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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
DISCIPLINA DE LABORATÓRIO II DE OPERAÇÕES UNITÁRIAS
(DEQ-1017)
PROFESSOR DR. EVANDRO STOFFELS MALLMANN

SEDIMENTAÇÃO

20 de Setembro de 2017
RESUMO

Sedimentação é um processo de separação sólido-líquido em uma suspensão diluída,


que tem força propulsora a ação da gravidade, obtendo-se um fluido límpido na parte superior

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e um lodo com maior teor de sólido na parte inferior. Os sedimentadores podem ser
classificados em clarificadores ou espessadores.
Os sedimentadores clarificadores tem como fase de interesse o líquido limpo, já os
espessadores a fase de interesse é a zona de lama (fase particulada). No experimento, foi
utilizada uma proveta como sedimentador, com objetivo de averiguar a sedimentação em
soluções de carbonato de cálcio(CaCO3) e hidróxido de cálcio(Ca(OH)2), para duas
concentrações diferentes. Posteriormente foram plotados os gráficos altura da interface versus
tempo. Além disso, foi feito o dimensionamento do sedimentador, com o cálculo da área,
diâmetro e altura necessários para cada condição.

Palavras chave: sedimentação, dimensionamento, clarificador, espessador.

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Vista esquemática de um sedimentador contínuo convencional.


Figura 2: Sedimentadores convencionais.
Figura 3: Vista esquemática de um sedimentador lamelado.
Figura 4 : configuração de Alta Capacidade/ configuração de Alimentação Submersa (High
Reith/ High Capacity Thickener).
Figura 5: A sedimentação em batelada segundo KYNCH (1952).
Figura 6: Determinação gráfica da concentração e da velocidade de sedimentação através da
teoria de KYNCH.
Figura 7: Altura da interface em função do tempo para solução de Ca(OH)2 com 50g/L.
Figura 8: Altura da interface em função do tempo para solução de Ca(OH)2 com 80g/L.
Figura 9: Altura da interface em função do tempo para solução de CaCO3 com 50g/L.
Figura 10: Altura da interface em função do tempo para solução de CaCO3 com 80g/L.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Valores de CaCO3 nas concentrações de 50 e 80g/L.


Tabela 2: Valores de Ca(OH)2 nas concentrações de 50 e 80g/L.
Tabela 3: Resultados obtidos.

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NOMENCLATURA

Z = altura da interface;

v = velocidade de sedimentação;

Zt = altura no tempo t;

Zo = altura inicial;

t = tempo;

CL = concentração de lodo;

C0 = concentração inicial;

CLI = concentração ideal de lodo;

A = área do sedimentador;

D = diâmetro do sedimentador;

q = vazão de alimentação;

ϴmin = tempo crítico;

H = altura total do sedimentador;

H1 = altura da zona clarificada;

Zmin = altura mínima;

tR = tempo de residência da fase particulada na zona de compactação;

tCLI = tempo relativo a concentração de lodo ideal;

tVC = tempo onde velocidade de sedimentação se torna constante.

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO 7
2. OBJETIVOS 8
2.1.1. Objetivos específicos 8
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 9
3.1. Sedimentação 9
3.2. Dimensionamento de um sedimentador 12
4.1 Materiais 16
4.2. Procedimento Experimental 16
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO 17
5.1. Resultados 17
6.CONCLUSÃO 23
7.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 25

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1. INTRODUÇÃO

Entende-se por operação unitária de sedimentação a separação de uma


suspensão em um fluido límpido e em uma lama com maior teor de sólidos, por ação da
força da gravidade. A sedimentação pode ser feita em batelada ou em sedimentadores
contínuos, podendo visar a clarificação do líquido (eliminação de partículas sólidas,
normalmente em baixas concentrações, presentes num líquido que é de interesse ter-se mais
limpo) ou o espessamento da suspensão de sólidos (neste caso, partindo de uma
suspensão, é de interesse obter-se uma lama concentrada).
A etapa de separação sólido-líquido está entre as operações unitárias mais importantes
que hoje são empregadas em indústrias químicas, têxteis, farmacêuticas, no beneficiamento
de minério, bem como no processamento de alimentos, tratamento de água e resíduos, entre
outras, pois muitos dos produtos industriais são suspensões de sólidos em líquidos.
Muitos produtos industriais são suspensões de sólidos em líquidos, sendo necessário
separar as fases para isolar o produto, seja ele o sólido ou o líquido. Em alguns casos, usa-se
o movimento do fluido para separar os sólidos particulados da fase líquida, como na filtração
ou sedimentação. Em outros casos, o movimento do fluido é usado para separar as partículas
sólidas umas das outras, como na classificação de partículas sólidas pelos diâmetros ou pelas
densidades (GOMIDE,1980 e FOUST et. al. 1982).
Diversas aplicações podem ser descritas, tais como:
- Remoção de areia: para evitar erosão, depósitos e entupimentos em bombas e
instalações mecânicas;
- Remoção de partículas sedimentáveis finas: quando se utilizam águas de rios com
grande transporte de sólido ;
- Retenção de flocos, decantação após coagulação: quando se utilizam processos de
coagulação para remoção de matéria coloidal, cor e turbidez, após floculação química.

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2. OBJETIVOS

O experimento tem como objetivo construir curvas experimentais da altura da


interface (Z) em função do tempo (t) para a sedimentação descontínua de suspensões
contendo carbonato de cálcio e hidróxido de cálcio, em concentrações diferentes, determinar
a velocidade média(v) em função da concentração do lodo(CL), sendo capaz de atingir a
concentração de lodo ideal para cada caso, além de valores da altura mínima(Zmin) e tempo
mínimo, com todos esses dados pode-se realizar o dimensionamento dos sedimentadores
cilíndricos.

2.1.1. Objetivos específicos


● Construção das curvas experimentais da altura da interface (Z) em função do
tempo (t) para a sedimentação descontínua das suspensões contendo carbonato de
cálcio (CaCO3) e hidróxido de cálcio (Ca(OH)2) nas concentrações(massa/volume)
de 5% e 8% cada;

● Construção de tabelas da velocidade média (v) em função da concentração de


lodo (CL) para a sedimentação descontínua das suspensões de carbonato de cálcio
(CaCO3) e hidróxido de cálcio (Ca(OH)2) nas concentrações de 5% e 8% cada;
● Com os dados experimentais de velocidade média versus concentração de
lodo, especificar a concentração de lodo ideal (CLI) para cada uma das suspensões
nas respectivas concentrações;
● Calcular o valor da altura mínima (Zmin) e estimar o valor de ϴmin pela
curva da altura de interface em função do tempo;
● Dimensionar quatro sedimentadores cilíndricos com respeito a sua área
transversal, diâmetro e altura.

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3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

3.1. Sedimentação
A sedimentação é uma operação baseada no transporte de partículas sólidas através de
um meio líquido. Essa separação ocorre dentro de um sedimentador, o qual é muito utilizado
em indústrias químicas, em tratamento de água de efluentes. As partículas estão sujeitas às
forças da gravidade, empuxo e resistência ao movimento. Quando a densidade da fase sólida
é maior que a da fase líquida, conduz ao fenômeno da sedimentação, que é a deposição da
fase sólida na base do equipamento.
Nas bibliografias os sedimentadores são comumente classificados em dois grupos: os
clarificadores e os espessadores, o primeiro pretende obter como produto o líquido e
caracterizam-se pela produção de lama com baixas concentrações, já o segundo visa um
produto sólido e caracterizam-se pela formação de lamas muito concentradas, são os mais
utilizados industrialmente e geralmente operam em regime contínuo.
A figura 1 mostra uma vista esquemática de um sedimentador contínuo convencional

Fonte: França e Massarani (2002).


Figura 1: Vista esquemática de um sedimentador contínuo convencional.

Os sedimentadores contínuos apresentam três correntes de fluxo que podem ser


observadas na figura acima. A alimentação, contendo a suspensão que se deseja processar, o
clarificado, praticamente isento de sólidos e a lama que contém suspensão mais concentrada
que a alimentação.

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Geralmente os sedimentadores são construídos em seção circular e operam
continuamente providos de uma parte cilíndrica e uma cônica visando a facilidade de retirada
da corrente de fundo do equipamento. Na parte superior, observa-se a existência de um
vertedouro, por onde transborda a corrente de líquido clarificado. A alimentação da
suspensão que se deseja processar, é posicionada na região central e pode ser feita no topo ou
no interior do equipamento.
Estudos recentes foram realizados com a finalidade de melhorar o projeto dos
sedimentadores, a partir dessas melhorias surgiram duas modalidades de sedimentadores: os
sedimentadores convencionais e os não-convencionais, o primeiro é caracterizado por
apresentar diâmetro muito maior que a altura e a alimentação é feita no topo do equipamento,
qualquer modificação relativa aos modelos convencionais, caracterizam o segundo.
O sedimentador convencional compõe um tanque dotado de um sistema de
alimentação de suspensão e um de retirada de lama, assim como, mecanismos para descarga
do overflow e do underflow. A figura 2 mostra um sedimentador convencional.

Fonte: arquivo pessoal.


Figura 2: Sedimentadores convencionais.

Sedimentadores lamelados são exemplos de sedimentadores não- convencionais.


Compostos por uma série de placas inclinadas (lamelas), posicionadas na parte interna,
dispostas lado a lado, formando canais e aumentando a taxa de sedimentação. Tem -se ainda
o sedimentador de Alta Capacidade, semelhante ao contínuo convencional, mas apresentando
alguma modificação estrutural que promove maior capacidade do equipamento. Conta-se
com o sedimentador de Alimentação submersa, em que a alimentação da suspensão é feita em

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um ponto interior da região de compactação , o que elimina a necessidade da sedimentação
livre das partículas sólidas, pois as mesmas já são alimentadas num leito de lama já existente,
que aprisiona as partículas sólidas enquanto o líquido lixivia o leito ascendendo em direção à
região de líquido clarificado.
A figura 3 mostra o esquema de um sedimentador lamelado e a figura 4 mostra
esquemas que englobam características dos sedimentadores de alta capacidade e de
alimentação submersa.

Fonte: apud Silva (2004).


Figura 3: Vista esquemática de um sedimentador lamelado.

Fontes: http://www.solidliquid-separation.com e
http://www.outokumpu.com/en/Pages/default.aspx apud Silva (2004).
Figura 4 : configuração de Alta Capacidade/ configuração de Alimentação Submersa (High
Reith/ High Capacity Thickener).

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3.2. Dimensionamento de um sedimentador
Em meados de 1952, KYNCH desenvolveu uma teoria simplificada para descrever o
fenômeno de sedimentação em batelada. Tal teoria estipula que de posse do conhecimento do
movimento da interface descendente e da concentração inicial, consegue-se definir a variação
da velocidade das partículas na suspensão. Admitindo as seguintes hipóteses:
● A sedimentação é unidimensional;
● A concentração aumenta com o tempo no sentido do fundo do recipiente;
● A velocidade de sedimentação tende a zero, quando a concentração tende a
seu valor máximo;
● A velocidade de sedimentação depende apenas da concentração local de
sólidos;
● Os efeitos de parede não são considerados.
A teoria de Kynch aponta que o processo de sedimentação em batelada expõe quatro
regiões diferentes que são apresentadas na figura 5, em que está representada a dinâmica da
sedimentação em provetas (a) e a referente curva de sedimentação (b).

Fonte: Silva (2004)


Figura 5: A sedimentação em batelada segundo KYNCH (1952).

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Na região de líquido clarificado não há presença de sólidos, já na região de
sedimentação livre a concentração de sólidos é igual a concentração inicial e a velocidade de
sedimentação é constante, a região de transição é onde a velocidade de sedimentação é
decrescente e a concentração altera-se, por fim, na região de compressão a velocidade de
sedimentação é nula e a concentração é constante.
A interpretação gráfica dos resultados obtidos por KYNCH é apresentada na figura
abaixo.

Fonte: Silva (2004)


Figura 6: Determinação gráfica da concentração e da velocidade de sedimentação através da
teoria de KYNCH.

A partir do conhecimento de cada ponto obtido ao longo da curva de sedimentação, é


possível determinar a capacidade do sedimentador.

Uma reta tangente à curva do gráfico é traçada e tem-se que:


∆z
v= (1)
∆t
A concentração de lodo C L(g/L) em cada intervalo de tempo, pode ser obtida pela
equação:
C0 Z o
C L= (2)
zt
Sendo C 0 concentração de suspensão inicial encontrada na altura Z o.
A altura mínima deve ser estimada pela equação:
C0 Zo
Z min= ( 3)
C LI
Onde C LI é a concentração ideal da suspensão.

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O dimensionamento de um sedimentador consta da determinação do valor da sua
altura e da área transversal, baseado em dados operacionais da sedimentação em batelada. A
área do sedimentador pode ser obtida pela seguinte equação:
2
π D q .Ѳmin
A== (4)
4 Zo
Onde A é a área do sedimentador, D é o diâmetro do sedimentador, q é a vazão de
alimentação e Ѳmin é o tempo crítico.
Já a altura do sedimentador é dada pelas equações
H=H 1 + H 2 + H 3 (5)
Onde H 1 é a altura da zona clarificada (0,45< H 1<0,75m), H 2 é a altura da região de
espessamento, H 3 é a altura do fundo do sedimentador.
As alturas H 2 e H 3 serão dadas pelas seguintes equações:
4 tR
H 2= Z min ( )(6)
3 θmin
H 3=0,073 D(7)
Sendo t R o tempo de residência da fase particulada na zona de compactação, dado por:
t R =t CLI −t VC (8)
Sendo, t CLI o tempo relativo a concentração de lodo ideal e t VC o tempo onde a velocidade de
sedimentação torna-se constante.

3.3. Fatores que afetam a Sedimentação

De acordo com (CREMASCO, 2012), é necessário utilizar a teoria das misturas da


mecânica do contínuo para compreender a formulação da fluidodinâmica da sedimentação.
Levando em conta que a fluidodinâmica de sedimentação depende de vários processos, tais
como: a natureza das partículas, o efeito da concentração e o pré-tratamento; é necessário a
compreensão desses processos a fim de formular a descrição de sedimentação.
Dessa forma:

 Com relação a Natureza das Partículas:

Partículas que possuem maior diâmetro ou com formato esférico possuem uma
maior facilidade de sedimentar quando comparado com partículas de mesmo peso

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porém com formato irregular. Para contornar este problema, é possível utilizar o
processo de floculação com o intuito de aglomerar as partículas, transformando-as
assim em unidades maiores e com formato aproximado de uma esfera.

 Com relação ao Efeito da Concentração:

Em suspensões muito concentradas a taxa de sedimentação deixa de ser


constante e passa a ser decrescente (fenômeno em decorrência da sedimentação
impedida), fenômeno que interfere diretamente na velocidade de sedimentação. Por
outro lado soluções contendo partículas isoladas apresentam características de
sedimentação bem diferentes quando comparadas com as suspensões muito
concentradas.

 Com relação ao Pré-Tratamento:

Optar por flocular as suspensões previamente resulta em uma taxa de


sedimentação consideravelmente maior do que a suspensão original, em função do
grande volume de água que o floco contém em seus interstícios. De forma análoga, as
condições físico-químicas sob as quais ocorreu o processo de floculação interferem
também na determinação das taxas de sedimentação.

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4. MATERIAIS E MÉTODOS

4.1 Materiais
● 4 provetas graduadas de 1L;
● Régua;
● Cronômetro;
● Carbonato de cálcio(CaCO3) e hidróxido de cálcio(Ca(OH)2).

4.2. Procedimento Experimental

Primeiramente, em provetas de 1L preparou-se as suspensões de carbonato de cálcio e


hidróxido de cálcio com ambas concentrações de 50 e 80g/L, em seguida foram agitadas até
sua homogeneização.
Após agitação as suspensões foram deixadas em repouso para ocorrer a decantação
das partículas sólidas, sendo assim, acionou-se o cronômetro, com a finalidade de marcar o
tempo de deslocamento da interface a cada 50mL da proveta. Com ajuda de uma régua
medimos o comprimento a estes 50mL.
Com os dados obtidos na realização da aula prática, montou-se tabelas com as séries
de dados de cada ensaio.

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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

5.1. Resultados
Para cada ensaio, utilizando-se os dados coletados da altura da interface(Z) e do
tempo(t), estimou-se a curva Z versus t, assim como as equações do modelo exponencial que
as descrevem(e seus parâmetros), com valor de R igual ou superior a 0,997,como mostra os
gráficos seguintes:

Figura 7: Altura da interface em função do tempo para solução de Ca(OH)2 com 50g/L.

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Figura 8: Altura da interface em função do tempo para solução de Ca(OH)2 com 80g/L.

Figura 9: Altura da interface em função do tempo para solução de CaCO3 com 50g/L.

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Figura 10: Altura da interface em função do tempo para solução de CaCO3 com 80g/L.

Também foram determinados a velocidade média(v) e a concentração de lodo(C L)


para cada instante. Os dados estão descritos nas tabelas a seguir.
Para a determinação da concentração ideal do lodo(CLI) e seu tempo relativo(tCLI),
utilizou-se a média dos pontos onde verificou-se uma queda brusca da velocidade média.
Estes pontos estão destacados nas tabelas abaixo.

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Tabela 1: Valores de CaCO3 nas concentrações de 50 e 80g/L.
CaCO3 50g/L 80g/L
V (ml) h(cm) t(min) v(cm/min) C g/L t(min) v(cm/min) C(g/L)
1000 34,00 0,00  - 50,00 0,00 - 80,00
950 32,30 1,37 1,24 52,63 2,27 0,75 84,21
900 30,60 2,53 1,46 55,56 4,37 0,81 88,89
850 28,90 3,92 1,23 58,82 6,52 0,79 94,12
800 27,20 5,22 1,31 62,50 8,70 0,78 100,00
750 25,50 6,57 1,26 66,67 11,00 0,74 106,67
700 23,80 7,90 1,28 71,43 13,23 0,76 114,29
650 22,10 9,32 1,20 76,92 15,53 0,74 123,08
600 20,40 10,65 1,28 83,33 17,83 0,74 133,33
550 18,70 12,07 1,20 90,91 20,28 0,69 145,45
500 17,00 13,50 1,19 100,00 22,72 0,70 160,00
450 15,30 14,92 1,20 111,11 25,62 0,59 177,78
400 13,60 16,32 1,21 125,00 29,20 0,47 200,00
350 11,90 17,87 1,10 142,86 36,20 0,24 228,57
300 10,20 19,30 1,19 166,67 48,70 0,14 266,67
250 8,50 20,92 1,05 200,00 68,38 0,09 320,00
200 6,80 26,75 0,29 250,00 79,08 0,06 347,83
190 6,46 29,50 0,12 263,16
180 6,12 32,83 0,10 277,78
170 5,78 36,63 0,09 294,12
160 5,44 40,77 0,08 312,50
150 5,10 45,33 0,07 333,33
140 4,76 49,83 0,08 357,14

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Tabela 2: Valores de Ca(OH)2 nas concentrações de 50 e 80g/L.
Ca(OH)2 50g/ 80g/L
L
Vol (ml) h(cm) t(min) v(cm/min) Con. t(min) v(cm/min) Con.(g/L)
G/L
1000 34,00 0,00 50,00 0,00 80,00
950 32,30 2,40 0,71 52,63 5,22 0,33 84,21
900 30,60 4,95 0,67 55,56 10,28 0,34 88,89
850 28,90 7,58 0,65 58,82 15,62 0,32 94,12
800 27,20 10,08 0,68 62,50 20,97 0,32 100,00
750 25,50 12,60 0,68 66,67 26,42 0,31 106,67
700 23,80 15,02 0,70 71,43 32,10 0,30 114,29
650 22,10 17,55 0,67 76,92 38,00 0,29 123,08
600 20,40 20,07 0,68 83,33 44,13 0,28 133,33
550 18,70 22,82 0,62 90,91 50,87 0,25 145,45
500 17,00 25,35 0,67 100,00 58,28 0,23 160,00
450 15,30 27,87 0,68 111,11 66,52 0,21 177,78
400 13,60 30,78 0,58 125,00 75,87 0,18 200,00
350 11,90 34,00 0,53 142,86 85,72 0,17 228,57
300 10,20 38,60 0,37 166,67 96,58 0,16 266,67
250 8,50 46,22 0,22 200,00
200 6,80 55,33 0,19 250,00
190 6,46 58,00 0,13 263,16
180 6,12 60,25 0,15 277,78
170 5,78 62,58 0,15 294,12
160 5,44 65,17 0,13 312,50
150 5,10 67,68 0,14 333,33

Com os resultados de CLI calculou-se os valores de Zmin para cada ensaio (equação
3), com isso determinou-se os valores do θmin usando as equações estimadas no
STATISTICA para cada sistema.

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De posse dos valores de θmin, calculou-se o diâmetro e a área do sedimentador
necessário para cada solução.
Para o cálculo da altura do sedimentador, calculou-se o tempo de residência (t R), junto
com o tempo onde a velocidade de sedimentação se torna constante, os valores da tVC foram
obtidos da média dos últimos dois pontos das tabelas. Os valores utilizados para a altura da
zona clarificada variam entre 0,45 e 0,75 m, o valor utilizado foi de 0,6m. Abaixo segue a
tabela com seus respectivos resultados.

Tabela 3: Resultados obtidos.


Zmin(cm) Θmin(min) tR(min A(m2) D(m) H1(m) H2(m) H3(m) H(m)
)
CaCO3 7,55 28,78 19,22 28,27 6,00 0,60 0,07 0,44 1,10
50g/L
CaCO3 13,60 33,09 39,18 32,37 6,42 0,60 0,21 0,47 1,28
80g/L
Ca(OH)2 10,98 40,13 30,10 39,25 7,07 0,60 0,11 0,51 1,22
50g/L
Ca(OH)2 17,81 55,65 36,60 54,00 8,33 0,60 0,15 0,60 1,35
80g/L

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6.CONCLUSÃO

Com a realização da aula experimental, foram obtidos dados para o dimensionamento


de sedimentadores. Foi possível observar a variação da área e alturas requeridas para uma
mesma vazão de alimentação, com diferentes concentrações.
Com o auxílio do software Excel foi possível realizar o dimensionamento para cada
solução. Constatando que existe um comportamento inverso entre a velocidade de
sedimentação e a concentração, quanto maior a concentração menor será a velocidade de
sedimentação, necessitando-se assim um tempo maior de residência e causando uma
necessidade de aumento das dimensões do sedimentador, para uma vazão constante,
validando os resultados encontrados de valores maiores tanto no diâmetro quanto na altura
para a situação mais concentrada.
Por outro lado, sabendo que a velocidade é a derivada da função deslocamento versus
tempo e que o modelo utilizado para esta foi a função exponencial, como mostra os gráficos,
pode-se, então, analisar o parâmetro y1 como diretamente proporcional ao módulo da
velocidade de sedimentação(derivada da função exponencial). Para o caso da solução de
hidróxido de cálcio, de concentração de 50 para 80g/L, os valores de y1 foram
respectivamente de 0,027 e 0,009. Já para a solução de carbonato de cálcio, de concentração
de 50 para 80g/L, os valores de y1 estimados pelo modelo foram respectivamente de 0,063 e
0,041. Verifica-se também que as soluções de carbonato de cálcio apresentou tempos
menores que as de hidróxido de cálcio mostrando satisfatoriamente que o parâmetro y1
descreve o comportamento da taxa de decantação .O comportamento inverso dos valores de
y1 com o aumento da concentração, corrobora com a ideia do comportamento inverso entre a
velocidade de sedimentação e a concentração de sólidos em suspensão. Essa última análise
mostra que a estimação de parâmetros é uma ferramenta útil na análise de ensaios de
sedimentação.

23
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7.REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CREMASCO, M. A. Operações Unitárias em Sistemas Particulados e Fluidomecânicos.


Editora Blucher, São Paulo, 2012.

DE AZEVEDO, G.C. Simulação da operação de Sedimentadores contínuos.


06/03/2009.229. Dissertação- UFMG.Uberlândia, 2009.

GUIMARÃES, L. de M. J. Projeto de Sedimentador Contínuo a partir de Ensaios de


Proveta com Suspensão de Carbonato de Cálcio Utilizando o Método de Talmadge e
Fitch. CONAPESC, 2016.

Disponível em: http://www.ceermin.demin.ufmg.br/monografias/18.PDF, Acesso: 18 de Setembro


de 2017.

Disponível em: https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/15108/1/Janaina.pdf , Acesso: 18 de


Setembro de 2017.

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