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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Turma: J

Tipos de Conhecimento e Tipos de Pesquisa/Métodos e Técnicas

José Francisco Mambasse – Código: 708231234

Quelimane, Maio de 2023


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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE


INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Turma: J

Tipos de Conhecimento e Tipos de Pesquisa/Métodos e Técnicas

Curso: Licenciatura em Ensino


de Matemática
Disciplina: MIC I
Ano de Frequência: 1º

O Tutor: Msc. Hélder L. Fostão

Quelimane, Maio de 2023


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Índice
1. Introdução .......................................................................................................................... 3

2. Objectivos .......................................................................................................................... 4

2.1. Geral ............................................................................................................................... 4

2.2. Específicos ...................................................................................................................... 4

3. Metodologia do Trabalho ................................................................................................... 4

4. Definição de Conceitos ...................................................................................................... 5

4.1. A Noção de Construção ................................................................................................... 6

4.2. Classificação da Ciência .................................................................................................. 7

4.3. Tipos de Conhecimentos ................................................................................................. 7

4.4. Os Processos de Ensino e Aprendizagem ......................................................................... 8

4. 5. Tipos de Pesquisa ........................................................................................................... 9

4.5.1. Tipo de Pesquisa Quanto à Abordagem ........................................................................ 9

4.5.2. Tipo de Pesquisa Quanto ao Objectivo ......................................................................... 9

4.5.3. Tipo de Pesquisa Quanto aos Procedimentos Técnico ................................................... 9

Considerações Finais............................................................................................................ 10

Referências Bibliográficas ................................................................................................... 11


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1. Introdução
No âmbito das actividades obrigatórias do IED, na disciplina de MIC, irá se traçar um
breve caminho sobre ciência e tipos do conhecimento. No módulo da disciplina estudamos os
domínios dos conceitos de ciência, de conhecimento e tipos de conhecimentos. Entretanto,
neste presente trabalho de campo referente à disciplina de Metodologia de Investigação
Científica - MIC, cinge se em torno da construção do conhecimento da ciência. Neste sentido,
no trabalho, falar-se-á, além do conceito de ciência, dos tipos de conhecimento entre outros
aspectos ligados ao tema, também dos tipos de pesquisa, seus métodos e técnicas. Assim
sendo, a pesquisa enfatiza a necessidade da precisão dos termos utilizados na constituição dos
saberes para a melhor avaliação da aprendizagem, focalizando, em especial, as noções de
construção do conhecimento e a evolução da ciência.
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2. Objectivos

2.1. Geral
 Conhecer os tipos de conhecimento e de pesquisa, seus métodos e técnicas.

2.2. Específicos
 Conceituar ciência e construção de conhecimento;
 Desenvolver a evolução da ciência;
 Classificar a ciência e o conhecimento;
 Descrever os tipos de conhecimento
 Descrever os tipos de pesquisa, métodos e técnicas.

3. Metodologia do Trabalho
Segundo Fonseca (2002), “methodos” significa organização, e “logos”, estudo
sistemático, pesquisa, investigação; ou seja, metodologia é o estudo da organização, dos
caminhos a serem percorridos, para se realizar uma pesquisa ou um estudo, ou para se fazer
ciência. Etimologicamente, significa o estudo dos caminhos, dos instrumentos utilizados para
fazer uma pesquisa científica.

Assim, para a elaboração do presente trabalho, foi utilizado o método de cunho


bibliográfico, que consistiu na consulta de materiais electrónicos e também o Módulo de
Metodologia de Investigação Científica - MIC, que retratam este tema, e outros estudos
científicos e académicos que discutem em torno da temática, para que, em um primeiro
instante fossem identificados os princípios do conhecimento dessas abordagens sobre os tipos
de conhecimento e tipos de pesquisa, métodos e técnicas.
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4. Definição de Conceitos
A palavra ciência deriva do latim “scire” que significa «saber», oferecendo o mesmo
conteúdo etimológico que conhecimento, do latim “cognosci”, que significa «conhecer»
(Freixo, 2011 citado por Magibire, 2007, p. 22).

O autor define ciência como um conhecimento racional, sistemático e verificável. Ele


reconhece que o conceito de ciência foi se reconstruindo ao longo dos tempos e sistematiza as
principais definições dadas por diferentes autores (Ibdem, p.32):

 Ciência como a acumulação de conhecimentos sistemáticos;


 Ciência é a actividade que propõe demonstrar a verdade dos factos experimentais e as
suas aplicações práticas;
 Ciência caracteriza-se pelo conhecimento racional, sistemático exacto, verificável e,
por conseguinte, fiável;
 Ciência como conhecimento certo do real pelas suas causas;
 Ciência é conhecimento sistemático dos fenómenos da natureza e das leis que o
regem, obtido pela investigação, pelo raciocínio e pela experiência intensiva;
 Ciência como o conjunto de enunciados lógicos e dedutivamente justificada por outros
enunciados.

Neste sentido, os conceitos e formulações do autor citando Ander-Egg, conclui que


“ciência constitui um com junto de conhecimentos racionais, certos ou prováveis, obtidos
metodicamente, sistematizados e verificáveis que fazem referência a objectos de uma mesma
natureza”. (Magibire, 2007).

Sobre o conhecimento, de acordo com Freixo (2011) citado por Magibire (2007), pode
ser entendido como o processo pelo qual se determina a relação entre o sujeito e o objecto

Já Edgar Morin (2003) citado pelo mesmo autor afirma que, o conhecimento opera por
selecção de dados significativos: separa (distingue ou desune) e une (associa, identifica);
hierarquiza (o principal, o secundário) e centraliza (em função de um núcleo de noções
mestras). (p. 23).

Na óptica de Serrano e Fialho (2005), o conhecimento é um recurso intangível, que


possui a característica de dinamismo e que mediante a formação contínua das pessoas e a
aprendizagem se renova e adapta a novas situações. Estes autores, citando NonaKa (1994);
definem conhecimento como uma crença justificadamente verdadeira.
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Em linhas mestras, pode se referir que, o conhecimento representa um recurso valioso


para as pessoas, para as organizações e para a economia em geral, na medida em que é
praticamente ilimitado o potencial para emergirem novas e novo conhecimento a partir
daquele que já existe. O conhecimento cresce quando partilhado e não se deprecia com o uso.
Enquanto os recursos materiais decrescem à medida que são utilizados, os recursos do
conhecimento aumentam com o seu uso: ideias geram novas ideias e o conhecimento
partilhado permanece com o transmissor, ao mesmo tempo que enriquece o receptor.
(Davenport e Prusak, 1998 citados por Serrano e Fialho, 2005).

4.1. A Noção de Construção


Considera-se como construção o acto de construir algo, e, como acto ou acção a
terceira fase do processo da vontade. Ante um objecto que mobilize o sujeito vão ocorrer três
etapas: a deliberação, a decisão e por fim, a execução. Entretanto, a acção é entendida como
um processo racional e livre decorrente portanto da inteligência e da vontade. Embora se
possa falar em ato reflexo, ato instintivo e ato espontâneo como movimentos que partem do
sujeito independentemente da sua vontade, percebe-se que nesses casos não se tem
propriamente um ato, uma acção livre, mas apenas um movimento involuntário
indeterminado. (Cf. 2005).

Neste sentido, o termo construção aplicado à educação pode ser entendido como já se
viu, em dois sentidos:

a) Como constituição do saber feita pelo estudioso, pelo cientista, pelo filósofo
resultante da reflexão e da pesquisa sistemática que leva a novos conhecimentos.
Nesse sentido, construíram-se e constroem-se através do tempo, os conteúdos da Física, da
Química, da Biologia, da Medicina, [...]. O homem não "descobre" o conhecimento pronto na
natureza, mas relaciona os dados dela recebidos constituindo os saberes.
b) Outra possibilidade de compreensão da ideia de “construção” do conhecimento
refere-se apenas ao modo pelo qual cada um apreende a informação e aprende algum
conteúdo.
Neste caso, o sujeito não propriamente “constrói” o saber, somente apropria-se de um
conhecimento já estabelecido.
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4.2. Classificação da Ciência


Freixo (2011) citado por Magibire (2007, p. 23), classifica as ciências em quatro
grupos, a saber:

1. Ciências Matemáticas (ou lógico-matemáticas) – incluem a aritmética, geometria,


álgebra, trigonometria, lógica, física pura, astronomia pura, etc.
2. Ciências Naturais – que incluem a física, química, biologia, astronomia, geografia
física e paleontologia, etc.
3. Ciências Humanas ou Sociais – inclui a psicologia, sociologia, antropologia,
geografia humana, economia, linguística, psicanálise.
4. Ciências Aplicadas – são todas as ciências que conduzem a invenção de tecnologias
para intervir na natureza, na vida humana e nas sociedades, como por exemplo, direito,
engenharia, medicina, arquitectura, informática etc.

4.3. Tipos de Conhecimentos


Segundo o site http://pt.wikiversity.org, citado por Magibire (2007), refere que as
principais formas de conhecimento humano podemos destacar os seguintes:

a) Senso comum: que é uma forma de conhecimento informal, espontâneo, adquirido do


contacto directo com o mundo, geralmente obtido por tentativa ou erro. Senso comum
é o nome dado ao tipo de conhecimento humano que descreve crenças e proposições
que uma pessoa acha correcta, sem, no entanto obtê-la de um conhecimento esotérico,
investigação ou estudo.
b) Conhecimento religioso: implica na crença de verdades obtidas de forma divina ou
sobrenatural, e desta forma são geralmente infalíveis e cujas evidências não podem ser
comprovadas, sendo geralmente relegadas à fé ou crença pessoal. Desta forma, o
conhecimento religioso se baseia em dogmas que não podem ser refutadas nem
submetidas à análise científica. Nisso, a religião pode ser definida como um conjunto
de crenças relacionadas com aquilo que a humanidade considera como metafísico,
sobrenatural, divino, sagrado e transcendental, bem como o conjunto de rituais e
códigos morais que derivam dessas crenças. Neste sentido, o conhecimento religioso
ou teológico apoia-se na fé e tem sua origem nas revelações do sobrenatural.
c) Conhecimento filosófico: é aquele que é obtido pelo acto de filosofar, isto é, através
de uma análise mental em busca de respostas para certas interrogações. Ele (o
conhecimento filosófico) diferencia-se do conhecimento científico pelo fato de abarcar
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ideias, relações conceituais e raciocínios lógicos que por vezes não podem ser
observados, nem mensurados e nem reproduzidos.
d) Conhecimento científico: envolve uma descrição, interpretação, explicação, ou uma
verificação mais precisa de um conhecimento já existente, a partir de um fluxo circular
contínuo entre realidade empírica e a teoria.

4.4. Os Processos de Ensino e Aprendizagem


Para o construtivismo, a aprendizagem resultaria de um processo de construção
individual do sujeito a partir de suas representações internas. Seria impossível a apreensão da
realidade como ela, é, ou seja, o conhecimento objectivo. O processo de conhecimento
decorreria da interpretação pessoal que, pela experiência, conferiria um significado ao objecto
do conhecimento. (Cf. 2005, p. 10).

Alguns autores consideram a negação da possibilidade de conhecimento objectivo e


universal e, portanto, a impossibilidade da apreensão da correspondência entre conhecimento
e realidade, como característica fundamental do construtivismo.

Essa posição e a afirmação de que cabe ao sujeito a atribuição de significados e de


sentidos leva ao solipsismo e ao relativismo, tornando impossível o conhecimento racional e a
comunicação científica.

Neste sentido, a necessidade de aprendizagem leva à necessidade de ensino e de


ensino adequado.

Entretanto, no pensar de Alessandra Arce (2000, p. 56), é fundamental para o


professor um aprofundamento na epistemologia genética e no desenvolvimento infantil a
partir da visão construtivista, levando em consideração os seguintes itens:

 O conhecimento da realidade não constitui cópia objectiva dessa realidade,


dependendo sempre de interpretações pessoais;
 As construções ocorrem sempre dentro dos padrões de acomodação e de assimilação;
 Aprender é um processo de construção e não de acumulação;
 O significado da aprendizagem é reflexo da resolução de conflitos que ela provoca.
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4. 5. Tipos de Pesquisa

Segundo Gil (2002) “as pesquisas científicas são classificadas de acordo com três
critérios a destacar: quanto à abordagem, quanto aos objectivos e quanto aos procedimentos
técnicos”.

4.5.1. Tipo de Pesquisa Quanto à Abordagem

O estudo desenvolvido nesta pesquisa basear-se-á através de uma abordagem


qualitativa. Segundo Gil (2002)“nas pesquisas qualitativas, o conjunto inicial de categorias
em geral é reexaminado e modificado sucessivamente, com vista em obter ideais mais
abrangentes e significativos”. Deste modo, percebe-se que a abordagem qualitativa não se
preocupa com representatividade numérica, mas, sim, com o aprofundamento da compreensão
de um grupo social, de uma organização, etc.

4.5.2. Tipo de Pesquisa Quanto ao Objectivo

A pesquisa desenvolvida enquadra-se na Exploratória que, segundo Gil (2002), “são


desenvolvidas com o objectivo de proporcionar maior familiaridade com o problema, com
vistas a torná-lo mais explícito, e aprimoramento de ideias”. Uma das suas características é
de desenvolver, esclarecer e modificar conceitos e ideias, com vistas a formulação de
problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores.Com efeito, será
feita a análise da percepção dos alunos sobre a importância das aulas práticas no ensino de
Biologia.

4.5.3. Tipo de Pesquisa Quanto aos Procedimentos Técnico

A pesquisa que pretende ser desenvolvida, enquadra-se na bibliográfica que, segundo


Gil (2002 p. 71), “a pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de material já elaborado,
constituído principalmente de livros e artigos científicos”. Esta tem como principal vantagem
permitir ao investigador a cobertura de uma gama de fenómenos muito mais ampla do que
aquela que poderia pesquisar directamente. Assim, a pesquisa por desenvolver baseia-se em
alguns manuais para além do uso de diversas técnicas de colectas de dados.
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Considerações Finais
Chegado ao culminar do presente trabalho de campo, referente à disciplina de MIC,
chega-se a conclusão de que ciência pode ser definida como um conjunto de conhecimentos
racionais, certos ou prováveis, obtidos metodicamente, sistematizados e verificáveis que
fazem referência a objectos de uma mesma natureza. Entretanto, percebeu-se que a noção de
“construção do conhecimento” é entendida como constituição de saberes aceitos em
determinado tempo histórico e/ou como processo de aprendizagem do sujeito.

Conclui-se, portanto, que essa “construção” do conhecimento não é totalmente livre e


independente o que levaria ao relativismo mas que, deve adequar-se às exigências da
intersubjectividade para que seja garantida a possibilidade de comunicação. De entre os tipos
ou classificações da ciência foram destacadas o senso comum, conhecimento religioso,
conhecimento filosófico, conhecimento científico. Neste sentido, o conhecimento pode ser
entendido como o processo pelo qual se determina a relação entre o sujeito e o objecto. Entre
as principais formas de conhecimento humano foram destacados os seguintes: o senso
comum, o conhecimento religioso, o conhecimento filosófico, o conhecimento empírico e o
conhecimento científico.
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Referências Bibliográficas
Arce, A.(2000). A formação de professores sob a óptica construtivista. In: Duarte, N. (Org.).
Sobre o construtivismo. Campinas, SP, Autores Associados.

Cf. (2005). Sobre o processo de construção do conhecimento: o papel do ensino e da


pesquisa.

Freixo, M. J. V. (2011). Metodologia Cientifica: Fundamentos, Métodos e Técnicas. 3ª


Edição, Lisboa, Instituto Piaget.

Gil, A. C. (2002). Como Elaborar Projectos de Pesquisa. 4ᵃ Edição, São Paulo, Editora Atlas
S. A.

Magibire, Z. M. (2007). O Processo de Migração da Universidade Pedagógica de


Moçambique para as Tecnologias de Informação: Um estudo de caso (Dissertação de
Mestrado). São Paulo, Unimep.

Metodologia de Investigação Científica. (2019). Manual do Curso de Administração Pública.


Beira, Moçambique, Instituto Superior de Ciências e Educação a Distância (ISCED).

Morin, E. (2005). Introdução ao Pensamento Complexo. 4ª Edição, Lisboa, Instituto Piaget.

Serrano, A. & Fialho, C. (2005). Gestão do Conhecimento: O novo paradigma das


organizações. 3ª Edição, Lisboa, FCA.

http://pt.wikiversity.org. Introdução à Metodologia Científica/Formas de conhecimento.

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