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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIVATES

CURSO DE ENGENHARIA CÍVIL

RELATÓRIO DE ENSAIO DE COMPACTAÇÃO, LIMITE DE LIQUIDEZ


E PLASTICIDADE EM LABORATÓRIO.

Lajeado, Março de 2015.


RELATÓRIO DE ENSAIO DE COMPACTAÇÃO, LIMITE DE LIQUIDEZ
E PLASTICIDADE EM LABORATÓRIO.

Relatório de Ensaio de Compactação, Limite


de Liquidez e Plasticidade executado no
Laboratório de Tecnologia da Construção do
Centro Universitário UNIVATES,
apresentado na disciplina de Terraplanagem
e Pavimentação do Curso de Engenharia
Civil.

Professor: Ms. João Rodrigo Guerreiro


Mattos

Lajeado, Março de 2015.


1 INTRODUÇÃO

O solo é um meio complexo e heterogêneo, produto de alteração,


remanejamento e da organização do material original - rocha, sedimento ou outro
solo-, sob a ação da vida, da atmosfera, das trocas de energia e constituído por
quantidades variáveis de minerais, matéria orgânica, água da zona não saturada e
saturada, ar e organismos vivos, incluindo plantas, bactérias, fungos, protozoários,
invertebrados e outros animais.
O solo no ramo do conhecimento da Engenharia Civil é analisado sob as
perspectivas de servir como material de construção ou como elemento de suporte
das estruturas ou edificações nele assentes. No sentido de qualificar e definir as
propriedades dos solos são realizados os, assim chamados, ensaios de
caracterização.
Apresentaremos neste relatório os três ensaios realizados no Laboratório de
Tecnologia da Construção do Centro Universitário UNIVATES, durante a disciplina de
Terraplanagem e Pavimentação: Ensaio do Limite de Liquidez (LL), Ensaio de Limite
de Plasticidade (LP) e Ensaio de Compactação.
2 ENSAIO DE LIMITE DE LIQUIDEZ (LL)

O ensaio de limite de liquidez é realizado em um aparelho denominado


aparelho de Casagrande, que consiste essencialmente de uma concha metálica que,
acionada por uma manivela, golpeia a base do citado aparelho. O ensaio é feito com
a fração da amostra representativa do solo que passa na peneira de 0,42 mm de
abertura de malha (peneira n° 40).

Figura 1 - Aparelho de Casagrande

Fonte: dos autores


A quantidade de material necessária para o ensaio é de cerca de 70 g.
Colocam-se os 70 g de material em uma cápsula e homogeneíza-se com adição de
água, aos poucos, até resultar massa plástica. Transfere-se parte da massa plástica,
assim obtida, para a concha do aparelho, moldando-a de modo que, na parte central
da concha, apresente uma espessura aproximada de 1 cm, com um dos cinzéis, o
julgado mais aconselhável para o caso (solo arenoso, siltoso ou argiloso), divide-se
a massa do solo contida na concha em duas partes, abrindo-se uma canelura em
seu centro, normalmente à articulação da concha. Coloca-se a concha no aparelho,
procedendo-se, por meio de acionamento da manivela, o golpeamento da concha
contra a base do aparelho. Golpeia-se à razão de duas voltas por segundo até que
as bordas inferiores da canelura se unam em 1 cm de comprimento, sendo
registrado o número de golpes e retirada uma pequena quantidade de solo no ponto
onde a canelura fechou, para determinação da umidade.

Figura 2 – Realização do Ensaio do Limite de Liquidez

Fonte: dos autores

Figura 3 – Pesagem da amostra de solo


Fonte: dos autores

O limite de liquidez será determinado em um gráfico de coordenadas


retangulares no qual, no eixo das abcissas e em escala aritmética, são apresentadas
as porcentagens de umidade e no eixo das ordenadas em escala logarítmica são
apresentados os números de golpes. Os pontos obtidos no gráfico originam uma
reta. O ponto de ordenadas 25 golpes determina, no eixo das abcissas, uma
umidade que é o limite de liquidez do solo ensaiado.
3 ENSAIO DE LIMITE DE PLASTICIDADE (LP)

O ensaio de limite de plasticidade é realizado com uma fração da amostra


representativa do solo que passa na peneira de 0,42 mm de abertura de malha
(peneira n° 40). A quantidade de material necessária para o ensaio é de cerca de 50
g. A amostra é colocada em uma cápsula e homogeneizada com adição de água
aos poucos, até resultar massa plástica. Com uma quantidade de massa plástica
obtida, forma-se uma pequena bola, que será rolada sobre uma placa de vidro
esmerilhada com pressão suficiente da mão, de modo a resultar a forma de cilindro.
Quando este atingir a 3 mm (verificado com o cilindro de comparação) sem se
fragmentar, amassa-se o material e procede-se como anteriormente. Repete-se a
operação até que, por perda de umidade, o cilindro se fragmenta quando atingir 3
mm de diâmetro. Transfere-se alguns pedaços do cilindro fragmentado para um
recipiente e determina-se a umidade em estufa à temperatura de 105 °C – 110 °C.
Repete-se o procedimento acima referido até serem obtidos 3 valores que não
difiram da respectiva média de mais de 5%.
Figura 2 – Realização do Ensaio do Limite de Plasticidade.

Fonte: dos autores


4 ENSAIO DE COMPACTAÇÃO

O ensaio de compactação é feito seguindo os procedimentos abaixo:


a) Pesar a amostra preparada para o ensaio e anotar, anotar também o
“número”, “peso” e o “volume” do molde, que devem ser previamente determinados.
As pesagens devem ser feitas com precisão de 1g.
b) Fixar o molde cilíndrico às hastes do prato-base e ajustar o colar, apoiar o
conjunto sobre o bloco de concreto que deve apresentar uma superfície plana.
Colocar uma folha de papel filtro ou similar com diâmetro igual ao molde utilizado, de
modo a evitar a aderência do solo compactado com a superfície metálica do prato-
base.
c) Colocar a amostra na bandeja e adicionar água suficiente para umedecê-la
a um teor de umidade correspondente ao início do processo de agregação do
material. Misturar até a completa homogeneização.
d) Para a energia de compactação desejada deve-se usar um soquete
pequeno (2.495 g), com uma altura de queda de 304,8 mm e 3 camadas de 25
golpes.
e) Moldar a amostra aplicando em cada camada golpes de soquete,
correspondentes ao esforço de compactação desejado, perpendicularmente e
distribuídos uniformemente sobre a superfície da camada. Os golpes devem ser
aplicados com queda livre de 304,8 mm de altura acima do topo do solo. A
compactação de cada camada deve ser precedida de uma ligeira escarificação da
camada subjacente.
f) Após a compactação, levar o molde para a bandeja, passar a espátula na
borda interna do colar para desprender o material nele aderido. Remover o colar e
aparar cuidadosamente o solo compactado, deixando-o nivelado com o topo do
molde por meio de régua biselada. Corrigir preenchendo com material de tamanhos
menores quaisquer irregularidades que possam ter se desenvolvido na superfície
pela remoção do material graúdo. Limpar o molde com o auxílio de pincel, remover o
prato-base e pesar anotando como “peso do cilindro + solo úmido”, com precisão de
1 g.
g) Com o extrator remover a amostra do molde e colocá-la na bandeja. Com o
auxílio da espátula, tomar uma porção do centro do corpo-de-prova de
aproximadamente 100 g.
h) Pesar uma nova amostra preparada para o ensaio e anotar.
i) Adicionar água em quantidade suficiente para aumentar o teor de umidade
de um ou dois pontos de porcentagem, em relação ao peso seco da amostra
anterior. Misturar até a completa homogeneização.
Nota: Os acréscimos de água devem ser constantes de forma a se obter
teores crescentes de unidade com três pontos abaixo e três acima da umidade
ótima.
j) Repetir o processo para os próximos pontos a partir do item “e”.

4.1 Cálculos

a) Subtrair o peso do cilindro pelo “peso do cilindro + solo úmido” e anotar


como “peso do solo úmido”.
b) Dividir o “peso do solo úmido” pelo “volume do cilindro” e anotar como
“massa específica aparente úmida”.
c) Com a amostra tomada de cada ponto de compactação determina-se o teor
de umidade através da fórmula:
h = [(Ph – Ps)/Ps] x 100
Onde:
h = teor de umidade, em porcentagem.
Ph = peso do solo úmido
Ps = peso do solo seco
Fazer as pesagens com aproximação de 0,1 g.
d) Para cada teor de umidade ensaiado calcular a massa específica aparente
seca, conforme descrito abaixo, e anotar como “massa específica aparente seca”.
ɣs = “massa específica aparente úmida” x 100/(100+h)
Onde:
ɣs = massa específica aparente seca
h = teor de umidade

4.2 Resultados

a) Curva de compactação – no gráfico desenhar a curva de compactação


através dos pontos obtidos pela marcação da massa específica aparente seca, em
ordenadas, e dos teores de umidade correspondentes, em abscissas.
b) Massa específica aparente máxima do solo seco – é o valor
correspondente à ordenada máxima da curva de compactação.
c) Umidade ótima – é o valor do teor de umidade correspondente, na curva de
compactação, ao ponto de massa específica aparente seca máxima.

Figura 3 – Cilindro utilizado no Ensaio de Compactação.

Fonte: dos autores


Figura 4 – Cilindro com solo a ser compactado.

Fonte: dos autores

Figura 4 – Cilindro com solo sendo compactado com soquete.

Fonte: dos autores


5 RESULTADOS E DISCUSSÕES

5.1 Determinação dos Limites de Consistência ou Limites de Atterberg

Esses limites permitem avaliar a plasticidade dos solos. Esta propriedade dos
solos argilosos consiste na maior ou menor capacidade de serem eles moldados
sem variação de volume, sob certas condições de umidade. Entre os ensaios de
rotina, objetivando a caracterização de um solo segundo sua plasticidade, está a
determinação do limite de liquidez e a do limite de plasticidade. Quando a umidade
de um solo é muito grande, ele se apresenta como um fluido denso e se diz no
estado líquido. A seguir, à medida que se evapora a água, ele se endurece,
passando do estado líquido para o estado plástico. A umidade correspondente ao
limite entre os estados líquido e plástico é denominada limite de liquidez. Ao
continuar a perda de umidade, o estado plástico desaparece, passando o solo para
o estado semi-sólido. Neste ponto, a amostra de solo se desagrega ao ser
trabalhado. A umidade correspondente ao limite entre os estados de plástico e semi-
sólido é denominada limite de plasticidade. Continuando a secagem, ocorre a
passagem para o estado sólido. O limite entre esses dois últimos estados é
denominado limite de contração.
A diferença numérica entre o limite de liquidez (LL) e o limite de plasticidade
(LP) fornece o índice de plasticidade (IP), ou seja, IP = LL – LP.
Este índice define a zona em que o terreno se acha no estado plástico e, por
ser máximo para as argilas e mínimo para as areias, fornece um valioso critério para
se avaliar o caráter argiloso de um solo. Quanto maior o IP, tanto mais plástico será
o solo. O índice de plasticidade é função da quantidade de argila presente no solo,
enquanto o limite de liquidez e o limite de plasticidade são funções da quantidade e
do tipo de argila. Quando um material não tem plasticidade (areia, por exemplo),
escreve-se IP = NP (não plástico).
O limite de liquidez indica a quantidade de água que pode ser absorvida pela
fração do solo que passa pela peneira n°40. Observa-se que quanto maior o LL
tanto mais compressível o solo.

Tabela 1 – Resultados do Ensaio de Limite de Plasticidade e Liquidez


LIMITES DE ATTERBERG
Limite de liquidês Limite de plasticidade
34,4 33,9
LIMITE DE LIQUIDÊS
Cápsula nº 52 2 3D 1 H2
Cápsula + Solo úmido (g) 29,424 29,603 20,596 21,523 21,277
Cápsula + Solo seco (g) 22,267 22,909 16,752 17,835 18,047
Peso da Cápsula (g) 5,76 6,35 6,26 6,15 6,52
Peso da água (g) 7,157 6,694 3,844 3,688 3,23
Peso do solo seco (g) 16,512 16,559 10,492 11,683 11,529
Percentagem da água 43,3 40,4 36,6 31,6 28,0
Nº de golpes 13 18 24 30 41

45,0

43,0

41,0

39,0

37,0

35,0

33,0

31,0

29,0

27,0

25,0
7 8 9 10 20 25 30 40 50 60

LIMITE DE PLASTICIDADE
Cápsula nº 12 59 2 1
Cápsula + Solo úmido (g) 9,747 8,934 8,667 8,962
Cápsula + Solo seco (g) 9,192 8,544 8,303 8,600
Peso da Cápsula (g) 7,502 7,409 7,221 7,562
Peso da água (g) 0,555 0,390 0,364 0,362
Peso do solo seco (g) 1,690 1,135 1,082 1,038
Percentagem da água 32,8 34,4 33,6 34,9

Fonte: dos autores


5.1 Ensaio de compactação

A Tabela 2 apresenta o resumo de todos os resultados obtidos no ensaio de


compactação de Próctor. Foi possível obter a correlação entre o teor de umidade e o
peso específico seco de um solo quando compactado com determinada energia,
sendo o solo testado apresenta Umidade Ótima de 24,8% e Massa Específica
Aparente Máxima 1,497 kg/m³.

Tabela 1 – Resultados do Ensaio de Compactação


ENSAIO DE COMPACTAÇÃO
Massa específica aparente máxima Umidade ótima
1.497 kg/m³ 24,8%
Cilindro nº 1 1 1 1 1
Peso do Cilindro (g) 4.592 4.592 4.592 4.592 4.592
Volume do cilindro (cm³) 1.005 1.005 1.005 1.005 1.005
Peso do Cilindro + Solo Úmido (g) 6.230 6.351 6.480 6.481 6.472
Peso Do Solo Úmido (g) 1.638 1.759 1.888 1.889 1.880
Massa Esp. Ap. Úmida (kg/m³) 1.630 1.750 1.879 1.880 1.871
Cápsula nº 1 2 3 4 5
Peso da Cápsula + Solo Úmido (g) 80,62 81,49 68,20 71,64 79,85
Peso da Cápsula + Solo Seco (g) 69,24 69,18 56,71 59,13 64,86
Peso da Cápsula (g) 12,68 12,30 12,39 12,79 11,79
Peso da Água (g) 11,38 12,31 11,49 12,51 14,99
Peso do solo Seco (g) 56,56 56,88 44,32 46,34 53,07
Teor de Umidade (%) 20,1 21,6 25,9 27,0 28,3
Massa Esp. Ap. Seca (g/dm³) 1.357 1.439 1.492 1.480 1.459

GRÁFICO DENSIDADE APARENTE x UMIDADE


1,550

1,500
Densidade Aparente (%)

1,450

1,400

1,350

1,300
19,0 21,0 23,0 25,0 27,0 29,0
Teor de Um idade (%)

Fonte: dos autores


6 REFERÊNCIAS

ABNT NBR 6457:1986 – Amostras de solo - Preparação para ensaios de


compactação e ensaios de caracterização

ABNT NBR 6459:1984 – Solo - Determinação do limite de liquidez

ABNT NBR 7180:1984 – Solo - Determinação do limite de plasticidade

ABNT NBR 7182:1986 – Solo - Ensaio de compactação

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