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Elizabeth Joâo Raputa

Resumo dos conteúdos


Licenciatura em Administração e Gestão da Educação

Universidade Púnguè
Tete
2023
Elizabeth Joâo Raputa

Resumo dos conteúdos

Trabalho de Antropologia Cultural de Moçambique a ser


apresentado ao departamento De ciências da educação e
psicologia, curso de Licenciatura em administração e gestão
da educação como requisito parcial da cadeira sob
orientação do docente:

Docente: Mestre Carlos Bacalecane Figo

Universidade Púnguè
Tete
2023
Índice
2. Resumo........................................................................................................................................
2.1. Os conceitos de Etnografia e Etnologia na Construção de uma Antropologia. Objecto e
Objectivo da Antropologia......................................................................................................3
2.1.1. Etnografia..................................................................................................................3

2.2. Os Ramos da Antropologia (Física, Cultural, Social, Económica, Política, Aplicada,


Psicanalítica)...........................................................................................................................3
2.3. As Relações da Antropologia Cultural com outras Ciências Sociais e Humanas............4
2.3.1. Antropologia e Sociologia.........................................................................................4

2.3.2. Antropologia e História.............................................................................................4

2.3.3. Antropologia e Psicanálise........................................................................................5

2.4. O Método de Trabalho em Antropologia.........................................................................5


2.5. Pensamento Antropológico: (Teorias/Correntes).............................................................6
2. Resumo

2.1. Os conceitos de Etnografia e Etnologia na Construção de uma Antropologia.


Objecto e Objectivo da Antropologia

2.1.1. Etnografia

O termo Etnografia foi criado em 1826 pelo italiano Balbi para classificar os grupos
humanos segundo as suas características linguísticas. Modernamente, o conceito aplica-se à
observação no "terreno", descrição e análise de grupos humanos que aí vivam. A reconstrução
deve ser tão fiel quanto possível.

Objectivo da Antropologia Cultural e Social: A disciplina visa atingir um conhecimento


global do homem.

Quanto ao seu objecto, ela abarca toda a extensão biológica, social, histórica e geográfia do
Homem, aspirando a um conhecimento aplicável ao conjunto do desenvolvimento humano.
Sobre o Objecto da Antropologia cultural ainda há várias opiniões, o que é típico duma
ciência social nova. Só para exemplificar, nesta lição vamos considerar apenas três definições:

Para P. Armando Ribeiros (1998, p. 8) - "É a ciência do homem como ser cultural,
entendendo por CULTURA o conjunto das tradições”.

Para Bernardo Bernardi (1978, p. 19) - "A Antropologia indaga o significado e as estruturas
da vida do homem como expressão da sua actividade mental".

2.2. Os Ramos da Antropologia (Física, Cultural, Social, Económica, Política, Aplicada,


Psicanalítica)

Antropologia Física: tem por objecto o estudo de certas características biológicas do homem,
as questões da raça, da hereditariedade, da nutrição, da diferenciação de sexos, etc.
Compreende, entre outras, a Anatomia Comparada, Fisiologia Comparada e a Patologia
Comparada.

Antropologia Social: ocupa-se mais particularmente em estabelecer leis gerais de vida em


sociedade que sejam válidas tanto nas sociedades tradicionais como nas sociedades
industrializadas modernas. Procura aprender mais sobre a sociedade quanto ao seu
funcionamento e aos seus actos.
Antropologia Cultural: dedica-se mais a problemas de relativismo cultural (investigação da
originalidade de cada cultura); do estudo das relações que se estabelecem entre os diferentes
níveis numa dada sociedade e do fenómeno da transmissão da cultura.

Antropologia Política: aborda em particular os problemas do poder da autoridade, da chefia


do governo, etc., assuntos que deram lugar a numerosas especulações filosóficas (sobre a
origem e a natureza do Estado, o aparecimento do Direito, etc).

Antropologia Aplicada: faz a utilização prática das teorias e dos resultados do inquérito
etnográfico, tendo em vista manipular as sociedades, com o objectivo, quer de as administrar
(como é o caso da política colonial, da assimilação, aculturação "forçada"), quer de as ajudar
a adaptarem-se à sociedade etnológica moderna (como é o caso da aculturação "planificada",
política de integração) ou o desenvolvimento de uma originalidade cultural (procura de um
sincretismo).

Antropologia Psicanalítica: baseia-se essencialmente no estudo dos sonhos, dos mitos, dos
contos, na análise de jogos, das cerimónias, das práticas mágicas, de certos aspectos da vida
quotidiana, das técnicas de educação.

Antropologia Económica interessa-se pelas condições da produção material, as trocas, os


direitos sobre os objectos, as formas de utilização dos produtos, englobando os aspectos de
ecologia e tecnologia.

2.3. As Relações da Antropologia Cultural com outras Ciências Sociais e Humanas

A Antropologia tem uma relação privilegiada com a Sociologia, a História, a Economia, a


Geografia, a Psicanálise, entre outras.

2.3.1. Antropologia e Sociologia

Antropologia procura a explicação dos fenómenos sociais e culturais na lógica do observador


(Ciência do Observado); a Sociologia, procura a análise do ponto de vista da própria
sociedade à qual pertence o cientista (Ciência do Observador).

2.3.2. Antropologia e História

O Historiador distancia-se do seu objecto de estudo pelo tempo. Distancia-se assim dos
valores e categorias da sua própria sociedade para melhor compreender e interpretar o
“passado”. Pelo seu lado, o Antropólogo “acantona” o discurso de uma comunidade sobre ela
mesma para melhor a compreender.

O olhar da História e da Antropologia leva a ver o OUTRO como ele se vê, e, através deste
olhar, procurar, ver e compreender essa sociedade global. Como pode observar, aqui há
também uma convergência, na medida em que as duas disciplinas ocupam-se da alteridade,
isto é, do outro. Para que a Antropologia consiga obter a dimensão temporal dos
acontecimentos, logicamente a História prestar-se-à na primeira linha.

2.3.3. Antropologia e Psicanálise

Quer a Antropologia quer a Psicanálise insistem entre o conteúdo manifesto e o conteúdo


latente; entre o implícito e o explícito; e na necessidade de ultrapassar o “sintoma”,
descodificando-o e dando-lhe forma. Quer a Antropologia quer a Psicanálise são marcadas
pela alteridade. O Antropólogo tenta reconhecer e analisar o “pensamento” do Outro, para se
situar o seu próprio pensamento. O Psicanalista tenta descodificar o discurso do Outro” em si
mesmo (Super Ego); o Outro na sua origem e em relação ao qual se determina.

2.4. O Método de Trabalho em Antropologia

Um método, em ciências, pode ser entendido como o caminho ou estratégias usados para
atingir um determinado objectivo. Todas as ciências, quer se trate de ciências sociais,
humanas ou naturais, possuem um método que as caracteriza e as distingue das outras.

A Antropologia tem também os seus métodos privilegiados, tais como: o Histórico, o


Estatístico, o Etnográfico, o Comparativo ou Etnológico, o Monográfico, o Genealógico, entre
outros.

O método Histórico é usado na pesquisa dos eventos através do tempo, para compreender as
diversas transformações ocorridas unma determinada cultura.

O método Etnográfico é usado na análise descritiva das sociedades humanas, enquanto o


método Etnológico ou Comparativo visa aferir as diferenças e as semelhanças apresentadas
por um material de referência de diferentes meios culturais ou de diferentes tempos culturais.

O método Monográfico, ou estudo de caso, é usado para estudar, em profundidade, um


determinado grupo humano em todas as suas dimensões.
O método genealógico é usado fundamentalmente no estudo do parentesco e todas as suas
implicações sociais, políticas, culturais, como por exemplo, o impacto do parentesco no
ordenamento territorial, residencial ou político dos membros de um grupo social.

A sua principal técnica é a observação participante que, entretanto, é acompanhada por outras
récnicas como a Entrevista (dirigida e não dirigida), os Formulários e os Questionários. Pelo
lugar central da Observação participante, passa a descrever-se com alguma profundidade.

2.5. Pensamento Antropológico: (Teorias/Correntes)

A emergência da Antropologia coincide com as primeiras reflexões do Homem sobre si e


sobre a natureza, o cosmos ou o universo. Uma parte desse conjunto de reflexões chegou aos
nossos dias por via de lendas e mitos. É o período que Paul MERCIER indica como sendo de
“Antropologia Espontânea” ou o período da Pré-História da Antropologia.

As contribuições deste período são de diversa natureza e origens: ícones, arte parietal
(pinturas rupestres), arte móvel (esculturas), manuscritos dos primeiros povos com escrita
(Babilônios, Egícios, Hindus, Fenícios, entre outros).

No conjunto dessas contribuições, Martinez (2004, p. 56), aponta que, com o Renascimento
Europeu e com as viagens de exploração, houve grandes contactos, que deram origem a
Tratados. Surgiram Tratados acerca das afinidades e diferenças entre os homens e seus
mundos sociais e culturais. Por exemplo, MONTAIGNE, um francês publica os seus Ensaios
(1580), que nos transmitem contactos entre os povos, onde questiona o etnocentrismo e faz a
análise comparativa das sociedades. Ainda segundo Martinez (Id.), o Tempo Moderno,
dominado pelo ilumisnismo ou o culto à razão, empresta um antropocentrismo, base para o
estudo dos factos tipicamente humanos. As maiores contribuições ocorrem no Século XVIII,
com Emmanuel Kant (1724-1804), que, com o seu pensamento, “(...) influenciou os vários
ramos da ciência do tempo. Ele ensina que o entendimento constrói o seu objecto, pelo que os
fenómenos giram em torno da razão”.

No Século XIX dá-se a primeira descoberta do homem fóssil. No seu conjunto, todos esses
aspectos deram subsídios para a emergência da Antropologia Física, que conhecera a sua
fundação no mesmo século por Johann Blumembach (Mello, 2005, p. 189-190). Antes ou
depois vieram ainda contribuições das missões científicas mais organizadas e sistematizadas,
de naturalistas, geógrafos, humanistas, que tinham como objectivo principal colher
informações e fazer observações. Contam-se os exemplos de A. Bering (Nordeste da Ásia);
Cook (Oceania) e as viagens posteriores à organização da African Association, pela Grã-
Bretanha, (1788), para o interior da África. Um contributo significativo resultou ainda da
Sociedade Etnológica de Paris (França), que lançou “L’Instruction génerale aux Vovageurs”,
espécie de orientação para a recolha de dados.

Para a emergência da Antropologia jogaram papel importante as contribuições de vários


povos, períodos e individualidades. Contudo, apesar de existirem subsídios importantes para o
seu estabelecimento como ciência, a disciplina veio conhecer a cientificidade só no século
XIX, mercê dos grandes contactos à escala planetária dos três séculos imediatamente
precedentes e da insaciável busca dos conhecimentos das outras realidades geográficas,
históricas, culturais então imprimida durante o período moderno europeu.

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