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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

CÂMPUS CENTRAL - SEDE: ANÁPOLIS - CET


ENGENHARIA AGRÍCOLA

ANA GABRIELA RIBEIRO


JAYKSON DOS SANTOS SANTANA

Valor da Atividade: 1,5


Nota obtida: 1,5

Parabéns

MASSA ESPECÍFICA DOS SÓLIDOS “GRÃOS DO SOLO”

ANÁPOLIS – GO
2023
Massa Específica dos Sólidos “grãos do solo”

Introdução

A umidade do solo se refere à quantidade de água presente no solo, expressa como


uma porcentagem da massa total do solo. A umidade do solo pode variar amplamente de
acordo com as condições climáticas, a composição do solo e a quantidade de água
disponível (SANTOS, 2019).

A massa específica dos sólidos é uma propriedade fundamental na mecânica dos


solos e é definida como a relação entre a massa dos sólidos e o volume dos sólidos de um
solo (ZORZAN, 2019).

Para determinação da massa específica dos sólidos de um solo existem vários


métodos, sua escolha depende das características do solo, da disponibilidade de
equipamentos e do nível de precisão desejado, sendo importante seguir as normas técnicas
apropriadas ao usar qualquer método a fim garantir resultados precisos e consistentes.
Dentre os métodos mais comuns têm-se: Método do Frasco de Le Chatelier, semelhante ao
método utilizado, Método do Frasco de Chapman. Método do Balão de Areia, utilizado para
solos arenosos. Método do Areômetro e Método do Cone de Areia, entre outros, sendo
estes os mais comuns (ALMEIDA, 2005).

O método usado para determinação da umidade do solo em laboratório, foi o método


da estufa e para determinação da massa específica dos sólidos foi utilizado o Método do
Frasco de Chapman (Método do Picnômetro). Os princípios gerais do Método do Picnômetro
são amplamente aceitos e utilizados em laboratórios. Sua metodologia básica envolve o uso
de um picnômetro para medir a densidade da amostra de solo seca e a densidade da água.

A densidade das partículas do solo é uma propriedade intrínseca que depende de


vários fatores: Composição mineralógica - minerais diferentes têm densidades diferentes, a
proporção dos minerais presentes no solo afeta diretamente sua densidade de partículas;
Presença de matéria orgânica - geralmente a matéria orgânica é menos densa do que os
minerais do solo, portanto, sua presença reduz a densidade de partículas; Grau de
compactação - quando o solo é compactado, as partículas se aproximam, diminuindo os
vazios, aumentando também a densidade; Umidade do solo - quando a umidade do solo
aumenta, isso significa que mais água está presente nos vazios entre as partículas de solo.
A água é substancialmente menos densa do que os minerais que compõem o solo. Como
resultado, o aumento da umidade reduz a proporção de grãos de solo no volume total do
solo, o que leva a uma diminuição na massa específica dos sólidos e textura do solo - solos
com maior conteúdo de partículas finas, como argila e silte, tendem a ter uma densidade de
partículas maior quando comparado a solos arenosos (ZORZAN, 2019).

Objetivos

O objetivo do experimento foi determinar o teor de umidade da amostra de solo


recolhida, e em seguida, usá-lo para determinar a massa específica dos sólidos.

Materiais utilizados

1. Estufa capaz de manter a temperatura entre 60 e 65 e entre 105 e 110°C;


2. aparelho de dispersão com hélices metálicas substituíveis e copo munido de
chicanas metálicas;
3. picnômetro de 500 ou 1000cm³, calibrado a 20°C, com a respectiva curva de
calibração (variação da massa do picnômetro cheio de água, até a marca da
referência, em função da temperatura);
4. banho-maria;
5. termômetro graduado em 0,1°C, de 0 a 50°C;
6. balança que permita pesar nominalmente até 1,5kg, com resolução de 0,01g e
sensibilidade compatível;
7. funil de vidro;
8. conta-gotas.

Parabéns pelo detalhamento na


Procedimento Experimental
metodologia. Ficou muito bom!
Uma grande amostra de solo foi coletada e armazenada no Laboratório de Mecânica
dos Solos, estando a disposição para realização de experimentos.
A partir desta grande amostra, separou-se uma amostra de aproximadamente 250g,
coletada de forma aleatória do montante. Esta amostra foi então submetida ao
peneiramento. Utilizou-se a peneira N° 4, com abertura de 4,8mm, conforme estabelecido
pela NBR 6457, que especifica o método para a preparação de amostras de solo para os
ensaios de compactação e de caracterização da massa específica aparente.
Imagem 1: Amostra após peneiramento. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.

Com a amostra já peneirada, preparou-se a amostra destinada à determinação do


teor de umidade do solo. A cápsula foi então identificada (UMIDADE) e pesada em balança
com resolução de 0,01g, a ela foi adicionada parte da amostra de solo úmido (M1: Solo +
Tara).

Imagem 2: Amostra de solo destinada à determinação de umidade. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.

A cápsula identificada por UMIDADE foi então levada para a estufa a 105°C, onde
permaneceu por 24 horas. No dia seguinte a cápsula, agora com solo seco, foi novamente
pesada, utilizando-se sempre a mesma balança para todas as pesagens.

Imagem 3: M2 - amostra de solo seco para determinação do teor de umidade. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.
Com todos os dados necessários determinou-se o teor de umidade (W) da amostra
de solo a partir da equação:

𝑊 = (𝑚𝑤/𝑚𝑠) * 100
𝑊 = (𝑀1 − 𝑀2/𝑀2 − 𝑀3) * 100

onde,

W: umidade (%)
M1: Solo + Tara (g)
M2: Solo seco + Tara (g)
M3: Tara (g)

Para determinação da Massa Específica dos Sólidos, pesou-se em torno de 50g de


amostra, neste caso, foi desprezada a massa da cápsula. Considerou-se que o solo era do
tipo argiloso e que o picnômetro utilizado era de 500cm³. Esta massa foi anotada como M1.

Imagem 4: M1 - amostra de solo para determinação da Massa Específica dos Sólidos. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.

À amostra em cápsula adicionou-se água destilada até completa imersão para


homogeneização. Em função do tempo restrito para realização do experimento, a amostra a
ser ensaiada não foi deixada submersa por 12 horas, como sugerido em roteiro. Então, a
amostra adicionada de água foi transferida ao copo de dispersão, tomando cuidado para que
não haja perda da amostra, lavando bem a cápsula, também com água destilada.
Imagem 5: Transferência da amostra da cápsula para o copo de dispersão. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.

Adicionou-se água destilada até aproximadamente metade do copo e este foi


acoplado ao dispersor de amostras, onde permaneceu por 15 minutos. Para evitar perdas,
este foi protegido por um plástico, impedindo que parte da amostra fosse lançada para fora
do copo dispersor.

Imagem 6: Dispersor de amostras em funcionamento. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.

Enquanto a amostra estava no dispersor, adicionou-se água destilada no picnômetro


de 500cm³ até a marca do menisco e foi aferida sua temperatura, que nos permite identificar
a massa específica da água, que varia em função da temperatura.
Imagem 7:Aferição da temperatura da água, para determinação de sua massa específica (ρw). Fonte: RIBEIRO e SANTANA,
2023.

Aferida e registrada a temperatura da água utilizada, o picnômetro juntamente com a


água foi pesado (M3).

Imagem 8: M3 - balão cheio de água à temperatura (T). Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.

A água contida no picnômetro foi desprezada e o conteúdo do copo de dispersão foi


transferido ao recipiente com auxílio de um funil, lavando-se o copo e o plástico que estava
protegendo também com água destilada, evitando-se a perda de amostra. Também
adicionou-se água destilada até cerca de 1cm abaixo da base do gargalo.
Imagem 9: Transferência do conteúdo do copo dispersor para o picnômetro. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.

O picnômetro foi então levado ao banho-maria, onde permaneceu por 30 minutos.

Imagem 10: Picnômetro com amostra em banho-maria. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.

Após sair do banho-maria, utilizou-se gelo para acelerar o processo de resfriamento,


até que a amostra atingisse a mesma temperatura que estava antes do banho-maria.

Imagem 11: Amostra sendo resfriada após banho-maria. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.
Quando atingiu a temperatura aferida inicialmente, adicionou-se água destilada
novamente, até que atingisse a marca do menisco e o aparato foi levado para nova
pesagem (M2).

Imagem 12: M2 - balão cheio de água à temperatura (T) + M1 . Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.

Após a pesagem de M2 - balão cheio de água à temperatura (T) + M1, e utilizando o


teor de umidade já calculado, foi possível determinar a Massa Específicas dos Sólidos
através da equação:

onde,

ρ: massa específica dos grãos do solo (g/cm³)


M1: massa do solo úmido (g)
M2: massa do picnômetro + água, na temperatura T de ensaio (g)
M3: massa do picnômetro cheio de água até a marca de referência, na temperatura T de
ensaio (g)
W: umidade inicial da amostra (%)
ρT: massa específica da água, na temperatura T de ensaio, obtida na Tabela 1 anexada no
roteiro de aula prática
Resultados e Discussão

Tabela 1. Determinação do teor de umidade do solo


Cápsula n° UMIDADE
M1 (Solo + Tara) g 43,85
M2 (Solo seco + Tara) g 42,38
M3 (Tara) g 15,95
M4 (Água) g 1,47
M5 (Solo seco) g 26,43
W % 5,56

Tabela 2. Determinação da massa específica dos sólidos


Balão volumétrico N° 3
Temperatura (T) °C 24
ρw à temperatura (T) ρT 0,9973
M1 - massa de solo úmido M1 (g) 50,01
M2 - balão cheio de água à temperatura (T) + M1 M2 (g) 713,75
M3 - balão cheio de água à temperatura (T) M3 (g) 685,05
ρs ρs (g/cm³) 2,557

Conclusão

Os valores obtidos no experimento para os parâmetros de umidade do solo e massa


específica dos sólidos foram: W = 5,56% e ρs = 2,557 g/cm³ respectivamente.

Referências Bibliográficas

ALMEIDA, Gil Carvalho Paulo de. Caracterização Física e Classificação dos Solos.
Faculdade de Engenharia. Departamento de Transportes. UFJF - Universidade Federal de
Juiz de Fora, 2005. Disponível em:
https://www.bibliotecaagptea.org.br/agricultura/solos/livros/CARACTERIZACAO%20FISICA
%20E%20CLASSIFICACAO%20DOS%20SOLOS.pdf. Acesso em: 3 set. 2023.

EMBRAPA. Manual de métodos de análise de solo Centro Nacional de Pesquisa de Solo.


2.ed. Rio de Janeiro: EMBRAPA-CNPS, 1997. 212p.

GALBIANI et al. Método alternativo para a determinação da densidade de partículas do


solo – exatidão, precisão e tempo de processamento. Ciência Rural, v.36, n.2, mar-abr,
2006.

SANTOS, John. Determinação de Umidade do Solo. LABORATÓRIO DE GEOTECNIA E


PAVIMENTAÇÃO. UDESC - Universidade do Estado de Santa Catarina, 2019. Disponível
em:
https://www.udesc.br/arquivos/cct/id_cpmenu/1036/Apostila_Umidade_dos_solos_15816259
409124_1036.pdf. Acesso em: 3 set. 2023.

ZORZAN, Lucas Ghion et al. Propriedades e Índices Físicos do Solo. GEGEO UFPR. UFPR
- Universidade Federal do Paraná, v. 01, MAR 2019. Disponível em:
http://www.dcc.ufpr.br/portal/wp-content/uploads/2020/01/APOSTILA-PROPRIEDADES-E-%
C3%8DNDICES-F%C3%8DSICOS-DE-SOLOS.pdf. Acesso em: 3 set. 2023.

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