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SUMÁRIO

Módulo 01 - ARTE E CULTURA


O que é cultura? 3
● Cultura de Massa
● Cultura erudita 4
● Cultura Popular 4
Elementos da Cultura 5
Material 5
Imaterial 5
O que é arte? 6
Onde arte e cultura se encontram? 7

Módulo 02- Artes Visuais


História da Arte (Características de cada momento/movimento) 9

Módulo 03-MÚSICA
● Melodia 28
● Harmonia 28
● Ritmo 28
Símbolos Musicais 29
Características Sonoras 29
● Altura 31
● Duração 31
● Timbre 31
● Escala 31

História da Música Brasileira- Breve Resumo 32

Música e cotidiano 36

Módulo 04 - DANÇA

O que é dança ? 40

Dança como linguagem 43

Módulo 05- TEATRO


O que é teatro 47
Formas de espetáculos teatrais 48
Elementos da Linguagem Teatral 49

Espaços de Teatro 50

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MÓDULO 01

01- O que é Cultura e o que ela representa?


02- Qual a diferença entre cultura de massa e cultura erudita? Você já teve contato
com alguma delas?Qual e como foi?
03- O que são elementos culturais Materiais? Dê exemplos
04- O que são elementos culturais Imateriais? Dê exemplos
05- Quais são as cinco características citadas no texto de cultura?
06- O que é Arte? E pra você, esse conceito faz sentido? Explique
07- Arte e Cultura são a mesma coisa? Explique
08- Já sabemos o conceito de cultura,a partir disso e da relação dela com a arte
descreva o que existe no seu dia a dia que é considerado arte e cultura ao mesmo
tempo?

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ARTE E CULTURA

O que é Cultura?

Cultura é um conceito amplo que representa o conjunto de tradições, crenças e


costumes de determinado grupo social. Ela é repassada através da comunicação ou
imitação às gerações seguintes.

Dessa forma, a cultura representa o patrimônio social de um grupo sendo a soma de


padrões dos comportamentos humanos e que envolve: conhecimentos,
experiências, atitudes, valores, crenças, religião, língua, hierarquia, relações
espaciais, noção de tempo, conceitos de universo.

A cultura também pode ser definida como o comportamento por meio da


aprendizagem social. Essa dinâmica faz dela uma poderosa ferramenta para a
sobrevivência humana e tornou-se o foco central da antropologia desde os estudos
do britânico Edward Tylor (1832-1917). Segundo ele:

"A cultura é todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a
moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo
homem como membro da sociedade".

A cultura na sociologia representa o conjunto de saberes e tradições de um povo.


Estes são produzidos pela interação social entre os indivíduos de uma comunidade
ou sociedade.

A partir das necessidades humanas vão sendo moldados e criados padrões e


comportamentos que geram uma determinada estrutura e organização social.

Vale lembrar que nenhuma cultura deve ser considerada superior à outra. O que
existe são diferenças culturais entre os diversos grupos.

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Tipos de ‘Cultura’

➔ Cultura de Massa

A cultura de massa é o conjunto de ideias e de valores que se desenvolve tendo


como ponto de partida a mesma mídia, notícia, música ou arte. Ela é transmitida
sem considerar as especificidades locais ou regionais.

A cultura de massa é usada para promover o consumismo entre os indivíduos,


sendo um comportamento típico do capitalismo, que foi expandido de maneira
drástica a partir dos séculos XIX e XX.

Está intimamente ligada ao advento da modernidade. No século XIX, esse termo foi
utilizado para fazer antagonismo entre a educação recebida pelas massas à
educação recebida pelas elites (cultura erudita).

A expressão “cultura de massas” passou a designar também o consumo de alguns


bens e serviços da sociedade industrializada.Esse termo faz referência aos grandes
conglomerados midiáticos globais detentores dos meios de comunicação de massa.
Eles são utilizados na padronização de produtos, notícias, serviços, etc.

Em suma, a cultura de massas é um produto padronizado e pré-definido para o


consumo imediato. Muitas vezes, é considerado algo trivial, tal qual ouvir uma
música ou assistir um programa de televisão.

➔ Cultura Erudita

Diferente da cultura de massa, a cultura erudita é resultado do conhecimento


adquirido por meio da pesquisa e do estudo nos mais diferentes campos.

Não é ofertado massivamente, está disponível a poucos e representa uma forma de


diferenciação social permitida pelo acesso ao conhecimento. Como exemplos,
temos: exposições artísticas, apresentações teatrais e concertos.

A cultura erudita está à disposição da elite social. É observada nas artes plásticas,
na música e na literatura.O acesso à cultura erudita é facilitado para a aristocracia
sob o argumento de ser produto de intensa investigação. A aplicação acadêmica
também é usada como elemento de defesa do acesso restrito.

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➔ Cultura Popular

A cultura popular representa um conjunto de saberes determinados pela interação


dos indivíduos. Ela reúne elementos e tradições culturais que estão associados à
linguagem popular e oral.

Assim, a cultura popular inclui o folclore, o artesanato, as músicas, as danças, as


festas, dentre outros.

O folclore, utilizado como sinônimo da cultura popular, é composto por um conjunto


de lendas e mitos transmitidos entre gerações e representam a herança cultural e
social de um povo.

Elementos da Cultura

Associada aos valores materiais e espirituais, os elementos culturais são:

Material

Associada aos elementos tangíveis, concretos e palpáveis construídos pelos seres


humanos.Como exemplos de cultura material podemos citar as construções e os
objetos: museus, igrejas, obras de arte, vestuário, utensílios, etc.

Imaterial

Relacionado com os elementos intangíveis e espirituais de um grupo, a cultura


imaterial representa os saberes, os modos de fazer e os valores partilhados entre os
membros de uma sociedade.Como exemplos, podemos citar os rituais, as lendas,
as festas, a linguagem, a culinária, etc.

Características da Cultura

● determinada pelo conjunto de saberes, comportamentos e modos de fazer;

● possui um caráter simbólico;

● é adquirida por meio das relações sociais de um grupo;

● é transmitida para gerações posteriores;

● não é estática, sendo influenciada por novos hábitos.

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O que é Arte?

Retomando o que vimos nos Planos de Estudo dos anos anteriores (Se quiser, peça
o material de apoio para o professor), em resumo a arte possui um caráter estético e
está intimamente relacionada com as sensações e emoções dos indivíduos. Como
exemplo, podemos citar a pintura,o teatro, a dança, a música, o cinema, a literatura,
a arquitetura, etc. É possível dizer que ela está relacionada à necessidade de
comunicação humana e, em sua maioria, à expressão de emoções e
questionamentos, tanto existenciais, sociais, ou puramente estéticos.
Vale salientar que a arte tem uma importante função social na medida que expõe
características históricas e culturais de determinada sociedade, tornando-se um
reflexo da essência humana.Ela existe em todas as culturas e sua definição foi e
continua sendo discutida incansavelmente.

A designação do termo Arte vem do latim Ars, que significa habilidade. É definida
como uma atividade que manifesta a estética visual, desenvolvida por artistas que
se baseiam em suas próprias emoções. Geralmente a arte é um reflexo da época e
cultura vivida. A Arte existe desde os primeiros indícios do desenvolvimento do
homem, inicialmente utilizada para suprir necessidades de sobrevivência, como
utensílios de cozinha e inscrições em cavernas. No Século V a. C., era considerada
técnica, do grego tékn, onde esculturas e pinturas eram aprimoramentos técnicos.

A Arte é desenvolvida com o intuito de mostrar o pensamento do artista e expressar


os sentimentos, por meio de correntes de estilo e estéticas diferentes. Estilo e
estética são as suas manifestações. Estilo é a forma da obra e estética é o
fundamento da Arte. Cada qual interpreta os cenários e objetos de uma maneira
única e singular, o que caracteriza o movimento que a nomeia. Dentre os
movimentos artísticos existentes, pode-se destacar: Abstracionismo,Arte Bizantina,
Arte Cristã Primitiva, Arte Egípcia, Arte Gótica, Arte Grega, Arte Romana, Arte
Rupestre,Barroco,Concretismo,Construtivismo,Cubismo,Dadaísmo,Expressionismo,
Fauvismo,Futurismo,Impressionismo,Minimalismo,Modernismo,Naturalismo,
Neoclassicismo, Pop Art, Renascimento, Romantismo, Simbolismo, Surrealismo e
Tropicalismo, etc.

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Como arte e cultura se encontram?

Os termos “Arte” e “Cultura” são frequentemente utilizados como sinônimos um do


outro, como se possuíssem um mesmo significado. Entretanto, isso é um equívoco
que decorre do fato de haver mais de uma concepção para ambos os termos.
Podemos dizer, em princípio, que “Cultura” é algo mais abrangente, pois se refere a
todos os “bens” que o ser humano coloca no mundo, por meio de seu trabalho,
dentre os quais podemos citar: a religião, a ciência, a moda, a culinária e, inclusive,
as máquinas e seus produtos, entre tantos outros exemplos. Ou seja, são bens que
envolvem as dimensões filosófica, artística e científica do fazer e do conhecer. A
“Arte”, por sua vez, representa apenas um “pedaço” da Cultura, embora tenha um
expressivo alcance, por estimular de diferentes formas nossos sentidos e estar
intrinsecamente relacionada a ela, como veremos mais adiante. Nesse sentido,
podemos dizer que a Arte faz parte da Cultura; Ela é uma de suas linguagens, uma
vez que permite a comunicação entre as pessoas e produz diferentes leituras de
mundo, sem necessariamente fazer uso das palavras, já que é uma linguagem
constituída por sinais, signos, códigos e representações associadas a ideias,
sentimentos e materiais com significados. A arte é expressão e conhecimento, para
quem a faz e para quem a vê, pois resulta de nossas experiências, da leitura de um
contexto. Os objetos culturalmente produzidos despertam em nós sentimentos
agradáveis ou não aos nossos sentidos e ao nosso entendimento. A interação com
essas produções estruturam o nosso senso estético, nossa maneira de gostar, de
julgar e de apreciar a cultura e as formas artísticas. Como diria Paulo Leminski: “As
pessoas sem imaginação estão sempre querendo que a arte sirva para alguma
coisa. Servir. Prestar. [...] Dar lucro. Não enxergam que a arte [...] é a única chance
que o homem tem de vivenciar a experiência de um mundo da liberdade, além da
necessidade”.

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MÓDULO 02

(Antes de iniciar o trabalho, leia com atenção o material de apoio e acesse


também o material complementar)
Material complementar A HISTÓRIA DA ARTE

Linha do tempo da História da Arte - Resumo completo

01- Qual a função da história da arte? Para que estudá-la?


02-O que é arte Rupestre?
03- Explique a lei da Frontalidade aplicada na arte egípcia.
04- O que foi o Renascimento? Quais suas principais características?
05- Quais as principais características do Barroco?
06-O que foi o Dadaísmo? Explique
07- Quem foi Marcel Duchamp? Por que ele foi tão importante para a arte?

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História da Arte (Características de cada momento/movimento)

A História da Arte é muito vasta e complexa, pois acompanha todo o


desenvolvimento do ser humano. Sendo assim, ela está dividida em vários períodos,
nos quais se verificam as variadas formas de produção artística de inúmeras
civilizações ao longo da história humana. Alguns historiadores entendem que a
História da Arte, desde a Pré História até os nossos dias, traduz a própria história da
humanidade, isto é, revela o processo de autocompreensão humana. A seguir em
ordem cronológica temos breves definições sobre esses momentos e/ou
movimentos.

Arte Rupestre (20.000 a.C.)

Considerada a expressão
artística mais antiga da
humanidade, foi realizada em
cavernas, grutas ao ar livre.
Para criar figuras foram usados
corantes naturais, foram usados
corantes naturais, fabricados a
partir da terra, e a tonalidade
preta era obtida do carvão
vegetal. Acredita-se que esses
símbolos têm profunda importância para sociedade pré-histórica, desempenhando
talvez uma função mágica ou até mesmo ritualística.

Arte Mesopotâmica

A arte mesopotâmica representa as diversas manifestações artísticas (pintura,


escultura, arquitetura, artesanato, literatura, etc.) que foram desenvolvidas pela
civilização mesopotâmica durante cerca de 4.000 anos.
Eles habitavam as terras férteis do vale dos rios Tigre e Eufrates, territórios que hoje
pertencem à Turquia e ao Iraque. Os principais povos mesopotâmicos foram: os
sumérios, os acádios, os assírios, os caldeus e os babilônios.

Principais Características
Ainda que seja difícil reunir as diversas características que marcaram a arte
mesopotâmica, visto a infinidade de povos e culturas que se desenvolveram na
região, no geral, a arte mesopotâmica reflete a história, a política, a religião, as
forças da natureza e as diversas conquistas dos povos que habitaram o local até o
século VI a.C., ou seja, até a conquista dos persas.
Os principais materiais utilizados para a produção da arte mesopotâmica eram a
argila, o adobe, a terracota, a cerâmica, o cobre, o bronze, o basalto, o ouro, a

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prata, o estanho, o alabastro, o junco, o marfim e ainda, diversas pedras preciosas.
A arquitetura mesopotâmica foi a mais desenvolvida das artes desse período, sendo
marcada pela grandiosidade das formas. A escultura e a pintura possuíam a mesma
finalidade decorativa, ou seja, elas foram produzidas para decorar os espaços
arquitetônicos.

Arte Egípcia (3.000 a.C.)

Os artistas estavam mais


interessados na arquitetura e
na escultura, por isso muitas
pinturas que ainda
permanecem são decorações
de tumbas – motivo de
conservação. As figuras são
essencialmente simbólicas e
seguem rígidos padrões de
representação, mostradas de
ângulos que as identificam
facilmente em uma escala que se baseia na hierarquia

Características da Pintura Egípcia


Existiam muitas normas a serem seguidas na pintura e no baixo-relevo produzidos
no Antigo Egito:
Ausência de três dimensões;
Ausência de sombra;
Utilização de cores convencionais.
Lei da Frontalidade
A lei da frontalidade é a característica mais marcante na pintura egípcia. Essa regra
determinava que o tronco das pessoas deveria ser representado de frente, enquanto

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a cabeça, pernas e pés eram exibidos de perfil.
Os olhos também são retratados de frente. Essa maneira de representação cria uma
combinação visual lateral e frontal

Arte Grega (Século 9 a.C.)

A arte grega abarca todas as


manifestações artísticas e revela a
história, a estética e mesmo a
filosofia desta civilização.
A arte grega passou pelos
períodos arcaico, clássico e
helenístico, e cada uma dessas
fases históricas influenciou a
elaboração das obras.

Características da Arte Grega


Os gregos se destacaram
especialmente na pintura, na arquitetura e na escultura
. Vejamos algumas características:
Simetria; Perfeição; Obras realizadas a partir de modelos vivos; Uso religioso,
doméstico ou funerário.

As pinturas e esculturas eram concebidas a fim de serem belas e assim perfeita


s, de acordo com os princípios da filosofia grega. Esta, talvez, seja a principal
característica da arte grega, o que a torna singular e cujas influências são visíveis
até os nossos dias.

Arte Romana( Séc. 8 a.c )

Arte romana antiga seguiu os modelos e


elementos artísticos e culturais da
Grécia Antiga e chegou a "copiar"
estátuas clássicas. Imperadores, deuses
e figuras mitológicas foram retratados
nas esculturas romanas.

Outra característica da arte romana era a suntuosidade. Os imperadores buscavam


construir obras grandes e vistosas como uma forma de demonstrar seu poder e
importância política para a sociedade romana.

Pintura romana

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A pintura mural (afrescos) recorreu ao efeito da tridimensionalidade. Os afrescos da
cidade de Pompéia (soterrada pelo vulcão Vesúvio em I a.C.) são representativos
deste período. Cenas do cotidiano, figuras mitológicas e religiosas e conquistas
militares foram temas das pinturas romanas.

Os gêneros artísticos mais comuns na pintura romana eram: paisagens, retratos,


arquiteturas, pinturas populares e pinturas triunfais. Os pintores romanos usavam,
como principais materiais de trabalho, tintas produzidas a partir de materiais da
natureza como, por exemplo, metais em pó, vidros pulverizados, substâncias
extraídas de moluscos, pó de madeira e seivas de árvores.

Arte Gótica (Século 13)

A arte gótica ficou conhecida


como a arte das catedrais. Um dos
pontos mais marcantes desse
período, foi a arquitetura dessas
igrejas, responsáveis por
protagonizarem o estilo como um
todo.

Algumas dessas principais características são:

● Desmaterialização das paredes;


● Espaços iluminados, com muitos vãos e janelas, com destaque para a
iluminação mística dos vitrais coloridos;
● Prédios construídos verticalmente;
● Janelas em formato circular;
● Arcos ogivais;
● Abóbadas com nervuras;
● Entrada com 3 portais, o que era incomum para as construções da época.

Renascimento ( Séc. 14)

Foi com o declínio do sistema feudal e de diversas


caraterísticas associadas ao período medieval, que
surgiu a Renascença, um período de efervescência

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cultural, artística e científica que se espalhou pela Europa.

A partir do avanço científico, social e cultural que surge o movimento do

renascimento, o qual foi marcado sobretudo pelo caráter humanista.

Assim, o teocentrismo medieval dá lugar ao antropocentrismo renascentista, com a

chegada da Idade Moderna. A grande contribuição da arte renascentista foi a

descoberta da perspectiva e da profundidade. Assim, do plano reto e bidimensional

da arte medieval, a arte da renascença promoveu um outro olhar.

Outros aspectos, não menos importantes, explorados pelos artistas do

renascimento, foram o equilíbrio das formas e a busca da harmonia, fundamentadas

na arte clássica. Vale lembrar que o renascimento artístico incluiu a evolução da

pintura, escultura, arquitetura e literatura, valorizando aspectos humanos e da

natureza.

Barroco ( Séc 16)

Algumas característica marcantes :

● Predomínio de temas religiosos;

● Riqueza nos detalhes e formas;

● Expressões dramáticas das personagens


retratadas;

● Preferência pelas curvas e contornos em detrimento das figuras


geométricas;

● Importância da iluminação e o jogo de luzes e sombras;

● Uso de contrastes a fim de evidenciar a proximidade do divino com o


humano.

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No Brasil: Aqui, esse estilo está fortemente relacionado ao catolicismo.
Existem muitas igrejas barrocas, entretanto, também é possível encontrar
outros projetos arquitetônicos com tais características, por exemplo, câmaras
municipais, penitenciárias e residências de pessoas ilustres.

O maior ícone da arte barroca no Brasil foi o escultor Antônio Francisco Lisboa, o

Aleijadinho (1730-1814). Sua produção varia de trabalhos em madeira entalhada,

pedra-sabão, altares e igrejas e tem como características o uso das cores e a

maneira simples e dinâmica de retratar as cenas.

Rococó ( Séc. 17)

Rococó é um substantivo masculino de


origem francesa (rocaille, que significa
“concha”) e faz alusão a um estilo artístico
tipicamente decorativo.

Ele prosperou na Europa (especialmente no

sul da Alemanha e na Áustria) do início ao

fim do século XVIII, marcando a passagem

do Barroco para o Arcadismo.

Caracterizado pelo uso de conchas, laços e flores em seus adornos, o estilo rococó

predominou na esfera da arquitetura, escultura e pintura. Elas deveriam se

complementar harmonicamente, muitas vezes pela união de artistas especializados

em afazeres distintos.

O Rococó pode ser considerado como uma reação da aristocracia e burguesia

francesa contra a suntuosidade do barroco tradicional.

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Neoclassicismo (Século 18)

Período caracterizado por pinturas de forte realismo, em que o traço linear assume
maior importância que a aplicação da cor. As figuras assumiram uma postura rígida,
na qual a luz artificial direcionada ajudou na criação de imagens sólidas e
monumentais.

Características do Neoclassicismo

● Valorização do passado histórico

● Influência da arte clássica (greco-romana)

● Baseado nos ideais iluministas

● Oposição ao Barroco e ao Rococó

● Temas mitológicos e cotidianos

● Racionalismo, academicismo e idealismo

● Harmonia e beleza estética

● Simplicidade e equilíbrio das formas

● Uso da Proporção e da clareza

● Imitação da natureza

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Romantismo ( Séc. 18)

Este não foi um estilo unificado


em termos de técnica ou
temática, pois o principal
objetivo deste movimento foram
às idéias individuais de cada
pintor, que favoreceram o
nascimento de liberdade de
escolha, de um senso de
integridade e independência, e
de um espírito avesso às
convenções estilísticas de
sistemas de valores genéricos e
impessoais.

Características:

● Sentimentalismo: supervalorização das emoções pessoais, com destaque


para a melancolia.

● Subjetivismo: oposto ao objetivismo, há valorização das sensações do ser


humano e da liberdade de pensamento.

● Egocentrismo: foco no indivíduo, que passa a ser o centro das atenções.

● Escapismo: desejo de evasão para escapar da realidade como ela se


apresenta, criando um mundo idealizado.

● Idealizações: idealização da sociedade, do amor e da mulher, buscando uma


realidade diferente.

● Oposição ao modelo clássico: valorização da arte popular e folclórica, oposta


à arte erudita da antiguidade clássica.

● Nacionalismo: forte exaltação da natureza e da pátria, com temas


relacionados com a grandiosidade da natureza e o sentimento de pertença.

● Retorno ao passado: a Idade Média passa a ser a referência para os


artistas, que apreciavam as tradições e a fé humana.

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Realismo (Século 19)

Datado em 1850, foi utilizado para


designar formas de representação
objetiva da realidade. Como doutrina
estética, o realismo surgiu na França. O
enfrentamento direto e imediato da
realidade, com o auxílio das técnicas
pictóricas, descartou o ilusionismo por
parte dos artistas.

Características da Arte Realista

● objetividade;

● rejeição a temas metafísicos (como mitologia e religiosidade);

● representação da realidade "crua": as coisas como elas são;

● realidade imediata e não imaginada;

● politização;

● caráter de denúncia das desigualdades.

Impressionismo (Século 19)

Corrente pictórica inaugural da arte


moderna iniciada em 1860,
caracterizada pelo registro da
experiência contemporânea:
observação da natureza com base em
impressões pessoais e sensações
visuais, suspensão dos contornos dos
claro–escuros pinceladas
fragmentadas; aproveitamento da
luminosidade e uso de cores
complementares, favorecidos pela
pintura ao ar livre.

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Características

● registro das tonalidades das cores que a luz do sol produz em determinados
momentos;

● figuras sem contornos nítidos;

● sombras luminosas e coloridas;

● misturas das tintas diretamente na tela, com pequenas pinceladas.

Fauvismo (Século 20)

Os artistas deste movimento


não se preocupavam com os
aspectos da composição na
pintura, mas sim com as
qualidades expressivas que a
interpretação pessoal poderia
causar.

Dentre as características mais

marcantes do movimento

fauvista, destacam-se:

● utilização de cores puras;

● emprego arbitrário da cor;

● simplificação das formas;

● não compromisso com a representação fiel à realidade;

● influência da arte primitivista;

● influência da arte pós-impressionista.

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Expressionismo (Século 20)

Esse movimento artístico está entre os


primeiros representantes das vanguardas
históricas e talvez, o primeiro a focar em
aspectos subjetivos, valorizando a
expressão emocional do ser humano.

importantes características desse


movimento:

● contraste e intensidade cromática;

● valorização do universo psicológico,


sobretudo de sentimentos densos, como a
angústia e solidão;

● dinamismo e vigor;

● técnica abrupta e "violenta" na pintura, com grossas camadas de tinta;

● valorização de temas sombrios, trágicos.

Cubismo (Século 20)

No cubismo teremos um tratamento

geométrico das formas da natureza.

Assim, elas passam a ser

representadas pelos objetos em

todos os seus ângulos no mesmo

plano, constituindo uma figura em

três dimensões.

Predominam as linhas retas,

modeladas basicamente por cubos e

cilindros, dada a geometrização das formas e volumes.

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Essa técnica que renuncia à perspectiva, assim como ao "claro-escuro", causa uma

sensação de pintura escultórica.

No plano conceitual, o cubismo pode ser considerado como uma arte que privilegia

o exercício mental como maneira de expressão das ideias.

Ao romper com a perspectiva consagrada das linhas de contorno, a natureza passa

a ser retratada simplificadamente.

Futurismo (Século 20)

O Futurismo representou um
movimento literário e artístico que
tinha como principal característica a
valorização da tecnologia e
velocidade. Principais características
do movimento futurista:

● valorização da velocidade e
dinamismo;

● exaltação à tecnologia;

● ligação ideológica com o


fascismo;

● ruptura com o passado;

● utilização da publicidade e tipografias;

● tendência a justificar a violência através do militarismo.

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Dadaísmo (Século 20)

O Dadaísmo, ou simplesmente

“Dadá”, foi um movimento artístico

pertencente às vanguardas

européias do século XX, cujo lema

era: "a destruição também é criação".

Foi considerado o movimento propulsor das ideias surrealistas e tinha um caráter

ilógico, anti-racionalista e de protesto.

Isso porque, através da ironia, buscava questionar a arte e, sobretudo, seu contexto

histórico, com a ocorrência da Primeira Guerra Mundial.

Características do Dadaísmo

Podemos destacar algumas características do movimento dadaísta, a saber:

● Rompimento com os modelos tradicionais e clássicos;

● Espírito vanguardista e de protesto;

● Espontaneidade, improvisação e irreverência artística;

● Anarquismo e niilismo;

● Busca do caos e desordem;

● Teor ilógico e irracional;

● Caráter irônico, radical, destrutivo, agressivo e pessimista;

● Aversão à guerra e aos valores burgueses;

● Rejeição ao nacionalismo e ao materialismo;

● Crítica ao consumismo e ao capitalismo.

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Abstracionismo ( Séc. 20)

O Abstracionismo, ou arte abstrata, é um

estilo artístico moderno das artes visuais que

prioriza as formas abstratas em detrimento

das figuras que representam algo da nossa

própria realidade.

Dessa forma, podemos dizer que esse tipo de

arte é uma obra “não representacional”, ao contrário da arte figurativa, expressa por

meio de figuras que retratam a natureza.

As principais características da arte abstrata são:

● Arte não representacional;

● Ausência de objetos reconhecíveis;

● Arte subjetiva;

● Oposição ao modelo renascentista e à arte figurativa;

● Valorização de formas, cores, linhas e texturas.

Surrealismo( Séc 20)

De forma simplificada, podemos listar as


seguintes características dessa vertente
artística:

● pensamento livre; expressividade


espontânea; influência das teorias da
psicanálise; criação de uma "realidade
paralela"; criação de cenas irreais;
valorização do inconsciente.

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O surrealismo propõe a valorização da fantasia, da loucura e a utilização da reação

automática. Nessa perspectiva, o artista deve deixar-se levar pelo impulso,

registrando tudo o que lhe vier à mente, sem se preocupar com a lógica.

Os artistas surrealistas tinham como objetivo usar o potencial do subconsciente e

dos sonhos como fonte para a criação de imagens fantásticas.

Pop-art (Século 20)

O termo em inglês significa "arte popular" e surgiu

durante a década de 1950, na Inglaterra. A

expressão foi criada pelo crítico Lawrence Alloway

durante encontros de um grupo de artistas, o

"Grupo Independente". Depois, espalhou-se durante

os anos de 1960, atingindo seu auge em Nova York.

A pop art não deve ser considerada um fenômeno

de cultura popular (apesar de estar muito interligada a ela), mas uma interpretação

de seus artistas da cultura dita popular e de massas.

Este fenômeno baseou-se, em grande medida, na estética da cultura de massas, a

mesma criticada pela Escola de Frankfurt.

O movimento influenciou muito o grafismo e os desenhos relacionados à moda.

Características da pop art

● Aproximação da arte com a vida cotidiana;

● Utilização de cores intensas e vibrantes;

● Reproduções de peças publicitárias;

● Inspiração na cultura de massa;

● Uso da serigrafia;

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● Imitação da estética industrial;

● Reproduções em série do mesmo tema;

● Uso da imagem de celebridades;

● Inspiração no universo das histórias em quadrinhos.

Resumo sobre a Arte Contemporânea

Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), um novo panorama é caracterizado

pelo avanço da globalização, cultura de massa e o desenvolvimento das novas

tecnologias e mídias.

Nesse panorama, a arte oferece experiências inovadoras pautadas principalmente

nos processos artísticos, em detrimento do objeto, ou seja, na ideia em detrimento

da imagem.

Nesse sentido, a arte contemporânea prioriza a ideia, o conceito, a atitude, acima do

objeto artístico final. O objetivo aqui é produzir arte, ao mesmo tempo que reflete

sobre ela.

Foi dessa maneira que a Arte Contemporânea rompeu com alguns aspectos da Arte

Moderna. Ela abandonou diversos paradigmas e trouxe valores para a constituição

de uma nova mentalidade.

Ao mesmo tempo, ela abriu espaço para diversidade de estilos, perspectivas,

técnicas e abrangência de linguagens artísticas (dança, música, moda, fotografia,

pintura, teatro, escultura, literatura, performances, happenings, instalações,

videoarte, etc.).

Em outras palavras, a mudança da era industrial (moderna) para a era tecnológica

da Informação e Comunicação (contemporânea), proporcionou mudanças

significativas no campo da cultura e das artes.

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Note que a arte contemporânea abriga diversos valores da arte moderna.

Destacam-se as inovações e experimentações artísticas bem como a diluição de

fronteiras entre as formas artísticas.

principais Características

As principais características da arte contemporânea são:

● Sociedade da informação, tecnologia e novas mídias;

● Subjetividade e liberdade artística;

● Efemeridade da arte;

● Abandono dos suportes tradicionais;

● Mescla de estilos artísticos;

● Utilização de diferentes materiais;

● Fusão entre a arte e a vida;

● Aproximação com a cultura popular;

● Questionamento sobre a definição de arte;

● Interação do espectador com a obra.

Marchel Duchamp

Marcel Duchamp foi um renomado pintor e escultor francês, bem como um ícone

das vanguardas artísticas europeias do início do século XX.

Ele foi um dos precursores da arte conceitual, do dadaísmo, do surrealismo, do

expressionismo abstrato e o inventor dos "ready-made".

Seu modo de vida boêmio e paixão pelos jogos de xadrez, dos quais participou em

torneios, podem ser vistos ao longo de sua carreira artística nas obras de inspiração

25
romântica e expressionista, até aquelas de natureza cubista e futurista. Vale lembrar

que Duchamp era contra a “arte retiniana”, ou seja, aquela arte que agrada à vista.

Os "Ready-Made" De Duchamp

Os “ready-made” foram talvez a maior criação de Duchamp. Tratam-se de objetos

prontos e banais que foram esvaziados de sua função prática, tendo como efeito

sua remoção dos contextos habituais.

Assim, os ready-mades, rompem com o cartesianismo num gesto que dessacraliza

a obra de arte, transportando fatores da vida cotidiana sem valor artístico para o

âmbito das artes. Seu objetivo é vencer aquela “arte retiniana”, uma vez que exige a

participação ativa do público.

O ready-made mais famoso de Duchamp foi “A Fonte”, de 1917, um urinol

apresentado como uma obra de arte assinada por “R. Mutt” e rejeitado pelo júri. A

obra só foi aceita quando os avaliadores tomaram conhecimento do verdadeiro

criador da escultura.

Duchamp foi muito importante para a arte pois com

suas obras ele questiona o que é ou não arte e a

sua função na sociedade.

26
MÓDULO 03

01- O que é Música?


02- Do que é composta a música? Explique cada um dos elementos
03- O que é uma partitura?
04- Qual a diferença entre altura e intensidade? Explique
05- Quais são as notas musicais?
06- Qual foi o primeiro ritmo originalmente brasileiro?
07- Quais eram as características da tropicália e quais os principais
nomes envolvidos nesse movimento?
08- Quais sensações a música tribal pode causar?
09- Qual sua relação com a música? Tem alguma música que te remeta
a alguma memória ? Qual? Se quiser compartilhe sua história

27
O que é Música?

A pergunta “o que é música” tem sido alvo de discussão há décadas.

Alguns autores defendem que música é a combinação de sons e silêncios de uma


maneira organizada. Vamos explicar com um exemplo: Um ruído de rádio emite
sons, mas não de uma forma organizada, por isso não é classificado como música.
Essa definição parece simples e completa, mas definir música não é algo tão óbvio
assim. Podemos classificar um alarme de carro como música? Ele emite sons e
silêncios de uma maneira organizada, mas garanto que a maioria das pessoas não
chamaria esse som de música.

Então, do que é feita a música afinal?

De uma maneira mais didática e abrangente, a música é composta por melodia,


harmonia e ritmo.

● Melodia

Melodia é a voz principal do som, é aquilo que pode ser cantado.

● Harmonia

Harmonia é uma sobreposição de notas que servem de base para a melodia. Por
exemplo, uma pessoa tocando violão e cantando está fazendo harmonia com os
acordes no violão e melodia com a voz. Cada acorde é uma sobreposição de várias
notas,por isso que os acordes fazem parte da harmonia.

Obs: Vale a pena destacar que a melodia não necessariamente é composta por uma
única voz; é possível também que ela tenha duas ou mais vozes, apesar de ser
menos frequente essa situação. Para diferenciar melodia de harmonia nesse caso,
podemos fazer uma comparação com um navio no oceano. O navio representa a
harmonia e as pessoas dentro do navio representam a melodia. Tanto o navio
quanto as pessoas estão se mexendo, e as pessoas se movem dentro do navio
enquanto ele trafega pelo oceano. Repare que o navio serve de base, suporte, para
as pessoas. Elas têm liberdade para se movimentar apenas dentro do navio. Se
uma pessoa pular para fora do navio, será desastroso. Com melodia e harmonia, é
a mesma coisa.

28
● Ritmo

Ritmo é a marcação do tempo de uma música. Assim como o relógio marca as


horas, o ritmo nos diz como acompanhar a música.

Notas Musicais e suas representações

As Notas Musicais são sete: DÓ – RÉ – MI – FÁ – SOL – LÁ – SI. Representadas


por monossílabos, elas são utilizadas na composição de músicas.

Como um alfabeto musical, permitem agregar as frequências dos sons, viabilizando


a composição musical ou, em outras palavras, uma combinação que gera melodia.

Essa classificação, a que se dá o nome de “notação musical”, foi inventada pelo


monge e regente italiano Guido D'Arezzo (992-1050). A notação foi inspirada no
“Hino a São João Batista”, cuja inicial de cada verso corresponde a uma nota
musical.

Em inglês, em vez dos monossílabos, são usadas as 7 primeiras letras do alfabeto,


e é como encontramos nos sites,revistas e livros de estudo sobre cifras,as quais
apresentam a seguinte correspondência:

A = LÁ, B = SI, C = DÓ, D = RÉ, E = MI, F = FÁ, G = SOL

Notas no Teclado

29
Símbolos Musicais

Além das notas, existem ainda símbolos musicais muito importantes. Chamados de
claves, existem três tipos:

Clave de sol

Clave de dó

Clave de fá

Escrita Musical

As notas musicais são representadas na partitura, que é um conjunto de cinco


linhas (pautas ou pentagramas) e a representação gráfica da música. Ela deve ser
lida a partir da indicação das claves.

30
Características Sonoras

● Altura

A altura é a qualidade que nos permite diferenciar os sons agudos dos


sons graves: o som alto é um som agudo e o som baixo é um som grave.
Imagine a seguinte situação: você está escutando música num volume
elevado e alguém pede para que você baixe o som. Se você fosse seguir
essa instrução à risca, na verdade não deveria mexer no controle de
volume, e sim no controle de graves! O fator que determina a altura do
som é a frequência da onda. Sabemos que o ouvido humano é capaz de
captar sons na faixa de frequência que vai de 20 Hz a 20000 Hz. Sons
graves, ou baixos, são aqueles que estão na faixa de baixa frequência,
enquanto que sons agudos, ou altos, são aqueles que possuem suas
ondas com uma frequência de vibração alta

● Intensidade

A intensidade sonora está associada àquilo que nós comumente


chamamos de volume. A diferença entre um som intenso - ou forte - e um
som fraco vem da amplitude de vibração da onda. Quanto maior a
amplitude da onda, maior a pressão que a onda irá exercer no ar. Isso faz
com que os nossos tímpanos vibrem de maneira mais intensa

● Duração

A duração da música está pautada na quantidade de tempo em que ocorre um


fenômeno musical. Assim, a duração é um intervalo de tempo de uma nota musical
ou o tempo entre duas notas (pausa).

● Timbre

O Timbre é uma característica musical que nos permite classificar a fonte/ de onde
vem uma nota musical. Basta ouvir a mesma nota musical em instrumentos

31
diferentes, como o violino e o piano, e o resultado será a percepção de timbres
diferentes.

● Escala

A escala musical é a frequência ordenada do som, isto é, o conjunto das sete notas
musicais, com a repetição da primeira. (Do-Re-Mi-Fá-Sol-Lá-Si-Do). Além disso, a
escala musical pode ser ascendente e descendente dependendo da frequência
vibratória dos sons.

História da Música Brasileira- Breve Resumo

A música brasileira tem como sua maior influência a música africana, trazida pelos
escravos, com seus ritmos frenéticos e instrumentos rudimentares. Mas esta não foi
a única influência que desembarcou nos portos brasileiros na época da colonização.
Os colonizadores europeus trouxeram o erudito, a dança de salão, os saraus e a
música religiosa, totalmente contrastante com os cantos geralmente uníssonos e
responsórios dos índios. Enquanto, na opinião de alguns historiadores, a
mestiçagem dos povos foi uma desgraça para o Brasil, ela foi elementar para a
formação cultural do país, e só teve seu início oficial após a abolição da escravatura
em 1888. A mistura dessas culturas diversas se tornou responsável pelo que
conhecemos como música brasileira hoje.

O primeiro ritmo musical originalmente brasileiro foi o maxixe, formado a partir de


uma mistura entre o "lundu" (este termo significa umbigada e é uma espécie de
samba muito sensual praticado nas rodas dos escravos) e a "modinha" portuguesa
(composição suave, geralmente romântica, tocada na viola e dançada em salões).
Com a umbigada do lundu e a poesia da modinha, a identidade musical brasileira
tomava forma. Por volta dos anos 1880 surgia um novo jeito de se fazer música no
Brasil, no subúrbio da então capital Rio de Janeiro. Era uma forma mais charmosa e
chorosa de se tocar as canções populares vindas da Europa, o que começou a ser
chamado de “choro”.

32
O Choro nascera mais precisamente como uma forma musical (utilizava-se
frequentemente a forma de Rondó) do que como um gênero de fato. O virtuosismo e
o reconhecimento dos músicos eruditos na época eram notáveis, tanto que os
músicos brasileiros também queriam executar tais obras, mas da sua maneira. O
jeitinho brasileiro de se fazer música foi criando forma, a versatilidade, a
improvisação e a habilidade dos músicos se tornaram características do "choro".
Reuniam-se músicos próximos, geralmente violonistas, flautistas e cavaquistas, e
atuavam como "orquestras portáteis", se apresentando em estabelecimentos
comerciais. Um nome importante do início do Choro, responsável pela formação de
vários conjuntos de músicos, foi o do flautista Joaquim Antônio da Silva Calado, ou
simplesmente, Calado.

As primeiras gravações musicais no país datam do início de 1900 e


acabaram impulsionando a música como negócio e como objeto de consumo e
lazer. Os primeiros encontros sociais para apreciação de música aconteciam nas
confeitarias, onde a alta sociedade se reunia para tomar chá enquanto ouvia
grandes músicos da época. Também dentre as décadas de 10 e 20 era forte a
presença de uma música feita longe dos grandes centros brasileiros: a música
sertaneja. Como exemplo desta música sertaneja podemos citar a canção Luar do
Sertão, composta por Catulo da Paixão Cearense e João Pernambuco, muito
diferente da música sertaneja que conhecemos nos dias de hoje.

O entrudo, como era originalmente chamado o carnaval de rua, foi trazido pelos
europeus para o Brasil no final do século XVIII. Enquanto as classes média e alta
faziam sua folia dentro de salões, com passeios e bailes de máscaras que imitavam
os grandes bailes de Paris, a classe baixa organizava "cordões carnavalescos" nas
ruas, fazendo marchas pelas ruas e criando, consequentemente, o samba. Diferente
do samba que conhecemos hoje, o samba das marchinhas de carnaval era
chamado de "marcha rancho" e inicialmente era tocado com instrumentos de sopro.
Ainda com a abolição da escravatura, muitos negros saíram da Bahia para viver no
Rio de Janeiro. Esse movimento foi fundamental para a criação do samba por volta
dos anos 1910, e teve como figura importante o músico, compositor e violonista
Ernesto Joaquim Maria dos Santos, o Donga, que gravou o primeiro samba: Pelo

33
Telefone. O samba chegou ao seu auge com a época de ouro do rádio brasileiro, na
década de 30.

Com o crescimento da rádio e da gravação elétrica no final dos anos 20, ser músico
se tornou oficialmente uma profissão. As grandes rádios possuíam orquestras que
tocavam ao vivo durante os programas, que eram apresentados em teatros e vistos
por plateias. Havia concursos que elegiam as melhores e mais charmosas cantoras
e acabaram criando verdadeiros deuses e deusas da música brasileira. Como
primeiro meio de comunicação midiático do país, o rádio tornou- se uma fonte
universal de informações e entretenimento. Nomes como Carmem Miranda, Ary
Barroso e Pixinguinha surgiram.

Carmem Miranda

Logo a televisão chegou ao país, enquanto ia tomando o lugar do rádio nas casas
das classes sociais mais altas, na década de 50 um novo movimento nascia no Rio
de Janeiro. O pontapé inicial da Bossa Nova foi dado por Elizeth Cardoso, ao gravar
o LP intitulado "Canção do Amor Demais". Logo artistas como João Gilberto,
Vinicius de Moraes e Tom Jobim surgiram, inovando a música brasileira. Eram
músicas inovadoras, pois suas composições tratavam sobre assuntos com caráter
apreciativo, exaltação da beleza, criadas a partir de associações entre palavras
esteticamente semelhantes, e sua elaboração harmônica era muito desenvolvida,
abusando de escalas e sonoridades não usadas nos outros estilos brasileiros

A Bossa Nova se tornou uma referência da música nacional. Em 1962 um show


intitulado "New Brazilian Jazz Music" aconteceu em Nova York, colocando os
grandes nomes do gênero em evidência em outros países. Tom Jobim foi um dos

34
artistas que foi profundamente beneficiado com esse show, vendeu muitas de suas
músicas para fazer versões em inglês e acabou vivendo nos Estados Unidos por
bastante tempo.

Paralelo ao sucesso da Bossa Nova, um novo gênero vindo de fora do país


começava a interessar jovens no país. O rock de Elvis Presley e dos Beatles
influenciava jovens que também queriam formar suas bandas em casa. Também
interessada nesse sucesso e na repercussão que o rock causava entre os jovens,
um dos canais de televisão da época criou a "Jovem Guarda". O programa
conquistou fãs de todas as idades, tornando-se popular e literalmente ditando moda,
já que era possível encontrar muitos jovens nas ruas com roupas semelhantes aos
ídolos da televisão. Nomes muito importantes do movimento eram Roberto Carlos,
Wanderléa, Nalva Aguiar, entre outros.

Os canais de televisão faziam grandes festivais em teatros, onde apresentavam


muitos artistas ao público a cada edição. A MPB (música popular brasileira) estava
se formando, tanto como movimento cultural como protestante contra a ditadura
militar no país, e apresentou ao público nomes como Chico Buarque, Geraldo
Vandré e Edu Lobo. A transição para a década de 1970 foi marcada pela
consolidação da MPB, termo que sugere um tipo de música mais sofisticada do que
a feita em outras tendências também populares dentro da música brasileira. Com o
passar dos anos, mais artistas despontavam, como Caetano Veloso, Gilberto Gil,
Gal Costa, Elis Regina e Maria Bethânia.

Logo após a MPB, outros dois movimentos tomavam espaço: a Tropicália e o


Iê-Iê-Iê. O movimento tropicalista caracterizou-se por associar numa mistura de
elementos da cultura pop, os baianos Caetano Veloso e Gilberto Gil foram os
principais expoentes desse movimento. Já o Iê Iê Iê ligava-se basicamente ao rock
genuinamente produzido no exterior, embora no Brasil tenha suavizado adotando
uma temática romântica em uma abordagem geralmente mais ingênua que a
música internacional. Teve como grandes nomes Roberto Carlos, Erasmo Carlos,
Tim Maia, Wanderléa, José Ricardo, Wanderley Cardoso e conjuntos como Renato
e Seus Blue Caps, Golden Boys, The Fevers.

35
Durante os anos oitenta nascia dentro do rock brasileiro o movimento BRock,
com o surgimento de artistas como Blitz, Paralamas do Sucesso, Titãs, Ultraje a
Rigor e Legião Urbana. No final da década de 1980, gêneros populares ou regionais
como o sertanejo, o pagode e o axé music passaram a ocupar espaço considerável
nas emissoras de rádio FM e canais de TV.
A música não parou desde então. Grandes nomes desses estilos citados
passavam de um movimento para o outro, enquanto construíam suas carreiras.
Muitos estão vivos e ativos artisticamente até hoje. Roberto Carlos se tornou “o rei
do pop”, Paralamas do Sucesso, Titãs, Caetano Veloso, Gilberto Gil, entre tantos
outros, continuam na mídia com trabalhos recentes.

Música e cotidiano

- Texto retirado do site Os efeitos da música na vida das pessoas ao redor do


mundo - Tenho mais discos que amigos

A música é tão importante na vida humana que tem gente que não consegue viver
sem ela, desde a hora de acordar até ir dormir é preciso escutá-la. Ao acordar para
ter mais energia e começar bem o dia, e ao dormir para relaxar e descansar,
terminando o dia também ‘numa nota alta’. Ou seja, a música se torna um hábito
diário o qual traz bem-estar e também qualidade de vida.

Dessa maneira, pode se dizer que a música tem um poder curativo, tanto que existe
a musicoterapia na qual alguns transtornos da mente são aliviados através de vários
trabalhos ligados às notas musicais. Este tipo de terapia através da música pode ser
aplicada para a promoção de saúde mental, sendo um processo que deve ser
efetuado por um profissional extremamente qualificado, que saberá como utilizar os
diferentes estilos musicais de forma a desenvolver o bem-estar e a qualidade de
vida do seu paciente.

As músicas também podem estar associadas às memórias e às lembranças, de


maneira que têm o poder de transportar as pessoas para o passado, quando algo
importante ou significativo aconteceu relacionado com uma melodia específica. As
músicas ativam o cérebro de uma forma geral, tendo influência completa sobre o

36
mesmo, o que explica porque ela tem tanto poder em pessoas das mais diferentes
partes do mundo.

Estudos realizados por diversas instituições ao redor do mundo mostram que


canções podem ser altamente benéficas, mas que também podem trazer malefícios
dependendo da escolha do repertório. Além disso, cada pessoa vai ter uma reação
diferente a uma mesma música, já que isso depende do seu relacionamento com a
mesma, embora existam algumas emoções universais relacionadas com alguns
estilos musicais e é sobre isso que vamos falar em mais profundidade.

Veja abaixo, o que cada tipo de música tem de efeito sobre o seu cérebro e quais
sensações e sentimentos podem trazer quando escutadas:

Música tribal

A música tribal está intimamente conectada com a energia vital, na qual os sons
produzidos se misturam com os sons da natureza de forma a nos conectar com a
energia vital, com a autopercepção e o reconhecimento do eu. Esse tipo de música
pode gerar o frisson, uma série de sensações corporais provocadas pelos ritmos de
uma música, como os arrepios, chamados também de orgasmos da pele, por
exemplo.

Música clássica

A música clássica está relacionada com acalmar a mente, sendo até mesmo uma
forma de meditação, criando mais conexões cerebrais e aumentando as habilidades
cognitivas como um todo. Para ficar mais calmo e mais focado, é importante escutar
música clássica.

Música rock ‘n’ roll

O rock tem uma batida mais marcada e pode ser mais ou menos pesada, podendo
liberar sentimentos ruins, sendo uma forma de terapia para administrar o estresse,
por exemplo. As músicas neste estilo conectam com os sentimentos de dores,

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perdas, culpas e arrependimentos, sendo extremamente terapêuticos para quem
quer liberar essas mágoas internas. ​

Música da indústria cinematográfica em filmes de terror

As trilhas sonoras de filmes de terror são criadas justamente para isso, para dar a
sensação de medo e transportar o telespectador para dentro do filme. Alguns tons
musicais conectam imediatamente com a sensação de medo, sendo altamente
poderosos para criar uma atmosfera ainda mais aterrorizante.

Música para praticar atividades físicas

As pessoas que adoram atividades físicas são geralmente vistas com os seus fones
de ouvidos, escutando as batidas de músicas animadas e energéticas, fazendo o
mesmo pelo cérebro, deixando-o cheio de motivação para levar o movimento físico
a outro nível.

Além dessas músicas, há muitos outros estilos, os quais trazem muitas outras
emoções. O mais importante é encontrar o estilo de música que traz mais bem-estar
e qualidade de vida a você. Escutar música pode ser uma terapia, e também uma
forma de autoconhecimento e de autodesenvolvimento. Músicas alegres ou tristes
podem ajudar a acalmar a alma e enfrentar as dificuldades da vida no dia a dia, do
abrir ao fechar dos olhos.

38
MÓDULO 04

01- O que é dança?


02- A dança possuía caráter mágico e religioso. Explique como isso ocorria?
03-. Quais são os três elementos essenciais à dança. Descreva-os resumidamente.
04- Quais são os elementos da linguagem da dança segundo a pesquisadora
Judith Lynne Hanna? Descreva-os
05- Segundo Bland quais são as “três faces” da dança? Descreva-as
06- O que é coreografia? Qual trabalho é realizado por um coreógrafo? (material
complementar) Conceitos e História da Dança
07- O que é Folclore ? Quais danças são folclóricas?
Danças no Brasil: origem, danças folclóricas regionais, quadrilha, cantigas de r…
08- Pesquise sobre alguma dança folclórica da sua região e fale sobre ela

Material complementar:

Artes_ A história da dança | Tipos de dança | Aula Online

Conceitos e História da Dança

Danças no Brasil: origem, danças folclóricas regionais, quadril…

39
O que é Dança?

A dança é um tipo de manifestação artística que utiliza o corpo como instrumento


criativo.Geralmente, essa forma de expressão vem acompanhada por música.
Entretanto, também é possível dançar sem o apoio musical. Na dança, as pessoas
realizam movimentos ritmados, seguindo uma cadência própria ou coreografada,
originando harmonias corporais.

Adaptação do artigo : Corpos e expressão em movimento. A dança e a


educação. Por que ensinar dança na escola?

Sidinei Barbosa Varanda

Antes mesmo de o homem falar, ele dançou. Dançou para se manifestar, para se
comunicar e para se expressar. Dançou para a beleza física, para a guerra, para a
educação, para a fertilidade da terra e da sua própria espécie. Dançou em
falecimentos, casamentos, nascimentos e dançou para os deuses para pedir sol ou
chuva. O homem sempre dançou e como mostra Baiak (2007, p. 20), “O homem
primitivo dançava porque não sabia falar, hoje os homens falam, mas continuam
dançando, não como antes, mas dançam, mesmo depois de anos de evolução e
transformação”. A história da dança poderia ser tão longa quanto a história da
humanidade. Não é possível dizer quando a dança tornou-se parte da cultura
humana. A dança tem sido, certamente, uma parte importante de cerimônias, rituais,
celebrações e entretenimento desde antes do nascimento das primeiras civilizações
humanas. Nanni (2003, p. 01) corrobora com este pensamento quando diz que: “A
Dança - em sua essência - como manifestação primitiva, era um mergulho no
mundo mágico, onde os movimentos espontâneos surgiram da imaginação,
liberação em forma de súplica e agradecimento aos deuses. [...] mítica, lúdica e
religiosa” - e ainda acrescenta que “A evolução e progresso da Dança através da
história não é aleatória. Obedecem a padrões ou nascem da necessidade latente do
homem de expressar seus sentimentos e emoções, desejos e interesses, sonhos ou
realidade através [...] de Dança”.

Dessa forma, pode-se compreender que a dança sempre existiu através dos tempos
e em todas as épocas da história, ela teve sua relevância, seja através da
representação de manifestações de seus povos, para aplacar seus deuses e

40
espíritos, seja para expressar emoções, sentimentos e comunicar se com os seus e
traduzir suas características culturais. A dança é a manifestação natural do ser
humano e segundo Sá Earp “Dança é a expressão da harmonia universal em
movimento” e tendo Baiak que concorda e acrescenta, quando ela diz que “A dança
é uma linguagem universal, através da qual o corpo se expressa, e os humanos se
entendem. Assim como todas as artes, a dança tem um papel importante na
sociedade, a de unir homens, natureza e de ser muito maior do que nós” (BAIAK,
2007). Para denominar os tipos de dança que conhecemos hoje, Bland (1976) , “[...]
denomina-as de as três faces da dança”, sendo elas: “ Natural - simples prazer do
movimento físico; Social - elemento une no grupo e Estética - fusão perfeita do
abstrato com o humano, da mente com a emoção, da disciplina com a
espontaneidade”. Os homens primitivos já dançavam. Nos grandes Impérios, os
homens dançavam nos funerais, as mulheres dançavam elementos de acrobacias,
dançavam do nascimento à morte, nas festas, no treinamento militar, na educação
das crianças e para os gregos era importante dominar a arte de dançar tendo até a
Musa da Dança Terpsícore, filha de Zeus. Em Creta “Os deuses ensinaram a dança
aos mortais para que os honrassem e os alegrassem” e para os gregos, o sentido
da dança era: “De essência religiosa, Dom dos imortais e Meio de comunicação com
os deuses” (VOLP; GASPARI, 2010, p. 54-55). Roma muda a essência da dança,
pois eles não tinham essa tradição e sofrem influências de outros povos como dos
etruscos e gregos, mas quando Roma foi destruída, a dança já havia morrido. Na
Idade das Trevas ou Idade Média a doutrina cristã foi o refúgio dos que procuravam
bênçãos e paz espiritual, para limparem o corpo e a alma, onde a mesma era contra
a dança, mesmo que fosse a dança religiosa e mesmo que numa determinada
época fosse renegada num outro momento, Santo Agostinho (354-430 d.C.)
também entendeu que a dança era benéfica e primordial na terra e no céu, e
declarou enaltecendo-a: “Ó homem, aprende a Dançar! Caso contrário, os anjos não
saberão o que fazer contigo”. (BAIAK, 2007, p.20) Apesar da doutrina cristã se
impor e proibir a dança em todas as regiões e em todas as situações observa-se
que: “[...] a dança sobrevive nos vilarejos, nos festivais populares. Os ritos de
fertilidade e as danças curativas garantiam a sobrevivência dos povos que as
praticavam, por isso, mesmo que escondidas, elas continuavam sendo realizadas
nos vilarejos até o século 16”. (VOLP; GASPARI, 2010, p.58). Apesar de tudo, a
dança começou a entrar nos castelos medievais como forma de entretenimento e

41
cem anos depois, são dados os primeiros passos para a dança da corte e assim
iniciar o Ballet Clássico. No começo da Renascença, as doenças arrasavam as
aldeias, as danças eram intercaladas com as entradas de pratos nos recintos dos
castelos; a aparência física não era tão importante e sim as boas maneiras. No
apogeu da Renascença, pode-se destacar que: Quando a censura religiosa se
atenua um pouco, a concepção de dança/espetáculo vai mudando, as
características dramáticas começam a aparecer e há um retorno aos mitos. Os
espectadores são passivos, e artistas e dançarinos passam a representar heróis e
heroínas dos mitos. Essas alterações vão evoluindo para o que se denominou
Dança da corte. (VOLP; GASPARI, 2010, p. 58). Acredita-se que, o que se conhece
hoje de dança deve muito ao casamento de Catherine de Médicis, italiana, com
Henrique II da França, o que torna vital para a dança, pois ela traz toda sua
vivacidade, alegria, paixão e interesse por artes, para uma França que está em
ascensão. A partir daí grandes Academias de danças foram fundadas, grandes
nomes da dança foram apresentados ao mundo, grandes bailarinos, incontáveis
coreógrafos, os grandes ballets de repertórios, as músicas com seus compositores
famosos, as grandes bailarinas que dançaram papéis que as imortalizaram, as
grandes evoluções de passos, calçados e figurinos de ballets, os criadores de
técnicas e seus defensores, as experiências e as loucuras dos personagens da
dança, fazem e fizeram o que hoje conhecemos por dança e por conta de toda esta
história, a dança sempre estará em constante evolução e transformação.

CORPOS EM MOVIMENTO

De acordo com Laban (1978) “[...] corpo é nosso instrumento de expressão por via
do movimento. O corpo age como uma orquestra, na qual cada seção está
relacionada com qualquer uma das outras e é uma parte do todo”. Ossona (1988, p.
29) aponta que: A necessidade de comunicação é inata no homem. Essa
necessidade orientou seu próprio instinto para os meios mais apropriados com que
se expressar, ser compreendido e entender as manifestações de outros indivíduos.
Sem dúvida, na primeira tentativa de comunicação, o homem se utilizou do
movimento como veículo [...]. Constata-se que tudo à nossa volta está em constante
movimento, o ar, a terra, a água, os seres vivos e os corpos para se comunicar, para
pensar, se repetir, transformar, para se expressar, para contar sua história através

42
das épocas, para dançar, e segundo Laban (apud NANNI, 2002, p. 17): As
qualidades dos movimentos introduzem a ideia de pensar por movimento. Isto
faculta ao homem modificar sua conduta de esforço tornando-os mais humanos e
refinar seus hábitos de movimentos ao desenvolvimento de modalidades diferentes
de configurações de esforços selecionados e aprimorados durante os períodos da
história até finalmente se tornarem expressivos; a partir daí se transformam em
atividades rítmicas orientadas pelos impulsos interiores se constituindo em Dança.

Constata Ossona (1988, p. 25), que: “Todo movimento, desde mecânico até o
simbólico, contém sempre uma carga expressiva”. Em Brikman (1989, p. 15-16)
observa-se que “[...] através do movimento no contexto do tempo e do espaço, a
pessoa pode adquirir consciência do que acontece com seu próprio corpo”, e ainda
“O movimento constitui uma unidade orgânica de elementos materiais e espirituais
que se integram numa totalidade”. “O corpo fala sem palavras. Pela linguagem do
corpo, você diz muitas coisas aos outros. E eles têm muitas coisas a dizer a você.
Nosso corpo é antes de tudo um centro de informações para nós mesmos. É uma
linguagem que não mente” (WEIL; TOMPAKOW, 2001, p. 02). Rengel (2004, p. 05),
ao se referir ao corpo no contexto histórico, diz o seguinte: Historicamente, o corpo
(e este é o corpo que se manifesta! Que se comunica com e no mundo! O corpo que
dança!) sempre foi muito escondido e reprimido (como sabemos disto!). Não nos
deixemos mais ser contaminados por esta ideia de corpo ser ”coisa” e mente, algo
“superior”. Corpo tem vários aspectos, mas tudo (emoção, reflexão, pensamento,
percepção, etc.) é corpo. Nos nossos melhores e piores momentos o corpo está, o
corpo é. Sem o corpo não conhecemos, não sentimos e não pensamos.

A DANÇA COMO LINGUAGEM

A dança é uma das linguagens artísticas mais antigas até pela sua pouca
exigência quanto a aparatos tecnológicos e mesmo formação acadêmica para ser
realizada ainda que em um nível muitas vezes rudimentar. Entretanto, desde as
formas de dança mais eruditas como o Balé Clássico até as danças populares como
o Frevo e a Quadrilha, em todas há elementos que as constroem como
manifestações artísticas e corporais. Segundo a pesquisadora Judith Lynne Hanna,
os elementos da linguagem da dança, que combinados permitiriam a compreensão
da dança de acordo com o estilo, a escola ou mesmo a função, são:

43
• Espaço: direção, nível, amplitude, foco, ordem e forma.

• Ritmo: tempo, duração, ênfase e compasso.

• Dinâmica: força, energia, tensão, relaxamento e fluxo.

• Forma: relação estabelecida entre quem dança com o outro, com o espaço e com
objetos.

• Locomoção: caminhar, pular, correr, saltar, rolar, estirar-se, rodopiar, etc.

• Gesto: movimentos como rotação, flexão, extensão e vibração.

• Frase corporal: movimentos em sequência capazes de denotar uma afirmação


específica.

• Motivo: parte do movimento apresentado de maneiras distintas: rápido ou lento,


forte ou suave, etc.

Dentre as muitas possibilidades de se abordar a classificação dessa forma de


arte tão dinâmica, quanto multifacetada, faz sentido pensá-la sob várias
perspectivas que alcancem vários elementos constituintes e conceituadores, eis
alguns deles:

Quanto aos envolvidos no processo da dança

- dança solo (ex.: solista no balé, algumas coreografias do sapateado, break, o


passista de frevo e o da escola de samba, etc.).

- dança em dupla (ex.: tango, salsa, valsa, maxixe, lambada, o mestre-sala e a


porta-bandeira de escolas de samba, etc.).

- dança em grupo (ex.: danças de roda, maracatu, maculelê, etc.).

Quanto à razão

- dança folclórica (ex.: catira, carimbó, reisado, etc).

- dança cerimonial ou religiosa (ex.: danças indianas, dança sufi, etc.).

- dança étnica (ex.: dança árabe, danças indígenas, etc.).

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- dança terapêutica (ex.: auxílio no tratamento de doentes psiquiátricos, etc.)

- dança erótica (ex.: can can, striptease, etc.).

- dança cênica ou performática (ex.: balé, Danças Contemporânea e Moderna, etc.).

- dança social (ex.: dança de salão, axé, samba, etc.).

Em resumo, para que a dança aconteça é preciso que existam três elementos
formais:

1º) O movimento corporal – É o corpo que se movimenta, não existe dança sem um
corpo em movimento. Pode-se perceber nos movimentos expressivos do corpo, a
necessidade natural que o ser humano tem de expor seus sentimentos e
pensamentos, de forma organizada ou não. Podemos expressar sentimentos sem
dizer nenhuma palavra, usando apenas movimentos. Na dança, na ginástica, nas
lutas marciais, enfim, de diversas maneiras, usamos o nosso corpo para manifestar,
expandir nossas emoções.

2º) O Espaço – O corpo em movimento utiliza o espaço de forma expressiva e o


espaço influencia no movimento. O espaço é onde a dança está acontecendo,
podendo ser pequeno, grande, circular, retangular, de madeira, cimento, entre
outros. É um elemento fundamental na dança, pois é nele que o corpo realiza seus
movimentos.

3º) O Tempo –Todo movimento expressivo tem um ritmo e se dá de acordo com


organizações temporais. Por isso, outro elemento essencial na dança é o tempo.
Assim como na música, a dança é uma arte que ocorre em determinado tempo. Por
exemplo, a necessidade de coordenação e sincronia num casal de dançarinos é
fundamental para a dança ser bem-sucedida. O mesmo ocorre na sincronia de
apresentações com vários dançarinos, e essa sincronia é determinada pelo tempo
que duramos movimentos. Ao contrário das Artes Visuais, como uma pintura, por
exemplo, que depois de feita pode ser apreciada e retomada quantas vezes for
necessário ou desejado, a dança existe durante a sua execução, isto é, perde-se no
tempo. Se for registrada em filmes, por exemplo, deixa de ser uma dança ao vivo e
perde muito de sua expressividade. Portanto, dizemos que a dança é organizada no
tempo, existindo apenas enquanto é dançada.

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MÓDULO 05

01-Qual a origem da palavra Teatro?


02-O que é necessário para termos o fenômeno do teatro? Explique.
03- Quais são os três elementos básicos para que o espetáculo teatral aconteça?
Descreva-os
04- Descreva o que é a Cenografia,figurino, iluminação e sonoplastia.
05- Cite pelo menos 3 formas de espetáculo teatral e fale sobre eles.
06- Sobre os tipos de palco: qual deles é o mais comum e como ele é?
07- Sobre o espetáculo e texto dramatúrgico os Saltimbancos responda:
A. Qual o gênero teatral?
B. Quais são as principais queixas apresentadas pelos personagens?
C. Para onde os animais querem ir? Por quê?
D. Esse texto pode refletir os tempos atuais? Justifique
E. Quais emoções ele te despertou?

Texto Teatral:

Espetáculo teatral:

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O que é teatro?

Teatro é uma palavra que se origina do grego theatron, uma derivação de theomai
que do grego pode ser traduzida como ver e de thea que do grego pode ser
traduzida como vista. Theatron é então: “ o lugar que se frequenta para ver algo”,
uma definição muito ligada à atual definição de teatro.

Antigas danças e rituais de povos caçadores e coletores foram pouco a pouco com
o desenvolvimento da civilização dando origem ao que chamamos teatro. Contudo,
o grande divisor de águas em relação à história e origem do teatro que conhecemos
hoje remonta ao século IV a.C. na Grécia, quando as primeiras peças começaram a
ser encenadas nas festividades ao deus Dionísio, o deus do vinho e da alegria.

Hoje em dia, podemos entender teatro tanto como a ação de apresentar uma peça
ou uma cena, como o conjunto de obras dramatúrgicas ou mesmo o edifício onde
são encenadas as peças através da atuação dos atores.

Teatro é, portanto, uma atividade artística que engloba uma série de elementos que
podem ser entendidos como um grande conjunto ou podem ser definidos
separadamente e ainda assim serem definidos como teatro.

O teatro é uma manifestação artística é um fenômeno cultural de vários povos e


remonta às sociedades primitivas. É a arte em que um ou mais atores interpretam
uma história ou conjunto de atividades com o objetivo de apresentar situações e
fazer aflorar sentimentos e reflexões a quem os assiste.

Elementos do teatro

Para que um espetáculo teatral aconteça, são necessários três elementos básicos:
Ator: aquele que interpreta, representa uma história, uma ação, com base em um
texto, é ele que dá vida à personagem por meio de sua voz e de seu corpo, que são
suas ferramentas de trabalho e precisam ser sempre aprimoradas com treinamento
contínuo. Antigamente somente homens atuavam no teatro, foi só a partir do século
XVII que as mulheres passaram a aparecer em cena.

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Personagem: cada uma das figuras humanas apresentadas em uma obra de ficção
(peça teatral, romance, conto, filme etc.) ela pode ser: protagonista, que é a
principal; antagonista, que é o adversário, o vilão, que fará oposição ao
protagonista; e o coadjuvante, que é a personagem secundária.

Espectador: pessoa que observa, presencia qualquer ato ou espetáculo.

Além deles, colaboram ainda diretores, dramaturgos e técnicos.

Formas de espetáculos teatrais

Os espetáculos teatrais podem ser encenados de várias formas:


Teatro convencional utilizam-se diálogos e situações para se contar uma história,
podendo ter um narrador, que, não necessariamente, faz parte dela;
Musical,Teatro musical é uma forma de teatro que combina música, canções,
dança, e diálogos falados. Está delimitado por um lado pela sua correlação com a
ópera e, por outro, pela sua correlação com o cabaré. As linhas delimitantes entre
essas três expressões artísticas são, muitas vezes, difíceis de conceituar
Teatro de bonecos, Teatro de fantoches, teatro de bonecos ou teatro de marionetes
é o termo que designa, no teatro, à apresentação feita com fantoches, marionetes
ou bonecos de manipulação, em especial aqueles onde o palco, cortinas, cenários e
demais caracteres próprios são construídos especialmente para a apresentação.
O teatro de sombras é uma arte muito antiga de contar histórias e de
entretenimento que usa bonecos de sombra. As imagens produzidas pelos bonecos
podem ter diversas cores e outros tipos de detalhes. Muitos efeitos podem ser
alcançados através da movimentação tanto dos bonecos quanto da fonte de luz.

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Teatro de máscaras, os gregos utilizavam máscaras para representar deuses e
heróis. Muitas culturas utilizam-nas em suas apresentações. É o caso do teatro
japonês nô, cujas expressões são conhecidas.
Mímica, é uma das formas de comunicação humana, normalmente conhecida como
a arte de expressar os pensamentos e/ou os sentimentos por meio de gestos, é
dentro das artes cênicas, o estudo da ação física do homem em seu meio. Assim , é
uma classe de sematologia.

Elementos da Linguagem Teatral

Em cada encenação teatral podemos considerar alguns elementos essenciais, a


saber:

● Tempo: é classificado de três maneiras segundo a função que exercem:


tempo real, em que decorre a narrativa; tempo dramático, tempo em que
acontecem os fatos da narrativa; e tempo da escrita, ou seja, quando a obra
foi produzida. Nesse sentido, a obra teatral pode ter sido escrita no século
XX (tempo da escrita), mas abordar fatos do século XVII (tempo dramático).

● Espaço: corresponde ao local ou locais em que decorrem os fatos. Nesse


caso, podemos considerar o espaço real (cênico) e o espaço psicológico.
Assim, o real seria o espaço físico que se desenvolvem os fatos, por
exemplo, uma igreja, uma casa noturna, uma praça. Já o espaço psicológico
refere-se aos pensamentos dos personagens que envolvem a trama.

● Personagens: são as pessoas que envolvem a história, podendo ser


protagonistas (principais) ou coadjuvantes (secundárias). Além disso, há os
figurantes, que possuem um papel terciário, ou seja, somente aparecem
para preencher uma lacuna no espaço, por exemplo, as pessoas que estão
sentadas num restaurante, porém não participam da encenação.

● Plateia: quando ocorrem as dramatizações teatrais há sempre uma plateia,


ou seja, o público que assiste à peça. Observe que os interlocutores são um
dos elementos fundamentais da linguagem teatral.

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● Cenário: o cenário corresponde ao conjunto de elementos que transformam
o espaço que acontecerá a representação, por exemplo, a cozinha de uma
casa, a rua, a igreja. As pessoas especialistas em cenografia, são os
cenógrafos.

● Figurino: são as vestimentas utilizadas pelas personagens em determinadas


cenas. Os figurinistas são especialistas em compor os figurinos dos artistas
envolvidos. Por isso, os figuristas estudam a história da trama, os quais
possuem muitos conhecimentos históricos e culturais. Isso porque eles
precisam conhecer os elementos da moda no tempo da peça, por exemplo,
numa peça em que o tempo dramático é o século XIX.

● Iluminação: como parte do cenário, tem-se a iluminação cênica. É um


elemento essencial realizados pelos produtores (iluminadores) responsáveis
por projetar as luzes nos espaços e nas personagens, além de criarem
efeitos de luz, desde contrastes de luz e sombra.

● Sonoplastia: além da iluminação, as encenações teatrais envolvem a


sonoplastia, ou seja, o uso de sons, seja uma música, um ruído, as falas,
dentre outros. O sonorizador é a pessoa responsável pela sonoplastia
cênica.

Espaços de Teatro

Arena:A plateia se localiza no formato de arquibancada ao redor do palco, que tem


forma circular.

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Semi-arena: Plateia se organiza em forma de semicírculo, também em
arquibancada. A arena se mantém circular.

Italiano: É posicionado de frente para a plateia, e se divide dela pelo fosso da


orquestra. Conta com cortina e assentos geralmente individuais.

Palco Elisabetano ou Isabelino: Guarda características de palco misto. O espaço


tradicionalmente associado a William Shakespeare é retangular e conta com
ampliação no proscênio. A plateia se posiciona à frente e lados esquerdo e direito
do palco.

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Rua: O grupo se apresenta em local demarcado por ele próprio, e a plateia se
posiciona ao seu redor. Utiliza de cenários e adereços de fácil locomoção por conta
da localização incerta.

Referencia: https://artecinica.wordpress.com/tag/tipos-de-palco/

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Material Complementar:

História do Teatro | Gêneros dramáticos. ENEM / ENCCEJA

HISTÓRIA DO TEATRO PARA O ENEM | 01 O teatro na a…

HISTÓRIA DO TEATRO PARA O ENEM | 02 O teatro na i…

HISTÓRIA DO TEATRO PARA O ENEM | 03 O teatro mod…

HISTÓRIA DO TEATRO PARA O ENEM | 04 O teatro no …

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