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Lista de Exercícios

(Resistências de cisalhamento em
argilas)
Grupo: Rômulo de Medeiros
Gerlane

Footer Text 9/1/2015 1


1 – Uma argila saturada, não estruturada, apresenta uma tensão de pré-
adensamento, em compressão isotrópica, de 100 kPa, correspondente a um índice
de vazios de 2. Seu índice de compressão é igual a 1 e seu índice de recompressão
é igual a 0,1. Num ensaio CD convencional, com confinante igual a 100 kPa, essa
argila apresentou tensão desviadora na ruptura igual a 180 kPa e variação de
volume de 9%.

a) Qual é a envoltória de resistência dessa argila para tensões acima da tensão de


sobreadensamento?
b) Outro ensaio CD foi realizado com a mesma argila, com confinante iguala 200
kPa. Pergunta-se:
(1) Qual é a tensão desviadora na ruptura?
(2) Qual é o índice de vazios do corpo de prova após a aplicação da pressão
confinante?
(3)Qual é o índice de vazios na ruptura?
Ensaio CD convencional

Tensão pré-adensamento = 100 kPa

Índice de vazios (e) = 2

Índice de compressão = 1

Índice de recompressão = 0,1

Confinante = 100 kPa

Apresentou tensão desviadora na ruptura = 180 kPa

Variação de volume de 9%

Para tensões acima da tensão de sobreadensamento, a envoltória é uma reta


que passa pela origem
a)
Com o círculo de Mohr
correspondente à ruptura do
primeiro ensaio , a envoltória
fica definida.

Pode-se verificar graficamente


que o ângulo de atrito interno é
de 28, 3°

O ângulo de atrito também pode ser obtido analiticamente


através da fórmula:

( 1   3)r
  arcsen( )  arcsen180 / 380  28,3
( 1   3)r
b1)
As tensões desviadoras na ruptura são
proporcionais às tensões confinantes quando o solo
está sob tensão confinante igual ou acima da tensão
de pré-adensamento, como no caso (a envoltória é
uma reta cujo prolongamento passa pela origem)

Portanto a tensão desviadora na ruptura é:

( 1   3)r
( 1 -  3)r  [ ] 3r (ens )
 3r
Tensão desviadora na ruptura
180
( 1 -  3)r  [ ] '3  1,8 x 200  360kPa
100
Nova tensão confinante
b2)

Qual é o índice de vazios do corpo


Quando o corpo de prova se adensa
de prova após a aplicação da tensão
sob o efeito da passagem da pressão
confinante?
confinante de 100 para 200 kPa, ele
sofre uma compressão indicada pelo
seu índice de compressão conforme a
fórmula resultante, empregada para o
cálculo dos recalques:

(e1  e2)
Cc 
Índice de compressão (log  2  log  1)
(e1  e2)  Cc.(log  '2  log  '1)  1,0x(log 200  log100)  0,3
Confinate
Portanto, o corpo de prova fica com um índice de vazios igual a 2-0,3 =
1,7 após adensamento sob a confinante de 200kPa
b3 Qual é o índice de vazios na ruptura?

No ensaio feito com σ3 = 100 kPa, houve uma variação de volume de 9%, que também
ocorre nos ensaios feitos com pressões confinantes superiores.
A essa variação de volume corresponde uma variação de índice de vazios que pode ser
calculada pela equação: Variação de volume

(e1  e2)  v(1  e1)  0,09 x(1  1,7)  0,24


Portanto, durante o carregamento axial, o corpo de prova se contrai, seu índice de
vazios diminui 0,24, ficando, ao final, com um índice de vazios da ordem de
1,7 – 0,24 = 1,46
Índice de vazios do corpo de prova após a
aplicação da tensão confinante
Considere a situação em que 3 permanece
constante e 1 cresce

t
s
f

s = c +  tgf

3 1
8

Considere a situação em que 3 permanece
constante e 1 cresce

t
s
f

s = c +  tgf’

Trajetória de Tensões Totais


c TTT
3 1


9
Considere a compressão triaxial de dois
corpos-de-prova com drenagem – Ensaio
CD
Adensamento
Cisalhamento

f’
s = c +  tgf’
t
s a

a
3 3 1  1
10
Considere a compressão triaxial de dois
corpos-de-prova com drenagem – Ensaio
CD

f’
s = c +  tgf’
t
s a

3 3 1  1
11
Definições

f
s = c +  tgf’
t Ruptura
s a

Valores finais
dos caminhos
c de tensões

a
3 3 1  1
12
Relação entre f e a.
f
s = c +  tgf’
t
s a

tan a  
y
c y y x
sen f  
y
a x

3 3 1  1
x

Logo sen f   tana 


13
Relação entre c e a
f
s = c +  tgf’
t
s a

sen f   tana 

tan a  
a
x

tan f  
c
c y y x

a
3 1 
x
tan a  a sen f
 ac a  c cos f
tan f c tan f 14
Considere a compressão triaxial de dois
corpos-de-prova adensados e não drenados
– Ensaio CU
Adensamento
Cisalhamento

t s = c +  tgf f
s
a

c
a

3 3 1  1
15
Considere a compressão triaxial de dois corpos-de-
prova adensados e não drenados – Ensaio CU

f’
s = c’ +  tgf’
t s = c +  tgf f
s
Du

c’
c

3 3 1  1
16
Exercício 1

9/1/2015 17
Exercício 1
Uma amostra de uma argila normalmente adensada foi consolidada com
σ3 = 350 kPa e levada à ruptura por cisalhamento em condições drenadas
(ensaio triaxial CD) a qual rompeu com σ1 = 1050 kPa. Pergunta-se:
a) Qual é o ângulo de atrito efetivo desta argila?

600
f’ =30o
σ1 '+σ 3 ' σ1 - σ 3
500
a’=27o p' = q=
2 2
400
q (kPa)

300 Final da Ruptura


200
1050 + 350
100
p' =
2
45o
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 p' = 700 kPa
p (kPa)

1050 - 350
q=
2
senφ = tanα q = 350 kPa
18
Exercício 1
b) Quais são as tensões finais (totais e efetivas) de uma amostra da mesma
argila que foi ensaiada em condições não drenadas (ensaio CU), adensada
com σ3 = 500 kPa e que apresentou o parâmetro de poro-pressão A na
ruptura igual 0,40?
Solução:
600
f’ =30o 3’ d * Du
500 500 300 120
a’=27o
400 500 600 240
q (kPa)

* - Adotado
300

200
Skempton

100 Δu Δu
A= =
45o σ1 - σ 3 σ d
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 Δu = 0,4 .σ d
p (kPa)
d d

Du Du

19
Exercício 1
b) Quais são as tensões finais (totais e efetivas) de uma amostra da mesma
argila que foi ensaiada em condições não drenadas (ensaio CU), adensada
com σ3 = 500 kPa e que apresentou o parâmetro de poro-pressão A na
ruptura igual 0,40?
Finalmente:
600
f’ =30o p= 556 kPa q= 278 kPa
500
a’=27o σ1 '+σ 3 ' σ1 - σ 3
400 p' = q=
2 2
q (kPa)

300

200
1' = 834 kPa

100 3 = 278 kPa


45o
0 d = 556 kPa
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100
p (kPa)

d
Du = 0,4 . 556 = 222 kPa
1' = 834 kPa
1 = 834 + 222 = 1056 kPa
20
Exercício 1
c) Qual é o plano de ruptura da amostra não drenada?

600
f’ =30o
500
a’=27o
400
θ' = 45 + φ' / 2
q (kPa)

300 θ' = 45 + 30 / 2
200
θ' = 60º
100
1' = 834 kPa
60o
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100 3 = 278 kPa
p (kPa)

21
Exercício 1
d) Quais são as tensões no plano de ruptura da amostra não drenada?

600
f’ =30o σ' = 417 kPa
500
a’=27o τ' = 241kPa
400
q (kPa)

300

200

100

60o
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100
p (kPa)

22
Exercício 1
e) Qual é o ângulo de atrito em termos das tensões totais para o ensaio CU?

3 = 500 kPa
1 = 1056 kPa
p = 778
600
f’ =30o q = 278
500
a’=27o a  20º
400 ϕ =21o
tan a  senf
q (kPa)

300

200 f  21º

100

0
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100
p (kPa)
Δu = 222 kPa

23
Exercício 2
Três amostras de uma argila foram cisalhadas no ensaio triaxial não drenado e
apresentaram os resultados listados abaixo. Uma quarta amostra desta mesma
argila foi ensaiada em condições drenadas na compressão triaxial com
3=300kPa. Pergunta-se:

3 (kPa) 1 (kPa) u(kPa)


a) Os parâmetros de resistência desta argila
80 220 65
b) A tensão desvio na ruptura para o ensaio CD. 200 442 120
350 720 190
c) O ângulo do plano de ruptura.

d) As tensões normal e cisalhante no plano de ruptura CD

9/1/2015 24
Exercício 2
Três amostras de uma argila foram cisalhadas no ensaio triaxial não drenado e
apresentaram os resultados listados abaixo. Uma quarta amostra desta mesma
argila foi ensaiada em condições drenadas na compressão triaxial com
3=300kPa. Pergunta-se:

3 (kPa) 1 (kPa) u(kPa) p (kPa) q (kPa) p’(kPa)


80 220 65 150 70 85
200 442 120 321 121 201
350 720 190 535 185 345

a) Os parâmetros de resistência desta argila  c ' e f '


Obter por caminho de tensões

1   3
p p'  p  u
2
1   3
q
2
25
Exercício 2
3 (kPa) 1 (kPa) u(kPa) p (kPa) q (kPa) p’(kPa)
80 220 65 150 70 85
200 442 120 321 121 201
350 720 190 535 185 345

a) Os parâmetros de resistência desta argila  c ' e f '

450 tan a '  senf '


400

350
a’ =23,56o
f '  arcsen (tan 23,56o )
300

f ' 25,8o
250

200

150
a 32,5
100 c ' 
50
cos f ' cos 25,8o
32,5 = a’
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800
c' 36,1kPa 26
Exercício 2
3 (kPa) 1 (kPa) u(kPa) p (kPa) q (kPa) p’(kPa)
80 220 65 150 70 85
200 442 120 321 121 201
350 720 190 535 185 345

b) A tensão desvio na ruptura para o ensaio CD.

450 σ1 - σ 3
q=
400
2
350

300 σ d = σ1 - σ3
250

200 q = 289kPa
150

100
σd = 2 q = 578 kPa
50

0
45o
0 100 200 300 400 500 600 700 800
27
Exercício 2
3 (kPa) 1 (kPa) u(kPa) p (kPa) q (kPa) p’(kPa)
80 220 65 150 70 85
200 442 120 321 121 201
350 720 190 535 185 345
c) O ângulo do plano de ruptura e a tensão desvio na ruptura para o ensaio CD.

450 f ' 25,8o


400

350 φ'
θ ' = 45 + = 58o
300
2
250

200 25,8
θ ' = 45 + = 58o
150
2
100

50 58o
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800 28
Exercício 2
3 (kPa) 1 (kPa) u(kPa) p (kPa) q (kPa) p’(kPa)
80 220 65 150 70 85
200 442 120 321 121 201
350 720 190 535 185 345

d) As tensões normal e cisalhante no plano de ruptura CD


450

400

350  ;t   460 ; 260


300

250

200

150

100

50 58o
0
0 100 200 300 400 500 600 700 800

29
Exercício 3
Três corpos de prova foram adensados e cisalhados em compressão triaxial sem
drenagem. Os resultados são apresentados na tabela abaixo. Qual seria a poro-
pressão gerada na ruptura de um corpo de prova cisalhado sem drenagem e
normalmente adensada a uma tensão de 400kPa?
3 (kPa) 1 (kPa) u(kPa) p (kPa) q (kPa) p’(kPa)
100 180 50 140 40 90
200 360 102 280 80 178
350 630 178 490 140 312
300
t,q
1   3
250
p
2
200
Du= 201
 '  '3
p ' 1
150 TE 2
100 p'  p  u
50
TT
45o
Du=201 kPa
0
0 100 200 300 360 400 500 561 600
,p
30
Exercício 4
Duas amostras de uma argila normalmente adensada foram cisalhadas nas seguintes
condições:
• Adensada drenada com pressão celular de 200 kPa e 1= 360 kPa
• Adensada não drenada com pressão celular de 3 = 98 kPa e ’1= 158 kPa
a) Determine as poro-pressões geradas na ruptura nas duas amostras
• Amostra drenada:
200
q
Du  0
• Amostra não drenada:
150
1   3 360  200
p 
2 2
100
p  280 kPa
1   3 360  200
q 
50
2 2
qp  80 kPa
45o ’1
 '3  88 kPa
0
0 50 100 150 200 250 300 p 350

Du   3   '3  98  88  10 kPa 31

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