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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS

CAMPUS DO SERTÃO
LABORATORIO DE SOLOS 1

ANA BARBARA AVELINO SANTOS


EDUARDA PINHEIRO BARBOSA DA SILVA
SILMAYKO GOMES DA SILVA
VICTOR MANOEL BARBOSA DOS SANTOS

ENSAIO DE ÍNDICES FÍSICOS E GRANULOMETRIA

DELMIRO GOUVEIA
2022

1
ANA BÁRBARA AVELINO SANTOS
EDUARDA PINHEIRO BARBOSA DA SILVA
SILMAYKO GOMES DA SILVA
VICTOR MANOEL BARBOSA DOS SANTOS

ENSAIO DE ÍNDICES FÍSICOS E GRANULOMETRIA

Trabalho apresentado à disciplina


Laboratório de Solos 1, sob orientação
do Prof. Wendell Jose Soares dos
Santos, como requisito de avaliação da
AB1 do período 2022.1 do curso de
Engenharia Civil, da Universidade
Federal de Alagoas – Campus Sertão.

DELMIRO GOUVEIA
2022

2
Sumário
1. Ensaio de Índices Físicos (PARTE 1) .......................................................... 4
1.1 Introdução ............................................................................................. 4
1.2 Materiais................................................................................................ 5
1.3 Desenvolvimento ................................................................................... 5
1.4 Resultados e discussões....................................................................... 9
2. Ensaio de Índices Físicos (PARTE 2) ........................................................ 11
2.2 Materiais.............................................................................................. 11
2.3 Desenvolvimento ................................................................................. 11
2.4 Resultados e discussões..................................................................... 15
2.5 Considerações finais ........................................................................... 18
3. Ensaio de Granulometria ........................................................................... 19
3.1 Introdução ........................................................................................... 19
3.2 Materiais.............................................................................................. 20
3.3 Desenvolvimento ................................................................................. 20
3.4 Resultados e discussões..................................................................... 22
3.5 Considerações finais ........................................................................... 25
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 27

3
1. Ensaio de Índices Físicos (PARTE 1)
1.1 Introdução
O solo é um corpo de material inconsolidado que cobre a superfície
terrestre emersa, formado pela desagregação de rochas através do processo
de intemperismo. Possuem características trifásicas distintas, sendo elas
divididas entre sólida, liquida e gasosa (figura 1), onde a fase sólida é
caracterizada pelos grãos, a líquida pela presença de água no solo e a
gasosa pelo ar incorporado e dissolvido neste. Quando um volume de solo
precisa ser caracterizado, normalmente não existe a possibilidade de que
todo ele seja examinado, sendo necessário que suas amostras sejam
coletadas e posteriormente preparadas para execução dos ensaios.

As amostras podem ser classificadas em: deformadas e indeformadas.


As deformadas são aquelas retiradas com a destruição ou modificação
apreciável de suas características que se encontram em seu lugar natural,
também chamada de amostra amolgada que é quando ocorre a
fragmentação do material amostrado. Devem ser cuidadosamente
etiquetadas, onde devem constar o número, a profundidade e o local de que
foi retirada. As amostras indeformadas caracterizam-se como o solo que se
corta, retira-se e o acomoda com as menores alterações possíveis, ou seja,
são aquelas que conservam a textura, estrutura e umidade e são destinadas
à execução de ensaios para determinação das propriedades físicas e
mecânicas do solo.

Seu estudo é dado através de ensaios característicos que permitem


analisar os índices físicos para determinar o tipo de solo, que exprimem
relações de pesos e volumes entre as fases, como por exemplo, a massa
específica natural do solo, a massa específica dos grãos e a determinação
do teor de umidade, para que através deles, possam ser determinados os
índices de vazios, a porosidade, e o grau de saturação.

Sua classificação é dada a partir da determinação destes índices, onde


em seu volume total uma parte é ocupada por partículas sólidas, e o volume
restante é nomeado de vazios, podendo ser preenchidos por água e/ou ar
(figura 1-a).

4
Em contrapartida, a separação das fases de forma proporcional aos
seus volumes facilita as definições e as determinações das relações entre as
elas (figura 1-b).

Figura 1-a: Solo em seu estado natural. Figura 1-b: Solo separado em volume.

Nas situações em que há evaporação, a quantidade de ar presente no


solo irá aumentar. Entretanto, em sua compressão, haverá saida de água e
ar, resultando na diminuição do indice de vazios, fazendo com que o solo
permaneça inerte para as particulas que se encontram presente, alterando
somente o seu estado.

1.2 Materiais
 Talhador
 Balança
 Paquímetro
 Estufa
 Cápsula de alumínio
 Faca/espátula
 Amostra de solo

1.3 Desenvolvimento
1.3.1 Determinação da massa unitária do solo natural
A princípio foi lapidada a amostra de solo indeformada de 7x7x12 cm e
com auxílio do talhador, foi retirado o excesso até que se obtenha um cilindro
com 5 cm de diâmetro e 10 cm de altura (figuras 1 e 2).

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Figura 1: Amostra de solo Figura 2: Amostra moldada

(Autores, 2022) (Autores, 2022)

Após esse processo, com o paquímetro foi aferido 3 medidas do diâmetro


e altura para posteriormente calcular suas médias (tabela 1).

Tabela 1: valores obtidos do corpo de prova


Medidas Diâmetro(cm) Altura (cm)
1 5,1 10,1
2 5,27 10,3
3 5,2 10,2
MÉDIA 5,19 10,2
Fonte: Autores, 2022.
Foi aferido o peso do corpo de prova obtendo o valor equivalente a 549,31
g, em seguida foi realizado a pesagem da cápsula (P=81,66 g) para determinar
a diferença entre o material cilíndrico e a cápsula.

6
Figura 3: Pesagem de solo +

(Autores, 2022)

1.3.2 Determinação da umidade natural do solo


Finalizando a talhagem do corpo de prova, foi iniciado a determinação da
umidade natural do solo. Foi aferido o peso de 3 cápsulas tampadas distintas
(tabela 2), em seguida foram adicionados aproximadamente 20g de solo em
cada cápsula com os resquícios da amostra de solo úmido, obtendo-se o peso
total (figura 4).

Tabela 2: valores obtidos das cápsulas


AMOSTRAS 𝑃 𝑃
1 27,21 47,31
2 24,11 44,48
3 24,55 44,68

Fonte: Autores, 2022.

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Figura 4: Cápsulas com solo natural

(Autores, 2022)

Após pesagem, as cápsulas foram levadas à estufa a uma temperatura


de 105ºC até uma constância de peso. Após 24h as amostras foram retiradas, e
tampadas. Após o resfriamento averiguarmos o peso do solo seco como
mostrado na figura 4 para obtermos a umidade natural do solo.

Figura 5: Pesagem das cápsulas após estufa


e resfriamento e.

(Autores, 2022)

8
1.4 Resultados e discussões
Após contabilizar os valores obtidos na realização do experimento foi
possível determinar a massa unitária natural
a partir da equação 1.

𝜌 = (1)

𝜌 = Massa unitária natural (g/cm³)

P = Peso (g)

V = Volume do solo (cm³)

Como o material foi moldado para um formato cilíndrico podemos


encontrar o volume com a relação explicitada na equação 2.

𝑉= (2)

d = Média dos diâmetros (cm)

h = Média das alturas (cm)

Podemos obter a massa unitária natural pela equação 1 temos:

549,30 − 81,66(𝑃𝑒𝑠𝑜 𝑑𝑎 𝑐𝑎𝑝𝑠𝑢𝑙𝑎)


𝜌 =
215,79

Pela equação foi possível encontrar massa unitária natural no valor de


2,17 g/cm³.

O valor do peso especifico natural não varia muito geralmente está entre
os 19 a 20 kN/m³, caso o solo seja desconhecido pode ter uma variação de 17
a 21 kN/m³ e em casos de argila orgânicas moles, pode a presentar um peso
especifico natural de 14 kN/m³.

Na sequência foi realizado a determinação da umidade natural do solo


definida a partir da equação 3.

𝑃 −𝑃
𝑊 = 𝑃1 −𝑃2 𝑥100(%) (3)
2 𝑐

9
W = Umidade natural (%)

𝑃 = Peso do solo com umidade natural (g)

𝑃 = Peso do solo seco em estufa (g)

𝑃 = Peso da cápsula (g)

Os dados encontrados para a determinação da umidade estão dispostos


na tabela 3, onde foi calculado a sua média.

Tabela 3: valores obtidos da amostragem.


AMOSTRAS 𝑃 𝑃 𝑃
1 27,21 47,31 44,71
2 24,11 44,48 42,01
3 24,55 44,68 42,15
MÉDIA 25,29 45,49 42,96
Fonte: Autores, 2022

A partir dos resultados, foi possível substituí-los na equação 1 para


obter os seguintes resultados:

45,49 − 42,96
𝑊= 𝑥100(%)
42,96 − 25,29

𝑊 = 14,32%

Diante disso, conclui-se que foi possível verificar o teor de umidade a


partir da determinação da massa total da amostra.

Podemos visualizar que o teor de umidade deu dentro do intervalo


convencional que é de 10 a 40 %, pode se ter valores baixos, porém o solo
analisado está seco, pode se ter mais de 150 % ou mais também vai
depender muito do solo analisado.

10
2. Ensaio de Índices Físicos (PARTE 2)
2.2 Materiais
 Picnômetro com capacidade de 500 cm³ calibrado a 20°C com a
respectiva curva de calibração;
 Termômetro graduado em 0,5° C de 0° a 50° C;
 Balança que permita pesar 1000g sensível a 0,1g;
 Bomba de vácuo para remoção do ar aderente às partículas;
 Estufa capaz de manter a temperatura entre 105° e 110° C
 Aparelho de dispersão com hélices substituíveis e copo munido de
chicanas, ou outro dispositivo capaz de produzir dispersão eficiente da
amostra;
 Cápsulas e espátulas.

2.3 Desenvolvimento
2.3.1 Determinação da massa específica dos grãos
Após a determinação da massa unitária e da umidade natural do solo, foi
tomado aproximadamente 50g de massa seca do solo já utilizado e o adicionou
à um Becker com água por cerca de 24 horas (figura 1).

Figura 1: Solo submerso há 24 horas

(Autores, 2022)

Foi colocado a amostra do Becker no copo do dispersor com água


destilada em quantidade suficiente para se obter pasta fluida e em seguida foi

11
realizada a dispersão da amostra com o aparelho por cerca de 15 minutos
(Figuras 2 e 3).

Figura 2: Transferência da amostra Figura 3: Dispersão com aparelho


no copo dispersor

(Autores, 2022) (Autores, 2022)

Após a dispersão, foi transferido a amostra para o picnômetro com auxílio


de um funil, e adicionando água destilada para atingir aproximadamente metade
do seu volume. A partir disto, fez-se vácuo no picnômetro durante 15 minutos,
no mínimo, para que a partir das bolhas obtidas no recipiente, pudesse ser
extraído o ar contido na amostra (Figuras 4 e 5).

Figura 4: Transferência da amostra para o Figura 5: Picnômetro à vácuo.


picnômetro

(Autores, 2022) (Autores, 2022)

12
Para verificação do ar contido na amostra, foi enchido o picnômetro com
água destilada até a altura do menisco, (figura 7) e realizado o vácuo novamente
para ter certeza de que todo o ar havia saído da amostra.

Figura 7: Adição de água destilada no


picnômetro

(Autores, 2022)

Visto que após a extração do ar, o nível da água permaneceu constante,


manteve-se o picnômetro em repouso até que a temperatura da amostra se
equilibrasse com a temperatura ambiente. Dessa forma, a temperatura foi aferida
com auxílio de um termômetro obtendo aproximadamente 26°C, com este valor
é permitido obter através da curva de calibração, o peso do picnômetro cheio
d’água (Pa).
Figura 8: Aferição da temperatura

(Autores, 2022)

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Na sequência, foi pesado todo o material da amostra com água+solo no
picnômetro (Pas=718,26 g) (Figura 9), como também, a cápsula de secagem
(Pc=143,41 g) que será levada à estufa para obter a massa do solo seco.

Figura 9: Pesagem do picnômetro com


água+solo.

(Autores, 2022)

A partir disto, foi despejado todo o material à cápsula de secagem


retirando todo o resquício de solo do picnômetro com água destilada para que
em seguida, pudesse ser levado à estufa a aproximadamente 105°C para
secagem de todo o material. Após a secagem, foi feita a pesagem da cápsula
com solo seco (Pcs =207,49 g) (Figura 10).

Figura 10: Pesagem da cápsula com solo seco

(Autores, 2022)

14
2.4 Resultados e discussões
A massa específica real de um solo é o valor médio da massa específica
dos grãos desse solo, ou seja, seus vazios não são computados. A sua obtenção
é necessária para o cálculo do ensaio de sedimentação e a determinação do
índice de vazios, assim como, os demais índices.

Com os dados obtidos no experimento é possível determinar que não se


pode ser encontrado de maneira direta, mas sim de maneira indireta, a partir dos
resultados já obtidos, podemos determinar a massa especifica dos grãos, pela
equação 1:

𝑃
𝛿= 𝛾 (1)
𝑃 +𝑃 −𝑃

Onde:

𝛿 − Massa especifica dos grãos de solo, em (g/cm3)

𝑃 − Peso em g do solo seco em estufa a 105°-110°C

𝑃 − Peso do picnômetro cheio d’água à temperatura do ensaio (g);

𝑃 − Peso do picnômetro com solo e água (g);

𝛾 − Massa específica da água (g/cm3) à temperatura do ensaio.

(Para o ensaio foi trabalhado, considerando 𝛾 = 1 g/cm3)

O valor de 𝑃 foi alcançado através do dado da temperatura de 26°C substituído


na equação da curva de calibração (equação 2) disposta pelo experimentador.

𝑃 = −0,0012𝑥 − 0,076𝑥 + 681,23 (2)

𝑃 = 678,44 𝑔

Diante disso, foi possível obter os demais valores de 𝑃 , 𝑃 𝑒 𝑃 , sendo


respectivamente 64,08 g,678,44 g e 718,26 g.

Substituindo-os na equação 1 temos:

64,08
𝛿= ∗ (1)
64,08 + 678,44 − 718,26

𝛿 = 2,64 𝑔/𝑐𝑚³
15
Com os dados da massa específica dos grãos de solo, teor de umidade e
massa unitária natural, sendo respectivamente 2,64 g/cm³, 14,32% e 2,17 g/cm³,
é possível determinar os demais índices físicos, como por exemplo, a massa
específica aparente seca, os índices de vazios, a porosidade e o grau de
saturação.

A massa específica aparente seca pode ser determinada a partir da equação 3.

𝛾
𝜌 = (3)
1+𝑤

Onde:

𝜌 − Massa específica aparente seca (g/cm3);

𝜌 − Massa unitária natural (g/cm3);

𝑤 − Teor de umidade (%);

Substituindo os valores na equação 3 temos:

2,17
𝜌 =
14,32
1 + ( 100 )

𝜌 = 1,9 𝑔/𝑐𝑚³

Assim como a determinação da massa específica aparente seca, o índice


de vazios pode ser determinado a partir da substituição dos dados encontrados
(equação 4).

𝜌
𝑒= −1 (4)
𝜌

Temos:

𝑒 − índices de vazios;

𝜌 − Massa específica dos grãos;

𝜌 − Massa específica aparente seca;

Substituindo os dados encontrados temos:

2,64
𝑒= −1
1,9

16
𝑒 = 0,39

Geralmente varia de 0,5 a 1,5, dependendo do solo pode se obter


índices maior que 3.

É possível determinar a porosidade através da substituição dos valores


obtidos na equação 5.

𝑒
𝑛= ∗ 100 (5)
1+𝑒

Temos:

𝑛 − Porosidade (%);

𝑒 − índices de vazios (adimensional);

Substituindo os valores, temos:

0,39
𝑛= ∗ 100
1 + 0,39

𝑛 = 28,06 %

A porosidade do solo, por possui semelhança com o índice de vazios,


pode variar entre 30 a 70%.

O grau de saturação pode ser determinado com os resultados dos


índices físicos encontrados anteriormente pela equação 6.

𝜌 ∗𝑤
𝑆= (6)
𝑒∗𝜌

Onde:

𝑆 − Grau de saturação (%);

𝜌 − Massa específica dos grãos (g/cm³);

𝑤 − Teor de umidade (%);

𝑒 − índices de vazios (adimensional);

𝜌 − Massa específica da água (g/cm³)

17
Substituindo os valores na equação 5 temos:

2,64 ∗ 14,32
𝑆=
0,39 ∗ 1

𝑆 =96,94%

É notório que o grau de saturação das amostras resultou em dados


elevados, o que pode ser concluído que a amostra possui alto teor de umidade,
caso nenhum tipo de erro tenha sido cometido, que é um fato que deve ser
levado em consideração, pois todas as medidas realizadas foram feitas de forma
manual e a quantidade de amostra foi pequena, para se ter um dado mais preciso
é necessário que mais de uma amostra do mesmo solo seja analisada para se
ter uma conclusão mais satisfatória, o grau de saturação deu dentro do intervalo
de 0 a 100%, onde quanto menor for essa porcentagem mais seco é o solo e a
medida que aumenta mais saturado está o solo.

2.5 Considerações finais


Para os ensaios em questão é possível verificar que por meio dos índices
encontrados, alguns valores não estão dentro dos intervalos convencionais.
Visto que no primeiro dado, a massa especifica natural comumente se encontra
dentro do intervalo de 17 a 21 kN/m³ para situações em geral e o dado
encontrado no ensaio foi de 21,7 kN/m³, ou seja, encontra-se fora do valor usual,
com essa diferença que aparentemente parece pouca, acarretou em alguns
erros nos índices físicos que possuem intervalos convencionais. Vale destacar o
índice de vazios e a porosidade como sendo um deles, onde os dados obtidos
não coincidiu com o intervalo, ou seja, pode haver algum tipo de erro de
visualização, medição, pesagem das amostras, erros de cálculos. Para se ter
uma análise com melhor precisão é necessário que o ensaio seja feito com uma
quantidade maior de amostras do mesmo solo e que as medições sejam feitas
em maior quantidade de vezes. O experimentador não explicitou nenhum dado
teórico para se fazer um comparativo, da porcentagem de erro que o
experimento realizado possa ter com o teórico.

18
3. Ensaio de Granulometria
3.1 Introdução
Tendo uma infinidade de solos que existem na natureza é necessário um
sistema de classificação que indique características geotécnicas comuns de um
determinado grupo de solos a partir de ensaios simples de identificação.

Dentre as formas de se classificar o solo na qual o ensaio de granulometria


é o processo utilizado para a determinação da percentagem em peso que cada
faixa especificada de tamanho de partículas representa na massa total ensaiada.
Através dos resultados obtidos desse ensaio é possível determinar a dimensão
máxima do agregado e seu módulo de finura.

A análise granulométrica pode ser feita através dos procedimentos de


peneiração, quando há frações maiores de areias e pedregulhos, e
sedimentação, quando há maior quantidade de argilas e siltes. Um método mais
completo é fazer uma análise combinando peneiração e sedimentação, pois
assim se quantifica todos os intervalos.

19
3.2 Materiais
 Balança com resolução de até 0,01g;
 Peneiras de 50; 38; 25; 19; 9,5; 4,8; 2,0; 0,6; 0,42; 0,3; 0,15; 0,075 mm;
 Escova de cerdas metálicas;
 Prato de vidro.

3.3 Desenvolvimento
Com a operação preliminar já realizada foi iniciado o peneiramento
em duas etapas: peneiramento grosso e fino. No primeiro momento
demos início ao processo de peneiramento do agregado graúdo com as
respectivas peneiras de 50; 38; 25; 19; 9,5; 4,8 milímetros. Em seguida o
ensaio de peneiramento dos agregados fino com as peneiras: 1,2; 0,6;
0,42; 0,3; 0,15; 0,075.

Com o peneiramento realizado, os grãos retidos nas peneiras


foram pesados na balança e suas massas retidas acumuladas foram
contabilizadas para análise, como mostrado na Figura 1.

Figura 1 – Material retido.

(b) Peneiramento grosso (a) Peneiramento fino

Contendo o peso bruto úmido (Pu1= 146,81g e Pu2= 166,26g),


peso bruto seco (Ps1= 141,66g e Ps2= 161,10) e peso da cápsula (Pc1=
25,14g e Pc2= 44,98), é possível descobrir o peso da água (𝑀 ) , peso do
solo seco e umidade (𝑊(%)).

No ensaio foi possível extrair os valores da massa parcial do


material retido em cada peneira de acordo com a Tabela 1.

20
Tabela 1 – Material retido no peneiramento grosso.
Peneiramento grosso 𝑀 = 1000,07 𝑔
PENEIRAS (mm) MASSA PARCIAL (g)
50 0
38 0
25 0
19 0
9,5 0,78
4,8 0,48
2,0 6,25
FONTE: Autores, 2022.

Para o peneiramento fino foi obtido a tabela 2.

Tabela 2 – Material retido no peneiramento fino.


Peneiramento fino 𝑀 = 992,34 𝑔
PENEIRAS (mm) MASSA PARCIAL (g)
1,2 26,34
0,6 73,97
0,42 42,52
0,3 45,28
0,15 147,74
0,075 44,76
FONTE: Autores, 2022.

Com a Equação 1 e os dados encontrados em laboratório será possível


descobrir a massa total da amostra seca (𝑀 ), a porcentagem de material
passando em cada peneira de material grosso (𝑄 ) e fino (𝑄 ), de acordo com
as equações 1, 2, 3, respectivamente.

𝑀 −𝑀
𝑀 = × 100 + 𝑀 (1)
100 + ℎ

Sendo,

𝑀 = Massa da amostra seca ao ar.

𝑀 = Massa do material seco retido acumulado na peneira de 2,0 mm.

ℎ= Umidade higroscópica do material passado na peneira de 2,0 mm.

Para análise da porcentagem do peneiramento grosso, utilizamos os


dados fornecidos pela tabela 1 junto a equação 2.

𝑀 −𝑀
𝑄 = × 100 (2)
𝑀

21
Sendo,

𝑀 = Massa total de amostra seca.

𝑀 = Massa do material retido acumulado em cada peneira.

Para a porcentagem do peneiramento grosso, utilizamos os dados


fornecidos pela tabela 2 junto a equação 3.

𝑀 × 100 − 𝑀 × (100 + ℎ)
𝑄 = ×𝑁 (3)
𝑀 × 100

Sendo,

𝑀 = Massa do material úmido submetido ao peneiramento fino ou à


sedimentação.

𝑁= Porcentagem de material retido acumulado em cada peneira.

3.4 Resultados e discussões


Após análise laboratorial iniciamos a avaliação dos dados coletados.
Obtendo o peso bruto úmido e seco das cápsulas 1 e 2 foi possível encontramos
o peso do solo seco pela equação 4.

𝑃 = 𝑃 − 𝑃 Á (4)
Sendo cápsula 1,
𝑃 = 141,66 − 25,14 = 116,52

E cápsula 2,
𝑃 = 161,1 − 44,48 = 116,12

Para encontrarmos a umidade média (𝑊 ) utilizamos a equação 5 para


determinar o peso da água (𝑃 ) na amostra no qual o Peso do material úmido
(𝑃 ) foi subtraído com peso do material seco (𝑃 ).
𝑃 = 𝑃 − 𝑃 (5)
Sendo cápsula 1,
𝑃 = 146,81 − 141,66 = 5,15 𝑔

22
E cápsula 2,
𝑃 = 166,26 − 161,1 = 5,16 𝑔

Com os valores do peso do solo (𝑃 ) e peso da água (𝑃 ), encontramos a


umidade média (𝑊 ) fazendo uma média entre os valores calculados pela
equação 6.
𝑃
𝑊= × 100 (6)
𝑃

Sendo cápsula 1,
5,15
𝑊 = × 100 = 4,42%
115,52
E cápsula 2,
5,16
𝑊 = × 100 = 4,44%
116,12

Fazendo uma média entre os valores teremos que,

𝑊 +𝑊
𝑊 = = 4,43%
2

Todos os resultados obtidos estão anexados na Tabela 4.


Tabela 4 – Determinação da umidade higroscópica
PESO PESO PESO PESO DO
PESO DA UMIDADE UMIDADE
CÁPSULA BRUTO BRUTO DA SOLO
CÁPSULA (%) MÉDIA
ÚMIDO SECO ÁGUA SECO
1 146,81 141,66 25,14 5,15 116,52 4,42
4,43
2 166,26 161,10 44,98 5,16 116,12 4,44
FONTE: Autores, 2022.

Como mostrado na tabela 1 e 2 o material foi dividido entre agregado fino


e grosso de acordo com a sua granulometria. Assim para faremos a avaliação
da porcentagem do material passado em cada peneira (𝑄 ), para isso
necessitamos encontra a massa total de amostra seca (𝑀 ) pela equação 1.

1000,07 − 7,45
𝑀 = × 100 + 7,45 = 957,95 𝑔
100 + 4,43

23
Tendo conhecimento do valor da massa total de amostra seca juntamente
com a equação 7 podemos calcular podemos calcular o total de material que
passou em cada peneira dos agregados grosso.

𝑀 −𝑀
𝑄 = 𝑋 100 (7)
𝑀

Obtendo como resultado a tabela 5 onde demonstra os quantitativos


obtidos para o agregado grosso e resultados:
Tabela 5 – Resultados peneiramento grosso.

PENEIRAMENTO GROSSO Mt= 1000,07g


MATERIAL
PENEIRAS MATERIAL RETIDO
PASSANDO
(mm) Parcial (g) Acumulado, Mi (g) Qg (%)
50 0 0 100,0000
38 0 0 100,0000
25 0 0 100,0000
19 0 0 100,0000
9,5 0,78 0,78 99,9186
4,8 0,42 1,2 99,8747
2 6,25 7,45 99,2223
FONTE: Autores, 2022.

Para obtermos a porcentagem de material passado por cada peneira dos


agregados fino (𝑄 ), utilizamos a equação 8.

𝑀 − 𝑀 (100 + ℎ)
𝑄 = 𝑋𝑁 (7)
𝑀

Obtendo como resultado a tabela 6 onde demonstra os quantitativos obtidos


para o agregado fino e resultados:

Tabela 5 – Resultados peneiramento fino.

PENEIRAMENTO FINO Mh= 992,34g


MATERIAL
PENEIRAS MATERIAL RETIDO
PASSANDO
(mm) Parcial (g) Acumulado, Mi (g) Qf (%)
1,2 26,34 26,34 96,4719
0,6 73,97 100,31 88,7480
0,42 42,52 142,83 84,3081
0,3 45,26 188,09 79,5820
0,15 147,79 335,88 64,1499
0,075 44,76 380,64 59,4761
FONTE: Autores, 2022.

24
A partir dos valores calculados traça-se a curva de distribuição
granulométrica como mostrado no gráfico de curva granulométrica.

Figura 2 – Análise dos dados obtidos.

Curva granulométrica
100
90
80
Percentual passando (%)

70
60
50
40
30
20
10
0
0,01 0,1 1 10 100
Diâmetro das partículas (mm)

FONTE: Autores, 2022.

3.5 Considerações finais


A classificação das partículas segundo seus diâmetros equivalentes, de acordo
com a escala granulométrica (NBR 6502, ABNT 1995) é dada de acordo com a
Tabela 6:

Tabela 6 – Classificação das partículas


FRAÇÃO LIMITES (mm)
Matação 1000 - 200
Pedra de mão 200 - 60
Pedregulho 60 - 2
Areia Grossa 2 - 0,6
Areia média 0,6 - 0,2
Areia fina 0,2 - 0,06
Silite 0,06 - 0,002
Argila < 0,002
FONTE: (NBR 6502, ABNT 1995)

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De acordo com os resultados e comparando-os com a Tabela 6
disposta pela NBR 6502-1995 percebe-se que o solo do presente ensaio
apresentou pedregulho, areia grossa, areia média e areia fina, sendo: 7,45g
de pedregulho correspondendo a 1,92%; 26,34g de areia grossa (6,79%);
161,75g de areia.

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REFERÊNCIAS
SOARES SANTOS, W. J. Notas de Aula de Solos 1. Delmiro Gouveia:
Universidade Federal de Alagoas - Campus do Sertão, 2021.
SOARES SANTOS, W. J. Notas de Aula de Lab. De Solos 1. Delmiro
Gouveia: Universidade Federal de Alagoas - Campus do Sertão, 2021.
NBR 6502, ABNT 1995 – Rochas e Solos;
PINTO, Carlos de Souza. Curso básico de mecânica dos solos: Com
exercícios resolvidos. 3. ed. rev. São Paulo: Oficina de textos, 2006. 367 p. v.
1. ISBN 978-85-86238-51-2.

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