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Campus do Sertão
Eixo de Tecnologia
∆𝐹
𝜎 = lim
∆𝐴→0
∆𝐴
𝜎′ = 𝜎 − 𝑢
Onde:
σ’ é a tensão efetiva do solo;
σ é a tensão total e;
u é a pressão neutra no ponto considerado.
O princípio das tensões efetivas
Ela é chamada de pressão neutra pois não contribui para a sua
resistência, sendo assim chamada de pressão neutra.
Se o nível de água aumentar, a pressão total sobre o solo
aumenta, mas ele não se deforma, porque os acréscimos de
tensão total são contrabalançados por iguais acréscimos na
tensão neutra e a tensão efetiva permanece inalterada.
O princípio das tensões efetivas
As tensões no interior de um maciço são causadas por cargas
aplicadas ao solo e pelo seu peso próprio. A distribuição destes
estados de tensão obedece a um conjunto de equações
diferenciais (equações de equilíbrio e de compatibilidade) e às
leis constitutivas do material, com resolução complicada.
Existe uma situação frequentemente encontrada na geotecnia,
em que o peso do solo propicia um padrão de distribuição de
tensões simplificado. Isto acontece quando a superfície do solo
é horizontal e as propriedades do solo variam muito pouco na
direção horizontal.
Cálculo da tensão geostática vertical
Nesta situação, não existem tensões cisalhantes atuando nos
planos vertical e horizontal (planos principais de tensão).
Portanto, a tensão vertical em qualquer profundidade é
calculada simplesmente considerando o peso de solo acima
daquela profundidade.
Assim, se o peso específico do solo é constante com a
profundidade, a tensão vertical total pode ser calculada
simplesmente utilizando-se a equação a seguir.
Cálculo da tensão geostática vertical
𝜎𝑣 = 𝛾 ∙ 𝑧
Onde:
σv é a tensão geostática vertical total no ponto;
γ é o peso específico do solo;
z é a profundidade.
A pressão neutra é calculada de modo semelhante:
𝑢 = 𝛾𝑤 ∙ 𝑧𝑤
Onde:
u é a pressão neutra atuando na água no ponto;
zw é a profundidade até a superfície do lençol freático.
Cálculo da tensão geostática vertical
Quando o terreno é constituído de camadas estratificadas
(comum), ocorre uma variação dos pesos específicos ao longo
da profundidade e a tensão normal resulta do somatório do
efeito das diversas camadas. A tensão vertical efetiva é então
calculada utilizando-se a equação:
𝑛
𝜎′𝑣 = 𝛾𝑖 ∙ ℎ𝑖 − 𝛾𝑤 ∙ 𝑧𝑤
𝑖=1
Onde γi e hi = o peso específico e a altura de cada camada.
Cálculo da tensão geostática vertical
Cálculo da tensão geostática vertical
Observação: Caso o nível de água estiver na superfície do
terreno, o cálculo das tensões efetivas poderia ser simplificado
pelo uso do conceito de peso específico submerso, já discutido.
𝜎′𝑣 = 𝛾𝑠𝑎𝑡 − 𝛾𝑤 ∙ 𝑧
Logo,
𝜎′𝑣 = 𝛾𝑠𝑢𝑏 ∙ 𝑧
Exemplo de aplicação 1
Determinar as tensões geostáticas verticais efetiva e total e a
pressão neutra para o perfil apresentado na figura abaixo e
traçar os diagramas correspondentes.
Exemplo de aplicação 1
Cálculo das tensões geostáticas:
• Tensões totais (σ)
𝜎𝑣1 = 𝛾1 ∙ ℎ1 = 17,0 × 1,0 = 17,0 𝑘𝑁/𝑚2
𝜎𝑣2 = 𝜎𝑣1 + 𝛾2 ∙ ℎ2 = 17,0 + 18,5 × 2,0 = 54,0 𝑘𝑁/𝑚2
𝜎𝑣3 = 𝜎𝑣2 + 𝛾3 ∙ ℎ3 = 54,0 + 20,8 × 1,5 = 85,2 𝑘𝑁/𝑚2
𝐾0 = 1 − sin ∅′
Cargas aplicadas
As cargas aplicadas na superfície de um terreno induzem
tensões (e deformações) no interior do solo. Embora as relações
tensões/deformações sejam essencialmente não lineares,
soluções baseadas na teoria da elasticidade são comumente
adotadas em aplicações práticas.
O solo é admitido como meio homogêneo, isotrópico, de
extensão infinita e as deformações proporcionais às tensões
aplicadas e calculadas utilizando-se os parâmetros elásticos do
solo: E (módulo de elasticidade) e ν (coeficiente de Poisson).
Cargas aplicadas
Estas hipóteses simplificam o comportamento real do solo,
sendo as soluções obtidas apenas aproximadas, pelas razões:
• A admissão de uma relação linear entre tensões e deformações
é consistente para pequenas deformações;
• A hipótese de meio isotrópico e homogêneo assume valores
constantes para os parâmetros elásticos do solo;
• A consideração do solo como um semi-espaço infinito e
homogêneo, requer que o terreno seja homogêneo em amplas
áreas e até uma grande profundidade, função das dimensões
da área do carregamento.
Cargas aplicadas
Distribuição de tensões:
As tensões induzidas em um solo por carregamentos
superficiais dependem da posição do ponto considerado no
interior do terreno em relação à área de carregamento. A lei de
variação das tensões (lateral e profundidade), constitui a
distribuição de tensões nos solos.
A magnitude das tensões aplicadas tende a diminuir tanto com a
profundidade como lateralmente, à medida que aumenta a
distância horizontal do ponto à zona de carregamento.
Cargas aplicadas
Distribuição de tensões:
A intensidade das perturbações no estado de tensão inicial de
um solo, provocadas por um determinado carregamento
(valores dos acréscimos de tensão), diminuem em profundidade
e com o afastamento lateral, de modo que a influência destas
cargas é limitada a uma determinada região.
Unindo-se os pontos do solo solicitados por tensões iguais,
obtém-se superfícies de distribuição de tensões denominadas
isóbaras. Ao conjunto dessas isóbaras denomina-se de bulbo de
tensões.
Cargas aplicadas
Distribuição de tensões:
Em termos práticos, o conceito de bulbo de tensões é aplicado
para a massa de solo delimitada pela isóbara correspondente a
10% de carga aplicada à superfície do terreno (0,1q), de modo
que na área de solo externa a esta isóbara supõe-se ser
negligenciável a influência do carregamento imposto.
Veja um exemplo:
Cargas aplicadas
2𝑄 𝑥2 ∙ 𝑧
𝜎𝑥 = ∙ 2
𝜋 𝑥 + 𝑧2 2
2𝑄 𝑥 ∙ 𝑧2
𝜏𝑥𝑦 = ∙ 2
𝜋 𝑥 + 𝑧2 2
Cargas aplicadas
2.3. Carregamento uniforme sobre uma placa retangular de
comprimento infinito (sapata corrida) – Terzaghi e
Carothers
𝑄
𝜎𝑧 = ∙ 𝛼 + 𝑠𝑒𝑛𝛼 ∙ 𝑐𝑜𝑠2𝛽
𝜋
𝑄
𝜎𝑥 = ∙ 𝛼 − 𝑠𝑒𝑛𝛼 ∙ 𝑐𝑜𝑠2𝛽
𝜋
𝑄
𝜏𝑥𝑦 = ∙ 𝑠𝑒𝑛𝛼 ∙ 𝑐𝑜𝑠2𝛽
𝜋
α e β em radianos
Cargas aplicadas
2.4. Carregamento uniformemente distribuído sobre uma
placa retangular (laje radier) – Newmark
𝑄
𝜎𝑧 = ∙ 𝐼𝜎
4𝜋
1ൗ
2𝑚𝑛 𝑚 + 𝑛 + 1 2 𝑚2 + 𝑛2 + 2
2 2
𝐼𝜎 = 2 2 2 2
∙ 2 2
+
𝑚 +𝑛 +𝑚 𝑛 +1 𝑚 +𝑛 +2
2 2 1ൗ
2𝑚𝑛 𝑚 + 𝑛 + 1 2
+𝑎𝑟𝑐𝑡𝑔 2
𝑚 + 𝑛2 − 𝑚2 𝑛2 + 1
𝑄0 𝑥
𝜎𝑧 = ∙ 𝛼 − 𝑠𝑒𝑛 2𝛿
2𝜋 𝑏
Cargas aplicadas
2.6. Carregamento triangular de comprimento infinito
Esta solução constitui um procedimento básico para avaliação
das tensões induzidas em uma massa de solo por cargas
provenientes da execução de um aterro.
Com efeito, aplicando-se o principio da superposição, as cargas
do aterro podem ser expressas pela diferença de carregamentos.
Cargas aplicadas
2.6. Carregamento triangular de comprimento infinito
Cargas aplicadas
2.7. Carregamento em forma de trapézio retangular de
comprimento infinito
𝜎𝑧 = 𝑄0 ∙ 𝐼𝜎
𝜎𝑧 = 𝑄0 ∙ 𝑁 ∙ 𝐼𝜎
Onde:
N = número de fatores de influência;
Iσ = unidade de influência
Pressões de contato
Para aplicar uma força ou pressão no solo, é necessário um
elemento qualquer que transmita a carga ao terreno (placa,
sapata ou estaca).
No entanto, a rigidez de cada um desses elementos intervém
redistribuindo a carga na superfície de contato desse elemento
com o solo.
Em fundações, temos elementos de transferência de cargas
ditos placas, rígidas e flexíveis, cada um com um tipo de
distribuição de cargas e recalques específico.
Pressões de contato
Sob fundações flexíveis: as pressões de contato são uniformes
e idênticas às que são transmitidas pelas fundações, mas os
recalques não são uniformes.
Pressões de contato
Sob fundações rigídas: São indeformáveis em relação ao solo,
impondo uma deformação contante ao solo sob a superfície de
carga. As pressões de contato, nesta situação, não poderão ser
uniformes.
Pressões de contato
Só poderemos aplicar a equação de Boussinesq (e as derivadas
desta), se tivermos tratando de placa flexível (pressão de
contato uniforme), para que a rigidez da estrutura não possa
influir na distribuição das pressões de contato.
Felizmente, para a engenharia, ocorre na grande maioria dos
casos.
Recalques
A aplicação de cargas sobre uma massa de solo resulta em uma
variação de volume, devido à compressibilidade da fase gasosa
ou por drenagem da água.
Ao deslocamento vertical resultante desta compressão do solo
dá-se o nome de recalque.
A drenagem da água está associada à permeabilidade do solo: a
baixa permeabilidade do solo retarda o processo da expulsão da
água e a deformação do solo ocorre a volume constante.
Os recalques associados a esta distorção são designados
recalques imediatos ou elásticos.
Recalques
O recalque imediato (ρi) sob uma área, transmitindo uma carga
uniforme (Q) à superfície de um semi-espaço infinito,
homogêneo, isotrópico e elástico linear, será dado por:
1−ν 2
𝜌𝑖 = 𝑄 ∙ 𝐵 ∙ ∙ 𝐼𝑆
𝐸
Onde:
• E, ν: são os parâmetros elásticos do solo;
• B: a menor dimensão da área carregada
• Is: o fator de influência, função da geometria e rigidez da área
carregada e da posição do ponto considerado em relação à
mesma.
Recalques
Fatores de influência IS
Recalques
No caso de depósitos homogêneos de argila saturada de grande
extensão, a hipótese de E assumir um valor constante é
consistente e o uso da equação é melhor justificado.
No caso de areias, entretanto, o valor de E depende da pressão
de confinamento variando, portanto com a profundidade e ao
longo das dimensões da área carregada.
Devido a esta variação de E, a equação não se aplica a solos
arenosos.
FIM
alexnlima@gmail.com