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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA

CAMPUS VIII
ALUNOS: LUCAS MICAEL DE LIMA GOUVEIA E PEDRO THIAGO VIANA
SOARES
PROFESSORA:ALBANIZA MARIA DA SILVA LOPES
CURSO BACHARELADO EM ENGENHARIA CIVIL
MECÂNICA DOS SOLOS EXPERIMENTAL I

RELATÓRIO:
ENSAIO DE COMPACTAÇÃO DO SOLO

ARARUNA – PB
2022
1. INTRODUÇÃO

A compactação de solos consiste no procedimento de melhorar as propriedades


do terreno através de processos manuais ou mecânicos. Geralmente, um solo quando é
transportado e aterrado está num estado relativamente fofo e heterogêneo e, portanto,
pouco resistente e muito deformável. Os procedimentos de compactação visam fornecer
ao solo melhorias destes aspectos.
A compactação é um processo que visa melhorar as propriedades do solo através
da redução dos seus vazios pela aplicação de pressão, impacto ou vibração. Além disso,
esse processo torna o maciço mais homogêneo. Esta operação resulta no aumento do
peso específico aparente do solo.
Com a diminuição dos vazios do solo, espera-se uma redução da variação dos
teores de umidade, da compressibilidade e da permeabilidade e um aumento da
resistência ao cisalhamento e à erosão.
Os estudos geotécnicos de compactação tiveram início com a teoria de
compactação desenvolvida por Ralph Proctor. Em 1933, divulgou seu método de
controle de compactação e concluiu que a densidade com que um solo é compactado,
sob uma determinada energia de compactação, depende do teor de umidade do solo.
A compactação dos solos é geralmente representada em um gráfico da variação
do peso específico aparente seco (γd) versus o teor de umidade (w) correspondente
durante o processo de compactação.

Figura 1 - Curva de Compactação

O ramo ascendente da curva de compactação é denominado ramo seco e o ramo


descendente de ramo úmido. No ramo ascendente, a água lubrifica as partículas e
facilita o arranjo destas, ocorrendo, por esta razão, o acréscimo da massa específica
aparente seca. Já no ramo descendente, a água amortiza a compactação e a amostra
passa a ter mais água que sólidos, levando a um decréscimo da massa específica
aparente seca.
Durante o processo de compactação dos solos, o teor em água no solo mantém-
se praticamente constante, sendo esta característica frequentemente referida como a
principal diferença entre a compactação e a consolidação de solos

2. OBJETIVOS

Analisar e entender o processo do ensaio de compactação tipo Proctor Normal,


com a reutilização do solo, para obtenção de sua curva de compactação.

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

O ensaio é repetido para diferentes teores de umidade, determinando-se, para


cada um deles, o peso específico aparente. Com os valores obtidos, traça-se a curva Vs
x teor de umidade, obtendo-se o ponto correspondente a umidade ótima (hot) e
a densidade máxima aparente seca (Vs,max).
Para o traçado da curva é conveniente a determinação de, pelo menos, cinco
pontos, de forma a que dois deles se encontrem no ramo ascendente (zona seca), um
próximo à umidade ótima e os outros dois no ramo descendente da curva (zona úmida).
A energia de compactação desse ensaio é de aproximadamente 5,7 kg.cm/cm³, calculada
pela expressão:

pxH xN xn
E= (1)
v

Em que:

E = Energia específica de compactação, por unidade de volume;


P = Peso do soquete (kg);
h = Altura de queda do soquete (cm);
N = Número de golpes por camada
n = Número de camadas;
V = Volume do solo compactado (cm³).

Atualmente, tendo em vista o maior peso e eficiência dos equipamentos de


compactação, tornou-se necessário alterar as condições do ensaio para manter a
indispensável correlação com o esforço de compactação obtido no campo. Surgiram,
assim, as energias Intermediária e o Modificada de Proctor (ou AASHTO Intermediário
e Modificado), com energias de compactação de 12.8 e 27.1 kg.cm/cm³,
respectivamente.

Na prática rodoviária é comum utilizar-se, nos ensaios de compactação, o


mesmo molde metálico e o soquete utilizados no ensaio CBR (Índice de Suporte
Califórnia), modificando-se o número de golpes e o número de camadas para a obtenção
das mesmas energias previstas no ensaio Proctor.

Há sutis diferenças para o uso do soquete para determinar a energia de


compactação, conforme a tabela abaixo:

Tabela 1 - Tipos de Eneria de Compactação


3.1 Ensaio Proctor Normal

O ensaio Proctor Normal utiliza o cilindro de 10 cm de diâmetro, altura de


12,73cm e volume de 1.000cm3 é submetida a 26 golpes de um soquete com massa de
2,5Kg e caindo de 30,5cm. Corresponde ao efeito de compactação com os equipamentos
convencionais de campo.

3.2 Ensaio Modificado

O ensaio Modificado utiliza o cilindro de 15,24 cm de diâmetro, 11,43 cm de


altura, 2.085 cm3 de volume, peso do soquete de 4,536 kg e altura de queda de 45,7 cm
aplicando-se 55 golpes por camada. É utilizado nas camadas mais importantes do
pavimento, para os quais a melhoria das propriedades do solo, justifica o emprego de
uma maior energia de compactação.

4. MATERIAIS ULTILIZADOS

 Os principais equipamentos são:


 Almofariz e mão com borracha;
 Perneira n°.4 (4,8mm); Balança;
 Molde cilíndrico de 1000 cm³, com base e colarinho;
 Soquete cilíndrico pequeno (2,5kg);
 Extrator de amostras; Cápsulas para determinação de umidade;
 Estufa.

5. PROCEDIMENTO

5.1 Preparação da amostra


Para o início do procedimento do ensaio toma-se uma certa quantidade de
material seco ao ar e faz-se o destorroamento até que não haja torrões maiores que
4,8mm. Em seguida é peneirada a amostra na peneira n°.4 (4,8mm) e em seguida
determina-se sua umidade higroscópica.
5.2 Procedimento
No procedimento é adicionada água à amostra até se verificar uma certa
consistência, em que a amostra fique em uma perfeita homogeneização. Seguidamente
compacta-se a amostra no molde cilíndrico pequeno (2,5kg) em 3 camadas iguais (cada
uma cobrindo aproximadamente um terço do molde), aplicando-se em cada uma delas
26 golpes distribuídos uniformemente sobre a superfície da camada, com o soquete
caindo de uma altura de 0,305m. Se o cilindro for o grande (4,5kg), compacta-se em 5
camadas iguais, aplicando-se em cada uma delas 12 golpes de uma altura de 0,305m.
Logo após, é removido o colarinho e a base, aplaina-se a superfície do material à
altura do molde e pesa-se o conjunto cilindro juntamente ao solo úmido compactado. É
retirada a amostra do molde com auxílio do extrator, e partindo-a ao meio, coleta-se
uma pequena quantidade para a determinação da umidade, no caso de reuso do material,
desmancha-se o material compactado até que possa ser passado pela peneira n°.4
(4,8mm), misturando-o em seguida ao restante da amostra inicial.
Posteriormente é adicionada 2% de água à amostra para solos arenoso e 3% de
água para solos argilosos, da massa original de solo, em peso, para em seguida
homogeneizar a amostra. Repete-se o processo pelo menos por mais quatro vezes.

6. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Para a determinação do teor de umidade das amostras coletadas do corpo de


prova do ensaio de compactação, utilizou-se a formula abaixou (2).

Mw−Ms
W ( % )= ∗100 (2)
Ms

Formula (3) para a determinação do peso especifico seco e úmido do solo.

γw
Pw γ s=
( 100h ))
γ w= (3)
Vc (1+
Após os cálculos chega-se aos seguintes dados, mostrado na tabela abaixo.

UMIDADE % % Molde N° 1 DENSIDADE


HIGROSCÓPICA MÁXIMA
Cápsula - N° Volume do Molde 1005,3
Peso Bruto Peso do Molde 1981,82
Úmido
Peso Bruto Seco Peso do Soquete
Peso da Cápsula Espessura do disco UMIDADE ÓTIMA
Peso da água espaçador
Peso do solo Seco Golpes/Camadas 26 10%
Umidade (%)
Umidade Média 1% N° de Camadas 3

PONTO PESO PESO DENSIDADE DETERMINÇÃO DA UMIDADE


BRUTO SOLO SOLO Cápsula PESO PESO PESO DA PESO PESO UMIDAD UMIDADE DENSIDADE
UMIDO UMIDO UMIDO N BRUTO BRUTO CÁPSULA DA DO E MÉDIA % DO SOLO
UMIDO SECO ÁGUA SOLO SECO %
SECO
1 3583,7 1601, 1 24,71 23,4 7,96 1,24 15, 7,99
8 9 7 5
2 24,31 23,1 7,87 0,81 15, 7,59
5 3
2 3658,6 1676, 3 20,96 19,8 7,78 1,15 12, 9,56
3 8 1 0
4 19,76 18,6 6,67 1,14 11, 9,54
2 9
3 3855,7 1873, 5 19,46 18,1 6,51 1,33 11, 11,45
1 9 3 6
6 20 18,6 6,89 1,34 11, 11,38
6 7
4 4044,4 2062, 7 20,21 18,4 6,28 1,77 12, 14,55
6 6 4 1
8 20,60 18,9 7,74 1,63 11, 14,51
7 2
5 4027,9 2046, 9 22,85 20,7 8,03 2,07 12, 16,23
2 1 8 7
10 22,87 20,5 6,20 2,35 14, 16,42
2 3

UMIDADE DENSIDADE
MÉDIA DO SOLO
SECO
7,79 1,478

9,55 1,522

11,415 1,673

14,53 1,791

16,325 1,75

Com os valores das tabelas, obtém-se o gráfico abaixo. Na linha horizontal


temos o valor de teor de umidade média e na linha vertical a densidade do solo seco.
Os valores encontrados a partir do gráfico, foram de, % de umidade = 14,53, e
densidade real do solo igual à 1,79 g/cm3.

7. CONCLUSÃO

O ensaio de compactação dos solos é de primordial impotência para que se


classifique o solo. A compactação é um método que se dá por meio de transferência
de energia mecânica á estabilização dos solos. Constata-se que a adição de água a
um solo seco facilita a sua compactação, ou seja, cada vez que se adiciona água a
esse solo pouco úmido, a densidade do material compacto aumenta. Na verdade, o
acréscimo de água não tem um efeito benéfico enquanto não se alcança certo teor de
umidade, denominada umidade ótima. Através dos cálculos realizados conclui-se
que a umidade ótima é de 14,53, e a densidade é de 1,79 g/cm3.
REFERÊNCIAS

ESCOLAENGENHARIA. Compactação de solos. Disponível


em:https://vuvw.escolaengenharia.com.br/compactacao-de-solos/. Acesso em: 13 jul.
2022.

SUPORTESOLOS. Compactação de Solos - Ensaios Geotécnicos - O Ensaio e as


Energias de Compactação.. Disponível
em:https://m,vw.suportesolos.com.br/blog/compactacao-de-solos-ensaios--geotecnicos-
o-ensaio-e-as-energias-de-compactacao/68/. Acesso em: 1 3 jul. 2022.

GEOTECNIA. Ensaio de Compactação de Solos. Disponível


em:http://www.geotecnia.ufba.br/arquivos/ensaios/Aula%20de%20Laboratorio%20-
%20Roteiro%20-%20Compactacao.pdf. Acesso em: 13 jul. 2022.

DEGRAUS. Ensaio de compactação: Como deve ser feito e dicas


fundamentais.Disponível em: https://degraus.com.br/ensaio-de-compactacao/. Acesso
em: 13 jul. 2022.

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