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AULA nº 01
Introdução à Antropologia
(Apresentação da Disciplina /
Conceituação / Objeto de Estudo)
Prof. Kalhil Lucena
ANTROPOLOGIA

Carga Horária: 40 horas/aulas.

Ementa: O que é o homem? Dimensões fundamentais. Reflexão sobre o


homem/mulher como um ser social, cultural, político, econômico, religioso,
racional, de linguagem, biológico. O homem como um ser para si, para o mundo e
para os outros. Diversidade Cultural. Teorias Antropológicas. Antropologia e
sociedade brasileira. Introdução à linguagem dos elementos afro-brasileiros
constituintes da cultura e História do Brasil. Tópicos em cultura e identidades
indígenas.
ANTROPOLOGIA

Competências Específicas:
• Difundir o entendimento e a reflexão entre a Antropologia e as demais
Ciências Humanas, Sociais, da Educação, da Saúde e etc., numa perspectiva
macro e micro social;
• Compreender as mais relevantes construções e problematizações teóricas e
metodológicas da ciência antropológica no âmbito acadêmico/científico;
• Averiguar a contribuição da Antropologia diante da Contemporaneidade, a
partir de um cenário de valorização da alteridade, do respeito à pluralidade
cultural e da valorização às múltiplas vivências cotidianas social e profissional.
ANTROPOLOGIA

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: UNIDADE I

1. Introdução à Antropologia (Apresentação da Disciplina / Conceituação / Objeto de


Estudo);
2. Diversidade Cultural: Sociedade, Etnocentrismo, Alteridade, Cultura (Assimilação e
Integração);
3. Os Estudos Antropológicos diante da cultura, trabalho e o desenvolvimento da
consciência do ser humano;
4. O desenvolvimento do Pensamento Antropológico;
5. Definições de Cultura Organizacional;
6. Antropologia e Formação Política, Econômica e Social do Brasil;
7. Aula de Revisão - 1ªA.V.
ANTROPOLOGIA

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO: UNIDADE II

8. Correntes de Pensamento da Antropologia: Evolucionismo e Difusionismo;


9. Correntes de Pensamento da Antropologia: Funcionalismo, Estruturalismo e
Antropologia Interpretativa;
10. Matrizes Sócio-Antropológicas do Brasil;
11. Culturas Brasileiras: da diversidade à desigualdade;
12. Culturas e Identidades Afro-Brasileiras;
13. Culturas e Identidades Indígenas;
14. Aula de Revisão - 2ªA.V.
INTRODUÇÃO À ANTROPOLOGIA

Segundo as pesquisadoras Marina Marconi e Zelia Presotto (2014), a Antropologia


se relaciona com as ciências biológicas e culturais. Sendo uma área do
conhecimento humano que se preocupa em conhecer cientificamente o/a
homem/mulher. Nesse sentido, ela possui um aspecto tríplice:
I) Ciência Social: objetiva conhecer o ser humano enquanto elemento integrante de
grupos sociais.
II) Ciência Humana: analisa a História, a Filosofia, a Linguagem, as crenças, os usos e
costumes dos sujeitos sociais.
III) Ciência Natural: interessa-se pelo conhecimento psicossomático do homem e sua
evolução.
ANTROPOLOGIA: CONCEITUAÇÃO

1) O QUE É ANTROPOLOGIA?

Anthropos, do grego, significa homem; e logos quer dizer


razão/estudo/discurso. É uma área do conhecimento humano que pretende estudar o
ser humano em interação com seu ambiente sociocultural cotidiano, e também, em
relação com o grupo social do qual faz parte. Um dos mais relevantes objetos de
estudos da Antropologia é a Cultura. Para o Antropólogo brasileiro Roque Laraia “A
cultura é como uma lente através da qual o homem vê o mundo.”
ANTROPOLOGIA: CONCEITUAÇÃO

1) O QUE É ANTROPOLOGIA?

Cultura: um conceito antropológico (Roque Laraia)

"Concluindo, cada sistema cultural está sempre em mudança. Entender esta dinâmica é
importante para atenuar o choque entre as gerações e evitar comportamentos
preconceituosos. Da mesma forma que é fundamental para a humanidade a
compreensão das diferenças entre povos de culturas diferentes, é necessário saber
entender as diferenças que ocorrem dentro do mesmo sistema. Este é o único
procedimento que prepara o homem para enfrentar serenamente este constante e
admirável mundo novo do porvir."
ANTROPOLOGIA: CONCEITUAÇÃO

1) O QUE É ANTROPOLOGIA?
Utilizando-nos das ideias do pesquisador José Luiz dos Santos (O que é Cultura? - 1994)
é possível conceber que os Estudos Antropológicos dizem respeito à humanidade como um
todo e ao mesmo tempo a cada um dos povos, nações, sociedades e grupos humanos. A
história da humanidade sempre foi marcada por contatos e conflitos entre culturas, isto é, entre
modos diferentes de organizar a vida social, de conceber a realidade e vivenciá-la. A riqueza
desse leque de formas culturais é problematizada pela Antropologia. Portanto, ela é uma
preocupação contemporânea, bem viva nos tempos atuais. É uma preocupação em entender os
muitos caminhos que conduziram os grupos humanos às suas relações presentes e suas
perspectivas de futuro. Assim, cada realidade cultural tem sua lógica interna, a qual devemos
procurar conhecer para que façam sentido as suas práticas, costumes, concepções e as
transformações pelas quais estas passam.
ANTROPOLOGIA NA
PERSPECTIVA LABORAL
(percepção do outro)

HABILIDADE
CONHECIMENTO (SABER FAZER) COMPROMETIMENTO
(SABER)

ÉTICA

SENSIBILIDADE ATITUDE
(SABER OUVIR)
ANTROPOLOGIA: OBJETO DE ESTUDO

2) O homem e suas inter-relações socioculturais como objeto de estudo


antropológico:
Pedro Queiroz e Antonio Sobreira (2016) elucida-nos que o objeto de estudo da
Antropologia é o estudo do outro em relação a nós. O homem como ser biológico, social e
cultural vive em constante questionamento para entender o que somos a partir do espelho
fornecido pelo “outro”. Assim, a Antropologia atualmente se dedica ao estudo de grupos e
fenômenos sociais variados, com temáticas e possibilidades de investigação diversos, tais
como relações étnicas e raciais, meio ambiente, patrimônio, identidade e etnia, grupos
indígenas, sociabilidades urbanas, comunidades rurais, religiosidades, política, corpo e
saúde, gênero e sexualidade, globalização e consumo, ética, instituições jurídicas, migrações,
educação, ciência, etc.
ANTROPOLOGIA: OBJETO DE ESTUDO

2) O homem e suas inter-relações socioculturais como objeto de estudo


antropológico:
De acordo com a antropóloga Neusa Gusmão (2008) o mundo, hoje, encontra-se em
meio à intensas transformações. Falamos em integração econômica e cultural, superação de
fronteiras com a criação de grandes blocos de tendência hegemônica, como União Européia,
MERCOSUL e outros. O mundo se globaliza, a cultura se mundializa, os mercados se unificam
(Antropologia e Globalização). Em contrapartida, grupos sociais diversos se deslocam no
tempo e no espaço e, no entanto, as particularidades se reafirmam, diferentes povos,
religiões e culturas reivindicam um lugar próprio e singular, fazendo de nosso tempo um
tempo aparentemente contraditório. Nesse cenário, torna-se cada vez mais indispensável o
entendimento dos estudos antropológicos na construção do respeito às pluralidades.
ANTROPOLOGIA: PENSANDO CULTURA
NUMA PERSPECTIVA FOUCAULTIANA
Michel Foucault – filósofo francês (1926 – 1984)
O poder instituído constrói um
Saber (universo sociocultural),
legitimando uma verdade.

“Mas a sociedade muda e a cultura é, consequência da mudança ocorrida e


instrumento da mudança futura”
(parafraseando o pensador italiano Mario Alighiero Manacorda)
ANTROPOLOGIA: A CULTURA DO
“HOMO SAPIENS CONSUMUS”
Para Michel de Certeau as maneiras de fazer cotidianas são multifacetadas e estão
sempre em conexão ao social, ao cultural, ao religioso e ao político. Assim, as massas populares
não são consumidoras passivas de uma cultura. Não há uniformidade nas microvivências e
microdiferenças cotidianas, mas pluralidades. Dessa forma, as imagens difundidas pelas
emissoras de televisão são representações, e dos tempos passados pelo telespectador diante do
aparelho (comportamento) deve ser complementada pelo estudo daquilo que o consumidor
cultural fabrica durante essas horas e com essas imagens. Pode-se afirmar, portanto, que as
emissoras de televisão se utilizam de estratégias (práticas), mas são diretamente atingidas por
táticas (apropriações) dos consumidores culturais que ressignificarão o produto consumido.
Entretanto, apoiando-se em Michel de Certeau, o historiador Roger Chartier problematiza os
conceitos de prática, representação e apropriação diante dos estudos culturais, como um espaço
aberto a múltiplas leituras e interpretações.
ANTROPOLOGIA: AS CULTURAS NÃO
DEVEM SER HIERARQUIZADAS

Néstor García Canclini (Culturas Híbridas: estratégias para entrar e sair da


modernidade), defende um conceito de cultura fluida, rejeitando a construção de uma
cultura popular folclórica, tradicional e estática. Ele concorda, ainda, com a não aceitação
do conceito de cultura fundamentado na relação entre popular versus erudito. Portanto,
Canclini nos afirma que o popular é uma elaboração do discurso científico, o popular não
é produto dos populares, mas da sociedade em geral. Assim como, o erudito não é
exclusivo das classes abastadas, nesse sentido ele considera a cultura como plural e
híbrida.
ANTROPOLOGIA: EXERCÍCIO DE REFLEXÃO
E FIXAÇÃO DO CONTEÚDO
1. A Antropologia, que literalmente significa o estudo do homem e da humanidade, em seus
primórdios, desenvolveu um olhar absoluto em termos evolucionários, frequentemente usado
para justificar a superioridade da forma branca europeia sobre as outras formas,
supostamente mais primitivas. Com o seu amadurecimento, já no início do século XX, esse
olhar foi sendo substituído pelo(a):

(A) pensamento etnocêntrico para se construir uma sociedade global democrática.


(B) olhar centrado no modelo eurocêntrico objetivando-se uma singularidade cultural mundial.
(C) reconhecimento da superioridade cultural europeia como modelo de civilização.
(D) reconhecimento da diversidade cultural humana a partir de suas estruturas e lógicas
distintas, mas igualmente complexas e válidas.
(E) entendimento e aceitação do outro a partir da lógica do totalitarismo.
ANTROPOLOGIA: EXERCÍCIO DE REFLEXÃO
E FIXAÇÃO DO CONTEÚDO
2. Ao estudarmos Antropologia nos emerge o conceito de sociabilidade, que define-se
como a capacidade natural dos seres humanos para viver em sociedade, que se
desenvolve pelo processo de socialização. Destaca(m)-se neste processo:

(A) capacidade da pessoa em assimilar regras e hábitos de sua cultura como única.
(B) conflitos sociais no todo, inclusive a saúde sendo ofertada num cenário singular.
(C) práticas dos hábitos, das regras e dos costumes característicos de um grupo, em que o
processo de socialização varia de cultura para cultura.
(D) apenas os aspectos individuais do sujeito social.
(E) etnocentrismo dos hábitos, das regras e dos costumes característicos de um grupo.
ANTROPOLOGIA: EXERCÍCIO DE REFLEXÃO
E FIXAÇÃO DO CONTEÚDO
3. Ao pensarmos antropologicamente sobre a capacidade do homem de criar cultura, assinale a
alternativa INCORRETA:
(A) A cultura determina o comportamento do homem e é o seu meio de adaptação aos
diferentes ambientes ecológicos do planeta.
(B) O homem age de acordo com seus padrões culturais, suprimindo seus instintos que são
substituídos pela cultura.
(C) A cultura é acumulativa, essa transmissão é realizada através da “socialização” ou
“endoculturação”.
(D) A partir da cultura o homem passa a agir mais em decorrência do que foi aprendido do que
de atitudes geneticamente determinadas.
(E) O homem foi responsável pelo seu próprio processo evolutivo quando “libertou-se” da
natureza e passou a controlar as condições com que se relaciona com o ambiente.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

HAVILAND, Willian A. Princípios de Antropologia. São Paulo: Cengage Learning, 2011.

LAPLANTINE, François. Aprender Antropologia. 1ª Edição - 15ª reimpressão. São Paulo: Brasiliense, 2003.

LARAIA, Roque. Cultura: um conceito Antropológico. 14ª Edição. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.

MARCONI, Marina de Andrade; PRESOTTO, Zelia Maria Neves. Antropologia: uma introdução. 7ª Edição. SP: Atlas, 2014.

MELLO, Luis Gonzaga de. Antropologia Cultural. 16ª edição. São Paulo: Vozes, 2009.

ERIKSEN, Thomas Hylland; NIELSEN, Finn Sivert; História da Antropologia. Petrópolis, RJ: Vozes, 2007.

CANCLINI, Néstor García. Culturas Híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: EDUSP, 1997.

CERTEAU, Michel de. A cultura no plural. 2ª Edição. Campinas, São Paulo: Papirus, 1995.

GEERTZ, Clifford. Interpretação das Culturas. 1ª Edição - 13ª reimpressão. Rio de Janeiro: LTC, 2008.

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