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Universidade da Região de Joinville – UNIVILLE

Curso de Direito
Professor: Belini Meurer
Disciplina: Direito e Sociedade

Alunos: Ana Luisa de Oliveira Braga


Elisângela Marcello Jasper
Gabriela Dzazio Reis
Mariana Oliveira Corrêa
Sara de Faria Silva
Thiago Musshauser da Silva
Vanessa Kuyven Cardoso

ATIVIDADE SOBRE ANTROPOLOGIA

1) Relacione Sociologia e Antropologia.


R: A antropologia e a sociologia, dentre as ciências sociais, definiram de forma
bastante satisfatória seus objetos de estudo, seus objetivos e métodos.
Enquanto à sociologia cabia o estudo da sociedade europeia, à antropologia
cabia o estudo dos povos colonizados na África, Ásia e América.
A primeira procurava descobrir as leis gerais que regulamentavam o
comportamento social e as transformações da sociedade, por meio de análises
qualitativas e estudos estatísticos que pudessem dar a maior amplitude possível
a suas descobertas. A antropologia, por sua vez, desenvolvia um método mais
empirista e qualitativo, voltado para a descoberta das particularidades das
sociedades que estudava.

2) Por que a antropologia é dita ciência da alteridade?


R: A antropologia foi sempre a ciência da alteridade, isto é, a ciência que busca
investigar o outro, aquele que é essencialmente diferente de mim.
Sua gênese aparece nos relatos dos primeiros viajantes europeus que tentavam
descrever os exóticos costumes dos povos com os quais mantinham contato.

3) O que o texto fala sobre as diferentes espécies?


R: Aplicando seus princípios às sociedades humanas, os antropólogos
procuravam descobrir as diferentes espécies sociais, classificando-as e
ordenando-as num contínuo que ia das mais atrasadas e simples às mais
adiantadas, evoluídas e complexas. Segundo essa teoria, a humanidade seria
composta de diferentes espécies humanas em diferentes etapas de
desenvolvimento do processo evolutivo.
As sociedades mais simples, ou primitivas, como foram chamadas,
correspondiam a estágios inferiores na história evolutiva da humanidade,
verdadeiros fósseis vivos de nosso passado. Continentes inteiros foram vistos
como museus propícios ao estudo da nossa diversidade evolutiva e genética.
Hoje parece cada vez mais plausível a ideia de sermos manifestações de um
único processo global de evolução, o qual abrange a espécie humana como um
todo.
4) Quando uma sociedade é simples ou complexa?
R: A sociologia não ficou imune a influência dos princípios evolucionistas.
Inúmeros sociólogos procuravam também descobrir as leis gerais que
ordenavam as transformações e a evolução social, responsáveis por fazer com
que formas sociais mais simples fossem passando natural e progressivamente
a outras, mais complexas e evoluídas.
Émile Durkheim, aplicando esse princípio teórico ao estudo comparado dos
diferentes modelos europeus de vida social, distinguiu também diversas
espécies que se diferenciavam umas das outras, umas mais simples, outras mais
complexas. Um dos aspectos que as diferenciava era, por exemplo, a
complexidade na divisão social do trabalho. As sociedades mais simples eram
aquelas cujas tarefas se encontravam divididas apenas por sexo e idade. Nas
sociedades mais complexas, as tarefas iam paulatinamente se diferenciando
segundo inúmeros outros critérios.
Ferdinand Tönnies foi outro sociólogo que distinguiu nos países europeus
duas espécies de formações sociais: a comunidade, onde as relações sociais
entre os indivíduos são mais próximas, tendo por base a vida familiar e as
relações comunitárias, e a sociedade, onde já se desenvolve a vida urbana, há
forte presença do Estado e menor coesão entre os agentes sociais.
Dessa forma, esses teóricos identificavam formações sociais "primitivas" e
"complexas" e entendiam a história como um processo inexorável e natural que
transformaria as sociedades primitivas em complexas.

5) O que foi a escola funcionalista?


R: No início do século XX, surgiu o funcionalismo - escola antropológica que
sucedeu ao evolucionismo, respondendo em parte às críticas que a ele se faziam
por seu eurocentrismo e etnocentrismo.
De acordo com a escola funcionalista, cada sociedade deve ser estudada
como uma totalidade integrada e constituída de partes interdependentes e
complementares, cuja função é satisfazer as necessidades essenciais dos seus
integrantes.

6) Quem foi Malinowski?


R: O grande sistematizador do funcionalismo e do método da observação
participante foi Malinowski, que de 1914 a 1918 viveu entre os nativos das ilhas
Trobriand, próximas à Nova Guiné. Foi o primeiro a organizar e a sintetizar uma
visão integrada e totalizante do modo de vida de um povo não- europeu. Graças
ao seu conhecimento da língua nativa- condição que ele considerava essencial
para esse trabalho e de uma observação intensa e sistemática, conseguiu
reconstituir os principais aspectos da vida trobriandesa, desde as grandes
cerimônias até singelos aspectos do dia a dia.
Polonês, nascido na Cracóvia, Bronislaw Kasper Malinowski teve inicialmente
uma formação em ciências exatas, das quais se afastou por motivos de saúde.
Continuou seus estudos na Alemanha e depois na Inglaterra, onde se envolveu
com a efervescência causada pelos estudos antropológicos de Sir James Frazer,
autor de monumental trabalho sobre religiões e crenças mágicas. Ali, Malinowski
tornou-se antropólogo e professor. Entre 1914 e 1918, desenvolveu seu grande
estudo de campo entre os habitantes das ilhas Trobriand, próximas à Nova
Guiné, o qual transpôs em várias obras, são elas: Argonautas do Pacífico
Ocidental; Magia, ciência e religião; Crime e costume na sociedade selvagem;
Sexo e repressão na sociedade selvagem; A vida sexual dos selvagens; Uma
teoria cientifica da cultura.

7) Conceitue “sistema”.
R: Sistema é um conceito empregado não só nas ciências sociais, mas em quase
todas as demais ciências. Indica a organização dos fenômenos que se queira
observar em partes interdependentes e ordenadas. Em relação à sociedade, o
conceito pressupõe também uma integração, uma ordenação dos
acontecimentos e uma interdependência das suas características, formando
uma totalidade. Do ponto de vista empírico, o sistema é perceptível na sociedade
por intermédio das relações constantes e repetitivas que o investigador é capaz
de observar. Essas relações, porém, não se apresentam concretamente sob a
forma de sistema: é a interpretação do cientista, desvendando e interpretando
as interdependências, que as organiza sob essa forma.

8) Quais as críticas ao funcionalismo?


R: Muitas críticas de caráter político surgiram denunciando a colaboração dos
funcionalistas com a administração colonial naquilo que ficou conhecido, na
administração inglesa, como Indirect Rule - a dominação colonial apoiada na
conivência da elite da sociedade colonizada. Para essa "parceria", os
conhecimentos antropológicos foram da maior importância.
Os funcionalistas, por meio de conceitos como aculturação e choque cultural
– os quais estudavam o intercambio de traços culturais proveniente do contato
entre culturas – deixavam de revelar as desigualdades que existem sempre
nesse contato, em especial quando resultam de uma política colonialista.
Do ponto de vista teórico, o funcionalismo foi criticado por ter se preocupado
essencialmente com as forças de integração social, não dando destaque aos
conflitos sociais. Ao centrarem sua análise no aqui e no agora, os funcionalistas
acabaram justificando toda e qualquer prática social que tenha contribuído para
a manutenção do todo.
Essencialmente sincrônicos em sua análise, os funcionalistas não
conseguiram explicar os processos de transformação e mudança social e,
defensores da tolerância, foram excessivamente omissos quando essas
transformações ocorreram, destruindo as formas tradicionais de vida na África e
na Ásia.

9) O que foi o estruturalismo?


R: Claude Lévi-Strauss desenvolveu o estruturalismo, um novo método de
investigação e interpretação antropológica.
O conceito básico dessa teoria é o de estrutura social, conceito que já fora
utilizado pelos funcionalistas, mas que correspondia, para eles, a organização
de dados empíricos. Havia, assim, uma correspondência entre os dados
observáveis e a estrutura da qual faziam parte.
Lévi-Strauss parte do princípio de que a estrutura é uma elaboração teórica
capaz de dar sentido aos dados empíricos de uma certa realidade. Não é,
entretanto, empiricamente observável. Utilizando uma metáfora, podemos dizer
que esse conceito para Lévi-Strauss corresponderia à estrutura de um edifício
que, mesmo estando oculta, organiza, distribui, relaciona e sustenta todos os
elementos observáveis dessa construção - os andares, as unidades
habitacionais, as entradas, as saídas e os corredores.
Do mesmo modo, é a estrutura social que organiza, conecta e relaciona as
diversas instancias, estabelecendo as múltiplas relações entre os elementos, os
grupos e as instituições. A construção desse arcabouço teórico se dá pela análise
dos dados empíricos e do entendimento de seus significados. Os elementos
constitutivos da estrutura – relações de parentesco, instituições ou grupos
sociais diversos – se organizam de modo não-aleatório, sob a forma de um
sistema, isto é, são elementos interdependentes e que estão em inter-relação.
Qualquer modificação em uma das partes tem por consequência a modificação
em cadeia de todas as outras.

10) Fale sobre Claude Lev-Strauss.


R: Nasceu em Bruxelas, na Bélgica. Iniciou estudos jurídicos em Paris, onde fez
concurso para lecionar filosofia. Foi professor de liceu até ser convidado, em
1934, para lecionar na Universidade de São Paulo. Durante a permanência no
Brasil, até 1937, realizou breves expedições ao interior e publicou seu primeiro
trabalho de caráter antropológico, a respeito dos índios bororo. Foi adido cultural
da França nos EUA entre 1946 e 1947. De volta à França, assumiu, em 1959, a
cátedra de antropologia no Collège de France. Da sua vasta produção
intelectual, que lhe valeu a mais elevada condecoração científica francesa,
destacam-se Tristes trópicos, As estruturas elementares do parentesco,
Antropologia estrutural (dois volumes), O pensamento selvagem e
Mythologiques (cinco volumes).

11) O que Lev-Strauss fala sobre diacronia-sincronia-história?


R: Segundo os estruturalistas, as formas de interação dos elementos de uma
estrutura se justificam em função de determinados princípios da organização
social. Lévi-Strauss explicou as proibições e as permissões de casamentos em
determinadas sociedades tribais como resposta à necessidade de circular as
mulheres entre os diversos segmentos sociais. Desse modo, determinadas
regras, usos e costumes eram explicados de acordo com a coerência e com a
relação que mantinham com a estrutura social. Essa abordagem, entretanto, não
explicava as relações desiguais entre os diversos elementos constitutivos da
estrutura, nem as possibilidades de transformação da ordem social. Como o
próprio autor menciona, a estrutura, organizando de forma sistemática a
sociedade e tendo por objetivo a sua preservação, se assemelharia a uma
“máquina” que “funcionaria indefinidamente”, conservando um caráter não-
histórico. Qualquer mudança só resultaria da introdução de elementos externos
a própria sociedade.
A ênfase na análise sincrônica foi a maior crítica que receberam os
estruturalistas. E, apesar do imenso prestígio que essa teoria alcançou na
década de 1960, acabou por ser acusada de criar um determinismo semelhante
ao do positivismo.
Respondendo às críticas que foram feitas ao estruturalismo, isto é, de ater-se
apenas aos aspectos sincrônicos da realidade, sem dar suficiente e merecida
atenção aos aspectos diacrônicos e de mudança social, Lévi-Strauss reafirma as
diferenças de objetivos e método entre historiador e o etnólogo.
Para ele, a busca do desenrolar de um processo no tempo é atividade
específica do historiador, enquanto a ordem sincrônica pertence a perspectiva
antropológica.
A explicação para determinado comportamento está na estrutura social que o
gera, e não no processo histórico. Lévi-Strauss condena aqueles antropólogos
que vivem à cata de “origens”. Ele questiona a possibilidade de se descobrirem
essas raízes e o valor heurístico dessas tentativas. Aponta ainda a tendencia
evolucionista que perpassa esses trabalhos e o determinismo em que essas
descobertas muitas vezes caem. Descobrir “origens” de traços so ciais leva os
pesquisadores, muitas vezes, a considerar uma mudança como inevitável, útil e
necessária, por excesso de ênfase na explicação histórica.
Por essas razões, ele deixa à história a análise diacrónica, reafirmando que o
etnólogo e o antropólogo devem se ater ao que é dado e, no máximo, podem
alargar suas análises tornando-as compreensíveis para cientistas de outras
sociedades e de épocas diferentes.

12) O que foi a Antropologia cognitiva?


R: Recebeu o nome de antropologia cognitiva o conjunto de estudos
antropológicos que, de forma semelhante ao método desenvolvido pelo
estruturalismo, utilizaram pressupostos teóricos e metodológicos elaborados
pelas ciências da cognição na pesquisa social.
Essas teorias abandonaram a preocupação - até então dominante na
antropologia - de compreender totalidades sociais, para se deterem em
determinados aspectos ou recortes da vida social. O desvelar desses recortes
se dá pela interpretação de elementos do imaginário e da simbologia que
mantem íntima relação com as formas de comportamento humano.

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