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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Turma: K

A Importância da Ética para a Sociedade Humana

Medardo de Oliveira Mateus – Código: 708210943

Quelimane, Abril de 2023

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE


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INSTITUTO DE EDUCAÇÃO À DISTÂNCIA

Turma: K

A Importância da Ética para a Sociedade Humana

Curso: Licenciatura em Ensino de


Biologia
Disciplina: Ética Social
Ano de Frequência: 3º

O Tutor:

Quelimane, Abril de 2023

Índice
1. Introdução............................................................................................................................3
2

2. Objectivos............................................................................................................................4

2.1. Geral.................................................................................................................................4

2.2. Específicos.......................................................................................................................4

3. Metodologia do Trabalho....................................................................................................4

4. A Importância da Ética para a Sociedade Humana.............................................................5

4.1. Definição da Ética............................................................................................................5

4.2. Cientificidade da Ética Social..........................................................................................5

4.3. Algumas Abordagens.......................................................................................................6

4.3.1. Problemas Morais e Problemas Éticos..........................................................................8

4.4. A Sociedade Humana.......................................................................................................9

4.5. A importância da Ética na vida Humana........................................................................10

Considerações Finais.............................................................................................................13

Referências Bibliográficas....................................................................................................14
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1. Introdução
Os fundamentos da ética nos remetem as reflexões teóricas dos autores clássicos como
Platão, Sócrates, Aristóteles, Kant e Hegel. Contudo na contemporaneidade a leitura desses
autores estão em desuso, colocando a discursão ética num campo superficial, obscurecendo
sua conexão com a realidade, contribuindo para fomentar os valores liberais burgueses.

Assim, neste presente trabalho de campo referente à disciplina de Ética Social, visa
abordar de forma detalhada em torno da importância da ética social para a sociedade humana,
concretamente moçambicana. Com isso, ao longo do desenvolvimento da pesquisa, e além
dos conceitos que apresentados sobre a ética social, que é percebida como um conjunto de
valores morais, valores estes que norteiam a conduta da pessoa, a partir dos seus princípios da
convivência em sociedade. Falar-se-á também dos hábitos e costumes numa perspectiva de
um ambiente desejável. Desta feita, como já se sabe, os conceitos de ética e sociedade
apontam para dimensões da vida humana que não podem ser compreendidas nem vividas
separadamente, porque as realidades que esses conceitos indicam mantêm entre si uma
relação análoga à que existe entre dois pólos de uma mesma realidade, a saber, eles se
remetem mutuamente um ao outro, de modo que não podem existir nem desaparecer
independentemente um do outro.

Todavia, vale frisar que a sociedade moçambicana parece que nunca esteve tão refém
de si mesmo. Refém de suas invenções, de seu trabalho, de seu tempo. Tempo este que não
existe para si e para o outro. Uma vez que não tem considerado a dimensão do ser social e do
viver em sociedade. Ao que parece, na medida em que evolui, cria e redimensiona o
conhecimento, não tem sido capaz de usá-lo a favor de uma vida social ética e abundante.
Neste contexto ser ético em meio à sociedade do conhecimento é fundamental. Contudo,
conhecer o próximo, suas discrepâncias raciais e de género é dar cor e vida à vida social.
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2. Objectivos

2.1. Geral
 Analisar a compreensão da importância da ética para a sociedade humana.

2.2. Específicos
 Definir o conceito de Ética;
 Falar da importância da ética para a sociedade humana;
 Mostrar como a ética pode ajudar a responder positivamente;
 Mencionar os problemas morais e problemas éticos.
 Descrever a sociedade humana.

3. Metodologia do Trabalho
Para Fonseca (2002), “methodos” significa organização, e “logos”, estudo sistemático,
pesquisa, investigação; ou seja, metodologia é o estudo da organização, dos caminhos a serem
percorridos, para se realizar uma pesquisa ou um estudo, ou para se fazer ciência.
Etimologicamente, significa o estudo dos caminhos, dos instrumentos utilizados para fazer
uma pesquisa científica.

Assim sendo, para a elaboração do presente trabalho, foi utilizado o método de cunho
bibliográfico, que consistiu na consulta de materiais electrónicos e também o módulo de Ética
Social do Curso de Licenciatura em Ensino de Biologia do CED da UCM, e outros estudos
científicos e académicos que relatam este tema, para que, em um primeiro instante fossem
identificados os princípios do conhecimento dessas abordagens sobre a importância da ética
para a sociedade humana.
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4. A Importância da Ética para a Sociedade Humana

4.1. Definição da Ética


Ética é a ciência de bens, costumes e remete-nos aos direitos e deveres dos indivíduos
da sociedade preocupando-se com o que deve ser em termos de conduta e práticas. (Mazula,
2005, p.19).

Segundo Vásquez (1998) aponta que a Ética é teórica e reflexiva, enquanto a Moral é
eminentemente prática. Uma completa a outra, havendo um inter-relacionamento entre ambas,
pois na acção humana, o conhecer e o agir são indissociáveis. Nisso, normalmente, a Ética
teria surgido com Sócrates, pois se exigiu maior grau de cultura. Ela investiga e explica as
normas morais, pois leva o homem a agir não só por tradição, educação ou hábito, mas
principalmente por convicção e inteligência.

Nesse sentido, Ética e Moral são os maiores valores do homem livre. Ambos
significam “respeitar e venerar a vida”. O homem, com seu livre arbítrio, vai formando seu
meio ambiente ou o destruindo, ou ele apoia a natureza e suas criaturas ou ele subjuga tudo
que pode dominar, e assim ele mesmo se torna no bem ou no mal deste planeta. Deste modo,
Ética e a Moral se formam numa mesma realidade. (Rocha Egg, S./d., p. 1).

A ética então, a ética nasce como uma orientação (despertamento) de ordem interna ao
homem e tem preocupação com a harmonia das relações humanas. A ética guarda relação com
plano moral, afectivo e relacional, embora destes não dependa. Entretanto, é precisamente
neste plano mais interior ao homem que reside à ética como uma base para a ciência dos
valores e das acções tendo sempre em vista algo que é comum e justo. Isto porque para a
ética, não obstante as variadas interpretações que pode comportar pelos estudiosos, colocará
sempre em jogo a realização de uma vida melhor, a vida feliz.

Por outro lado, se for considerado que a ética desenvolve-se no seio da sociedade e a
ela se dirige torna-se aceitável também a tese de que a ética deva manter um diálogo com o
meio social.

4.2. Cientificidade da Ética Social


O estudo da ética não se relaciona com o belo/estética (Arte), mas sim procura avaliar
se os hábitos e os costumes vividos por certo indivíduo dentro da sociedade são Bons ou
Maus. Importa aqui referir que, não são os costumes, nem hábitos por si só, mas os hábitos
manifestados pelos indivíduos. É nesta vertente em que alguns analistas não elevam a
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cientificidade da Ética Social, porque cada sociedade tem os seus hábitos, seus costumes.
Admite-se também que a Ética Social tem uma linguagem exótica, descritiva. A utilização da
linguagem é que avalia o comportamento analítico, levando a não cientificidade universal das
suas reflexões.

Nesse sentido, a Ética Social apenas estabelece regras, maneiras de se comportar,


enquanto as outras ciências têm várias maneiras e podem evoluir e variar as sua visões
universais de crítica em relação a certos pontos de estudos, através de experiências e definir
certas teorias.

4.3. Algumas Abordagens


Ao falamos de Ética e Sociedade porque entendemos haver um vínculo insuperável
entre eles. O homem nasce e vive em uma sociedade que como ele próprio é histórica. Sempre
vivemos em grupo, mas “a novidade de nosso tempo é que o homem concebido como
existente não é tomado à parte do mundo”. (Carvalho, 1998, p. 12). Dizer que a vida humana
realiza-se na sociedade não significa que o homem não tenha intimidade. Ele está parte do
tempo consigo, mas sua subjectividade não é tomada à parte do que o cerca.

Neste contexto, a vida se desenvolve numa cultura que é uma espécie de segunda pele
e que surge pela objectivação de valores. Portanto, quando falamos da vida em sociedade
reconhecemos que ela possui sustentáculo moral porque os grupos humanos movem-se em
espaços de relacionamento, modificam a natureza, criam ciência e desenvolvem normas de
convivência a partir dos valores que alimentam e objectivam. (Ibdem).

No nosso país, a sociedade contemporânea valoriza comportamentos que praticamente


excluem qualquer possibilidade de cultivo de relações éticas. É fácil verificar que o desejo
obsessivo na obtenção, possessão e consumo da maior quantidade possível de bens materiais é
o valor central na nova ordem estabelecida no mundo e que o prestígio social é concedido
para quem consegue esses bens. O sucesso material passou a ser sinónimo de sucesso social e
o êxito pessoal deve ser adquirido a qualquer custo. Prevalece o desprezo ao tradicional, o
culto à massificação e mediocridade que não ameaçam e que permitem a manipulação fácil
das pessoas. (Alencastro, 1997). Um dos campos mais carentes, no que diz respeito à
aplicação da ética, é o do trabalho e exercício profissional. Por esta razão, executivos e
teóricos em administração de empresas voltaram a se debruçar sobre questões éticas.
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Corroborando o mesmo autor, em Moçambique, o individualismo extremo, muitas


vezes associado à falta de ética pessoal, tem levado alguns profissionais a defender seus
interesses particulares acima dos interesses das empresas em que trabalham, colocando-as em
risco. Os casos de corrupção e investimentos duvidosos nas empresas públicas e privadas são
os maiores exemplos do que estamos dizendo. Esse quadro nos remete directamente à questão
da formação de recursos humanos, pois são as pessoas a base de qualquer tentativa de iniciar
o resgate da ética nas empresas e nas relações de trabalho. (Alencastro, 1997, p. 1).

Entretanto, a ética é uma característica inerente a toda acção humana e, por esta razão,
é um elemento vital na produção da realidade social. Todo homem possui um senso ético,
uma espécie de "consciência moral", estando constantemente avaliando e julgando suas
acções para saber se são boas ou más, certas ou erradas, justas ou injustas.

Importa ainda salientar que, existem sempre comportamentos humanos classificáveis


sob a óptica do certo e errado, do bem e do mal. Embora relacionadas com o agir individual,
essas classificações sempre têm relação com as matrizes culturais que prevalecem em
determinadas sociedades e contextos históricos. Neste sentido, a ética está relacionada à
opção, ao desejo de realizar a vida, mantendo com os outros relações justas e aceitáveis. Está
fundamentada nas ideias de bem e virtude, enquanto valores perseguidos por todo ser humano
e cujo alcance se traduz numa existência plena e feliz. (Ibdem, p. 2).

Perine (2002, p. 20), descreve que a sociedade humana passou a ser concebida como
um conjunto artificial de indivíduos isolados, como uma superstrutura exterior regida pelo
imperativo da maximização dos prazeres e minimização das penas no âmbito da conduta
individual; pela regra de ouro da competição e do levar vantagem em tudo no âmbito da vida
em comum, e pela máxima da simples utilidade no reino do mau infinito da satisfação das
necessidades.

Entretanto, a análise filosófica da forma que a sociedade adquiriu na modernidade, isto


é, a forma do mecanismo social, revela que no seu interior os indivíduos se descobrem como
essencialmente divididos e insatisfeitos, e consideram a sociedade simplesmente como o
quadro das condições dentro do qual eles devem buscar um fim para si mesmos. (Weil, S./d.
citado por Perine, 2002). No entanto, esta concepção da vida em comum dos homens é
incompatível com a compreensão do ser humano como ser social e com a ideia de Bem como
fim da vida humana.
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Entretanto, a relação entre a ética e a vida social comporta diversas percepções e uma
das mais importantes é que a vida social é relação entre sujeitos, espaço de intersubjectividade
ou lugar de relacionamento colectivo. Isso nos faz olhar a subjectividade na relação com os
outros como nos ensinou a fenomenologia.

4.3.1. Problemas Morais e Problemas Éticos


Segundo Lencastro (1997, p. 2), a ética não é algo super posto à conduta humana, pois
todas as nossas actividades envolvem uma carga moral. Ideias sobre o bem e o mal, o certo e
o errado, o permitido e o proibido definem a nossa realidade.

Portanto, em nossas relações quotidianas estamos sempre diante de problemas do tipo:


Devo sempre dizer a verdade ou existem ocasiões em que posso mentir? Será que é coreto
tomar tal atitude? Devo ajudar um amigo em perigo, mesmo correndo risco de vida? Existe
alguma ocasião em que seria coreto atravessar um sinal de trânsito vermelho? Os soldados
que matam numa guerra, podem ser moralmente condenados por seus crimes ou estão apenas
cumprindo ordens?

Entretanto, essas perguntas nos colocam diante de problemas práticos, que aparecem
nas relações reais, efectivas entre indivíduos. São problemas cujas soluções, via de regra, não
envolvem apenas a pessoa que os propõe, mas também a outra ou outras pessoas que poderão
sofrer as consequências das decisões e acções, consequências que poderão muitas vezes afitar
uma comunidade inteira. (Alencastro, 1997).

Neste sentido, o homem é um ser-no-mundo, que só realiza sua existência no encontro


com outros homens, sendo que, todas as suas acções e decisões afitam as outras pessoas.
Nesta convivência, nesta coexistência, naturalmente têm que existir regras que coordenem e
harmonizem esta relação. Estas regras, dentro de um grupo qualquer, indicam os limites em
relação aos quais podemos medir as nossas possibilidades e as limitações a que devemos nos
submeter. São os códigos culturais que nos obrigam, mas ao mesmo tempo nos protegem.
(Ibdem).

Assim, diante dos dilemas da vida, temos a tendência de conduzir nossas acções de
forma quase que instintiva, automática, fazendo uso de alguma “fórmula” ou “receita”
presente em nosso meio social, de normas que julgamos mais adequadas de serem cumpridas,
por terem sido aceitas intimamente e reconhecidas como válidas e obrigatórias. Fazemos uso
de normas, praticamos determinados actos e, muitas vezes, nos servimos de determinados
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argumentos para tomar decisões, justificar nossas acções e nos sentirmos dentro da
normalidade. (Alencastro, 1997).

Há de referir que, as normas de que estamos falando têm relação como o que
chamamos de valores morais. São os meios pelos quais os valores morais de um grupo social
são manifestos e acabam adquirindo um carácter normativo e obrigatório. A palavra moral
tem sua origem no latim “mos”/”mores”, que significa “costumes”, no sentido de conjunto de
normas ou regras adquiridas por hábito. Notar que a expressão "bons costumes" é usada como
sendo sinónimo de moral ou moralidade. (Ibdem).

Neste contexto, a moral pode então ser entendida como o conjunto das práticas
cristalizadas pelos costumes e convenções histórico-sociais. Cada sociedade tem sido
caracterizada por seus conjuntos de normas, valores e regras. São as prescrições e proibições
do tipo “não matarás”, “não roubarás”, de cumprimento obrigatório. Muitas vezes essas
práticas são até mesmo incompatíveis com os avanços e conhecimentos das ciências naturais e
sociais. (Ibdem, p. 3).

Nesta senda, a moral tem um forte carácter social, estando apoiada na tríade cultura,
história e natureza humana. É algo adquirido como herança e preservado pela comunidade.
Desta feita, quando os valores e costumes estabelecidos numa determinada sociedade são bem
aceitos, não há muita necessidade de reflexão sobre eles. Mas, quando surgem
questionamentos sobre a validade de certos costumes ou valores consolidados pela prática,
surge a necessidade de fundamentá-los teoricamente, ou, para os que discordam deles, criticá-
los. (Ibdem).

Nesta ordem de ideias, importa salientar que, os problemas éticos, ao contrário dos
prático-morais são caracterizados pela sua generalidade. Se um indivíduo está diante de uma
determinada situação, deverá resolvê-la por si mesmo, com a ajuda de uma norma que
reconhece e aceita intimamente, pois o problema do que fazer numa dada situação é um
problema prático-moral e não teórico-ético. (Alencastro, 1997).

4.4. A Sociedade Humana


Segundo Constantino e Malentachi (2014, p. 12), o ser humano nasce em um ambiente
socialmente organizado. Somente nesse sentido é que podemos aceitar quando se diz que a
sociedade – lógica e historicamente – antecede o indivíduo. Com qualquer outro significado,
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este dito torna-se sem sentido ou absurdo. O indivíduo vive e age em sociedade. Mas a
sociedade não é mais do que essa combinação de esforços individuais.

Neste sentido, a partir da compreensão do que seja sociedade, cumpre-nos o desafio de


sermos éticos nesta sociedade do conhecimento que tem como característica promover a cisão
entre teoria e prática.

Assim sendo, ética é uma das questões mais importantes no contexto de nossa
sociedade, tanto da esfera pública, quanto de nossas vidas privadas. Somos éticos quando
reflectimos sobre o que fazemos, quando medimos e qualificamos nossas acções levando em
conta o que somos e podemos ser, com base no reconhecimento do outro, seja ele nosso
próximo, a sociedade ou até mesmo o planeta. Sem a ética não sabemos nos situar em
nenhuma esfera de nossas vidas. Sem a ética nos tornamos alienados, ou seja, figuras
desconectadas de uma reflexão sobre o sentido da vida em sociedade. (Constantino e
Malentachi, 2014, p. 15).

4.5. A importância da Ética na vida Humana


Conforme Pinotti (S./d.), salienta que a sociedade actual tem contribuído para a
existência de pessoas que não possuem apreço e respeito à vida. A violência social, seja como
uma forma de sobrevivência frente às adversidades criadas pelo ambiente, pela conquista de
novos espaços, ou pela imposição de uma diferenciação entre os indivíduos, tem gerado
relações sociais ruins e falta de comprometimentos e de responsabilidades sociais.

Diante dessa realidade é preciso que os educadores trabalhem com temas como o
respeito à vida, a natureza, raças e etnias, enfim, uma educação para a saúde e qualidade de
vida. Com todos os valores citados, podemos acrescentar a Ética, expressão que possui
diversos significados: filosófico, profissional, político e religioso.

Neste sentido, o papel da ética na vida humana é de essencial importância. A ética


permite aos seres humanos viverem em paz. Em especial, os detentores do poder e da
capacidade de pensar e decidir os caminhos de um país tem o dever de proteger o povo e
evitar o caos e o desmoronamento da sociedade. Por esta razão é necessário que todo ser
humano seja preparado desde tenra idade para condicionar suas tomadas de decisões pautado
na ética. Caso contrário as consequências de seus aptos influenciarão negativamente no
crescimento e na disciplina de um povo.
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Nesta senda, importa acrescentar que, na Filosofia, a ética não se resume a moral, mas
busca fundamentação teórica e prática para o conhecimento do comportamento humano do
interior de cada sociedade. Tem por objectivo o estudo desse comportamento para estabelecer
os níveis aceitáveis que garantam a convivência harmoniosa dentro das sociedades e entre
elas. Logo, a função da ética é investigar e explicar o comportamento das pessoas ao longo de
sua existência, visando a fixação de comportamentos “básicos” para diminuir o nível de
conflitos morais dentro dos diversos sectores da sociedade.

No entanto, pela ética as pessoas precisam pensar sobre suas acções, colocando a razão
acima das emoções, procurando a felicidade individual e colectiva, porque o ser humano vive
em grupos e as suas atitudes devem visar ao bem e a felicidade de todos. Como virtude, é
praticada sem nenhum tipo de pressão exterior, vem de dentro do consciente do ser ético.
Assim, a ética leva o homem a agir não só por tradição, educação ou hábito, mas
principalmente por convicção e inteligência.

Dessa forma, para ser ético:

 É preciso aprender a ser cidadão, aprender a agir com respeito, honestidade,


responsabilidade, lealdade, solidariedade, justiça e não violência. É preciso aprender a
usar o diálogo nas diversas situações da vida social, comprometendo-se com tudo o
que acontece na sociedade, repudiando as injustiças, respeitando o outro e exigindo
para si o mesmo respeito.
 É preciso salientar que, a construção de uma sociedade democrática, pautada por
princípios éticos, é dinâmica, pois sempre surgem fatos novos e conflitos diferentes,
que necessitam ser resolvidos a partir do diálogo, das discussões sadias, criando-se
uma tradição nos grupos e na vida em comunidade.

Contudo, “cabe então à sociedade, dentro desse contexto, transmitir às novas gerações
valores e modelos educacionais nos quais os jovens possam pautar sua caminhada rumo à sua
vida adulta de cidadão ético e responsável”. (Silva, S./d., citada por Pinoti, S./d.).

Nesta ordem de ideias, de acordo com Rassid (2012), importa referir que, a ética
permite-nos viver como seres humanos, detentores da capacidade de pensar, protegendo-nos,
por isso, do caos e do desmoronamento da sociedade em que vivemos.

A ética pode ser considerada como a arte de construir a nossa própria vida, por isso,
sem ética o nosso dia-a-dia seria um caos axiológico, pois teríamos em mente o que nos
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prejudica e o que nos beneficia. De igual modo, as nossas acções não teriam argumentos nem
justificações que as fundamentassem. (Ibdem).

Em segundo lugar, nós, seres humanos, não vivemos isolados, mas em constante
interacção com os outros. Por esta razão, o ser humano sofre, naturalmente, influências sociais
que condicionam a sua tomada de decisões.

No entanto, estas influências exteriores podem conduzir o ser humano para um bom ou
um mau caminho, o que está intimamente ligado a muitos factores, designadamente os
padrões de cultura do meio, o contexto histórico e as relações interpessoais que se
estabelecem. (Rassid, 2012).

Daí que, a questão que persiste é: Por que existe a ética? Qual a sua importância?
Logo, a resposta só pode ser esta: é com a ética que podemos viver como realmente somos,
pessoas e não animais. (Ibdem).

Dessa forma, a ética permite-nos reflectir, ser felizes e, acima de tudo, construir e não
destruir a sociedade em que estamos inseridos.

A ética é então, importante e essencial para que haja equilíbrio em uma sociedade
porque nos ensina a reflectir sobre nossas acções, se seguimos as regras e normas necessárias
para o bom convívio em sociedade, se respeitamos o outro, se somos honestos, íntegros e
justos, se fazemos aquilo que é coreto mesmo quando ninguém está olhando. É por isso que a
ética é necessária na formação do cidadão e nas relações sociais.
(http://corretorglobal.com.br/codigo-de-etica/).

A ética baseia-se na reflexão moral e social, pois ela é a base sobre a qual uma
sociedade equilibrada está firmada.

De Igual modo, no ambiente do trabalho, a ética serve para criar um ambiente


harmonioso, relações sadias e para garantir que todas as regras e normas sociais e da própria
instituição sejam cumpridas.

Ainda no trabalho, ser ético versa sobre princípios fundamentais: é ser comprometido
e confiável, honesto, justo, dedicado e tratar a todos com respeito, sejam os próprios colegas,
sejam os clientes ou até mesmo a concorrência.
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Considerações Finais
Chegado ao culminar do presente trabalho, intitulado importância da ética para a
sociedade humana, referente à disciplina de Ética Social, foi possível entender que, quanto o
assunto da ética, é preciso numa primeira fase conhecermos a Ética Social como ciência,
partindo da sua origem. Esta ciência tem origem filosófica, como já foi abordado, devido ao
problema do princípio do conceito de liberdade, que é a essência de todo o sistema. Pode-se
concluir ainda pela existência de um vínculo insuperável entre ética e sociedade, pois a
construção da segunda depende da primeira. Se pensarmos a vida como uma jornada que se
passa entre os homens, ninguém pode permanecer alheio aos problemas de sua comunidade
ou ao destino dela. Neste contexto, o vínculo entre a importância da ética para a sociedade
humana revela o eixo fundamental no qual temos que pensar nossa existência enquanto
indivíduos singulares, mas também membros de uma colectividade. Assim, na nossa relação
com os outros e com a natureza produzimos a cultura que é uma espécie de segunda pele na
qual nos movemos.
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Referências Bibliográficas
Alencastro, M. (1997). A Importância da Ética. Fragmento do texto “A importância da ética
na formação dos recursos humanos. [PDF]. Recuperado de:
<https://www.feis.unesp.br/Home/departamentos/fitotecniatecnologiadealimentosesocioec
onomia716/antoniolazarosantana/a-importancia-da-etica-soc-e-etica--1-sem-2019.pdf>.

Carvalho, J. M. de. (1998). O Homem e a Filosofia. Porto Alegre, EDIPUCRS.

Constantino, C. H. & Malentachi, D. A. (2014). Ética e Sociedade: colectânea formação


sociocultural e ética. UNICESUMA, Terceiro Eixo Temático. [PDF]. Recuperado de:
<http://www.cesumar.br/032002/diretoria/arquivos/fse/etica-e-sociedade.pdf>.

CÓDIGO DE ÉTICA. Recuperado de: <http://corretorglobal.com.br/codigo-de-etica/>.

Mazula, B. (2005). Ética, Educação e Criação da Riqueza. Maputo, Imprensa Universitária.

Perine, M. (2002). Ética e sociedade: razão teórica versus razão técnica. Universidade São
Marcos, SP, Síntese Revista de Filosofia 2010, Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo.

Rassid, A. (2012). A importância da ética na vida humana. Recuperado de:


<https://www.epmcelp.edu.mz/index.php/na-ponta-da-lingua/703-a-importancia-da-etica-
na-vida-humana>.

Reale, M. (1989). Introdução à filosofia. São Paulo, Saraiva.

Rocha Egg, R. F. (S./d.). História da Ética. UNICURITIBA.

Weil, E. (S./d.). Filosofia Política.

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