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CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
Operações Unitárias I 1
SEDIMENTAÇÃO - DECANTAÇÃO
É uma operação de separação de misturas heterogêneas, utilizada, principalmente, para separar
misturas bifásicas, como a separação sólido-líquido, sólido-gás, líquido-líquido (imiscíveis) e líquido-gás.
A Sedimentação, também conhecida por Decantação, é um processo físico e tem como objetivo separar
sólidos de líquidos, por ação da gravidade, devido ao fato do sólido ser mais denso que o líquido. Esta
operação ocorre até se ter um fluido límpido e uma lama com maior teor de sólidos.
- Suspensões diluídas: com o objetivo de obter uma fase líquida com o mínimo
de sólidos (clarificadores de líquidos). O equipamento é, geralmente, chamado de
Clarificador (baixa concentração de partículas).
Lavagem dos sólidos: é a passagem da fase sólida de um líquido para outro, para lavá-la sem
filtrar (operação mais dispendiosa). Esse processo pode ser realizado em colunas, onde a
suspensão alimentada pelo topo é tratada com um líquido de lavagem introduzido pela base.
Porém é uma operação instável, uma vez que existem escoamentos preferenciais.
Operações Unitárias I 3
Critérios para classificação dos métodos de separação Sólido-Líquido
2. Força propulsora:
• Gravitacionais;
• Centrífugas;
• Diferença de Pressão ou
• Eletromagnéticas.
Operações Unitárias I 4
Operação do Sedimentador
O Sedimentador, que é um tanque cilíndrico raso de grande diâmetro, onde operam grades
que giram lentamente e removem a lama, opera com 3 correntes:
- Alimentação (A), Passante (P) e Retido (R). O Passante (P), geralmente, contém
partículas finas.
- Coagulação:
- Neutralização de cargas negativas das partículas permitindo a aproximação entre elas.
- Redução do Potencial Zeta (medida do potencial elétrico entre a superfície externa da camada
compactada formada ao redor da partícula e o meio líquido em que ela está inserida).
- Realizada em tanques de agitação intensa para facilitar a mistura entre as partículas e o
coagulante.
Floculação 8
Coagulação/Floculação
- Floculação:
- Aglutinação das partículas. O uso de floculantes provoca o aumento da velocidade, levando a menores áreas
de decantação e, ainda, podem aumentar a capacidade de um decantador existente.
- O uso de floculantes encarece a operação, com isso, deve-se fazer uma avaliação econômica.
- Realizada em outro tanque agitado, porém com agitação lenta para facilitar a aglutinação.
Sedimentador lamelado. 11
Fluidodinâmica da Sedimentação - Decantação
Considerações:
- A fase fluida se comporta como um fluido newtoniano e incompressível;
- Operação em batelada;
- Escoamento unidirecional e em contra-corrente das fases fluida e particulada;
- Aplicação das Equações da Continuidade e do Movimento para a fase particulada.
Projeto de um Sedimentador
- Determinação da altura e da área da seção transversal (dados de sedimentação em batelada);
- Curva de sedimentação: variação da altura da interface da fase particulada x tempo (taxa de
sedimentação, concentração da alimentação, do concentrado (espessado ou lama),
- Projeto: extrapolação da operação em batelada para a contínua (necessário a inclusão de
parâmetros de correção ao projeto).
.
Operações Unitárias I 12
Projeto de um sedimentador convencional contínuo
QA, CA Em que:
Para que não haja arraste de partículas sólidas na direção do extravasante de líquido clarificado:
Com isso, a diferença entre as vazões Q e QE será a vazão volumétrica de líquido que sobe pelo
decantador, matematicamente, tem-se:
QC = Q - QE (1)
A equação (1) dividida pela área do decantador A é igual a velocidade de ascensão do líquido. E esta
velocidade deverá ser menor que a velocidade “v” de decantação nessa zona. A condição limite
pode ser expressa, matematicamente, por:
𝑄𝐶 (𝑄 − 𝑄𝐸)
𝑣= =
𝐴 𝐴
Logo,
𝑄𝐶 (𝑄 − 𝑄𝐸) (2)
𝐴= =
𝑣 𝑣
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Balanço de massa da fase particulada
𝑄𝐴 𝐶𝐴 = 𝑄 𝐶 = 𝑄𝐸 𝐶𝐸 (3)
𝑄𝐶 e 𝑄𝐶
Então, 𝑄𝐴 = (4) 𝑄𝐸 = (5)
𝐶𝐴 𝐶𝐸
𝑄 1−𝐶 = 𝑄𝐶 + 𝑄𝐸 (1 − 𝐶𝐸 ) (6)
1 1
𝑄𝐶 = 𝑄 𝐶 − (7)
𝐶 𝐶𝐸
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Da equação (3), sabe-se que: 𝑄𝐴 𝐶𝐴 = 𝑄 𝐶
𝑄𝐴 𝐶𝐴 1 1
Substituindo (8) em (2), tem-se: 𝐴= − (9)
𝑣 𝐶 𝐶𝐸
Em que:
A = área de decantação = seção transversal do decantador (m2);
v = velocidade de decantação na zona limite (m/h);
QA = vazão volumétrica da suspensão alimentada ao decantador (m3/h);
CA = concentração de sólidos na suspensão alimentada (t/m3);
CE = concentração da lama espessada (t/m3);
C = concentração da suspensão na zona limite (t/m3).
Operações Unitárias I 16
Métodos para o dimensionamento de sedimentadores
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b) Método de Kynch: desenvolveu um método de dimensionamento que requer apenas um
experimento que forneça a curva de decantação (Z versus t).
A C
C0 B
C
t
Cf
Região de líquido clarificado Região de transição
O Região de sedimentação livre Região de formação do sedimento
Em que:
C0 = concentração inicial da suspensão (t/m3);
Cf = concentração final da suspensão (t/m3). Operações Unitárias I 18
b) Método de Kynch:
- Tanto C quanto v podem ser retirados diretamente da curva, traçando-se tangentes em diversos
pontos da curva e determinam-se os valores de t, Z e Zi.
altura da interface
𝑍𝑖 − 𝑍 Z0
𝑣= (10)
𝑡
Zi
𝐶0 𝑍0 Z0
𝐶 = (11)
𝑍𝑖 Zi Z
Em que: t
C0 = concentração inicial da suspensão (t/m3); Determinação da altura da interface
Z0 = altura inicial da suspensão (m).
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b) Método de Kynch:
A C
Zi1 C0
Zi2
B
Z1
Z2
C
Cf
O
Ensaio de proveta pela teoria de Kynch
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Exercício:
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