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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 3
2. ANTROPOLOGIA ................................................................................................ 4
2.1 Origens........................................................................................................... 4
2.2 Conceito ......................................................................................................... 5
2.3 Objetivos da Antropologia .............................................................................. 8
2.4 Campos de Atuação ....................................................................................... 9
2.4.1 Sociologia .............................................................................................. 11
2.4.2 Psicologia .............................................................................................. 12
2.4.3 Economia e política ............................................................................... 12
2.4.4 Outras ciências ...................................................................................... 13
2.5.1 Método indutivo ..................................................................................... 15
2.5.2 Método dedutivo .................................................................................... 16
2.5.3 Método hipotético-dedutivo .................................................................... 16
2.6 Técnicas de pesquisa da Antropologia......................................................... 16
3. PERSPECTIVAS DE ANÁLISE DO PENSAMENTO ANTROPOLÓGICO ........ 17
3.1 Antropologia Pré-Histórica ........................................................................... 17
3.2 Antropologia Linguística ............................................................................... 19
3.3 Antropologia Psicológica .............................................................................. 20
3.4 Antropologia Social e Cultural ...................................................................... 21
4. A ANTROPOLOGIA AO LONGO DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE ............... 23
4.1 A Pré-História ............................................................................................... 23
4.2 Períodos da Antropologia ............................................................................. 24
4.2.1 Período de formação ............................................................................. 24
4.2.2 Período de convergência ....................................................................... 25
4.2.3 Período da construção ........................................................................... 26
4.2.4 Período da crítica................................................................................... 27
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA.............................................................................. 30
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1. INTRODUÇÃO
3
2. ANTROPOLOGIA
2.1 Origens
4
de Maimieux fundam em Paris a primeira sociedade antropológica Société des
Observateurs de l’Homme (BRO-CA, 1870, apud HERNÁNDEZ, 2015).
A palavra “antropologia” aparece pela primeira vez na academia do
Renascimento francês. No entanto, como disciplina acadêmica é relativamente jovem.
Suas raízes podem ser encontradas no Iluminismo do século XVIII e início do século
XIX na Europa e na América do Norte.
Na medida em que as nações europeias estabeleceram colônias em diversas
regiões do planeta, e os norte-americanos expandiam-se para o Oeste e para o Sul
dominando os territórios indígenas, ficou claro para os colonizadores que a
humanidade era extremamente variada.
A Antropologia começou, em parte, como uma tentativa dos membros das
sociedades científicas de registrar objetivamente e compreender essa variação. A
curiosidade relacionada com esses povos e seus costumes motivaram os primeiros
antropólogos amadores. Por profissão, eles eram naturalistas, médicos, clérigos
cristãos, ou exploradores. A partir da segunda metade do século XIX, a Antropologia
foi considerada uma disciplina acadêmica nas universidades norte-americanas e
ocidentais. Hoje, é uma ciência estudada no mundo inteiro (O’NEIL, 2013). Em suma,
podemos definir Antropologia como uma ciência que objetiva descrever no sentido
mais amplo possível o que significa ser humano (LAVENDA & SCHULTZ, 2014).
2.2 Conceito
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Fonte: (SILVA, 2003).
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Inicia-se dizendo que a Antropologia propõe um olhar integral sobre o homem,
que considere aspectos biológicos, sociais e culturais. Nesse sentido, cabe observar,
analisar e compreender as inúmeras dimensões atribuídas aos seres humanos em
sociedade, a fim de compreender suas modificações ao longo do tempo.
Assim, François Laplantine (2003), em sua obra Aprender Antropologia, é mais
preciso ao enfatizar o estudo do homem para além de um recorte temporal e territorial
específicos, como diz
“A antropologia não é apenas o estudo de tudo que compõe uma sociedade.
Ela é o estudo de todas as sociedades humanas (a nossa inclusive), ou seja, das
culturas da humanidade como um todo em suas diversidades históricas”
(LAPLANTINE, 2003, p. 12).
O homem sempre foi um curioso de si próprio. E tendo estudado inicial- mente
a natureza, ele passou a observar, analisar e compreender o próprio homem por meio
de métodos científicos importados das Ciências Biológicas até que as próprias
disciplinas das Ciências Humanas desenvolvessem suas metodologias. Com isso,
essas aprendizagens iniciais sobre o estudo do homem vão dando corpo a um saber
cientifico sobre os seres humanos e seu modo de vida, possibilitando uma reflexão
mais aprofundada em relação aos fenômenos das sociedades (Figura 2).
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Cabe enfatizar que a antropologia é um movimento epistemológico importante
no pensamento cientifico, pois o homem deixa de se perceber como o “centro da
humanidade” e passa a olhar o outro, a fim de acessar, conhecer, estudar e
compreender o seu modo de habitar o mundo. Ou seja, perceber-se em meio a outros
é um exercício de reflexão que nos desloca a compreender as múltiplas possibilidades
de viver em sociedade, apreendendo que não cabe impor um único estilo de vida para
todos os seres humanos.
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com referência ao mundo material e físico (WEBSTER’S NEW WORLD
ENCYCLOPEDIA, 1993, p. 937).
Assim, o objetivo principal da Antropologia é estudar a sociedade humana,
instituições sociais e cultura, em sua forma mais elementar. Além de ser útil para a
compreensão das sociedades humanas atuais, contribui no conhecimento da história
humana e natureza das instituições sociais. Portanto, a Antropologia Social está
intimamente relacionada com a História e a Arqueologia (NEENA, 2011).
Guerra (2018) complementa, afirmando que a Antropologia investiga as
culturas humanas no tempo e no espaço, suas origens e desenvolvimento, suas
semelhanças e diferenças. Tem seu foco de interesse voltado para o conhecimento
do comportamento cultural humano, adquirido por aprendizado social.
A partir da compreensão da variedade de procedimentos culturais dentro dos
contextos em que são produzidos, a Antropologia, como o estudo das culturas,
contribui para erradicar preconceitos derivados do etnocentrismo, fomentar o
relativismo cultural e o respeito à diversidade.
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Antropologia Biológica ou Física: estuda as bases biológicas do comportamento
humano, bem como a evolução do homem. Inclui disciplinas como a Genética,
Paleoantropologia (estudos da evolução humana a partir de fósseis de hominídeos),
Primatologia, Etologia, Sociobiologia etc.
Arqueologia: estuda vestígios materiais de culturas humanas desaparecidas,
como ossadas, palácios, pirâmides, fortalezas, vias de comunicação, ferramentas etc.;
busca conhecer o passado das sociedades humanas. Descreve o auge e a
decadência de culturas e os fatores que influenciaram o seu desenvolvimento. A
Antropologia contribui na explicação das práticas culturais, tais como guerra, caça,
horticultura, estratificação social etc.
Antropologia Linguística: estuda a variedade de línguas faladas pelo homem, a
sua função e origem, bem como a influência da linguagem na cultura e vice-versa.
Antropologia Cultural ou Social: o estudo comparativo das sociedades
humanas: sua variabilidade cultural, estilos de vida, práticas, costumes, tradições,
instituições, normas e códigos de conduta do passado e do presente (FERNANDEZ,
2014).
A Antropologia, embora autônoma, relaciona-se com outras ciências, trocando
experiências e conhecimentos. Como ciência social, oferece e recebe dados teóricos
e metodológicos da:
• Sociologia;
• História;
• Psicologia;
• Geografia;
• Economia;
• Ciência Política.
Como ciência biológica ou natural liga-se:
• Biologia;
• Genética;
• Anatomia;
• Fisiologia;
• Embriologia;
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• Medicina.
Também a Geologia, a Zoologia, a Botânica, a Química e a Física vêm
oferecendo indispensável contribuição aos estudos antropológicos na busca da
compreensão dos problemas comuns a todas essas disciplinas.
A Antropologia, considerada a mais jovem das ciências, teve que aguardar o
desenvolvimento dos conhecimentos ligados à Geologia, à Genética, à Biologia, à
Sociologia para que pudesse se desenvolver. Pode-se afirmar que, somente após os
conhecimentos da célula e da evolução terem sido formulados e aplicados ao homem,
é que a Antropologia se sistematizou e progrediu como ciência do homem.
Mantém relações interdisciplinares mais íntimas com as ciências que centram
seu interesse especialmente no estudo do homem e que emprestam a ela os dados
pesquisados e acumulados em relação a todos os aspectos da existência humana:
Sociologia, Psicologia, Economia Política, Geografia Humana, Direito e História.
A Antropologia vem firmando-se como ciência do homem que exige, cada vez
mais, a cooperação entre os seus especialistas e os de outras ciências, pois cada
série de problemas requer a utilização de métodos específicos altamente técnicos.
2.4.1 Sociologia
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Conceitos;
Métodos;
Técnicas desenvolvidos pelos seus especialistas.
2.4.2 Psicologia
As relações entre essas duas ciências são bastante estreitas, uma vez que
ambas têm como foco de interesse o comportamento humano. A Antropologia
ocupa-se do comportamento grupal, e a Psicologia, do comportamento individual.
Os antropólogos buscam, nos dados levantados pelos psicólogos, explicações
para a complexidade das culturas e do comportamento humano e para a interpretação
dos sistemas culturais relacionados com os tipos de personalidade correspondentes.
Indagam-se, assim, quais seriam os motivos da conduta social e qual o papel da
cultura no processo de adaptação humana.
Fatores biológicos, ambientais e culturais são as variáveis explicativas das
diferenças individuais que determinam os diversos tipos de personalidade básicos das
culturas. Na tarefa de proceder a esse conhecimento, antropólogos e psicólogos
auxiliam-se mutuamente, fornecendo dados que propiciam a compreensão de
problemas comuns.
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valiosas para a melhor compreensão desse setor da cultura. Toda sociedade se
organiza politicamente por meio de um complexo de instituições que regula o poder,
a ordem e a integridade do grupo.
Nas sociedades simples, a organização política varia muito, relacionando-se
quase sempre com o ritual, o sagrado e os laços de parentesco. Antropólogos e
cientistas políticos encontram um ponto em comum. Se, por um lado, a Política se
desenvolveu no sentido de compreender as várias modalidades de formas de governo
e de Estado, por outro, os focos de interesse da Antropologia, sob esse aspecto, são
imensos. O intercâmbio de ideias enriquece o campo das duas ciências do homem.
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Paleontologia
Metalurgia
Arquitetura
Engenharia
Zoologia
Botânica
Fisiologia
Anatomia
Farmacologia
Astronomia
Artes.
Em geral, todas ciências podem colaborar com o antropólogo nas suas mais
variadas atividades.
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que o pesquisador tem do mundo que o rodeia. Esses pressupostos proporcionam as
bases do trabalho científico, fazendo que o pesquisador tenda a ver e a interpretar o
mundo sob determinada perspectiva. É absolutamente necessário que possam ser
identificados os pressupostos do pesquisador em relação ao homem, à sociedade e
ao mundo em geral. Fazendo isso, pode-se identificar a perspectiva epistemológica
utilizada pelo pesquisador. Essa perspectiva orientará a escolha do método,
metodologia e técnicas a serem utilizados em uma pesquisa.
Este gato tem quatro patas e um rabo, esse tem quatro patas e um rabo. Os gatos
que eu tenho visto têm quatro patas e um rabo. Assim, pela lógica indutiva, posso
afirmar que todos os gatos têm quatro patas e um rabo.
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2.5.2 Método dedutivo
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3. PERSPECTIVAS DE ANÁLISE DO PENSAMENTO ANTROPOLÓGICO
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nado existem mais, ganhou métodos, conceitos e aporte teórico próprios, sendo
intitulada de Arqueologia.
Sabe-se que os homens se adaptaram em meio a transformações em seus
organismos, e eles tiveram de lidar ao longo de 2 milhões de anos. Dessa maneira,
cabe aos arqueólogos desvendar e explicar as mudanças que ocorreram nas
sociedades por meio de registros arqueológicos, sendo eles materiais, peças,
artefatos que constituíram o modo de vida desses antepassados. A partir desses
materiais, os arqueólogos vão propor hipóteses e teorias sobre como as sociedades
se desenvolveram ao longo do tempo, além de compreenderem as características
culturais pertencentes aos povos e grupos que deixaram de existir. Nesse sentido,
conhecer a cultura de uma sociedade que não mais existe a partir dos seus vestígios
materiais permite acessar elementos que compõem a identidade dessa sociedade.
Como o arqueólogo Pedro Funari (2013, p. 101) reforça sobre essa disciplina, “a
criação e a valorização de uma identidade nacional ou cultural relacionam- -se, muitas
vezes, com a Arqueologia”.
A metodologia utilizada para esse trabalho também é científica, uma vez que a
disciplina estabelece procedimentos sistemáticos para acessar os objetos e
desenvolve um arcabouço teórico para interpretar a relação entre esses objetos e os
antepassados. Conforme Bahn e Renfren (1998), os passos e técnicas empregadas
na Arqueologia envolvem: o levantamento de informações sobre o local, que pode ser
através da escrita ou da oralidade; a prospecção do local, que são intervenções no
subsolo para buscar primeiros vestígios materiais para definir a área de interesse; a
escavação da área, que pode ser realizada com a utilização de instrumentos elétricos
ou mesmo com a ajuda de objetos usando a força humana; e a análise arqueológica,
que é quando os materiais, encontrados nos sítios arqueológicos, são levados para
análise no laboratório.
Esses locais onde ocorre o trabalho de campo são os chamados sítios
arqueológicos. Nesses sítios, existem indícios de ocupação humana no passado, e, a
partir de uma pesquisa arqueológica, podem ser encontrados diversos materiais que
denotam a vida de sociedades antepassadas, como:
Ossos humanos,
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Artesanatos,
Cerâmicas,
Pedras,
Representações rupestres,
Restos de alimentos, entre outros.
Sobre esses “dados”, o arqueólogo Gordon Childe (1961, p. 11) lembra que
“Todos os dados arqueológicos constituem expressões de pensamentos e de
finalidades humanas e só tem interesse como tal”. Assim, analisando o material
colhido, tanto de cunho cultural como biológico, é possível compreender as mudanças
e proximidades entre o modo de vida dessas sociedades com as culturas atuais.
Nesse sentido, até mesmo o avanço tecnológico pode ser estudado por meio dos
instrumentos e ferramentas descobertas, como as lanças feitas de pedras lascadas.
Uma das principais questões que diferencia os animais dos seres humanos é a
linguagem. Ainda que os animais emitam som em sua comunicação, há um limite
nesse alcance comunicativo. Já a complexa linguagem humana é um atributo
relevante do desenvolvimento dos seres humanos, uma vez que, através dela,
acessamos o modo como os indivíduos vivem e se relacionam.
Segundo a teoria da gramática universal (VITRAL, 1998), existem aspectos
sintáticos da linguagem que são comuns a todas as línguas do mundo. Então, essa
linguagem permeia uma gramática bastante desenvolvida há milhares de anos, o que
torna possível refletir sobre as características universais da língua, que se difundem
pelas culturas existentes.
Um profundo estudioso no assunto, o antropólogo e linguista alemão Edward
Sapir fez uma análise, em sua obra Language (1921), de que as próprias culturas
poderiam ser pensadas como linguagens, uma vez que ele estava interessado
justamente em como as formas culturais – e então as linguagens – são apropriadas e
recriadas para expressar a comunicação de outras sociedades. Cabe perceber que
até uma mesma língua, como o português, por exemplo, pode ter variações
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interpretativas e utilizações de palavras com formas distintas a partir das mudanças
de sons, diferenças gramaticais e de vocabulário.
Assim, também é possível fazer a reconstituição de línguas antigas com-
parando com a linguagem dos descendentes contemporâneos, traçando, então, um
paralelo cultural histórico e desvendando relações entre sociedades que
estabeleceram trocas culturais e influenciaram umas às outras. Pela linguagem,
descobre-se como os povos avaliam, classificam, separam e percebem o que está em
torno deles, sendo que esse modo de ver o mundo traz a especificidade cultural e até
mesmo as relações desta sociedade com as outras que foram contemporâneas a ela.
Ao mesmo tempo, questões culturais que envolvam os estudos de linguagem podem
ser estudadas e aprofundadas por outras disciplinas. Uma dessas áreas, que a
pesquisa sobre o assunto pode ser bastante frutífera, é a área da Educação, como diz
Collins (2015, p. 1197):
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Ao mesmo tempo, existem processos corpóreos, como deficiências,
convulsões e até doenças, que podem ser percebidos, por indivíduos e seus grupos
sociais, como resultado de acontecimentos de fenômenos culturais baseados em suas
crenças e valores das sociedades, como má sorte, olho gordo, feitiço, entre outros.
Entretanto, para esses povos e culturas, seria desconsiderado as explicações da
biologia e da natureza, pois a única explicação que faz sentido nesse seu arcabouço
cultural é relativa às suas vivências culturais e seus modos de vida.
Logo, os estudos possibilitados por essa perspectiva envolvem a interação dos
processos culturais e mentais, de modo que a forma de perceber e de se relacionar
com o mundo remetem pela biologia do indivíduo. Assim, cabe estudar como os
processos biológicos e psicológicos também embasam a constituição dos fenômenos
sociais expressos pelas relações entre indivíduos e grupos sociais.
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culturais que interessam ao pesquisador. Trata-se da etnografia. Magnani (2010, p.
135) define a etnografia como:
[...] é uma forma especial de operar em que o pesquisador entra em contato com o
universo dos pesquisados e compartilha seu horizonte, não para permanecer lá ou mesmo
para atestar a lógica de sua visão de mundo, mas para, seguindo-os até onde seja
possível, numa verdadeira relação de troca, comparar suas próprias teorias com as deles
e assim tentar sair com um modelo novo de entendimento ou, ao menos, com uma pista
nova, não prevista anteriormente.
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4. A ANTROPOLOGIA AO LONGO DA HISTÓRIA DA HUMANIDADE
4.1 A Pré-História
Saiba Mais:
Conceito de Alteridade: A Antropologia é conhecida como ciência da
alteridade, porque tem como objetivo o estudo do Homem na sua plenitude
e dos fenômenos que o envolvem. Com um objeto de estudo tão vasto e
complexo é imperativo pode estudar as diferenças entre várias culturaas
e etnias. Como a alteridade é o estudo das diferenças e o estudo do outro,
ela assume um papel essencial na antropologia.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/pp/v19n3/v19n3a04
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A Antropologia mostrou o lugar e a posição do Homem através do
estabelecimento de escalas, parâmetros e conceitos que comprovaria e determinaria
ao que se cabe à categoria Homem e por conseguinte, de humano.
Como toda ciência, não existe uma data específica para o nascimento da
Antropologia. Seu nascimento se dá sempre por um processo lento que implica em
criação, acumulação e reformulação de conhecimento.
Este período começa com a própria cultura da humanidade. Diz respeito com
toda reflexão do homem sobre si e sobre o universo que o cerca. A preocupação com
a origem, a realidade e o destino do Homem sempre esteve presente em todos os
povos e sociedades, das mais primitivas às mais modernas.
Como afirma Mercier apud Mello (1982, p.180 ).
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[...] o fato importante é que toda sociedade, tendo ou não atingido a fase cientifica,
construiu uma Antropologia a seu jeito: toda organização social, toda cultura tem
sido interpretada pelos homens que dela participa; e mais, as próprias noções de
organização social e de cultura podem, elas mesmas, ser objeto de reflexão. Sob
este ponto de vista a pré-história da Antropologia é longa, tão longa quanto a
história da humanidade. Esta Antropologia espontânea não pode ser separada do
conjunto de interpretações que o homem elabora a respeito de sua própria
condição e está em geral ligada a uma cosmologia. Uma ou outra figuram como
temas de estudos da Antropologia científica e certas escolas de pesquisa dão uma
importância especial a este aspecto da realidade sociocultural. (MERCIER apud
MELLO, 1982, p.180 ).
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é acompanhada de uma tentativa de definição de métodos mais realistas e seguros
para a abordagem do estudo dos fatos socioculturais.
A razão do título deste segundo período – de convergências – está no
fenômeno que teve início no terceiro decênio do século XIX. Na verdade, Barbachano,
é quem levanta a questão no seguinte enunciado: as variadas formulações sobre a
sociedade e a cultura surgida na Europa, nos séculos XVIII e XIX, convergem para
três objetivos comuns ou seja: a origem, a idade e a mudança.
Outro fato marcante desse período foi o surgimento de várias revisas e
numerosas associações científicas. Neste período foram fundadas, entre outras, as
seguintes associações científicas: Société d’Ethnologie (1839) e Société
d’Anthropologie (1859). Tais sociedades e outras similares podem ser chamadas de
científico-humanitárias se considerarmos que o motivo de sua criação e até os
recursos para a sua manutenção estavam ligados a um sentimento de humanitarismo
com relação aos povos ditos “primitivos” até então espoliados pelas nações europeias.
Houve uma preocupação, senão de todo explícita, ao menos implícita, de proteger os
povos primitivos da sanha imperialista que até então tinham sido vítimas.
Desde essa época, o antropólogo de campo passou a ser visto como um amigo
dos povos primitivos. Em tais sociedades discutem-se a necessidade de proteger a
cultura nativa. Desconfiamos que essa preocupação que até hoje perdura não era
tanto em face dos direitos dos nativos, mas, em parte, refletia o medo de extinção
daqueles povos ameaçando a própria Antropologia. Afinal, a primitividade e a cultura
desses povos, eram como de um videoteipe da própria evolução humana. Ali estava
o Homem como vivera nos estágios inferiores da evolução. Nomes de realce deste
período são muitos: Darwin, Tylor, Herbert Spencer, Conter, Paul Broca e muitos
outros.
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é que o evolucionismo alcança seu apogeu como teoria. Convém notar que é aí onde
nasce a moderna Antropologia. Seu fundador, Edward Tylor, é evolucionista e seus
seguidores também. Essa orientação teórica marca todo restante do século e ainda
consegue tomar um certo alento no segundo quartel do século XX, com nomes
expressivos, como Gordon Childe e Leslie White. Tylor inaugura esta fase com a
publicação da obra em 1871, Cultura primitiva. Nesta Tylor procura com a utilização
do método comparativo, mostrar a evolução pela qual passou a religião através dos
tempos. Outra obra marcante foi a do norte americano Lewis Morgan, A sociedade
Primitiva. Este procurou estabelecer o caminho seguido pela organização familiar
através dos vários estágios de desenvolvimento.
Edwart Tylor é o nome mais importante da Antropologia Cultural desse período.
Foi ele quem definiu o termo cultura e a apresentou-a como objeto da Antropologia,
dando-lhe uma sistematização tanto no seu objeto como no seu método: Lewis
Morgan, também merece seu realce. É dele o clássico esquema da evolução cultural
(selvageria, barbárie e civilização); igualmente importante é o nome de James George
Frazer, que também se dedicou ao estudo do fenômeno religioso.
O período da crítica tem início em 1900, e se arrasta até hoje. É, sem dúvida,
o período mais fecundo da Antropologia. Os cânones iniciais da Antropologia foram
criticados. Novas abordagens foram propostas. Houve um avanço formidável também
nas ciências paralelas. Os meios de comunicação progrediram gradativamente
permitindo, assim, uma divulgação e comunicação de ideias mais eficientes. A
educação foi mais democratizada. O movimento universitário cresceu. A Antropologia
passou a ser disciplina obrigatória em muitas universidades. Em 1908, a Universidade
de Liverpool introduz a primeira cátedra de Antropologia Social na Grã-Bretanha.
A preocupação com o desaparecimento dos povos primitivos levou uma parcela
de estudiosos a se empenhar numa tarefa, aparentemente de menor importância, de
coletar e registrar dados sem uma maior preocupação teórica. Este trabalho é
conhecido como etnografia – a descrição dos costumes dos povos. Sabe-se, no
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entanto que, dificilmente o trabalho etnográfico pode ficar despido de uma conotação
teórica. No momento em que se passa a registrar os elementos da cultura, mister se
faz uma sistematização. Exigindo uma compreensão do fenômeno cultural, uma teoria
a respeito da cultura. Este trabalho foi realizado brilhantemente pela escola americana
e teve como nome inspirador Franz Boas apud Mello, 1982, p. 195.
Outra orientação estimulante na Antropologia foi a de orientação psicológica
que encontrou nos Estados Unidos, seu campo mais fértil. Alguns antropólogos
também dedicaram parte de seus esforços ao estudo da linguística. Ainda com
respeito aos estudos antropológicos nos EUA. É de salientar o caráter de estudo e
pesquisa de campo. Isso não significa que na Europa não tenha havido. Na Inglaterra,
por exemplo, o trabalho de campo encontrou em Malinwski um grande expoente. Foi
certamente o maior e o mais metódico pesquisador de campo. Formou muitos
discípulos na difícil tarefa da pesquisa de campo. Curiosos por observar e na
Inglaterra, foi muito comum a prática de estudos ou trabalho de campo servirem para
a iniciação dos novos antropólogos. Uma pesquisa de campo era o coroamento da
formação do antropólogo.
Desse período também, observamos a evolução da escola funcionalista de
Malinwski. O funcionalismo da escola de Malinwski não é igual ao que existia até então
na Sociologia. Ele apresenta uma nova visão, alvo de críticas, mas é inegável ter
aberto uma nova orientação nos estudos antropológicos. A Inglaterra, também, nos
deu outro nome que muito se aproximava do francês Émile Durkheim; trata-se do
funcionalismo de Radcliffe-Brown. Este falava de estrutura social e seria o criador do
estruturalismo inglês que se aproxima do estruturalismo francês de Lévi-Strauss.
A França aparece neste período com uma superescola de Antropologia, e seu
maior nome é Lévi-Strauss, nem tanto por sua validade e originalidade, mas
principalmente por suas ambições de abrangência teórica e amplitude de seu objeto
de estudo. Essa escola traz a marca francesa - teoria bem elaborada, mas assaz
deficiente no que diz respeito aos métodos e às técnicas de pesquisa de campo.
Em suma, esse período e o atual momento dos estudos antropológicos, se
encontram em completa ebulição. Muitas frentes de estudos se abrem. A crítica ainda
é a sua marca dominante.
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Os países de Terceiro Mundo são um campo a ser explorado por essas nações
e será uma espécie de reflexão sobre suas próprias culturas, ensejando um
reflorescimento dos estudos de aculturação, ou seja, um estudo dos efeitos da
aculturação secular por elas sofrida. Isso nos leva a um estudo da difusão em ritmo
de meios de comunicação sofisticados. Dando início a um novo campo para a
Antropologia: os estudos urbanos antropológicos, ou seja, os estudos a respeito da
cultura popular, do folclore e dos efeitos da urbanização patógena sobre as
manifestações dessa cultura. Como extensão desses estudos estará também o
estudo da cultura de massa.
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
HERMAN, B.L. 1996. Historical Archaeology and the Study of American Culture.
Delaware, The Henry Francis du Pont Winterthur Museum, Inc., pp.397-437.
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