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Nathalia Fruchi
São Paulo
2021
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Introdução a Antropologia..................................................................................................................................3
Metodologia Cientifica..............................................................................................................................................9
Diversidade Cultural ...............................................................................................................................................13
Autores Clássicos da Antropologia...........................................................................................................22
Autores Clássicos da Antropologia II.......................................................................................................34
Religião Religiosidade e Magia........................................................................................................................46
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A Antropologia foi fundada como ciência com o olhar sempre voltado para
entender as diferenças partilhadas entre os seres humanos. Nesse sentido, o que
será trabalhado nesta disciplina é apresentar as suas especificidades e contribuições
para a reflexão sobre a alteridade.
Para tanto, será objeto de análise o surgimento dessa disciplina dentro do
conjunto das chamadas Ciências Sociais, assim como as principais questões que
nortearam e ainda orientam muitas pesquisas desenvolvidas na atualidade. Nessa
esteira, serão trabalhadas as principais ideias, teorias antropológicas e suas
contribuições, assim como dos vários pesquisadores que nos possibilitaram contar
com um aprofundamento do conhecimento sobre nós, os seres humanos
Bom, agora e aqui é meu primeiro relatório, então eu vou escrever como se
eu estivesse “dando aula para mim mesma”, e umas visão meio; “ué você então
entendeu isso”, e pode ter vicio de linguagem, com o tempo eu melhoro.
Essa aula também me trouxe a lembrança de quando o Lucas na sua aula
(provavelmente no 8°ano-2016), estava explicando eurocentrismo e ele deu o
exemplo de um antropólogo alemão foi estudar a civilização os esquimós/Inuites, e
ele se entregou tanto na prática de. Observador participante, que quando ele
terminou o seu trabalho e voltou para a Alemanha para publicá-lo, ele não conseguiu
mais viver na sociedade europeia, pois tinha se entregado de corpo e alma/criado
costumes e aderido à cultura inuiteanas em sua vida, que ele voltou para o Canadá
em menos de 2 anos e viveu sua velhice entre a sociedade que o mesmo estudou.
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A Antropologia como o mundo conhece hoje em dia só foi definida raças a 2
antropólogos que veremos a decorrer desse texto, o Bronislaw Kasper Malinowski
(1884-1942), e Claude Lévi-Strauss Antes de começaremos falando das principais
mudanças que ambos trouxeram para a chamada “Antropologia Moderna”
falaremos do que era a antropologia (ou o que tentava ser) antes deles. Ela era
baseada em uma visão retrógada de evolucionismo e mais pra frente
conheceremos como, evolucionismo social, eurocentrista e etnocêntrica.
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Começaremos falando de Malinowski, ele é o criador do “Pensamento
Funcionalista”, o precursor do Pensamentos que viriam em seguida, tal pensamento
é embasado na coleta de material Etnográfico e o pesquisador deveria passar a
participar diretamente do cotidiano social do grupo observado. Tratava-se da
observação etnográfica, durante a qual a coleta de dados se realizaria pelo
pesquisador, que passava a vivenciar as práticas do grupo observado e partilhar dos
significados a elas atribuídos, permitindo correlacioná-los e compreendê-los em
profundidade.
Ou seja, ele começou um método de estudo que tinha como objetivo a análise
e documentação dos povos sem que ela seja julgada ou comparada a outras
civilizações. Como o mesmo disse; "Toda a estrutura de uma sociedade encontra-
se incorporada na mais evasiva de todas as matérias: o ser "humanos". - Bronislaw
Kasper Malinowski.
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Lembra lá e cima que citei o evolucionismo, ou darwinismo social? Então, o Lévi
na obra de 1958, criticou de maneira bem direta., o autor reforça a crítica à
abordagem evolucionista por se tratar da repercussão direta do evolucionismo
biológico (Darwin). Strauss lembra também que essa afirmativa se aplica ao século
XIX, contudo lembra que o evolucionismo ‘sociológico’ antecede a corrente biológica
(LÉVI-STRAUSS, 2012, p. 20).
Para Lévi-Strauss, a maior parte dos antropólogos estava preocupada a oposição
entre essência e aparência. Suas pesquisas na busca a psicologia, a lógica e a filosofia
das sociedades estudadas. A mera descrição das práticas rituais de uma determinada
coletividade, a aparência, não lhe interessava. Para simplificar, antigamente os
Antropólogos estudavam o “porque daquela sociedade ser assim,” criticando a falta
de “avanços” das mesmas, e fechavam o olho para o verdadeiro questionamento
que é “como a sociedade está assim?
E em relação ao. seu método estruturalista permitia compreender que
sociedades tribais revelavam sistemas lógicos notáveis, de qualidades mentais
racionais tão sofisticadas quanto as de sociedades até então tidas como superiores
Para finalizar trago a fala do próprio Lévi-Strauss.; “Para quem não nasceu nela, não
foi educado e instruído nela, um resíduo em que se encontra a essência mais íntima
da cultura permanecerá para sempre inacessível, mesmo se dominamos a língua e
todos os meios exteriores de abordá-la.”.
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• Estruturalismo; Universal humano revisitado: os humanos compartilham a
mesma estrutura de pensamento, mas a doméstica de acordo com
pressupostos de uma cultura.
Como Malinowski veio primeiro, ele foi o precursor da antropologia moderna
e o olhar funcionalista, ele acarretou o pensamento e um método para
datilografar as sociedades então estudadas de maneira imparcial e dando o olhar
que não existe sociedades “mais ou menos “evoluídas”, mas sim interesses sociais
e culturais diferentes, assim acarretando desenvolvimento em setores distintos,
e isso não torna uma sociedade mais evoluída que a outra.
Já o Lévi-Strauss, pegou o pensamento de Malinowski, e o refinou mais ainda,
fazendo uma crítica mais assertiva para os “antropólogos” e defensores do
Darwinismo social, e dando continuidade ao pensamento de que nenhuma
sociedade é melhor que ninguém e devemos olhar para o outro com
imparcialidade. A meu ver o Lévi- Strauss apenas “melhorou/terminou” o
pensamento de Malinowski., criando assim a “teoria funcionalista.”.
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Me. Pedro H Galdino 2
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em respectivas áreas serão diferentes, pois os objetos de estudos delas serão
diferentes. Os métodos em ciências sociais são:
• Método Histórico • Método Etnográfico
• Método Genealógico • Método Estrutural
• Método Estatístico • Método Funcionalista
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Foi, ainda, devido ao método estrutural, cuja meta era perceber parte do
exótico do excêntrico, que muitos pesquisadores preferiram adentrar as
comunidades nos continentes africanos e asiáticos. Essa análise trouxe novos
campos de interesse e esses cientistas precisaram se despir das suas noções
ocidentais para compreender as estruturas dos outros grupos étnicos em questão
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M. Pedro Galdino
Se eu tivesse que avaliar as aulas como se avalia os hotéis, essa aula entraria
na estrela 2, nota 0, assim eu amo política e um debate, por isso estou fazendo
ciência política. Sei lá, a aula foi confusa, e eu entendo que o tema de até onde os
direitos humanos podem ir ou não é complicado, mas pensar nisso e principalmente
no olhar antropológico, fez meu cérebro fritar.
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: A universalidade dos direitos fundamentais é a ideia de que todo homem
nasce igual, independentemente de sua posição social ou descendência, a aplicação
do conceito de evolução, as diferentes culturas entre mais primitivas (comumente
associadas a etnias africanas e nativas americanas) e mais civilizadas (a Europa).
Esse “homem universal”, eurocêntrico, aparece nos textos do Iluminismo –
filho legítimo dessas revoluções culturais da Idade Moderna e na Declaração dos
Direitos do Homem e do Cidadão, documento que marca o triunfo da Revolução
Francesa de 1789.
Também não é um acaso que justamente no século XVIII a expressão
“natureza humana” tenha se tornado corriqueira no vocabulário científico e filosófico
ocidental, pensadores como David Hume (1711- 1776), o alemão Immanuel Kant (1724-
1804), e o francês Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) utilizaram de tal expressão em
seus trabalhos.
[Com isso, o que se queria dizer era tanto que o homem é dotado de
características e modos de pensamento universais, independentemente de sua
bagagem cultural – isto é, que ele é dotado de uma essência, uma “natureza” –
quanto que as leis que regem o funcionamento das Sociedades poderiam ser
reveladas pela razão
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Já a hipótese relativista insiste na impossibilidade das comparações e analogias
entre diferentes culturas. Usando o exemplo acima, um relativista afirmaria que,
embora todo povo tenha, de fato, uma religião, somente um indivíduo inserido numa
certa cultura poderá entender plenamente os significados de seus ritos sagrados,
inapreensíveis para o olhar externo. Ou seja, para cada Sociedade, a morte e seus
rituais ocorrem de maneira diversa O relativismo cultural ganhou força no início do
século passado, decorrente aos problemas incitados da época.
E com a crescente profissionalização da área, a principal
preocupação dos estudiosos passou a ser, por um lado,
encontrar conceitos amplos o suficiente para abarcar todas
as culturas conhecidas e, por outro, compreender e nomear
práticas de diferentes povos de maneira adequada, precisa
com categorias que fossem mais do que meras
“aproximações”. Figura 1-Fotografia de Franz Boas
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Ele foi um dos principais responsáveis pela definição da ideia de
“Etnocentrismo” e, em segundo lugar, porque forjou um conceito inovador de
cultura, baseado na relação entre indivíduo e sociedade. Ele retirou de cena a crença
nos determinantes biológicos da cultura, algo extremamente ousado num tempo
em que o Darwinismo social era plenamente aceito como explicação científica para
o “atraso” de certas Sociedades.
O autor também afirma e em seu trabalho que a singularidade de cada cultura
se deve ao fato de que elas surgem e se desenvolvem em momentos únicos e
específicos, e diz que o trabalho do antropólogo é investigar o passado de uma
prática cultural para encontrar suas raízes e causas.
Figura 2-Pessoas Presas em campos de extermínio Figura 3-Imagem do Genocida Hitler e os corpos de pessoas
vítimas do holocausto
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geralmente, relacionados a uma questão que ronda o tema desde que ele ganhou
seus primeiros teóricos e defensores, ainda na Idade Moderna: como falar em
direitos universais abstratos, atemporais e aplicáveis a qualquer ser humano se eles
sempre existirão em uma realidade concreta, historicamente determinada e
marcada pelas diferenças entre as várias culturas? E como conciliar a ideia
universalista de Direitos Humanos com o respeito à diversidade?
O “Relativismo Moral”, é a crença de que cada cultura tem seu sistema próprio
de valores e que ele não pode, portanto, ser avaliado nos termos de uma moralidade
alheia – geralmente ocidental. Uma defesa radical do relativismo moral gera questões
problemáticas do ponto de vista dos Direitos Humanos, como, por exemplo: várias
sociedades consideram aceitável o uso de castigos físicos violentos como punição
para crimes, a mutilação genital, o assassinato de crianças com algum tipo de má-
formação física etc. De um ponto de vista estritamente relativista, todas essas ações
são moralmente toleráveis, pois se dão em um contexto cultural que as considera
normais.
É preciso tomar cuidado para não confundir o Relativismo Moral com o
Relativismo Cultural. Esse último refere-se a uma postura teórico-metodológica que
ele cometa o erro de observar o mundo a partir de seu próprio repertório cultural,
como se uma lente distorcesse suas conclusões a respeito de determinado povo,
o Relativismo Moral extremo e somente a faceta mais chamativa dos problemas
éticos gerados pela incorporação da diversidade cultural ao conjunto dos Direitos
Humanos.
No contexto atual, a nossa Sociedade, alguns dos Direitos Fundamentais podem
entrar em rota de colisão com costumes e estruturas de pensamento
profundamente arraigadas. Pensemos no exemplo da garantia de igualdade às
mulheres. Poderíamos dizer que uma comunidade muçulmana guiada pela sharia
(Lei Islâmica, inspirada nos ensinamentos do Alcorão) é contrária a esse que é um
dos Direitos Humanos reconhecidos pela ONU.
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Figura 5-Mulher Mulçumana sendo castigada Figura 4- Charge que critica a sharia
A presença dos europeus nesses locais fez com que a tradição cultural do
Velho Mundo entrasse em contato direto com a dos povos nativos, promovendo,
entre elas, o diálogo, a troca de saberes, experiências e costumes.
Assim, surgiram vários casos de Sociedades que, embora mantenham traços
da sua cultura originária, incorporaram elementos do legado ocidental trazido pelos
colonizadores. Para sintetizar e resolver o tema da questão, junto com o parágrafo
acima citado, trago a frase do pensador Willian Miranda; “O saber não ocupa espaço,
e sim o vazio de nada saber” e do pensador Valter Bittencourt Jr; “O conhecimento
quebra barreiras do preconceito e abre porta para o abraço”
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Ao começo da aula o Professor traz o questionamento que se entendemos
o conteúdo dado, conseguiremos respondê-la, sendo ele; “Como relativizar práticas
culturais que diferem tanto das nossas? Qual o limite dessa relativização?”
A resposta para a questão que o professor propôs, e existe várias, é; “as
ações afirmativas se definem como políticas públicas (e privadas) voltadas à
concretização do princípio constitucional da igualdade material e à neutralização dos
efeitos da discriminação racial, de gênero, de idade, de origem nacional e de
compleição física.”
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Me. Pedro H Galdino. 4
.
Para compreender uma Sociedade do ponto de vista do conceito de fenômeno
social total, é necessário estudá-lo individualmente, mas também dentro de seu
contexto real.
É importante frisar que Mauss procura analisar, de forma integrada, os aspectos
sociais com os aspectos fisiológicos e psicológicos. O intuito é ampliar os estudos de
forma a contemplar todas as dimensões reais do objeto de estudo. Laplantine
esclarece em seu livro:
Com um foco voltado
“[.. ]ora, o que caracteriza o modo de conhecimento
para o indivíduo e sua
próprio das ciências do homem é que o observador-
relação com a Sociedade em
sujeito, para compreender seu objeto, esforça- -se
que está inserido, Mauss
para viver nele mesmo a experiência deste, o que
só é possível porque esse objeto é, tanto quanto propunha mais autonomia
ele, sujeito. (LAPLANTINE, 2003, p. 91)” para a Antropologia e um
olhar mais abrangente a tudo
que cerca o objeto de estudo, tornando-se um dos fundadores da autonomia social
Ao mesmo tempo em que tenta elevar o status da Antropologia, ele também
exige uma pluridisciplinaridade no estudo do objeto de pesquisa. Mauss trabalha,
incansavelmente, para transformar a Antropologia em uma Ciência autônoma.
Segundo ele, “o lugar da Sociologia está na Antropologia e não no inverso”
(LAPLANTINE, 2003, p. 90). Analisando os conceitos estabelecidos por Mauss, ele
não desconecta suas novas ideias das Teorias de função e consenso social,
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estabelecidas por Durkheim, não obstante defenda uma nova morfologia social – a
comparação de sociedades como um dos objetivos da Sociologia.
As sociedades, devido às diversas variáveis, são incomparáveis (para Mauss),
sendo fundamental um estudo empírico local.
• Função social: É o conceito que procura justificar a existência de um
determinado comportamento por sua contribuição na manutenção do todo
no qual se insere. Ex; Função social do ventilador é fazer vento
• Consenso social: O estado em que se encontra uma sociedade
caracterizada por uma forte coesão entre seus membros, fazendo
prevalecer os interesses da coletividade acima dos interesses e das
expectativas individuais (COSTA, 2010, p. 42). Ex; é Consenso social que
todos joguem
O foco dos estudos de Mauss passou a ser o simbolismo “não só no plano das
transações, como comunicação, onde era eficiente, mas a complexidade da
eficiência destes símbolos” (COSTILHA, 2011). O símbolo, à medida que recebe um
segundo significado ou representa um costume, transforma-se em um caminho
para se alcançar a “coerência interna de uma sociedade, ou para a natureza
sistemática e holística de uma atividade” (COSTILHA, 2011).
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• Esboço de uma teoria geral da • Sobre a História das religiões
magia (1904) (1909, com Henri Hubert)
• Relações reais e práticas entre • Ensaio sobre a dádiva: forma e
psicologia e a sociologia (1924) razão da troca nas sociedades
arcaicas (1925).
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Em seus trabalhos, principalmente African Political System, Evans-Pritchard
evidencia a complexidade das Sociedades africanas e a dificuldade de traduzir
diferentes formas de lidar com a cultura e o social para o ponto de vista europeu
(STEIL; TONIOL, 2014).
Assim como em Radcliffe-Brown, marca-se o início de combate a estereótipos
e a Preconceitos, responsáveis por abismos sociais e culturais entre as sociedades.
Essa é a grande contribuição de seu trabalho para a Antropologia e a Sociologia,
colocando-o entre os maiores pensadores das Ciências Humanas. Conforme
abordamos, Evans produziu vários artigos e publicou algumas obras de significativa
importância, tanto para a Antropologia como para a sociologia., sendo eles;
• 1937 - Witchcraft, Oracles and Magic Among the Azande. Oxford University
Press. 1976:
• 1940 - The Nuer: A Description of the Modes of Livelihood and Political
Institutions of a Nilotic People. Oxford: Clarendon Press.
• 1940 - "The Nuer of the Southern Sudan". en African Political Systems. Meyer
Fortes y E.E. Evans-Prtitchard, eds., Londres: Oxford University Press.,
• 1987 - "Kinship and the Local Community among the Nuer". in African Systems
of Kinship and Marriage. A.R. Radcliffe-Brown y Daryll Forde, Eds. Londres: KPI
Ltd.
• 1990 - Ensayos de Antropología Social. Siglo XXI. Madrid.
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sua formação, seus trabalhos e sua dedicação à adaptação dos conceitos de
Durkheim às novas propostas de pesquisas sociais o levaram para a docência
Não se limitou à sala de aula, atuando também em
campo. Sua primeira pesquisa de campo foi nas Ilhas
Andamam, no Golfo de Bengala, próximo à Mianmar.
Radcliffe lecionou e promoveu pesquisas em diversas
Universidades importantes, inclusive na Universidade de São
Paulo, como professor visitante. Seu legado para a
Antropologia britânica é imensurável. Radcliffe-Brown
morre em Londres, em outubro de 1955.
Em seus estudos, Radcliffe baseia parte de suas ideias em Durkheim, de quem
adaptou os métodos de estudo de civilizações primitivas, também acreditava que
essas civilizações possuíam Instituições sociais integradas com a finalidade de
satisfazer as necessidades dos membros do grupo no qual elas se inseriam.
Contudo, Radcliffe-Brown tinha como objeto de estudo as Estruturas sociais e
não as Instituições. Assim, dentro de um novo viés que se descortinava para a
Antropologia – o funcionalismo – Radcliffe-Brown criava um funcionalismo-estrutural.
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significativa importância, tanto para a Antropologia como para a sociologia., sendo
eles;
• Sistemas políticos africanos de • Estrutura e função na
parentesco e casamento (1950) sociedade primitiva (1952).
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torna-se reitor da LSE, permanecendo no cargo até 1938, quando vai para os
Estados Unidos. Em território americano, leciona na famosa Universidade de Yale e
também realiza algumas pesquisas de campo no México.
Bronislaw Kasper Malinowski morre aos 58 anos, em maio de 1942, na cidade
americana de Connecticut.
Malinowski tem como tema central de seus estudos a cultura. Partindo desse
ponto, estabelece alguns conceitos sobre a natureza humana.
Segundo Malinowski, os homens, sendo animais, trabalham a cultura de forma
que ela supra suas necessidades básicas. Assim, também desenvolve a TEORIA das
necessidades humanas, que considera primordiais: necessidades biológicas,
instrumentais (organização econômica, educacional etc.) e integrativas (magia,
religião, arte etc.) (MARCONI; PRESOTTO, 2014, p. 257).
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grupos cuja compreensão estabelece um código desenvolvendo valores, normas e
uma infraestrutura material e física (COSTA, 2010, p. 196).
Malinowski foi o primeiro antropólogo a organizar e sintetizar uma visão
integrada e totalizante do modo de vida não europeu, acompanhando a rotina dos
nativos da Ilha de Trobriand (COSTA, 2010, p. 195) e, nesse sentido, rompendo com
a tradição evolucionista cujos ditames estabeleciam o Eurocentrismo como ponto
cardeal de referência, perspectiva e análise nos estudos sobre os outros.
O conceito dele de observar o diferente e não o primitivo (como acreditavam
os antropólogos vitorianos) era um conceito novo e revolucionário para a
Antropologia. Assim, não é absurdo creditar a Malinowski a fundação da
Antropologia Moderna.
Porém, ao conceber o funcionalismo, Malinowski não o faz de forma a
contemplar os problemas inerentes que outras Sociedades, maiores e mais
complexas do que os nativos Trobrianos, poderiam ter. Suas principais obras foram:
• Argonautas do Pacífico Ocidental • Crime e costume na sociedade
(1922) selvagem (1926)
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Me. Pedro H Galdino. 5
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A cultura para Tylor era uma união dos conceitos germânico Kultur (aspectos
espirituais de uma comunidade) e francês Civilization (realizações materiais de um
povo).
Para ele, o vocábulo inglês Culture era definido como algo que “tomado em
seu amplo sentido etnográfico é este todo complexo que inclui conhecimentos,
crenças, arte, moral, leis, costumes ou qualquer outra capacidade ou hábitos
adquiridos pelo homem como membro de uma sociedade” (TYLOR, 1871, p. 25).
Ele fórmula também que alguns elementos aparecem em culturas tanto do
ocidente e tanto do oriente, e elas vem com nomenclaturas diferentes, mas de
maneira mais abrangente é a mesma coisa, sendo elas a ideia de morte, sonho e
parentesco.
Suas obras são constituídas por;
• Primitive Culture: • Philosophy and Religion, Art and
Researches Into the Custom (2 vol.),1871, Sir Edward
Development of Burnett Tylor
Mythology
• 1861- Anahuac; or Mexico • 1881, Anthropology, an
and the Mexicans Ancient Introduction to the Study of
and Modern Man and Civilization
• Primitive Culture: • 1865, Researches into the Early
Research Into the History of Mankind and the
Development of Man and Development of Civilization
Civilization
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considerada uma antropologista cultural, pois se dedicou ao estudo de diversas
culturas.
Assim como etnólogos contemporâneos a ela, como Malinowski, Radcliffe-
Brown e Boas, entre outros, ela realizou mais de 24 expedições de pesquisa de
campo em Samoa e Nova Guiné, para conhecer suas civilizações. Como resultado
dessas pesquisas, Mead publicou várias obras importantes para a Antropologia,
como Masculino e feminino (1949) e Growth and Culture (1951).
A notoriedade de Mead veio pelo tratamento que dava às questões delicadas
à Antropologia, como sexo, gênero e cultura. Casou-se três vezes e teve uma filha
com seu último marido, o antropólogo Gregory Bateson. Mead morreu em
novembro de 1978, na cidade de Nova Iorque.
Margaret Mead direcionou seus estudos etnológicos para a cultura, tornando-
se um ícone para a chamada Antropologia Cultural, modalidade de Antropologia se
preocupa com aspectos “distintivos das condutas dos seres humanos pertencendo
a uma mesma cultura” (LAPLANTINE, 2003, p. 121).
A ideia de Mead era estudar o social, porém sob a ótica
do comportamento adolescente e da cultura. O objetivo era
verificar qual o nível de características similares as dos
adolescentes americanos e dos nativos da Samoa
(LAPLANTINE, 2003, p. 127): “Os rituais amorosos são
profundamente diferentes, não apenas de uma civilização
para a outra, mas dentro de uma mesma civilização”. Dessa
forma, Laplantine define as questões trabalhadas por Mead
Figura 9- Margaret Mead em sua
expedição na Nova Guine em suas pesquisas no Pacífico (Ibidem, p. 125).
Laplantine exemplifica essas diferenças relatadas por Mead com a questão do
significado do beijo para americanos e inglesas. Americanos viam no beijo apenas
uma forma de romance passageiro, ao ponto que as inglesas entendiam como algo
mais profundo: a última barreira antes do ato sexual. Com isso, durante a Segunda
Guerra, surgiram conflitos nos relacionamentos amorosos devido à falta de
compreensão de um comportamento (LAPLANTINE, 2003, p. 128).
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Mead utilizava o mesmo método de observação participante de Malinowski e
Radcliffe Brown, expondo diversas formas contrastadas da personalidade nos povos
das Sociedades consideradas tradicionais, e também utilizava o conceito de
relativismo cultural (expressão criada por Herskovitz) para explicar tradições e
costumes, perfeitamente aceitáveis e compreensíveis em uma Sociedade e
recusados por outras.
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Claude Lévi-Strauss foi um Antropólogo e Filósofo Francês,
Fundador do Estruturalismo. Nasceu em Bruxelas, Bélgica, em 1908,
mas seu percurso acadêmico foi trilhado em Paris.
Logo que concluiu o Ensino Secundário, filiou-se à SFIO
(Seção Francesa da Internacional Trabalhadora), tornando-se,
pouco tempo depois, o coordenador de estudos socialistas. Cursou
Direito e, posteriormente, Filosofia, doutorando-se em 1948.
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por meio de análises qualitativas e quantitativas. Lévi-Strauss propôs pesquisar
Sociedades distintas – com características particulares na construção de sua cultura,
elementos e instituições – para solucionar o problema das necessidades universais.
Pensando em resolver o problema da fome (necessidade universal), cada Sociedade
formula sistemas estruturais distintos e particulares.
O Estruturalismo poderia facilitar o estudo da SOCIEDADE pelo antropólogo.
Contudo, ele introduziu na Antropologia os conceitos de diacronia e de sincronia de
Saussure, para melhor analisar um objeto e compreender a cultura daquela
determinada civilização.
Ele defende a visão sincrônica (estudo descritivo da Linguística), em contraste
à visão diacrônica da chamada Linguística histórica (abordagem do século XIX ao
estudo das Línguas). Ao optar pela proposta sincrônica, Saussure procurou
entender a estrutura da Linguagem como sistema de funcionamento em
determinado ponto (referencial) do tempo. Assim, o estudo de determinada
civilização se dava respeitando
esses ditames.
O objeto, podendo ser
um elemento social, uma instituição, imaterial ou material, deveria estar relacionado
ao meio onde estava inserido, parado no tempo (análise sincrônica). Em
contrapartida, quando relacionava o objeto ao seu contexto histórico, dentro de
uma linha temporal, Lévi-Strauss realizava a análise diacrônica.
Tanto Lévi-Strauss quanto outros estruturalistas não propuseram teorias ou
conceitos que explicassem fenômenos de transformação de Sociedades ou
estruturas mais simples em direção às Sociedades ou estruturas mais complexas.
É importante frisar que, Lévi-Strauss se concentra nos aspectos da vida sexual
do homem para explicar as regras por meio das quais nossa cultura era definida, ou
seja, o incesto (ou qualquer relação com pessoas da mesma família) era condenado
apenas pela nossa Sociedade, sendo normal para as outras comunidades tradicionais.
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Lévi-Strauss escreveu várias obras de importância para as Ciências Sociais.,
algumas delas são;
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de formulações intersubjetivas, surgidas da colaboração entre o cientista
pesquisador e os grupos analisados”
• Hermenêutica: teoria ou ciência voltada à interpretação dos signos e de
seu valor simbólico.
• Intersubjetiva: que ocorre entre, que envolve consciências individuais para
dois ou mais sujeitos.
Geertz acreditava que o pesquisador deveria conhecer seus próprios valores
e padrões culturais antes de iniciar uma pesquisa social e cultural de outra civilização.
O objetivo era ter clareza do que o pesquisador é, em termos culturais, para não
interferir no objeto de estudo e em suas análises. A orientação de suas pesquisas
era a análise do discurso, do conteúdo do texto e da, como categorizou Costa,
narratividade. O intuito era construir modelos interpretativos da cultura:
“Com muito sucesso, o impacto entre seus contemporâneos, a teoria de Geertz
veio se somar às mudanças que a história e o desenvolvimento das demais
ciências traziam ao estudo da vida social e da cultura humana”
Para Geertz, a Antropologia era uma Ciência interpretativa que tinha como
foco o significado dos diversos signos que compõem uma cultura, desligando-se das
correntes antropológicas físicas e biológicas e focando as “especificidades e os
aspectos históricos do objeto de pesquisa – o homem”
Suas principais obras são;
• O desenvolvimento da economia javanesa (1956)
• Sociedades antigas e novos estados, a questão da modernidade na Ásia
e na África (1963)
• A interpretação das culturas (1973)
• Mito, símbolo e cultura (1974)
• Saber local, novos ensaios na Antropologia Interpretativa (1983)
• Obras e vidas: o antropólogo como autor (1988).
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Edison Alencar
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Assim, a Antropologia define religião como um conjunto de práticas e
convicções que direcionam as maneiras de ver e ler o mundo de uma dada cultura
ou grupo social. O olhar antropológico abordara a religião como código que pode
vir a ser analisado e pesquisado o que interessa aos antropológicos.
É importante essa introdução de respeito para em seguida nos localizar no
contexto atual de discussão sobre teologia, pois tema religião é sempre algo
delicado de lidar, justamente porque esbarramos em questões de ordem subjetiva
e, portanto, de identidade, como falado no primeiro parágrafo.
Tal delicadeza na maioria das vezes não é contemplada pela maioria das
pessoas pois; toda religião possui a sua verdade e, no mais das vezes, elas não
coincidem entre si; a ponto de a verdade de uma ser a mentira para outra.
Sabendo disso, podemos afirmar nenhuma religião é dona da verdade, senão
daquela que lhe é própria. É bom falar eu as verdades da religião têm a
nomenclatura de “dogmas”, e ela deve ser compreendido em relação como cada
princípio de rituais constitui a composição fundamental da existência de uma religião.
. Às vezes, o caráter de verdade de uma afirmação se baseia na tradição dos
antepassados ou na palavra de um profeta ou de um livro sagrado crido como
palavra de um deus.
O sectarismo/intolerância de religiosos em
não admitir o direito de outras fés religiosas
conceberem verdades distintas das suas acaba
sendo a matriz geradora do que chamamos de
conflitos religiosos.
A consequência dessa matriz é levar a uma
Figura 11-Charge promovendo a paz pela diversidade cultural
pessoa a não admitir a verdade do outro,
normalmente distinta a sua. Levando a pessoa a tentar inibir o direito de existir de
outras crenças, e consequentemente dando frutos a uma percepção negativo
(nojo/superioridade) sobre esses credos distinto que ele enxerga como sua verdade.
E com efeito final, tudo que diverge dessa verdade é inferior e deve, portanto,
desaparecer, bem como seus portadores e difusores.
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Qualquer mensagem que soe diferente de suas referências sobre a verdade
passadas por sua religião dominante o leva a não pesquisar outras religiões, por não
achar necessário pois apenas por soar diferente da sua, já acredita saber o
suficiente, assim a negativando. A esse fenômeno chamamos de preconceito (um
conceito prévio ao conhecimento sobre aquilo sobre o qual se emite um juízo de
valor)
(Falando de maneira bem resumida, sabe aquelas pessoas alienadas que não
conseguem respeitar as diversidades alheias, e fica chata atentando empurrar a
religião dela como verdade e não é isso, ela tenta sempre anular e desmistificar ou
até mesmo caçoar da sua religião com intuito de inferiorizar a sua religião).
O preconceito religioso, comumente, é acompanhado pelo fanatismo, o que
configura um dos maiores males da humanidade. Um exemplo são as caças as
bruxas ou o atual estado islâmico;
Figura 13-Imagem que retrata as caça às bruxas Figura 12- Imagem que mostra integrantes do estado
na Idade Média Islâmico fazendo uma pessoa de refém
A religião pode ser entendida tanto como uma instituição (a Igreja Católica, a
Igreja Protestante, o Budismo, o Islamismo), quanto como um fenômeno presente
na cultura de toda a humanidade, desde os mais remotos tempos com os primeiros
grupamentos humanos até os dias de hoje.
No campo das Ciências Humanas, da Filosofia e da Teologia, alguns estudiosos
definem a religião como a manifestação de um conjunto de crenças em seres
espirituais, ou seja, cuja existência não seria objetiva, mas subjetiva; não concreta,
mas abstrata; não visível, mas invisível.
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As religiões por meio de textos sagrados ou pela oralidade, difundem normas
religiosas cujo objetivo é prescrever valores morais que definiriam a boa conduta
religiosa, frente ao objetivo da salvação. Essas normas também tendem a impor
uma moral sobre as vontades, prescrevendo a condenação no pós-morte como a
pior das penas pela desobediência desses preceitos normativos.
A adoração dos súditos não se explica tão somente por conta de sua crença
ou fé, também esta atrelada na pior certeza do homem; a aproximação da morte,
e posteriormente o destino dos pós-morte. Tal pensamento existe em várias
religiões.
Tais certezas e incertezas são sanadas com o que definimos como
religiosidade. O sentimento religioso, ou seja, a religiosidade, está presente em nossa
vida desde que tomamos consciência sobre nossa própria existência, o que inclui a
consciência sobre sua finitude e sobre o maior de seus abismos desconhecidos: o
que ocorre depois da morte, se é que algo ocorreria.
De maneira mais rala essas certezas e incertezas nos acompanham, em maior
ou menor grau, por toda a vida até nossa morte e, não tendo sido elucidadas por
nenhuma outra forma de conhecimento (o que inclui as ciências). Segue sendo, a
religião, a instituição que acalenta seus fiéis, dando-lhes camadas de certezas sobre
as quais a condição humana pode seguir sua caminhada, no percurso de sua
existência.
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Tanto a religiosidade quanto a magia são duas maneiras propriamente humanas
de se conectar com o “sagrado”, elas forneceram formas ao Homem para o
estabelecimento desse contato com o mundo sobrenatural, com o objetivo de
resolver questões humanas materiais ou espirituais, e fornecem o poder de acionar
as divindades e fazê-las agir, interferindo no mundo humano.
Essa necessidade de se relacionar com entidades sobrenaturais a busca pelo
sagrado que julgavam ter o poder de interferir no mundo dos vivos, vem de os
mais remotos tempos.
Contudo, magia e religião não são termos
sinônimos. A magia é paralela à religião, ela faz uso das
tradições religiosas existentes em uma determinada
sociedade, com o objetivo de obter melhores resultados
que a própria religião oficial. Seria uma espécie de
Figura 15 – A Feitiçaria e a Magia são
“atalho” para se chegar aos deuses, segundo a consideradas artes ou ciências que se
aprendem
interpretação das religiões oficiais, e muitas de suas
práticas foram tidas pelas religiões dominantes como proibidas, motivo pelo qual
chegaram a ser, em muitas sociedades, banidas.
Há pesquisadores que apontam que a magia teria decaído nas sociedades em
decorrência a ascensão da ciência e religião. Feitiçaria, magia popular e bruxaria,
como práticas mágicas de interferência espiritual na realidade, teriam sido
substituídas por uma fé maior na ciência e na técnica, motivo pelo qual sociedades
que se modernizaram abandonaram práticas mágicas em seu cotidiano. Contudo,
mesmo que se leve em consideração essas ideias, é difícil retirar a magia do
horizonte religioso, dado que é através de ações mágicas que muitos rituais
religiosos ganham eficácia simbólica.
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Ao começo do texto demos um panorama técnico do que é intolerância, e
ao decorrer do texto explicamos religião e religiosidade. Agora para finalizar o tema
da aula faremos um questionamento do problema atual, que a antropologia enfrenta;
“por que as religiões estão tão ligadas a fenômenos de intolerância? Porque
desvelam visões distintas de mundo e suas interpretações, ou melhor, são
operacionalizadas nesse sentido.”
A religião, como instituição, não deve ser confundida com religiosidade. Isso
porque todos nós possuímos religiosidade, ainda que não tenhamos nenhuma
religião. É o caso daqueles que acreditam (têm fé) em um deus, ou em deuses,
sem praticar ou se identificar com alguma religião.
A religiosidade constitui nossa dimensão imaterial de
existência, onde residem nossas necessidades subjetivas
como: amar, ser amado, perseguir uma ideia de justiça, de
verdade. Qualquer coisa que foge desse contexto, e
empurra as pessoas a um discurso de ódio
consequentemente nos afasta do amor e do respeito ao
próximo, é um falso relato de fé, e não deve ser acatado.
Essa dimensão é chamada de “Sagrado”, conforme entende a Teologia e a
Antropologia Cultural. Nas mais variadas religiões, recebe os mais distintos nomes:
Deus, Alá, Buda, Kishna etc. O que é necessário saber, em termos antropológicos,
é que constitui o estado de transcendência em que, por meio do ritual (dado em
livros sagrados ou outras formas de indicações expressas em praticamente todas
as religiões), o indivíduo transcende a sua dimensão meramente material e se
conecta a algo maior, que lhe alimenta a alma e lhe devolve à matéria transformado,
em condição de equilíbrio e paz.
Sabendo de tudo isso, poderíamos afirmar que a religião poderia ser
instrumento de uma sociedade pacífica, tolerante, e não estaríamos discutindo as
relações entre religiões e condutas de intolerância. Dissemos “poderíamos” porque
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não se leva equilíbrio a alguém fomentando o ódio, a intolerância ou reafirmando
exatamente os valores da matéria em detrimento dos valores do espírito.
Não se transcende a matéria quando o valor ritual é o do dinheiro e o objetivo
deixa de ser a completude dos desejos da alma para a garantia de satisfação plena
dos desejos da matéria. Viveríamos em desequilíbrio, portanto, não em estado de
paz, sequer conosco. Como aceitar o outro, se não aceitamos nem a nós mesmos,
quando incorporamos valores excessivamente materiais e privilegiamos apenas o
“ter”, relegando nosso verdadeiro “ser”?
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