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I RELITA – Reciclagem de RH em Ensaios Geotécnicos – Programa ITA – SERENG-5

COMPACTAÇÃO DOS SOLOS

1 – DEFINIÇÃO

Entende-se por compactação de um solo, o processo manual ou mecânico que visa


reduzir o volume de seus vazios, aumentando a sua resistência e tornando-o mais estável.
Trata-se de uma operação simples e de grande importância pelos seus consideráveis
efeitos sobre a estabilização de maciços terrosos, relacionando-se intimamente com os problemas de
pavimentação e barragens de terra.
A compactação de um solo visa melhorar suas características não só quanto à resistência,
mas também quanto à permeabilidade, compressibilidade e absorção d’água.
No estado atual de conhecimento sobre o assunto, sabe-se que o aumento do peso
específico de um solo, produzido pela compactação, depende fundamentalmente da energia
despendida e do teor de umidade do solo.

2 – CURVA DE COMPACTAÇÃO

A densidade é um fator variável com a compactação e a umidade do solo, portanto para


cada compactação e teor de umidade teremos uma densidade.
Variando a densidade do solo, podemos construir o gráfico abaixo em que a abscissa
representa a porcentagem de água (umidade) e a ordenada representa a densidade.

Assim, para cada estado de compactação, se aumentarmos o teor de umidade a


densidade crescerá até um limite máximo e daí decrescerá. O teor de umidade correspondente ao
máximo de densidade é o que se chama umidade ótima (hot).
Se começarmos a umedecer a massa de um solo a água irá inicialmente lubrificar as
partículas, permitindo maior aproximação entre elas, diminuindo o volume do solo durante a
compactação explicando assim o ramo ascendente da curva. Continuando a umedecer o solo, a água
depois de lubrificar vai expulsar o ar, ocupando seus vazios, impedindo a aproximação das
partículas e a redução de volume durante a compactação e com isso baixando a densidade,
explicando assim o ramo descendente da curva de compactação.
3 – ENSAIO NORMAL DE COMPACTAÇÃO

É o método pele qual se determina a umidade ótima (hot) e o peso específico máximo.
Foi proposto em 1933 pelo engenheiro francês Proctor. Este ensaio hoje em dia é
conhecido como ensaio normal de Proctor ou AASHO Standard, padronizado pela ABNT em seu
MB-33.

3.1 – Aparelhagem usada

- repartidor de amostra;
- balança com capacidade de 20Kg, sensível a 1g;
- peneira nº 4 (4,8mm);
- molde cilíndrico metálico, de volume aproximado 1.000cm³, diâmetro interno
100mm (4”), altura interna de aproximadamente 127mm (5”), provido de base e
colarinho removíveis;
- Soquete cilíndrico metálico de peso igual a 2.500g com dispositivo para controle de
altura de queda, que deve ser regulado para 305mm de queda livre;
- Régua biselada.

3.2 – Preparação da amostra

a) A amostra recebida será seca ao ar, desmancha-se os torrões e, em seguida


homogeneíza-se cuidadosamente.
b) Reduz-se todo o material, com auxílio do repartidor de amostras, até se
obter uma amostra representativa de cerca de 3,0Kg de material que passa na
peneira de 4,8mm (nº 4).
c) Passa-se essa amostra na peneira de 4,8mm tomando-se a precaução de
desmanchar todos os torrões que ainda existam eventualmente, de modo a assegurar
a retenção na peneira somente de grãos maiores que a abertura da malha.
d) Homogeneíza-se cuidadosamente o material que passa na peneira nº 4 e
toma-se cerca de 50g para a determinação de sua umidade higroscópica.
3.3 – Ensaio

a) Colocam-se os 3.000g de solo em uma bandeja apropriada e adiciona-se água aos


poucos, homogeneizando-se até que o mesmo apresente apenas a coesão necessária
para poder formar torrões de solo. Esta quantidade de água adicionada ao solo varia
em torno de 5% do peso do solo.
b) Com o solo assim tratado, será iniciado o ensaio fixando-se o molde à base, ajusta-se
o cilindro complementar, apóia-se o conjunto em base plana e firme e coloca-se o
solo dentro do cilindro em três camadas aproximadamente iguais, de modo que,
quando terminada a compactação, fique um pouco acima do bordo inferior do
cilindro complementar.
c) Compacta-se cada camada com 26 golpes, empregando-se o soquete de 2.500g de
peso e altura de queda de 30,5cm.
d) Finalizando-se a compactação, remove-se o cilindro complementar, rasa-se o solo
com um a régua biselada na altura exata do molde e determina-se com aproximação
de 1g, o peso do conjunto molde e solo compacto.
e) Remove-se o material do molde com auxílio do extrator de amostras e retira-se do
meio do corpo de prova, uma amostra representativa de aproximadamente 50g para
determinação da umidade.
f) Desmancha-se novamente o material retirado do molde, junta-se com o que ficou na
bandeja e acrescenta-se 2% do peso inicial da amostra (3.000g) em água,
homogeneíza-se e repetem-se as operações anteriores, até ser possível caracterizar a
curva de compactação.

3.4 – Cálculos

Para calcular a densidade úmida aplica-se a seguinte fórmula:

h= Ph
V
Multiplicando-se a h pelo fator de correção (100 / 100 + h), temos a s que será
utilizado na curva de compactação.

Nos ensaios de compactação, pode-se permutar a energia de compactação utilizando-se a


seguinte tabela:

CILINDRO ENERGIA
CARACTERÍSTICAS INERENTES À
CADA ENERGIA DE NORMAL INTERMEDIÁRIA MODIFICADA
COMPACTAÇÃO

SOQUETE PEQUENO GRANDE GRANDE

PEQUENO NÚMERO DE CAMADAS 3 3 3

NÚMEROS DE GOLPES P/ CAMADA 26 21 25

SOQUETE GRANDE GRANDE GRANDE

NÚMERO DE CAMADAS 5 5 5
GRANDE
NÚMEROS DE GOLPES P/ CAMADA 12 26 55

ALTURA DO DISCO ESPAÇADOR 63,5 63,5 63,5

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CONTROLE DE COMPACTAÇÃO

1 – DEFINIÇÃO

Um aterro será considerado bem ou mal compactado em função do grau de


compactação e do desvio de umidade em que se encontra no campo em relação a valores
referenciais pré-estabelecidos.
Define-se grau de compactação de um solo compactado a relação entre o peso
específico aparente seco, obtido no campo, e o máximo especificado em laboratório para tal obra.

2 – OBTENÇÃO DE s campo:

1 – Frasco de areia:

Consiste basicamente de um recipiente munido de funil e uma bandeja com orifício de


~12cm a ser apoiada sobre o solo.
Raspa-se cerca de 5cm da camada a ser ensaiada e sobre esta superfície (que deve ser
plana) apóia-se a bandeja. Pelo orifício, escava-se um furo de ~15cm de profundidade, recolhendo
todo o material extraído em saco plástico para não haver perda de umidade. Apóia-se o recipiente e
abre-se o registro do funil para que o furo seja preenchido com areia. Se, previamente no
laboratório, for obtido o peso da areia + recipiente + funil, por diferença de peso, tem-se o peso da
areia no furo que, divido pela sua densidade, fornece o volume do furo.

2 – Cilindro biselado

3 – Balão volumétrico

4 – Método de Hilf
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COMPACIDADE DE AREIAS

Na natureza, uma areia pode se encontrar em vários tipos de compacidade, ou seja,


diferentes índices de vazios. Esses índices de vazios sofrem uma influência da uniformidade e
formato dos grãos. Por isso, para saber se uma areia se encontra fofa ou compacta, recorre-se a
definição da compacidade relativa:

* areia fofa - CR < 1/3


* areia medianamente compacta - 1/3 < CR < 2/3
* areia compacta - CR > 2/3

Esta classificação surgiu para especificar a compactação de filtros de areia em barragens


de terra. Em obras importantes, pode-se adotar CR = 0,7 e em obras menos importantes CR = 0,6.
A compactação da areia é feita não visando obter maior resistência ou diminuir os
recalques, mas sim, para evitar a liquefação que causa uma queda brusca de resistência e a areia se
rompe quase como um fluido viscoso.

Não existe ainda no Brasil uma padronização do ensaio para determinação do emax e
emin, havendo, assim, diferentes processos para essa finalidade. De qualquer modo, buscar-se-á
obter o valor de s da areia para cálculo do índice de vazios.

Ensaios de determinação do emáx:

1 – Processo do funil
2 – Processo da proveta
3 – Processo da decantação

OBS.: No laboratório, deve-se realizar o ensaio pelos 3 processos e tomar o maior emáx
encontrado, uma vez que ainda não houve padronização desse ensaio.

Ensaios de determinação do emin:

1 – Processo do vibrador: ASTM (D2049-69)


2 – Processo do soquete de madeira

Os ensaios devem ser feitos com amostra totalmente seca ou saturada para evitar o
inchamento.
É possível encontrar-se e<emin, se houver quebra dos grãos, e e<emáx, se houver
inchamento.

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