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Controle Concentrado

Plano de Aula 05

Processo Constitucional
Profa. Roberta Arcieri.
Plano de
Aula 05
1 Ação Direta de Inconstitucionalidade
As leis criadas pela Câmara e pelo Senado e os atos normativos editados pelo
presidente não podem contrariar os preceitos da Constituição Federal.
O mesmo acontece em cada estado: leis estaduais e atos normativos de governadores
devem seguir o que diz a respectiva constituição estadual.
Para garantir que isso aconteça, existe o chamado controle de constitucionalidade.
Ele pode ser difuso, quando é feito pela aplicação das leis por parte de juízes em casos
concretos; ou pode ser concentrado, quando o Supremo Tribunal Federal analisa a matéria
legislativa e decide se ela está ou não em consonância com a Constituição que a rege.

A Ação Direta de Inconstitucionalidade consta no artigo 102 da


Constituição e é uma das ferramentas de controle
concentrado.
Ação Direta de Inconstitucionalidade ( Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica, ADI
Genérica ou ADIn) é uma ação judicial proposta ao STF para que este decida se
determinada lei ou ato normativo é constitucional.
O que se busca com a ADI genérica é o controle de constitucionalidade de lei ou de ato
normativo, sendo esse controle realizado em tese, em abstrato, marcado pela
generalidade, impessoalidade e abstração.

Lei 9.868/99 - Lei da Ação Direta de


Inconstitucionalidade e Ação
Declaratória de
Constitucionalidade:
• O objetivo da ADIN é banir do ordenamento jurídico a lei ou o ato normativo estadual
ou federal em tese atingidos pelo vício da inconstitucionalidade (art. 102, I, a, da CF/88).
• Admite-se, também, contra emenda constitucional.
• Por ausência de previsão constitucional, o Supremo Tribunal Federal não admite ações
diretas de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos municipais em face da
Constituição Federal (impossibilidade jurídica do pedido). Nesse caso, é possível o
controle difuso, podendo chegar via recursal ao Supremo Tribunal Federal (recurso
extraordinário), produzindo efeitos entre as partes.
• Se uma lei municipal contrariar a Constituição Estadual é possível uma ADIn Genérica
estadual proposta no Tribunal de Justiça (art. 125, § 2.o, da CF/88).
• O Supremo Tribunal Federal tem admitido o controle concentrado sobre o decreto
autônomo (art. 84, VI e XII, da CF/88) ou os decretos que tenham extravasado o poder
regulamentar do Poder Executivo, invadindo matéria reservada à lei.
• Em breve síntese, cabe ADIn de ato normativo primário, ou seja, das espécies
normativas previstas no art. 59 da CF e que forem editadas após a Constituição Federal
ou suas emendas constitucionais.
• Nos termos do art. 103, da CF/88 e art. 2.o da Lei n. 9.868/99, a legitimidade ativa (ad
causam) para propor a Ação Direta de Inconstitucionalidade é restrita a algumas
autoridades e órgãos representativos da sociedade, de modo que só podem propor a
ADI:
• Ainda sobre a legitimidade ativa, saliente-se que as Mesas das Assembleias Legislativas
e da Câmara Legislativa, os Governadores dos Estados e do Distrito Federal e as
confederações sindicais (organizadas com no mínimo três federações, estabelecidas em
pelo menos três Estados, nos termos do art. 535 da CLT – ADIn 939-7/DF) ou entidades
de classe de âmbito nacional (entidades de classe nacionais que possuam filiados em
pelo menos nove Estados brasileiros, numa aplicação analógica da Lei Orgânica dos
Partidos Políticos – ADIn 79) devem demonstrar a pertinência temática (interesse) para
propor a ação direta de inconstitucionalidade, por isso são também denominados
autores especiais ou interessados reservados.
• Por outro lado, o Presidente da República, as Mesas do Senado Federal e da Câmara dos
Deputados, o Procurador-Geral da República, o Conselho Federal da Ordem dos
Advogados do Brasil e o partido político com representação no Congresso Nacional não
necessitam demonstrar interesse especial para a propositura da ação direta de
inconstitucionalidade, por isso são denominados de autores universais ou neutros.
• Legitimidade passiva: Órgão ou autoridade que editou o ato que se pretende impugnar.
• Por não haver lide, não há que se falar em réu na ADI, havendo, no entanto, há
necessidade de serem prestadas informações por parte dos órgãos ou autoridades, das
quais emanou o ato normativo a lei impugnada, pois cuida-se de um processo objetivo
que exterioriza o propósito de defesa da Constituição.
Legitimidade

CF/88 Lei 9.9868/99

Dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de


inconstitucionalidade e da ação declaratória de
constitucionalidade perante o Supremo Tribunal
Federal.
1.1 Efeitos da decisão da ADIn no espaço
Declarada inconstitucional, a lei torna-se inaplicável, fazendo a decisão coisa julgada, com
efeitos erga omnes e vinculante, de acordo com o art. 102, § 2º, da CF/88, e art. 28, § único,
da Lei n. 9.868/99.
1.2 Efeito Repristinatório da decisão da ADIn
Tem efeito repristinatório em relação à legislação anterior, ou seja, restaura a vigência da lei
revogada por ter a revogadora sido declarada inconstitucional em sede de ADIN.
É possível não existir esse efeito repristinatório, desde que haja dois requisitos: pedido na
inicial e acolhimento desse pedido no STF.
Contra essa decisão, cabe apenas embargos de declaração.
1.3 Efeito vinculante da decisão da ADIn e
a utilização da Reclamação
Conforme art. 102, parágrafo 2º, da CF, a a decisão definitiva em ADI passou a produzir
também efeito vinculante.
O mesmo dispositivo afirma que as decisões definitivas em sede de ADI produzirão efeitos
vinculantes em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta
e indireta nos âmbitos federal, estadual e municipal.
A fim de garantir a autoridade da decisão proferida pelo STF, em sede de controle
concentrado de constitucionalidade, a Excelsa Corte reconhece o ajuizamento de reclamação,
nos termos do art. 102, I, “l” (competência originária do STF), desde que o ato judicial que se
alega tenha desrespeitado sua decisão não tenha transitado em julgado (S. 734/STF,
26.11.2003).
Originalmente, ela é fruto da construção jurisprudencial do STF que, com o decorrer do
tempo, foi sendo incorporada ao texto constitucional (artigo 102, inciso i, alínea i,
da Constituição Federal).
A Reclamação (RCL) é um instrumento jurídico com status constitucional que visa preservar a
competência do Supremo Tribunal Federal (STF) e garantir a autoridade de suas decisões,
além de salvaguardar o estrito cumprimento dos enunciados de Súmula Vinculante, nos
termos do artigo 103-A, § 3º da Constituição, incluído pela Emenda Constitucional 45/2004.
Trata-se de um verdadeiro exercício constitucional de direito de petição aos Poderes Públicos
em defesa de direito ou contra a ilegalidade ou abuso de poder (CF, art. 5.o, XXXIV, “a”), tal
entendimento foi consagrado pelo STF na ementa da ADI 2.480 (j. 02.04.2007, DJ de
15.06.2006), na qual se aceitou a previsão da reclamação também para o controle de
constitucionalidade estadual e com previsão na CE.
• Legitimados para a propositura da Reclamação: todos aqueles que forem atingidos por
decisões contrárias ao entendimento firmado pela Suprema Corte no julgamento de
mérito proferido em ação direta de inconstitucionalidade.
• Efeitos: “as decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas
ações diretas de inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de constitucionalidade
produzirão eficácia contra todos e efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do
Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e
municipal (art. 102, § 2.o, da CF/88 pela EC n. 45/2004 - Reforma do Poder Judiciário).
• Há efeito vinculante, inclusive, perante a Administração Pública, sendo possível reclamação
em face de ato de Prefeito que contraria decisão proferida pelo STF com caráter
vinculante.
1.4 Efeitos da decisão no tempo
Regra geral, a decisão tem tem efeito ex tunc (retroage), podendo ser dado efeito ex nunc (a
partir da decisão) se houver manifestação de dois terços dos Ministros.
A previsão do efeito ex nunca, trata-se da possibilidade de modulação de efeitos ou
modulação temporal – art. 27 da Lei n. 9.868/99.
Já decisão de cautelar em ADin tem efeito ex nunc (não retroagir), podendo ser concedida
com efeito ex tunc (modulação de efeitos ou modulação temporal – art. 11, § 1.o, da Lei
n. 9.868/99).

Obs.: De acordo com o STF, o Poder Legislativo, em sua função tipica de legislar, não
está vinculado às decisões de ADIn.
1.5 Interpretação conforme a CF e a
inconstitucionalidade parcial sem redução de
texto
Trata-se de uma técnica de decisão, muito utilizada pelo STF na fiscalização,
tanto abstrata como concreta, de constitucionalidade das leis ou atos estatais.
A interpretação conforme a Constituição somente se aplica em face de normas polissêmicas
ou plurissignificativas (normas que ensejam diferentes possibilidades de interpretação).
Assim, o órgão de controle elimina a inconstitucionalidade excluindo determinadas “hipóteses
de interpretação” (exclui um ou mais sentidos inconstitucionais) da norma, para lhe
emprestar aquela interpretação (sentido) que a compatibilize com o texto constitucional.
Essa técnica foi empregada, por exemplo, no julgamento da ADI 4.277, na qual o STF
reconheceu as uniões homoafetivas como entidades familiares, quando atribuiu ao
art. 1.723 do Código Civil interpretação conforme a Constituição para dele “excluir qualquer
significado que impeça o reconhecimento da união continua, pública e duradoura entre
pessoas do mesmo sexo como entidade familiar”.

Limites da técnica: segundo Gilmar Mendes, “não se deve conferir a uma lei com sentido
inequívoco significação contrária assim como não deve falsear os objetivos pretendidos pelo
legislador".
Há três espécies de interpretação conforme a CF:
a) Interpretação conforme com redução de texto. Nesta espécie se declara a
inconstitucionalidade de determinada expressão, possibilitando a partir dessa exclusão do
texto, uma interpretação compativel com a Constituição. Ex. ADIN 1.127-8 ( O STF excluiu a
expressão desacato do art. 7º, § 2º. do Estatuto da OAB concedendo à imunidade material aos
advogados, compatibilizando o dispositivo com o artigo 133 da C.F./88.
b) Interpretação conforme sem redução de texto. Nesta espécie o Supremo não suprime do
texto nenhuma expressão, conferindo à norma impugnada uma determinada interpretação
que lhe preserve a constitucionalidade. São exemplos: Adin 1371 ; ADI 1521-MC; AGA nº
311369/SP.
c) Interpretação conforme sem redução de texto, excluindo da norma impugnada uma
interpretação que lhe acarretaria a inconstitucionalidade. Ex. ADI 1719-9 (Rel. Min. Moreira
Alves)
2 A cautelar na
ADI
No controle concentrado, as medidas cautelares são possíveis na ação direta de
inconstitucionalidade, na ação declaratória de constitucionalidade e na arguição de
descumprimento de preceito fundamental.

A lei da ADI (9868/1999)


normatiza a concessão da
cautelar nos artigos 10 a 12.
A cautelar tem efeito ex nunc,
podendo ser concedida com
efeito ex tunc (modulação de
efeitos ou modulação
temporal
– art. 11, § 1.o, da Lei n.
9.868/99).
Algumas ADIs
relevantes:
3 Representação de inconstitucionalidade –
ADI Estadual
3.1 Objetivo 3.2 Objeto
Tem previsão no art. 125, § 2º, CF.
O estado (CE) tem que prever a existência desta ação nos moldes em que se encontra
determinado na CRFB, não sendo possível a criação (em CE) de outro mecanismo de controle da
constitucionalidade, que não o previsto no art. 125 § 2º.
Não é possível, por exemplo, criar mecanismo para controlar lei estadual que fere a constituição
do estado e a CRFB, ou para controlar lei municipal que fere a lei orgânica.
Trata-se de uma ação direta no nível estadual, cujo objeto são leis a atos normativos estaduais
e municipais.
3.3 ADI Estadual - Legitimidade
As partes legítimas para propositura da ação de inconstitucionalidade de leis ou atos
normativos estaduais ou municipais, contestados em face da Constituição Estadual
perante o Tribunal de Justiça local, serão especificadas em cada Constituição Estadual.
Ou seja:
O Estado-membro tem liberdade para enumerar o rol daqueles a quem é autorizada a
propositura das ações diretas de inconstitucionalidade e de constitucionalidade,
conforme se depreende da parte final do § 2o do artigo 125 da Constituição Federal
(“vedada a atribuição da legitimação para agir a um único órgão”).
3.4 ADI Estadual - Competência
Cabe ADI proposta no Tribunal de Justiça local para impugnar lei ou ato normativo, se houver
previsão na Constituição Estadual, conforme art. 125, CF.

No parágrafo 2º, 125,


CF, há o termo
“representação de
inconstitucionalidade”,
que é interpretado
como “ADI Estadual”.
Destaque para o
“em face de
constituição
estadual”.
Não cabe ADI no TJ contra lei ou ato normativo municipal que viole a Lei Orgânica do
Município.

Se uma lei ou ato normativo municipal viola a Lei Orgânica Municipal, “não estaremos diante
de controle de constitucionalidade, mas de simples controle de legalidade, cujas regras
deverão ser explicitamente previstas na Lei Orgânica de cada Município.” (LENZA,
Pedro. Direito Constitucional esquematizado. 25ª ed., São Paulo: Saraiva, 2021, p. 525).
3.5 ADI Estadual - Efeitos da decisão
A decisão declaratória de inconstitucionalidade estadual possui, desde o momento em que é
proferida, eficácia erga omnes.
Isso implica dizer que os efeitos além das partes são alcançados pela própria decisão e não há
necessidade de manifestação de outro órgão político para tanto.
3.6 ADI Estadual - Simultaneidade
da Representação e da ADI
Ajuizamento simultâneo à lei estadual que viola ao mesmo tempo a CF e a CE.
Caberia, em tese, uma ADI perante o TJ local e uma ADI perante o STF.
ADI’s tramitariam ao mesmo tempo. O STF entende que não há litispendência, mas há uma causa especial de
estadual.
A ADI estadual fica suspensa, enquanto a ADI no STF é julgada.
Vejamos o seguinte exemplo em que havia em paralelo ADI Estadual e ADI no STF e a ADI
Estadual foi julgada primeiro, levando o STF decidir se a ADI do STF ficaria prejudicada ou
não com a decisão da ADI estadual:
4 Representação Interventiva
Também chamada de Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva.
Segundo a CF, art. 18, a organização político-administrativa da República Federativa do Brasil
compreende a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, todos autônomos
(nenhum ente federativo deverá intervir em qualquer outro). Esta é a regra geral.
São exceções à regra ou hipóteses de cabimento:
• Intervenção da União nos Estados, Distrito Federal (art. 34, CF) e nos Municípios
localizados em território federal (art. 35, CF);
• Intervenção dos Estados em seus municípios (art. 35, CF).
Assim, tem-se o procedimento da representação interventiva, como um dos pressupostos
para a decretação da intervenção federal, ou estadual, pelos Chefes do Executivo, nas
hipóteses contempladas na CF/88.
Importante destacar que nessa modalidade de procedimento, quem decreta a intervenção
não é o Judiciário, mas o Chefe do Poder Executivo.
Ou seja, o Judiciário não dá nulidade ao ato, mas apenas verifica se estão presentes os
pressupostos para a futura decretação da intervenção pelo Chefe do Executivo.
Ocorre, então, que o judiciário realiza um controle da ordem constitucional tendo em vista o
caso concreto que lhe é submetido.
A intervenção federal (IF) tem por objeto:
• lei ou ato normativo que viole princípios sensíveis;
• omissão ou incapacidade das autoridades locais para assegurar o cumprimento e
preservação dos princípios sensíveis, por exemplo, os direitos da pessoa humana;
• ato governamental estadual que desrespeite os princípios sensíveis;
• ato administrativo que afronte os princípios sensíveis;
• ato concreto que viole os princípios sensíveis.

Conforme a doutrina e o entendimento mais recente do STF, o objeto da ADI interventiva não
se limita a lei ou ato normativo que viole esses princípios constitucionais.
Dessa forma, conforme entendimento mais amplo, podem também ser objetos da ação a
omissão ou incapacidade de autoridades locais para assegurar o cumprimento e preservação
desses princípios, bem como atos governamentais estaduais, atos administrativos e atos
concretos que os violem.
Princípios sensíveis são aqueles que se infringidos ensejam a mais grave sanção
que se pode impor a um Estado Membro da Federação: a intervenção,
retirando- lhe a autonomia organizacional, que caracteriza a estrutura
federativa. Estão elencados no art. 34, VII, alíneas a a e, da Constituição
Federal.

São eles:
a) forma republicana, sistema representativo e regime democrático;
b) direitos da pessoa humana;
c) autonomia municipal;
d) prestação de contas da administração pública, direta e indireta.
e) aplicação do mínimo exigido da receita resultante de impostos
estaduais, compreendida a proveniente de transferências, na
manutenção e
desenvolvimento do ensino e nas ações e serviços públicos de saúde
A ADIn Interventiva Possui três fases:
Representação Interventiva Federal ou ADI Interventiva Federal
O art. 36, III, da CF/88, primeira parte, estabelece que a decretação da intervenção dependerá
de provimento, pelo STF, de representação do Procurador-Geral da República, na hipótese do
art. 34, VII, quais sejam, os princípios sensíveis da Constituição.

Legitimidade ativa:
A legitimidade ativa para a propositura da ADIn interventiva estadual é conferida, no artigo
129, IV, da CRFB/88, ao Procurador-Geral de Justiça.
O artigo 36, III, da CRFB/88, outorga ao Procurador-Geral da República a legitimidade ativa
para propositura da ADIn interventiva federal.
Representação Interventiva Estadual ou ADI Interventiva Estadual (em resumo)
Conforme a Constituição Federal, a intervenção estadual é decretada pelo governador,
depois de provimento de representação pelo Tribunal de Justiça Local, e com o objetivo de
assegurar a observância dos princípios indicados na Constituição Estadual, bem como a
execução de lei, ordem ou decisão judicial.
O julgamento da ADI interventiva estadual obedecerá às regras da Constituição
Estadual e do Regimento Interno do TJ local. No entanto, deve haver simetria com o
modelo federal, com as devidas adaptações, como, por exemplo, quanto às fases da
intervenção, e os legitimados ativo (Procurador Geral de Justiça do Estado, chefe do
Ministério Público estadual) e passivo (Municípios).
Algumas Intervenções Federais:
IF 114 (07.02.1991): pedido de intervenção em razão de omissão do poder público no controle de linchamento

IF 4.822 (08.04.2005): pedido de intervenção no Centro de Atendimento Juvenil Especializado (Caje), com
base em deliberação do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH,) que condenou a sua
estrutura física e gerencial. A Min. Cármen Lúcia, “considerando o decurso do tempo, os termos em que
apresentado o pedido de intervenç aõ federal e a notı́cia, de domınio público, sobre a desativaç aõ e
demoliçaõ do antigo Centro de Atendimento Juvenil Especializado do Distrito Federal”, em 02.05.2018,
julgou prejudicado o pedido de intervenção federal por perda superveniente de objeto.
IF 5.129 (05.10.2008): pedido de intervenção formulado pelo PGR contra o estado de Rondônia, por
suposta violação a direitos humanos no presídio Urso Branco, em Porto Velho, que se encontra em
situação de “calamidade”. Segundo o então PGR, Antonio Fernando Souza, “... nos últimos oito anos
contabilizaram- se mais de cem mortes e dezenas de lesões corporais [contra presos], fruto de motins,
rebeliões entre presos e torturas eventualmente perpetradas por agentes penitenciários” (Noticias STF,
08.10.2008) (matéria pendente de julgamento pelo STF)
IF 5.179 (11.02.2010): pedido de intervenção por suposto esquema de corrupção no DF. Conforme relatado
a seguir, no mérito, o pedido foi julgado improcedente.
Articulação teoria e
prática
Plano de Aula 05

Processo Constitucional
Profa. Roberta Arcieri.

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