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Nos termos da constituição e das demais leis ordinárias que regem a vida do
Estado, somente ao Estado enquanto pessoa colectiva que representa o interesse de todos,
é reconhecido o poder de administração da justiça em nome desta colectividade, estando
vedado a qualquer particular fazer justiça por mãos próprias, pois foram instituídos os
Tribunais cuja competência será administrar a justiça em nome do povo, tal como
estabelece o n.º 1 do artigo 174.º (Função Jurisdicional), devendo dirimir conflitos de
interesses públicos ou privados, assegurar a defesa dos direitos e interesses legalmente
protegidos.
Esta função jurisdicional não embora seja cometida por lei aos Tribunais, este
desempenha a função jurisdicional por via dos magistrados judicias – o juiz.
a) Noção
Nos termos constantes da Lei n.º 7/94, de 29 de Abril – que aprova o Estatuto dos
Magistrados Judiciais e do Ministério Público, o artigo 41.º do referido Estatuto,
estabelece serem requisitos para o ingresso na Magistratura Judicial, os seguintes: ser
cidadão angolano, com idade não inferior a 21 anos; possuir licenciatura em Direito;
possuir idoneidade moral e cívica; estar em pleno gozo dos seus direitos políticos e civis
e satisfazer os demais requisitos estabelecidos na lei – no caso – ter sido admitido no
concurso público e feito a formação no curso para os Magistrados, no Instituto
Nacional de Estudos Judiciário, concurso este que comporta três fases, uma da
entrevista, uma do teste psicotécnico e a última fase, a dos exames escritos.
c) Categorias
Em Angola, nos termos do artigo 24.º, da Lei Orgânica dos Tribunais de Jurisdição
Comum, a Lei n.º 2/15, de 02 de Fevereiro estabelece a categoria de Tribunais da Jurisdição
Comum, sendo que face aquela classificação teremos o Tribunal Suprem, o Tribunal da
Relação e o Tribunal de Comarca, ao passo que o Estatuto dos Magistrados Judiciais e do
Ministério Público, aprovado pela Lei n.º 7/94, de 29 de Abril, estabelece no seu artigo 3.º
(Constituição das Magistraturas), pelos juízes dos seguintes tribunais judiciais Juízes –
Conselheiros – aqueles que exercem a actividade jurisdicional no Tribunal Supremo, Juízes
de direito – aqueles que exercem a função jurisdicional nos Tribunais Provinciais e os Juízes
Municipais – aqueles que exercem a profissão nos Tribunais Municipais.
Mas tenha-se em atenção que a designação feita acima nos termos estabelecidos na lei
em referência, que aprova o Estatuto dos Magistrados Judiciais e do Ministério Público
carece que de um ajuste, que veio apresentar a Lei Orgânica dos Tribunais de Jurisdição
Comum, a Lei n.º 2/15, de 02 de Fevereiro estabelece a categoria de Tribunais da Jurisdição
Comum, sendo que face aquela classificação teremos o Tribunal Suprem, o Tribunal da
Relação e o Tribunal de Comarca, nos termos do artigo 24.º, que assim sendo fica em parte
ultrapassada a classificação de categorias descritas no Estatuto dos Magistrados Judiciais e do
Ministério Público, porquanto teremos os Juízes conselheiros – aqueles cuja actividade
jurisdicional é exercida no Tribunal supremo, tal como o estabelece o artigo 10.º da Lei
n.º 2/22, de 17 de Março – Lei Orgânica do Tribunal Supremo; Juízes – Desembargadores –
aquelas cuja actividade jurisdicional é exercida nos Tribunais de Relação (art.º 8.º), os
Tribunais intermédios para efeitos de recurso, estando entre o Supremo e os de comarca,
Tribunal de segunda instância art.º 2.º; Juízes de Direito/de Comarca – aquelas cuja
actividade jurisdicional é exercida nos Tribunais de Comarca, enquanto Tribunais de primeira
instância.
Vamos ainda encontrar os Juízes Relatores e o Juiz de Instrução, que não é
propriamente uma categoria de juízes, mas antes uma função, pois que o Juiz Relator – é
aquele que num Tribunal Superior tem a função de se encarregar de elaborar a acta de
julgamento, pois tão-somente assume esta função face a distribuição do processo
submetido à recurso, já o Juiz de Instrução/Juiz de Garantias – é aquele que no âmbito
de um processo – crime na fase de instrução preparatória ou de instrução contraditória,
tem a função ou competência de garantir que o Ministério Público ao praticar os actos
tendentes à instrução do processo – crime, os direitos fundamentais do arguido não sejam
violados ou postos em causa, permitindo que o sejam apenas nos casos extremamente
necessários, isto na fase de instrução preparatória (art.º 313.º e 314.º do CPPA), ao passo
que, na fase de instrução contraditória, já na fase judicial do processo terá a finalidade de
aferir o mérito da acusação ou do despacho de arquivamento, para permitir efectivamente
o arquivamento do processo ou submeter o arguido a julgamento, face à discussão entre o
Ministério Público e o arguido discutam, diante o Magistrado Judicial sobre os factos
trazidos por um por outro para o prosseguimento do julgamento ou o arquivamento do
processo (art.º 332.º, 334.º e 342.º do CPPA).
No âmbito das suas funções, os juízes não podem, ainda, prestar declarações ou
fazer comentários sobre os processos que tem a seu cargo, salvo quando estiver em causa a
defesa de sua honra ou outro interesse legítimo. Os juízes só incorrem em responsabilidade
civil, criminal ou disciplinar em, virtude de facto ocorrido no exercício de funções, nos
termos legalmente definidos, com fundamento em dolo, ou culpa grave, sendo que e o
próprio Estado que assume, em primeira linha, tal responsabilidade.
f) Incompatibilidades
Jurisdição Comum.
Lei n.º 39/20, de 11 de Novembro – Lei que Aprova o Código de Processo Penal