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GRADUAÇÃO EM ARQUEOLOGIA
Laranjeiras/SE
2017.1
INTRODUÇÃO
O conceito de Cultura é bastante complexo, são muitas as suas definições, e todas elas
baseadas em uma ou mais correntes teóricas que figuravam no tempo de cada autor. E tão
complexo quanto seu conceito é o seu caráter, que se apresenta de modo diverso e dinâmico:
diverso pelos muitos modos de comportamento existentes entre os diferentes povos
espalhados pela Terra, de onde vem a ideia de Culturas; e dinâmico por manifestar o que o ser
humano vive, sente, pensa e faz, e essas ações se modificam continuamente.
Nas palavras de Nepomuceno e Assis (2008, p. 2), “a compreensão antropológica de
cultura foi gradativamente construída”, resulta de um processo de construção histórica e do
amadurecimento científico no campo da análise social, fruto da necessidade de entendimento
do que é ser humano. É um conceito que passou por uma infinidade de modificações, mas
sempre esteve relacionado à concepção de algo que se opunha ao natural, ao biológico”.
Veiga-Neto (2003, p. 7), dá a ideia de que a modernidade aceitou sem muitos
questionamentos a designação de cultura para tudo aquilo que a humanidade havia produzido
de melhor em termos materiais, artísticos, filosóficos, científicos, literários, etc., de modo que
por muito tempo ela foi pensada como sendo única e universal. O que para ele evidencia “o
recurso ao conceito de cultura como um elemento de diferenciação assimétrica e de
justificação para a dominação e a exploração”.
Nessa perspectiva, ainda na linha de raciocínio do autor, a busca de todos os povos
devia ser por “formas mais elevadas da Cultura, tendo por modelo as conquistas já realizadas
pelos grupos sociais mais cultos”. E essa ideia de Cultura ainda vigora em muitas sociedades,
inclusive em grande parte da brasileira; não é raro atribuir a um sujeito que entende de
diferentes áreas como alguém “culto” enquanto subestima os conhecimentos de outro o
tratando, em muitos casos, por alguém inculto, e isso quase sempre está relacionado às
distinções de classes sociais geradas pelo capitalismo.
Já para Laraia (1986, p. 105), “não resta dúvida que grande parte dos padrões culturais
de um dado sistema não foram criados por um processo autóctone, foram copiados de outros
sistemas culturais”. A antropologia denomina esses “empréstimos culturais” de difusão, e
muitos antropólogos parecem convencidos de que essa difusão cultural é a responsável pelo
“desenvolvimento” que o ser humano vive atualmente.
E esse pensamento remete a ideia de Culturas distintas que através do processo de
difusão foram adquirindo e incorporando elementos de uma para outra, como modo de
garantir a própria sobrevivência e alcançando com isso um maior “desenvolvimento” em seu
meio social. Entrementes, Laraia (1986), em sua discussão sobre o que chamou de “dilema: a
conciliação da unidade biológica e a grande diversidade cultural da espécie humana”,
afirma que as diferenças de comportamentos entre povos distintos “não podem ser explicadas
através das diversidades somatológicas ou mesológicas”, pois os determinismos geográfico e
biológico se mostraram incapazes de resolver “o dilema” proposto.
Enfim, é exposto que a cultura tem sido objeto de estudo de várias ciências, sendo
conceituada por diversos autores. Sendo assim, levando em consideração as diferentes épocas
e contextos sociais, e seguindo correntes teóricas distintas, este trabalho tem como objetivo
apresentar os conceitos de cultura e culturas numa perspectiva a partir de distintas escolas
antropológicas, com foco nas correntes: Evolucionista, Culturalista e Funcionalista, baseando-
se nos pensamentos de seus principais representantes.
CULTURA E CULTURAS: UMA PERSPECTIVA A PARTIR DE DISTINTAS
ESCOLAS ANTROPOLÓGICAS
O EVOLUCIONISMO CULTURAL
CULTURALISMO
FUNCIONALISMO
Como tudo é relativo, os conceitos dado a “cultura” ou “culturas” não poderiam ser
diferentes, assim como a forma de vê-la, seja numa ótica monocultural ou multicultural, a
relatividade está sempre presente. Os pensadores das diferentes escolas antropológicas
buscavam, dentro de suas possibilidades temporais, estudar os diversos grupos humanos
baseados em suas crenças e influenciados por outros teóricos na tentativa de explicar como se
dava as diferenças e semelhanças entre os povos, suas organizações sociais e visão de mundo.
Ainda hoje o conceito de cultura é amplo, seu caráter continua sendo diverso e
dinâmico e as reflexões do ser humano a respeito dele mesmo ainda vive, e graças aos estudos
de todos os teóricos que vieram antes de nós, temos base para novas pesquisas e reflexões na
busca contínua de compreender o ser humano através de sua história ao longo do tempo,
baseados em conhecimentos antropológicos, sociológico e arqueológico, por meio de sua
cultura material.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOAS, F. Arte Primitiva. – 8 ed. – Rio de Janeiro. Editora Vozes, 2014, p. 21-73.