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UNIVERSIDADE ROVUMA

INSTITUTO SUPERIOR DE TRANSPORTES, TURISMO E


COMUNICAÇÕES

CURSO DE LICENCIATURA EM GESTÃO DE EMPRESA, 2° ano L

As correntes teóricas da Antropologia

Benedito António

Nacala-Porto

2022
UNIVERSIDADE ROVUMA

INSTITUTO SUPERIOR DE TRANSPORTES, TURISMO E


COMUNICAÇÕES

CURSO DE LICENCIATURA EM GESTÃO DE EMPRESAS, 2° ano L

As correntes teóricas da Antropologia

Benedito António

O presente trabalho é de carácter


avaliativo a ser apresentado na
Cadeira de Antropologia Cultural de
Moçambique, no curso de Gestão de
Empresas 2º ano Laboral.

Docente: Dr. Luís Pereira.

Nacala-Porto

2022
Índice
1.Introdução .................................................................................................................................. 4
2. Objetivos ................................................................................................................................... 5
3. Métodos de Pesquisa ................................................................................................................. 5
4. As correntes Antropológicas ..................................................................................................... 6
4.1 Correntes Evolucionistas ......................................................................................................... 6
4.1.1 Traços importantes ............................................................................................................... 7
4.1.2 Características do Evolucionismo ........................................................................................ 8
4.2 Correntes Difusionistas ........................................................................................................... 8
4.3 Corrente Culturalismo ............................................................................................................. 9
4.3.1 Características do Culturismo .............................................................................................. 9
4.4 Corrente Funcionalismo .......................................................................................................... 9
4.5 Corrente Estruturalista........................................................................................................... 10
4.5.1 Algumas Semelhanças entre o Funcionalismo e o Estruturalismo ..................................... 10
5. Conclusão ................................................................................................................................ 12
6. Referências bibliográficas ....................................................................................................... 13
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1.Introdução
A antropologia evoluiu aluz de varias correntes ou escolas de pensamentos,
designadamente a escola evolucionista, a difusão, a funcionalista e a estruturalista,
procurando fazer uma análise duma forma breve acerca das correntes teóricas da
antropologia.

Estas correntes antropológicas tem-se colocado no campo da antropologia como um


método de inteligibilidade, para o qual a categoria de tempo. Pode-se afirmar que a
antropologia conquistou seu lugar entre as ciências, principalmente, foi considerado como
a história natural e física o homem e do seu processo evolutivo, no espaço e no tempo, e
por um lado essa conceção vinha satisfazer o significado literal da palavra, por outro lado
restringia o seu campo de estudo as características do homem físico.
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2. Objetivos
O presente trabalho tem como objetivo falar sobre as correntes teorias da antropologia
sendo elas:

 Evolucionismo;
 Difusionismo;
 Culturalismo;
 Funcionalismo; e
 Estruturalismo.

3. Métodos de Pesquisa
O presente trabalho de pesquisa, envolveu inicialmente a obtenção de informações
teóricas a cerca do tema em questão através de estudo explorativo, seguido do estudo
formal descritivo, calcado numa pesquisa bibliográfica junto a autores consagrados na
abordagem do tema tratado, além da leitura específicos sobre o assunto abordado através
da internet.
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4. As correntes Antropológicas
O seguimento da antropologia aconteceu devido a curiosidade do respeito de si mesmo,
independentemente do seu nível de desenvolvimento cultural. Surgiu na idade clássica,
no seculo V aC. Com a figura de Heródoto que é considerado o pai da antropologia, que
caracterizou minuciosamente as culturas circulantes. Os gregos foram os que mais
reuniram informações sobre povos diferentes. (SUARÉZ).

Para Ubaldo Martinez Veiga (2008: 14), citado por pereira (p.66) a primeira história da
antropologia é obra de Haddon em 1910, o que demonstra já uma antiga preocupação dos
antropólogos por construir a história das disciplinas, uma forma de reforçar a identidade
dela.

Na ordem de ideias acima pressupostas, pretende referenciar que, antropologia cultural


conheceu varias correntes de pensamentos e metodologia até nos nossos dias, que
acabaram por influenciar profundamente e irreversivelmente outras ciências sociais e
humanas. De entre elas, destacam-se:

 Evolucionismo;
 Difusionismo;
 Culturalismo;
 Funcionalismo; e
 Estruturalismo.

4.1 Correntes Evolucionistas


O evolucionismo deriva do termo evolução. O evolucionismo surgiu com a emergência
da própria antropologia cultural no século XIX, o evolucionismo estabeleceu-se como
corrente da segunda metade do século XIX, apesar de ter as suas bases fundidas nos dois
seculos presentes, concretamente na ideia do progresso das civilizações, expressa por
Condorcet e no Iluminismo.

O iluminismo serviu de base ao crescimento posterior de todas as teorias evolucionistas


por um processo de associação. Se o homem era capaz de associar conhecimento através
de métodos científicos, bem poderia também aumentar o grau de eficácia de suas
aplicações.

Há que se reconhecer que a antropologia cultural moderna, encarada nos seus aspetos
teóricos, é conservador; interessa se mais por aquilo que produza equilíbrio e integração
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na sociedade do que pela confeção de escalas e etapas de progresso; embora a


preocupação desses estudiosos fosse estabelecer as linhas gerais desse progresso material
acredita que voltando aos olhos do passado teriam subsídios para determinar como a
história da cultura humana se comportava.

O evolucionismo cultural foi, na verdade fruto da sua época. De certo modo se pode dizer
que o século XIX, uma época de certo modo à compressão pelo caminho que tomaram os
avanços tecnológicos, principalmente nos países desenvolvidos.

Esta teoria teve como principais representantes: Edward B. Tylor (1832-1917), Lewis H.
Morgan (1818-1881), e James Frazer (1854-1941).

Por volta de 1830alguns postulados e comentários sobre o evolucionismo antropológicos:


surgiram na Europa. Eram algumas teorias, desvinculadas de condicionamento míticos
ou religiosos, que tentavam explicar semelhanças e diferenças entre fenómenos
socioculturais. O fio condutor foi o conceito de evolução cuja ideia central era de que
seria possível ordenar em série as formas de vida natural de tal modo que se infere
intuitivamente ou passar de uma forma de vida a outra. Podemos dizer que foia partir
deste ponto que a antropologia científica deu seus passos iniciais, começando com o
evolucionismo, portanto, a primeira das escolas antropológicas.

4.1.1 Traços importantes


 Naturalismo anticriacionismo;
 Progresso indefinido;
 Seleção natural;
 A linha de evolução parte do simples e chega ao Complexo; do homogéneo ao
heterogéneo;
 Utiliza o termo comparativo.

A cultura humana é o produto de uma evolução natural, sujeita à leis que regem as
faculdades mentais do animal humano em seu estado social. De esta forma, a evolução
da cultura poderia ser objeto de estudo cientifico e tal foi se objetivo. A metodologia de
trabalho na classificação e comparação de achados antropológicos. Com efeito, foi um
pioneiro na realização de trabalhos quantitativos de campo na etnologia.

Morgan estabelecia três etapas sucessivas e graduais com domínio de armas como o arco
e flecha:
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 Selvagismo - que por sua vez se dividia em inferior-médio (identificado pela


pesca e o domínio do fogo) e superior (com domínio de armas como o arco e
flecha).
 Barbárie – no nível inferior somente com o domínio da cerâmica e a
domesticação; no nível medio coma conquista da agricultura e o ferro no nível
superior.
 Civilização – etapa correspondente aos povos que desenvolveram o alfabeto
fonético e que possuíam registos literários, assim, Taylor defendia que existiam
diferentes tipos de famílias que evoluíam até chegar a famílias patriarcal em suas
formas poligâmicas e monogâmicas.

4.1.2 Características do Evolucionismo


 Vastidão do objecto;
 Fator tempo;
 Uso do termo comparativo; e
 Principais temas e conceitos.

4.2 Correntes Difusionistas


A antropologia difusionista veio em resposta ao evolucionismo e foi sua contemporânea.
Foi caracterizada pela anti-unilinearidade, ou seja, não admitia a recta constante e
ascendente cultural defendida pelos evolucionistas. Portanto, a cultura para o
difusionismo era um mosaico de traços sobrevindo de outras culturas precursoras com
varias origens e historias.

Teve início do século XX:1901 a 1911, fenómeno de difusão e dos contactos entre os
povos.

No início deste século havia dois difusionistas radicais: Rivers (o primeiro a declarar
guerra contra o evolucionismo). W. Perry e Ellioth (difusionistas britânicos, discípulos
de Rivers). Explicavam as diferenças e semelhanças culturais apelando a convenientes
combinações de migrações, adições e mesclas. Smitth desenvolveu a ideia de que todo o
inventário cultural do mundo se formou no Egipto. A ideia deles era que a difusão
começou em um só ponto no leste (Egipto), dai se erradicou para todo o mundo. A
imagem associada ao difusionismo é a de uma pequena pedra que quando jogada na água
provoca deslocamentos nesta em forma de ondas circulares, onde cada onda tem suas
características e amplitudes.
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Essas ideias foram derrubadas pelas comprovações arqueológicas de que no mundo


antigo as ideias originais em diferentes culturas eram mais frequentes do que hoje em dia.

O difusionismo foi importante no começo do século XX por ser uma teoria alternativa da
compressão da diversidade cultural. A diversidade cultural era entendida como resultado
da difusão de alguns traços culturais vindos de um único centro. O Egipto seria centro
original dessa difusão.

4.3 Corrente Culturalismo


O culturalismo é um ramo da antropologia nascido nos Estados Unidos sob o impulso
principal de Ruth Beneditict e Ralph Línton. O culturalismo tenta uma descrição da
sociedade sob a perspetiva combinada da antropologia e da psicanálise. O culturalismo
constitui um dos ramos a sociologia que dominou a sociologia americana de 1930 até
1950. Emprestando o conceito de cultura dos antropólogos, ele procura dar conta da
integração social.

Com base na observação das sociedades arcaicas, os culturalistas destacam a influência


preponderante da cultura na personalidade dos indivíduos.

4.3.1 Características do Culturismo


Em resposta a essas críticas, Znaniecki propôs um novo marco teórico. O "culturalismo"
foi uma abordagem ontológica e epistemológica que visa eliminar os dualismos, como a
crença de que a natureza e a cultura são realidades opostas. Esta abordagem permitiu-lhe
"definir fenômenos sociais em termos culturais". Znaniecki defendia a importância da
cultura, notando que nossa cultura molda nossa visão do mundo e de nosso pensamento.
Znaniecki observa que, embora o mundo seja composto de artefactos físicos, não somos
realmente capazes de estudar o mundo físico a não ser pelas lentes da cultura. Entre os
aspetos fundamentais da filosofia do culturalismo estão duas categorias: valor e ação.

4.4 Corrente Funcionalismo


O funcionalismo é uma corrente fundamental por Bronislaw Malinowski, a partir de 1914.
Esta corrente teve a sua maior influência entre 1930-1940. Querendo ultrapassar as
tendências dominantes na época (preocupações pelas origem e pelos problemas das
transformações socioculturais), o funcionalismo tenta explicar o funcionamento de uma
cultura num determinado momento. Os principais representantes desta são: Bronsislaw
Malinowski (1884-1943), Radclyffe-Brown (1881-1955), o ponto marcante foi
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caracterizado ao estudo da antropologia como uma nova orientação. Tanto para o


evolucionismo como os difusionismos preocuparam-se com as origens, com os problemas
das transformações socioculturais. Os funcionalismos não interessa explicar o presente
pelo passado, interessava-lhes explicar o passado pelo presente.

Outro ponto marcante desta teoria e a visão sistemática utilizada na análise da cultura.
Outro ponto a merecer realce nesta teoria foi o facto de ela ter-se apoiado de modo
decisivo nas pesquisas de campo. Foi Malinowski que desenvolveu este tipo de atuação
dentro da antropologia europeia e foi ela quem fez a escola de antropologia. A corrente
de pensamento antropológico teve uma tradição quase secular. Alguns chegaram a falar
de uma explicação sociológica ao se referir ao funcionalismo na antropologia. Visando a
uma melhor compreensão desta escola nas suas duas orientações principais veremos em
separação.

4.5 Corrente Estruturalista


Apesar de ser integrado na escola funcionalista, Alfred R. Radclyffe-Brown, é um dos
momentos do estruturalismo. Ele define estrutura como a disposição ordenada das partes
ou elementos que compõem um todo. Num sentido lato, a estrutura associa sistemas,
como o parentesco, a religião, a política, mas num sentido restrito. Poem em relevo a rede
relações entre as posições sociais. É o sistema simbólico das relações constantes entre os
factos. A análise utilizada pelo estruturalismo apresta-se como uma análise sincrónica,
sem considerar a dialética que existe no desenrolar da história. Os principais
representantes foram: Levi-Strauss, Needham, Douglas, Turner e Dumont.

O estruturalismo busca superar algumas deficiências observadas em outras teorias e tem


a exigência de alcançar uma explicação da logica das organizações sociais em sua
dimensão sincrónica, sem deixar de lado a dimensão diacrónica. A metodologia do
estruturalismo se deve particularmente à linguística, e desenvolve a noção de estrutura.

4.5.1 Algumas Semelhanças entre o Funcionalismo e o Estruturalismo


 Tanto o funcionalismo com o estruturalismo centram os seus estudos em aspetos
da cultura não-material (tabus, mitos, rituais, crenças, preceitos.)
 Ambos defendem a ideia de que sociedade e a cultura formam uma totalidade por
meio da qual se podem explicar as partes componentes (indivíduos, instituições,
grupos costumes).
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 Ambos advogam a possibilidade de explicações da cultura e da sociedade sem


necessidade de recurso da história.
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5. Conclusão
As correntes de antropologia vieram, em virtude de responder certas questões referentes
há diversas manifestações culturais e da personalidade, variando de povo para povo. No
decorrer do trabalho foram citados diferentes pensadores das correntes antropológicas, na
qual cada um deles defendia sobre a sua ideia.

O trabalho foi satisfatório, tendo em vista a meta foi alcançada, no que tange há
assimilação ativa dos conhecimentos referentes as principais correntes teóricas da
antropologia.
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6. Referências bibliográficas
COPANS. J & TORNAY. S – Antropologia: ciência das sociedades primitivas perspetiva
do homem, S/ED. Lisboa, S/Editora, 1998.

INVALA, Adelino Zacarias ett all. Plano de estudo e apontamentos da antropologia


cultural, UP-Nampula, S/edt. 2007

MELLO, Luís Gonzaga. Antropologia Cultural, pgs,220-277, Pp. 7-35 Vozes, 2007.

XAVIER, J. T. de Paula, Teorias antropológicas, Curitiba: IESDE, Brasil S. A 2009.

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