UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO SEMI-ÁRIDO

PRÓ-REITORIA DE GRADUAÇÃO
CENTRO MULTIDISCIPLINAR DE CARAÚBAS
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIAS
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

CAM0035 - MECÂNICA DOS SOLOS I

Estado das areias e estrutura dos

solos
PROFESSOR: WILKER FERNANDES SOARES

CARAÚBAS/RN
 ESTADO DAS AREIAS – COMPACIDADE

O estado em que uma areia se encontra pode ser expresso pelo seu índice
de vazios.

Porém, esse dado isolado fornece pouca informação sobre o

comportamento da areia.

Com o mesmo índice de vazios, uma areia pode estar compacta e outra
fofa.
 ESTADO DAS AREIAS – COMPACIDADE

É preciso analisar o índice de vazios natural de uma areia em confronto

com os índices de vazios mínimo e máximo em que ela pode se
apresentar.

• emax é obtido colocando-se cuidadosamente o material, com uma queda

controlada. Determina-se o peso específico e calcula-se o emax;

• emin é obtido vibrando-se a areia dentro de um molde.

 ESTADO DAS AREIAS – COMPACIDADE

 Estando as duas areias com e = 0,65. Qual areia é mais compacta?

• A areia A estará mais compacta e a areia B estará mais fofa.
ESTADO DAS AREIAS – COMPACIDADE

Uniformidade de Tamanho Formato das partículas

 ESTADO DAS AREIAS – COMPACIDADE

 Valores típicos:
 ESTADO DAS AREIAS – COMPACIDADE

 O estado de uma areia, ou sua compacidade, pode ser

expresso pelo índice de vazios em que ela se encontra , em
relação a esses valores extremos, pelo índice de compacidade
relativa (Cr) ou densidade relativa (Dr):
 ESTADO DAS AREIAS – COMPACIDADE

 Outras expressões para Dr ou Cr:

 ESTADO DAS AREIAS – COMPACIDADE

 Quanto maior a Cr (ou Dr), mais compacta é a areia:

 ESTADO DAS AREIAS – COMPACIDADE

 Quanto maior a Cr (ou Dr), mais compacta é a areia:

 ESTADO DAS AREIAS – COMPACIDADE
emax – procedimento experimental

 A metodologia para determinação do índice de vazios máximo

de uma areia é estabelecida pelo método de ensaio NBR
16840, da ABNT.
 ESTADO DAS AREIAS – COMPACIDADE
emax – procedimento experimental
1. Tomar um cilindro de massa e volume
conhecidos;
2. Tomar uma porção seca da amostra a ser
ensaiada;
3. Preencher o interior do cilindro com a amostra a
ser ensaiada utilizando um funil e deixar a amostra
cair de altura aproximada de 1cm de distância do
fundo do cilindro no caso da primeira camada; e
de 1cm de distância da superfície da amostra para
as camadas seguintes;
 ESTADO DAS AREIAS – COMPACIDADE
emax – procedimento experimental

4. Após preencher totalmente o cilindro com a amostra,

nivelar a superfície com o auxílio de régua metálica;
5. Limpar totalmente a parte externa do cilindro;
6. Pesar o conjunto cilindro+areia (massa
cilindro+areia);
7. Repetir as operações, reutilizando a amostra ensaiada,
mas sem permitir a absorção de umidade, de modo a
obter pelo menos três valores de massa.
ESTADO DAS AREIAS – COMPACIDADE
emax – procedimento experimental

Para o cálculo do índice de vazios máximo, deve-se

inicialmente determinar a massa específica (densidade)
aparente seca mínima (ρd mínima), utilizando a seguinte
expressão:

ρd mínima = Mamostra / Vcilindro

Onde: Mamostra – massa da amostra seca, g;

Vcilindro – volume do cilindro, cm³

ESTADO DAS AREIAS – COMPACIDADE
emax – procedimento experimental

Com o valor de ρd mínima e conhecendo previamente a

massa específica (densidade) dos grãos (ρs ), calcula-se o
emáx utilizando a seguinte expressão:

emáx = (ρs /ρd mínima)-1

Onde:
emáx – índice de vazios máximo;
ρs – massa específica (densidade) dos grãos, g/cm³;
ρd mínima – massa específica (densidade) aparente seca
mínima, g/cm³.
 ESTADO DAS AREIAS – COMPACIDADE
emín – procedimento experimental

 Vibrando-se uma areia dentro de um molde, ela ficará no seu

estado mais compacto possível;
 A este estado corresponde o índice de vazios mínimo (emín);
 A metodologia para determinação do índice de vazios mínimo
de uma areia é estabelecida pelo método de ensaio NBR
16843, da ABNT.
 ESTADO DAS AREIAS – COMPACIDADE
emín – procedimento experimental
1. Tomar um cilindro com massa e volume
conhecidos;
2. Prender o colarinho no topo do cilindro;
3. Tomar uma porção seca da amostra de
areia a ser ensaiada;
4. Preencher o cilindro com areia até
aproximadamente 10 cm acima do nível
superior do cilindro;
5. Colocar na parte superior do cilindro a
sobrecarga com massa padronizada pelo
método de ensaio;
 ESTADO DAS AREIAS – COMPACIDADE
emín – procedimento experimental
6. Colocar o conjunto (cilindro
com areia e colarinho), com a
sobrecarga no topo do cilindro,
em uma mesa vibratória;
7. Ligar a mesa vibratória e agitar
todo o conjunto de forma que a
sobrecarga desça compactando a
amostra;
 ESTADO DAS AREIAS – COMPACIDADE
emín – procedimento experimental
8. Após a compactação da amostra, retirar
o conjunto da mesa vibratória;
9. Retirar o colarinho do conjunto, nivelar
a superfície da amostra utilizando a régua
metálica e pesar (massa cilindro+amostra);
10. Repetir as operações de modo a obter
pelo menos três valores de massa. Em caso
de suspeita de quebra excessiva de grãos
durante o ensaio, não proceder ao reuso do
material.
 Vibra-se a areia no molde por 8 minutos, com frequência padrão ( 3600
ciclos/min), com uma sobrecarga padronizada de 14 kN/m².
 ESTADO DAS AREIAS – COMPACIDADE
emín – procedimento experimental

 Para o cálculo do índice de vazios mínimo, deve-se

inicialmente determinar a massa específica (densidade)
aparente seca máxima (ρd máxima), utilizando a seguinte
expressão:
ρd máxima = Mamostra / Vcilindro

• Onde: Mamostra – massa da amostra seca, g;

• Vcilindro – volume do cilindro, cm³.
 ESTADO DAS AREIAS – COMPACIDADE
emín – procedimento experimental
 Com o valor de ρd máxima e conhecendo previamente a massa
específica (densidade) dos grãos (ρs ), calcula-se o emín utilizando a
seguinte expressão:

emín = (ρs /ρdmáxima )-1

 Onde:
• emín – índice de vazios mínimo;
• ρs – massa específica (densidade) dos grãos, g/cm3;
• ρdmáxima – massa específica (densidade) aparente seca máxima, g/
cm3.
 ESTADO DAS AREIAS – COMPACIDADE
Outra forma de determinar a compacidade do solo:
 Sondagem a percussão (SPT)

• A sondagem a percussão, também conhecida como sondagem SPT é um dos

tipos de sondagem mais executadas para o dimensionamento de fundação. Ela é
utilizada para determinar características do solo em um terreno no qual se
pretende realizar uma construção e é fundamental para o sucesso da mesma;

• A sigla SPT tem origem no inglês (standard penetration test) e significa ensaio
de penetração padrão;

• A NBR 6484 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2020)

prescreve a metodologia correta para a execução da sondagem de simples
reconhecimento de solos com (SPT).
 ESTADO DAS AREIAS – COMPACIDADE

 Sondagem a percussão (SPT)

• O procedimento consiste na perfuração e

cravação dinâmica de um amostrador-
padrão, a cada metro de solo, determinando
o tipo de solo em suas respectivas
profundidades, sua principal composição e
características, além do índice de resistência
à penetração a cada metro, a posição do
nível do lençol freático (CAVALCANTE
2002, apud TORRES GEOTECNIA 20--).
 ESTADO DAS AREIAS – COMPACIDADE

 Sondagem a percussão (SPT)

Fonte: Alto Qi (2022)

 ESTADO DAS AREIAS – COMPACIDADE

 Sondagem a percussão (SPT)

 ESTADO DAS AREIAS – COMPACIDADE

 Exercício 1. Duas areias possuem o mesmo índice de vazios, mas será

que possuem a mesma compacidade? Calcular a densidade relativa para
conhecer a compacidade das areias.
 ESTADO DAS AREIAS – COMPACIDADE

 Exercício 2: Uma areia apresenta índice de vazios máximo de 0,90 e

índice de vazios mínimo de 0,57. O peso específico dos grãos é igual a
26,5 kN/m³. De uma amostra dessa areia, que peso específico seco deve
ser tomado para moldagem de um corpo de prova para que fique com
compacidade de 67%?
 ESTADO DAS AREIAS – COMPACIDADE

Exercício 3: Para um solo arenoso, 𝑒𝑚á𝑥 = 0,86, 𝑒𝑚í𝑛 = 0,43 e 𝛾𝑠 = 26

kN/m³. Qual é o índice de vazios para uma compacidade relativa (Dr) de
56%? Determinar o peso específico do solo quando w = 7%
ESTRUTURA DOS SOLOS
 ESTRUTURA DOS SOLOS

 Conceitos de estrutura dos solos:

a) Estrutura dos solos é a forma como estão dispostas as partículas do

solo (arranjo geométrico de partículas do solo); ou

b) Estrutura é a propriedade do solo que proporciona a integridade do solo.

 ESTRUTURA DOS SOLOS

 Dentre os principais componentes da estrutura dos solos, destacam-se:

a) A mineralogia do solo;
b) O tamanho das partículas;
c) O arranjo físico das partículas;
d) As proporções relativas das partículas (argila, silte, areia e pedregulho);
e) O tamanho dos poros do solo;
f) O ar contido nos poros do solo;
g) As forças existentes entre as partículas do solo;
 ESTRUTURA DOS SOLOS

 Estrutura dos solos grossos ou granulares (não-coesivos):

 Na estrutura dos solos grossos, as partículas se apoiam diretamente uma

sobre as outras;
 No caso de areias, a estrutura do solo varia de uma estrutura fofa até uma
estrutura compacta;
 No processo de sedimentação dos solos grossos a força que prevalece é a
força da gravidade, ou o peso próprio dos grãos.

 OBS.: Sedimentação é o processo de deposição das partículas

 ESTRUTURA DOS SOLOS

 Estrutura dos solos grossos ou granulares (não-coesivos):

 ESTRUTURA DOS SOLOS

 Estrutura de Solos argilosos ( Solos coesivos):

 Dispersa: A argila quando dispersa em água. Força de repulsão > Força

de atração. O sedimento decantado tem suas partículas orientadas mais ou
menos paralelamente.
 ESTRUTURA DOS SOLOS

 Estrutura de Solos argilosos ( Solos coesivos):

 Floculada: Argila dispersa em água se aproximam durante o movimento

aleatório. Podem se agrupar em flocos visíveis e decantam sob a ação da
gravidade.
 ESTRUTURA DOS SOLOS

 Estrutura de Solos argilosos ( Solos coesivos):

 Domínios: Unidades submicroscópicas, agregadas ou floculadas de

partículas de argilas;
 Aglomerados: Agrupamento dos domínios. Podem ser vistos no
microscópio óptico;
 Agregados: Agrupamento dos aglomerados. Podem ser vistos a olho nu.
 REFERÊNCIAS

• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16840: Solo – Determinação do

índice de vazios máximo de solos não coesivos. Rio de Janeiro, ABNT, 2020. 12 p.
• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 16843: Solo – Determinação do
índice de vazios mínimo de solos não coesivos. Rio de Janeiro, ABNT, 2020. 26 p.
• ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 6484: Solo – Sondagem de
simples reconhecimento com SPT – Método de ensaio. Rio de Janeiro: ABNT, 2020.28 p.
• ARAÚJO, A. G. D. Propriedades dos solos – Compacidade relativa. Notas de Aula. DEC/UFRN.
• COSTA, Y. D. J. Notas de Aula - Estado das areias. DEC/UFRN, 2014.
• FONTOURA, T. B. Notas de Aula - Estado das areias. DEC/UFRN, 2010.
• OLIVEIRA, D. A. Notas de aula – Mecânica dos Solos. Universidade Federal Rural do Semi-
Árido. Caraúbas-RN, 2018.
 REFERÊNCIAS

• PINTO, C. S. (2002). Curso Básico de Mecânica dos Solos em 16 Aulas. Oficina de Textos.
• ROCHA, Melina Freitas. Notas de aula - Índice físico. Pontifícia Universidade Católica de Goiás.
Goiás, 20--.
• RUBENS, Caio. Notas de aula - Mecânica dos Solos e Fundações. [S.l.]. 20--.
• TORRES GEOTECNIA. Sondagem à percussão (SPT). 20--. Disponível em: <
http://www.torresgeotecnia.com.br/portfolio-view/sondagem-a-percussao-spt-2/ > Acesso em: 15 de
agosto de 2022.
• VIANA, Hélio Marcos Fernandes. Notas de aulas de Mecânica dos Solos I. Faculdade de
Tecnologia e Ciências. [S.I], 20--.
CAM0035 - MECÂNICA DOS SOLOS I

Obrigado pela atenção!

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Caraúbas/RN