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UNIVERSIDADE LICUNGO

FACULDADE DE EDUCAÇÃO

CURSO DE LICENCIATURA EM PSICOLOGIA SOCIAL E DAS ORGANIZAÇÕES

PEREIRA ÂNGELO CAETANO

A Socialização

Quelimane
2023
1

PEREIRA ÂNGELO CAETANO

A Socialização

Trabalho de carácter avaliativo, a ser


apresentado na disciplina de
Introdução à Psicologia, leccionada
pelo docente:
Dr. Ronaldo João

Quelimane
2023
2

Índice
1. Introdução .......................................................................................................................... 3

2. Objectivos .......................................................................................................................... 4

2.1. Geral ............................................................................................................................... 4

2.2. Específicos ...................................................................................................................... 4

3. Metodologia do Trabalho ................................................................................................... 4

4. Conceito de Socialização .................................................................................................... 5

4.1. Tipos de Socialização ...................................................................................................... 5

4.1.1. Contextos e Actores Sociais ......................................................................................... 6

4.2. Personalidade .................................................................................................................. 8

4.2.1. Teorias da Personalidade .............................................................................................. 8

4.3. Processos Cognitivos..................................................................................................... 10

4.3.1. Perturbação ................................................................................................................ 11

4.3.2. Linguagem ................................................................................................................. 11

4.3.3. Pensamentos............................................................................................................... 12

4.3.3.1. Tipos de Pensamento ............................................................................................... 12

4.4. Memória ....................................................................................................................... 12

4.4.1. Tipos de Memória ...................................................................................................... 12

4.5. Sensação ....................................................................................................................... 13

4.6. Imaginação .................................................................................................................... 13

4.7. Teoria de Desenvolvimento da Moralidade .................................................................... 14

4.7.1. Teoria de Desenvolvimento Moral de Kohlberg......................................................... 14

4.7.2. Teoria do Desenvolvimento Moral de Piaget .............................................................. 15

Conclusão ............................................................................................................................ 16

Referências Bibliográficas ................................................................................................... 17


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1. Introdução
No presente trabalho de investigação arrola-se em torno da socialização, trazendo mais
a definição do que é socialização de forma positiva e negativa. Neste trabalho, falar-se-á
também, além dos contextos e influências sociais, a personalidade, esta que é uma
característica do ser humano que organiza os sistemas físicos, fisiológicos, psíquicos e
morais, trazendo mais o seu conceito e como teoria. Ao longo do desenvolvimento, debruçar-
se-á sobre os processos cognitivos: a perturbação, linguagem, pensamentos, memória,
sensação e imaginação. E, por fim, irá se debruçar em torno da teoria de desenvolvimento da
moralidade de Kohlberg e Piaget.
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2. Objectivos

2.1. Geral
 De forma resumidas, debruçar-se em torno da sensação.

2.2. Específicos
 Conceituar sensação;
 Conhecer os contextos e atores sociais;
 Descrever a teoria da personalidade;
 Falar sobre os processos cognitivos;
 Descrever a teoria de desenvolvimento da moralidade.

3. Metodologia do Trabalho
“Metodologia é o estudo da organização, dos caminhos a serem percorridos, para se
realizar uma pesquisa ou um estudo, ou para se fazer ciência. Etimologicamente, significa o
estudo dos caminhos, dos instrumentos utilizados para fazer uma pesquisa científica”.
(Fonseca, 2002).

Assim sendo, para a elaboração do presente trabalho, foi utilizado o método de cunho
bibliográfico, que consistiu na consulta de materiais electrónicos e também os Manuais de
Introdução à Psicologia e outros estudos científicos e académicos que relatam este tema, para
que, em um primeiro instante fossem identificados os princípios do conhecimento dessas
abordagens sobre a socialização.
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4. Conceito de Socialização
Na sociologia, o processo de socialização é fundamental para a construção das
sociedades em diversos espaços sociais. É através dele que os indivíduos interagem e se
integram por meio da comunicação, ao mesmo tempo que constroem a sociedade.

Assim, para o sociólogo brasileiro Gilberto Freyre (S./d.), citado pela professora
Juliana Bezerra (2021), a socialização pode ser definida da seguinte maneira:

“É a condição do indivíduo (biológico) desenvolvido, dentro da


organização social e da cultura, em pessoa ou homem social, pela
aquisição de status ou situação, desenvolvidos como membro de um
grupo ou de vários grupos.” (Ibdem).

Entretanto, a socialização (efeito de ser tornar social) está relacionada com a


assimilação de hábitos culturais, bem como ao aprendizado social dos sujeitos. Isso porque é
por meio dela que os indivíduos aprendem e interiorizam as regras e valores de determinada
sociedade. (Bezerra, 2021). Nesta senda, quanto a isso, vale lembrar as palavras do sociólogo
francês Émile Durkheim, quando afirma que:

“A educação é uma socialização da jovem geração pela geração


adulta”.

De tal modo, o processo de socialização é desencadeado por meio da complexa rede


de relações sociais estabelecidas entre os indivíduos durante a vida. Assim, desde criança os
seres humanos vão se socializando mediante as normas, valores e hábitos dos grupos sociais
que o envolvem. Observe que nesse processo, todos os sujeitos sociais sofrem influências
comportamentais. (Bezerra, 2021). Desta feita, é importante notar que existem diferentes
processos de socialização de acordo com a sociedade em que estamos inseridos.

4.1. Tipos de Socialização


De acordo com a professora Juliana Bezerra (2021, p. 2), os processos de socialização
estão classificados em dois tipos a saber:

1. Socialização Primária – como o próprio nome já indica, esse tipo de socialização


ocorre na infância e se desenvolve no meio familiar. Aqui, a criança tem contacto com
a linguagem e vai compreendendo as relações sociais primárias e os seres sociais que a
compõem. Além disso, é nesse estágio em que são interiorizados normas e valores. A
família torna-se a instituição social mais fundamental desse momento.
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2. Socialização Secundária – nesse caso, o indivíduo já socializado primariamente vai


interagindo e adquirindo papéis sociais determinados pelas relações sociais
desenvolvidas, bem como a sociedade que está inserido. Se por acaso o sujeito social
teve uma socialização primária afitada, isso poderá gerar diversos problemas na sua
vida social, uma vez que o primeiro momento de socialização é essencial na
construção do carácter do indivíduo.

4.1.1. Contextos e Actores Sociais


Na nossa cultura, os adolescentes desenvolvem-se em contextos sociais com muitas
características relevantes comuns e também uma assinalável diversidade determinada
fundamentalmente pela classe social de origem. Do ponto de vista familiar, a grande maioria é
dependente, vive com os pais e está a realizar a transição de um sistema de apego centrado na
família para outro centrado nos pares ou numa relação de namoro. Com isso, neste item a
discussão em torno da noção de actores sociais nos remete ao contexto no qual ela emerge.
Touraine situa o aparecimento recorrente dessa noção nas formulações teóricas do período
caracterizado como sociedade pós-industrial, definida como “um tipo de sociedade que
aparece quando se passa do tema dos bens materiais ao dos bens culturais e quando o
problema da cultura e da personalidade se torna mais importante, mais central do que o
problema económico.” (Touraine, 1970, p. 35).

Este período, considerado a partir do final dos anos 60, é marcado pelo desgaste de
valores até então consolidados, quando se modifica o eixo das preocupações que guiavam os
estudos e teorias. Como observa Touraine, assistia-se ao renascimento do social, com a
presença de novos atores na cena política. Movimentos indígenas, de afro-descendentes, de
género, de portadores de deficiência física, dentre outros, trazendo aspirações culturais e
exigências sociais novas, conduzem as lutas e os conflitos no plano social mais amplo para
além da luta de classes. Esses novos atores sociais passam a ser vistos com poder de acção
sobre as estruturas sociais e como sujeitos do processo histórico. (Ibdem).

Neste diapasão, Touraine utiliza o termo atores sociais para se referir aos sujeitos da
acção social, especialmente aos movimentos sociais da contemporaneidade, com suas
apelações aos sujeitos pessoais e reivindicações de direitos culturais, que pressupõem “a
vontade de um indivíduo de agir e de ser reconhecido como actor”. (Touraine, 1994, p. 220).
Como se pode ver, frente à crise dos vínculos sociais gerada pela modernidade, o indivíduo
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ganha força para afirmar-se enquanto sujeito da acção e para reivindicar particularidades e
identidades.

Entretanto, segundo Silva e Pádua (2010), o actor é pensado em sua capacidade de


agir, interpretar e significar o mundo e não mais como um ser passivo diante das estruturas
sociais ou determinado por elas. Sem dúvida, influenciado por essas estruturas, pode, todavia,
opor-se a determinadas situações e reelaborar normas e significados. Mesmo situado em
determinados lugares e condições sociais, o actor social é pensado como também contribuindo
para a constituição dessas situações.

Neste contexto, podemos pensar os atores sociais como sujeitos que desempenham um
papel activo diante da realidade, com capacidade de criação do mundo social e cultural.
Assim, por exemplo, na escola, a ideia de atores sociais leva o foco das análises para o papel
activo dos sujeitos na estruturação dos espaços, tempos e actividades escolares e para as
significações atribuídas por eles ao que lhes acontece na sua relação com a instituição escolar
e com o mundo social. Esses atores são vistos em sua capacidade de produzir e transformar e
não de simplesmente se adaptar e reproduzir. (Silva e Pádua, 2010, p. 4).

Nesse sentido, Para Dubar (2005), refere que os processos de socialização constituem
a identidade de um indivíduo em uma relação de dualidade do 'eu' e do 'outro', articulados
com factores internos e externos ao sujeito. Das realidades, denominadas pelo autor como
objectivas e subjectivas, que se efectuam nas relações entre as pessoas, emerge uma
identidade. Dessa forma, a divisão interna à identidade deve enfim e sobretudo ser esclarecida
pela dualidade de sua própria definição: identidade para si e identidade para o outro são ao
mesmo tempo inseparáveis e ligadas de maneira problemática. Inseparáveis, uma vez que a
identidade para si é correlata ao Outro e a seu reconhecimento: nunca sei quem sou a não ser
no olhar do Outro. (Dubar, 2005, p. 135). Assim, entendemos a identidade como a
interiorização do objectivo e subjectivo nos mundos, pela relação do indivíduo na sociedade e
a sociedade no indivíduo. (Ibdem). De entre os actores sociais destacam-se:

 A família;
 Os pares;
 As amizades;
 Os namoros, etc.
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4.2. Personalidade
Segundo Baptista (2008), refere que estudo da personalidade constitui um domínio
particularmente interessante nas áreas Sociais e Humanas. Desde os primórdios, a noção de
personalidade tem sofrido significativas mudanças, o que, desde já, nos deixa a reflectir
acerca do quão complexo é esta temática bem como de todas as componentes intimamente
relacionadas.

Na Psicologia, o estudo da personalidade começou a ser expressivamente estruturado


na década de 1930, por meio das proposições de Gordon Allport, sendo que seu livro
Personality: a psychological interpretation (Allport, 1937) oficializou o marco inicial do
estudo da personalidade na ciência psicológica. Segundo o autor (p. 48), a personalidade
define-se como uma “organização dinâmica, dentro do indivíduo, dos sistemas psicofísicos,
que determina seu ajuste único ao ambiente.”

No livro “Teorias da personalidade” de Jess Feist, Gregory J. Feist, Tomi-Ann


Roberts, personalidade é definida como “um padrão de traços relativamente permanentes e
características únicas que dão consistência e individualidade ao comportamento de uma
pessoa”. Esses traços, explicam os autores, podem ser únicos, comuns a um grupo ou
compartilhados por uma espécie toda, porém o seu padrão é diferente em cada pessoa.

Conforme o site https://www.telavita.com.br/, a personalidade é uma característica do


ser humano que organiza os sistemas físicos, fisiológicos, psíquicos e morais de forma que,
interligados, determinam a individualidade de cada ser. Tal característica é formada ao longo
do período de crescimento, ou seja, inicia-se na infância de acordo com o tratamento que
recebe e com o modo de vida que tem dentro de seus ambientes, sejam eles o lar, a escola e os
demais. Assim, McCrae e Costa Junior (2003), apresentam uma compreensão dos traços de
personalidade como características psicológicas estáveis, capazes de definir, em grande parte,
como as pessoas experimentam o mundo e quais os impactos que essa forma de experimentar
o mundo pode ocasionar em seu contexto.

4.2.1. Teorias da Personalidade


a) Perspectiva Psicanalítica – é única, cujo seu autor é Freud. Os elementos mais
importantes desta teoria são: a personalidade é um conjunto dinâmico constituído por
componentes em conflito, dominadas por forças inconscientes e a sexualidade tem um
papel crucial nesta teoria. Refere também a existência da primeira tópica e da segunda
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tópica, sendo o inconsciente, o pré-consciente, consciente e o Ego, Ide, Superego,


respectivamente.

Entretanto, segundo Freud (1964) citado por Hansenne (2003), existem 5 fases no
desenvolvimento da personalidade, sendo estas a oral, a anal, a fálica, o período de latência e
a fase genital.

b) Perspectiva Neo-analítica – Jung rejeita a teoria da sexualidade e realiza uma


interpretação dos sonhos de forma diferente. Um dos pontos essenciais da teoria de
Jung é o de o inconsciente ser dividido em duas entidades diferentes: o inconsciente
pessoal e o inconsciente colectivo, sendo este último constituído por arquétipos.

Segundo Jung (1933) citado por Hansenne (2003), considerou duas atitudes distintas, a
introversão e a extroversão e paralelamente a isto, definiu quatro (4) funções psicológicas: o
pensamento, as impressões, as sensações e as intuições. Fomentou também que o
desenvolvimento da personalidade é encarado segundo quatro (4) fases: a infância, a
juventude, a middle age e a fase old age.

c) Perspectiva Humanista – nesta perspectiva, de acordo com Rogers (1961) citado por
Hansenne (2003), considerava o sujeito na sua totalidade, atribuindo grande
importância à criatividade, intencionalidade, livre-arbítrio e espontaneidade.
Rogers concede um lugar importante à noção de “si”, e define o modo como as
experiências são vividas e a forma como se apreende o mundo. Tendo isto como base, criou
um teste intitulando-se Q-sort, e segundo o autor, a personalidade desenvolve-se se no
ambiente constar 3 factores primordiais: a empatia, a visão positiva e as relações congruentes.

Já Maslow (1962) citado por Hansenne (2003), considerava os indivíduos como


fundamentalmente bons, racionais e conscientes. E que estes eram os actores dos seus
próprios destinos e evolução. Para além disso, considerava que existiam factores
motivacionais que sustentam a personalidade. E tendo isto como base, Maslow elaborou uma
hierarquia das necessidades, que são organizadas em função da sua importância.

d) Perspectiva da Aprendizagem – nesta perspectiva, Skinner considerava que o ambiente


determina a maior parte das nossas respostas e que em função das suas consequências,
as mesmas serão ou reproduzidas ou eliminadas. Refere ainda que os comportamentos
respondem a leis: é possível controla-los através de manipulações do ambiente.
(Skinner, 1971 citado por Hansenne, 2003).
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Entretanto, para Bandura, os factores mais importantes são os sociais e cognitivos.


Insistindo no facto de que a maioria dos reforços são de natureza social, como a atenção dos
outros, a aprovação, os sorrisos, o interesse e a aceitação. Ponto fulcral da teoria da
aprendizagem de Bandura é o facto de que com base na observação do comportamento de
outrem, construímos uma ideia de como os novos comportamentos são produzidos. (Bandura,
1971 citado por Hansenne, 2003).

e) Perspectiva Cognitiva – nesta perspectiva, o autor Kelly (1955) citado por Hansenne
(2003), considerava que os processos cognitivos representam a característica
dominante da personalidade. Para tal, o indivíduo formula expectativas às quais
chamou de construtos pessoais. Com base nisto criou o REP Test que visa apreendê-
los.

Neste foco, Mischel (199) citado por Hansenne (2003), rejeitou desde logo a noção de
traço de personalidade. Com isto, o autor sugeriu que uma teoria adequada da personalidade
devia ter em conta 5 categorias de variáveis cognitivas: as competências, as estratégias de
codificação, as expectativas, os valores subjectivos e os sistemas de auto-regulação.

4.3. Processos Cognitivos


Segundo Eysenck e Keane (2007), os processos cognitivos são os processos que
caracterizam a aquisição, a organização e a utilização do conhecimento. Neste sentido, são
diversos os processos que permitam ao indivíduo a apreensão do mundo, bem como a
explicação do comportamento humano, tais como a atenção, a percepção, a representação e
memória, a linguagem, o raciocínio e a tomada de decisão.

Daí que, a percepção consiste na função que permite ao indivíduo identificar,


organizar e atribuir significado aos estímulos que apreende através dos órgãos sensoriais. Para
tal é também necessária a atenção, ou seja, a manutenção do foco num determinado estímulo
(e.g. objecto, pessoa) que facilite a codificação, elaboração e recuperação da informação.
Assim, o indivíduo organiza a informação na memória, criando uma representação (isto é,
imagem) mental dos estímulos, essencial ao pensamento ou raciocínio. (Eysenck e Keane,
2007). Desta feita, são os processos cognitivos que decorrem a relação do indivíduo com o
mundo, os outros e consigo mesmo.
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4.3.1. Perturbação
Segundo Gleitman (1999), para falar das perturbações da imaginação deve-se abordar
este assunto na psicologia, pois é o capítulo da psicologia que se preocupa dos estudos
correlacionados as perturbações psíquicas. As teorias mais antigas defendiam que a pessoa
perturbada se encontrava possuída por espíritos malignos. Seguia-se logicamente que a cura
para as doenças consistia em expulsar demónios, proporcionando assim aos espíritos um
caminho físico de fuga.

Entretanto, na idade média a perturbação mental era aqui vista como doença. Daí que
fundou-se na Europa vários hospitais para tratar os doentes mentais, o tratamento era bárbaro
e os pacientes viviam acorrentados como cães. (Gleitman, 1999). Assim, do início de
perturbação mental, como doença implicava uma causa orgânica ou física, possivelmente uma
doença do cérebro. Neste sentido, aqui defende-se que a causa das perturbações e a paralisia
geral, que caracterizou-se por declínio das funções físicas e psicológicas culminando numa
acentuada lentidão. (Ibdem).

Nesta senda, as perturbações são doenças mentais, alterações comportamentais, que


estão relacionadas com o sofrimento, incapacidade ou morbilidade causados por transtornos
mentais, neurológicos ou uso de substâncias.

4.3.2. Linguagem
A linguagem é a capacidade que os seres humanos têm para produzir, desenvolver e
compreender a língua e outras manifestações, como a pintura, a música e a dança. Já a língua
é um conjunto organizado de elementos (sons e gestos) que possibilitam a comunicação.
Linguagem é o sistema através do qual o ser humano comunica suas ideias e sentimentos, seja
através da fala, da escrita ou de outros signos convencionais.

Neste sentido, a linguagem sendo um dos processos cognitivos, ela caracteriza-se pela
associação de palavras a significados e conceitos específicos, de forma organizada e
combinada. Integra a comunicação, embora esta última não se restrinja à primeira. É através
da função cognitiva da linguagem que o ser humano estabelece contacto com os outros,
através de símbolos, sendo um importante mediador no relacionamento social, sem o qual esta
mesma função também ficaria comprometida. Por outras palavras, o desenvolvimento da
linguagem requer estimulação, sendo esta realizada no contexto interpessoal. (Eysenck e
Keane, 2007).
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4.3.3. Pensamentos
Segundo Cardoso (2015, p. 2), em sentido lato o pensamento corresponde a toda a
sucessão de ideias ou actividade ideactiva, iniciada por um problema e destinada à resolução
do mesmo. Através dele orientamos e integramos todos os conteúdos imaginativos e outros
dados do nosso conhecimento em juízos e conceitos significativos, concretos ou abstractos.
Daí que, o autor avança ainda que pensar significa: manter-se aberto às questões e às
informações. Tentar compreender, tornar presente, entender significados, ligá-los entre si e
dotá-los de sentido, adoptar decisões e formular juízos. Entretanto, pensar, significa ordenar
factos relativos a nós próprios e ao nosso mundo e, com a linguagem veiculamos e
exprimimos o pensamento. Através do diálogo exploramo-lo em termos de forma e de
conteúdo.

4.3.3.1. Tipos de Pensamento


 Pensamento autístico (devaneio, sonho acordado);
 Pensamento concreto;
 Pensamento abstracto (conceptual ou formal);
 Pensamento mágico. (Cardoso, 2015, p. 5).

4.4. Memória
A memória (do latim memorĭa) é a faculdade psíquica através da qual se consegue
reter e (re)lembrar o passado. A palavra também permite referir-se à lembrança/recordação
que se tem de algo que já tenha ocorrido, e à exposição de fatos, dados ou motivos que dizem
respeito a um determinado assunto.

Assim sendo, a memória é o que permite a aprendizagem pois é através da memória


que os conhecimentos se consolidam. E só o que aprendemos com a memória, nos possibilita
aprender coisas novas (aumentando assim o nosso conhecimento). Desta feita, podemos
definir memória como o processo cognitivo que inclui, consolida e recupera, toda a
informação que aprendemos. Entretanto, a memória é a função mental que permite reter a
informação, ou seja, aprender.

4.4.1. Tipos de Memória


a) Memória sensorial – é um tipo de memória que tem origem nos órgãos sensitivos. As
informações obtidas pelos sentidos são armazenadas por um curtíssimo espaço de
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tempo (0,1 a 2 segundos). Se a informação armazenada não for processada perde-se se


for passa para a memória a curto prazo.
b) Memória a curto prazo – este tipo de memória retêm informação durante um período
limitado de tempo, podendo ser esquecida ou passar para a memória de longo prazo.
Na memória a curto prazo pode-se distinguir duas memórias: memória imediata e
memória de trabalho.
c) Memória imediata – a informação recebida fica retida durante um curto período de
tempo (cerca de 30 segundos). Investigações efectuadas vieram mostrar que podemos
conservar sete elementos (letras, palavras, algarismos, etc), variando entre cinco e
nove unidades. (Equipa Editorial de Conceito, 2012).

4.5. Sensação
A sensação indica uma experiência simples que é vivida e que é produzida graças a
um estímulo (pode ocorrer dentro ou fora do corpo) que ocorre sobre um órgão sensorial.
Uma sensação é sentida por uma pessoa quando o estímulo envia sinais para o cérebro através
dos nervos. Nesse sentido, vale frisar que, ela (a sensação) é nossa capacidade de detectar
sentidos como toque, dor, visão ou o movimento e o posicionamento do nosso corpo.
Percepção é a maneira pela qual o cérebro processa e comunica esses sentidos com o restante
do corpo; e os tipos das sensações principais do nosso corpo são: visuais, auditivas, tactivas,
gustativas e olfactivas.

4.6. Imaginação
Segundo Mueller (1976), citado por Mafuiane (S./d.) a imaginação é uma faculdade
intermédia entre a sensibilidade e a razão, e está em estreita ligação com a memória.
Petrovsk (1980), define a imaginação como sendo o processo psíquico superior que
permite conceber o resultado do trabalho antes do seu início. Para Saraiva (S./d.), imaginação
é a faculdade de pensar e exprimir-se por imagem.

Entretanto, neta ordem de ideias, pode-se afirmar que a imaginação é a habilidade que
os indivíduos possuem de formar representações ou seja de construir imagens mentais acerca
de mundo real ou mesmo de situações não directamente vivenciada. Ela é a actividade do
pensamento n situação não presente. E os tipos de imaginação podemos destacar: imaginação
reprodutora, criadora, espontânea entre outros. (Mafuiane, S./d.).
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4.7. Teoria de Desenvolvimento da Moralidade


Moral é o conjunto de condutas, quer própria de uma época ou cultura quer
consideradas como universalmente válidas, teoria do bem e do mal, que conduz normativo. O
desenvolvimento moral refere-se ao modo como a criança aprende a determinar o que é certo
e o que é errado, pois, é a base do princípio da justiça.

4.7.1. Teoria de Desenvolvimento Moral de Kohlberg


Este psicólogo revolucionou a compreensão sobre o desenvolvimento moral, e
descobriu ainda que o carácter moral se desenvolve com o crescimento moral. Depois de ter
conduzido uma longa série de estudos, com crianças e adultos, Kohlberg descobriu que o
desenvolvimento moral ocorre de acordo com uma sequência específica de estádios,
independentemente da sua cultura, sub cultura, continente ou país. A sua teoria propõe três
níveis de moralidade, sendo:

1. Nível Pré Convencional, (egocentrismo), - é típico de raciocínio moral utilizado pela


criança entre os quatros aos dez anos de idade. As decisões são egocêntricas, o que
significa que as decisões são baseadas nos interesses pessoais. Este nível engloba
comportamento para evitar punições ou para obter recompensas. A criança começa a
desenvolver a moralidade onde aprende a distinguir entre o bem e o mal, e também
começa a formar o carácter através das escolhas que faz.
2. Convencional (social) – o nível convencional de argumentação moral é típico de
adolescentes e adulto. Aqueles que argumentam de uma maneira convencional julgam
a moralidade das acções comparando-as com as visões do mundo e expectativas da
sociedade. A moralidade convencional é caracterizada por uma aceitação das
convenções sociais a respeito do certo e do errado. Nesse nível o indivíduo obedece a
regras e segue as normas da sociedade mesmo quando não há consequências pela
obediência ou desobediência.
3. Pós Convencional (autónoma) – o nível pós-convencional, também conhecido como,
“nível principiado”, consiste dos estádios cinco e seis do desenvolvimento moral. Há
pessoas que exibem uma moralidade pós-convencional vêem as regras como
necessárias e como mecanismos motuáveis-idealmente, são regras que podem ajudar a
manter a ordem social geral e a proteger os direitos humanos. Trata-se de princípios
éticos universais ou a padrões de consciência, ou seja: contacto social, utilidade,
direitos individuais e princípios éticos universais.
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4.7.2. Teoria do Desenvolvimento Moral de Piaget


Segundo Muhacha (2021), esta teoria descreve como as crianças fazem a transição de
fazer algo certo por causa das consequências de uma figura de autoridade, devido à
reciprocidade ideal ou o que é melhor para a outra pessoa. Piaget amarra desenvolvimento
moral com o desenvolvimento cognitivo. Piaget, descreve como as crianças fazem a transição
de fazer algo certo por causa das consequências de uma figura de autoridade, devido à
reciprocidade ideal ou o que é melhor para a outra pessoa.

De acordo com Piaget, as crianças entre as idades de 5 e 10 anos tomam decisões


morais com base no que uma figura de autoridade acredita que é certo. Regras de pais ou
professores são imutáveis, e a criança segue-as por medo de punição. (Davidoff, 2001). Piaget
ensina que na idade de 10 anos crianças baseiam sua moralidade em uma sociedade
cooperativa. Elas veem que a moralidade envolve acordo social e as regras são para o bem
comum. Elas também começam a compreender que os outros têm regras diferentes em
matéria de moralidade. A criança desenvolve um sentimento de reciprocidade e justiça,
embora seja inicialmente limitada.

Neste sentido, durante os primeiros anos da adolescência, o senso de moralidade do


jovem amadurece por reciprocidade ideal, onde ele tenta compreender as decisões dos outros,
entendendo suas circunstâncias. Piaget sentia que a reciprocidade ideal era maturidade na
decisão moral. Em 2014, a pesquisa indica que a moralidade continua a crescer e se
desenvolver na idade adulta e que Piaget superestimou a idade em que as crianças começam a
desenvolver seu próprio senso de moralidade. (Muhacha, 2021).
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Conclusão
Chegado ao culminar do presente trabalho, importa salientar que tratou-se de vários
aspectos ligados à socialização em um contexto do actor social, que é alguém que, engajado
em relações concretas, profissionais, económicas, mas também igualmente ligado à
nacionalidade ou género, procura aumentar à sua autonomia, controlar o tempo e as suas
condições de trabalho ou de existência. Ao longo do desenvolvimento do presente trabalho da
disciplina de Introdução à Psicologia, focou-se em ponto-chave que é a Socialização, esta que
foi lhe trazida o seu conceito e seus tipos. Ainda no trabalho, além dos contextos e influências
sociais, debruçou-se também em torno da personalidade, esta que é tida como uma
característica do ser humano que organiza os sistemas físicos, fisiológicos, psíquicos e
morais. Falou-se também dos processos cognitivos a perturbação, linguagem, pensamentos,
memória, sensação e imaginação. E, por fim, foi se arrolando em torno da teoria de
desenvolvimento da moralidade dos psicólogos Kohlberg e Piaget.
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Referências Bibliográficas
Allport, G. W. (1937). Personality: a psychological interpretation. New York, Holt.

Baptista, N. J. M. (2008). Teorias da Personalidade. Portugal, ISMAI.

Bezerra, J. (2021). Processo de Socialização. Brasil. Disponível em:


https://www.todamateria.com.br/processo-de-socializacao/.

Davidoff, L. (2001). Introdução à Psicologia. 3ª Edição, São Paulo, Person Makron Books.

Dubar, C. (2005). A socialização: construção das identidades sociais e profissionais. São


Paulo, Martins Fontes.

Equipe Editorial de Conceito. (2012). Memória: O que é, conceito e definição. Actualizado


em 18 de Julho de 2019. Disponível em: https://conceito.de/memoria.

Eysenck, M. W. & Keane, M. T. (2007). Manual de Psicologia Cognitiva. Porto Alegre,


Artmed.

Hansenne, M. (2003). Psicologia da Personalidade. Lisboa, Climepsi.

Mafuiane, F. D. (S./d.). Imaginação. Academia.edu. disponível em:


https://www.academia.edu/32074718/Imaginacao

McCrae, R. R. & Costa Junior, P. T. (2003). Personality in adulthood: a five-factor theory


perspective. New York, Guilford.

Muhacha. B. (2021). Teoria de desenvolvimento Moral, Kohlberg. In Psicologia. Disponível


em: https://sopra-educacao.com/2021/02/08/teoria-de-desenvolvimento-moral-kohlberg/.

Silva, S. A. da. & Pádua, K. C. (2010). Actores sociais da escola. In: Oliveira, D. A.; Duarte,
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