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ANTROPOLOGIA E CULTURA

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Sumário

Introdução.............................................................................................................................3
1. Cultura: Origens ................................................................................................................ 5
1.1A Antropologia ................................................................................. 8

1.2Cultura e Biologia .......................................................................... 10

2. Cultura: Como Opera? ..................................................................................................... 13


2.1A cultura condiciona a visão do homem ........................................ 14

2.2A cultura interfere no plano biológico ............................................ 15

2.3Os indivíduos participam diferentemente de sua cultura ............... 16

2.4A cultura tem uma lógica própria ................................................... 17

2.5A cultura é dinâmica ...................................................................... 18

3. O estudo antropológico sobre a cultura ........................................................................... 20


4. As Duas Faces da Cultura ................................................................................................. 22
4.1Produção Cultural .......................................................................... 22

4.1.1Diversidade Cultural ................................................................... 22


- Declaração universal sobre a diversidade cultural................................................. 23

 IDENTIDADE, DIVERSIDADE E PLURALISMO ............................................................ 23


 DIVERSIDADE CULTURAL E DIREITOS HUMANOS .................................................. 24
 DIVERSIDADE CULTURAL E CRIATIVIDADE .............................................................. 25
 DIVERSIDADE CULTURAL E SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL .......................... 26
4.2Multiculturalismo ............................................................................ 27

4.2.1Relativismo Cultural ................................................................... 27

5. Referências Bibliograficas........................................................................................................33

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Introdução

O que você̂ entende por cultura? Você̂ acha que todo mundo tem cultura? Ou
cultura é só́ o que se aprende na escola? Você̂ precisa compreender que a cultura
não é só́ o que se aprende na escola. Todo mundo tem cultura, porque a cultura é
transmitida de geração a geração, de pessoa a pessoa, como herança social.

É a partir da cultura que os seres humanos convivem e aprendem a habitar o


mundo em que vivem. Assim, o homem não só́ passa por uma aprendizagem cultural,
através do processo de socialização, como também pode transmitir aspectos culturais
ao grupo social. Símbolos e linguagens são compartilhados e compreendidos como
herança social – e não como herança biológica/ genética – pelos membros de uma
mesma comunidade, de modo que esses elementos identificadores da cultura são
considerados como normas e regras fundamentais para sobreviver em uma
sociedade.

O estudo sobre a cultura pode variar de tempos em tempos, de autor para autor,
de paradigma para paradigma. Sendo assim, podemos dizer que é por meio desse
conceito que os antropólogos estudam o “outro”.

O antropólogo evolucionista Tylor (1920, p. 1) definiu cultura, em 1871, como


“aquele todo complexo que inclui conhecimento, crença, arte, moral, direito,
costume e outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem como membro
de uma sociedade”. Com o tempo, outros autores vão problematizando essa noção
totalizante de cultura, tornando-a mais interpretativa, mais parcial, mais polissêmica,
saindo da ideia do todo para apresentar feições da cultura.

De qualquer modo, podemos dizer que a cultura se “manifesta por meio de


diversos sistemas” (DIAS, 2010, p. 67) – como o sistema:

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 de valores,
 de normas,
 de ideologias,
 de comportamentos, entre outros.

... dentro de um território especifico, em determinada comunidade cultural, e


influencia os indivíduos na concretização das suas ações sociais. É na interação entre
os indivíduos e os grupos que saio construídos e negociados os parâmetros culturais
nos quais as ações sociais se realizam, constituindo, assim, uma identidade própria
para cada cultura, como é o caso da cultura brasileira.

Portanto, podemos dizer também que a cultura é exclusiva das sociedades


humanas, já que, a partir dela, se pode traçar a diferenciação entre o homem e o
animal. O homem é o único ser vivo que tem capacidade para o acumulo cultural,
tanto pela quantidade dessa produção, como pela complexidade da sua natureza.

Nesse sentido, a linguagem humana é fundamental para a comunicação


simbólica, e sua importância se dá́ não só pelo idioma em questão, mas também
pelos gestos, sotaques e expressões locais que denotam a circulação de sentidos em
determinada cultura. Logo, tudo o que é criado pelas sociedades humanas, para
satisfazer as suas necessidades e viver em sociedade, seja tangível ou intangível,
está englobado na cultura.

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Figura 1 - Tipo de cultura

Fonte: https://www.terramundi.com.br

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1. Cultura: Origens
Cultura é um termo complexo e de grande importância para as ciências
humanas em geral. Sua etimologia vem do latim culturae, que significa “ato de
plantar e cultivar”. Aos poucos, acabou adquirindo também o sentido de cultivo de
conhecimentos.

A noção moderna de cultura foi sintetizada pela primeira vez pelo inglês
Edward Tylor, conceituando-a como um complexo que inclui conhecimentos,
crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos
adquiridos por uma pessoa como membro de uma sociedade.

Figura : Edward Tylor,

Fonte: https://pt.wikisource.org/wiki/Autor:Edward_Burnett_Tylor

Nesse sentido, podemos dizer que a cultura engloba os modos comuns e


aprendidos de viver, transmitidos pelos indivíduos e grupos em sociedade. Para além
de um conjunto de práticas artísticas, tradições ou crenças religiosas, devemos

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compreender a cultura como uma dimensão da vida cotidiana de determinada
sociedade.

Uma característica da cultura é que ela é indissociável da realidade social.


A cultura está presente sempre que os seres humanos se organizam em sociedade.
A cultura é uma construção histórica e produto coletivo da vida humana. Isso quer
dizer que falar em cultura implica necessariamente se referir a um processo social
concreto. Costumes, tradições, manifestações culturais e folclóricas como festas,
danças, cantigas, lendas, etc. só fazem sentido enquanto parte de uma cultura
específica; ou seja, as manifestações culturais não podem ser compreendidas fora da
realidade e história da sociedade a qual pertencem.

Outra característica da cultura é o seu aspecto dinâmico. Por isso é mais


pertinente pensá-la como um processo e não como algo estagnado no tempo. Isso
fica claro no mundo globalizado, marcado por rápidas transformações tecnológicas,
pelo constante contato entre as culturas e disseminação de padrões culturais pelos
meios de comunicação de massa. Porém, mesmo quando se fala de sociedades
tradicionais, não quer dizer que elas não se modifiquem. Todo aspecto de
determinada cultura tem a sua própria dinâmica, pois não existe nenhuma sociedade
humana que esteja isenta de transformações com o tempo e contato com outras
culturas.

A cultura de determinada sociedade é passada de uma geração a outra através


da educação, manifestações artísticas e outras formas de transmissão de
conhecimento. O comportamento dos indivíduos vai depender desse aprendizado
cultural. Portanto, um menino e uma menina agem diferentemente não por causa de
seus hormônios, mas devido à educação diferenciada que recebem. É por isso
também que maneiras de falar, se vestir, se alimentar, se comportar, etc. de um povo
específico pode ser tão estranho aos olhos de outros povos. O que é repugnante para
indivíduos de uma sociedade, pode ser desejável em outra. Mais ainda: em uma
mesma sociedade, o que era impensável no século passado pode se tornar comum
hoje em dia e vice-versa.

As sociedades humanas historicamente desenvolveram formas diferentes de


se organizar, de relacionar internamente, com outros grupos sociais e com o meio

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ambiente. Sociedades distintas vão necessariamente originar culturas diferentes, ou
seja, diferentes formas de ver o mundo e orientar a atividade social.

É por isso que existem tantas diferenças culturais, mesmo sendo todos
pertencentes à mesma espécie humana. As diferenças culturais não podem ser
explicadas em termos de diferenças geográficas ou biológicas. No passado,
explicações baseadas no determinismo geográfico ou genético contribuíram para
reforçar o racismo e preconceitos, além de terem servido como justificativa para a
dominação de uns povos sobre outros.

No século XIX, alguns autores estabeleciam hierarquias entre todas as culturas


humanas, defendendo uma escala evolutiva de linha única entre elas. Nessa
concepção, todas as culturas teriam que passar pelas mesmas etapas, desde um
estágio primitivo até as civilizações mais evoluídas que seriam as nações da Europa
ocidental. Essa visão etnocêntrica servia aos interesses dos países europeus em
legitimar seu expansionismo e colonização a partir de uma suposta superioridade
cultural.

Tais concepções evolucionistas foram atacadas com o argumento de que a


classificação das sociedades em escalas hierarquizadas era impossível, já que cada
cultura tem a sua própria verdade. Concluiu-se então que não existe relação
necessária entre características físicas de grupos humanos e suas formas culturais. A
diversidade das culturas existentes corresponde à variedade da história humana.
Cada realidade cultural tem sua lógica interna, que faz sentido para os indivíduos que
nela vivem, pois é resultado de sua história e se relaciona com as condições materiais
de sua existência. A partir da compreensão da variedade de procedimentos culturais
dentro dos contextos em que são produzidos, o estudo das culturas contribui para
erradicar preconceitos e fomentar o respeito à diversidade cultural.

Vale ressaltar também, que as diferenças culturais não existem apenas entre as
sociedades, mas também dentro de uma mesma sociedade. Basta pensarmos na
sociedade brasileira, nos diferentes sotaques, classes sociais, etnias, gênero,
religiões, gerações, escolarização, origens, etc. É importante levar em conta a
diversidade cultural interna à nossa própria sociedade, para compreendermos melhor
o país em que vivemos.

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1.1 A Antropologia
O estudo científico do homem foi constituído no século XVIII e adotou o nome de
Antropologia. No zelo enciclopédico do século de luzes, Diderot deu conta de alguns
significados do conceito, segundo os quais: Forma de se expressar dos escritores
sagrados que atribuíam a Deus as partes, ações ou condições exclusivas dos
homens.

Na economia animal de Techmeyer e Drake (1739), Antropologia é definida


como o estudo do homem (DIDEROT, 1785, p. 740). Os antecedentes do
pensamento antropológico manifestam-se no acompanhamento do processo de
colonização generalizada do mundo pelos europeus, a partir de 1492. Primeiro, foi a
perplexidade ante o chamado “novo mundo”, após a conquista dos povos nativos e
da colonização, compreendida como a imposição material, social e simbólica da
Europa sobre os grupos indígenas. Buffon e Saint-Hilaire representam dois
pensadores indiscutíveis do surgimento da Antropologia. O primeiro pode ser
considerado o pioneiro do domínio da disciplina. Saint-Hilaire fez uma contribuição
fundamental para o estudo dos elementos autoformativos da espécie humana. Pode-
se considerar pioneiro o trabalho de Buffon, História natural, general y particular
(BUFFON, 1794).

No século XIX, houve uma intensa atividade científica pela qual se constituíram e
estabeleceram as principais disciplinas científicas e suas práticas. A Antropologia
não foi exceção e, ainda mais, foi um bom objeto de estudo para entender os
processos institucionais da ciência. Assim, em 1799, Louis-François Jauffret e
Joseph de Maimieux fundam em Paris a primeira sociedade antropológica
Société des Observateurs de l’Homme (BRO-CA, 1870, apud HERNÁNDEZ, 2015).

A palavra “antropologia” aparece pela primeira vez na academia do


Renascimento francês. No entanto, como disciplina acadêmica é relativamente
jovem. Suas raízes podem ser encontradas no Iluminismo do século XVIII e início
do século XIX na Europa e na América do Norte.

Na medida em que as nações europeias estabeleceram colônias em diversas


regiões do planeta, e os norte-americanos expandiam-se para o Oeste e para o Sul
dominando os territórios indígenas, ficou claro para os colonizadores que a
humanidade era extremamente variada.

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A Antropologia começou, em parte, como uma tentativa dos membros das
sociedades científicas de registrar objetivamente e compreender essa variação. A
curiosidade relacionada com esses povos e seus costumes motivaram os primeiros
antropólogos amadores. Por profissão, eles eram naturalistas, médicos, clérigos
cristãos, ou exploradores.

A partir da segunda metade do século XIX, a Antropologia foi considerada uma


disciplina acadêmica nas universidades norte-americanas e ocidentais. Hoje, é uma
ciência estudada no mundo inteiro (O’NEIL, 2013).

Em suma, podemos definir “Antropologia como uma ciência que objetiva descrever
no sentido mais amplo possível o que significa ser humano” (LAVENDA & SCHULTZ,
2014).

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1.2 Cultura e Biologia
Antropologia biológica ou física: é um estudo da formação do ser humano em seus
aspectos físicos. Os antropólogos dessa vertente buscam, junto à biologia, determinar
quais fatores levaram os seres humanos a desenvolver determinados atributos físicos
em sociedades específicas.

Na história da humanidade, o homem sempre teve curiosidade a respeito de si


mesmo, independentemente do seu nível de desenvolvimento cultural. Observou e
especulou, registrando a ocorrência de costumes diferentes, de similitudes e
desigualdades entre os povos.

Na Idade Clássica, os gregos foram os que mais reuniram informações sobre


povos diferentes, deixando substanciosos registros e relatos dessas culturas. Nasce,
assim, a Antropologia, no século V a.C., com a figura de Heródoto, que descreveu
minuciosamente as culturas circundantes. É considerado o “Pai da Antropologia”.

Chineses e romanos também deixaram descrições de povos diferentes. Até o


século XVIII, a Antropologia pouco se desenvolveu. Nos três séculos anteriores, foi
importante a contribuição dos cronistas, viajantes, soldados, missionários e
comerciantes que procuravam as regiões recém-conhecidas (América, por
exemplo) e habitadas por povos exóticos e estranhos. Exemplos:

No Brasil:

 Pero Vaz de Caminha, Hans Staden, André Thevet, Saint-Hi-laire etc.;

Na América Latina:

 Bartolomeu de Las Casas, e outros.

A partir de meados do século XVIII, a Antropologia adquire a categoria de


ciência, quando Linneu, ao classificar os animais, relaciona o homem entre os
primatas. Foi um dos primeiros a descrever as raças humanas (veja Seção 3.6.1).

No século XIX, à medida que os fósseis humanos e os restos arqueológicos foram


descobertos, a Antropologia progrediu cada vez mais. Na década de 1840, o
investigador francês Boucher de Perthes, pela primeira vez, refere-se ao homem
pré-histórico, baseado em seus achados (utensílios de pedra) de idade bastante
recuada. John Lubbock recompilou dados existentes sobre a Cultura da Idade da
Pedra e estabeleceu as diferentes culturas do Paleolítico e Neolítico (1865).

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A Antropologia sistematiza-se como ciência após Darwin ter trazido à luz a teoria
evolucionista, com a publicação de suas duas obras:

 Origem das espécies (1859) e


 A descendência do homem (1871).

A Antropologia Física tem, a partir daí, grande impulso, e surgem os primeiros


teóricos da nova ciência:

 Tylor,
 Morgan,
 Bachofen,
 Maine,
 Bastian.

O progresso da Antropologia no século XX é resultado das descobertas


anteriores relativas ao homem. Seus especialistas passam a desenvolver constantes
pesquisas de campo, de caráter científico, incentivadas a partir dos trabalhos de Franz
Boas, que é considerado o “Pai da Antropologia Moderna”.

- Antropologia evolucionista

A antropologia evolucionista foi o primeiro movimento de estudos


antropológicos liderado pelo antropólogo e biólogo inglês Edward Burnett Tylor e
pelo geógrafo e biólogo Herbert Spencer. Para esses primeiros antropólogos,
a teoria da evolução, de Charles Darwin (em alta na sociedade intelectual europeia do
século XIX), poderia ser aplicada à formação das sociedades.

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Figura : Herbert Spencer

Fonte: : https://pt.wikisource.org/wiki/
Herbert Spencer foi bastante influenciado pelo pensamento de Charles Darwin.

Dessa maneira, assim como os animais desenvolveram-se biologicamente,


sendo que alguns evoluíram e ficaram mais aptos ao meio, a cultura também tinha
evoluído porque alguns seres humanos, supostamente, teriam evoluído mais. Surge
aí a noção etnocêntrica de raça, que alegava que algumas “raças humanas” eram
superiores a outras.
Também surgem as noções de cultura superior e cultura inferior, sendo
que o padrão de medida de tais era o da própria cultura europeia. Com isso, não
causou espanto a ideia de que a cultura europeia desenvolvida pelo homem branco
era superior e que as culturas desenvolvidas por povos de outras etnias eram
inferiores. Para os evolucionistas ou darwinistas sociais, o fato de haver diferentes
níveis hierárquicos de desenvolvimento cultural evidenciava a justificação da
dominação dos povos “inferiores” pelos povos “superiores”.

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2. Cultura: Como Opera?
Para aprofundar a discussão, vamos nos inspirar nas características que
envolvem a atuação do conceito de cultura apresentada por Roque Laraia (2001). Ele
propõe cinco pontos para mostrar a operação desse conceito, são eles:

 a cultura condiciona a visão do homem;


 a cultura interfere no plano biológico os indivíduos participam
diferentemente de sua cultura;
 a cultura tem uma lógica Propriá;
 a cultura é dinâmica.

Figura 2: Conceito de Cultura

Fonte: https://www.google.com.br/

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2.1 A cultura condiciona a visão do homem

Os seres humanos são incentivados a agir de acordo com as regras e os


padrões culturais que são estabelecidos pelos membros da cultura. Aqueles que
destoam do proposto são considerados desviantes. Para Becker (2008, p. 22), o
desvio é visto como “produto de uma transação que tem lugar entre algum grupo social
e alguém que é visto por esse grupo como infrator de uma regra”. Ser considerado
infrator gera consequências discriminatórias nas sociedades. Por isso, de modo geral,
o indivíduo é condicionado a agir de acordo com o padrão esperado naquela cultura.

Ainda que os homens tenham uma configuração biológica comum, o modo


como eles acionam esses mecanismos biológicos para habitar o mundo é distinto.
Dentro das sociedades, cada um pode ocupar um papel social diferente, determinado
pelo convívio entre os membros da comunidade. Por isso, a aprendizagem cultural
não se dá como herança biológica e sim como herança social através da imitação e
reprodução, consciente e inconsciente, dos aspectos culturais que permeiam o
ambiente social no qual os indivíduos estão mergulhados.

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2.2 A cultura interfere no plano biológico

A forma como vivem os seres humanos pode afetar o organismo biológico de


diferentes maneiras, gerando impactos nas necessidades fisiológicas básicas. Um
estilo de vida baseado em uma alimentação saudável pode fazer com que os
indivíduos vivam mais do que um estilo de vida de pouco sono, má alimentação, muito
trabalho. Entretanto, não nos alimentamos apenas para satisfazer as necessidades,
mas também por prazer. O que é considerado prazeroso é construído no âmbito da
cultura. Ainda é preciso enfatizar que o que comemos não está condicionado apenas
ao desejo, mas passa pelo o que temos de acesso a alimento em nossa cultura. O
domínio da agricultura faz com que possamos ter alimentos nas diferentes estações,
mas não é em todos os países do mundo que as frutas são frescas, acessíveis e
baratas, por exemplo. Nas sociedades contemporâneas, somos acostumados com os
chamados “fast foods”, que são comidas de preparo rápido, industrializadas, de baixo
valor nutricional, mas com alto valor calórico. A popularização desses produtos,
conjuntamente com o estilo de vida agitado, faz com que cada vez mais a população
consuma esse tipo de alimento, o que gera o aumento da prevalência da obesidade e
maior probabilidade de problemas de saúde.

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2.3 Os indivíduos participam diferentemente de sua cultura

Inúmeras manifestações culturais acontecem em uma sociedade. No entanto,


os seus membros participam parcialmente de todo esse arcabouço cultural. Ninguém
consegue participar de tudo o que ocorre em sua cultura, justamente porque existem
condicionantes que os limitam, como, por exemplo, gênero, idade, papel social, estilo
de vida, entre outros.

Conforme os indivíduos vão se desenvolvendo após o nascimento, acessam


regras e normas na sociedade que lhes permitem participar de diferentes
manifestações culturais. Na prática religiosa do catolicismo, quando criança, alguns
são batizados, depois fazem a comunhão e somente com mais idade é que se pode
realizar a cerimônia matrimonial. Assim, os indivíduos carregam e reproduzem
aspectos culturais diferentes durante suas vivências, fazendo com que cada ser
humano contenha em si camadas de cultura.

É importante que os indivíduos conheçam e participem de alguns aspectos


culturais que possibilitem a Comunicação e articulação com os outros membros da
sociedade. Saber como agir e se comportar em determinadas situações faz parte da
convivência, ainda que essa seja uma aprendizagem processual e nem sempre se aja
como deveria. O interesse pelo futebol, a prática de ir à praia ou mesmo acompanhar
as festas de carnaval são aspectos culturais que conformam a identidade brasileira.
No entanto, não são todos os brasileiros acessam, têm interesse ou participam do que

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oferece culturalmente o país. Ou seja, mesmo que estejamos imersos em uma cultura,
temos uma participação relativa e parcial no que ela propõe.

2.4 A cultura tem uma lógica própria

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Cada cultura tem a sua lógica própria, que revela um encadeamento de
sentidos, pensamentos e ações que conformam a especificidade das culturas em si,
de acordo com sua origem histórica e o território habitado. O que faz sentido para os
membros de uma comunidade pode não fazer nenhum sentido para outra sociedade.

 Como nos diz Laraia (2001, p. 87), “A coerência de um hábito cultural


somente pode ser analisada a partir do sistema a que pertence”.
 Como compreender as pinturas corporais entre os povos indígenas?
 Como não se impressionar com as danças populares?
 Como interpretar a fé religiosa nas diferentes sociedades?
 Como os indivíduos buscam os processos de cura para suas
enfermidades?

Assim, para compreendermos a lógica de outra pessoa, temos de nos afastar


da nossa lógica, ou pelo menos estabelecer relações que permitam desvendar e
acessar a explicação do outro indivíduo, sem as referências da nossa própria lógica.

2.5 A cultura é dinâmica

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A cultura não está parada. A todo momento, diversos elementos culturais são
reavaliados, conscientemente e inconscientemente, sendo que alguns são
descartados, outros reinventados.

Você̂ pode comparar como estavam vestidas as pessoas nas fotos antigas
guardadas no fundo da gaveta do armário com as vestimentas atuais, de quando
saímos na rua. Pode pensar nas músicas da sua infância e nas músicas que tocam
nas rádios hoje em dia. Analisar as gírias e palavras faladas pelos seus parentes mais
antigos em relação às gírias que você fala com seus colegas.

Essas mudanças e modificações se mantém momentaneamente até que novas


transformações na cultura as modifiquem. Podemos dizer que as mudanças
culturais ocorrem de modo endógeno ou exógeno.

a) O modo endógeno pode ser decorrente do próprio sistema cultural, a


partir dos membros que participam dessa sociedade.
b) O modo exógeno se dá́ por meio de um contato cultural, com outros
povos, que acaba interferindo em práticas culturais estabelecidas antes
do contato.

As mudanças podem ser especificas ou até mesmo modificar completamente


os elementos culturais que antes faziam sentido para aquela cultura. Assim, quando
descrevemos uma determinada cultura, para um estudo científico, temos de saber.

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3. O estudo antropológico sobre a cultura

Ao estarmos imersos em outra cultura, participamos e conhecemos o que faz


sentido apenas ali, e não em outro contexto cultural, como o de origem do antropólogo.
Assim, a antropologia não vai ser aquela que está do ponto de vista do observador ou
do ponto de vista do observado, mas será uma “prática que surge em seu limite, ou
melhor, em sua intersecção.” (LAPLANTINE, 2003, p. 158). Logo, atentos a essa
intersecção, vamos compreendendo as regras e normas da cultura de outro indivíduo,
desvendando seus sentidos e suas motivações, pois, como diz Kottak (2013, p. 43),
“As culturas são sistemas humanos de comportamento e pensamento, obedecem a
leis naturais, podendo, portanto, serem estudadas de modo científico” (Figura 2).

Nesse estudo, ter critério e método é crucial para acessar e perceber elementos
da cultura a serem interpretados, que não são taco evidentes ao estrangeiro. Desde
o início, partimos da ideia de que toda cultura é complexa, extremamente rica e cheia
de sentidos.

Como diz Cuche (1999, p. 239), “Não há cultura que não tenha significação
para aqueles que nela se reconhecem. Os significados como os significantes devem
ser examinados com a maior atenção”. Por isso, se você está disposto a estudar o
homem e a sociedade em que ele vive, certamente vai abordar a discussão de cultura.
Se deseja explicar os significados dos acontecimentos sociais do mundo em que
vivemos, passará pelo estudo de seus elementos culturais.

Se acompanha as mudanças culturais nas sociedades, será necessário


compreender as modificações culturais ao longo dos tempos. E é buscando essas
significações, expressas na cultura, que vamos reconhecer as diferenças culturais.

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Isso é fundamental para um mundo que convive com inúmeras culturas e sociedades,
próximas, cada vez mais, umas das outras, pelos avanços tecnológicos que se
popularizam rapidamente mundo afora.

Pensar na cultura como um conceito antropológico, como propõe Laraia (2001),


torna-se chave para aprofundar o olhar sobre a sociedade, além de possibilitar aplicar
esse mesmo olhar em outras áreas do conhecimento, como Educação, História,
Políticas Públicas, entre outras. Logo, o que se deseja é reconhecer a potência das
categorias de análise dessa disciplina para a compreensão dos homens em
sociedade.

E aqui, o conceito de cultura possibilita uma virada epistemológica de pensar


em nós através do olhar do outro, de modo que, ao analisar a cultura deste indivíduo,
tendo a cultura do observador como referência, seja possível questionar nossos
próprios parâmetros culturais. Nesse sentido, para entender outras culturas, é preciso
aprofundar o entendimento da nossa própria cultura, e, por mais proximidade que
tenhamos com ela, é necessário o esforço de avaliá-la pelo olhar do estrangeiro, que
suspende seu julgamento, participa e se deixa vivenciar a cultura junto com outra
pessoa.

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4. As Duas Faces da Cultura

4.1 Produção Cultural

4.1.1 Diversidade Cultural

A diversidade cultural representa as diferentes culturas que existem no


planeta. Como cultura, compreende-se o conjunto de costumes e tradições de um
povo transmitidas de geração em geração. Sendo assim, como elementos culturais
representativos de um determinado povo destacam-se: l

 língua,

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 crença,
 valores,
 costumes,
 comportamento,
 religião,
 folclore,
 dança,
 culinária,
 arte, entre outros.

Desta forma, o que distingue uma cultura das outras são os elementos
constitutivos que consequentemente compõem o conceito de identidade cultural, ou
seja, o indivíduo pertencente aquele grupo se identifica com os fatores que
determinam sua cultura.

- Declaração universal sobre a diversidade cultural

Adaptada pela Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a


Educação, Ciência e Cultura na sua 31.ª sessão, a 2 de Novembro de 2001.

 IDENTIDADE, DIVERSIDADE E PLURALISMO

Artigo 1.º Diversidade cultural: um patrimônio comum da Humanidade

A cultura assume diversas formas ao longo do tempo e do espaço. Esta


diversidade está inscrita no caráter único e na pluralidade das identidades dos
grupos e das sociedades que formam a Humanidade. Enquanto fonte de
intercâmbios, inovação e criatividade, a diversidade cultural é tão necessária para
a Humanidade como a biodiversidade o é para a natureza. Neste sentido, constitui
o patrimônio comum da Humanidade e deve ser reconhecida e afirmada em
benefício das gerações presentes e futuras.

Artigo 2º. Da diversidade cultural ao pluralismo cultural


Nas nossas sociedades cada vez mais diversas, é fundamental garantir uma
interação harmoniosa entre pessoas e grupos com identidades culturais plurais,
variadas e dinâmicas, bem como a sua vontade de viver em conjunto. Políticas

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visando a inclusão e participação de todos os cidadãos são garantias de coesão
social, de vitalidade da sociedade civil e de paz. Assim definido, o pluralismo
cultural dá expressão política à realidade da diversidade cultural. Sendo
indissociável de um ambiente democrático, o pluralismo cultural favorece os
intercâmbios culturais e o florescimento das capacidades criativas que suportam a
vida pública.

Artigo 3.ºDiversidade cultural como um fator de desenvolvimento


A diversidade cultural alarga o leque de opções à disposição de todos; é uma das
fontes do desenvolvimento, entendido não apenas em termos de crescimento
econômico, mas também como meio para alcançar uma existência intelectual,
emocional, moral e espiritual mais satisfatória.

 DIVERSIDADE CULTURAL E DIREITOS HUMANOS

Artigo 4.ºOs direitos humanos como garantias da diversidade cultural


A defesa da diversidade cultural é um imperativo ético, indissociável do respeito
pelos direitos humanos. Implica um compromisso para com os direitos humanos e
liberdades fundamentais, em particular os direitos das pessoas pertencentes a
minorias e dos povos indígenas. Ninguém pode invocar a diversidade cultural para
justificar a violação dos direitos humanos garantidos pelo direito internacional, nem
para restringir o seu âmbito.

Artigo 5.ºOs direitos culturais como enquadramento propício à


diversidade cultural

Os direitos culturais são parte integrante dos direitos humanos, os quais são
universais, indivisíveis e interdependentes. O florescimento da diversidade
criativa exige a plena realização dos direitos culturais conforme definidos no
artigo 27.º da Declaração Universal dos Direitos do Homem e nos artigos 13.º
e 15.º do Pacto Internacional sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais.
Todas as pessoas devem assim ter a possibilidade de se exprimir e de criar e
divulgar o seu trabalho numa língua da sua escolha, e particularmente na sua
língua materna; todas as pessoas devem ter direito a uma educação e a uma
formação de qualidade, que respeitem plenamente a sua identidade cultural; e

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todas as pessoas têm o direito de participar na vida cultural da sua escolha e
de realizar as suas próprias práticas culturais, sem prejuízo do respeito pelos
direitos humanos e liberdades fundamentais.

Artigo 6.º No sentido do acesso de todos à diversidade cultural


Ao mesmo tempo em que se garante o livre fluxo de ideias pela palavra e pela
imagem, deverá ter-se o cuidado de assegurar que todas as culturas se possam
exprimir e dar-se a conhecer. A liberdade de expressão, o pluralismo dos meios
de comunicação social, o multilinguismo, a igualdade de acesso às artes e ao
conhecimento científico e tecnológico, nomeadamente sob forma digital, e a
possibilidade de acesso de todas as culturas aos meios de expressão e
divulgação, são garantias da diversidade cultural.

 DIVERSIDADE CULTURAL E CRIATIVIDADE

Artigo 7.ºO patrimônio cultural como fonte da criatividade


A criação tem as suas raízes na tradição cultural, mas floresce em contacto com
outras culturas. Por esta razão, o patrimônio, sob todas as suas formas, deverá
ser preservado, valorizado e transmitido às gerações futuras enquanto testemunho
da experiência e das aspirações humanas, de forma a fomentar a criatividade em
toda a sua diversidade e a inspirar um diálogo genuíno entre as culturas.

Artigo 8.ºBens e serviços culturais: produtos diferentes de todos os outros


Face às atuais transformações de caráter econômico e tecnológico, que abrem
amplas perspectivas de criação e inovação, deverá prestar-se particular atenção à
diversidade da oferta criativa, ao devido reconhecimento dos direitos dos autores
e artistas e à especificidade dos bens e serviços culturais que, enquanto
portadores de identidade, valores e sentido, não podem ser tratados como meros
produtos ou bens de consumo.

Artigo 9.ºAs políticas culturais como catalisadores da criatividade


Ao mesmo tempo em que asseguram a livre circulação das ideias e dos trabalhos,
as políticas culturais deverão criar condições favoráveis à produção e difusão de
bens e serviços culturais diversificados através de indústrias culturais com meios
para se afirmar a nível local e global. Incumbe a cada Estado, tendo devidamente

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em conta as suas obrigações internacionais, definir a sua política cultural e
executá-la através dos meios que considere adequados, seja prestando apoio
operacional seja procedendo a uma regulamentação apropriada.

 DIVERSIDADE CULTURAL E SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL

Artigo 10.ºReforço das capacidades de criação e divulgação a nível mundial


Face aos atuais desequilíbrios nos fluxos e intercâmbios de bens e serviços
culturais a nível mundial, é necessário reforçar a cooperação e solidariedade
internacionais para que todos os países, especialmente países em vias de
desenvolvimento e países em transição, possam estabelecer indústrias culturais
viáveis e competitivas a nível nacional e internacional.

Artigo 11.ºEstabelecimento de parcerias entre o sector público, o sector


privado e a sociedade civil
As forças de mercado, só por si, não podem garantir a preservação e promoção
da diversidade cultural, que é fundamental para um desenvolvimento humano
sustentável. Desta perspectiva, deverá ser reafirmada a preponderância das
políticas públicas, em parceria com o sector privado e a sociedade civil.

Artigo 12.ºO papel da UNESCO

A UNESCO, em virtude do seu mandato e das suas funções, tem as seguintes


responsabilidades:

a) Promover a incorporação dos princípios enunciados na presente Declaração


nas estratégias de desenvolvimento delineadas no seio dos vários organismos
intergovernamentais;
b) Servir como entidade de referência e fórum onde os Estados, as
organizações internacionais governamentais e não governamentais, a
sociedade civil e o sector privado possam juntar-se para a elaboração conjunta
de conceitos, objetivos e políticas em prol da diversidade cultural;
c) Prosseguir as suas atividades de definição normativa, sensibilização e
desenvolvimento de capacidades nas áreas relacionadas com a presente
Declaração que se inscrevam nas suas esferas de competência;

26
d) Facilitar a aplicação do Plano de Ação, cujas linhas principais constam em
anexo a presente Declaração.

4.2 Multiculturalismo

4.2.1 Relativismo Cultural


O relativismo cultural refere-se à situação em que existe uma atitude de
respeito pelas diferenças culturais em vez de condenar a cultura de outras pessoas
como incivilizada ou retrógrada. Os padrões ou valores de certo ou errado, dos usos
e costumes, das sociedades em geral, estão relacionados com a cultura da qual fazem
parte.

Dessa maneira, um costume pode ser válido em relação a um ambiente


cultural e não a outro e, mesmo, ser repudiado.

Exemplo:

 no Brasil, come-se manteiga;


 na África, ela serve para untar o corpo.

Pescoços longos (mulheres-girafas da Birmânia), lábios deformados


(indígenas brasileiros), nariz furado (indianas), escarificação facial (entre
australianos), deformações cranianas (índios sul-americanos) são valores culturais
para essas sociedades. Esses tipos de adornos significam beleza. O infanticídio e o
gerontocídio (morte dada a anciãos), costumes praticados em algumas culturas
(esquimós), são totalmente rejeitados por outras.

- Etnocentrismo

O conceito de Etnocentrismo acha-se intimamente relacionado com o de


relativismo cultural. A posição relativista liberta o indivíduo das perspectivas
deturpadoras do Etnocentrismo, que significa a supervalorização da própria cultura
em detrimento das demais. Todos os indivíduos são portadores desse sentimento, e
a tendência na avaliação cultural é julgar as culturas segundo os moldes da sua
própria.

A ocorrência da grande diversidade de culturas vem testemunhar que há modos


de vida bons para um grupo e que jamais serviriam para outro. Toda referência a

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povos primitivos e civilizados deve ser feita em termos de culturas diferentes e não na
relação superior/inferior.

O Etnocentrismo pode ser manifestado no comportamento agressivo ou em


atitudes de superioridade e até de hostilidade. A discriminação, o proselitismo, a
violência, a agressividade verbal são outras formas de expressar o Etnocentrismo.
Entretanto, o Etnocentrismo apresenta um aspecto positivo, ao ser agente de
valorização do próprio grupo. Seus integrantes passam a considerar e aceitar o seu
modo de vida como o melhor, o mais saudável, o que favorece o bem-estar individual
e a integração social.

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5. Referências Bibliográficas

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