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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ - CAMPUS RUSSAS

DISCIPLINA: MECÂNICA DOS SOLOS I

PROFESSOR(A): DANIELA LIMA MACHADO DA SILVA

CURSO: ENGENHARIA CIVIL

DETERMINAÇÃO DA UMIDADE E ANÁLISE GRANULOMÉTRICA DOS SOLOS

Michael Jackson Alves de Oliveira - 496950


Hyago Breno Barros Gadelha - 499394
Rebeca da Silva Ferreira - 501064

Russas - CE
Abril de 2022
DETERMINAÇÃO DA UMIDADE E ANÁLISE GRANULOMÉTRICA DOS SOLOS

Relatório de ensaio de determinação da


umidade e análise granulométrica do solo,
apresentada a disciplina de Mecânica dos Solos I do
curso de Engenharia Civil da Universidade Federal
do Ceará (UFC) Campus Russas.

Russas - CE
Abril de 2022
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................................... 4

2. OBJETIVO GERAL......................................................................................... 5

3. MATERIAIS E MÉTODOS ............................................................................ 5

3.1. Materiais ............................................................................................... 5

3.2. Métodos ................................................................................................ 6

3.2.1. Determinação da umidade do solo ..................................................... 6

3.2.2. Análise granulométrica do solo ......................................................... 8

3.2.2.1 Preparação da amostra ……………………………….…….…....… 8

3.2.2.2 Peneiramento fino ou peneiramento da amostra parcial ...…......…. 11

3.2.2.3 Peneiramento grosso ou peneiramento da amostra total ……..….... 11

4. CÁLCULOS E RESULTADOS ...................................................................... 11

4.1. Determinação da umidade do solo ....................................................... 11

4.2. Análise granulométrica do solo ........................................................... 13

5. CONCLUSÃO.................................................................................................. 17

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................. 18

7. ANEXOS.......................................................................................................... 19
1. INTRODUÇÃO

Para que as construções civis, em sua totalidade, possam ser realizadas e iniciadas,
é essencial a obtenção de informações aprofundadas sobre o comportamento do terreno no
qual a obra irá assentar-se (PINTO, 2013). Como características importantes tem-se o teor
de umidade e a granulometria dos solos.
Saber o teor de umidade do solo é essencial, principalmente em construções no qual
exigem uma maior resistência daquele solo por estarem diretamente e constantemente em
contato com a água. Dessas obras, é possível citar as construções de barragens e a utilização
do solo como material para aterros em estradas. O teor de umidade é encontrado por meio
do experimento em laboratório e, a partir dele, é possível realizar uma análise e identificar
aspectos como o peso específico dos solos. O experimento em laboratório é feito de acordo
com a NBR 6457:1986.
A granulometria dos solos é definida como sendo a especificação dos tamanhos dos
solos. A partir da análise granulométrica é possível realizar uma classificação daqueles solos
em estudo. Um solo que possui uma má graduação, é um aspecto negativo pois, por
apresentar uma baixa diferença nos tamanhos granulométricos, acaba possuindo muitos
espaços vazios, e, com isso, o solo no qual apresenta essa classificação deforma - se
facilmente e rapidamente. Diferentemente, um solo bem graduado se constitui de muitos
tamanhos granulométricos, logo, apresenta um baixo índice de vazios e, com isso, uma boa
resistência e baixa deformação. O ensaio granulométrico pode ser feito de duas formas:
● Método do peneiramento: consiste da utilização de peneiras de acordo com a
NBR 6457:1986 e NBR 7181:1984. A peneira mais fina utilizada é a de número
200 que possui abertura de 0,0074 mm.
● Método da sedimentação: é baseada na Lei de Stokes que diz que, num meio
aquoso, é possível relacionar a rapidez com que a partícula se sedimenta com o
seu tamanho. Assim, quanto maior for o tamanho da partícula, maior será a
velocidade no qual a partícula sedimenta - se no interior da proveta.
Logo, foi feito o ensaio em laboratório pelo método de peneiramento de acordo com a
NBR 6457:1986 e NBR 7181:1984. O ensaio granulométrico permite uma análise do solo
permitindo uma classificação de acordo com o seu tamanho granulométrico, podendo ser
classificado como, argila, silte e argila, areia fina, média ou grossa.
2. OBJETIVO GERAL

O presente trabalho tem por objetivos: determinar o teor de umidade e realizar a análise
da composição granulométrica do solo coletado apresentado no laboratório da Universidade
Federal do Ceará.

3. MATERIAIS E MÉTODOS

3.1. MATERIAIS

Os materiais e equipamentos utilizados para a determinação do teor de umidade e a análise


granulométrica do solo são:

a) Estufa;

b) Balança com resolução de 0,01g,

c) Dessecadores, para o armazenamento da amostra;

d) Bandejas de alumínio;

e) Cápsulas de metal;

g) Massa de solo previamente coletada;

h) Pratos metálicos e Bagueta de vidro;

i) Pincel grosso;

j) Pinças metálicas;
k) Peneiras de 50, 38, 19, 9,5, 4,8, 2,0, 1,2, 0,6, 0,42, 0,25, 0,15, e 0,075mm;

l) Escova de cerdas metálicas.

3.2. MÉTODOS

Os ensaios realizados seguiram as especificações ditadas pelas normas:

- NBR 6457 – ABNT – “Amostras de Solo – Preparação para Ensaios de Compactação e


Ensaios de Caracterização”.

- NBR 7181/84 – ABNT – “Solo – Análise Granulométrica”.

3.2.1. Determinação do teor de umidade

O ensaio de determinação do teor de umidade foi realizado de acordo com as


especificações da NBR 6457, utilizando-se o método da estufa. De acordo com esse método e
com as especificações da norma, a quantidade de material é obtida em função da dimensão dos
grãos maiores.

Tabela 1 - Quantidade de material em função da dimensão dos grãos maiores

O material coletado para a determinação do teor de umidade apresentou uma


granulometria superior a 2 mm de diâmetro e, de acordo com as especificações da norma, para
utilizar o método da estufa, se as dimensões dos grãos forem visualmente maior que 2mm de
diâmetro, utilizamos de 30 a 300 gramas de solo. Então nesse caso, foi colocado uma certa
quantidade de solo, que fosse suficiente para cobrir o valor de no mínimo 30 gramas, no qual
essa quantidade de material foi destorroada e em seguida colocada em cápsulas metálicas
adequadas.
Figura 1 - Material destorroado e colocado em cápsulas metálicas adequadas.

Primeiramente, foi realizado a pesagem de cada uma das cápsulas, obtendo os seguintes
resultados, apresentados na Tabela 2:

CÁPSULA PESO DA
Nº CÁPSULA (g)

4 16,38

5 14,59

6 16,10

Tabela 2 - Peso das Cápsulas em gramas

Em seguida, foi colocado uma certa quantidade de solo em cada uma das cápsulas, e
realizado a pesagem das cápsulas novamente, obtendo os seguintes resultados, apresentados na
Tabela 3:

CÁPSULA PESO BRUTO ÚMIDO (g)


4 77,06

5 52,77

6 59,77

Tabela 3 - Peso das Cápsulas + Solo úmido em gramas


Após isso, as cápsulas foram levadas para a estufa para fazer a secagem desse material,
à uma temperatura de pelo menos 105º, de acordo com as especificações da NBR 6457. O
período de secagem completa do solo, pode levar cerca de 16 a 24 horas, tudo irá depender do
teor de umidade, ou da quantidade de material e também do tipo, podendo este material estar
muito úmido, como também bem seco.
O solo coletado permaneceu na estufa durante 24 horas, garantindo assim a secagem
completa ou a constância de massa. Após a secagem, as cápsulas foram retiradas da estufa, e
em seguida transferidas para um dessecador, que tem a função de fazer com que o solo não
ganhe umidade e ao mesmo tempo perca a temperatura, portanto, é justamente o procedimento
para esfriar o material, para depois fazer o processo de pesagem novamente.
Após a retirada da estufa, as cápsulas foram pesadas novamente, obtendo os seguintes
resultados, apresentados na Tabela 4:

CÁPSULA PESO BRUTO SECO


Nº (g)

4 75,709

5 51,939

6 58,813

Tabela 4 - Peso das Cápsulas + Solo seco em gramas

Finalmente, com os pesos obtidos das cápsulas após a passagem pela estufa, é possível
calcular o teor de umidade.

3.2.2. Análise granulométrica do solo

O ensaio da análise granulométrica do solo foi realizado de acordo com as


especificações da NBR 7181.

3.2.2.1 Preparação da amostra

A preparação da amostra é realizada após a chegada do material ao laboratório, visto


que, quando é coletada, geralmente é em grande quantidade e ainda há a presença de torrões,
galhos, folhas, gravetos e etc. Primeiramente, o material é levado para a secagem ao ar livre,
sendo exposto ao sol até a amostra atingir o ponto de umidade higroscópica.

Figura 2 - Materiais utilizados para a preparação do solo

Após ser visualmente analisada a amostra como seca, este material é manuseado para
que seja iniciado o ensaio. A amostra é reduzida e verificada de acordo com as especificações
da norma 7181, em função da dimensão dos grãos maiores:

Tabela 5 - Determinação do peso da amostra seca ao ar

De acordo com a amostra coletada, o ensaio de granulometria foi realizado com 1kg de
solo. Onde o primeiro procedimento feito foi o quarteamento, sendo realizado utilizando um
repartidor de amostras. No repartidor de amostras, o material foi passado e selecionado em duas
bandejas separadas, onde uma delas é eliminada, utilizando-se apenas a outra para repetir o
processo até que a amostra seja reduzida a uma quantidade próxima a quantidade de 1kg para
dar continuidade ao ensaio.

Figura 3 - Uma das bandejas do repartidor de amostras utilizado no ensaio

Logo em seguida, foi realizado o destorroamento da amostra utilizando o almofariz com


a mão de gral, este procedimento é realizado com a intenção de desmanchar torrões que possam
existir na amostra. Após o destorroamento, o material é pesado na balança de acordo com a
quantidade específica de 1kg, que foi definida no início do ensaio.

Figura 4 - Almofariz utilizado para destorroamento

Após isso, a etapa de peneiramento grosso, ou também chamado de peneiramento da


amostra total, é iniciada. A amostra total de 1kg é passada pela peneira de abertura de 2 mm, e
o que fica retido na peneira, é lavado em água corrente, a fim de retirar grãos aderentes que
ficarem na amostra.
Após a lavagem na própria peneira, a amostra que ficou retida e lavada é colocada em
outro recipiente, e em seguida levada a uma estufa, onde ela deve ficar por no mínimo 12 horas
ou até constância de massa. Após ela seca, é realizado um peneiramento no conjunto de peneiras
de acordo com as especificações da norma 5734, e executado os cálculos granulométricos.

3.2.2.2 Peneiramento fino ou peneiramento da amostra parcial

No peneiramento fino, parte do material que passou pela peneira de 2mm será utilizado,
sendo 120g necessário para o peneiramento fino, desse material retido. Com o material pesado
e coletado, as 120g devem ser passadas na peneira de 200, ou de abertura de 0,075mm, e o que
ficar retido, deve ser lavado na própria peneira, a fim de eliminar os grãos aderentes, e após isso
o material que ficou retido após a lavagem vai para a estufa onde ficará por 12 h e a estufa deve
ficar entre 105 e 110º C.
Após a amostra estar seca, faz-se o peneiramento no conjunto de peneiras de 1,2, 0,6,
0,42, 0,25, 0,15, 0,075 mm² e anota-se o que ficar retido em cada peneira.

3.2.2.3 Peneiramento grosso ou peneiramento da amostra total

No peneiramento grosso, parte do material que passou pela peneira de 2mm será
utilizado, sendo 120g necessário para o peneiramento grosso, desse material retido. Com o
material pesado e coletado, pedregulhos e grãos maiores, o que ficar retido, deve ser lavado na
própria peneira, a fim de eliminar os grãos aderentes, e após isso o material que ficou retido
após a lavagem vai para a estufa onde ficará por 12 h e a estufa deve ficar entre 105 e 110º C.
Após a amostra estar seca, faz-se o peneiramento no conjunto de peneiras de 50, 38, 25,
19, 9,5 e 4,8 mm² e anota-se o que ficar retido em cada peneira.

4. CÁLCULOS E RESULTADOS

4.1. Determinação da umidade do solo

O teor de umidade do solo pode ser calculado através da seguinte expressão:


Onde,

h = teor de umidade, em %
M1 = massa do solo úmido + massa da cápsula, em g
M2 = massa do solo seco + massa da cápsula, em g
M3 = massa da cápsula, em g

As cápsulas metálicas apresentaram os seguintes resultados, colocados na Tabela 6


abaixo:

CÁPSULA PESO BRUTO PESO BRUTO PESO DA


Nº ÚMIDO (g) SECO (g) CÁPSULA (g)

4 77,06 75,709 16,38

5 52,77 51,939 14,59

6 59,77 58,813 16,10

Tabela 6 - Valores do peso bruto, pedo bruto seco e peso das cápsulas 4,5 e 6.

Desta forma, é possível obter o peso da água, o peso do solo seco, o fator de correção e
finalmente, a umidade do solo em cada cápsula, a partir das seguintes fórmulas:

Pa = Pu - Ps (Peso da Água)
Pss = Ps - Pc (Peso do solo seco)
Fc = 100 / 100 + Um (Fator de correção)

Onde,

Pa = peso da água
Pu = peso bruto úmido
Ps = peso bruto seco
Pss = peso do solo seco
Pc = peso da cápsula
Um = umidade média

Obtendo-se, assim, os valores apresentados na tabela 7 abaixo:

PESO DA PESO DO UMIDADE UMIDADE Fator de


ÁGUA (g) SOLO SECO (%) MÉDIA (%) Correção
(g)

1,351 59,329 2,28

0,831 37,349 2,22


2,25 0,97

0,957 42,713 2,24

Tabela 7 - Resultados obtidos para determinação do teor de umidade do solo coletado.

4.2. Análise granulométrica do solo

Após os cálculos de determinação da umidade do solo, deveremos encontrar a massa


total da amostra seca, que será obtida através da fórmula seguinte:

𝑀𝑠 = (𝑀𝑡 − 𝑀𝑔) ∗ 𝑓𝑐 + 𝑀𝑔
𝑓𝑐 = 100/(100 + ℎ)

Ms = Massa total da amostra seca


Mt = Massa total da amostra úmida
Mg = Massa do pedregulho lavado a seco
fc = Fator de correção da umidade
h = Umidade média

𝑀𝑠 = (51,97 − 51,01) ∗ 0,977 + 51,01


𝑀𝑠 = 51,97𝑔
𝑓𝑐 = 100/(100 + 2,25)
𝑓𝑐 = 0,977

Após encontrarmos Ms, agora iremos calcular a porcentagem do material passado em cada
peneira. abaixo segue as tabelas das as massas obtidas através do peneiramento das frações
grossas e finas de solo.

PENEIRAMENTO GROSSO

PENEIRAS MATERIAL RETIDO MATERIAL PASSANDO

(mm) Parcial (g) Acumulado, Mi Qg(%)


(g)

50 0 0 100

38 0 0 100

25 0 0 100

19 0 0 100

9,5 7,51 7,51 85,54

4,8 19 26,51 63,44

2,0 25,46 51,97 N = 51,01

Fundo 0,15

Tabela 8 - Análise granulométrica no peneiramento do solo grosso

O material passado no peneiramento grosso, foi calculado através da fórmula abaixo:

𝑄𝑔 = ((𝑀𝑠 − 𝑀𝑖)/𝑀𝑠) ∗ 100

Qg = Porcentagem do material passado em cada peneira


Mg = Massa do material seco retido na peneira 2,00mm
Mi = Massa do material retido acumulado em cada peneira

PENEIRAMENTO FINO

PENEIRAS MATERIAL RETIDO MATERIAL PASSADO

(mm) Parcial (g) Acumulado, Mi Qg (%)


(g)

1,2 4,46 4,46 48,66

0,6 8,79 13,25 44,04

0,42 6,04 19,29 40,86

0,25 10,64 29,93 35,26

0,15 12,99 42,92 28,43

0,075 9,89 52,81 23,23

Fundo 0

Tabela 9 - Análise granulométrica no peneiramento do solo fino

O material passado no peneiramento grosso, foi calculado através da fórmula abaixo:

𝑄𝑓 = ((𝑀ℎ ∗ 100 − 𝑀𝑖(100 + ℎ))/(𝑀𝑠 ∗ 100) ∗ 𝑁

Qf = Porcentagem do material passado em cada peneira


Mh = Massa do material seco úmido submetido ao peneiramento fino ou à sedimentação
Mi = Massa do material retido acumulado em cada peneira
N = Porcentagem do material que passa na peneira 2,00mm
h = Umidade higroscópica do material passando na peneira 2,00mm
Figura 5 - Curva Granulométrica

Com base na literatura o gráfico da figura 5 o material será analisado para que se possa
descobrir qual o tipo de solo que foi usado em laboratório a partir de sua granulometria.
5. CONCLUSÃO

A partir dos resultados obtidos, conclui-se, portanto, que o solo coletado estudado
possui os três valores para as diferentes cápsulas coletadas 4, 5 e 6 muito próximos, quando
analisado o teor de umidade, variando em torno de 0,1%. Portanto, é um solo que apresenta
um teor de umidade equivalente a h = 2,25% em média, sendo considerado um solo que possui
pouca massa de água em sua constituição mineralógica.

No ensaio granulométrico, podemos concluir que o método da estufa utilizado, é um


método muito preciso porque é um método que iremos medir diretamente a umidade do solo
e com uma amostra um pouco menor, o que torna ela mais representativa. Desta forma,
visualizamos que o solo é em sua maior fração uma areia fina.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- PINTO, C. Sousa. Curso Básico de Mecânica dos Solos. 3ª Edição.

- CAPUTO, H.P. Mecânica dos Solos e Suas Aplicações. Livros Técnicos e


Científicos. Vol 1. Rio de Janeiro, 1988.
7. ANEXOS

Anexo 1 - Pesagem da cápsula 4 + solo úmido

Anexo 2 - Pesagem da cápsula 5 + solo úmido


Anexo 3 - Pesagem da cápsula 6 + solo úmido

Anexo 4 - Granulometrias dos solos retidos em cada uma das peneiras utilizadas

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