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INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO

DEOLINDA RODRIGUES
CURSO DE PSICOLOGIA

TRABALHO DE ANTROPOLOGIA

PERCURSO DA ANTROPOLOGIA
(DIFICULDADE E PROGRESSO)

DOCENTE

_________________________
Msc. Alcídio Quinjango

LUANDA, 2023
INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO
DEOLINDA RODRIGUES
CURSO DE PSICOLOGIA

TRABALHO DE ANTROPOLOGIA

PERCURSO DA ANTROPOLOGIA
(DIFICULDADE E PROGRESSO)

SALA: 11

ANO: 1º

TURNO: MANHÃ

CURSO: PSICOLOGIA

INTEGRANTES DO GRUPO

1. Elias Garcia Nzumba Miguel


2. Epifánia Inácio
3. Florência Santos Brito
4. Helena Domingos Catraio Diogo
5. Jorge Pascual
6. Judith Rosalina Chicolela
7. Jucélia Ramos da Costa
8. Karen Gonçalves
9. Maria de Nascimento
10. Paciência Francisco Inácio
11. Paulo Sabalo
12.Samuel Panzo Dário
13. Suzeth Pioca
DEDICATÓRIA

A todos que sempre acreditaram nas nossas capacidades em especial os nossos


familiares, que desde sempre investiram e têm investido nas nossas formação, dando-me todo
amor, carinho, afecto, e orientações para o caminho certo.
AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus por nos ter concedido saúde e protecção para que este trabalho se
tornasse realidade, aos meus pais por terem contribuído financeiramente. Agradecer em
especial o docente e todos aqueles que directas ou indirectamente contribuíram para que este
trabalho se realiza-se.

A todos o nosso muito obrigado!


EPÍGRAFE

O antropólogo é o astrônomo das ciências sociais: ele está encarregado de descobrir um


sentido para as configurações muito diferentes, por sua ordem de grandeza e seu afastamento,
das que estão imediatamente próximas do observador.

(Claude Lévi-Strauss)
ÍNDICE GERAL PÁGINAS
Dedicatória
Agradecimentos
Epígrafe

INTRODUÇÃO.......................................................................................................................01

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.........................................................................................02

1.1. História da antropologia.... .................................................................02


1.2. Marcos na história do pensamento antropológico .....................................03
1.3. Darwinismo social.....................................................................................03
2. Dificuldades da antropologia.....................................................................04
3. Progresso da antropologia.........................................................................07
4. Divisão da antropologia.............................................................................08
5. Escolas antropológicas..............................................................................08
5.1. Principais escolas antropológicas..............................................................09
CONCIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................................11

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...................................................................................12
INTRODUÇÃO

A palavra antropologia é formada com base nos vocábulos gregos antropos, que
significa homem (no sentido de humanidade), e logos, que significa razão, racionalidade ou
ciência. A antropologia, nesse sentido, é um ramo das ciências humanas, mais especificamente
das ciências sociais, que tem como objetivo o entendimento das formações estruturais daquilo
que foi feito pela humanidade. Podemos contabilizar como produção estritamente humana a
linguagem, a cultura, a ciência, a intelectualidade e o conhecimento racional.

Claude Lévi-Strauss foi o fundador da antropologia moderna e pioneiro do estruturalismo,


em trabalhos que se tornaram verdadeiros clássicos

A antropologia foi reconhecida recentemente (em termos históricos) como uma ciência
autônoma. Todavia, antes disso, era identificada como um ramo da história natural e narrava a
evolução do homem de acordo com o conceito civilizacional.

Além disso, podemos dizer que este saber foi um instrumento de dominação
(principalmente europeia, à época), uma vez que legitimava a dominação das metrópoles
colonialistas sobre os povos conquistados.

Esse fenômeno, chamamos de "Etnocentrismo Eurocêntrico", pois tinha a civilização


europeia como medida para todos os aspectos civilizados. Destarte, foi assim que surgiu a
classificação “primitivo, bárbaro e civilizado” para determinar os estágios evolutivos das
civilizações.

OBJECTIVOS
Objetivos Geral:

 Compreender o Percurso da antropologia como ciência.

Objetivos Especifico:

 Identificar as dificuldades e progressos da antropologia como ciência.


 Identificar os contributos das correntes antropológicas para o desenvolvimento da
antropologia.

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CAP. I FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1. História da antropologia

A Antropologia é uma ciência que se encarrega do estudo da diversidade cultural encontrada


entre os seres humanos e estuda a relação entre indivíduos, e a relação de indivíduos com os
seus meios envolventes, tendo como foco o conceito de cultura.

Podemos encontrar as primeiras e mais remotas preocupações que levaram ao surgimento


da antropologia no século XVI. O movimento colonizador observado nas Grandes Navegações,
ocorridas a partir do final do século XV, colocou o europeu em contato com um tipo humano
jamais visto por ele. A cultura, o modo de vida, a religião e as estruturas sociais tão diferentes
causaram espanto aos europeus. Tanto quanto o espanto foi causado, houve o movimento de
tomada da terra e dos bens naturais dos nativos por parte daqueles.

Para isso os colonizadores apresentaram a lógica religiosa como legitimação da


colonização, pois povos tão, na visão deles, atrasados e profanos deveriam ser forçadamente
civilizados. No entanto, apesar da visão predominantemente etnocentrista dos europeus, nem
toda a intelectualidade manteve-se uníssona em defender a colonização e a civilização forçadas
e etnocentristas dos povos nativos.

Um dos pontos desviantes da linha de raciocínio corrente foi o pensamento do filósofo,


político, escritor, jurista e humanista francês Michel de Montaigne. Montaigne foi um crítico
da visão europeia, que não reconhecia na cultura diferente da sua uma legitimidade.

No século XIX, houve um novo movimento colonizador, denominado neocolonialismo ou


imperialismo. O imperialismo desse período promoveu uma divisão das terras dos territórios
da África e da Ásia entre as principais potências europeias, em especial Inglaterra e França, que
receberam as maiores porções nessa partilha.

Então, o europeu colocava-se novamente em posição de domínio de outros povos e contato


com culturas diferentes. Era, novamente, necessário justificar-se o movimento colonizador,
porém com certas diferenças epistemológicas. O século XIX tinha vivenciado a revolução
científica do século XVI e caminhava para um positivismo cientificista que necessitava de

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explicações científicas (e não religiosas) para justificar o domínio de povos. Além da simples
partilha das terras, os europeus precisavam de matéria-prima para suprir a necessidade imposta
pela expansão industrial do século XIX.

1.2. Marcos na história do pensamento antropológico

Ao longo da história da antropologia, os aspectos culturais dos grupos humanos foram


observados sob diferentes perspectivas. Obviamente, as mudanças de paradigmas para
realização de pesquisas antropológicas não significam a criação de um discurso hegemônico na
ciência, mas desde o período das grandes navegações e posterior darwinismo social, outras
correntes de pensamento foram observadas na ciência.

Dentre elas, tem destaque a corrente funcionalista. Para os antropólogos que integram a
escola antropológica de mesmo nome, as diferentes sociedades assim o são pois possuem
funções distintas. Segundo essa perspectiva, cada grupo social exerce uma função específica
que se relaciona com as executadas pelos outros grupos dentro de um sistema maior.

Outro marco importante na história da antropologia é a publicação do livro “Tristes


Tópicos” (1955), de Claude Lévi-Strauss. O título é considerado a obra inaugural da
antropologia estrutural, escola antropológica que busca identificar as estruturas culturais
presentes na mente humana. Nesse sentido, estabelece a distinção entre natureza e cultura e
investe nas pesquisas sobre a linguagem e sistemas de signo.

1.3. Darwinismo social

Na esteira dessa necessidade, era preciso criar-se uma ciência sólida capaz de mostrar as
diferenças culturais entre os diferentes povos. O primeiro movimento antropológico com
pretensão científica foi promovido a partir da década de 1870 e liderado pelo biólogo inglês
Edward Burnett Taylor e pelo geógrafo e biólogo Herbert Spencer.

A teoria construída por esses pensadores ficou conhecida, mais tarde, como evolucionismo
ou darwinismo social. O darwinismo social é puramente etnocentrista e tem pretensões
científicas. Podemos dizer que a pretensão ao cientificismo não se concretizou, pois tal ideia
foi construída em cima de teorias abstratas sobre os povos de fora da Europa sem, de fato, que
se houvesse o conhecimento efetivo e prático daqueles povos.

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Na visão bairrista e etnocentrista dos primeiros antropólogos, há uma hierarquia das raças
que poderia ser medida com a cultura. Ainda nessa visão, a cultura produzida pelo homem
branco europeu é superior à cultura produzida pelos outros povos.

Assim, medindo pela cultura, eles afirmavam que a raça branca é superior às outras raças,
estabelecendo uma hierarquia que coloca os asiáticos em segundo lugar, os indígenas
americanos em terceiro, e, por último, os povos negros africanos. Assim, eles justificavam a
colonização como um movimento que poderia levar o desenvolvimento “civilizado e superior”
aos povos “menos desenvolvidos”

2. Dificuldades da antropologia

A Antropologia sempre procurou entender a natureza humana e as variedades da cultura


humana. Esta tarefa ambiciosa enfrentou constantemente dificuldades teóricas e metodológicas.
A teoria da evolução social foi apresentada como sendo preconceituosa e baseada em poucas
evidências, inclusive com uma inferência racista em uma época de dominação europeia.

Os antídotos rigoroso trabalho de campo inspirado no funcionalismo, estruturalismo ou


culturalismo eram também vistos como contaminados por hierarquias de uma ordem mundial
colonialista. A atenção pós-moderna a este "orientalismo" em um mundo pós-colonial produziu
textos no sentido de atentar os antropólogos para estas questões, o que acarretou um declínio
na produção e no entendimento antropológico. Esta conferência considera estes dilemas, os
correntes debates sobre "cultura" e "sobrevivência cultural" e como antropólogos deveriam
proceder nesta nova era de confusão, produzida pela globalização e pelo aparecimento do
Estado-nação.

Um dos principais problemas com a teorização evolucionista era que ela tendia a eliminar a
tolerância razoável em relação às outras sociedades e a substituí-la pelo desdém evolucionista.
Os evolucionistas sociais acreditavam possuir critérios científicos que lhes permitiam ordenar
as sociedades num gradiente de menos a mais civilizadas.

Não é de surpreender que classificassem as sociedades não ocidentais como as menos


civilizadas, por comparação com as ocidentais, que não só eram as mais civilizadas, mas
também, convenientemente, produziam os estudiosos que desenvolviam essas classificações.

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Ao final do século XIX, essas classificações começavam a ser atacadas por uma nova
geração de antropólogos que argumentavam que a teoria social evolucionista se baseava em
inferências equivocadas extraídas de dados etnográficos pouco fidedignos. As consequências
dessas inferências eram graves, pois davam apoio supostamente "científico" a classificações
questionáveis e inerentemente racistas. Nos Estados Unidos, Franz Boas e seus discípulos eram
os que insistiam na necessidade de um melhor trabalho de campo para dar base a uma
antropologia cultural empiricamente fundada que, por sua vez, mostraria a debilidade das
teorias sociais evolucionistas.

O enfrentamento entre antropólogos culturais e antropólogos sociais estendeu-se por


décadas em meados do século XX, mas foi eventualmente abandonado. Passou a ser, em geral,
aceito que a antropologia cultural incluía o estudo da estrutura e que a antropologia social
inevitavelmente se ocupava da cultura.

De fato, a antropologia estrutural defendida por Lévi-Strauss ocupava-se das estruturas


da cultura assim como das estruturas da sociedade. De maneira lenta, mas segura, os
departamentos de antropologia mudaram os nomes de seus programas para refletir essa
convergência.

Enquanto isso, a ideia de cultura passou a ser adotada por outras disciplinas e se tornou
parte tanto do discurso acadêmico como do discurso popular. Nos últimos anos, a cultura parece
estar em toda parte. As pessoas falam de "cultura corporativa", "cultura adolescente", "cultura
da polícia" e assim por diante, quase ao infinito. É como se cada grupo ou categoria de pessoas
tivesse uma cultura. Infelizmente, esse amplo interesse pela ideia de cultura, que poderia ter
anunciado uma nova era em que o estudo da cultura ocupasse um lugar central nas ciências
sociais e nas humanidades, surgiu exatamente quando os antropólogos começavam a ter sérias
dúvidas sobre o conceito.

Essas dúvidas faziam parte de uma crítica geral das teorias, dos métodos e das
conclusões antropológicas que se desenvolvia a partir dos movimentos conhecidos como pós-
colonial ismo e pós-modernismo, ou, resumindo, POÇO e POMO. O POCO observava que as
análises de outras sociedades produzidas pelos antropólogos que trabalhavam em situações
coloniais eram suspeitas porque manchadas pelas assimetrias e vieses da situação colonial.

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O POMO generalizava essa dúvida, argumentando que toda investigação antropológica
estava manchada de maneira semelhante, a menos que tivesse sido realizada por estudiosos
conscientemente pós-modernos. Em verdade, os pós-modernos mais estritos pareciam
aproximar uma espécie de niilismo segundo o qual seria virtualmente impossível reunir dados
confiáveis ou desenvolver análises confiáveis a partir deles.

A abordagem do POMO teve o mérito de tornar os antropólogos agudamente


conscientes das fontes de distorções em seus próprios dados, especialmente aqueles
relacionados com as circunstâncias sob as quais o trabalho de campo fora realizado e do
relacionamento do investigador(a) com os povos que investigara.

Foi no meio desse processo de introspecção e conscientização que o conceito central da


antropologia cultura também começou a ser atacado. A cultura sempre foi notoriamente difícil
de definir, mas a maioria dos estudiosos a concebia como um conjunto padronizado e coerente
de ideias que constituíam a visão de mundo e de si mesmo de um dado povo. Entretanto, os
críticos diziam que a cultura não era claramente demarcada, tanto em termos conceituais quanto
em termos demográficos. O que quer dizer que as ideias num sistema cultural não seriam
necessariamente coerentes nem consistentes.

Assim, a despeito do fato de que cultura era um conceito central da antropologia


sociocultural, ele teria sido mal construído e mal utilizado pelos próprios especialistas que o
empregavam. Eles não teriam analisado a cultura como processo, como debate, como campo
de contestação. Não teriam levado na devida conta o fato de que as ideias de uma cultura se
confundiam com as de outras culturas, assim como de que os portadores de uma cultura não
eram um grupo claramente delimitado.

Tais equívocos podem ser corrigidos. Aprendemos dos pós-modernistas uma nova
autoconsciência que melhora nossas análises atuais, desde que recusemos que ela paralise nossa
pesquisa. De modo análogo, podemos adotar uma nova abordagem à cultura que evite os erros
do passado. O que não devemos fazer, acredito, é abandonar o termo de vez. Isso seria jogar
fora o bebê com a água do banho.

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3. Progresso da antropologia

Por outras palavras, o progresso é entendido como um conceito que indica a existência de
um sentido de melhorar a condição humana.

Dá-se o nome de progresso científico para o avanço numa pesquisa que é coletiva e acontece
de forma contínua, em outras palavras, seria o conhecimento científico proveniente da
colaboração de vários indivíduos.

Já no fim do século XIX, as ideias etnocentristas começaram a modificar-se dentro da


antropologia com os trabalhos desenvolvidos pelo geógrafo e antropólogo alemão Franz Boas.
Boas conheceu povos nativos que viviam no norte do Alasca quando foi contratado como
cartógrafo para mapear um conjunto de ilhas da região. Passando um bom tempo no local, ele
percebeu que era necessário aprofundar-se na cultura de um povo, fazer o que eles faziam e
conhecer a sua língua para realmente entendê-lo sem preconceitos.

No século XX, o antropólogo polonês Bronislaw Malinowski revolucionou os estudos


antropológicos ao fundar um método funcionalista para a antropologia, que entende a sociedade
com base no papel e na função dos seus vários elementos.

Para a consumação de seu método, é necessário que o antropólogo mantenha um contato


bem próximo com a sociedade em questão (ideia já preconizada por Boas), mas com um método
bem específico de análise para que o resultado da produção seja cientificamente confiável. Foi
por meio de Malinowski que os estudos antropológicos ganharam maior fundamentação e
distanciaram-se de vez do risco do etnocentrismo e da pseudociência.

Outro importante método antropológico que surgiu no século XX foi o estruturalismo,


desenvolvido primeiramente pelo antropólogo belga Claude Lévi-Strauss. Esse pensador
procurou entender, por meio dos estudos linguísticos e da imersão cultural, as estruturas
fundamentais que estabelecem laços comuns entre todas as sociedades. Uma delas seria, na
visão de Lévi-Strauss, o parentesco, algo comum a todas as sociedades.

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4. Divisão da antropologia

Antropologia biológica ou física: consiste no mesmo estudo de antropologia biológica ou


física da divisão europeia clássica.

Antropologia cultural: consiste no mesmo estudo de antropologia cultural da divisão


europeia clássica.

Antropologia linguística: com base nos estudos da linguagem de uma sociedade,


determina as origens daquele povo. Um importante antropólogo que deu os impulsos para o
reconhecimento desse ramo da antropologia foi o alemão, radicado nos Estados Unidos, Franz
Boas.

No fim da primeira metade do século XX, o antropólogo belga Claude Lévi-Strauss


desenvolveu uma teoria que ficou conhecida como antropologia estruturalista, a qual se baseia
na linguagem para determinar as estruturas similares das pessoas dentro de uma cultura. Apesar
da importância de Boas, é com Lévi-Strauss que a antropologia passa a identificar na linguagem
um objeto central de estudo.

Arqueologia: busca compreender a formação do ser humano com base nos objetos
materiais deixados por ele. Nesse sentido, o arqueólogo busca por armas, utensílios culinários,
vestimentas, escritos e pinturas e utensílios em geral que possam expressar como os povos
antigos viviam, o que permite elaborar teorias sobre o modo de vida e cultura dos seres humanos
no passado."

5. Escolas antropológicas

As escolas antropológicas reúnem pensadores que compartilham uma visão acerca do


fazer antropológico. Ao longo do desenvolvimento dessa ciência, muitos pesquisadores se
propuseram a compreender o homem em suas dimensões biológicas, sociais e culturais. E, nesse
processo, foram criados novos paradigmas e formas de entender o processo investigativo. Cada
vez que esses elementos eram alterados, criava-se uma nova escola antropológica.

Neste artigo, vamos conhecer as escolas antropológicas mais importantes que surgiram
desde o século XIX. Nesse sentido, apontaremos o paradigma que imperava em cada uma delas

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e quais foram os principais pensadores que contribuíram para a investigação e produção do
conhecimento.

5.1. Principais escolas antropológicas

São quatro as principais escolas antropológicas elencadas pela literatura científica da


área. Elas ficaram conhecidas como Escola Evolucionista, Escola Funcionalista, Escola
Difusionalista e Escola Estruturalista. Vamos saber um pouco mais sobre cada uma delas!

Escola Evolucionista

Essa foi a primeira das escolas antropológicas. Ela tem início no século XIX e é marcada
pelo pensamento dicotômico que divide as sociedades em “primitivas” e “civilizadas”. Os
pensadores que contribuíram para a Escola Evolucionista, de modo geral, defendiam uma
espécie de evolucionismo das sociedades humanas. Segundo essa lógica, as sociedades ditas
primitivas poderiam se tornar civilizadas. Logo, entende-se que existiria uma assimetria entre
os grupos populacionais e uma linha evolutiva que poderia ser seguida por aqueles que estavam
em posições de inferioridade.

Os antropólogos que contribuíram para essa escola realizavam suas análises adotando
métodos comparativos, que poderiam levar em consideração aspectos como parentesco e
religião. Entre os principais representantes dessa escola estão Herbert Spencer, que escreveu
“Princípios de Biologia” (1864), e Edward Burnett Taylor, autor de “A Cultura Primitiva”
(1871).

Escola Funcionalista

Das escolas antropológicas, a Funcionalista é a que vai propor o método clássico de


etnografia e adotar o trabalho de campo para realização das análises (na Escola Evolucionista,
eram os relatos dos viajantes e colonizadores que subsidiavam as interpretações feitas pelos
antropólogos). Além da adoção do trabalho de campo, os funcionalistas se diferem dos
evolucionistas por não conceberem a ideia de hierarquia entre as sociedades.

Para os antropólogos funcionalistas, cada sociedade possui uma função distinta. Esse
seria o traço que diferenciaria uma das outras, mas sem construir hierarquias. Nessa perspectiva,
ao passo que cada grupo exercesse a sua função, eles contribuíam para um sistema maior, onde

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todos as funções se relacionavam. Contribuíram para a Escola Funcionalista Bronislaw
Malinowski, escritor de “Argonautas do Pacífico Ocidental” (1922), e Alfred Radcliffe-Brown,
autor de “Estrutura e função nas sociedades primitivas” (1952).

Escola Difusionalista

A terceira das escolas antropológicas se preocupa em entender as semelhanças


existentes entre grupos culturais geograficamente distantes. Desse modo, seria possível
encontrar um passado comum a essas culturas. Os antropólogos difusionalistas acreditavam que
os objetos e costumes partilhados entre sociedades distantes eram resultado do processo de
imitação e assimilação cultural que aconteciam durante a colonização e negociações que se
estabeleciam entre os povos.

Desse modo, a diversidade cultural seria o resultado dos encontros entre as culturas, que
implicava em difusão de objetos e comportamentos. A Escola Difusionalista teve representes
alemães (Friedrich Ratzel, Léo Frobénius e Fritz Graebner) e britânicos (G. Elliot Smith e
William J. Perry).

Escola Estruturalista

Os antropólogos que integram a Escola Estruturalista buscam identificar as regras


estruturantes da cultura que estão presentes na mente humana. Seus estudos se atêm à
construção dos significados dentro de uma cultura, um processo que envolve inter-relações
entre diferentes elementos ligados à linguagem, sistemas de signos e ao imaginário dos
indivíduos.

Claude Lévi-Strauss, autor de “Tristes Tópicos” (1955), é considerado criador da


antropologia estrutural. Essa escola recebeu ainda contribuições de Ferdinand Saussure,
linguista que colaborou bastante para o desenvolvimento da Semiótica.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em suma, a palavra antropologia tem origem no grego, o termo “antropo” vem de


antrophos, que quer dizer homem, e a palavra “logia” vem de logos, referindo-se à razão ou
estudo. Desta forma, a pergunta o que a antropologia pode ser respondida como sendo o estudo
do ser humano em seu sentido mais profundo e amplo.

Essa ciência se dedica a compreender o homem e seu processo de evolução, ou seja, sua
origem, formação e desenvolvimento, até se tornar aquilo que é hoje. Por isso, o antropólogo
atua também como um historiador, pois ele precisa estudar o passado para identificar as raízes
do ser humano e determinar onde tudo começou e como as coisas se desenvolveram.

Atualmente, os estudos antropológicos podem ser feitos de diversas maneiras, desde o


seu início a antropologia tem avançado e desenvolvido vários métodos de pesquisa. Através da
antropologia biológica, cultural, física, social ou linguística, a ciência questiona ou busca
responder como as populações anteriores a essa viveram, como os seres humanos se formaram
e também como as culturas se desenvolveram.

Para identificar esses aspectos, o antropólogo se insere completamente na cultura a qual


busca estudar, com o objetivo de observar e construir teorias a respeito da formação física e
cultural de determinado grupo social.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

https://www.todamateria.com.br/historia-da-antropologia/

https://mundoeducacao.uol.com.br/sociologia/antropologia.htm

https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/antropologia.htm

https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/antropologia/o-que-e-antropologia

https://pt.wikipedia.org/wiki/Progresso_(filosofia)

https://conceito.de/progresso

https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/antropologia/historia-da-antropologia

https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/antropologia/escolas-antropologicas

https://www.scielo.br/j/rbcsoc/a/qXtH4vPr5pCNNRzSfs7dwxz/

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