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Universidade Rovuma
Nampula
2023
Arnaldo Matias
Horácio Amade Frace
Jossefa Zacarias
Universidade Rovuma
Nampula
2023
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Índice
Introdução ................................................................................................................................... 3
i. Escola Alemã....................................................................................................................... 9
Conclusão ................................................................................................................................. 13
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Introdução
No presente trabalho de Antropologia Cultural de Moçambique, pretende fazer uma
abordagem sintética sobre Correntes Teóricas da Antropologia. No desenvolvimento deste
tema está baseado na descrição de alguns subtítulos que explica da sua evolução e existência
de vários movimentos ao longo de tempo nomeadamente: Evolucionismo, Difusionismo e
Culturalismo.
Assim o trabalho está organizado duma forma hierárquica e gradual partindo da introdução,
seguido de desenvolvimento e de conclusão onde se faz a síntese das ideias principais do
trabalho, mas também no fim tem referências bibliográficas que indicam as obras nas quais
foram usadas na sua produção.
1. Objectivos
1.1. Geral:
1.2. Específicos:
Descrever a matéria para consolidar como é que o fenómeno cultural tem se expandido
nas diversas sociedades.
2. Metodologia
Consulta bibliográfica
Assim espera-se que este trabalho traga uma contribuição valiosa em torno das questões em
destaque.
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1. Correntes Teóricas da Antropologia
i. Conceitos:
A Antropologia cultural é uma linha de pesquisa que surge nos Estados Unidos, junto às
primeiras pesquisas antropológicas realizadas no país. Seu foco está na relação estabelecida
entre os sujeitos e a cultura, portanto, volta-se à observação do comportamento e
personalidade dos indivíduos moldados pelas relações sociais. Possui uma perspectiva
relativista e relaciona-se com outras disciplinas, como a Geografia e a Psicologia (Barreiros &
António, 2016).
Existem diferentes tipos de correntes da antropologia, mas neste material irá se basear como o
ponto central do estudo as seguintes:
a) Evolucionismo;
b) Difusionismo;
c) Culturalismo.
Para Pacheco e Fonseca (2009), o evolucionismo foi influenciado pela teoria da selecção
natural de Charles Darwin que se consistia na tentativa de explicar a diversidade de espécies
de seres vivos através da evolução. No entanto, a teoria de evolução empregada pelos
etnólogos deve mais a outro autor, o sociólogo e filósofo Herbert Spencer, cujo conceito de
evolução difere em importantes aspectos daquela desenvolvida por Darwin. Mesmo assim,
posteriormente, a abordagem Spenceriana ficou conhecido como „darwinismo social‟.
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A evolução ocorre em ritmos desiguais, de acordo com as populações e localizações
geográficas, passando pelas mesmas etapas, para alcançar o nível final de "civilização".
Assim, a proposição básica era de que o desenvolvimento humano seguiu estágios. Em cada
etapa a experiência humana acumulava, levando a formação cultural cada vez mais avançada.
Esta ideia de que a experiência humana acumula foi inspirada no raciocínio empírico de John
Locke e outros filósofos do „empirismo‟ do Séc XVIII.
Esses autores como indica Barreto (2012, p.23) sistematizaram o conhecimento acumulado
sobre as sociedades primitivas, desenvolvendo a tese de um evolucionismo das sociedades
primitivas para as sociedades civilizadas. A maior crítica que esses estudiosos receberam foi a
de que seus trabalhos eram eminentemente de gabinete. Eles não teriam ido a campo para
tecer suas teorias acerca do parentesco, da religião, da organização social e demais áreas pelas
quais enveredaram.
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A chamada Escola Evolucionista, como ficou conhecida, sucumbiu porque explicava os
factos descontextualizadamente. Para os evolucionistas era prática comum analisar os factos
isoladamente ou mesmo por meio da comparação com outros factos. Para eles os costumes
eram vistos isoladamente e como fruto de um processo histórico de evolução da humanidade
que necessariamente desembocaria na sociedade europeia considerada por eles a mais
evoluída. Tal concepção recai na ideia de determinismo, ou seja, como se o nosso destino já
estivesse previamente definido e como se todas as sociedades passassem pelas mesmas etapas
e consequentemente tivessem o mesmo fim.
Assim, para Morgan, citado em Julien (2007), a cultura humana é o produto de uma evolução
natural, sujeita à leis que regem as faculdades mentais do animal humano em seu estado
social. De esta forma, a evolução da cultura poderia ser objecto de estudo científico e tal foi
seu objectivo. A metodologia de trabalho na classificação e comparação de achados
antropológicos.
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ii. Segundo estágio: Barbárie
Esse estágio inicia-se com a fabricação de utensílios de cerâmica. Nele, passa-se a adoptar
uma forma de vida sedentária associada à prática da agricultura e da domesticação de animais.
Em seu final, adquire-se o conhecimento da manufactura do ferro.
Portanto, para a doutrina do evolucionismo, todas as diferentes formas culturais criadas pelo
homem teriam se originado de um processo evolutivo iniciado a partir de uma forma social
primitiva: a selvageria. Todas as culturas teriam nessa forma original o seu ponto de partida.
Assim, a humanidade seria una e seu processo de transformação teria seguido por uma linha evo-
lutiva uniforme onde quer que ela estivesse, pois as necessidades humanas, em condições
similares, seriam substancialmente as mesmas. O evolucionismo cultural não relaciona a
existência de estágios evolutivos a uma datação precisa e única para todas as sociedades.
Assim, por exemplo, enquanto os portugueses se encontravam em um avançado estágio de
civilização, quando chegaram em Moçambique, os povos nativos que aqui habitavam
poderiam ser classificados como estando nas fases finais da selvageria e iniciais da barbárie.
Os difusionistas tinham tendência para ignorar o fenómeno de convergência que faz com que
uma mesma instituição ou um mesmo traço cultural se encontre em civilizações diferentes,
sem que haja uma origem comum. Por exemplo, em todos os sistemas económicos de auto-
subsistência em que o parentesco é importante, o estatuto de um homem será menos avaliado
pelo número e raridade de bens que possui, do que pelo número maior ou menor de parentes
dedicados com que pode contar. Características importantes podem ser historicamente
produzidas sem que se deva pensar numa origem comum. Se os Maias do Iucatão e os Hindus
conheciam o zero, é claro que não houve difusão deste traço entre essas duas culturas.
Actualmente considera-se vã a procura das origens; no que respeita à história remota dos
povos sem escrita, só se podem estabelecer algumas referências prudentes; e, sobretudo, um
elemento de um sistema social é ininteligível quando extraído do conjunto que o contém e o
explica.
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i. Escola Alemã
Na escola Alemã, conduzida por Wilhelm Schmidt e Fritz Graebner, acreditava-se que os
traços culturais difundiam-se em círculos culturais para outras regiões e pessoas através de
áreas culturais variadas. Esses círculos culturais eram chamados de 'Kulturkreise'. A escola
alemã foi a principal especialização, uma vez que o evolucionismo foi questionado por
Herder, que foi inspirado pela unidade psíquica proposta por A. Bastian, trazendo a questão
da singularidade e da geografia da herança cultural de cada povo.
Estes teóricos acreditavam que o progresso da difusão seria a via mais eficiente para o avanço
da civilização e advogavam a necessidade de fortalecer os contactos dos povos menos
civilizados com os círculos culturais. O que em certo modo procurava legitimar a exploração
colonial da Europa pelo mundo. O difusionismo é importante ainda hoje. O conceito de
difusionismo explica como alguns traços culturais foram adquiridos e difundidos.
Além destas duas escolas, Barreiros e António (2016), acrescentam a escola a Americana, que
na sua perspectiva:
Proposta por Franz Boas a escola americana considerou as culturas particulares como sendo o
principal campo de estudo da Antropologia. Para este, a cultura é tão complexa que não
permite um levantamento histórico de carácter universal. A antropologia deve centrar os seus
estudos em pequenas comunidades culturais, nomeadamente clãs, tribos, castas e outras
formas primitivas de organização social. Acrescenta Boas que a difusão não é um processo
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linear e mecânico, mas pressupõe uma elaboração complexa por parte dos povos que apreende
certos traços culturais. Considera que para a compreensão das culturas é importante o seu
levantamento histórico, pois o facto de determinados traços culturais terem origem diversas
condiciona a compreensão da cultura, ou seja, precisa-se conhecer a história de uma dada
cultura para compreender a cultura em si.
Em síntese, o difusionismo ajuda a explicar a aculturação, mas não é a capaz de explicar todos
os aspectos culturais como os primeiros difusionistas acreditavam. Existem exemplos de
culturas em contactos próximos, mas que não partilham muitos traços. Por isso, o
difusionismo aparece como uma corrente problemática por várias razões. Primeiro, é difícil
demonstrar que uma inovação teve um ponto de partida único. Segundo, muitas invenções e
ideias culturais podem ter sido descobertas ou ter evoluído isoladamente. Terceiro, as
adaptações às necessidades humanas sociais podem facilmente ter tomado formas similares
em diversas culturas, caso tenham sido as melhores soluções possíveis para problemas
similares. Por exemplo, o aparecimento de pirâmides no Egipto e na América Central se é
que, até hoje, nada tenha provado que a técnica de edificação de pirâmides se tenha difundido
do Egipto à América Central, o mesmo se pode afirmar em relação ao fogo que já era
utilizado pelos índios americanos e pelos africanos sem que estes povos tenham tido contacto
algum no passado.
1.3. Culturalismo
De acordo com Valpassos e Cunha (2011), no final do século XIX, surge uma nova proposta
com fôlego suficiente para criticar os modelos teóricos formulados pelo Evolucionismo nos
Estados Unidos. O Culturalismo, tal como veio a ser nominado na Academia americana, foi a
primeira corrente de pensamento da Antropologia a romper com a ideia de que todos os
grupos humanos evoluem conjuntamente de um estágio atrasado e rudimentar até alcançar
uma existência colectiva complexa e sofisticada, comparável aos padrões da sociedade
industrial do século XIX.
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arquitectura para uma nova abordagem metodológica que mais tarde iria influenciar gerações
inteiras de cientistas sociais.
Tribos primitivas são quase universalmente divididas em clãs que possuem totens. Não pode
haver dúvida de que essa forma de organização surgiu repetidas vezes de modo independente.
Certamente, justifica-se a conduta de que as condições psíquicas do homem favorecem a
existência de organização totémica da sociedade, mas daí não decorre que toda a sociedade
totémica tenha se desenvolvido em todos os lugares da mesma maneira. “ Não se pode dizer
que a ocorrência do mesmo fenómeno sempre se deve às mesmas causas, nem que ela prove
que a mente humana obedece às mesmas leis em todos os lugares” (BOAS, 2004, p. 32-33,
citado em Valpassos & Cunha, 2011).
Assim, Boas foi levado a repensar os modelos evolucionistas que tinham como base a ideia de
que toda a sociedade humana movimentava-se progressivamente, respondendo a uma lei
natural e universal. Além disso, Boas também chamou a atenção que a comparação
cientificamente válida deveria ser estabelecida somente depois que o pesquisador identificasse
os princípios que estruturam cada organização social especificamente. Esta perspectiva abriu
caminho para um tipo de análise antropológica capaz de perceber cada grupo social como
unidade portadora de cultura e história próprias.
Para que Franz Boas pudesse chegar a essas formulações, é importante estabelecer a relação
entre suas reflexões e o pensamento social alemão. O filósofo Von Herder, ainda no século
XVIII, foi o primeiro a entender a palavra cultura como um dispositivo que indicava a
particularidade de uma experiência colectiva. Assim, através de um estudo da cultura de um
grupo, nós teríamos acesso à subjectividade ou, melhor dizendo, ao espírito de um povo. É
interessante notar que esta postura intelectual tenha emergido na Alemanha, num contexto em
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que a elite tanto política quanto intelectual observava de maneira céptica o avanço do
Iluminismo e todo o seu componente universalizante. Enfim, compreender particularmente a
subjectividade de um povo era também revelar os seus elementos comuns, entender sua
psicologia e sua forma de comportamento social.
A virada de mesa teórica, protagonizada por Boas, foi responsável por redefinir o objecto da
Antropologia. Ficou evidente a importância da descrição de processos sociais locais,
enfatizando traços culturais contextualmente estabelecidos.
Anos mais tarde, pesquisadores formados sob a influência teórica de Franz Boas constituíram
aquela que ficou conhecida no cenário académico internacional como a Escola de Cultura e
Personalidade.
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Conclusão
Para terminar, as teorias de antropologia fornece as várias facetas culturais existentes. Desta
forma o ser humano possui diferentes maneiras de manifestação cultural, as teorias
antropológicas da cultura ajudam na compreensão dessa diversidade cultural. Dentre essas
teoria aqui abordou-se de evolucionismo, difusionismo e Culturalismo.
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Referências Bibliográficas
Barreiros, E., & Antonio, M. C. (2016). Antropologia social e cultural. Londrina: Editora e
Distribuidora Educacional S.A.
Valpassos, C. A., & Cunha, N. V. (2011). História e Antropologia. Rio de Janeiro: CECIERJ.
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