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Vergílio Ferreira: Por entre o Neorrealismo e o Existencialismo

(…) a obra dita “social” realmente tranquiliza: tudo nela, com


efeito, está explicado, clarificado, há apenas que tirar as
consequências e agir de acordo; mas a obra que visa sobretudo a
condição do homem não dá nem sequer uma 'solução', abrindo
apenas os problemas para no-los revelar, nos inquietarmos sobre
eles, ampliarmos até ao máximo limite a interrogação sobre nós.
Diremos assim mesmo justamente que a dimensão da obra 'social' é
a da pergunta, ou seja, do que tem logo adiante uma resposta – se
acaso não parte precisamente dela: e a dimensão da obra
problemática é sobretudo a da interrogação, ou seja, do que não
tem resposta ou tem-na apenas no domínio do que Kierkegaard
chamou o 'salto' e nós diremos resolver-se no domínio da
'aparição' e do mito – no que de súbito se nos ilumina e se
condensa num valor. (…) Como exemplo trivial, direi que
interrogarmo-nos sobre o que é uma pedra pertence ao domínio da
pergunta: interrogarmo-nos sobre por que há pedras em vez de
nada pertence ao domínio da interrogação.1
Vergílio Ferreira

Associado tanto ao Neorrealismo quanto ao Existencialismo, a obra de Vergílio


Ferreira está mais impregnada da segunda tendência. Existiu, no entanto, um percurso: uma
passagem, da primeira para a última. As tendências afastadas do novo realismo começaram
a manifestar-se como fruto do clima tenso e opressivo que envolveu a Europa depois de
1945. A atmosfera da guerra fria, que se foi tornando mais densa a partir de 1947, atingiu o
seu apogeu nos começos da década de cinquenta. Os ecos do Existencialismo sartriano, a
intrincada ontologia de Heidegger e o combativo moralismo de Camus repercutiram-se em
Portugal, configurando o subsolo anímico de uma experiência estética que haveria de
caraterizar esta década e, singularmente, a obra de Vergílio Ferreira.
Efetivamente, em meados do século começam a introduzir-se na ficção portuguesa
as filosofias existencialistas e as obras de narradores, franceses na sua mais parte, que se
centram principalmente em aspetos como a solidão, o absurdo, a comunicação, a angústia, a
náusea, o destino, etc. Certos neorrealistas tradicionais, como Fernando Namora, acusam o
influxo da nova corrente mas, principalmente, é Vergílio Ferreira o mais permeável, facto
1
“Vergílio Ferreira, un escritor se presenta”, in Dos estudios sobre la cultura portuguesa contemporânea, p.
32
facilitado, sem dúvida, pela predisposição inata do seu espírito para concordar com as
novas tendências:

... cruzou-se a descoberta do Existencialismo, mormente através de L'Être et le


Néant. (…) Mas a ótica com que eu lera Sartre remetia para a sombra o que
então lhe recusava. Porque toda a ótica é cega para o que se não coordena
com ela. Foi quando se me iluminou o que me ficara na sombra, que o
Existencialismo se me impôs... (Vergílio Ferreira, Espaço do Invisível II,
pp. 13 e 14)

Inicialmente Neorrealista, Vergílio Ferreira sofre então uma sensível mudança que o
tornou marginal à ideologia marxista, mas que o afastará também do catolicismo. O que
essencialmente o fez mudar, como ele próprio escreveu, não foi a aspiração ao humanismo
e à justiça, mas um conceito prático de justiça e de humanismo, pois que se os modos de
concretização de um sonho podem sofrer correção, não o sofreu neste caso a aspiração que
visava concretizar.
O que seja esse equilíbrio ele no-lo diz, remetendo-o para o insondável e
incognoscível de nós, um substrato gerado ao longo dos infinitos acidentes, encontros e
desencontros e que nos surge como anterioridade radical às nossas escolhas e opções. Por
isso, "o impensável e o indiscutível subjaz a todo o pensar, e para lá dele, ao sentir", sendo
sobre esse impensável que se nos organiza a harmonia do pensar, que ulteriormente
tentamos explicar ou demonstrar com a disciplina da razão. É este, então, um dos temas
mais recorrentes no pensamento de Vergílio Ferreira.
Dando corpo a um pensamento de base existencialista, emerge então o primado do
sentir, "o essencial não é para se pensar mas para se sentir", que nos diz que "a verdade é
amor"2, pelo que é a verdade emotiva a primeira e a última que nos liga ao mundo.
A passagem do Neorrealismo para o Existencialismo faz-se, pois, em Vergílio
Ferreira, através de Hegel, que está na base do marxismo e também do Existencialismo.
Enquanto que nas suas primeiras obras se pode afirmar, em termos gerais, que o autor
assume ou incorpora correntes literárias estabelecidas, embora assinale já nelas

2
Vergílio Ferreira, in “Pensar”
caraterísticas heterodoxas, a sua evolução literária acarretou a crescente preocupação
subjetiva, centrada não no domínio psicológico mas no espaço metafísico. Será a partir
desse momento que os problemas sociais e psicológicos serão superados e descurados por
outros apelos mais prementes, como a origem, o destino ou a transcendência do homem
sempre fiel à sua vocação de absoluto. O mistério da existência, o nascer e o morrer, o ser e
o não ser, os maiores problemas da condição humana, não serão desdenhados como meros
acidentes insondáveis, mas adquirirão na obra vergiliana a categoria de reflexões insistentes
e apaixonadas.

O Neorrealismo e o Existencialismo em Manhã Submersa

Como sabemos, Manhã Submersa, obra de Vergílio Ferreira, narra a história de


António Lopes, jovem que se vê entregue aos cuidados de D. Estefânia que, por sua vez, se
encarrega de o encaminhar para o Seminário. A partir desta situação central, o protagonista
passará por um amontoado de experiências que tocarão não só a vertente neorrealista da
obra vergiliana como também, e diga-se, em mais destaque do que a dimensão neorrealista,
a dimensão existencialista. De facto, o Existencialismo vergiliano foi-se decantando para
um subjetivismo metafísico, plasmado na sua narrativa através da colocação dos heróis em
situações-limite, espaços fechados, solidão angustiante, que, apurando-se e sem que a
imaginação possa superar-se nessas coordenadas, se resolve em ironia ácida.
Até Aparição, a vertente existencialista da obra de Vergílio Ferreira dividia o
terreno com o neorrealismo polémico ou socioeconómico-político. Vergílio Ferreira ocupa
um lugar especial no panorama do neorrealismo, no qual se inscreve ao menos numa fase
da sua trajetória, na medida em que, apresenta uma espécie de Neorrealismo existencialista
(definição que apenas seria possível caso o Neorrealismo não estivesse tão comprometido
para com anseios de reforma das instituições sociais.).
Manhã Submersa, obra escrita em 1953, obedece precisamente a esta dupla
tendência literária. Se, por um lado, observamos uma incidência na vertente neorrealista de
observação e análise social, económica e política, não demasiadamente crítica e clara, por
outro, encontramos presente uma tendência interrogativa sobre a realidade, a existência e o
sentido das coisas, por parte dos personagens e, neste caso específico, de António (mas
também de Gama e de Gaudêncio). Neste sentido, ao espaço neorrealista da obra podemos
associar a aldeia natal de António, mas também inter-relacionar a vertente existencialista
com o Seminário e as suas implicações nas personagens.
A incidência da temática neorrealista ocorre então, como referido, sobretudo
associada à aldeia onde habita António. A problemática surge, mais incisiva e diretamente
relacionada com a relação familiar de António. Sem possibilidades de sustento por parte da
sua família, António, personagem principal do romance, vê-se obrigado a viver com D.
Estefânia, que se encarrega de lhe ofertar os seus cuidados. Numa primeira e superficial
análise, as possibilidades ofertadas por esta senhora abastada (por oposição direta à
escassez monetária de sua mãe), tal como a possibilidade de estudar no Seminário, não são
negativas. É até para o seu „bem‟ que António é tirado de sua mãe, sem que ela manifeste
resistência aparente. Contudo, esta questão tem implicações maiores.
A partir de dois eixos diametralmente opostos, encontramos, por um lado, a família
consanguínea de António, de possibilidades económicas muito baixas, de educação quase
nula (embora observemos o curioso esforço de sua mãe para aparentar uma civilidade
inabitual aquando das idas de António à sua aldeia, no seu período de férias) e, por outro, a
família que o protege, de D. Estefânia, com possibilidades bastantes, habitando uma casa
luxuosa, e com um nível de civilidade/educação superior. A questão central que se prende
com esta constatação reside no efetivo poder que D. Estefânia, pelas meras possibilidades
económicas, mantém sobre a sua mãe biológica.
Denegrindo os irmãos e a mãe de António sempre que pode, D. Estefânia –
“piedosíssima senhora que libertara António da sorte da sua raça”, segundo o reitor3 do
Seminário –, recorre a diversas tentativas para evitar todo o contacto direto entre o
protagonista do romance e a sua mãe. A par desta relação de poder de uma entidade
opressora para com uma outra entidade oprimida, resulta também a submissão da mãe
biológica de António face a D. Estefânia.
Vejamos então exemplos justificativos desta colocação situacional:

Saltei da camioneta e olhei em volta a ver quem me esperava. Descobri então


minha mãe, pesada, coberta de negro, e corri ansioso para ela, como para um

3
Manhã submersa, p. 39
refúgio do fim. Ela porém, quase me não falou. E, depois de me beijar
brevemente, disse-me em voz suave e medrosa: - A senhora. Olha a senhora. -
Mas a senhora, a D. Estefânia, estava já ali ao pé, cortava-me já os ouvidos
com a vergasta da voz: - Menino! Vamos! - A criada tomou-me a saca à
cabeça, nós seguimos atrás. Voltei-me ainda, lá de longe, para onde ficara
minha mãe. Mas só já lá havia noite (…) Quisera perguntar a minha mãe pelo
Joaquim, pela Maria, por tudo quanto no seminário me enchera de esperança
das férias; e ali ia, afinal, outra vez só, entregue à disciplina de D. Estefânia.
Casada com um capitão de tarimba, mãe de seis filhos, tinha todavia uma
religião tão seca e impiedosa como uma velha virgem descarnada. Morava ela
num casarão antigo junto do adro da igreja, a um canto da povoação. Um
longo e escuro corredor, serpeando aos altos e baixos pela casa toda, levava
até ao meu quarto, que ficava junto à cozinha. (…) Fizeram-me as perguntas
que quiseram, e D. Estefânia, que vigiava os meus atos, de mãos dadas à
frente, terminando o interrogatório, mandou-me enfim jantar: - Comes este ano
ainda na cozinha. Para o ano, comerás connosco. Um futuro ministro de Deus
deve habituar-se a lidar com todas as classes sociais (MS: pp 65 e 66 );

e ainda:

Descobri então minha mãe, pesada, coberta de negro, e corri ansioso para ela,
como para um refúgio de fim. Ela, porém, quase me não falou. E, depois de me
beijar brevemente, disse-me em voz surda e medrosa: – A senhora. Olha a
senhora. Sem se mover, não ousando tocar-me, disse-me apenas “meu filho”, e
ficou a olhar-me em silêncio. Eu sentia sobre mim o suplício dos olhos de D.
Estefânia, que um pouco atrás assistiam ao encontro; mas, num ímpeto,
levantei os braços, rebentei as cordas do medo e atirei-me a minha mãe num
abraço desesperado. Imediatamente, porém, D. Estefânia cortou: - Não, não.
Aqui não. Cenas dessas, não. Vão lá para a cozinha, se querem (idem: p. 70).

A depreciação de D. Estefânia para com a família de António surge-nos também


aquando de uma conversa entre a referida senhora e o prior da igreja. Temos então:
- E Vossa Reverendíssima entende que ele pode visitar a mãe?
- Sim, pois... sempre é mãe, decerto...
Então D. Estefânia começou a metralhar a memória de minha mãe e de
meus irmãos com um fogo tão cerrado que fiquei interdito.
- Porque Vossa Reverendíssima não sabe: é uma gente que só dá maus
exemplos. A mãe, se o quiser ver, pode vir vê-lo a minha casa. (idem: p. 70)

Por entre uma colocação hierárquico-social mais elevada do que a mãe de António,
não só a um nível económico, intelectual, habitacional, social, educacional, etc, a frieza de
D. Estefânia revela-se também nos modos como trata e educa António, pautados
essencialmente por um regramento punitivo e frio, por um fundamentalismo religioso que
tem a sua expressão máxima no envio de António para o Seminário, enquanto meio de
ascensão à prestigiada condição de sacerdote. Se D. Estefânia domina as esferas sociais da
relação familiar de António, a sua mãe, subalterna à primeira, mantém-se apagada, pois
que, apesar de tudo, é D. Estefânia o garante de futuro do seu filho (e da sua velhice).
Este tipo de relação e representação literária assume uma base neorrealista na
medida em que é evidenciadora, em primeiro lugar, da miséria de diversas famílias nas
zonas rurais do país, e na sua baixa colocação numa situação hierárquica face aos
indivíduos com um elevado poder económico. Esta estratificação social com base em
critérios de riqueza é enunciadora de uma incapacidade de garantir o futuro, o
desenvolvimento e a felicidade aos próprios filhos, sendo então necessário que estes fiquem
ao encargo de alguém com verdadeiras possibilidade económicas, encarregue dessa tarefa.
A miséria subjacente a esta situação passa então também, como já referido, pela falta de
educação (vejamos, por exemplo, a relação antagónica entre a figura do Dr. Alberto e do
Tio Gorra), pela pobreza e carência alimentar, entre outros aspetos.
A este propósito, diz-nos a mãe de António, aquando de uma conversa com o filho
sobre o seu futuro no seminário:

- Que sabes tu da vida? - continuou ela, animada com o meu silêncio.


- Toda a minha vida tenho sido uma cadela de fome e de trabalho. Se fosses
padre, podia passar uma velhice boa E os teus irmãos tinham um encosto.
Nunca quis pensar nestas coisas, mas um dia tinha de pensar. E agora que vou
fazer? (idem: p. 160 )

O futuro de António era também o futuro de sua mãe. Neste sentido, dá-se a
inversão de papéis, em que é o filho uma forma de sustento pessoal de sua mãe e não a mãe
a fonte de sustente e garante de sobrevivência de seu filho.
Como nos informa o ensaio de João Décio, “O sentido ensaístico do romance de
Vergílio Ferreira”, a busca do essencialismo através da problemática interior, sendo que as
essências se definem enquanto um meio e compreensão íntima, é, a título exemplificativo,
uma das dimensões observáveis na personagem de António. Factualmente, desde cedo, a
aldeia natal da personagem torna-se um meio de conforto, de aconchego e de compreensão
desejados: é a representação última da oportunidade de fuga e liberdade, quando António se
vê constrangido pela força opressora do Seminário.
A este último, o Seminário, está então interligada a temática existencialista. De
facto, um problema candente em Manhã Submersa reside naquilo que é a análise do
sistema de vida de um seminário retrógrado, rígido e autoritário em Portugal. Do
Seminário, que nos surge caraterizado enquanto um verdadeiro monstro “engolidor” dos
seminaristas, que os consome e devora, surge uma angústia, desespero e incompreensão por
parte dos jovens, para com tudo aquilo que é o seu processo de vivências dentro da
instituição.
Deste modo, existe uma incapacidade de enquadramento dos alunos num ambiente
totalmente hostil e contrário à sua humanidade. Ao invés disso, sofrem profundamente
dentro de um Seminário que se afigura não mais do que um meio de asfixia, não só pelo seu
aspeto escuro e sombrio, mas pelas “criaturas” que o habitam. Neste sofrimento reside
então um profundo sentido existencial que permitirá a evolução das personagens,
nomeadamente de Gaudêncio e António, a partir de um processo essencialmente pautado
pelo sofrimento e trauma.
Se o Existencialismo sartriano se pauta por uma ideia-base fundamental proveniente
já de Nietzsche, a de que “Deus está Morto”, podemos afirmar que, em profundidade,
Manhã Submersa se afirma enquanto plano possível de integração desta mesma ideia,
sendo que o caminho percorrido desde a chegada ao Seminário, passando pelo
questionamento de Deus, pela morte de Gaudêncio, e, por último, até à mutilação de
António, é um caminho que visa a progressiva morte de Deus. Vejamos um excerto
representativo do questionamento acerca da existência de Deus, ocorrido numa conversa
entre Gaudêncio e António:

- Tu nunca, nunca, nunca pensaste assim: «E se Deus não existisse?» - Fiquei


sem fala, olhei Gaudêncio com terror. Porque tudo poderia entender: as faltas
ao regulamento, a familiaridade com o pecado e até mesmo o falar-se mal dos
padres. Mas pôr em questão a existência de Deus parecia-me naturalmente um
prodígio maior que o próprio Deus. (idem: p. 165)

A vertente existencialista da obra em questão está essencialmente centrada na luta


interior, na angústia reflexiva e introspetiva enquanto processo de evolução e construção da
criatura humana que, através do processo de autoanálise, busca a sua unidade e plenitude.
Da problemática existencialista presente em Manhã Submersa convém sublinhar a morte
com toda a sua carga de inverosimilhança que lança António (primeiramente) num
desespero, e que é motivo de uma busca de interpretação dramática da vida. A morte de
Gaudêncio, imbuída de uma carga simbólica, aprofundamento de dor e angústia existencial,
aumento de solidão e implicações interrogativas sobre o próprio sentido da existência, da
vida, etc, choque enormíssimo para António, revela-se também um momento de
renascimento do mesmo.
A criatura vergiliana evolui gradualmente por entre as suas experiências traumáticas
e crises sucessivas. Assim, enquanto que no início da obra encontramos António numa
inquietude cerrada de novo seminarista, com uma não afeição à ideia de partida para o
seminário (motivo de diversas reflexões com elevado pendor existencialista sobre as suas
origens, as saudades e necessidade de regresso à sua aldeia enquanto meio de libertação
face à opressão do seminário), no final da obra temos António – que entretanto havia
experienciado a expulsão de Gama, a morte de Gaudêncio, etc. - a mutilar-se,
intencionalmente, numa atitude que, roçando o desespero e angústia, revela também a
coragem que certamente não apresentava no início da obra.
Em Manhã Submersa, outra das problemáticas centrais surge através de uma
associação da questão da infância/adolescência com a do adulto, num processo de narração
em que o adulto reflete criticamente sobre certas atitudes e ações do adolescente. O drama
reside também na inexistência da vocação, em luta contra a falta de direito de opção –
temática plural a António Lopes, Gama e Gaudêncio. As reflexões existencialistas por parte
da personagem são diversas e recorrentes, resultando do seu próprio estado de angústia. Por
entre o questionamento de Deus e o “renascimento” de António, renasce também uma nova
consciência que se explora e alarga a cada nova sucessão de acontecimentos fulcrais ao
desenvolvimento da ação.
Subdividida então por entre um pendor Existencialista e outro Neorrealista, Manhã
Submersa, espantosa produção literária que nos surge como um importantíssimo romance
da obra literária de Vergílio Ferreira, leva-nos a sofrer e a questionar com António o
sentido de tudo o que vive, a rebelarmo-nos com Gama sobre o que lhe é imposto contra a
sua vontade individual, e a interrogarmo-nos, juntamente com Gaudêncio, sobre a
existência Divina.
Hugo Luzio

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