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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS

CÂMPUS CENTRAL - SEDE: ANÁPOLIS - CET


ENGENHARIA AGRÍCOLA

ANA GABRIELA RIBEIRO


JAYKSON DOS SANTOS SANTANA

Valor da atividade: 1,5


Nota obtida: 1,5

Parabéns ao grupo pelo detalhamento metodológico,


ficou muito bom.

COMPACTAÇÃO DO SOLO – ENSAIO DE PROCTOR

ANÁPOLIS – GO
2023
COMPACTAÇÃO DO SOLO – ENSAIO DE PROCTOR

Introdução

A compactação do solo é definida como o aumento da densidade e diminuição da sua


porosidade quando passa por uma pressão ou esforço contínuo. Esse fenômeno pode inibir
a infiltração no solo, dificultando o desenvolvimento de culturas, uma vez que vem a prejudicar
a penetração de raízes, comprometendo a absorção de água e nutrientes (Furlani & Silva,
2016).

Alguns pesquisadores como Keller & Lamandé (2010), relatam que a compactação
resulta em problemas agronômicos, ambientais e econômicos. Desta maneira, se torna
essencial o monitoramento de áreas que passam por esse problema, no intuito de ser
executado o manejo integrado desses solos, visando controlar e minimizar os danos
causados (Magalhães et al., 2012).
Conferir essa data, não está certa!
Em 1992, o engenheiro americano, Ralf Proctor publicou uma série de artigos, nos
quais pela primeira vez foi enunciado um dos mais importantes princípios da mecânica dos
solos: a compactação do solo é dependente da energia aplicada e da umidade do solo no
momento da compactação (Klein et al., 2013).

Vale destaca que existem diferentes graus de compactação e que varia


independentemente do tipo de solo. O aumento da densidade afeta de maneira negativa os
atributos dos horizontes e camas, diminuindo a macroporosidade e aumentando a
microporosidade. Deste modo, essa desconfiguração física da terra, tem como consequência
à redução da aeração e resistência à penetração radicular (Reis et al., 2022).

Neste aspecto, o ensaio de Proctor tem sido utilizado para estudar a dinâmica dos solos
agrícolas, por se tratar de um método de baixo custo, adequada praticidade e rapidez.
Consiste em determinar a curva de compactação do solo, na qual o ponto em que se obtém
a densidade máxima é denominado umidade crítica de compactação para um dado nível de
energia aplicado. Com a realização desse teste preliminarmente é possível quantificar o valor
da umidade do solo, o qual se deve evitar a sua trafegabilidade para não predispor o mesmo
à compactação. Pois com o aumento no teor de água, ocorre redução da coesão. A água
atua como lubrificante entre as partículas de solo, permitindo o deslizamento e o
empacotamento das partículas quando este é submetido a algum tipo de pressão (Luciano et
al., 2012).

Nos estudos de mitigação da compactação do solo, sugere-se o uso preliminar do


ensaio de Proctor para a obtenção de valores de referência.
Objetivos

O objetivo do experimento foi determinar a curva de compactação de uma porção de solo,


utilizando-se de um cilindro com volume conhecido e variando a umidade para atingir o ponto
de compactação máxima.
O objetivo do experimento foi construir a curva de compactação do solo identificando o ponto ótimo da curva, ou
seja, a massa específica seca máxima do solo bem como a umidade ótima de compactação.

Materiais utilizados

• Peneira n° 4 (4,8 mm);


• Balança para 10 kg com resolução de 1 g.
• Almofariz e mão com borracha;
• Estufa que mantenha automaticamente a temperatura entre 105 e 110°C;
• Espátula de aço com 8 cm de comprimento;
• Molde cilíndrico de 1000 cm³, com base e colarinho;
• Soquete cilíndricos de: 2,5 kg (30,5 cm) e 4,5 kg (45,7 cm);
• Extrator de amostras;
• Cinco cápsulas de alumínio;
• Bandeja metálica;
• Proveta de 500 ml;
• Água.

Procedimento Experimental

Uma grande amostra de solo foi coletada e armazenada no Laboratório de Mecânica dos
Solos, estando a disposição para realização de experimentos.
A partir desta grande amostra, separou-se uma amostra menor, de aproximadamente 5
kg, coletada de forma aleatória do montante. Esta amostra foi então submetida ao
peneiramento. Utilizou-se a peneira de N° 4, com abertura de 4,8 mm. As partículas que não
passaram pela peneira são cascalhos, pedras e corpos de diâmetros maiores, que não são
interessantes para o estudo, consequentemente, são descartadas. A amostra foi preparada
de acordo com a NBR 6457/86 (Amostras de solo - Preparação para ensaio de compactação
e ensaios de caracterização).
Imagem 1: Preparo da amostra. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.

Com a amostra já peneirada, identificou-se cinco cápsulas de alumínio, as quais foram


pesadas em balança com resolução de 0,01 g. A massa de cada cápsula foi anotada.

Imagem 2: Pesagem da cápsula Número 2. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.

Após a identificação e pesagem das cápsulas de alumínio, coletou-se os dados


referente ao molde. Este foi pesado, teve seu diâmetro e altura medidos com auxílio de uma
régua:

Peso do molde + Diâmetro do Altura do Volume do


cilindro (g) molde (cm) molde (cm) molde (cm³)

4450 10 12,7 997,4556675


Tabela 1: Dados do molde usado no experimento. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.
Foi preparado então o aparato para realização do ensaio de Proctor. Montou-se o
molde, juntamente com o prolongador e disco espaçador. A fim de evitar aderência do solo
compactado com o equipamento, este foi lubrificado com óleo diesel, com auxílio de um
pincel.

Imagem 3: Molde cilíndrico, com base e colarinho sendo lubrificado para início do ensaio. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.

À amostra que foi previamente peneirada, armazenada em bandeja metálica, com


auxílio de uma proveta, adicionou-se água gradativamente, buscando obter teor de umidade
em torno de 5% abaixo do teor de umidade ótima presumível. Como não se conhecia a
umidade ótima, adicionou-se água até que, a amostra que estava extremamente seca,
adquirisse aparência de úmida, ou até que ocorresse a formação de pequenos torrões de
terra. Após adição de água, a amostra foi completamente homogeneizada.

Imagem 4: Adição de água à amostra a ser compactada. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.
Imagem 5: Homogeneização da amostra a ser compactada. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.

A amostra foi então colocada no molde cilíndrico até atingir aproximadamente 1/3 de
seu volume e submetida a golpes, cujo número variam de acordo com a energia de
compactação e tamanho do soquete. Para este ensaio foi utilizada energia normal e soquete
pequeno (2,5 kg e 30,5 cm), sendo então necessário 26 golpes por camada. Os golpes foram
aplicados perpendicularmente e uniformemente na camada.

Imagem 6: Molde cilíndrico sendo preenchido pela amostra. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.

Imagem 7: Compactação da primeira camada de amostra. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.


Após compactada a primeira camada, sua superfície foi submetida a uma ligeira
escarificação, que corrobora para que a próxima camada seja capaz de aderir à camada
subjacente.

Imagem 8: Escarificação da camada após compactação. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.

Escarificada a primeira camada, adicionou-se uma segunda camada de amostra, que


ocupou mais 1/3 do volume do cilindro e submeteu-a novamente ao processo de
compactação. Aplicou-se novamente os 26 golpes e escarificou sua superfície. Por fim,
completando o volume do cilindro, foi adicionado aproximadamente mais 1/3 do volume e
repetiu o mesmo procedimento.
Após compactação da última camada, foi retirado o prolongador do cilindro e promoveu
o arrastamento com o auxílio da régua biselada.

Imagem 9: Remoção do prolongador do cilindro. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.


Imagem 10: Arrastamento com auxílio da régua biselada. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.

O conjunto molde + solo úmido foi então pesado, em balança com resolução de 1g, e,
por subtração do peso do molde, obteve-se o peso do solo úmido compactado.

Imagem 11: Pesagem do conjunto molde + solo úmido. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.

Obtendo o peso do solo úmido compactado e o volume do molde cilíndrico, foi possível
calcular a Massa Específica aparente úmida ( ρ) através da equação:

𝑃
𝜌 =
𝑉
Em que,

ρ: massa específica aparente úmida (g/cm³)


P: peso do solo úmido (g)
V: volume do molde (cm³)
Após pesagem do corpo-de-prova, este foi retirado do molde utilizando um extrator de
amostras hidráulico.

Imagem 12: Retirada do corpo-de-prova do molde. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.

Do centro deste corpo-de-prova foi retirada uma pequena amostra destinada à


determinação do teor de umidade. Esta amostra foi então armazenada na cápsula
previamente identificada e pesada, o conjunto amostra + cápsula foi novamente pesado e
levado para estufa a 105°C, onde permaneceu por 24h.

Imagem 13: Coleta de amostra para determinação de umidade. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.

Após realizado o ensaio de compactação, o material utilizado remanescente foi


novamente homogeneizado, com o que havia restado na bandeja (por isso ensaio de
compactação com reuso de material, o que nos permite realizar com o ensaio com uma
amostra reduzida). O mesmo procedimento, descrito acima, foi repetido até obter cinco
pontos, sendo dois no ramo seco, um próximo à umidade ótima e dois no ramo úmido da
curva de compactação.
Após 24 horas, as cinco amostras que foram submetidas ao processo de secagem,
foram novamente pesadas e determinou-se seu teor de umidade através da equação:
𝑚𝑤
𝑊 = ⋅ 100%
𝑚𝑠

Em que,

W: umidade (%)
mw: massa de água contida no solo (g)
ms: massa de solo seco (g)

Imagem 14: Pesagem da cápsula 2 + amostra de solo seco, após processo de secagem em estufa. Fonte: RIBEIRO e
SANTANA, 2023.

Após determinar a Massa Específica aparente úmida e o teor de umidade do solo


através das equações descritas acima, determinou-se também a Massa Específica aparente
seca de cada uma das seis amostras:

𝜌
𝜌𝑑 =
(1 + 𝑤)

Em que,

ρd: massa específica aparente seca (g/cm³)


ρ: massa específica aparente úmida (g/cm³)
w: teor de umidade (decimal)
Resultados e Discussão

Determinação do teor de umidade de cada amostra:

Número da Peso da Peso da Cápsula + Peso da Cápsula +


Umidade (%)
Cápsula Cápsula (g) Solo Úmido (g) Solo Seco (g)
1 28,55 43,23 41,6 12,49
2 30,22 53,32 50,1 16,20
3 24,76 56,05 51,3 17,90
4 23,98 45,52 41,8 20,88
5 24,35 50,66 45,9 22,09
Tabela 2: Dados utilizados na determinação do teor de umidade de cada amostra. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.

Resultado do Ensaio de Proctor:

Número Peso do Peso do Massa específica Massa específica Peso específico


Umidade
da Molde + Solo Solo aparente úmida aparente seca aparente seco
(%)
Cápsula Úmido (g) Úmido (g) (g/cm³) (g/cm³) (kN/m³)
1 6150,0 1700,0 1,704328996 12,49 1,52 15,15
2 6350,0 1900,0 1,904838289 16,20 1,64 16,39
3 6400,0 1950,0 1,954965613 17,90 1,66 16,58
4 6300,0 1850,0 1,854710966 20,88 1,53 15,34
5 6250,0 1800,0 1,804583642 22,09 1,48 14,78
Tabela 3: Resultados obtidos através do Ensiao de Proctor. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.
Conclusão

Peso Específico Aparente Seco


16,58 kN/m³
Máximo:
Teor de Umidade Ótima: 17,00 %
Tabela 4: Conclusão do Ensaio de Proctor. Fonte: RIBEIRO e SANTANA, 2023.

Referências Bibliográficas
Padronizar os sobrenomes. Após o sobrenome principal (o último), ou coloca todos por extenso ou abrevia.
Exemplo: COUTO, R.F. ou COUTO, Ródney Ferreira.

FREITAS, I. C. DE, et al.. Resistência à penetração em Neossolo Quartzarênico submetido a


diferentes formas de manejo. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.
16, n. 12, p. 1275–1281, dez. 2012.
FURLANI, C. E. A.; SILVA, R. P. da. Compactação do solo. 2016. Disponível em:
http://www.fcav.unesp.br/Home/departamentos/engenhariarural/CARLOSEDUARDOANGEL
IFURLANI/compactacao.pdf. Acesso: 14 nov. 2023.
KLEIN, Vilson Antonio; MADALOSSO, Tiago; BASEGGIO, Matheus. Ensaio de Proctor
normal – análise metodológica e planilha para cálculo da densidade do solo máxima e teor
de água ótimo. Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages, v. 12, n. 2, p. 199–203, 2013.
Disponível em: https://www.revistas.udesc.br/index.php/agroveterinaria/article/view/5214.
Acesso em: 14 nov. 2023.
Luciano, R. V.; Albuquerque, J. A.; Costa, A.; Batistella, B.; Warmling, M. T. Atributos físicos
relacionados à compactação de solos sob vegetação nativa em região de altitude no sul do
Brasil. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v.36, n.6, p.1733-1744, 2012.
O nome do periódico deve ser negritado Cidade da revista = Viçosa
REIS, L. S.; SILVA, E. D. da; BARROS, B. G. A..; OLIVEIRA, F. J. V. de. Soil Compaction: An
Agronomic and Environmental view. Research, Society and Development, [S. l.], v. 11, n.
5, p. e40011528487, 2022. DOI: 10.33448/rsd-v11i5.28487. Disponível em:
https://rsdjournal.org/index.php/rsd/article/view/28487. Acesso em: 14 nov. 2023.

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