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Módulo 03-MÚSICA
● Melodia 28
● Harmonia 28
● Ritmo 28
Símbolos Musicais 29
Características Sonoras 29
● Altura 31
● Duração 31
● Timbre 31
● Escala 31
Música e cotidiano 36
Módulo 04 - DANÇA
O que é dança ? 40
Espaços de Teatro 50
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MÓDULO 01
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ARTE E CULTURA
O que é Cultura?
"A cultura é todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a
moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo
homem como membro da sociedade".
Vale lembrar que nenhuma cultura deve ser considerada superior à outra. O que
existe são diferenças culturais entre os diversos grupos.
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Tipos de ‘Cultura’
➔ Cultura de Massa
Está intimamente ligada ao advento da modernidade. No século XIX, esse termo foi
utilizado para fazer antagonismo entre a educação recebida pelas massas à
educação recebida pelas elites (cultura erudita).
➔ Cultura Erudita
A cultura erudita está à disposição da elite social. É observada nas artes plásticas,
na música e na literatura.O acesso à cultura erudita é facilitado para a aristocracia
sob o argumento de ser produto de intensa investigação. A aplicação acadêmica
também é usada como elemento de defesa do acesso restrito.
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➔ Cultura Popular
Elementos da Cultura
Material
Imaterial
Características da Cultura
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O que é Arte?
Retomando o que vimos nos Planos de Estudo dos anos anteriores (Se quiser, peça
o material de apoio para o professor), em resumo a arte possui um caráter estético e
está intimamente relacionada com as sensações e emoções dos indivíduos. Como
exemplo, podemos citar a pintura,o teatro, a dança, a música, o cinema, a literatura,
a arquitetura, etc. É possível dizer que ela está relacionada à necessidade de
comunicação humana e, em sua maioria, à expressão de emoções e
questionamentos, tanto existenciais, sociais, ou puramente estéticos.
Vale salientar que a arte tem uma importante função social na medida que expõe
características históricas e culturais de determinada sociedade, tornando-se um
reflexo da essência humana.Ela existe em todas as culturas e sua definição foi e
continua sendo discutida incansavelmente.
A designação do termo Arte vem do latim Ars, que significa habilidade. É definida
como uma atividade que manifesta a estética visual, desenvolvida por artistas que
se baseiam em suas próprias emoções. Geralmente a arte é um reflexo da época e
cultura vivida. A Arte existe desde os primeiros indícios do desenvolvimento do
homem, inicialmente utilizada para suprir necessidades de sobrevivência, como
utensílios de cozinha e inscrições em cavernas. No Século V a. C., era considerada
técnica, do grego tékn, onde esculturas e pinturas eram aprimoramentos técnicos.
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Como arte e cultura se encontram?
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MÓDULO 02
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História da Arte (Características de cada momento/movimento)
Considerada a expressão
artística mais antiga da
humanidade, foi realizada em
cavernas, grutas ao ar livre.
Para criar figuras foram usados
corantes naturais, foram usados
corantes naturais, fabricados a
partir da terra, e a tonalidade
preta era obtida do carvão
vegetal. Acredita-se que esses
símbolos têm profunda importância para sociedade pré-histórica, desempenhando
talvez uma função mágica ou até mesmo ritualística.
Arte Mesopotâmica
Principais Características
Ainda que seja difícil reunir as diversas características que marcaram a arte
mesopotâmica, visto a infinidade de povos e culturas que se desenvolveram na
região, no geral, a arte mesopotâmica reflete a história, a política, a religião, as
forças da natureza e as diversas conquistas dos povos que habitaram o local até o
século VI a.C., ou seja, até a conquista dos persas.
Os principais materiais utilizados para a produção da arte mesopotâmica eram a
argila, o adobe, a terracota, a cerâmica, o cobre, o bronze, o basalto, o ouro, a
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prata, o estanho, o alabastro, o junco, o marfim e ainda, diversas pedras preciosas.
A arquitetura mesopotâmica foi a mais desenvolvida das artes desse período, sendo
marcada pela grandiosidade das formas. A escultura e a pintura possuíam a mesma
finalidade decorativa, ou seja, elas foram produzidas para decorar os espaços
arquitetônicos.
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a cabeça, pernas e pés eram exibidos de perfil.
Os olhos também são retratados de frente. Essa maneira de representação cria uma
combinação visual lateral e frontal
Pintura romana
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A pintura mural (afrescos) recorreu ao efeito da tridimensionalidade. Os afrescos da
cidade de Pompéia (soterrada pelo vulcão Vesúvio em I a.C.) são representativos
deste período. Cenas do cotidiano, figuras mitológicas e religiosas e conquistas
militares foram temas das pinturas romanas.
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cultural, artística e científica que se espalhou pela Europa.
natureza.
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No Brasil: Aqui, esse estilo está fortemente relacionado ao catolicismo.
Existem muitas igrejas barrocas, entretanto, também é possível encontrar
outros projetos arquitetônicos com tais características, por exemplo, câmaras
municipais, penitenciárias e residências de pessoas ilustres.
O maior ícone da arte barroca no Brasil foi o escultor Antônio Francisco Lisboa, o
Caracterizado pelo uso de conchas, laços e flores em seus adornos, o estilo rococó
em afazeres distintos.
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Neoclassicismo (Século 18)
Período caracterizado por pinturas de forte realismo, em que o traço linear assume
maior importância que a aplicação da cor. As figuras assumiram uma postura rígida,
na qual a luz artificial direcionada ajudou na criação de imagens sólidas e
monumentais.
Características do Neoclassicismo
● Imitação da natureza
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Romantismo ( Séc. 18)
Características:
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Realismo (Século 19)
● objetividade;
● politização;
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Características
● registro das tonalidades das cores que a luz do sol produz em determinados
momentos;
marcantes do movimento
fauvista, destacam-se:
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Expressionismo (Século 20)
● dinamismo e vigor;
três dimensões.
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Essa técnica que renuncia à perspectiva, assim como ao "claro-escuro", causa uma
No plano conceitual, o cubismo pode ser considerado como uma arte que privilegia
O Futurismo representou um
movimento literário e artístico que
tinha como principal característica a
valorização da tecnologia e
velocidade. Principais características
do movimento futurista:
● valorização da velocidade e
dinamismo;
● exaltação à tecnologia;
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Dadaísmo (Século 20)
O Dadaísmo, ou simplesmente
pertencente às vanguardas
Isso porque, através da ironia, buscava questionar a arte e, sobretudo, seu contexto
Características do Dadaísmo
● Anarquismo e niilismo;
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Abstracionismo ( Séc. 20)
própria realidade.
arte é uma obra “não representacional”, ao contrário da arte figurativa, expressa por
● Arte subjetiva;
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O surrealismo propõe a valorização da fantasia, da loucura e a utilização da reação
registrando tudo o que lhe vier à mente, sem se preocupar com a lógica.
de cultura popular (apesar de estar muito interligada a ela), mas uma interpretação
● Uso da serigrafia;
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● Imitação da estética industrial;
tecnologias e mídias.
da imagem.
objeto artístico final. O objetivo aqui é produzir arte, ao mesmo tempo que reflete
sobre ela.
Foi dessa maneira que a Arte Contemporânea rompeu com alguns aspectos da Arte
videoarte, etc.).
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Note que a arte contemporânea abriga diversos valores da arte moderna.
principais Características
● Efemeridade da arte;
Marchel Duchamp
Marcel Duchamp foi um renomado pintor e escultor francês, bem como um ícone
Seu modo de vida boêmio e paixão pelos jogos de xadrez, dos quais participou em
torneios, podem ser vistos ao longo de sua carreira artística nas obras de inspiração
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romântica e expressionista, até aquelas de natureza cubista e futurista. Vale lembrar
que Duchamp era contra a “arte retiniana”, ou seja, aquela arte que agrada à vista.
Os "Ready-Made" De Duchamp
prontos e banais que foram esvaziados de sua função prática, tendo como efeito
a obra de arte, transportando fatores da vida cotidiana sem valor artístico para o
âmbito das artes. Seu objetivo é vencer aquela “arte retiniana”, uma vez que exige a
apresentado como uma obra de arte assinada por “R. Mutt” e rejeitado pelo júri. A
criador da escultura.
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MÓDULO 03
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O que é Música?
● Melodia
● Harmonia
Harmonia é uma sobreposição de notas que servem de base para a melodia. Por
exemplo, uma pessoa tocando violão e cantando está fazendo harmonia com os
acordes no violão e melodia com a voz. Cada acorde é uma sobreposição de várias
notas,por isso que os acordes fazem parte da harmonia.
Obs: Vale a pena destacar que a melodia não necessariamente é composta por uma
única voz; é possível também que ela tenha duas ou mais vozes, apesar de ser
menos frequente essa situação. Para diferenciar melodia de harmonia nesse caso,
podemos fazer uma comparação com um navio no oceano. O navio representa a
harmonia e as pessoas dentro do navio representam a melodia. Tanto o navio
quanto as pessoas estão se mexendo, e as pessoas se movem dentro do navio
enquanto ele trafega pelo oceano. Repare que o navio serve de base, suporte, para
as pessoas. Elas têm liberdade para se movimentar apenas dentro do navio. Se
uma pessoa pular para fora do navio, será desastroso. Com melodia e harmonia, é
a mesma coisa.
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● Ritmo
Notas no Teclado
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Símbolos Musicais
Além das notas, existem ainda símbolos musicais muito importantes. Chamados de
claves, existem três tipos:
Clave de sol
Clave de dó
Clave de fá
Escrita Musical
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Características Sonoras
● Altura
● Intensidade
● Duração
● Timbre
O Timbre é uma característica musical que nos permite classificar a fonte/ de onde
vem uma nota musical. Basta ouvir a mesma nota musical em instrumentos
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diferentes, como o violino e o piano, e o resultado será a percepção de timbres
diferentes.
● Escala
A escala musical é a frequência ordenada do som, isto é, o conjunto das sete notas
musicais, com a repetição da primeira. (Do-Re-Mi-Fá-Sol-Lá-Si-Do). Além disso, a
escala musical pode ser ascendente e descendente dependendo da frequência
vibratória dos sons.
A música brasileira tem como sua maior influência a música africana, trazida pelos
escravos, com seus ritmos frenéticos e instrumentos rudimentares. Mas esta não foi
a única influência que desembarcou nos portos brasileiros na época da colonização.
Os colonizadores europeus trouxeram o erudito, a dança de salão, os saraus e a
música religiosa, totalmente contrastante com os cantos geralmente uníssonos e
responsórios dos índios. Enquanto, na opinião de alguns historiadores, a
mestiçagem dos povos foi uma desgraça para o Brasil, ela foi elementar para a
formação cultural do país, e só teve seu início oficial após a abolição da escravatura
em 1888. A mistura dessas culturas diversas se tornou responsável pelo que
conhecemos como música brasileira hoje.
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O Choro nascera mais precisamente como uma forma musical (utilizava-se
frequentemente a forma de Rondó) do que como um gênero de fato. O virtuosismo e
o reconhecimento dos músicos eruditos na época eram notáveis, tanto que os
músicos brasileiros também queriam executar tais obras, mas da sua maneira. O
jeitinho brasileiro de se fazer música foi criando forma, a versatilidade, a
improvisação e a habilidade dos músicos se tornaram características do "choro".
Reuniam-se músicos próximos, geralmente violonistas, flautistas e cavaquistas, e
atuavam como "orquestras portáteis", se apresentando em estabelecimentos
comerciais. Um nome importante do início do Choro, responsável pela formação de
vários conjuntos de músicos, foi o do flautista Joaquim Antônio da Silva Calado, ou
simplesmente, Calado.
O entrudo, como era originalmente chamado o carnaval de rua, foi trazido pelos
europeus para o Brasil no final do século XVIII. Enquanto as classes média e alta
faziam sua folia dentro de salões, com passeios e bailes de máscaras que imitavam
os grandes bailes de Paris, a classe baixa organizava "cordões carnavalescos" nas
ruas, fazendo marchas pelas ruas e criando, consequentemente, o samba. Diferente
do samba que conhecemos hoje, o samba das marchinhas de carnaval era
chamado de "marcha rancho" e inicialmente era tocado com instrumentos de sopro.
Ainda com a abolição da escravatura, muitos negros saíram da Bahia para viver no
Rio de Janeiro. Esse movimento foi fundamental para a criação do samba por volta
dos anos 1910, e teve como figura importante o músico, compositor e violonista
Ernesto Joaquim Maria dos Santos, o Donga, que gravou o primeiro samba: Pelo
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Telefone. O samba chegou ao seu auge com a época de ouro do rádio brasileiro, na
década de 30.
Com o crescimento da rádio e da gravação elétrica no final dos anos 20, ser músico
se tornou oficialmente uma profissão. As grandes rádios possuíam orquestras que
tocavam ao vivo durante os programas, que eram apresentados em teatros e vistos
por plateias. Havia concursos que elegiam as melhores e mais charmosas cantoras
e acabaram criando verdadeiros deuses e deusas da música brasileira. Como
primeiro meio de comunicação midiático do país, o rádio tornou- se uma fonte
universal de informações e entretenimento. Nomes como Carmem Miranda, Ary
Barroso e Pixinguinha surgiram.
Carmem Miranda
Logo a televisão chegou ao país, enquanto ia tomando o lugar do rádio nas casas
das classes sociais mais altas, na década de 50 um novo movimento nascia no Rio
de Janeiro. O pontapé inicial da Bossa Nova foi dado por Elizeth Cardoso, ao gravar
o LP intitulado "Canção do Amor Demais". Logo artistas como João Gilberto,
Vinicius de Moraes e Tom Jobim surgiram, inovando a música brasileira. Eram
músicas inovadoras, pois suas composições tratavam sobre assuntos com caráter
apreciativo, exaltação da beleza, criadas a partir de associações entre palavras
esteticamente semelhantes, e sua elaboração harmônica era muito desenvolvida,
abusando de escalas e sonoridades não usadas nos outros estilos brasileiros
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artistas que foi profundamente beneficiado com esse show, vendeu muitas de suas
músicas para fazer versões em inglês e acabou vivendo nos Estados Unidos por
bastante tempo.
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Durante os anos oitenta nascia dentro do rock brasileiro o movimento BRock,
com o surgimento de artistas como Blitz, Paralamas do Sucesso, Titãs, Ultraje a
Rigor e Legião Urbana. No final da década de 1980, gêneros populares ou regionais
como o sertanejo, o pagode e o axé music passaram a ocupar espaço considerável
nas emissoras de rádio FM e canais de TV.
A música não parou desde então. Grandes nomes desses estilos citados
passavam de um movimento para o outro, enquanto construíam suas carreiras.
Muitos estão vivos e ativos artisticamente até hoje. Roberto Carlos se tornou “o rei
do pop”, Paralamas do Sucesso, Titãs, Caetano Veloso, Gilberto Gil, entre tantos
outros, continuam na mídia com trabalhos recentes.
Música e cotidiano
A música é tão importante na vida humana que tem gente que não consegue viver
sem ela, desde a hora de acordar até ir dormir é preciso escutá-la. Ao acordar para
ter mais energia e começar bem o dia, e ao dormir para relaxar e descansar,
terminando o dia também ‘numa nota alta’. Ou seja, a música se torna um hábito
diário o qual traz bem-estar e também qualidade de vida.
Dessa maneira, pode se dizer que a música tem um poder curativo, tanto que existe
a musicoterapia na qual alguns transtornos da mente são aliviados através de vários
trabalhos ligados às notas musicais. Este tipo de terapia através da música pode ser
aplicada para a promoção de saúde mental, sendo um processo que deve ser
efetuado por um profissional extremamente qualificado, que saberá como utilizar os
diferentes estilos musicais de forma a desenvolver o bem-estar e a qualidade de
vida do seu paciente.
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mesmo, o que explica porque ela tem tanto poder em pessoas das mais diferentes
partes do mundo.
Veja abaixo, o que cada tipo de música tem de efeito sobre o seu cérebro e quais
sensações e sentimentos podem trazer quando escutadas:
Música tribal
A música tribal está intimamente conectada com a energia vital, na qual os sons
produzidos se misturam com os sons da natureza de forma a nos conectar com a
energia vital, com a autopercepção e o reconhecimento do eu. Esse tipo de música
pode gerar o frisson, uma série de sensações corporais provocadas pelos ritmos de
uma música, como os arrepios, chamados também de orgasmos da pele, por
exemplo.
Música clássica
A música clássica está relacionada com acalmar a mente, sendo até mesmo uma
forma de meditação, criando mais conexões cerebrais e aumentando as habilidades
cognitivas como um todo. Para ficar mais calmo e mais focado, é importante escutar
música clássica.
O rock tem uma batida mais marcada e pode ser mais ou menos pesada, podendo
liberar sentimentos ruins, sendo uma forma de terapia para administrar o estresse,
por exemplo. As músicas neste estilo conectam com os sentimentos de dores,
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perdas, culpas e arrependimentos, sendo extremamente terapêuticos para quem
quer liberar essas mágoas internas.
As trilhas sonoras de filmes de terror são criadas justamente para isso, para dar a
sensação de medo e transportar o telespectador para dentro do filme. Alguns tons
musicais conectam imediatamente com a sensação de medo, sendo altamente
poderosos para criar uma atmosfera ainda mais aterrorizante.
As pessoas que adoram atividades físicas são geralmente vistas com os seus fones
de ouvidos, escutando as batidas de músicas animadas e energéticas, fazendo o
mesmo pelo cérebro, deixando-o cheio de motivação para levar o movimento físico
a outro nível.
Além dessas músicas, há muitos outros estilos, os quais trazem muitas outras
emoções. O mais importante é encontrar o estilo de música que traz mais bem-estar
e qualidade de vida a você. Escutar música pode ser uma terapia, e também uma
forma de autoconhecimento e de autodesenvolvimento. Músicas alegres ou tristes
podem ajudar a acalmar a alma e enfrentar as dificuldades da vida no dia a dia, do
abrir ao fechar dos olhos.
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MÓDULO 04
Material complementar:
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O que é Dança?
Antes mesmo de o homem falar, ele dançou. Dançou para se manifestar, para se
comunicar e para se expressar. Dançou para a beleza física, para a guerra, para a
educação, para a fertilidade da terra e da sua própria espécie. Dançou em
falecimentos, casamentos, nascimentos e dançou para os deuses para pedir sol ou
chuva. O homem sempre dançou e como mostra Baiak (2007, p. 20), “O homem
primitivo dançava porque não sabia falar, hoje os homens falam, mas continuam
dançando, não como antes, mas dançam, mesmo depois de anos de evolução e
transformação”. A história da dança poderia ser tão longa quanto a história da
humanidade. Não é possível dizer quando a dança tornou-se parte da cultura
humana. A dança tem sido, certamente, uma parte importante de cerimônias, rituais,
celebrações e entretenimento desde antes do nascimento das primeiras civilizações
humanas. Nanni (2003, p. 01) corrobora com este pensamento quando diz que: “A
Dança - em sua essência - como manifestação primitiva, era um mergulho no
mundo mágico, onde os movimentos espontâneos surgiram da imaginação,
liberação em forma de súplica e agradecimento aos deuses. [...] mítica, lúdica e
religiosa” - e ainda acrescenta que “A evolução e progresso da Dança através da
história não é aleatória. Obedecem a padrões ou nascem da necessidade latente do
homem de expressar seus sentimentos e emoções, desejos e interesses, sonhos ou
realidade através [...] de Dança”.
Dessa forma, pode-se compreender que a dança sempre existiu através dos tempos
e em todas as épocas da história, ela teve sua relevância, seja através da
representação de manifestações de seus povos, para aplacar seus deuses e
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espíritos, seja para expressar emoções, sentimentos e comunicar se com os seus e
traduzir suas características culturais. A dança é a manifestação natural do ser
humano e segundo Sá Earp “Dança é a expressão da harmonia universal em
movimento” e tendo Baiak que concorda e acrescenta, quando ela diz que “A dança
é uma linguagem universal, através da qual o corpo se expressa, e os humanos se
entendem. Assim como todas as artes, a dança tem um papel importante na
sociedade, a de unir homens, natureza e de ser muito maior do que nós” (BAIAK,
2007). Para denominar os tipos de dança que conhecemos hoje, Bland (1976) , “[...]
denomina-as de as três faces da dança”, sendo elas: “ Natural - simples prazer do
movimento físico; Social - elemento une no grupo e Estética - fusão perfeita do
abstrato com o humano, da mente com a emoção, da disciplina com a
espontaneidade”. Os homens primitivos já dançavam. Nos grandes Impérios, os
homens dançavam nos funerais, as mulheres dançavam elementos de acrobacias,
dançavam do nascimento à morte, nas festas, no treinamento militar, na educação
das crianças e para os gregos era importante dominar a arte de dançar tendo até a
Musa da Dança Terpsícore, filha de Zeus. Em Creta “Os deuses ensinaram a dança
aos mortais para que os honrassem e os alegrassem” e para os gregos, o sentido
da dança era: “De essência religiosa, Dom dos imortais e Meio de comunicação com
os deuses” (VOLP; GASPARI, 2010, p. 54-55). Roma muda a essência da dança,
pois eles não tinham essa tradição e sofrem influências de outros povos como dos
etruscos e gregos, mas quando Roma foi destruída, a dança já havia morrido. Na
Idade das Trevas ou Idade Média a doutrina cristã foi o refúgio dos que procuravam
bênçãos e paz espiritual, para limparem o corpo e a alma, onde a mesma era contra
a dança, mesmo que fosse a dança religiosa e mesmo que numa determinada
época fosse renegada num outro momento, Santo Agostinho (354-430 d.C.)
também entendeu que a dança era benéfica e primordial na terra e no céu, e
declarou enaltecendo-a: “Ó homem, aprende a Dançar! Caso contrário, os anjos não
saberão o que fazer contigo”. (BAIAK, 2007, p.20) Apesar da doutrina cristã se
impor e proibir a dança em todas as regiões e em todas as situações observa-se
que: “[...] a dança sobrevive nos vilarejos, nos festivais populares. Os ritos de
fertilidade e as danças curativas garantiam a sobrevivência dos povos que as
praticavam, por isso, mesmo que escondidas, elas continuavam sendo realizadas
nos vilarejos até o século 16”. (VOLP; GASPARI, 2010, p.58). Apesar de tudo, a
dança começou a entrar nos castelos medievais como forma de entretenimento e
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cem anos depois, são dados os primeiros passos para a dança da corte e assim
iniciar o Ballet Clássico. No começo da Renascença, as doenças arrasavam as
aldeias, as danças eram intercaladas com as entradas de pratos nos recintos dos
castelos; a aparência física não era tão importante e sim as boas maneiras. No
apogeu da Renascença, pode-se destacar que: Quando a censura religiosa se
atenua um pouco, a concepção de dança/espetáculo vai mudando, as
características dramáticas começam a aparecer e há um retorno aos mitos. Os
espectadores são passivos, e artistas e dançarinos passam a representar heróis e
heroínas dos mitos. Essas alterações vão evoluindo para o que se denominou
Dança da corte. (VOLP; GASPARI, 2010, p. 58). Acredita-se que, o que se conhece
hoje de dança deve muito ao casamento de Catherine de Médicis, italiana, com
Henrique II da França, o que torna vital para a dança, pois ela traz toda sua
vivacidade, alegria, paixão e interesse por artes, para uma França que está em
ascensão. A partir daí grandes Academias de danças foram fundadas, grandes
nomes da dança foram apresentados ao mundo, grandes bailarinos, incontáveis
coreógrafos, os grandes ballets de repertórios, as músicas com seus compositores
famosos, as grandes bailarinas que dançaram papéis que as imortalizaram, as
grandes evoluções de passos, calçados e figurinos de ballets, os criadores de
técnicas e seus defensores, as experiências e as loucuras dos personagens da
dança, fazem e fizeram o que hoje conhecemos por dança e por conta de toda esta
história, a dança sempre estará em constante evolução e transformação.
CORPOS EM MOVIMENTO
De acordo com Laban (1978) “[...] corpo é nosso instrumento de expressão por via
do movimento. O corpo age como uma orquestra, na qual cada seção está
relacionada com qualquer uma das outras e é uma parte do todo”. Ossona (1988, p.
29) aponta que: A necessidade de comunicação é inata no homem. Essa
necessidade orientou seu próprio instinto para os meios mais apropriados com que
se expressar, ser compreendido e entender as manifestações de outros indivíduos.
Sem dúvida, na primeira tentativa de comunicação, o homem se utilizou do
movimento como veículo [...]. Constata-se que tudo à nossa volta está em constante
movimento, o ar, a terra, a água, os seres vivos e os corpos para se comunicar, para
pensar, se repetir, transformar, para se expressar, para contar sua história através
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das épocas, para dançar, e segundo Laban (apud NANNI, 2002, p. 17): As
qualidades dos movimentos introduzem a ideia de pensar por movimento. Isto
faculta ao homem modificar sua conduta de esforço tornando-os mais humanos e
refinar seus hábitos de movimentos ao desenvolvimento de modalidades diferentes
de configurações de esforços selecionados e aprimorados durante os períodos da
história até finalmente se tornarem expressivos; a partir daí se transformam em
atividades rítmicas orientadas pelos impulsos interiores se constituindo em Dança.
Constata Ossona (1988, p. 25), que: “Todo movimento, desde mecânico até o
simbólico, contém sempre uma carga expressiva”. Em Brikman (1989, p. 15-16)
observa-se que “[...] através do movimento no contexto do tempo e do espaço, a
pessoa pode adquirir consciência do que acontece com seu próprio corpo”, e ainda
“O movimento constitui uma unidade orgânica de elementos materiais e espirituais
que se integram numa totalidade”. “O corpo fala sem palavras. Pela linguagem do
corpo, você diz muitas coisas aos outros. E eles têm muitas coisas a dizer a você.
Nosso corpo é antes de tudo um centro de informações para nós mesmos. É uma
linguagem que não mente” (WEIL; TOMPAKOW, 2001, p. 02). Rengel (2004, p. 05),
ao se referir ao corpo no contexto histórico, diz o seguinte: Historicamente, o corpo
(e este é o corpo que se manifesta! Que se comunica com e no mundo! O corpo que
dança!) sempre foi muito escondido e reprimido (como sabemos disto!). Não nos
deixemos mais ser contaminados por esta ideia de corpo ser ”coisa” e mente, algo
“superior”. Corpo tem vários aspectos, mas tudo (emoção, reflexão, pensamento,
percepção, etc.) é corpo. Nos nossos melhores e piores momentos o corpo está, o
corpo é. Sem o corpo não conhecemos, não sentimos e não pensamos.
A dança é uma das linguagens artísticas mais antigas até pela sua pouca
exigência quanto a aparatos tecnológicos e mesmo formação acadêmica para ser
realizada ainda que em um nível muitas vezes rudimentar. Entretanto, desde as
formas de dança mais eruditas como o Balé Clássico até as danças populares como
o Frevo e a Quadrilha, em todas há elementos que as constroem como
manifestações artísticas e corporais. Segundo a pesquisadora Judith Lynne Hanna,
os elementos da linguagem da dança, que combinados permitiriam a compreensão
da dança de acordo com o estilo, a escola ou mesmo a função, são:
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• Espaço: direção, nível, amplitude, foco, ordem e forma.
• Forma: relação estabelecida entre quem dança com o outro, com o espaço e com
objetos.
Quanto à razão
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- dança terapêutica (ex.: auxílio no tratamento de doentes psiquiátricos, etc.)
Em resumo, para que a dança aconteça é preciso que existam três elementos
formais:
1º) O movimento corporal – É o corpo que se movimenta, não existe dança sem um
corpo em movimento. Pode-se perceber nos movimentos expressivos do corpo, a
necessidade natural que o ser humano tem de expor seus sentimentos e
pensamentos, de forma organizada ou não. Podemos expressar sentimentos sem
dizer nenhuma palavra, usando apenas movimentos. Na dança, na ginástica, nas
lutas marciais, enfim, de diversas maneiras, usamos o nosso corpo para manifestar,
expandir nossas emoções.
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MÓDULO 05
Texto Teatral:
Espetáculo teatral:
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O que é teatro?
Teatro é uma palavra que se origina do grego theatron, uma derivação de theomai
que do grego pode ser traduzida como ver e de thea que do grego pode ser
traduzida como vista. Theatron é então: “ o lugar que se frequenta para ver algo”,
uma definição muito ligada à atual definição de teatro.
Antigas danças e rituais de povos caçadores e coletores foram pouco a pouco com
o desenvolvimento da civilização dando origem ao que chamamos teatro. Contudo,
o grande divisor de águas em relação à história e origem do teatro que conhecemos
hoje remonta ao século IV a.C. na Grécia, quando as primeiras peças começaram a
ser encenadas nas festividades ao deus Dionísio, o deus do vinho e da alegria.
Hoje em dia, podemos entender teatro tanto como a ação de apresentar uma peça
ou uma cena, como o conjunto de obras dramatúrgicas ou mesmo o edifício onde
são encenadas as peças através da atuação dos atores.
Teatro é, portanto, uma atividade artística que engloba uma série de elementos que
podem ser entendidos como um grande conjunto ou podem ser definidos
separadamente e ainda assim serem definidos como teatro.
Elementos do teatro
Para que um espetáculo teatral aconteça, são necessários três elementos básicos:
Ator: aquele que interpreta, representa uma história, uma ação, com base em um
texto, é ele que dá vida à personagem por meio de sua voz e de seu corpo, que são
suas ferramentas de trabalho e precisam ser sempre aprimoradas com treinamento
contínuo. Antigamente somente homens atuavam no teatro, foi só a partir do século
XVII que as mulheres passaram a aparecer em cena.
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Personagem: cada uma das figuras humanas apresentadas em uma obra de ficção
(peça teatral, romance, conto, filme etc.) ela pode ser: protagonista, que é a
principal; antagonista, que é o adversário, o vilão, que fará oposição ao
protagonista; e o coadjuvante, que é a personagem secundária.
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Teatro de máscaras, os gregos utilizavam máscaras para representar deuses e
heróis. Muitas culturas utilizam-nas em suas apresentações. É o caso do teatro
japonês nô, cujas expressões são conhecidas.
Mímica, é uma das formas de comunicação humana, normalmente conhecida como
a arte de expressar os pensamentos e/ou os sentimentos por meio de gestos, é
dentro das artes cênicas, o estudo da ação física do homem em seu meio. Assim , é
uma classe de sematologia.
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● Cenário: o cenário corresponde ao conjunto de elementos que transformam
o espaço que acontecerá a representação, por exemplo, a cozinha de uma
casa, a rua, a igreja. As pessoas especialistas em cenografia, são os
cenógrafos.
Espaços de Teatro
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Semi-arena: Plateia se organiza em forma de semicírculo, também em
arquibancada. A arena se mantém circular.
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Rua: O grupo se apresenta em local demarcado por ele próprio, e a plateia se
posiciona ao seu redor. Utiliza de cenários e adereços de fácil locomoção por conta
da localização incerta.
Referencia: https://artecinica.wordpress.com/tag/tipos-de-palco/
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Material Complementar:
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