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Antropologia Cultural ou Social - estudo diferencial das crenças e das
instituições de um grupo, concebidas como fundamento das instituições sociais
e consideradas em suas relações com a personalidade. Estudo do homem
como fazedor de cultura, investigando suas culturas no tempo e espaço,
origens e desenvolvimento. Como ciência social seu objetivo consiste nos
modos de comportamento hereditário e por aprendizagem. É o homem criando
seu meio cultural mediante formas diferenciadas de comportamento, e
evidenciando o caráter biocultural do desenvolvimento humano. O campo de
estudo da Antropologia Cultural abrange:
• Arqueologia; • Etnografia;
• Etnologia;
• Lingüística;
• Folclore;
Relativismo Cultural permite ao observador ter uma visão objetiva das culturas ,
cujos padrões e valores são tidos como próprios e convenientes aos seus
integrantes, tendo alguns princípios humanitários:
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A Antropologia é aplicada na indústria na busca de soluções para os problemas
decorrentes de baixos salários, greves, desemprego, injustiça sociais, excesso
de trabalho, etc, nos projetos de desenvolvimento como é o caso da
colonização de
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Os antropólogos não usam o termo culto ou inculto, de uso popular, e nem
fazem juízo de valor sobre qualquer cultura, pois não consideram uma cultura
superior ou inferior à outra, mas sim diferente.
O que é Antropologia:
Antropologia é uma ciência que se dedica ao estudo aprofundado do ser
humano. É um termo de origem grega, formado por “anthropos” (homem, ser
humano) e “logos” (conhecimento).
A reflexão sobre as sociedades, o homem e o seu comportamento social é
conhecida desde a Antiguidade Clássica através do pensamento de grandes
filósofos, destacando-se o grego Heródoto que é considerado o pai da História
e da Antropologia.
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Estudar o ser humano e a diversidade cultural, envolve a integração de
diversas disciplinas que procuram refletir sobre as dimensões biológicas,
sociais e culturais, sendo as principais áreas:
Antropologia Cultural
A Antropologia Cultural, um dos quatro grandes ramos
da Antropologia Geral – ciência que estuda o Homem e a Humanidade
de forma integral -, junto à Antropologia Física, a Arqueologia e a
Linguística, é o ramo do conhecimento que se dedica a compreender
os mecanismos da vida humana em sociedade, no aspecto cultural.
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A Antropologia é o estudo do homem como ser biológico, social e cultural. Sendo cada
uma destas dimensões por si só muito ampla, o conhecimento antropológico geralmente
é organizado em áreas que indicam uma escolha prévia de certos aspectos a serem
privilegiados como a “Antropologia Física ou Biológica” (aspectos genéticos e
biológicos do homem), “Antropologia Social” (organização social e política, parentesco,
instituições sociais), “Antropologia Cultural” (sistemas simbólicos, religião,
comportamento) e “Arqueologia” (condições de existência dos grupos humanos
desaparecidos). Além disso podemos utilizar termos como Antropologia, Etnologia e
Etnografia para distinguir diferentes níveis de análise ou tradições acadêmicas.
Qualquer que seja a definição adotada é possível entender a antropologia como uma
forma de conhecimento sobre a diversidade cultural, isto é, a busca de respostas para
entendermos o que somos a partir do espelho fornecido pelo “Outro”; uma maneira de
se situar na fronteira de vários mundos sociais e culturais, abrindo janelas entre eles,
através das quais podemos alargar nossas possibilidades de sentir, agir e refletir sobre o
que, afinal de contas, nos torna seres singulares, humanos.
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ser jamais verdade absoluta. A ciência como conhecimento é
movimento que se constrói, define-se e redefine-se vinculada ao
contexto histórico que a origina. Nada mais legítimo, portanto, do que
buscar conhecer os caminhos trilhados pela antropologia para
dimensionar os caminhos em constituição em face de diferentes
campos.
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O interesse central é trazer o aluno da pedagogia para uma
aproximação no campo teórico da antropologia, que lhe é
inteiramente desconhecido. Por outro lado, o aluno de ciências
sociais, campo onde o antropólogo é formado, no caso brasileiro,
também desconhece o itinerário da antropologia no campo da
educação. A razão é simples: a educação não tem sido um dos
campos privilegiados pela antropologia, da mesma forma que certas
abordagens teóricas, que estão na origem deste diálogo, também não
se constituem em objeto de conhecimento e análise, em particular,
lembro aqui, o culturalismo americano, representado por Franz Boas
e as gerações formadas por ele. Poderíamos elencar um número
significativo de razões para que isto ocorra, mas importa chamar
atenção para uma certa distorção de visão de que somos todos
acometidos e que nos leva a considerar aprioris e ou críticas
insuficientes, deixando de entender a constituição da ciência de que
somos herdeiros. Ser herdeiros não nos torna culturalistas, acríticos
ou conservadores, mas exige que reconheçamos que o conhecimento,
como ciência, não nasce e morre dentro de um tempo determinado,
senão que se alimenta do que existe antes dele e fornece alimento ao
que lhe sucede, sem nunca deixar de existir como referência.
Defendo, ainda, a importância desse resgate, se quisermos cobrar
alguma coerência no fazer de outros campos, quando se utilizam do
referencial da antropologia na abordagem de temas singulares,
particularmente na educação. Essa é a razão pela qual esta reflexão,
ainda iniciante, parte da negação imediata de um tempo mágico - a
década de 1970-,1 como referência para as pesquisas educacionais de
tipo etnográfico e também para as pesquisas no campo das ciências
humanas, ditas pós-modernas, que, negando todo o passado,
tornam-se reificadoras de muitos limites.
Por que ser discípulo de Franz Boas importa? Antes de mais nada, por
ser ele mesmo um aluno de Morgan - outra referência axial na
antropologia -, que, rompendo com o mestre, abre as portas para a
fecundidade e as multiplicidades de pensamentos que orientarão
novas abordagens teóricas que alimentam a antropologia do século
XX. Os discípulos de Boas, neste início de século, dão continuidade ao
próprio Boas, quando este nos alertava para o fato de que tínhamos
um modelo pedagógico ocidental que iria nos conduzir a uma
pedagogia da violência.
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implicou em violência, distorções sobre estes povos e suas culturas.
O texto "Todos Nós Somos Loucos por Ti, América", de Scevcenko,
fala desse encontro/desencontro e situa para nós o papel de uma
ciência preocupada com as diferenças e seu movimento. A
antropologia preocupada, antes de tudo, em superar a cultura própria
do mundo que lhe dá origem - o mundo europeu em expansão - para
poder conhecer a realidade do outro, faz disso seu grande desafio. O
desafio de ver-se e ver aos outros homens, para, então, estabelecer
as bases do conhecimento.
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A educação realiza-se, então, no interior da sociedade, composta por
diferentes grupos e culturas, visando um certo controle sobre a
existência social, de modo a assegurar sua reprodução por formas
sociais coletivamente transmitidas.
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subjetivo”, do qual não é possível encontrar em questionários ou dados objetivos, de
“imponderáveis da vida real”, ou seja, considerava-o um elemento que dá sentido à
própria pratica social. Além da consideração de alguns elementos indispensáveis para
pensarmos a realidade, esse pensador clássico da antropologia nos passa uma
mensagem muito importante: a de que não devemos encerrar em si mesmas as
relações sociais, mas sim que estas nos sirvam como meio pelo qual possamos nos
situar no contexto social e histórico, para que não sejamos “neutros” no que diz
respeito à realidade social. Ou seja, é preciso pensar em um sistema educacional que
possibilite ao sujeito se situar no tempo e no espaço como um ser que está inserido no
mundo e na realidade, possibilitando o surgimento de reflexão para com a vida, e para
a luta por uma sociedade mais justa.
BIBLIOGRAFIA
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