:

1ª) Pleno do STF – RE 203.075: STF reconheceu a possibilidade de incidência do


ICMS em uma operação de leasing internacional que resultaria em transferência da
propriedade.

2ª) Turmas do STF - Agr regimetal no RE 460.814. (meio de 2008). Relator: Eros Grau
NÃO incide ICMS em operação de leasing internacional, mesmo com o advento da EC
33. Não há FG do ICMS nas operações de arrendamento mercantil, sejam internas ou
internacionais.
A EC não cria ICMS. Este está vinculado ao art. 155, II.
STF, portanto, limita a EC 33/2001 ao conteúdo do art. 150, II.
Item 15 da decisão: não se aplica o precedente do pleno em que a transferência de
propriedade é necessária.

As 2 decisões são complementares:


No primeiro caso, não havia opção de compra no futuro. A compra é obrigatória. O STF
descaracterizou a operação como leasing. A mercadoria será necessariamente
incorporada ao ativo do contribuinte. Há transferência da propriedade, logo incide
ICMS.
No segundo caso (e em outras decisões subseqüentes) há verdadeiramente um contrato
de leasing, não há a transferência da propriedade, logo, não incide o ICMS.

Esse caso do leasing repercutiu no STJ que hoje está aplicando os precedentes acima do

STJ e STF: arredamento mercantil: se há transferência da propriedade, incide ICMS e se


não há, não incide ICMS.

2. ICMS - Comunicação
FG – prestação do serviço de comunicações.
Para que haja comunicação é preciso haver emissor e receptor de uma mensagem:
A→B
A é emissor
B é receptor.
A comunicação requer a possibilidade de B devolver uma outra mensagem a A (B ser
emissor e A ser receptor).
Logo, para haver comunicação é preciso essa via de mão dupla. É preciso um código
comum (para que A e B se entendam).
O simples fato de A e B trocarem mensagens não gera incidência de ICMS. o ICMS
incide sobre a prestação de um serviço de comunicação. É preciso que haja entre A e B
um terceiro que viabiliza essa troca. A e B se comunicam através do terceiro.
O terceiro torna possível a comunicação. Se não há o terceiro, não há serviço de
comunicação, não há incidência do ICMS. ex de terceiro: prestadora do serviço de
telefonia.

1) serviço de comunicação prestado


* terceiro que viabilize a comunicação

2) pressuposto do serviço → comunicação (*troca de mensagens)

Com essa tese questiona-se a possibilidade de cobrança do ICMS em virtude da


divulgação de mensagens em painéis eletrônicos.

2.1. ICMS comunicação e provedores de Internet (Incidência do ICMS na prestação


de serviços de provedor de acesso a internet).

Usuário pode acessar a internet por meio de um provedor. Ex. UOL.


UOL tem acesso direito à internet? NÃO. o UOL precisa de uma empresa cujo objeto
social seja realizar a comunicação, a qual tem acesso à Internet. Ex. Telefônica. UOL
repassa esse acesso ao usuário.
Provedor de acesso por si só NÃO dá acesso à Internet. Precisa haver empresa de
telecomunicações para viabilizar a comunicação. O provedor de acesso é descartável.
Logo, entre o usuário e o provedor NÃO há prestação de serviço de comunicação (para
este o terceiro tem que ser essencial para a realização da comunicação). Não há que se
falar em incidência do ICMS entre o usuário e o provedor de acesso. Este último presta
SVA (serviço de valor adicionado), o qual melhora a qualidade da comunicação, traz
conteúdos,...

Se o usuário se utiliza de um provedor, o serviço de comunicação está entre o provedor


e a empresa de telecomunicações.

STJ, Súmula 334. O ICMS não incide no serviço dos provedores de acesso à
Internet.

O ISS pode incidir se houver previsão na lista do ISS. Se não estiver na lista do ISS não
incide nada.

Embargos de divergência no Resp 456.650. ementa.

(perguntar sobre ICMS na TV por assinatura)

2.2. Pagamento de habilitação para o acesso a TV a cabo

2.3. Pagamento pela habilitação de telefone celular ou fixo.

STJ: Nesses 2 casos há atos preparatórios à comunicação, seja no caso da habilitação da


TV a cabo ou no caso da habilitação de telefone. NÃO incide ICMS.
Ainda não há súmula sobre TV a cabo (Resp 710.774). Há sobre a telefonia.

STJ, súmula 350. O ICMS não incide sobre o serviço de habilitação de telefone
celular.

Ver detalhes maiores sobre todas as questões importantes do ICMS no material de


apoio.

STJ - 23/06/2009 - 09h13


DECISÃO
Ligação telefônica internacional gera ICMS
A Segunda Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) não atendeu ao recurso de uma operadora de
telefonia móvel e manteve a decisão de segunda instância que concluiu que o uso da estrutura material
da concessionária do serviço de telecomunicação disponível a terceiro como atividade negocial para
realizar a ligação telefônica caracteriza o fato gerador de imposto sobre circulação de mercadorias
e prestação de serviços (ICMS).

A empresa recorreu ao STJ após a decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) que entendeu
que, no serviço de telecomunicações internacional, quando a chamada origina-se no Brasil, usa-se a
estrutura material da Empresa Brasileira de Telecomunicações (Embratel) e também da concessionária
local. Para o TJ, a ligação telefônica internacional necessariamente se inicia com o uso da estrutura
material da concessionária local eleita pelo usuário para a consecução do seu objetivo.

O Tribunal de origem ressaltou, ainda, que, como o ordenamento positivo atribui responsabilidade de
recolher o tributo à concessionária que apresenta a fatura ao usuário dos serviços, a concessionária local
qualifica-se como sujeito passivo dessa obrigação tributária.

Em sua defesa, a empresa de telefonia móvel argumentou que o tribunal de origem não teria se
pronunciado sobre a aplicação da isenção prevista na Lei Complementar 87/96, nem sobre a não
incidência do ICMS nas ligações telefônicas internacionais em razão do princípio da territorialidade.
Alegou também que ela não tem autorização para prestar serviço de telecomunicação internacional, não
podendo ser tratada como contribuinte de ICMS incidente sobre ligações internacionais, situação em que
na verdade se encontra a Embratel.

Ao analisar o caso, a relatora, ministra Eliana Calmon, destacou que a empresa não atacou todos os
fundamentos do acórdão recorrido, deixando sem impugnação razões suficientes para sustentar, por si
sós, o julgamento feito pelo Tribunal de origem.

Aula 13
24/06/2009
IPTU e ITR

ITR é imposto de competência da U.


Art. 153, VII.

IPTU – imposto de competência dos M


Art. 156 CF.

Ambos incidem sobre a propriedade territorial.


O que diferencia os 2 imposto é o aspecto espacial. (a conduta do contribuinte é a
mesma: ser proprietário).
IPTU – propriedade territorial urbana
ITR – propriedade territorial rural

São impostos REAIS. Incidem sobre a propriedade, que é um direito real.

Zona urbana: definida no CTN, art. 32, §§1º e 2º. É uma definição positiva
Zona rural: definida por exclusão: o que não for zona urbana será considerado zona
rural. Definição negativa.
Ao definir zona urbana o CTN estabelece as características (requisitos) gerais que
uma área deve ter para ser considerada zona urbana. CTN estabelece as normas gerais
de D. Tributário.
A lei municipal é que vai estabelecer os contornos da zona urbana a partir dos critérios
gerais fixados no CTN. É a lei de zoneamento.

CTN, Art. 32, § 1º Para os efeitos deste imposto, entende-se como zona urbana a definida em lei
municipal; observado o requisito mínimo da existência de melhoramentos indicados em pelo menos 2
(dois) dos incisos seguintes, construídos ou mantidos pelo Poder Público:
I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais;
II - abastecimento de água;
III - sistema de esgotos sanitários;
IV - rede de iluminação pública, com ou sem posteamento para distribuição domiciliar;
V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de 3 (três) quilômetros do imóvel
considerado.

Observados os requisitos do art. 32, §1º do ctn, trata-se de zona urbana. Todo o restante
da área do município será zona rural.

CTN, Art. 32, § 2º A lei municipal pode considerar urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão
urbana, constantes de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes, destinados à habitação, à
indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nos termos do parágrafo
anterior.

Pode haver área localizada fora da zona urbana que pode ser considerada região
urbanizável. Deve ser uma região loteada. Esse loteamento é destinado à habitação, à
indústria ou ao comércio.

Imóvel localizado na zona urbana – incide IPTU


Imóvel localizado na zona rural – incide ITR.

O critério para se colocar o IPTU nas zonas urbanas ou urbanizáveis é o critério da


localização. A partir da localização do imóvel define-se qual o imposto pode ser
cobrado. Pode acontecer de eu ter um imóvel na zona urbana, mas que possui
destinação rural. Ex. o proprietário planta agrião para vender na feira no referido
imóvel.

Incide IPTU ou ITR? Vale o critério da localização (topográfico) ou o da destinação?


STJ entende que o critério adequado não é a localização. Mas sim a destinação que o
imóvel adquire. Se o imóvel tem destinação rural, mesmo estando na zona urbana será
tributado pelo ITR.
Fundamento dessa decisão do STJ: ctn publicado em 66, estabelecendo como critério a
localização tal qual disposto no art. 32, §§1º e 2º. No entanto, antes mesmo de o CTN
entrar em vigor (já tinha apenas sido publicado), este critério foi alterado em 66 pelo
DL 57, cujo art. 15 estabelece como critério a destinação do imóvel. Esse dispositivo foi
recepcionado pela CF 88, tal qual o CTN, como normas gerais de Direito Tributário. O
ctn já estava alterado quando a CF/88 entrou em vigor. STF reconhece a validade desse
DL. Sendo assim, não faz sentido dizer que o critério da destinação ainda prevalece.
Portanto, se há um imóvel na zona urbana, mas ele tem destinação rural, será tributado
pelo ITR. A jurisp do STJ é pacífica nesse sentido.
Set/2008 – Resp 1027775. item 2.
STJ não resolve a questão, pois envolve questão fática, mas afirma expressamente o
entendimento acima.
Resp 492.869. itens 1, 2. 2005

Em função dessa discussão na jurisp, pode haver situações de bitributação, a qual se


caracteriza pelo fato de 2 entes distintos de direito p´´ublico exigirem 2 impostos
distintos sobre o mesmo fato gerador (U exige ITR e M exige IPTU sobre o fato gerador
propriedade).
A saída pode ser ação de consignação em pagamento – art. 164, III, CTN.

Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo,
nos casos:
III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um
mesmo fato gerador.

IPTU e ITR não são idênticos. Aplica-se o 164,III? Literalmente não, pois não são
idênticos, no entanto, a doutrina e jurisprudência aceitam a consignação em hipótese de
bitributação lato sensu.

O caso típico do 164, III é a cobrança de ISS por 2 municípios.

Outra saída possível seria impetrar MS no caso do tributo que o contribuinte entende
indevido.

Progressividade de alíquotas do ITR e do IPTU

Nos termos da CF os 2 impostos são progressivos, possuem alíquotas que se alteram em


função de determinado fato.
Nos 2 impostos temos o que a doutrina chama de progressividade extrafiscal.

Progressividade extrafiscal ou extrafiscalidade: aumento ou redução de alíquotas (se


for redução, o termo mais adequado seria regressividade e não progressividade), cujo
objetivo não é aumentar a arrecadação, ou seja, não é um objetivo fiscal. O objetivo é a
realização de algum princípio constitucional ou de alguma conduta do sujeito passivo
(ex. IPI – reduzido para carros. Vendas dos carros aumentaram muito. Essa alteração
teve por objetivo fazer com que os contrib comprassem carros e não aumentar a
arrecadação).
No caso do IPTU e do ITR, a extrafiscalidade tem por objetivo realizar um princípio
constitucional, qual seja, a garantia da função social da propriedade urbana e rural.

Progressividade extrafiscal
ITR IPTU
Art. 153, §4º, I, CF Art. 182, §4º, II, CF
Alíquotas fixadas de forma a desestimular FG do IPTU – aspecto temporal: 1º/01 de
a manutenção de propriedades cada ano. Fg em 1º/01/05 – alíq 1%.
improdutivas: quanto maior a Durante parte do ano de 2005, o imóvel é
produtividade, menor será a alíquota subutilizado. Diante disso, a prefeitura
(relação entre produtividade e área do notifica o SP para que de ao imóvel
imóvel). aproveitamento mais adequado. Se o SP
Regressividade de alíquotas (o ITR tem nada faz, conseqüência: em 1º/01/06 a alíq
alíq regressivas). aumenta para 1,5%. Mesmo assim,
Objetivo: evitar latifúndios improdutivos. permanece a subutilizaçao. Em 2007 –
aliq de 2%, em 2008 – 2,5%. Ou seja, de
forma progressiva durante todo o tempo
de subutilização do imóvel. Pressupõe a
subutilização do imóvel e a ciência do SP
quanto à subutilização.

CF, Art. 153, § 4º O imposto previsto no inciso VI do caput:(Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 42, de 19.12.2003)
I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção de propriedades
improdutivas; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) [imposto com progressividade
extrafiscal. Serve para desestimular o ausentismo (manutenção da propriedade rural improdutiva)]

CF, Art. 182, § 4º - É facultado ao Poder Público municipal, mediante lei específica para área incluída
no plano diretor, exigir, nos termos da lei federal [estatuto da cidade – lei 10.257/01], do proprietário
do solo urbano não edificado, subutilizado ou não utilizado, que promova seu adequado aproveitamento,
sob pena, sucessivamente, de:
I - parcelamento ou edificação compulsórios;
II - imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana progressivo no tempo;
III - desapropriação com pagamento mediante títulos da dívida pública de emissão previamente
aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e
sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

A doutrina entende que a necessidade de notificação está no verbo “exigir”. O SP


precisa saber que de acordo com os critérios da prefeitura seu imóvel é subutilizado.
A progressividade do IPTU era apenas extrafiscal até 2000.

A EC 29/2000 alterou a CF estabelecendo também hipótese de progressividade fiscal


para o IPTU. Foi mantida a progressividade extrafiscal.
Objetivo: aumentar a arrecadação por meio de uma tributação do IPTU que realize a
capacidade contributiva.
Assim, a justificativa para essa EC é a realização do principio da capacidade
contributiva.
Ec 29 – as alíq do IPTU poderão ser progressivas em razão do valor do imóvel, da
localização e uso do imóvel.
Quanto mais alto o valor do imóvel, maior será a alíq.
Imóvel bem localizado – maior alíq do IPTU
Imóvel com uso industrial tem maior alíq do que o de uso comercial, que tem alíq maior
que o de uso residencial.

CF, Art. 156, § 1º Sem prejuízo da progressividade no tempo a que se refere o art. 182, § 4º, inciso II, o
imposto previsto no inciso I poderá:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
I - ser progressivo em razão do valor do imóvel; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
II - ter alíquotas diferentes de acordo com a localização e o uso do imóvel.(Incluído pela Emenda
Constitucional nº 29, de 2000) [o IPTU progressivo, após a EC 29, ganhou uma progressividade fiscal,
que hoje coexiste com a anterior progressividade extrafiscal – função social da propriedade.]

Problemas jurídicos que surgiram com essa progressividade:

1º) constitucionalidade da EC 29/2000 (ainda está pendente no STF)


Argumento: a progressividade fiscal do IPTU ofende a capacidade contributiva,
ofendendo também a isonomia.

2º) apesar de a EC 29 só ter vindo em 2000, antes de 2000, vários munic. Já cobravam
IPTU progressivo em razão do uso, localização e valor do imóvel. Com a ec 29/00 veio
a questão: a EC 29/00 é a possibilitadora da progressividade? E somente a partir dela a
progressividade seria possível? Em caso positivo, as leis municipais anteriores à EC,
seriam inconstitucionais.
Se a EC não cria a progressividade, só explicita no texto constitucional algo que já
existia.

Resp ao segundo problema: STF: a EC 29/2000 cria a possibilidade de progressividade


do IPTU em função do valor, uso e localização do imóvel. Daí a súmula:

STF, Súmula 668: É INCONSTITUCIONAL A LEI MUNICIPAL QUE TENHA ESTABELECIDO, ANTES DA
EMENDA CONSTITUCIONAL 29/2000, ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS PARA O IPTU, SALVO SE DESTINADA A
ASSEGURAR O CUMPRIMENTO DA FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE URBANA.

Quanto à constitucionalidade da EC 29, o STF ainda não decidiu. Os argumentos


suscitados na alegação de inconstitucionalidade são:

Inconstitucionalidade Constitucionalidade
A EC ofende o princípio da capacidade
contributiva.

Argumentos quanto à inconstitucionalidade:


A EC ofende o princípio da capacidade contributiva.
Princ da capacidade contributiva: art. 145, §1º: sempre que possível os impostos serão
pessoais e graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte.

CF, Art. 145, § 1º - Sempre que possível [e não “sempre”], os impostos [e não tributos. Mas o STF tem
estendido a outras espécies tributárias] terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade
econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir
efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o
patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. [PRINCÍPIO DA CAPACIDADE
CONTRIBUTIVA]

Quem tem imóvel caro, manifesta mais riqueza, logo pode pagar mais IPTU.

O princ da capacidade contributiva não combina com os impostos reais, porque tais
impostos tem como critério algo externo ao contribuinte – imóvel, propriedade (e não
uma característica pessoal do SP. Ex. IR – leva em conta a renda que o sujeito consegue
augerir com seu trabalho).
Se considerar o bem isoladamente , pode serr pequeno e mal localizado, será isento de
IPTU. Individualmente não significa nada do ponto de vista da manifestação de riqueza.
Mas no conjunto, se forem muitos apartamentos, o proprietário tem grande capacidade
contributiva. Logo essa progressividade ofende a capacidade contributiva.
Problema: considerar o imóvel isoladamente considerado e auferir as características
pessoais do contribuinte.
Argumentos quanto à constitucionalidade:
A progressividade realiza o princípio da capacidade contributiva, pois realiza tributação
mais justa.
“o princípio da capacidade contributiva representa o fundamento geral para a
progressividade de todos os impostos.”
O princ da capacidade contributiva seria o fundamento de validade de todas as leis que
estabelecem progressividade de impostos, independentemente de uma previsão
específica.
A tendência é o STF dizer que a EC apenas explicita algo que já estava na CF e a EC 29
é sim válida.
RE 423.768. ACOMPANHAR. Informativo 433 STF.
Posição do Min. Marco Aurélio: a ec só aclarou o que estava no 145, §1º. Princ. geral
para a progressividade de todos os impostos.
Tal raciocínio está sendo aplicado à progressividade do ITCMD.

Em resumo:
STF → tendência de considerar que a progressividade fiscal de alíquotas está implícita
no texto constitucional – art. 145, §1º
Leis municipais anteriores à EC 29/2000, pela súmula 668, são inconstitucionais.
Com esse novo entendimento do STF, as leis municipais anteriores à EC não é
inconstitucional. Tinha como fundamento o que estava implícito no art. 145, §1º.
Março 2009 a questão teve a repercussão geral reconhecida. STF terá que ratificar ou
não a súmula 668.
(notícia STF de 12março2009 – VER NO MATERIAL DE APOIO).

ITBI e ITCMD
Elementos ITCMD ITBI
Previsão Art. 155, I e § 1º Art. 156, II, §2º
constitucional
Fatos Transmissão Transmissão
geradores → de quaisquer bens ou direitos → de um bem imóvel ou de um
direito (a e b) relacionado a este
→ 2 motivos para a transmissão: bem imóvel
- causa mortis → transmissão onerosa por ato
- doação intervivos
a) Direitos reais
b) Cessão de direito à aquisição do
imóvel.
Obs. Em caso de transmissão de
direito real de garantia, não incide
ITBI – imunidade.
Competência → bem imóvel: Estado de Município de localização do bem.
a exigência localização do bem
→ bem móvel: Estado em que se
processar o inventário ou
arrolamento ou o Estado de
domicílio do doador.
Base de Valor venal do bem Valor venal do bem
cálculo

Ambos são impostos reais, pois incidem sobre a transmissão de propriedade.


Sendo reais, temos a questão da progressividade da alíquota, que segundo parte da
doutrina, não é compatível com impostos reais.

Progressividade
1. são impostos reias
2. não há autorização constitucional específica (para a progressividade)
CLS.: ITBI e ITCMD NÃO podem ser progressivos.

STF já se manifestou sobre a progressividade do ITBI: O imposto não pode ser


progressivo.
Súmula 656 É INCONSTITUCIONAL A LEI QUE ESTABELECE ALÍQUOTAS PROGRESSIVAS PARA O
IMPOSTO DE TRANSMISSÃO "INTER VIVOS" DE BENS IMÓVEIS - ITBI COM BASE NO VALOR VENAL DO
IMÓVEL.

Esta súmula estava sendo também aplicada ao ITCMD.

***Mas a discussão foi aberta no STF e está pendente: RE 562.045. ACOMPANHAR.


VER NOTÍCIA: 17/09/2008 – min. Carlos Ayres Brito pediu vistas do processo. 4
ministros haviam admitido a progressividade. 1 apresentou voto pelo não provimento.
A admissão da progressividade seria uma mudança radical no posicionamento do STF.
A tendência é que o STF reconheça a possibilidade de progressividade. Terá que
reavaliar a súmula 668.
(TEMA MUITO IMPORTANTE PARA CONCURSOS ESTADUAIS)
Súmulas 658 e 668 STF.

ISS
Aspectos constitucionais

Previsão: art. 156, III, CF

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:


III - vendas a varejo de combustíveis líquidos e gasosos, exceto óleo diesel;
III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 1993)

Fato gerador
Prestação de serviços de qualquer natureza
No entanto, a incidência do ISS está condicionada a 2 questões:
1) ISS não pode incidir sobre serviços tributados pelo ICMS – art. 155, II (serviços de
transporte interestadual, intermunicipal e serviços de comunicação).

2) serviços devem estar definidos em lei complementar, a qual será nacional (e NÃO
municipal) que estabelecerá a lista de serviços e, portanto, quais são os serviços
passíveis de tributação. A partir dessa lista, é que teremos a lei municipal que cria o ISS.
LC 116/2003.
Antes dela o ISS era disciplinado por um Decreto lei – DL 406/68. e lc 56/87

Natureza da lista de serviços


É taxativa ou exemplificativa? (estabelece sugestão ou limitação no exercício da
competência tributária dos municípios?)
STF: A lista a que se refere a CF/88 é TAXATIVA. Se o serviço não estiver na lista não
pode ser tributado pelos municípios. RE 361.829, item 1.

***Ex. dessa taxatividade: tributação dos provedores de acesso à internet.


Serviço de provedores não seriam tributados pelo ICMS – STJ, pois não se trata de
serviço de comunicação. Prestam serviço de valor agregado (SVA).
Poderia incidir ISS sobre essa atividade, pois o serviço não é tributado pelo ICMS.
Porém deveria também o serviço estar na lista de serviços da LC 116/03. o que não
ocorre. O item mais próximo seria “item 1. serviços de informática”). Assim, STJ, em
decisões de setembro/08 decidiu que não incide ISS sobre os serviços dos provedores de
internet.

EC 37/2002
Alterou o §3º do art. 156.

Art. 156, § 3º Em relação ao imposto previsto no inciso III do caput deste artigo, cabe à lei
complementar:(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
I - fixar as suas alíquotas máximas e mínimas; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 37, de
2002)
II - excluir da sua incidência exportações de serviços para o exterior. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 3, de 1993)
III - regular a forma e as condições como isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e
revogados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 37, de 2002)

A LC diz também as alíquotas máximas e mínimas do ISS. Trata-se de medida para


evitar a guerra fiscal entre os municípios.
Antes dessa EC, municípios perto de grandes cidades estabeleciam alíq muito baixa de
ISS para atraírem as empresas do município grande.

A EC 37 introduz o art. 38 ao ADCT.


Art. 88. Enquanto lei complementar não disciplinar o disposto nos incisos I e III do § 3º do art. 156 da
Constituição Federal, o imposto a que se refere o inciso III do caput do mesmo artigo: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 37, de 2002)
I - terá alíquota mínima de dois por cento, exceto para os serviços a que se referem os itens 32, 33 e 34
da Lista de Serviços anexa ao Decreto-Lei nº 406, de 31 de dezembro de 1968; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 37, de 2002)
II - não será objeto de concessão de isenções, incentivos e benefícios fiscais, que resulte, direta ou
indiretamente, na redução da alíquota mínima estabelecida no inciso I. (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 37, de 2002)

Alíquotas máximas estão fixadas na LC 116/03 – art. 8º, II


Alíquota máxima de 5%.

LC, 116/03, Art. 8º As alíquotas máximas do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza são as
seguintes:
I – VETADO;
II – demais serviços, cinco por cento.

Alíquota mínima: 2%
Alíquota máxima: 5%

Aspectos infraconstitucionais

Competência para a exigência do ISS


(aspecto espacial do ISS)

Ex. prestador de serviço localizado em Ribeirão Preto. Este prestador presta serviço no
local onde está o tomador de serviço – Barretos.
O ISS é devido pela prestação de serviços e é devido pelo prestador.
Prestação do serviço realizada em município diverso do município do estabelecimento
do prestador. Qual será o munic competente para exigir o imposto?

REGRA – Art. 3º LC 116/03


ISS é devido no local do estabelecimento prestador.
(já havia essa regra – art. 12 do DL 406/68)

Não obstante essa seja a regra, o STJ NÃO concorda:

STJ: ISS é devido no local da efetiva prestação do serviço.

É jurisprudência consolidada do STJ – Ex. RMS 17156


É ex. típico da ação de consignação em pgto: 2 tributos idênticos, exigidos por 2 entes
públicos distintos. (art. 164, III, CTN)

Incidência do ISS nos contratos de leasing (arrendamento mercantil)


Já falamos do assunto na aula passada – ICMS Importação.
Contrato de leasing no D. tributário, encontra, portanto, 2 discussões:

1. Incidência de ICMS nos contrato de leasing for internacional:


Orientação do STF: Não há incidência de ICMS nos casos em que não há opção de
compra necessária, ou seja, não há transferência da propriedade do bem.

2. Incidência de ISS nos contratos de arrendamento mercantil


DL 406/68 – estabelecia a lista de serviços do ISS. Item 79: incide ISS na locação de
bens móveis inclusive arrendamento mercantil. (O item 79 colocava no gênero locação
de bens móveis, a espécie arrendamento mercantil)
O item 79 foi questionado no STF: Locação de bens não é serviço. Prestação de serviço
implica em obrigação de fazer. Na locação há obrigação de dar. Logo o item 79 seria
inconstitucional.
STF aceitou essa tese, declarando a inconstitucionalidade do item 79. RE 116.121 –
Ocorreu em 2001.

LC 116/03 – item 3.01 – locação de bens móveis e item 15.09: arrendamento mercantil.
O item 3.01 foi vetado, mas o 15.09 não.

15.09 – Arrendamento mercantil (leasing) de quaisquer bens, inclusive cessão de direitos e obrigações,
substituição de garantia, alteração, cancelamento e registro de contrato, e demais serviços relacionados
ao arrendamento mercantil (leasing).

O arrendamento mercantil foi desmembrado da locação de bens móveis.

Contribuintes alegaram que não deveria incide ISS nos contratos de arrendamento
mercantil, pois são contratos complexos que implicam a existência da locação de um
bem e, portanto, equivaleria incidir ISS sobre a locação de bens (arrendamento
mercantil não é integralmente serviço. Tem elementos que não são serviços).

STJ, Súmula 138. O ISS incide na operação de arrendamento mercantil de coisas


móveis.

Contribuinte começa a discutir o conceito de serviços, o que é matéria constitucional.


***O tema foi para o STF e teve sua repercussão geral reconhecida em Nov/2008 - RE
592.905

Fundamento da tese – art. 110 CTN – Legislador tributário deve observar os conceitos
de direito privado estabelecidos no CC.

Tributação dos profissionais que prestam serviços de caráter pessoal


(Advogado, médico, psicólogo, etc.)

Em geral, a base de cálculo do ISS é o valor do serviço.


Se advogado presta um serviço sobre o qual incide ISS, o ISS incide sobre a
remuneração dele. Assim, em relação a esses profissionais, a incidência do ISS pode
equivaler à tributação do rendimento do próprio profissional e uma invasão de
competência da União, que é competente para tributar rendimento (imposto de renda).

O DL 406/68, para evitar essa invasão, no art. 9º, §§ 1º e 3º, estabeleceu regime
especial: o ISS para as atividades desses profissionais será fixo. Terá base de calculo
estimada sobre a qual seria aplicada alíquota.
Ex. adv deveriam pagar R$ 120,00 de ISS por ano (é muito pouco considerando o que
advogado ganha)
LC 116/03 nada estabelece sobre esse regime especial. Estabelece que a bc é a prestação
de serviço e só.
Esta LC revogou tacitamente o DL 406. As prefeituras começaram a cobrar o ISS sobre
o valor da remuneração.
OAB foi ao PJ.
Argumento da OAB: a revogação deve ser expressa. Teria que haver menção expressa
na lc 116 sobre a revogação do art. 9º, §§ 1º e 3º.

LC 116/ 03, Art. 10. Ficam revogados os arts. 8º, 10, 11 e 12 do Decreto-Lei nº 406, de 31 de dezembro
de 1968; os incisos III, IV, V e VII do art. 3º do Decreto-Lei nº 834, de 8 de setembro de 1969; a Lei
Complementar nº 22, de 9 de dezembro de 1974; a Lei nº 7.192, de 5 de junho de 1984; a Lei
Complementar nº 56, de 15 de dezembro de 1987; e a Lei Complementar nº 100, de 22 de dezembro de
1999.

Esse art. 10 não cita o art. 9º. Logo os tribunais decidiram que não houve revogação. As
prefeituras então aumentaram o valor fixo do ISS. A questão nem chegou no STJ/ STF.
***O DL, no que se refere ao ISS, foi integralmente revogado, salvo no que tange ao
regime especial dos profissionais que prestam serviço em caráter pessoal.

Aula 14
25/06/2009

CONTRIBUIÇÕES
Art. 149. Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio
econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação
nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do previsto no
art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo.

A união pode criar 3 tipos de contribuições


→ contribuição social
→ Contribuição de intervenção no domínio econômico (CIDE)
→ Contribuição no interesse de categorias profissionais ou econômicas (Contribuições
corporativas).

As contribuições funcionarão como instrumento de atuação da União.


Ex. contribuição social tem que estar relacionada à área social.

As contribuições são espécies tributárias, ou seja, estão sujeitas ao regime constitucional


tributário, embora não estejam incluídas no 145.

Na proposta original do CTN havia artigos sobre contribuições, mas essa parte foi
retirada do CTN. Não se sabia se contribuição era tributo.
Com a CF/88 consolidou-se que a contribuição é sim tributo.

Subespécies de conribuiçoes sociais:

Art. 195 – estabelece uma subespécie de contribuição social, a qual tem um regime
próprio além do regime tributário geral.
São as contribuições destinadas ao financiamento da seguridade social.

O art. 212,§5º - estabelece uma outra subespécie de contribuição social: contribuição do


salário educação

CF, Art. 212, § 5º A educação básica pública terá como fonte adicional de financiamento a contribuição
social do salário-educação, recolhida pelas empresas na forma da lei. (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 53, de 2006) (Vide Decreto nº 6.003, de 2006)
Características próprias das contribuições: possuem destinação específica. Por conta
de uma contribuição, haverá um valor arrecadado. Esta contribuição tem por objetivo
ser um instrumento de atuação da União, logo, a receita arrecada com as contribuições
terá um destino certo, pré determinado, que é a ordem em que a contribuição intervém.

As contribuições são tributos com destinação. As receitas são destinadas à ordem em


que ela intervir.
É essa característica que diferencia as contribuições dos impostos.
Impostos – depende de um fato manifestado pélo contribuinte

O fg das contribuições (ex.ter faturamento) se caracteriza não por uma atuação estatal,
mas por uma ação do contribuinte (ex. manifestar riqueza), tal qual nos impostos.
Contribuições e impostos – fato gerador/ base de cálculo semelhantes – manifestação de
riqueza pelo contribuinte.

Como então diferenciar impostos de contribuições?


A diferença está na destinação. Impostos, em regra, não podem ter sua receita
vinculada a despesa específica. As contribuições necessariamente terão sua receita
vinculada a uma finalidade específica.

As contribuições são criadas por LO. Não é preciso LC para criá-las. Salvo na hipótese
das contribuições residuais – art. 195, §4º.

Art. 194 CF – contribuição para a seguridade social.

Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes
Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à
assistência social.

Qualquer contribuição cujo objetivo seja financiar saúde, previdência e assistência


sociab será uma contrib destinada ao financiamento da seguridade social.
Ex. a CPMF – destinada a financiar a saúde e a redução da pobreza (assistência social)

As mais conhecidas dentre as contribuições para seguridade social são:

PIS e COFINS
(Ver material de apoio)

COFINS – contribuição para o financiamento da seguridade social

Panorama
PIS – programa de integração social
Criado em 1970 pela LC 7/1970
Incidia sobre o faturamento das pessoas jurídicas.
Faturamento, nos termos do direito privado, equivale às receitas da pessoa jurídica,
provenientes de vendas de mercadorias e prestação de serviços.
CF/88 recepciona a LC 7 (art. 239) e no art. 195 estabelece a possibilidade de a União
criar outras contribuições sobre o faturamento das pessoas jurídicas. Assim, a União,
1991, por meio de LC 70/91 cria a COFINS, com fundamento no 195 da CF e
determina que ela incidirá sobre o faturamento das pessoas jurídicas.
1998 – LO 9.718/98 – unifica a disciplina normativa do PIS e da COFINS. Ambas as
contribuições continuam a incidir sobre o faturamento (base de cálculo).
Segundo essa lei, a contribuição incide sobre o faturamento entendido como receita
bruta. Receita bruta nos termos da lei equivale a todas as receitas da pessoa jurídica –
art. 3º, §1º da 9718.
Assim, essa lei amplia a bc das contribuições que antes de 1998 incidia sobre o
faturamento (receita decorrente de vendas de mercadorias e prestação de serviços).
Ex. pj que tem imóvel alugado, e não tem como receita principal essa atividade, a
receita de aluguel antes da lei de 98 não era incluída na bc.

Problema: houve uma ampliação de base de cálculo sem autorização constitucional. A


CF no 195 estabelece a possibilidade de contrib sobre o faturamento. E a lei amplia a bc
– receita bruta.

EC 20/98 – altera o art. 195 para dizer no inciso I, alínea b: a contribuição incide sobre
a receita ou faturamento. A EC 20 veio para constitucionalizar a lei 9718

Problemas que surgiram com a lei 9718

1. Problemas materiais causados pela redação da 9718

a) Ampliação da bc do PIS e da COFINS


- antes da lei, a bc era faturamento = receita decorrente de venda de mercadoria e
prestação de serviços
- depois da lei, a bc continua sendo o faturamento, porém definido como receita bruta
(tudo o que entra no caixa da PJ)
A CF, na redação original só permitia a criação de contribuições sobre o faturamento.
Diante disso, a FP diz que a lei é constitucional tendo em vista a EC 20, que alterou a
CF para incluir o termo receita. Trata-se de hipótese de constitucionalidade
superveniente.
Diante desses argumentos os contribuintes dizem:
- não existe constitucionalidade superveniente
- a equiparação entre faturamento e receita bruta resulta em uma ofensa ao art. 110
CTN, segundo o qual: se a CF se utilizou de instituto de direito privado para definir
competência tributária, a lei , ao criar o tributo, deve respeitar a lei de direito privado.
A 9718 redefine faturamento.

Art. 2º As contribuições para o PIS /PASEP e a COFI NS, devidas pelas pessoas jurídicas de direito
privado, serão calculadas com base no seu faturamento, observadas a legislação vigente e as alterações
introduzidas por esta Lei.
c Art. 15 da MP nº 2.158-35, de 24-8-2001, que até o encerramento desta edição não havia sido
convertida em lei.

Art. 3º O faturamento a que se refere o artigo anterior corresponde à receita bruta da pessoa jurídica.
§ 1º Entende-se por receita bruta a totalidade das receitas auferidas pela pessoa jurídica, sendo
irrelevantes o tipo de atividade por ela exercida e a classificação contábil adotada para as receitas.

CTN, Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição, o conteúdo e o alcance de institutos,
conceitos e formas de direito privado, utilizados, expressa ou implicitamente, pela Constituição Federal,
pelas Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas do Distrito Federal ou dos Municípios, para
definir ou limitar competências tributárias.
CF, Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
I - dos empregadores, incidente sobre a folha de salários, o faturamento e o lucro;
II - dos trabalhadores;
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa
física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional nº
20, de 1998)
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre
aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)

STF. RE 346.084
Equiparação entre faturamento e receita bruta é inconstitucional
Não há constitucionalidade superveniente no sistema jurídico brasileiro. A EC não
retroage.
Receita bruta só pode ser = a faturamento se corresponderem a vendas de mercadorias
ou prestação de serviços
Incosnt o §1, art. 3º da 9718 por ampliar o conceito de faturamento/ receita bruta.

Conclusão do STF – inconstitucionalidade do art. 3º, §1º


A EC não retroage
A lei ofende o 110 do CTN ao desrespeitar um instituto de direito privado.

Há proposta de súmula vinculante já aprovada pelo STF, publicada em abril/2009


10/09/2009 – notícia de que STF vai aprovar súmula vinculante sobre a inconst do art.
3º § 1 da 9718 vez que a ampliação da bc do tributo ocorreu por lei ordinária quando só
ocorreria por LC.
O tributo que a 9718 cria, se fosse contribuição previdenciária residual, poder-se ia
argumentar pela constitucionalidade, e deveria ser criada por LC. Mas este argumento
não é o principal. VER NOTÍCIA NO MATERIAL DE APOIO

Proposta de súmula vinc.: é incosnt o art. 3º § 1 da 9718... que ampliou o conceito de


recieta bruta a qual deve ser entendida como a soma das receitas oriundas do exercício
das sociedades empresariais.

17/05 – LO 11.941/2009 revogou o art. 3º § 1 da 9718, ou seja, revogou a equiparação


de faturamento e receita bruta (totalidade das receitas auferidas pela pj.
Logo, não existe mais a definição de faturamento como receita bruta no ordenamento
jurídico brasileiro.

b) Inclusão do ICMS na base de cálculo do PIS e da COFINS.


**** Tese para concursos federais e em especial procuradorias. Se a FP perder essa
tese, o prejuízo será muito grande. ACOMPANHAR ANDAMENTO NO STF.L
A lei 9718/98, com a revogação de 2009, bc é a receita bruta limitada à venda de
mercadorias e prestação de tributos.
O art. 3º, §2º da 9718 estabelece as possibilidades de EXCLUSÕES da receita bruta.
Quais receitas podem ser excluídas da receita bruta? O que NÃO compõe a bc das
contribuições apesar de ser receita?
Inc. I – realiza essas exclusões e faz referência ao IPI e ao ICMS substituição tributária,
mas não faz referência ao ICMS normal.
Logo, se não exclui, o ICMS normal o qual estaria incluído na bc dessas contribuições.

ICMS imposto que é repassado para o próximo da cadeia ICMS . Esse repasse acaba
integrando a própria estrutura do ICMS, pois ele é repassado por meio do preço cobrado
deste próximo da cadeia, está embutido no preço. ICMS é tributo calculado “por
dentro”.
Ao comprar mercadoria, não se enxerga o qual do preço é o valor do ICMS. o
consumidor final é o que mais paga imposto.
Diferentemente, o IPI é calculado por fora, o contribuinte enxerga na NF quanto está
pagando de IPI. As reduções de IPI – estímulo econômico devem ser obsevadas pelos
comerciantes e industriais. O comprador pode ver se a determinação de reduzir o IPI do
governo para certos setores está sendo cumprida.
O ICMS, por estar embutido no preço, não sabemos que pagamos.

Compra e venda entre A e B. B paga para A com o ICMS embutido. Essa receita entre
em A como receita proveniente de venda de mercadoria. Porém, dentro desta receita, há
o ICMS e a legislação diz que esse ICMS embutido no preço deve ser computado para
fins de determinação da bc da COFINS e do PIS.
As empresas passaram a questionar: queriam descontar o ICMS do preço (da receita)
para que o PIS e a COFINS incidam sobre a receita da mercadoria apenas, sem o ICMS.
Ex. preço = 12 (3 de ICMS)
A bc do PIS e da COFINS deveria ser 12-3 = 9. A lei 9718, art. 3º, §2º dispõe que. O
valor recebido pela venda é a bc
Contribuintes alegaram desvirtuamento do conceito de faturamento (ofensa ao art. 110),
pois o ICMS não é receita da pessoa jurídica.

A tese chegou no STF por meio do RE 240.785 – Relator Marco Aurélio.


Agosto/2006 – marco Aurélio era presidente do STF. Levou a tese ao plenário para se
consolidada. Mas não havia muita preparação para decidir a questão.
Marco Aurélio vota a favor dos contribuintes. 6 ministros se manifestam
favoravelmente à exclusão do ICMS da bc da COFINS.
Gilmar Mendes pede vista do processo e suspende o julgamento. Porém a maioria foi
obtida.
A FP percebeu a importância da tese e começou a demonstrar ao governo que perder
essa questão representaria um prejuízo muito grande ao governo.
Como a maioria já tinha sido obtida no STF, a FP não tinha muita margem de manobra.

Outubro/2007 – o caso volta ao STF por meio de ADC 18, ajuizada pelo presidente da
república. A decisão desse julgamento seria erga omnes, RE é controle difuso.
Marco Aurélio não queria começar a discussão do zero. Mas ela foi conhecida.
Agosto/2008 – concedida liminar, gerando a suspensão de todos os processos que
discutiam a mesma tese. Em 180 dias o STF discutiria o mérito.

Fevereiro/09 – prorrogado o prazo por mais 180 dias.

- TESE pendente do no STF: Art. 3º, §2º, I da lei 9718/98 é ou não constitucional.
Contribuintes – alegam ofensa ao 110 do CTN e que o ICMS não é receita da pj
X
FP – alega que o ICMS é custo da pessoa jurídica, logo é parte integrante da receita.

Notícia de 2/12/08 – PGR emitiu parecer na ADC 18 favorável à inclusão do ICMS na


bc da CONFINS. ICMS imposto indireto, agregado ao preço da mercadoria e deve ser
incluído no faturamento da pj. é parte da receita derivada da venda de mercadorias e
prestação de serviços.

***Notícia de 14/05/2008 – trata das teses.

ACOMPANHAR A ADC 18.

2. Questão formal – suposta hierarquia entre uma LC e uma LO


Essa discussão aparece em 2 questões relativas ao PIS e à COFINS.
Problemas formais: LO x LC.

a) aumento de alíquota da COFINS


LC 70/91 – alíquota de 2%
Lei 9718/98 – aliquta de 3%
LO pode alterar LC?
Questão pendente no STF
O tema teve a repercussão geral reconhecida. STF deve definir que a LC 70 é
materialmente ordinária, logo o aumento da alíquota pela lei 9718 é constitucional.
A tese já está consolidada (ver item b abaixo). Assim, o stf deve só aplicar a referida
tese nesse caso.

b) revogação de isenção da COFINS


LC 79/91 – ART. 6º - isenção da confins para sociedades de profissões regulamentadas.
Ex. escritório de advocacia.
Lei 9430/96 – art. 56 – revoga a isenção. Tais sociedades devem pagar cofins.
LO pode revogar LC? STF já decidiu.

Há 2 teorias possíveis sobre o tema da hierarquia entre LC e LO.

Tese formal Tese material


LC é superior hierarquicamente à LO, ou Não existe hierarquia entre LC e LO. Há
seja, a LO está numa relação de diferença quanto à competência de cada
subordinação em relação à LC. um desses instrumentos, a matéria que
cada uma trata. É relação de coordenação.
LC é aprovada segundo um procedimento A CF estabelece as matérias privativas de
mais complexo do que o da LO (maioria LC.
simples), portanto, LC só pode ser Regra: LC será alterada por LC, se essa
alterada por outra LC. LC for materialmente uma LC.
Se essa LC for materialmente LO, a
Solução: nos 2 casos acima, as alterações alteração pode se dar por LO, ou seja, a
são inconstitucionais. forma, o procedimento pouco importa.

No caso da revogação da isenção para as sociedades profissionais liberais, STF


prevaleceu a tese material. O que define LC é a matéria que ela trata. Uma lei pode ser
formalmente LC e materialmente LO. Nesse caso, pode ser alterada por meio de LO.
Logo, as sociedades de profissionais liberais devem pagar COFINS.
Essa posição contraria o entendimento do STJ – súmula 276: LO não pode revogar LC.
É preciso leis de mesma espécie. A 276 foi cancelada.
STJ tinha entendimento consolidado.
Assim, contribuintes pediram modulação de efeitos. Mas STF entendeu que não era o
caso de modular os efeitos da decisão. Sendo assim, a decisão é retroativa à edição da
lei 9430

Tese da revogação da isenção


STF: LC 70/91 é materialmente ordinária. Logo a revogação pela lei 9430/96 é
constitucional. Essa é uma orientação contrária à súmula 276 STJ. Modulação de
efeitos? Min. Menezes direito defendeu a modulação, mas esta não foi reconhecida pelo
STF. A decisão tem efeitos passados. Ou seja, é necessário o pgto da contribuição desde
a edição da lei 9430/96.
Antes do término desse julgamento houve tentativa de zerar o placar por meio da ADI
4071do PSDB. Esta ação foi extinta em out/2008, tendo em vista a definição desse RE
(Julgado em setembro/08)

Resumo das teses

1. Ampliação da bc.
Art. 3º, §1º da lei 9718/98
STF reconhece a inconstitucionalidade porque
- a EC 20/98 não pode retroagir (para constitucionalizar a lei)
- ofensa ao art. 110 CTN.
Há PSV 22-9 (maio de 2009) + revogaçao do art.3º, §1 pela lei 11.941/09 (questão
continua relevante para os casos anteriores à revogação)

2. Inclusão do ICMS na base de cálculo das contribuições – art. 3º, §2º, I, 9718/98.
STF está pendente o julgamento da ADC 18 com a liminar concedida.
- Fundamento da FP: ICMS por dentro (≠ do IPI), logo é receita da pj.
- Fundamento dos contribuintes: ICMS é receita do estado. Entende diferente ofende o
art. 110 CTN.

Problemas formais:

3. Revogação de isenção
LC 70/91 x LO 9430/96
STF: não existe hierarquia entre LC e LO.
Questão material/ competência
STF: Logo, a revogação é constitucional porque a LC 70/91 é materialmente ordinária.
Definido em RE sem modulação de efeitos
4. Aumento de alíquota da COFINS
LC 70/91 e 9718/98
STF: Repercussão geral reconhecida
Possivelmente mesma orientação da tese 3: LC 70 é materialmente ordinária e, portanto,
a alteração de alíquotas seria constitucional.

Ver no site res. 40/2009 do CNMJ.


Conceito de atividade jurídica

EMPRÉSTIMOS COMPULSÓRIOS
(parte que faltou do sabbag)

Art. 148 – competência exclusiva da União para criar empréstimo compulsório


mediante LC.

CF, Art. 148. A União, mediante lei complementar, poderá instituir empréstimos compulsórios:
I - para atender a despesas extraordinárias, decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou
sua iminência;
II - no caso de investimento público de caráter urgente e de relevante interesse nacional, observado o
disposto no art. 150, III, "b".
Parágrafo único. A aplicação dos recursos provenientes de empréstimo compulsório será vinculada à
despesa que fundamentou sua instituição.

A CF não diz quais são os FGs dos empréstimos compulsórios. Não diz sobre o que o
EC compulsório só fala as situações fáticas que motivam a criação do EC.
Ex. confiscar a poupança para diminuir consumo e conter inflação (Collor). Não é EC.
Em tese se encaixaria no ctn, art. 15, III, mas este dispositivo é anterior à CF e a CF não
recepcionou este dispositivo.

Todo valor arrecadado com o EC deve ser aplicado nos motivos dos incisos I e II do
148. parág único do 148. Assim como as contribuições, os ECs têm sua receita
vinculada.
FG dos EC: para a doutrina são os FGs de impostos federais.
Bis in idem – tributação do mesmo ente, pelo mesmo fato, por meio de 2 tributos
distintos. Ex. EC sobre renda. IR já incide sobre a renda.
O bis in idem não é proibido.

O EC se destina a atender despesas específicas. Uma vez atendidas, os valores


arrecadados deverão ser restituídos aos contribuintes. A restituição deve ser feita em
dinheiro.

Resumo EC:
Apenas a União e por LC.
Condição: ocorrência de uma das situações fáticas previstas nos incisos do art. 148 da
CF.
FG → FG de imposto da União. EC tem 2 características essenciais:
a) sua receita será destinada ao motivo de sua instituição
b) será restituído diante do término da situação que justificou a sua criação.
Art. 15. Somente a União, nos seguintes casos excepcionais, pode instituir empréstimos compulsórios:
I - guerra externa, ou sua iminência;
II - calamidade pública que exija auxílio federal impossível de atender com os recursos orçamentários
disponíveis;
III - conjuntura que exija a absorção temporária de poder aquisitivo. [não recepcionado pela CF/88]
Parágrafo único. A lei fixará obrigatoriamente o prazo do empréstimo e as condições de seu resgate,
observando, no que for aplicável, o disposto nesta Lei.

Você também pode gostar