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UNIVERSIDADE DE MARINGÁ

CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA CIVIL
LABORATÓRIO DE MECÂNICA DOS SOLOS-DEC 2570

DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE DO SOLO

Vinícius Vicentim da Silva RA:118243


Murilo Mercial Miranda RA: 118500
TURMA: 03

Prof. Dra. Julia Azoia Lukiantchuki

MARINGÁ - PR
2022

Pág.1/15 Data: 14/01/2021 10:33


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 3

2 OBJETIVO 3
3 MATERIAIS E MÉTODOS 4
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES 8
5 CONCLUSÃO 14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 15

Pág.2/15 Data: 14/01/2021 10:33


1. OBJETIVO

Esse experimento foi realizado com o objetivo de determinar e analisar os


resultados obtidos sobre o teor de umidade do solo de Cidade Gaúcha-PR por meio dos
métodos da estufa, expedito tipo “speedy” e fogareiro.

2. INTRODUÇÃO

Na engenharia civil a maioria das obras são “apoiadas” no solo, e muitas das
características do solo dependem da quantidade de água presente, podendo mudar as suas
características e os meios de construção utilizados. É necessário conhecer e classificar o solo
de acordo com o teor de umidade, sendo essa uma propriedade muito importante.
Esse trabalho busca conhecer o teor de umidade de uma amostra de solo coletado
do Paraná utilizando os principais métodos regidos por normas, como, o da Estufa e o
expedito “Speedy”, e o usual encontrado no campo de obra chamado Método do Fogareiro.
Todos esses buscando o mesmo objetivo, porém cada um com as suas qualidade e defeitos.
3. MATERIAIS E MÉTODOS

Para realização do ensaio é necessário:


● Almofariz e mão de grau recoberta de borracha;
● Repartidor de amostra;
● Balança que permitam medir a massa de amostras com 1,5kg, 10 kg e 20 kg
com resolução respectivamente de 0,1g, 1 g e 5 g;
● Peneiras de 76,2 mm, 50,8 mm, 19,1 mm, 4,8 mm, 2,0 mm, 0,42 mm, com a
especificação da NBR 5734;
● Bandejas metálicas;
● Dessecador contendo sílica gel;
● Estufa;
● Kit de teste expedito de teor de umidade “Speedy” contendo o recipiente de
pressão com o manômetro, ampola de carbureto de cálcio (CaC2) e esferas de
aço;
● Fogareiro e frigideira ou recipiente para colocar no fogo;
● Espátula;
● Placa de vidro;
● Tela de amianto;
● Pinças metálicas de 30 cm;
● Cápsulas metálica de material não corrosivo e que suportem altas temperaturas
enumeradas;
Para essa caracterização foi utilizado o solo coletado de Cidade Gaúcha no Paraná
em um posto da polícia rodoviária a 3 metros de profundidade no dia 14 de Junho de 2020.
O ensaio é feito por três métodos diferentes, o da estufa, expedito Speedy e do
fogareiro. O método da estufa é previsto na NBR 6457/1986. Sabendo disso, para começar o
ensaio usando a estufa deve-se reservar a amostra coletada em campo, nesse caso destrutiva
segundo a NBR 6457/1986, reservar a amostra coletada ao ar para secagem até a umidade
higroscópica. Com o auxílio da mão de grau e do almofariz faça o destorroamento,
evitando-se a quebra dos grãos. Utilizando o repartidos de amostra, ou pelo quarteamento,
reduzindo a amostra até uma quantidade significativa para o experimento, e peneire a amostra
com a peneira de 4,8 mm, caso houver material retido, passe esse material na peneira de 19,1
mm para eventual torrões existentes, sem força excessiva. Se o material retido for maior que
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30% em peso, recomenda-se não ensaiar de acordo com a mecânica dos sólidos, se for menor
recomenda-se apenas descartar esse material e seguir o ensaio.
Para o próximo passo, pese as cápsulas numeradas (M3) e anote na tabela . Utilize
a tabela 5 do anexo da NBR 6457 abaixo e reserve as quantidades certas nas mesmas, pese
cada uma delas na balança e anote os dados medidos como M1 (cápsula + solo umido).

Fonte: Slide aula 3 de Mecânica dos solos da professora Juliana Azoia Lukiantchuki.

Coloca-se as amostras cuidadosamente na estufa a uma temperatura de 105°C até


110°C para secagem, onde deve permanecer até a constância de massa, por no mínimo 16
horas. Tome cuidado com solos orgânicos, turfosos ou que contenham gipsita, esses devem
ser colocados na estufa a uma temperatura de 60 a 65°C. Após feita a secagem, retire com
cuidado as amostras utilizando a pinça e faça a transferência para o dessecador e tampe
corretamente, até atingir temperatura ambiente. Deve- se observar se a sílica está com uma
coloração azulada para poder absorver a umidade presente no ar e não umedecer a amostra
dentro. Por fim, pese o conjunto novamente, anote como M2 (cápsula + solo seco) e utilizando
as equação 1 calcule o teor de umidade (w). Onde os valores individuais de umidade não
devem variar mais que 5% da média das umidades.

𝑃𝑤 𝑀𝑤 𝑀1−𝑀2
𝑤(%) = 𝑃𝑆
· 100 = 𝑀𝑆
· 100 = 𝑀2−𝑀3
· 100 (1)

Para o método Speedy, utiliza-se a DNER-ME 52-64. Esse método consiste na


reação da água presente no solo com o carbureto de cálcio, que quando entram em contato e
são agitados reagem formando gás acetileno e hidróxido de cálcio. Esse gás aciona o
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manômetro medindo a pressão interna, que quanto mais água presente no solo, mais gás é
formado aumentando a pressão.
Primeiramente, coloca-se o material coletado na cápsula para pesagem antes de
botar no “Speedy”. Se usa a tabela do fabricante ou a DNER mostradas abaixo para escolha
da massa do material.

Fonte: Slide aula 3 de Mecânica dos solos da professora Juliana Azoia Lukiantchuki.

Após a pesagem, transfere-se a amostra para dentro da recipiente do “Speedy”,


coloca-se as esferas de aço, cuidadosamente uma ampola de carbureto para não quebrar e por
fim, feche o aparelho de maneira correta para não haver vazamentos, e agite bem à liberar o
carbureto. Liberado o CaC2, faça movimento de rotação em torno de seu eixo maior para
facilitar a mistura de carbureto e água até que a pressão se torne constante. Anote a pressão
obtida e com esse valor usa-se para comparação na tabela de aferição do aparelho para obter o
teor de umidade. Deve haver um cuidado com o intervalo de trabalho do “Speedy”, se a
pressão registrada estiver fora do intervalo de trabalho do aparelho, deve-se fazer o ensaio
novamente com quantidades maiores ou menores de solo, dependendo da situação. Repita
esse processo para 3 amostragens.
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Por último, tem-se o método do fogareiro. Esse é similar ao da estufa,


guardada as devidas proporções, sendo o usado mais em campo devido a sua praticidade,
porém é o mais impreciso dos demais.
Primeiramente, coloca-se o material coletado na cápsula e pese na balança o
conjunto visando obter um valor até 200 gramas e registre esse valor em ‘MASSA DO SOLO
ÚMIDO + CÁPSULA’.
Segundamente, coloque a placa de amianto a fim de distribuir melhor o calor e a
frigideira com a amostra usada no fogareiro. Ligue o fogo e fique mexendo o solo com a
espátula para aquecer por igual, utiliza-se a placa de vidro para saber se há água evaporando
da amostra colocando-a paralelamente a frigideira, fazendo com que a água evaporada se
condense na superfície do vidro. Enquanto houver água condensando no vidro, deve-se
continuar com o processo. Quando não não condensar mais a água, desliga-se o fogareiro,
coloca-se a amostra na cápsula novamente e pesa-se, registrando em ‘MASSA DO SOLO
SECO + CÁPSULA’. Por fim, se repete esse procedimento três vezes e anotando os valores
obtidos.
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4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Os dados obtidos pelo método da estufa estão contidos na tabela a seguir

Os valores não especificados são obtidos através de cálculos. A massa de água é


obtida pela diferença entre os valores de MASSA DO SOLO ÚMIDO + CÁPSULA e
MASSA DE SOLO SECO + CÁPSULA, isso de dá por conta dessa diferença ser
exatamente a massa de água que foi retirada do solo através do calor da estufa,
denominando:
M1 = Massa do solo úmido + Cápsula (g)
M2 =Massa do solo seco + Cápsula (g)
M3= Massa da Cápsula (g)

Logo, Massa de Água (g) = M1 - M2.

Cápsula 13: Massa de Água (g) = 93,91 - 86,23 = 7,68


Cápsula 14: Massa de Água (g) = 90,93 - 83,50 = 7,43
Cápsula 113: Massa de Água (g) = 96,92 - 88,86 = 8,06
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A massa de sólidos é encontrada subtraindo do valor da MASSA DO SOLO SECO +


CÁPSULA o valor da Massa da Cápsula.
Logo, Massa de Sólidos (g) = M2 - M3.

Cápsula 13: Massa de Sólidos (g) = 86,23 - 24,79 = 61,44


Cápsula 14: Massa de Sólidos (g) = 83,50 - 23,36 = 60,14
Cápsula 113: Massa de Sólidos (g) = 88,86 - 22,76 = 66,10

O teor de umidade é encontrado pela razão entre a massa de água e a massa de


sólidos.
𝑀𝐴𝑆𝑆𝐴 𝐷𝐸 Á𝐺𝑈𝐴 𝑀1 − 𝑀2
𝑤(%) = 𝑀𝐴𝑆𝑆𝐴 𝐷𝐸 𝑆Ó𝐿𝐼𝐷𝑂𝑆
·100 ou ainda 𝑤(%) = 𝑀2−𝑀3
·100 , logo:
𝑀𝐴𝑆𝑆𝐴 𝐷𝐸 Á𝐺𝑈𝐴 7,68
Cápsula 13: 𝑤(%) = 𝑀𝐴𝑆𝑆𝐴 𝐷𝐸 𝑆Ó𝐿𝐼𝐷𝑂𝑆
·100 = 61,44
·100 = 12, 50%
𝑀𝐴𝑆𝑆𝐴 𝐷𝐸 Á𝐺𝑈𝐴 7,43
Cápsula 14: 𝑤(%) = 𝑀𝐴𝑆𝑆𝐴 𝐷𝐸 𝑆Ó𝐿𝐼𝐷𝑂𝑆
·100 = 60,14
·100 = 12, 35%
𝑀𝐴𝑆𝑆𝐴 𝐷𝐸 Á𝐺𝑈𝐴 8,06
Cápsula 113: 𝑤(%) = 𝑀𝐴𝑆𝑆𝐴 𝐷𝐸 𝑆Ó𝐿𝐼𝐷𝑂𝑆
·100 = 66,10
·100 = 12, 19%

Resultando em uma média de 12,34%.


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No método do fogareiro, os valores obtidos são encontrados na tabela abaixo.

Novamente, os valores não apresentados deverão ser encontrados mediante cálculos.


Este método apresenta o mesmo esquema de cálculos do Método da Estufa, logo, para
encontrar o valor da massa de água, utiliza-se a equação:
Massa de Água (g) = M1 - M2. Calcula-se:

Cápsula 111: Massa de Água (g) = 130,21 - 121,92 = 8,29


Cápsula 110: Massa de Água (g) = 131,25 - 122,92 = 8,33
Cápsula 112: Massa de Água (g) = 135,31 - 126,97 = 8,34

Seguindo como nos primeiros cálculos, Massa de Sólidos (g) = M2 - M3.

Cápsula 111: Massa de Sólidos (g) = 121,92 - 56,17 = 65,75


Cápsula 110: Massa de Sólidos (g) = 122,92 - 56,28 = 66,64
Cápsula 112: Massa de Sólidos (g) = 126,97 - 61,31 = 65,66
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O teor de umidade é encontrado pela razão entre a massa de água e a massa de


sólidos.
𝑀𝐴𝑆𝑆𝐴 𝐷𝐸 Á𝐺𝑈𝐴 𝑀1 − 𝑀2
𝑤(%) = 𝑀𝐴𝑆𝑆𝐴 𝐷𝐸 𝑆Ó𝐿𝐼𝐷𝑂𝑆
·100 ou ainda 𝑤(%) = 𝑀2−𝑀3
·100 , logo:
𝑀𝐴𝑆𝑆𝐴 𝐷𝐸 Á𝐺𝑈𝐴 8,29
Cápsula 111: 𝑤(%) = 𝑀𝐴𝑆𝑆𝐴 𝐷𝐸 𝑆Ó𝐿𝐼𝐷𝑂𝑆
·100 = 65,75
·100 = 12, 61%
𝑀𝐴𝑆𝑆𝐴 𝐷𝐸 Á𝐺𝑈𝐴 8,33
Cápsula 110: 𝑤(%) = 𝑀𝐴𝑆𝑆𝐴 𝐷𝐸 𝑆Ó𝐿𝐼𝐷𝑂𝑆
·100 = 66,64
·100 = 12, 50%
𝑀𝐴𝑆𝑆𝐴 𝐷𝐸 Á𝐺𝑈𝐴 8,34
Cápsula 112: 𝑤(%) = 𝑀𝐴𝑆𝑆𝐴 𝐷𝐸 𝑆Ó𝐿𝐼𝐷𝑂𝑆
·100 = 65,66
·100 = 12, 70%

Resultando em uma média de 12,60%.

No método Speedy, os dados coletados pelo manômetro em três oportunidades


diferentes estão apontados na tabela a seguir:
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Os valores de umidade relacionados com as massa das amostras e as pressões lidas


pelo manômetro podem ser lidas de acordo com a tabela:

Como as amostras foram separadas 10 gramas de amostra nos experimentos, apenas a


coluna referente às 10g interessa neste caso. Com os valores da coluna é possível
confeccionar um gráfico para auxiliar a análise.
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Para as amostras testadas de 10g e com leitura do manômetro de 1,1 kgf/cm²,


consultando a tabela, obtém-se o valor de umidade w = 12,7% , porém para o teste
que obteve 1,05 kgf/cm² de pressão, a tabela não consta diretamente o valor desejado,
porém, com o auxílio do gráfico e uma linha de tendência que passa pelos pontos e
sua respectiva função: y = 0,0872x - 0,0039. Substituindo o valor de y por 1,05,
encontra-se um valor aproximado de x = 12,09. Ao realizar a média entre os três
valores obtidos, encontra-se o valor de aproximadamente 12,5%.

Nota-se que para o mesmo solo foram encontrados valores diferentes de umidade
para cada um dos métodos, valores esses relativamente próximos, mas distintos. Isto
se dá por conta das diferentes precisões de cada método, sendo o Método da Estufa o
mais seguro e preciso e o Speedy e Fogareiro com menor grau de precisão, porém
com maior praticidade e rapidez de ser executado, contudo, os valores obtidos nesses
métodos rápidos não são exorbitantes e nem com grande diferença em relação ao
método da estufa, o que garante que, mesmo com menor precisão, os métodos podem
ser utilizados na maioria dos casos.
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5. CONCLUSÃO

Com os resultados apresentados, é possível concluir que os três métodos são


eficientes para o cálculo de umidade do solo, dando ênfase para o método da estufa que
apresenta maior precisão, sendo indicado para casos onde são necessários dados mais
específicos, como em pesquisas laboratoriais. Em contraponto, o tempo gasto da amostra
dentro da estufa, geralmente de 16 a 24h, é um empecilho que torna o processo menos prático,
além da necessidade de materiais específicos de difícil acesso e de um ambiente de
laboratório. Os métodos de Speedy e do Fogareiro, por outra lado, são mais acessíveis e
apresentam um resultado em poucos minutos, a precisão é afetada, porém em um contexto de
canteiro de obra ou em casos que não exijam tanta exatidão, são métodos que podem ser
usados tranquilamente, sem a necessidade de uma infraestrutura própria para a realização do
procedimento e materiais mais acessíveis.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LUKIANTCHUKI, Prof. Dra. Juliana Azoia. PREPARAÇÃO DE AMOSTRAS E


DETERMINAÇÃO DO TEOR DE UMIDADE DO SOLOS. 2022. Material da aula do dia
09/08/2022.

PINTO, Carlos de Souza. Curso Básico de Mecânica dos Solos. 3ª Edição com exercícios
resolvidos.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6457: Amostras de solo -


Preparação para ensaios de compactação e ensaios de caracterização. - Ago de 1986.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 5734: Peneiras para ensaio


com tecido metálico. - Ago de 1987.

DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADA DE RODAGEM. DNER-ME 052: Solos e


agregados miúdos - determinação da umidade com emprego do “Speedy” - Abril de 1994.

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