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Faculdade de
Engenharia Química
EQ 902 A
Laboratório de Engenharia Química IV
1o Semestre de 2016
Sedimentação
Grupo A:
Resumo ................................................................................................................................. 2
Nomenclatura ........................................................................................................................ 3
1. Contextualização e Objetivo ............................................................................................ 4
2. Material e Métodos .......................................................................................................... 8
2.1. Equipamentos........................................................................................................ 8
2.2. Materiais ................................................................................................................ 9
2.3. Metodologia ........................................................................................................... 9
3. Resultados e Discussão .................................................................................................10
3.1. Curvas de Sedimentação .....................................................................................10
3.3. Determinação da constante da velocidade de sedimentação ..............................15
3.4. Cálculo da área dos sedimentadores contínuos ...................................................17
4. Conclusões.....................................................................................................................19
5. Sugestões para continuação do trabalho .......................................................................20
6. Referências Bibliográficas ..............................................................................................20
7. Anexos ...........................................................................................................................20
A. Memória de Cálculo ....................................................................................................20
1
Resumo
2
Nomenclatura
A Área do sedimentador m²
Hc Altura crítica cm
dp Diâmetro da partícula m
E Empuxo N
Fa Força de arraste N
Ca Coeficiente de arraste
3
1. Contextualização e Objetivo
A sedimentação é uma operação unitária que favorece a separação de uma
suspensão diluída através dos efeitos da ação da força gravitacional, sendo realizada em
tanques conhecidos como sedimentadores.
A aplicação da sedimentação é ampla em todo tipo de processo que envolva a
separação de sólidos e líquidos em suspensão e a sua implementação depende de fatores
como velocidade da separação do líquido em relação ao particulado. A operação unitária é
importante porque é uma alternativa barata e pouco consumidora de energia a outros tipos
separações, que podem empregar diferença de pressão ou de carga elétrica de partículas
para separação, o que pode ser custoso.
Na prática, muitos processos de engenharia química possuem requerimentos muito
restritos quanto à presença de partículas em suspensões. Particulados podem ser
catalisadores de reações indesejadas em processos reacionais, fontes importantes de
perda de carga no transporte de substâncias e de corrosão e erosão em equipamentos,
como bombas, e tubulações. Além disso, aglomerados de partículas podem obstruir canais
de passagem de líquidos e, assim, diminuir a segurança de alguns processos.
Além disso, em alguns processos é necessária a diluição de um particulado para a
ocorrência de reações desejadas, como na adição de um catalisador sólido em um meio
reacional líquido. A recuperação dessas partículas em estado mais concentrado pode ser
necessária para a viabilização econômica do processo.
Em ambos casos, a utilização da sedimentação como forma de separação sólido-
líquida pode ser uma vantagem competitiva para uma indústria, por causa de seu baixo
custo e simplicidade de operação (Cremasco, 2012) e aplicação ampla para suspensões de
diferentes tipos e processos com diferentes objetivos.
O resultado de uma sedimentação eficiente deve ser sempre uma fase líquida com
menor concentração de partículas sólidas (líquido límpido ou clarificado) no topo do
sedimentador em relação à suspensão inicial e, de forma congruente, um produto de fundo
com concentração maior de sólidos que a inicial (lama decantada ou espessado). De
acordo com o objetivo da separação, os sedimentadores podem ser denominados
4
espessadores, quando o produto de fundo é de maior valor econômico, ou clarificadores,
quando o líquido com baixa concentração de partícula é requerido (Foust, 1982).
Industrialmente, a operação de sedimentação pode ser contínua ou descontínua. A
operação descontínua é feita em tanques rasos de grande diâmetro, onde operam
raspadores que removem a lama de forma lenta. Essa etapa de raspagem, nesse tipo de
operação, é considerada a parte menos ágil do processo e, portanto, o gargalo de muitas
plantas industriais. Nesta configuração, injeta-se a suspensão pelo meio do tanque. Nas
bordas do tanque são projetados os vertedores para o clarificado. No fundo do tanque, os
raspadores operam para concentrar a lama no centro do tanque, por onde ela é retirada
(Foust, 1982). Na Figura 1, pode ser observada a ilustração de um sedimentador contínuo.
5
mais límpido comece a aparecer, momento a partir do qual ele é bombeado separadamente
(Foust, 1982).
Na sedimentação descontínua, à medida em que ocorre o processo, a evolução da
separação sólido-líquida pode ser observada através da formação de diferenças zonas com
diferentes concentrações de sólido. Essas zonas podem ser observadas na Figura 2. A
partir de uma suspensão de concentração uniforme (a), são formadas 4 zonas de
dimensões e concentrações diferentes (b). A zona A representa o líquido límpido
(clarificado) e ela aumenta de dimensão durante a separação, assim como a zona D, que
representa a lama espessa (espessado). As zonas B e C são zonas de concentração
intermediária entre A e D e diminuem seu tamanho com a evolução do processo, que pode
ser observado na Figura 2 em (c) e (d). O desaparecimento das zonas intermediárias
acontece no ponto crítico da sedimentação e, a partir do qual a separação ocorre de forma
lenta com a compressão dos sólidos e progressiva expulsão do líquido retida no espessado.
Figura 2:Esquema de Sedimentação Descontínua
(2)
Equações 1 e 2 e considerações adicionais: a) de que vazão ascendente de líquido
está relacionada à área transversal do sedimentador (A) e à velocidade ascendente de
líquido (v); b) de que concentração volumétrica de sólidos na suspensão (C*) pode ser
relacionada à fração volumétrica de sólidos (C) através da massa específica de sólido (ρs)
podem ser combinadas na Equação 3:
(3)
7
Assim, é possível projetar a área do sedimentador contínuo através do experimento
obtendo parâmetros que descrevam a velocidade do líquido (v) e as concentrações de
sólidos na suspensão e no espessado. A relação entre esses parâmetros e os dados
obtidos para o experimento serão exploradas na explicitação dos resultados.
2. Material e Métodos
2.1. Equipamentos
4 Provetas de vidro de 250 mL com rolha;
4 Becker de vidro de 500ml;
Pisseta;
Cronômetro;
Balança semi-analítica;
Espátula;
Luminária com duas lâmpadas fluorescentes tubulares e um difusor.
8
2.2. Materiais
Água destilada (H2O);
Carbonato de cálcio (CaCO3);
Sulfato de Alumínio (Al2(SO4)3);
2.3. Metodologia
Foram pesadas, em Becker, três diferentes massas de carbonato de cálcio: 7,50 g,
10,00 g e 12,51 g, necessárias para a preparação de 250 mL de suspensão com 30, 40 e
50 g/L de CaCO3, respectivamente. A quarta suspensão, contendo 50 g/L de CaCO 3 e 1200
ppm de Al2(SO4)3, foi preparada com 12,50 g de carbonato de cálcio e 0,31 g sulfato de
alumínio.
Às alíquotas pesadas foi adicionado água destilada e agitado com o auxílio da
espátula. As suspensões foram, então, transferidas para as provetas com o auxílio de
pisseta com água destilada, tendo seu volume completado até 250 mL. As provetas foram
organizadas a frente da luminária, tomando-se o cuidado de manter a escala em papel
milimetrado sempre visível.
Posteriormente, a luminária foi ligada e as provetas contendo soluções de 50 g/L
foram tampadas com rolha de vidro e vigorosamente agitadas. Após agitação as provetas
foram colocadas na bancada e destampadas, no mesmo instante o cronômetro foi
acionado.
A cada 20 segundos, anotou-se a altura definida pelo papel milimetrado relativa à
interface entre suspensão e líquido límpido para cada proveta, tomando-se cuidado para
evitar qualquer perturbação ao sistema, como vibrações na mesa de apoio. Após 4 minutos
de sedimentação, o intervalo de observação passou a ser de 40 segundos; após 10
minutos, o intervalo passou a ser de 1 minuto e, após 20 minutos, as anotações passaram a
ser feitas a cada 2 minutos. O experimento foi monitorado até 80 minutos.
Quando as suspensões de 50 g/L atingiram 20 minutos de observação o mesmo
procedimento passou a ser repetido para as suspensões de 30 g/L e 40 g/L, sendo que
estas foram monitoradas até tempo total de 60 minutos. Em seguida ao monitoramento as
provetas foram fechadas e mantidas sobre a bancada.
9
Após aproximadamente 24 horas de repouso, anotou-se as alturas referentes à
interface entre os sedimentos e o líquido, para as quatro provetas, observando-se, também,
a limpidez das zonas de líquido sobrenadante de cada uma delas. Com o fim do
procedimento experimental as suspensões foram devidamente descartadas e a vidraria
limpa.
3. Resultados e Discussão
25
Altura da interface (cm)
20
15
10
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Tempo (min)
30 g/L 40 g/L 50 g/L 50 g/L com coadjuvante
10
Tabela 1 – Massas utilizadas nos prepares das suspensões de estudo e altura final do
sedimento
Suspensão m CaCO3 (g) m Al2(SO4)3 (g) (cm)
30 g/L 7,5027 - 1,8
40 g/L 10,0085 - 2,3
50 g/L 12,5077 - 2,7
50 g/L com coadjuvante 12,5009 0,3097 3,2
Em uma partícula sólida em suspensão atuam três forças ao mesmo tempo: Peso,
Empuxo e Arraste, conforme as Equações 4 a 6. Quando esta atinge a velocidade terminal
, o balanço destas forças é nulo, e a velocidade terminal pode ser calculada através da
Equação 7 (Foust, 1982), considerando-se que as partículas são esféricas para o cálculo da
área transversal e seu volume:
(4)
(5)
(6)
11
(7)
12
3.2. Determinação do tempo e altura crítica de sedimentação
25
20
Altura da interface (cm)
15
10
0
0 10 20 30 40 50 60
Tempo (min)
25
20
Altura da interface (cm)
15
10
0
0 10 20 30 40 50 60
Tempo (min)
13
Figura 8: Aplicação do método da bissecção para a suspensão de 50 g/L
25
20
Altura da interface (cm)
15
10
0
0 20 40 60 80
Tempo (min)
25
20
Altura da interface (cm)
15
10
0
0 20 40 60 80
Tempo (min)
Tabela 2: Alturas e tempos críticos obtidos pelo método da bissecção para cada suspensão
estudada
Suspensão (cm) (min)
30 g/L 4,59 13,85
40 g/L 6,33 17,25
50 g/L 7,23 23,50
50 g/L com coadjuvante 11,46 23,70
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Conforme esperado, os efeitos do aumento da concentração e da adição de
coadjuvante acarretaram em maiores valores de e , dadas as menores velocidades de
sedimentação e quantidades de material presentes discutidos anteriormente. É possível de
se observar também que a adição do coadjuvante tem pouco efeito no tempo crítico, apesar
de que este cause um aumento considerável na altura crítica obtida.
y = -0,034x + 0,6984
ln (H-H∞)
0,5
R² = 0,9257
0
-0,5
-1 0 10 20 30 40 50
∆t (min)
15
Figura 11: Ajuste linear de ln(H-H_ ) por ∆t para a suspensão de 40 g/L
1,6
1,4
1,2
ln (H-H∞) 1
0,8 y = -0,0292x + 1,0838
0,6 R² = 0,885
0,4
0,2
0
-0,2
0 10 20 30 40 50
∆t (min)
1,6
1,4
1,2
1
y = -0,0216x + 1,2197
ln (H-H∞)
0,8 R² = 0,896
0,6
0,4
0,2
0
-0,2 0 10 20 30 40 50 60
∆t (min)
Figura 13: Ajuste linear de ln(H-H_ ) por ∆t para a suspensão de 50 g/L com coadjuvante
2,5
2 y = -0,0212x + 2,0687
R² = 0,9983
ln (H-H∞)
1,5
0,5
0
0 10 20 30 40 50 60
∆t (min)
16
Tabela 3: Coeficientes de velocidade de sedimentação e R2 obtidos através da linearização
dos dados
Suspensão (1/min) R2
30 g/L 0,0340 0,9257
40 g/L 0,0292 0,8850
50 g/L 0,0216 0,8960
50 g/L com coadjuvante 0,0212 0,9983
17
10 ton/h de sólidos em suspensão, com a meta de produção de lodo com concentração de
100 g/L.
18
Quanto ao efeito da presença de coadjuvante na suspensão, obteve-se um aumento
considerável na área do sedimentador, devido à redução na velocidade de sedimentação
que este promove em suspensões com mesmas concentrações na alimentação de sólidos.
Novamente, deve-se levar em conta que sua presença consegue remover uma quantidade
maior de sólidos no líquido clarificado produzido, reduzindo sua turbidez e gerando um
produto com maior qualidade.
4. Conclusões
19
5. Sugestões para continuação do trabalho
6. Referências Bibliográficas
7. Anexos
A. Memória de Cálculo
20
Para uma concentração de 30 g/L, temos:
Fluxo: F = 10 ton/h
Concentração inicial: Co = 30 g/L, 40 g/L e 50 g/L (com e sem coagulante)
Concentração de lodo desejada: Ce* = 0,1 g/cm³
Densidade de CaCO3: ρCaCO3 = 2,8 g/cm³
Assumiu-se que a densidade da suspensão seria a mesma da água, sem variação:
ρsusp. = 0,995 g/cm³
Para apresentar um cálculo aqui, utiliza-se dados de concentração 30 g/L , com os dados
coletados no tempo entre 0 e 20 segundos:
H (t=0) = 21 cm
H (t=20) = 20,6 cm
21
Acertando as unidades do fluxo e concentração inicial:
Assim, temos:
Determinação da constante i
Montando o gráfico, com o eixo como ln(H − H∞) e o eixo como − . Dessa
maneira, a constante i será o coeficiente angular da reta obtida. No entanto, observa-se que
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o gráfico só é definido para a região após o ponto de sedimentação crítica. Para a
suspensão de 30 g/L, a equação da reta obtida foi:
Y = -0,034.x + 0,6984
23