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Proposta da atividade:

Plano de aula voltado para a área de Antropologia para aula introdutória com o tema “O
que é Antropologia?”

ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO IV


CIÊNCIAS SOCIAIS
PLANO DE AULA

TEMÁTICA: O que é Antropologia?


Série: 3° ano do Ensino Médio
Professor(a):
1. Prática Social Inicial do Conteúdo
1.1. Objetivos

Introdução breve da disciplina de antropologia para então adentrar suas principais


divisões na área de pesquisa; descrever o conceito de antropologia de maneira
ampla e introdutória, citando alguns autores clássicos da disciplina. Conhecer a
definição de Antropologia e como ela pode ser vista hoje em dia, onde ele pode ser
visto, assim como suas principais áreas de pesquisa e sua história, entendendo sua
importância e seus formatos não apenas teóricos mas no mundo real, de maneira
palpável para que seja possível a observação deste conceito de maneira autônoma.
1.2. Conteúdos
 Introdução do que é Antropologia
 De onde surge a Antropologia?
 Quais são as principais áreas de estudo da Antropologia?
 Quem são alguns autores considerados clássicos da Antropologia?
 O que faz um antropólogo?
1.3 Vivência Cotidiana do Conteúdo
Ao final da aula, após apresentar como a Antropologia pode ser vista no contexto atual e
em nosso dia a dia, conversar com os alunos se eles conseguem ver este conceito em seu
cotidiano, se já tinham ouvido falar os conceitos principais apresentados e se já haviam
ouvido falar de Antropologia. A par das respostas, elucidar dúvidas ou confusões
geradas pela aula, visto que é um conteúdo novo e pode ser considerado abstrato. Falar
sobre como esse conceito nos permeia o tempo todo em todos os momentos de nossa
vida, seja de maneira explícita ou de maneira mais velada.
2. Problematização: Discussão sobre o Conteúdo
2.1. Dimensão Científica: O que é antropologia? De onde surge a Antropologia? Quais
são alguns dos seus principais autores e pelo que são conhecidos? O que faz um
antropólogo? Por que estudar Antropologia?
2.2. Dimensão social: Como a Antropologia impacta em nosso dia a dia? Como
podemos identificar alguns de seus conceitos no cotidiano? O que é um Antropólogo e
como funciona esta profissão?
2.3. Dimensão cultural: O aluno já conhecia o que era Antropologia? O que já se sabe
sobre a disciplina e suas áreas de pesquisa? Em quais filmes, séries, é possível
identificar algum de seus conceitos? Como o aluno pode internalizar esse conceito? Para
que serve e no que pode ser observada a Antropologia?
2.4. Dimensão psicológico-afetiva: Quais conceitos já eram familiares? O que eles já
viram na internet sobre Antropologia? O que eles já sabiam sobre a disciplina e suas
áreas e como internalizavam isso em seu dia a dia?
3. Instrumentalização
3.1. Ações Didático Pedagógicas: Conteúdo será exposto de forma verbal e também
escrito no quadro, sendo possível atividade como produção de mapa mental, trabalhos e
exposições com os alunos a partir do exposto em aula e pesquisas feitas pelos mesmos.
3.2. Recursos Humanos e Materiais: Quadro, canetão, material didático e apagador.
3.3. Texto Didático (elaboração própria)
Texto didático
Elaborar um texto em que você, professor, faz a síntese de seus conhecimentos e a partir
dessa síntese consegue identificar o que você já sabe sobre o conteúdo que será
trabalhado. Essa síntese deve orientar a forma como você estabelece os objetivos,
conteúdos e problematização da aula. Lembrando sempre que o processo de ensino-
aprendizagem é tanto do estudante quanto do professor. Os dois devem trabalhar
simultaneamente as questões propostas em aula.
O QUE É ANTROPOLOGIA?
Para iniciar nossa matéria, começaremos com uma introdução a uma das áreas
das Ciências Sociais, a Antropologia.
Antropologia é o estudo do homem e seu comportamento em grupo e dos
sistemas culturais. Está até no nome: antrophos = homem e logia = estudo. O
interesse e a curiosidade pelo que é diferente de si fez com que houvesse esse
estudo, buscando entender a formação cultural dos indivíduos. É estudar o homem
e a humanidade de maneira totalizante.
Podemos dizer que sempre que se pensou no outro, se pensou
antropologicamente. Mas de onde surge a Antropologia?
Historicamente, podemos ir bem lá atrás, ainda na época das Grandes
Navegações e das Expansões Marítimas. Os jesuítas, padres da Igreja Católica,
foram confiados pelos espanhóis e portugueses para entender os “novos” povos,
os povos indígenas e povos originários dos lugares (re) descobertos pelos
colonizadores. Neste caso, este estudo e observação eram feitos com o desejo de
coloniza-los e muda-los, adaptá-los à cultura branca europeia. Avançando alguns
séculos, no século XIX o ser humano começou a ser cada vez mais o centro de
pesquisas e estudos, originando ciências como a sociologia, a psicologia e a
antropologia. Esses estudos eram demandados pelas mudanças sociais da época,
como a urbanização e a industrialização, trazidas pela expansão imperialista na
África e na Ásia. Nessa época, os estudos antropológicos ainda eram centrados
nos povos considerados estranhos e diferentes ao homem branco europeu, como
na África e Ásia, com o objetivo de entende-los para domina-los. Os antropólogos
deste momento eram cronistas e viajantes que produziam relatos sobre os povos
que visitavam, e os enviavam para os comandantes e governos de seu país de
origem. É importante pontuar que estes relatos eram completamente enviesados
para o lado europeu, sem neutralidade e sem a vontade de realmente entender
outros povos, assumindo uma narrativa de dominação onde o outro era sempre
“selvagem” e “carente de civilização”.
Em um primeiro momento, também foi considerada como a história natural e
física do homem e do seu processo evolutivo, restringindo o estudo a
características físicas do homem, o que levou a uma antropologia que media
crânios para determinar inteligência, ligada principalmente ao darwinismo social e
a ideia de que haviam povos mais evoluídos que outros. A partir do século XIX,
essas ideias começaram a se modificar com Franz Boas e Malinowski, autores que
proporão outras formas de observação e de análise dos povos, marcando a
Antropologia como ciência, com seu método e suas especificações. Atualmente, a
antropologia estuda compreender as diferentes formas de vida em sociedade,
entendendo a formação das identidades societais, grupais e de tribos. O outro é
sempre o objeto da investigação. Para isso, a antropologia se utiliza da etnografia
(coleta direta de dados), da etiologia (análise dos materiais colhidos).
A Antropologia é uma área das Ciências Sociais, mas também tem suas
divisões teóricas e de estudo. Dessa forma, algumas das suas principais
subdivisões são:
 Antropologia Social: surge na Inglaterra, e estuda os “Sistemas de
Pensamento”, ou seja, estuda a coesão das instituições, o caráter
integrativo da família, da moral e da religião; nesta área, cabia ao
antropólogo analisar, observar e “descobrir” as leis de funcionamento
da sociedade.
 Antropologia Cultural: nesta área, o foco é nos indivíduos como
reveladores, como “guias” da cultura a qual pertencem. Aqui, a cultura
é colocada como algo adquirido através de processos de aprendizagem
e é transmitida culturalmente, nas relações dos seres humanos. O
homem e sua origem, os costumes e o instinto.
 Antropologia Estrutural e Sistêmica: estuda a variedade e variabilidade
em si da cultura e também qual é a “lógica” da cultura que está sendo
estudada. Aqui, não é apenas o outro que é analisado, mas também o
próprio observador. Existem regras estruturantes da cultura na mente
humana, onde as culturas são sistemas de signos partilhados e
estruturados por princípios que estabelecem o funcionamento do
intelecto.
 Antropologia Física Biológica: nascida das teorias evolucionistas, onde
os brancos europeus eram vistos como o auge do ser humano e sua
evolução e os outros eram “Os primitivos”, trazendo a ideia de
sociedades “civilizadas” e, por consequência, de “não civilizadas”.
 Antropologia Funcionalista: inspirados na obra de Durkheim, onde as
sociedades humanas dependem da interação entre as partes, assim como
um corpo biológico. As funções são analisadas como obrigações na
estrutura social, sustentando esta estrutura, permitindo a coesão;
desenvolvendo uma prática antropologia e não apenas a antropologia
teórica, chamada de antropologia de gabinete. O homem é entendido
então como inteiro, onde todo seu contexto social, sua língua,
economia, religião, mitologia importavam e não podiam ser estudadas
separadamente.
Para finalizar nossa veia histórica sobre a Antropologia, trago três dos
principais autores da disciplina, cada um deles reconhecido internacionalmente e
muito estudados nos cursos de humanas. São eles:
 Franz Boas: desenvolve a ideia de que cada cultura tem uma história
particular, sendo preciso reconstruir cada história para entende-la;
importante opositor do darwinismo social, pioneiro no método
etnográfico; para ele, cada povo tem sua própria complexidade.
 Malinowski: desenvolveu o conceito de observação participante,
buscava compreender as instituições sociais de uma perspectiva
universalista; a cultura é uma totalidade em funcionamento que integra
hábitos, costumes, técnicas e crenças. Todo elemento cultural deve ser
estudado em seu contexto.
 Levi Strauss: principal teólogo da antropologia estruturalista, publica
um livro chamado “As estruturas elementares do parentesco”, onde
analisa os aborígenes australianos e seus sistemas de matrimonio e
parentesco, onde analisa que alianças são mais importantes que laços de
sangue.
Por último: como isso sai da teoria? Onde um antropólogo pode atuar e o que
ele faz?
Atualmente, um antropólogo pode atuar nas áreas de pesquisa, acadêmica e
consultoria (por ex: quilombos, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), Fundação Nacional do Índio (Funai), Instituto Nacional de Colonização e
Reforma Agrária (Incra), Associação Brasileira de Antropologia e até mesmo
Ministério Público). A formação se dá no curso de Ciências Sociais, com ênfase
ou habilitação em Antropologia e há faculdades que oferecem o curso específico
de Antropologia.
A maioria dos profissionais costuma atuar no desenvolvimento de análises e
pesquisas voltadas à sociedade humana. Nessas investigações, eles produzem
conhecimento sobre as diferentes formas de organização social e o modo como
populações e grupos pensam e agem sobre o mundo. O profissional pode atuar,
ainda, como consultor de empresas, realizando pesquisas de mercado, como
assessor ou implantador de serviços de documentação e informação relativos ao
patrimônio cultural ou na elaboração e implementação de políticas e programas
públicos.
Alguns campos de atuação: ensino (aulas para cursos de graduação, mestrado
ou doutorado); pesquisa (atuação em centros de pesquisa); análise (investigação
de políticas de segurança pública, saúde coletiva, direitos humanos, diversidade de
gênero e sexualidade, educação, etc.); consultoria (prestação de serviços para
empresas, tais como pesquisa de mercado e análise das preferências e
comportamentos do consumidor); publicações (livros, artigos, ensaios,
comunicações em congressos, entre outros) e elaboração de políticas públicas
(formulação, gestão e crítica dessas políticas, especialmente as que envolvem a
diversidade cultural).
4. Catarse:
4.1. Síntese Mental do Aluno: Após a aula, os alunos realizarão a produção de um
mapa mental, podendo ser feito sozinho em dupla. O trabalho consiste em uma síntese
da aula, feita em uma folha, com palavras chaves e resumos de conceito, onde
“Antropologia” aparecerá como palavra principal.
4.2: Expressão da Síntese: O mapa mental será utilizado para analisar quais
informações foram retidas pelos estudantes e para entender quais conceitos foram
elencados como importantes, quais foram frisados e quais foram deixados de lado,
através do qual se pode perceber se o objetivo da aula foi alcançado ou não. Por ser uma
aula introdutória, é preciso um “termômetro” da turma, de sua dinâmica e da sua base
teórica.
5. Resultados Esperados: É esperado que o aluno consiga internalizar o conceito geral
do que é Antropologia e de como ela funciona não só na teoria mas como na profissão,
conheça alguns dos autores considerados clássicos e possa identificar conceitos
antropológicos em seu cotidiano.

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