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Universidade Federal de Alagoas

Campus do Sertão
Eixo de Tecnologia

Mecânica dos Solos I


Aula 09 –
Distribuição de Tensões no Solo
Prof. Alexandre Nascimento de Lima

Delmiro Gouveia, maio de 2023.


Introdução
O solo sob solicitações se deformará, modificando volume e
forma iniciais. A magnitude das suas deformações pelo solo
dependem de suas propriedades intrínsecas de deformabilidade
(elásticas e plásticas) e do valor do carregamento imposto.
O conhecimento das tensões atuantes em um maciço de terra,
do peso próprio ou de carregamentos em superfície (ou alívio
de cargas provocado por escavações) é de vital importância no
entendimento do comportamento de praticamente todas as
obras da engenharia geotécnica.
Introdução
Esta aula trata da determinação ou previsão das pressões,
aplicadas ou desenvolvidas em pontos do terreno, como
resultado de um carregamento imposto, e as tensões existentes
no maciço devido ao seu peso próprio (tensões geostáticas).
O estado de tensões em cada ponto do maciço depende do
peso próprio do terreno, da intensidade da força aplicada e da
geometria da área carregada e a obtenção de sua distribuição
espacial é normalmente feita a partir das hipóteses formuladas
pela teoria da elasticidade.
Tensões em uma massa de solo
O conceito de tensão em um ponto (desenvolvido pela
mecânica do contínuo) é apresentado na disciplina Mecânica
dos Sólidos, podendo ser representado pela equação a seguir:

∆𝐹
𝜎 = lim
∆𝐴→0
∆𝐴

Onde ΔF é o módulo da força que atua no elemento de área de


módulo ΔA.
Tensões em uma massa de solo
O estado de tensão em qualquer plano passando por um ponto
em um meio contínuo é totalmente especificado pelas tensões
atuantes em três planos mutuamente ortogonais, passando no
mesmo ponto.
O estado de tensões num ponto é representado pelo tensor de
tensões naquele ponto. O tensor de tensões é composto de 9
componentes (matriz simétrica). O produto deste tensor pelo
versor da normal do plano passando pelo ponto considerado
fornece as componentes da tensão atuando no plano.
Tensões em uma massa de solo
Tensões em uma massa de solo
Obs. 1: Apesar do solo ser um sistema de três fases, o conceito
de tensão tem sido utilizado com sucesso na prática geotécnica.
Obs. 2: Boa parte dos problemas em MecSolos podem ser
encarados como problemas planos, podendo o estado de tensões
em um ponto ser representado pelo círculo de Mohr.
Obs. 3: Por serem fluidos, as tensões existentes nas fases água
e ar são sempre ortogonais ao plano passando pelo ponto
considerado. Na maioria dos casos, a pressão nos vazios de ar
do solo é igual à pressão atmosférica (adotada como zero).
O princípio das tensões efetivas
Postulado por Terzaghi para solos saturados, o princípio das
tensões efetivas é uma função da tensão total (soma das tensões
nas fases água e partículas sólidas) e da tensão neutra (pressão
existente na fase água do solo), que governa o comportamento
do solo em termos de deformação e resistência ao cisalhamento.
Experimentalmente, para o caso dos solos saturados, o que
governa o comportamento do solo é a diferença entre a tensão
total e a pressão neutra, denominada então tensão efetiva.
O princípio das tensões efetivas
As tensões normais desenvolvidas em qualquer plano num
maciço terroso serão suportadas pelas partículas sólidas e pela
água. As tensões cisalhantes somente poderão ser suportadas
pelas partículas sólidas.
No caso dos solos saturados, uma parcela da tensão normal
age nos contatos interpartículas e a outra parcela atua na água
existente nos vazios.
O princípio das tensões efetivas
Isso dá origem a uma das relações mais importantes da
Mecânica dos Solos, proposta por Terzaghi:

𝜎′ = 𝜎 − 𝑢
Onde:
σ’ é a tensão efetiva do solo;
σ é a tensão total e;
u é a pressão neutra no ponto considerado.
O princípio das tensões efetivas
Ela é chamada de pressão neutra pois não contribui para a sua
resistência, sendo assim chamada de pressão neutra.
Se o nível de água aumentar, a pressão total sobre o solo
aumenta, mas ele não se deforma, porque os acréscimos de
tensão total são contrabalançados por iguais acréscimos na
tensão neutra e a tensão efetiva permanece inalterada.
O princípio das tensões efetivas
As tensões no interior de um maciço são causadas por cargas
aplicadas ao solo e pelo seu peso próprio. A distribuição destes
estados de tensão obedece a um conjunto de equações
diferenciais (equações de equilíbrio e de compatibilidade) e às
leis constitutivas do material, com resolução complicada.
Existe uma situação frequentemente encontrada na geotecnia,
em que o peso do solo propicia um padrão de distribuição de
tensões simplificado. Isto acontece quando a superfície do solo
é horizontal e as propriedades do solo variam muito pouco na
direção horizontal.
Cálculo da tensão geostática vertical
Nesta situação, não existem tensões cisalhantes atuando nos
planos vertical e horizontal (planos principais de tensão).
Portanto, a tensão vertical em qualquer profundidade é
calculada simplesmente considerando o peso de solo acima
daquela profundidade.
Assim, se o peso específico do solo é constante com a
profundidade, a tensão vertical total pode ser calculada
simplesmente utilizando-se a equação a seguir.
Cálculo da tensão geostática vertical
𝜎𝑣 = 𝛾 ∙ 𝑧
Onde:
σv é a tensão geostática vertical total no ponto;
γ é o peso específico do solo;
z é a profundidade.
A pressão neutra é calculada de modo semelhante:
𝑢 = 𝛾𝑤 ∙ 𝑧𝑤
Onde:
u é a pressão neutra atuando na água no ponto;
zw é a profundidade até a superfície do lençol freático.
Cálculo da tensão geostática vertical
Quando o terreno é constituído de camadas estratificadas
(comum), ocorre uma variação dos pesos específicos ao longo
da profundidade e a tensão normal resulta do somatório do
efeito das diversas camadas. A tensão vertical efetiva é então
calculada utilizando-se a equação:
𝑛

𝜎′𝑣 = ෍ 𝛾𝑖 ∙ ℎ𝑖 − 𝛾𝑤 ∙ 𝑧𝑤
𝑖=1
Onde γi e hi = o peso específico e a altura de cada camada.
Cálculo da tensão geostática vertical
Cálculo da tensão geostática vertical
Observação: Caso o nível de água estiver na superfície do
terreno, o cálculo das tensões efetivas poderia ser simplificado
pelo uso do conceito de peso específico submerso, já discutido.

Neste caso, a tensão total vertical será dada por:

𝜎′𝑣 = 𝛾𝑠𝑎𝑡 − 𝛾𝑤 ∙ 𝑧
Logo,
𝜎′𝑣 = 𝛾𝑠𝑢𝑏 ∙ 𝑧
Exemplo de aplicação 1
Determinar as tensões geostáticas verticais efetiva e total e a
pressão neutra para o perfil apresentado na figura abaixo e
traçar os diagramas correspondentes.
Exemplo de aplicação 1
Cálculo das tensões geostáticas:
• Tensões totais (σ)
𝜎𝑣1 = 𝛾1 ∙ ℎ1 = 17,0 × 1,0 = 17,0 𝑘𝑁/𝑚2
𝜎𝑣2 = 𝜎𝑣1 + 𝛾2 ∙ ℎ2 = 17,0 + 18,5 × 2,0 = 54,0 𝑘𝑁/𝑚2
𝜎𝑣3 = 𝜎𝑣2 + 𝛾3 ∙ ℎ3 = 54,0 + 20,8 × 1,5 = 85,2 𝑘𝑁/𝑚2

• Pressões neutras (u)


𝑢1 = 0
𝑢2 = 𝑢1 + 𝛾𝑤 ∙ ℎ2 = 0 + 10 × 2,0 = 20,0 𝑘𝑁/𝑚2
𝑢3 = 𝑢2 + 𝛾𝑤 ∙ ℎ3 = 20,0 + 10 × 1,5 = 35,0 𝑘𝑁/𝑚2
Exemplo de aplicação 1
Cálculo das tensões geostáticas:
• Tensões efetivas (σ’)
𝜎′𝑣1 = 𝜎𝑣1 − 𝑢1 = 17,0 − 0 = 17,0 𝑘𝑁/𝑚2
𝜎′𝑣2 = 𝜎𝑣2 − 𝑢2 = 54,0 − 20,0 = 34,0 𝑘𝑁/𝑚2
𝜎′𝑣3 = 𝜎𝑣3 − 𝑢3 = 85,2 − 35,0 = 50,2 𝑘𝑁/𝑚2
Tensões horizontais
As tensões geostáticas horizontais existentes em um maciço de
solo são importantes no cálculo dos esforços de solo sobre
estruturas de contenção, como os muros de arrimo, cortinas
atirantadas etc.
Para o caso do solo em repouso, as tensões geostáticas
horizontais são calculadas empregando-se o coeficiente de
empuxo em repouso do solo, conforme apresentado pela
equação a seguir:
Tensões horizontais
𝜎′ℎ = 𝐾0 ∙ 𝜎′𝑣

Segundo Jaky (1956), o coeficiente de empuxo em repouso do


solo pode ser estimada com o uso da equação apresentada a
seguir, onde ϕ’ é o ângulo de atrito interno efetivo do solo.

𝐾0 = 1 − sin ∅′
Cargas aplicadas
As cargas aplicadas na superfície de um terreno induzem
tensões (e deformações) no interior do solo. Embora as relações
tensões/deformações sejam essencialmente não lineares,
soluções baseadas na teoria da elasticidade são comumente
adotadas em aplicações práticas.
O solo é admitido como meio homogêneo, isotrópico, de
extensão infinita e as deformações proporcionais às tensões
aplicadas e calculadas utilizando-se os parâmetros elásticos do
solo: E (módulo de elasticidade) e ν (coeficiente de Poisson).
Cargas aplicadas
Estas hipóteses simplificam o comportamento real do solo,
sendo as soluções obtidas apenas aproximadas, pelas razões:
• A admissão de uma relação linear entre tensões e deformações
é consistente para pequenas deformações;
• A hipótese de meio isotrópico e homogêneo assume valores
constantes para os parâmetros elásticos do solo;
• A consideração do solo como um semi-espaço infinito e
homogêneo, requer que o terreno seja homogêneo em amplas
áreas e até uma grande profundidade, função das dimensões
da área do carregamento.
Cargas aplicadas
Distribuição de tensões:
As tensões induzidas em um solo por carregamentos
superficiais dependem da posição do ponto considerado no
interior do terreno em relação à área de carregamento. A lei de
variação das tensões (lateral e profundidade), constitui a
distribuição de tensões nos solos.
A magnitude das tensões aplicadas tende a diminuir tanto com a
profundidade como lateralmente, à medida que aumenta a
distância horizontal do ponto à zona de carregamento.
Cargas aplicadas
Distribuição de tensões:
A intensidade das perturbações no estado de tensão inicial de
um solo, provocadas por um determinado carregamento
(valores dos acréscimos de tensão), diminuem em profundidade
e com o afastamento lateral, de modo que a influência destas
cargas é limitada a uma determinada região.
Unindo-se os pontos do solo solicitados por tensões iguais,
obtém-se superfícies de distribuição de tensões denominadas
isóbaras. Ao conjunto dessas isóbaras denomina-se de bulbo de
tensões.
Cargas aplicadas
Distribuição de tensões:
Em termos práticos, o conceito de bulbo de tensões é aplicado
para a massa de solo delimitada pela isóbara correspondente a
10% de carga aplicada à superfície do terreno (0,1q), de modo
que na área de solo externa a esta isóbara supõe-se ser
negligenciável a influência do carregamento imposto.

Veja um exemplo:
Cargas aplicadas

Distribuição de tensões verticais em um plano passando pelo


centro de uma área carregada circular de raio B
Cargas aplicadas

Bulbos de tensões verticais obtidos para 20, 10, 5, e 2 kPa,


considerando uma carga pontual de 100 kN.
Cargas aplicadas
Distribuição de tensões:
A distribuição de tensões nos solos pode ser estimada de forma
expedita, admitindo-se que as tensões se propagem
uniformemente segundo um dado ângulo de espraiamento (por
exemplo, 30° ou 45°) ou uma dada declividade (por exemplo,
método 2:1).
Essa aproximação baseia-se na suposição de que a área em que
a carga atua aumenta com a profundidade, de modo que
decrescem com a profundidade.
Cargas aplicadas
Cargas aplicadas
O ângulo de espraiamento (ϕ0) é função do tipo de solo, com
valores típicos de:
• solos muito moles: ϕ0 < 40˚;
• areias puras: ϕ0 ≈ 40˚ a 45˚;
• argilas rijas e duras : ϕ0 ≈ 70˚;
• rochas: ϕ0 > 70˚
Cargas aplicadas
1. Solução de Boussinesq (1885):
São equações para cálculo dos acréscimos de tensões efetivas
verticais, radiais e tangenciais, causadas pela aplicação de uma
carga pontual agindo perpendicularmente na superfície de um
terreno.
Para obtenção da solução, assume-se as seguintes hipóteses:
maciço homogêneo, isotrópico, semi-infinito e de
comportamento linearmente elástico (lei Hooke), a variação de
volume do solo sob aplicação da carga é negligenciada, etc.
Cargas aplicadas
1. Solução de Boussinesq:
A equação abaixo apresenta a solução de Boussinesq, para o
cálculo do acréscimo da tensão vertical efetiva em qualquer
ponto do maciço, obtida por meio de integração das equações
diferenciais da teoria da elasticidade.
3
𝑄 2∙𝜋
𝜎𝑧 = 2 ∙ 5
𝑧
𝑟 2 2
1+
𝑧
Cargas aplicadas
1. Solução de Boussinesq:
Onde:
Q = carga pontual;
z = profundidade que vai da superfície do
terreno (ponto de aplicação da carga)
até onde deseja-se calcular σz;
r = distância horizontal do ponto de
aplicação da carga até onde atua σz
Cargas aplicadas
1. Solução de Boussinesq:
A estimativa dos acréscimos de tensões verticais (mais
frequente que tensões tangenciais, radiais e de cisalhamento) é
geralmente realizada por intermédio de um fator de influência
(Nb), utilizando-se de fórmulas e ábacos. Os valores de Nb
dependem apenas da geometria do problema, sendo dado em
função de r/z, no ábaco abaixo.
Observar que σz é independente do material, os parâmetros
elásticos não entram na equação.
Cargas aplicadas
1. Solução de Boussinesq:
A solução de Boussinesq não conduz a resultados satisfatórios
para alguns solos sedimentares, onde o processo de deposição
em camadas conduz a obtenção de um material anisotrópico.
A análise da influência da anisotropia do solo na solução de
Boussinesq foi realizada por Westergaard, simulando uma
condição extrema de anisotropia para um solo impedido de se
deformar lateralmente.
As tensões são inferiores às das propostas por Boussinesq.
Cargas aplicadas
1. Solução de Boussinesq:
Cargas aplicadas
2. Extensão da Solução de Boussinesq:
As distribuições de tensões em um solo, induzidas por outros
tipos de carregamentos mais frequentes na prática, puderam ser
estabelecidas a partir da generalização da solução de
Boussinesq, as quais serão apresentadas a seguir:
Cargas aplicadas
2.1. Carga distribuída ao longo de uma linha – Solução de
Melan
2𝑄 𝑧3
𝜎𝑧 = ∙ 2
𝜋 𝑥 + 𝑧2 2

2𝑄 𝑥2 ∙ 𝑧
𝜎𝑥 = ∙ 2
𝜋 𝑥 + 𝑧2 2

2𝑄 𝑥 ∙ 𝑧2
𝜏𝑥𝑦 = ∙ 2
𝜋 𝑥 + 𝑧2 2
Cargas aplicadas
2.3. Carregamento uniforme sobre uma placa retangular de
comprimento infinito (sapata corrida) – Terzaghi e
Carothers
𝑄
𝜎𝑧 = ∙ 𝛼 + 𝑠𝑒𝑛𝛼 ∙ 𝑐𝑜𝑠2𝛽
𝜋
𝑄
𝜎𝑥 = ∙ 𝛼 − 𝑠𝑒𝑛𝛼 ∙ 𝑐𝑜𝑠2𝛽
𝜋
𝑄
𝜏𝑥𝑦 = ∙ 𝑠𝑒𝑛𝛼 ∙ 𝑐𝑜𝑠2𝛽
𝜋

α e β em radianos
Cargas aplicadas
2.4. Carregamento uniformemente distribuído sobre uma
placa retangular (laje radier) – Newmark
𝑄
𝜎𝑧 = ∙ 𝐼𝜎
4𝜋
1ൗ
2𝑚𝑛 𝑚 + 𝑛 + 1 2 𝑚2 + 𝑛2 + 2
2 2
𝐼𝜎 = 2 2 2 2
∙ 2 2
+
𝑚 +𝑛 +𝑚 𝑛 +1 𝑚 +𝑛 +2
2 2 1ൗ
2𝑚𝑛 𝑚 + 𝑛 + 1 2
+𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 2
𝑚 + 𝑛2 − 𝑚2 𝑛2 + 1

(Iσ = fator de influência)


Cargas aplicadas
2.4. Carregamento uniformemente distribuído sobre uma
placa retangular (laje radier) – Newmark
Q = carga por unidade de área
m = x/z
n = y/z
x, y = largura e comprimento
da área uniformemente
carregada
Cargas aplicadas
2.4. Carregamento uniformemente distribuído sobre uma
placa retangular (laje radier) – Newmark
Os valores de Iσ podem ser mais facilmente determinados com
o uso de gráficos ou tabelas.
Para calcular o acréscimo de tensões em pontos que não
coincidem com o canto da área carregada, deve-se usar o
princípio da superposição dos efeitos, acrescentando e
subtraindo áreas, de tal forma que o efeito final corresponda à
área efetivamente carregada.
Cargas aplicadas
Cargas aplicadas
Cargas aplicadas
2.4. Carregamento uniformemente distribuído sobre uma
placa retangular (laje radier) – Newmark
O cálculo do acréscimo de tensões verticais num ponto (P),
situado a uma profundidade (z) sob (ponto P) ou fora (ponto A)
da área retangular ABCD deve ser feito mediante aplicação da
equação mostrada, onde Iσ corresponde à influência de quatro
áreas retangulares.
Para essa condição teremos que fazer algumas construções
auxiliares a fim de satisfazer as condições iniciais (acrescentar
e subtrais áreas).
Cargas aplicadas
2.4. Carregamento uniformemente distribuído sobre uma
placa retangular (laje radier) – Newmark
Exemplos:
Cargas aplicadas
2.5. Carregamento uniforme sobre uma placa circular –
Love
𝟑Τ𝟐
𝟏
𝝈𝒛 = 𝑸𝟎 𝟏 −
𝟏 + 𝒓Τ𝒛 𝟐
Simplificada por:
𝜎𝑧 = 𝑄0 ∙ 𝐼𝜎

Fator de influência retirado do ábaco ou da tabela a seguir:


Cargas aplicadas
2.5. Carregamento uniforme sobre uma placa circular –
Love
Cargas aplicadas
2.5. Carregamento uniforme sobre uma placa circular –
Love
Cargas aplicadas
2.6. Carregamento triangular de comprimento infinito

𝑄0 𝑥
𝜎𝑧 = ∙ 𝛼 − 𝑠𝑒𝑛 2𝛿
2𝜋 𝑏
Cargas aplicadas
2.6. Carregamento triangular de comprimento infinito
Esta solução constitui um procedimento básico para avaliação
das tensões induzidas em uma massa de solo por cargas
provenientes da execução de um aterro.
Com efeito, aplicando-se o principio da superposição, as cargas
do aterro podem ser expressas pela diferença de carregamentos.
Cargas aplicadas
2.6. Carregamento triangular de comprimento infinito
Cargas aplicadas
2.7. Carregamento em forma de trapézio retangular de
comprimento infinito
𝜎𝑧 = 𝑄0 ∙ 𝐼𝜎

Fator de influência retirado do ábaco a seguir:


Cargas aplicadas
2.7. Carregamento em forma de trapézio retangular de
comprimento infinito
Cargas aplicadas
2.7. Carregamento em forma de trapézio retangular de
comprimento infinito
Através da aplicação do principio da superposição, computa-se
a soma ou a diferença dos efeitos das partes do aterro,
conforme indicado para o ponto P da figura.
Cargas aplicadas
2.8. Carregamento uniforme de forma qualquer
Esta solução tem por base a equação de Love e o Princípio da
Superposição dos Efeitos.
Para uma carga uniformemente distribuída sobre uma
superfície, a tensão gerada é igual ao somatório dos efeitos dos
carregamentos em áreas parciais.
Cargas aplicadas
2.8. Carregamento uniforme de forma qualquer
Para a construção do ábaco são traçados 10 círculos
concêntricos cujo acréscimo de carga a um ponto do centro do
círculo situado a uma profundidade z corresponde a 10%, 20%,
30%, ... Da carga total aplicada. Logo, cada um dos anéis
apresenta Iσ = 0,1.
1 3Τ2 𝜎𝑧 1 3Τ2
𝜎𝑧 = 𝑄0 1 − 2 →𝐼𝜎 = 1− 2
1+𝑟Τ𝑧 𝑄0 1+𝑟Τ𝑧
Cargas aplicadas
2.8. Carregamento uniforme de forma qualquer
O ábaco é dividido em 20
setores de igual área,
originando trapézios
circulares cuja unidade
de influência é Iσ = 0,005.
Cargas aplicadas
2.8. Carregamento uniforme de forma qualquer
1) A área carregada é desenhada em papel transparente e
numa escala tal que o segmento AB do gráfico seja igual à
profundidade z de interesse;
2) Coloca-se o desenho em planta sobre o gráfico, de tal
modo que a projeção do ponto estudado (interno ou
externo) coincida com o centro do ábaco;
3) Conta-se o número de setores englobados pelo contorno
da área, estimando-se as frações correspondentes aos
setores parcialmente envolvidos;
Cargas aplicadas
2.8. Carregamento uniforme de forma qualquer
4) A tensão vertical induzida no ponto considerado será
dada por:

𝜎𝑧 = 𝑄0 ∙ 𝑁 ∙ 𝐼𝜎
Onde:
N = número de fatores de influência;
Iσ = unidade de influência
Pressões de contato
Para aplicar uma força ou pressão no solo, é necessário um
elemento qualquer que transmita a carga ao terreno (placa,
sapata ou estaca).
No entanto, a rigidez de cada um desses elementos intervém
redistribuindo a carga na superfície de contato desse elemento
com o solo.
Em fundações, temos elementos de transferência de cargas
ditos placas, rígidas e flexíveis, cada um com um tipo de
distribuição de cargas e recalques específico.
Pressões de contato
Sob fundações flexíveis: as pressões de contato são uniformes
e idênticas às que são transmitidas pelas fundações, mas os
recalques não são uniformes.
Pressões de contato
Sob fundações rigídas: São indeformáveis em relação ao solo,
impondo uma deformação contante ao solo sob a superfície de
carga. As pressões de contato, nesta situação, não poderão ser
uniformes.
Pressões de contato
Só poderemos aplicar a equação de Boussinesq (e as derivadas
desta), se tivermos tratando de placa flexível (pressão de
contato uniforme), para que a rigidez da estrutura não possa
influir na distribuição das pressões de contato.
Felizmente, para a engenharia, ocorre na grande maioria dos
casos.
Recalques
A aplicação de cargas sobre uma massa de solo resulta em uma
variação de volume, devido à compressibilidade da fase gasosa
ou por drenagem da água.
Ao deslocamento vertical resultante desta compressão do solo
dá-se o nome de recalque.
A drenagem da água está associada à permeabilidade do solo: a
baixa permeabilidade do solo retarda o processo da expulsão da
água e a deformação do solo ocorre a volume constante.
Os recalques associados a esta distorção são designados
recalques imediatos ou elásticos.
Recalques
O recalque imediato (ρi) sob uma área, transmitindo uma carga
uniforme (Q) à superfície de um semi-espaço infinito,
homogêneo, isotrópico e elástico linear, será dado por:
1−ν 2
𝜌𝑖 = 𝑄 ∙ 𝐵 ∙ ∙ 𝐼𝑆
𝐸
Onde:
• E, ν: são os parâmetros elásticos do solo;
• B: a menor dimensão da área carregada
• Is: o fator de influência, função da geometria e rigidez da área
carregada e da posição do ponto considerado em relação à
mesma.
Recalques

Fatores de influência IS
Recalques
No caso de depósitos homogêneos de argila saturada de grande
extensão, a hipótese de E assumir um valor constante é
consistente e o uso da equação é melhor justificado.
No caso de areias, entretanto, o valor de E depende da pressão
de confinamento variando, portanto com a profundidade e ao
longo das dimensões da área carregada.
Devido a esta variação de E, a equação não se aplica a solos
arenosos.
FIM
alexnlima@gmail.com

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